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Texto 7 - Produção e consumo do espaço em aglomerações urbanas

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A produção e o consumo do espaço nas aglomerações urbanas brasileiras: 
desafios para uma urbanização sustentável.∗ 
 
Ricardo Ojima ♣ 
 
Palavras-chave: Meio Ambiente; Espaço; Urbanização. 
Resumo 
Não são raras as associações entre urbanização e degradação ambiental, sobretudo 
quando se relaciona o crescimento da população urbana à escassez de recursos, poluição e 
qualidade de vida. As recentes mudanças no padrão de distribuição populacional nas 
principais aglomerações urbanas do país apontam para um novo cenário onde o arrefecimento 
das taxas de crescimento populacional se confronta com uma nova forma de ocupar o espaço, 
alterando a dinâmica intra-urbana e os impactos ambientais relacionados à expansão urbana. 
Assim, ganha força um padrão de urbanização disperso e fragmentado que é conseqüência 
das mudanças estruturais da sociedade e as novas formas de mobilidade espacial. 
Assim, se a globalização pode ser entendida como algo além da expansão, em nível 
planetário, de modelos econômicos, é preciso deixar claro que os impactos vão além das 
mudanças na esfera da indústria, emprego ou das categorias ocupacionais, ou seja, não basta 
analisar a produção social do espaço, é preciso entender também o binômio produção-
consumo. Afinal, se há mudanças na forma de produção do espaço, há também mudanças 
importantes nas formas de consumi-lo. 
Enfim, o trabalho procura abordar a urbanização brasileira, utilizando o exemplo do 
Estado de São Paulo para destacar as mudanças no consumo do espaço e apontar os desafios 
para uma urbanização sustentável nas aglomerações urbanas recentes. Trata-se de um 
investimento exploratório na busca de evidências que confirmem as proposições teóricas de 
uma nova etapa do desenvolvimento da sociedade moderna e os desafios para questão 
ambiental nos contextos urbanos. 
 
∗ Trabalho apresentado no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- 
MG – Brasil, de 18-22 de Setembro de 2006. Este trabalho é parte integrante da tese de doutoramento do autor 
(2003-2007), financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 
Trabalho desenvolvido no âmbito do projeto "Dinâmica intrametropolitana e vulnerabilidade sócio-demográfica 
nas metrópoles do interior paulista", no Núcleo de Estudos de População (NEPO) em parceria com o Núcleo de 
Economia Social, Urbana e Regional (Nesur), ambos da Unicamp. 
♣ Doutorando do Programa de Pós-graduação em Demografia, Núcleo de Estudos de População 
(NEPO/UNICAMP) e Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH/UNICAMP); e-mail: 
<ojima@unicamp.br>. 
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A produção e o consumo do espaço nas aglomerações urbanas brasileiras: 
desafios para uma urbanização sustentável.∗ 
 
Ricardo Ojima ♣ 
 
 
Introdução 
Nos anos recentes, diversos trabalhos nas áreas de sociologia, geografia, planejamento 
urbano, demografia, entre outros, passaram a discutir mudanças estruturais no espaço urbano. 
A chamada reestruturação do espaço ou reestruturação urbana passou a ser encarada como 
um fato empiricamente observável em todas as aglomerações urbanas brasileiras e, por esse 
motivo, não foram poucas as pesquisas que passaram a investigar tais mudanças sob diversas 
perspectivas teóricas. Grande parte dos estudos contempla argumentações baseadas nos 
impactos da reestruturação produtiva, pós-fordismo ou da globalização; entretanto, em linhas 
gerais, a maioria das abordagens recentes procura nas transformações do modo de produção 
capitalista os desdobramentos que se refletem nos contextos urbanos; ou seja, a partir das 
mudanças no modo de produção capitalista, entender a transformação no modo de produção 
social do espaço urbano. 
Mas se a globalização pode ser entendida como algo além da expansão, em nível 
planetário, do modelo econômico, é preciso deixar claro que os impactos vão além das 
mudanças na esfera da indústria, emprego ou das categorias ocupacionais, pois a globalização 
é causa e efeito de uma mudança social mais profunda. Dessa forma, para analisar a produção 
social do espaço, é preciso entender também o binômio produção-consumo. Pois, se há 
mudanças na forma de produção do espaço, há também mudanças importantes nas formas de 
consumi-lo. 
Segundo Villaça (1998:13), “o simples registro de transformações espaciais não é 
suficiente para caracterizar a estruturação ou a reestruturação [do espaço]”. Ou seja, não basta 
identificar as transformações físicas que ocorrem nas principais aglomerações urbanas 
brasileiras para denominá-la de reestruturação do espaço urbano, tratando-as como evidências 
das mudanças no modo de produção capitalista. Também é necessário verificar mudanças 
estruturais na vida social que justificam a mudança na lógica de consumo do espaço. 
 
∗ Trabalho apresentado no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- 
MG – Brasil, de 18-22 de Setembro de 2006. Este trabalho é parte integrante da tese de doutoramento do autor 
(2003-2007), financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 
Trabalho desenvolvido no âmbito do projeto "Dinâmica intrametropolitana e vulnerabilidade sócio-demográfica 
nas metrópoles do interior paulista", no Núcleo de Estudos de População (NEPO) em parceria com o Núcleo de 
Economia Social, Urbana e Regional (Nesur), ambos da Unicamp. 
♣ Doutorando do Programa de Pós-graduação em Demografia, Núcleo de Estudos de População 
(NEPO/UNICAMP) e Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH/UNICAMP); e-mail: 
<ojima@unicamp.br>. 
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Assim, no jogo dos riscos sociais, muitas vezes, a expansão de áreas urbanas se torna 
uma disputa por qualidade de vida. E, portanto, a reestruturação dos espaços urbanos 
representa muito mais do que impactos econômicos da globalização ou da reestruturação 
produtiva. Trata-se de uma mudança mais ampla na esfera da reprodução social, no estilo de 
vida cotidiano. De certa forma, diz muito mais respeito às transformações na esfera do 
consumo e da vida cotidiana do que as transformações no modo de produção capitalista. 
Entre as evidências dessa mudança social está a inserção da questão ambiental. A 
valorização do meio ambiente dentro da esfera das ações sociais é, sem dúvida, uma variável 
relevante quando analisamos as mudanças recentes na estruturação urbana, pois, entre outros 
fatores, a questão ambiental passa a ser entendida como causa e efeito das decisões que 
orientam as transformações do tecido urbano. Ou seja, se por um lado temos a demanda 
crescente pela qualidade de vida urbana associada à proximidade dos artefatos ambientais, 
por outro lado temos um aumento na pressão sobre o consumo do espaço urbano. 
A bibliografia internacional acerca dos processos de expansão urbana vem apontando 
um conjunto de fatores associados aos impactos que o padrão de ocupação das áreas urbanas 
pode trazer, sendo eles desde os aspectos estéticos até impactos nos gastos públicos (consumo 
de água, energia elétrica e combustíveis fósseis, afastamento das áreas agrícolas, alocação de 
bens e serviços públicos), nos aspectos sociais (heterogeneização socioespacial, segregação 
social, aumento das distâncias diárias de locomoção) e nos aspectos ambientais (poluição da 
água e do ar, ilhas de calor, mudança nos regimes de precipitação, aumento de áreas alagáveis 
e alterações na incidência de doenças e problemas de saúde associados). 
E, embora o tema da expansão urbana não seja uma questão nova, os processos atuais 
assumem novas características. Pois, de certa maneira, o que podemos chamar de segunda 
transição urbana é uma fase em que as tendências de crescimento populacional urbano 
perdem sua força para dar lugar à acomodação dessa população dentro de seu tecido urbano. 
Assim, pode-sedizer que o conceito de periferização está relacionado à primeira transição 
urbana, quando as taxas de crescimento populacional urbano impulsionavam o crescimento 
de áreas ocupadas por assentamentos urbanos. Mas principalmente porque era um momento 
em que a polarização condensava o urbano em torno de um núcleo relativamente autônomo. 
Enfim, o que há de novo na urbanização brasileira é o fato de que a dinâmica regional 
reduz a autonomia desse núcleo e dispersa as tensões internas que garantiam sua hegemonia. 
Assim, as taxas de crescimento populacional mudam seu padrão nas principais aglomerações 
urbanas brasileiras - sobretudo, quando analisamos os antigos núcleos polarizadores e suas 
relações com o seu entorno – concomitantemente ao aumento do consumo do espaço urbano 
e a disseminação do padrão de vida e consumo metropolitano. O objetivo do presente 
trabalho é, portanto, identificar as mudanças sociais que evidenciam esta mudança estrutural 
dos padrões de consumo e da vida cotidiana que, direta ou indiretamente, alteram as relações 
entre população-meio ambiente nas aglomerações urbanas; para, então, caracterizar as 
mudanças sociodemográficas que justificam a reestruturação dos espaços urbanos, desafiando 
o futuro sustentável dessas regiões. 
A produção e o consumo social do espaço 
Dentro do debate sobre os dilemas ambientais na virada do século podemos apontar a 
relação entre urbanização e meio ambiente como uma das mais evidentes. Não podemos 
negar que é na cidade que este dilema se torna mais contundente, pois as interfaces sociais, 
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econômicas e políticas se dão com maior intensidade. Mas embora natureza e cidade sempre 
estivessem na pauta das discussões sobre a crise ambiental como partes antagônicas de um 
processo de degradação sistemática, colocar o urbano em oposição à natureza reduz 
significativamente a capacidade analítica das forças sociais intrínsecas à chamada “crise 
ambiental”. Enfim, a natureza em si não pode ser interpretada única e exclusivamente como 
áreas “intocadas”, selvagens ou naturais (em seu sentido literal). 
O ambiente é hoje mais ‘social’ do que nunca, no sentido de que está mais conectado 
a crenças, ideologias, discursos e construções sociais do que a restrições físico-materiais 
(BUTTEL et al., 2002). Assim, a percepção dos riscos ambientais se torna hoje uma das 
forças sociais definidoras das sociedades, incorporando e refletindo novos veículos de ação 
social e novos padrões estruturais nas sociedades modernas (BUTTEL, 2001: p.29-30). 
Portanto, não se trata apenas de identificar e analisar as relações entre os artefatos ambientais 
(áreas verdes, rios, ar, solo) mesclados no cenário urbano das cidades e aglomerações 
urbanas; pois o espaço urbano é uma expressão física da sociedade moderna que age e 
interage com a dinâmica socioambiental e, dessa forma, é o modo de vida urbano que 
contribui para intensificar os processos que conduzem aos dilemas ambientais. 
A dimensão ambiental e os conflitos decorrentes podem ser percebidos nos contextos 
urbanos quando uma parcela da população passa a valorizar o meio ambiente como parte 
essencial de uma determinada qualidade de vida; ou quando as ocupações urbanas, mesmo 
que ilegais, passam a ser determinadas pelo potencial risco ao meio ambiente; ou quando 
cresce o número de coletores e separadores de lixo reciclável como alternativa de geração de 
renda; ou quando, enfim, a dimensão ambiental não pode mais ser dissociada dos processos 
de decisão individual e social dentro dos contextos urbanos, onde os riscos e incertezas se 
tornam a racionalidade que determina, em última instância, a ação social. 
Segundo Smolka (1996: 136), 
decisões quanto ao ambiente construído tomadas em um passado irrevogável 
constrangem o presente, e nem sempre podem ser facilmente revertidas. E o 
mais grave, essas decisões correntes são marcadas pelas incertezas quanto ao 
seu impacto futuro (...). Ademais, essas mudanças podem, muitas vezes, 
implicar fenômenos não-antecipados. 
Assim, a questão ambiental revela um conjunto de tensões sociais que, nos dias atuais, 
se tornam mais difusas e anestesiam a capacidade de percepção do risco social. Neste 
contexto, o urbano e o meio ambiente fazem parte de um único processo e não pode ser 
tratado separadamente quando se procura discutir questões como a segregação socioespacial, 
pobreza ou qualidade de vida. Portanto, conforme o processo de urbanização se torna mais 
cristalizado, cresce o entrelaçamento dos dilemas ambientais. 
No Brasil, em um período de pouco mais de cinqüenta anos, a população urbana que 
representava cerca de 30% da população total, passou a ser de 81% no ano de 2000. E, no 
mesmo período, muitas mudanças estruturais ocorreram no cenário social, político e 
econômico. Algumas delas, claro, fortemente derivado do processo de urbanização, outras, 
viabilizadas por ela. O exemplo do Estado de São Paulo consolida tais tendências e ilustra a 
mudança estrutural que delineia processos semelhantes em outras regiões do país. 
Segundo Baeninger (2004:9), desde a década de 1970, 
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“os processos de mudanças na estrutura produtiva, especialmente, a desconcentração 
industrial a partir da Região Metropolitana de São Paulo, teve importantes desdobramentos 
no tecido urbano do interior do Estado, gerando a multiplicação de pólos industrializados 
nessa área”. 
Dessa forma, consolidaram-se novas espacialidades no processo de urbanização 
através de configurações urbano-metropolitanas diversificadas no interior paulista. E a nova 
dinâmica econômico-industrial mudou as feições da distribuição populacional no Estado ao 
longo dos últimos trinta anos da urbanização, através de fluxos migratórios intra-estaduais 
desencadeados da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em direção a pólos de atração 
regional no interior (Baeninger, 2004:9). Por outro lado, pouca importância foi direcionada 
para as mudanças nos padrões de consumo associadas às tendências desse processo de 
urbanização iniciado nos anos 1970. 
Principalmente pelo fato de que a consolidação destes espaços se dá em uma etapa do 
desenvolvimento social onde os riscos passam a assumir papel decisivo na ação social, uma 
realidade na qual 
a vida pessoal e os laços sociais que ela envolve estão profundamente 
entrelaçados com os sistemas abstratos de mais longo alcance. (...) Com a 
globalização acelerada dos últimos cinqüenta anos mais ou menos, as 
conexões entre a vida pessoal do tipo mais íntimo e mecanismos de desencaixe 
se intensificaram. Como observou Ulrich Beck: ‘O que há de mais íntimo – 
digamos, amamentar uma criança – e de mais distante, mais geral – um 
acidente nuclear na Ucrânia, política energética – estão agora, de súbito, 
diretamente conectados’ (GIDDENS, 1991). 
Há uma ordenação e reordenação reflexiva das relações sociais à luz das contínuas 
entradas de conhecimento, afetando as ações de indivíduos e grupos. De certa maneira, “a 
estrutura local não é simplesmente o que está na cena; a ‘forma visível’ do local oculta as 
relações distanciadas que determinam sua natureza” (GIDDENS, 1991). Ou seja, considera-
se que no momento atual os modelos de ação social estão cada vez mais entrelaçados e os 
processos e padrões que se desenvolvem nestas aglomerações urbano-metropolitanas 
reproduzem e assimilam contextos distanciados como os padrões de consumo globais. Por 
exemplo, a disseminação de condomínios e loteamentos fechados em Cuiabá, Manaus ou 
Belém do Pará, seguindo os mesmos padrões daqueles encontrados em São Paulo. 
O processo de globalização é muito mais abrangente do que apenas a articulação da 
economia em escala planetária. É a generalização dos modelos e padrões de consumo 
distanciados de contextos locais que transforma o espaço e evidencia novas formas urbanas. 
Segundo Lefebvre, (1999:18), é a gestação de uma sociedade urbana,uma urbanização 
completa, onde o tecido urbano se prolifera explodindo a grande cidade e dando lugar a 
“duvidosas excrescências: subúrbios, conjuntos residenciais ou complexos industriais, 
pequenos aglomerados satélites pouco diferentes de burgos urbanizados”. Enfim, 
atravessamos um momento de transição onde o meio ambiente aparece no centro da 
discussão e a segurança na vida social passa a ser guardada dentro de uma “caixa preta” 
(Giddens, 1991; Lefebvre, 1999). 
Em uma tentativa de abrir parcialmente esta caixa preta, considera-se imprescindível 
encarar a necessidade de outras abordagens teóricas e metodológicas na análise do urbano 
brasileiro. Do ponto de vista teórico, é preciso se dar conta de “uma sociedade virtualmente 
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urbana” (MONTE-MÓR, 2006:11) em que as relações de consumo se dispersam por 
extensões indefinidas do espaço e consolidam novos padrões de vida em escalas de produção 
distintas. Ou seja, o urbano se desenvolve com a dispersão do padrão de consumo e muito 
menos pelas condições de produção. 
Neste processo, as aglomerações urbano-metropolitanas que se consolidam ao longo 
dos últimos anos do século XX apresentam uma condição social distinta onde a região se 
destaca sobre as dimensões locais. Ou seja, o processo de dispersão urbana e as novas formas 
de consumo do espaço só podem ser entendidos a partir de uma escala regional, observando 
em outra escala a implosão-explosão urbana. 
Entretanto, a idéia de dispersão urbana – que parece ser a radicalização do que já 
havíamos reconhecido no tecido urbano das metrópoles brasileiras como a expansão 
periférica dos pólos tradicionais, principalmente por parte da população mais pobre em 
direção às áreas urbanas de menor valorização econômica - sob o paradigma da periferização 
urbana assume novos contornos. Pois, este novo processo de expansão periférica nas 
aglomerações urbanas inclui outras dimensões da vida social que não eram consideradas. Em 
linhas gerais, a periferização não trata necessariamente da expansão do urbano no espaço, 
mas do processo de segregação socioespacial na metrópole capitalista e, dessa forma, destaca 
o modo de produção capitalista como agente organizador do espaço urbano, deixando de lado 
as determinações sociais e culturais dos agentes sociais. 
O que há de novo no processo de dispersão urbana contemporânea é a ocupação 
descontrolada de áreas cada vez maiores para ocupar um volume populacional cada vez 
menos intenso; ou seja, uma segunda etapa no processo de urbanização onde as aglomerações 
urbanas brasileiras têm apresentado um arrefecimento nas suas taxas de crescimento 
populacional. Áreas cada vez mais extensas do seu espaço foram ocupadas, não apenas pela 
expulsão das camadas sociais mais empobrecidas como forma de segregação socioespacial, 
mas também pela generalização dessa dispersão para todas as camadas sociais sob uma nova 
orientação dos padrões de consumo. 
Uma das abordagens para se captar estas transformações na organização do espaço 
urbano é o conceito de urban sprawl (doravante sprawl) ou dispersão urbana. Mas trata-se de 
novo padrão ou de um novo paradigma para o processo de urbanização brasileiro? O termo 
sprawl tem sido alvo central de vasta produção acadêmica norte-americana, sobretudo, nos 
últimos anos do século XX. E, na maioria dos estudos, tem sido atribuída à expansão 
territorial das cidades, diminuição das densidades populacionais, aumento da dependência por 
transportes automotivos de uso individual, padrões de ocupação residencial e não-residencial 
nas regiões metropolitanas, entre outros (GALSTER et al, 2000). Trata-se da difusão da edge 
city (cidades de contorno), com a formação de verdadeiros simulacros de cidades em áreas 
distantes do contexto dos centros urbanos consolidados. Segundo Garreau (1988), primeiro a 
usar o termo edge city, essas ocupações são, sobretudo, os enclaves de alta renda onde se 
encontram as ocupações urbanas com grandes lotes residenciais e com alto padrão de 
consumo. Simbolizando o American way of life, onde algumas parcelas da população buscam 
qualidade de vida “oposta” aos valores da cidade. 
No caso brasileiro, embora ainda não haja consenso, o processo de urbanização 
apresenta sinais de mudanças importantes e significativas. O número de condomínios e 
loteamentos fechados já é expressivo e devido às suas características, a analogia com o 
padrão norte-americano é facilmente visível. Segundo Caldeira (2000), o surgimento de 
condomínios e loteamentos faz parte de um novo padrão de segregação espacial e 
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desigualdade social na cidade, substituindo aos poucos o padrão dicotômico centro-periferia 
(rico-pobre). Mas não se trata apenas de uma tendência que abrange uma pequena parcela da 
população. Pois, apesar de ter inicialmente atendido aos interesses de famílias de alta renda, 
esse padrão hoje passa a representar um modelo de consumo difundido entre todas as 
camadas sociais. Ou seja, o mercado imobiliário já passa a direcionar investimentos para 
consumidores diversificados através de empreendimentos que vão desde R$30 mil até R$3 
milhões só na Região Metropolitana de São Paulo (Embraesp, 2006). Assim, as regiões 
periféricas, distantes dos centros consolidados das aglomerações urbanas e que antes eram 
reservadas aos conjuntos habitacionais populares, passam a ser o sonho de consumo de uma 
variada parcela da população, traduzindo as aspirações de uma determinada qualidade de 
vida. 
Dispersão urbana (urban sprawl) 
Quando avançam os estudos sobre as formas distintas de expansão urbana, em meados 
da década de 1960 nos Estados Unidos, o termo “urban sprawl” emerge com um significado 
pejorativo para expressar o crescimento desordenado das aglomerações urbanas norte-
americanas. E, embora seja objeto de pesquisas que utilizam um instrumental tecnológico e 
metodológico sofisticado, o uso do termo sprawl não foi alvo de uma reflexão teórica 
aprofundada. Na maioria dos casos, está associado a um fenômeno perceptível na paisagem 
urbana, ou seja, como se fosse uma realidade óbvia dentro do senso comum, mas que, de 
certo modo, deixou de lado uma perspectiva crítica mais profunda em torno das mudanças 
estruturais da sociedade. 
Movimentos políticos e sociais 
Grande parte das referências encontradas sobre a dispersão urbana trata dos efeitos 
negativos trazidos por esse modelo de ocupação das áreas urbanas. Assim, são importantes os 
grupos políticos e sociais que defendem tal hipótese e se organizam em torno de um projeto 
de resistência. Entre os grupos que possuem um relevante arsenal argumentativo na discussão 
está o Sierra Club, o Sprawl City e o Smart Growth; todos contêm em sua agenda princípios 
relacionados à sustentabilidade ambiental, qualidade de vida e consumo consciente. De modo 
geral, o movimento de crescimento consciente (smart growth) é uma bandeira de todos e 
coloca a dispersão urbana como um dos principais vilões ao ambiente urbano, atribuindo a 
ele fatores como, por exemplo, redução de áreas verdes, congestionamento de trânsito, 
poluição atmosférica, custos para atendimento de serviços públicos, etc. A preocupação 
política não impede que as análises tenham suporte acadêmico, pois os estudos são 
conduzidos por diversas universidades e mobilizam recursos importantes no sentido de 
subsidiar a gestão urbana. Assim, surgem entre as plataformas políticas de grupos políticos, 
uma preocupação em assumir novos caminhos para o desenvolvimento urbano que seja mais 
sustentável. 
Estudos de caso – definição por exemplo 
Os estudos que dão suporte às convicções dos movimentos sociais são inúmeros e 
freqüentemente partem da avaliação da situação encontrada em aglomerações urbanas 
específicas. A maioria dos trabalhos que procuram definir as novas configurações urbanas e a 
urbanização dispersa se utilizam desta abordagem para visualizar o processo. Ou seja,a partir 
de estudos de caso, procura-se exemplificar a dispersão do urbano pelo território. 
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O caso de Los Angeles é um dos mais associados à dispersão, pois entre 1970 e 1990 
a população desta região teve uma variação de 45%, mas, no mesmo período, a área urbana 
ocupada por esta população cresceu em 300% (MEADOWS, 1999). Ou seja, os estudos de 
caso normalmente colocam em discussão o arrefecimento das taxas de crescimento 
populacional somado ao aumento significativo da área urbana, isto é, as baixas densidades 
urbanas associadas a um padrão residencial disperso. Neste sentido, podemos encontrar 
diversos estudos que mostram a mesma transformação do tecido urbano de Los Angeles 
ocorrendo em diversas regiões dos Estados Unidos e em outras regiões do mundo, inclusive 
cidades européias tradicionalmente associadas ao seu desenho urbano compacto 
(RICHARDSON & CHANG-HEE, 2004). 
De modo geral, as abordagens da dispersão urbana que se apóiam em estudos de caso, 
evidenciam o processo histórico de ocupação urbana, definindo-o como um processo de 
redução das densidades urbanas. Um dos problemas deste tipo de abordagem, embora seja 
importante para esclarecer os processos em uma escala facilmente perceptível pela opinião 
pública, é que ele não permite estudos comparativos e perde sua capacidade analítica no 
sentido de generalizar o padrão; por um lado, se utilizam de fontes de dados muitas vezes 
exclusivas para aquele contexto e, por outro, porque só conseguem demonstrar os processos 
dentro daquele contexto histórico, social e político. 
Causas e conseqüências 
Do ponto de vista metodológico, os estudos que procuram avaliar os impactos e 
conseqüências da dispersão urbana são os mais importantes, pois neles residem os principais 
desafios para a compreensão deste processo de transformação. Isso ocorre pois a partir deste 
momento os desafios teóricos de caracterização se tornam mais evidentes. O crescimento 
urbano e periférico das cidades não é nenhuma novidade; de certa forma, foi sempre assim 
que se deu o processo de ocupação humana no território. O que parece ser novo é o padrão 
dessa ocupação. Grande parte dos estudos sobre a dispersão urbana tende a confundir as 
causas com as suas conseqüências, pois muitas vezes a definição do que é a dispersão urbana 
é dado exclusivamente pelas suas causas ou conseqüências. O fato é que pouco esforço 
teórico tem sido dado para se aprofundar nas mudanças sociais que conduziram a este modelo 
de urbanização. Poucos associam o fato de que a dispersão urbana é muito mais um processo 
do que uma condição; enfim, a dispersão urbana não faz sentido se não for entendida sob uma 
perspectiva comparativa. 
Entre as causas e conseqüências apontadas por estes estudos podemos encontrar: 
• maiores distâncias para a cobertura dos serviços públicos (segurança, educação, 
saúde, etc.); 
• agravamento dos conflitos sociais através do aumento da segregação 
socioespacial; 
• maior consumo de recursos naturais (água, energia elétrica e combustíveis 
fósseis); 
• aumento da poluição atmosférica; 
• crescimento da demanda por transporte automotivo individual; 
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• congestionamentos e maior consumo do tempo médio das viagens diárias; 
• maior incidência de alguns problemas de saúde e causas de óbito (obesidade, 
acidentes de trânsito, problemas respiratórios, enfermidades tipicamente rurais, 
etc.). 
Formas de mensuração 
Finalmente, como podemos saber se este processo realmente está ocorrendo nas 
aglomerações urbanas do mundo? Somado ao desafio de entender a dispersão urbana 
enquanto um processo que faz parte de uma mudança social, ganham importância os estudos 
que procuram identificar as evidências empíricas deste processo no tecido urbano 
contemporâneo, sobretudo, para que possam ser usados como parâmetro de comparação entre 
diferentes regiões. Para isso são muitas as referências que trabalham com indicadores a partir 
das mais variadas perspectivas e abordagens instrumentais. A densidade é o indicador mais 
utilizado em todos os estudos que procuram quantificar a dispersão urbana; entretanto, é 
importante que sejam consideradas as densidades populacionais e residenciais urbanas. Com 
a incorporação dos Sistemas de Informação Geográficas (SIG) nos estudos urbanos, tornou-se 
possível compatibilizar imagens de satélite e informações espaciais e socioeconômicas com 
uma precisão até então nunca utilizada. Dessa forma, passou a ser possível qualificar a 
dispersão urbana, além de apenas quantificá-lo. 
Isso porque os impactos descritos pelos estudos de caso mostram que a dispersão 
urbana pode ser distinta não apenas em termos do aumento da área urbanizada em relação ao 
crescimento populacional, mas também pelos desenhos e funções dos espaços intra-urbanos. 
Isso quer dizer que duas regiões com densidades urbanas semelhantes vão apresentar 
impactos da forma urbana distintos se o seu tecido urbano for mais ou menos desconectado 
ou se a diversidade das atividades urbanas forem mais ou menos acentuadas. 
Assim, valendo-se de SIG, os estudos mais recentes sobre a dispersão urbana incluem 
a variável espacial nas análises e, dessa forma, incorporam uma dimensão até então pouco 
considerada nos estudos urbanos. 
 
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Figura 1 
Diagrama ilustrativo de distintas formas e mesma densidade urbana 
Em termos espaciais, a análise da cidade moderna sempre foi confundida com a 
análise da cidade industrial monocêntrica (diagramas 1 e 2); neste modelo, as dicotomias 
centro-periferia e rico-pobre se destacam como expressões mais freqüentes e ratificam a 
homogeneidade no espaço intra-urbano. Entretanto, se o modelo da cidade monocêntrica foi 
um dia o principal modelo de ocupação urbano, hoje parece haver um novo cenário 
(diagrama 3). Ou seja, o urbano contemporâneo assume uma estruturação cada vez mais 
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complexa, sobretudo, pela ramificação das redes urbanas, a integração dos fluxos 
econômicos, a intensificação dos fluxos de mobilidade populacional e a mudança nos padrões 
de consumo. Assim, uma aglomeração pode assumir distintas formas de se dispersar no 
espaço e, por suposto, essas diferentes formas podem assumir impactos sociais e ambientais 
diferenciados. 
Entre os impactos mais evidentes desta dispersão pulverizada do urbano está a 
fragmentação das áreas. E, na busca pela qualidade de vida próxima à natureza, o urbano se 
posiciona em recortes fragmentados, recortando os espaços intermediários sem a preocupação 
da contigüidade necessária aos processos naturais. Assim, o risco se dispersa e a todos resta 
pouco daquela suposta qualidade. 
Evidências da dispersão: o caso paulista 
Embora o conceito de sprawl ainda esteja em processo de construção conceitual, 
possui características que o diferenciam do conceito de periferização amplamente comentado 
na literatura brasileira. Entre as distinções, a mais relevante para o estudo das mudanças 
ambientais está a estreita vinculação espacial, não apropriada pelos estudos brasileiros. Em 
termos gerais, a periferização da população urbana brasileira esteve sempre vinculada a um 
simultâneo processo de segregação e exclusão social e, desse modo, concentraram-se os 
esforços teóricos e metodológicos para compreender estes processos. Assim, justifica-se 
porque, embora a problemática ambiental seja parte dos estudos urbanos, poucos tenham se 
concentrado em torno das dimensões formais da cidade para entender os processos de 
deterioração da qualidade de vida. 
Como se salientou anteriormente, o Brasil deixou de ser uma sociedade tipicamente 
rural em período de tempo muito curto; pois, entre 1950 e 1980, a população urbana 
aumentou em 61,5 milhões de pessoas, ou seja, uma variação percentual de 328%. Este 
período que chamaremos de primeira transição urbana, momento em que a população urbana 
superaa população rural e o grau de urbanização (quociente entre a população urbana pela 
população total) ultrapassa os 50%, ocorre no Brasil em meados da década de 1960. E é neste 
mesmo momento que a população rural não apenas perde seu peso relativo no total da 
população, mas também passa a apresentar uma redução absoluta. 
Embora os dados oficiais sejam definidos através de legislação municipal específica e, 
portanto, possuam suas limitações em termos de critérios, é preciso explorá-los antes de 
buscar formas alternativas de mensuração das áreas urbanas, bem como a definição do que 
vem a ser uma área urbana. Neste sentido, não são poucas as pesquisas que criticam os 
padrões utilizados para a definição das áreas urbanas2. 
 
2 Para se ter uma idéia, os critérios do que é considerado urbano são muito distintos entre os países. Em geral, 
segundo avaliações das Nações Unidas (UNITED NATIONS, 1998), os critérios de ‘urbano’ podem ser 
classificados em pelo menos três tipos: 1) tamanho das localidades; 2) classificação dos centros administrativos 
e 3) classificação dos centros administrativos de acordo com critérios selecionados (tipo de governo local, 
número de habitantes ou proporção da população em atividades tipicamente agrícolas). Países como a Albania 
consideram urbanas as localidades (cidades, vilas, etc) com pelo menos 400 habitantes enquanto que na Austria 
o limite inferior é de 5 mil. Na Bulgária, são as áreas constituídas legalmente independentemente do tamanho; 
em Israel são os centros predominantemente não-agrícolas; na Suécia são consideradas as áreas onde não hajam 
distâncias superiores a 200 metros entre as residências e no Japão são consideradas as municipalidades com 
mais de 50 mil habitantes desde que possuam pelo menos 60% das residências em áreas antropizadas e pelo 
 11
Gráfico 1 
Grau de urbanização, população urbana e rural, Brasil – 1950 a 2000 
36,2
45,1
55,9
67,6
81,2
75,6
-
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
1950 1960 1970 1980 1991 2000
M
ilh
õe
s
Ano
Habitantes
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
% de população 
urbana
Grau de Urbanização População Urbana População Rural 
Fonte: IBGE – Censos Demográficos 1950, 1960, 1970,1980, 1991 e 2000. 
No Brasil, toda sede de município ou distrito é considerada como área urbana, sendo 
tais perímetros definidos por legislação municipal. Ou seja, a classificação das áreas urbanas 
é atribuída aos municípios a partir de um critério político-administrativo. Mas, considerando 
essa limitação dos dados, a disponibilidade de informações mais detalhadas sobre as áreas 
urbanas no Brasil depende de estudos que utilizam ferramentas de sensoriamento remoto e 
SIG e a sua viabilidade técnica ainda é limitada pelo alto custo das imagens de satélite para 
um estudo comparativo de grande abrangência. Neste sentido, como forma de introduzir o 
debate sobre a reestruturação do espaço urbano, optou-se – neste trabalho – por fontes de 
dados secundários que permitam generalizar os modelos para um conjunto maior de 
localidades. 
Mobilidade e padrões de vida 
Considerando a população em áreas urbanas, destaca-se entre as principais evidências 
dessa dispersão urbana a alta mobilidade populacional. Uma boa aproximação da grande 
mobilidade que caracteriza a urbanização recente pode ser obtida através dos dados de 
deslocamento pendular3 coletadas no Censo Demográfico. Tal informação é um importante 
indicador de integração regional e tem sido alvo de pesquisas no Brasil desde a década de 70, 
principalmente em razão da demanda por definições das regiões metropolitanas. Entretanto, 
 
menos 60% dos habitantes empregados em atividades industriais, comerciais ou demais atividades tipicamente 
urbanas. 
3 Deslocamento diário de pessoas em relação ao seu município de residência e o município de trabalho ou 
estudo. 
 12
foi só mais recentemente, a partir da divulgação dos resultados do Censo 2000, que passou a 
ser mais explorado em termos analíticos4. 
Em termos de padrões de consumo, esta mobilidade pode ser relacionada a pelo 
menos dois processos distintos e concorrentes. Um deles é a melhoria da qualidade dos 
sistemas viários de transporte, fornecendo subsídios importantes para que a expectativa de 
mobilidade se realizasse com mais facilidade; de certa forma, quando as condições materiais 
para a realização plena (ou semiplena) de mobilidade espacial se satisfazem, emergem outro 
processo como causa e conseqüência: a consolidação do uso de veículos de transporte, 
sobretudo aqueles de uso particular. 
Tabela 1 
Percentual da população urbana que trabalha ou estuda em outro município, por 
aglomerações urbanas, Estado de São Paulo - 2000 
Mesma aglomeração Fora da aglomeração Total
Jundiaí 7,2 4,0 11,2
Baixada Santista 7,2 1,9 9,1
Campinas 6,3 1,7 8,0
São Paulo 6,0 0,6 6,6
Guaratinguetá/Aparecida 3,1 2,8 5,9
Moji-guaçu/Moji-mirim 2,5 2,8 5,3
Sorocaba 3,4 1,8 5,2
São José dos Campos 3,0 1,5 4,5
Ribeirão Preto 2,3 1,4 3,7
Limeira 0,8 2,0 2,8
São José do Rio Preto 1,4 1,4 2,8
Araçatuba 0,7 1,8 2,5
Araraquara/São Carlos 0,3 1,9 2,2
Outros municípios 2,9 1,4 4,3
Aglomeração urbana Estuda ou trabalha em outro município
 
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 (tabulações especiais do autor) 
A Tabela 1Tabela 1 ilustra a importância do fenômeno nas aglomerações urbanas5 do 
Estado de São Paulo. São Paulo é o estado onde ocorre o maior volume de deslocamentos 
 
4 A informação não foi incluída no Censo de 1991. 
5 Para fins analíticos foram consideradas neste estudo as aglomerações urbanas definidas pela pesquisa 
“Características e tendências da rede urbana no Brasil” (IPEA/IBGE/UNICAMP, NESUR-IE). Sendo 
consideradas 13 aglomerações no Estado de São Paulo: São Paulo: Arujá, Atibaia, Barueri, Biritiba-Mirim, 
Cabreúva, Caieiras, Cajamar, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu, Embu-Guaçu, Ferraz de Vasconcelos, 
Francisco Morato, Franco da Rocha, Guararema, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, 
Jandira, Juquitiba, Mairiporã, Mauá, Mogi das Cruzes, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Ribeirão Pires, Rio 
Grande da Serra, Salesópolis, Santa Branca, Santa Isabel, Santana de Parnaíba, Santo André, São Bernardo do 
Campo, São Caetano do Sul, São Lourenço da Serra, São Paulo, Suzano, Taboão da Serra e Vargem Grande 
Paulista; Baixada Santísta: Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e 
São Vicente; Campinas: Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, 
Hortolândia, Indaiatuba, Jaguariúna, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d'Oeste, Santo Antônio de 
Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo; Araçatuba: Araçatuba e Birigui; Araraquara/São Carlos: Araraquara e 
São Carlos; Guaratinguetá/Aparecida: Aparecida, Cachoeira Paulista, Canas, Guaratinguetá, Lorena e 
Piquete; Jundiaí: Campo Limpo Paulista, Itupeva, Jundiaí, Louveira e Várzea Paulista; Limeira: Araras, 
Cordeirópolis, Iracemápolis, Leme, Limeira e Rio Claro; Mogi-Guaçu/Mogi-Mirim: Itapira, Mogi Guaçu, Moji 
Mirim e Estiva Gerbi; Ribeirão Preto: Barrinha, Cravinhos, Dumont, Guatapará, Pradópolis, Ribeirão Preto, 
Serrana e Sertãozinho; São José do Rio Preto: Bady Bassitt, Mirassol e São José do Rio Preto; São José dos 
Campos: Caçapava, Jacareí, Pindamonhangaba, São José dos Campos, Taubaté e Tremembé; Sorocaba: 
Alumínio, Iperó, Itu, Mairinque, Salto, Salto de Pirapora, São Roque, Sorocaba e Votorantim. 
 13
pendulares, totalizando mais de 2 milhões de pessoas, o que representa quase30% do total do 
país e cerca de 6% da população urbana do Estado. Mas a importância do fenômeno se 
destaca dentro das aglomerações urbanas, pois os deslocamentos representam 
aproximadamente 5 vezes mais do que a soma dos movimentos entre os demais municípios 
que não fazem parte de aglomerações urbanas. Cabe ressaltar que, apesar da aglomeração de 
São Paulo possuir o maior volume absoluto, a sua participação no volume total da população 
é relativamente baixa se comparado com outras aglomerações de consolidação recente como 
Campinas, Baixada Santísta e Jundiaí. 
Mapa 1 
Percentual da população urbana que trabalha ou estuda em outro município, por 
municípios do Estado de São Paulo - 2000 
 
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 (tabulações especiais do autor). 
Os deslocamentos pendulares intra-aglomerações urbanas superam os inter-
aglomerações por um fator de 3,5. A dispersão urbana favorece, assim, o aumento na 
demanda por veículos (em especial, automóveis) e coloca em discussão a sustentabilidade 
deste tipo de urbanização. Em parte como conseqüência dessa mobilidade, as aglomerações 
paulistas apresentam uma relação automóvel por habitante muito maior que o encontrado nos 
demais municípios. Como podemos ver na Tabela 2Tabela 2, apenas duas aglomerações 
urbanas possuem uma razão veículo por pessoa menores do que a observada no conjunto dos 
demais municípios. E, novamente, faz-se destaque para o caso do município de São Paulo 
que apesar da desproporcional frota de veículos (mais de 4,5 milhões), não figura entre as 
maiores proporções veículo/habitante. 
Essa expansão da área de influência direta de interação, em cada aglomeração urbana, 
é o que chamamos aqui de mudança no padrão de consumo do espaço urbano. Ou seja, ao 
mesmo tempo em que deslocam as relações espaço-tempo dentro da racionalidade individual, 
tais alterações se refletem no espaço urbano. Assim, o consumo do espaço se dá em um modo 
Legenda
0,41 - 6,05
6,06 - 12,94
12,95 - 26,22
Legenda
0,41 - 6,05
6,06 - 12,94
12,95 - 26,22
 14
de vida metropolitano6, ampliando o circuito onde as atividades cotidianas ocorrem. A 
urbanização dispersa se caracteriza, portanto, pela desconexão do espaço das atividades 
cotidianas. 
Tabela 2 
Número médio de veículos por cem habitantes urbanos, aglomerações urbanas do 
Estado de São Paulo – 2000/20027 
Aglomeração Urbana Automóveis Motocicletas e similares Ônibus Microônibus Total
São José do Rio Preto 28,56 10,05 0,23 4,34 43,17
Araçatuba 22,22 14,52 0,25 3,50 40,48
Araraquara/São Carlos 28,44 6,49 0,28 3,79 39,01
Ribeirão Preto 26,34 7,72 0,28 3,95 38,29
Campinas 28,42 5,09 0,28 3,89 37,68
Jundiaí 27,72 5,24 0,17 4,04 37,17
Limeira 24,89 8,21 0,23 3,67 37,00
Moji-Guaçu/Moji-Mirim 23,34 8,99 0,35 3,59 36,27
São Paulo 26,05 2,63 0,24 3,50 32,42
Sorocaba 24,01 4,70 0,19 3,27 32,17
São José dos Campos 23,79 4,32 0,17 3,02 31,29
Guaratinguetá/Aparecida 18,69 4,12 0,32 2,83 25,96
Baixada Santista 14,29 4,53 0,15 1,85 20,81
Outros municípios 20,93 5,39 0,27 3,55 30,14
Total 24,33 4,13 0,24 3,47 32,17 
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 (tabulações especiais do autor); Fundação SEADE. 
Neste processo, áreas mais extensas do território passam a fazer parte de um mesmo 
processo econômico, social, cultural e ambiental e, dessa forma, reduz-se a densidade 
populacional urbana. Pois o caráter limitador da distância se reduz significativamente e o 
esquema da cidade mononuclear perde seu potencial econômico. A urbanização dispersa diz 
respeito a uma cidade complexa, fragmentada e polinucleada. 
Densidade urbana 
A partir da bibliografia comentada anteriormente, as densidades urbanas constituem-
se como um importante indicador do grau de dispersão urbana. Segundo esta perspectiva, as 
aglomerações urbanas recentes têm apresentado uma mudança na relação entre população 
urbana e a área ocupada por assentamentos urbanos, mudança que se refere a um novo 
processo de consumo dos espaços urbanos. 
No sentido de caracterizar este processo no território, buscou-se estimar as densidades 
urbanas para os municípios do Estado de São Paulo utilizando-se das malhas digitais de 
setores censitários rurais disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) e partindo-se das categorias de classificação dos setores segundo situação de 
domicílio. A malha digital disponível no IBGE, “retrata a divisão político-administrativa do 
período em que foi realizada a coleta do Censo 2000, e está estruturada para utilização em 
Sistemas de Informação Geográfica – SIG, espelhando a situação vigente na data de 
referência do Censo Demográfico – 01/08/2000” (IBGE, 2000) e traz a informação da área de 
 
6 O termo metropolitano aqui é usado sem a referência das Regiões Metropolitanas Oficiais; trata-se de um 
modo de vida orientado para o contexto regional e supra-municipal. 
7 A informação sobre a frota de veículos corresponde ao ano de 2002. 
 15
cada setor censitário segundo situação (rural e urbano8). Assim, é possível estimar as áreas de 
cada subdivisão espacial a partir dos polígonos, somando-se as áreas (em km2) dos setores 
censitários classificados como urbanos. Além disso, neste caso em particular, foram 
adicionados ainda os setores classificados como “Rural – Extensão urbana”, por se considerar 
que esta categoria se situa dentro da discussão da dispersão urbana. 
Mapa 2 – Setores censitários urbanizados e rurais – Estado de São Paulo, 2000. 
 
Fonte: IBGE, Malha de Setor Censitário Rural Digital do Brasil – 2000. 
 
8 Área urbanizada de vila ou cidade: Setor urbano situado em áreas legalmente definidas como urbanas, 
caracterizadas por construções, arruamentos e intensa ocupação humana; áreas afetadas por transformações 
decorrentes do desenvolvimento urbano e aquelas reservadas à expansão urbana; Área não urbanizada de vila 
ou cidade: Setor urbano situado em áreas localizadas dentro do perímetro urbano de cidades e vilas reservadas à 
expansão urbana ou em processo de urbanização; áreas legalmente definidas como urbanas, mas caracterizadas 
por ocupação predominantemente de caráter rural; Área urbanizada isolada: Setor urbano situado em áreas 
definidas por lei municipal e separadas da sede municipal ou distrital por área rural ou por um outro limite legal; 
Rural - extensão urbana: Setor rural situado em assentamentos situados em área externa ao perímetro urbano 
legal, mas desenvolvidos a partir de uma cidade ou vila, ou por elas englobados em sua extensão; Rural – 
povoado: Setor rural situado em aglomerado rural isolado sem caráter privado ou empresarial, ou seja, não 
vinculado a um único proprietário do solo (empresa agrícola, indústria, usina etc.), cujos moradores exercem 
atividades econômicas no próprio aglomerado ou fora dele. Caracteriza-se pela existência de um número 
mínimo de serviços ou equipamentos para atendimento aos moradores do próprio aglomerado ou de áreas rurais 
próximas; Rural – núcleo: Setor rural situado em aglomerado rural isolado, vinculado a um único proprietário 
do solo (empresa agrícola, indústria, usina etc.), privado ou empresarial, dispondo ou não dos serviços ou 
equipamentos definidores dos povoados; Rural - outros aglomerados: Setor rural situado em outros tipos de 
aglomerados rurais, que não dispõem, no todo ou em parte, dos serviços ou equipamentos definidores dos 
povoados, e que não estão vinculados a um único proprietário (empresa agrícola, indústria, usina etc.); Rural - 
exclusive os aglomerados rurais: Setor rural situado em área externa ao perímetro urbano, exclusive as áreas 
de aglomerado rural. 
Setores censitários urbanizados
Setores censitários rurais
Setores censitários urbanizados
Setores censitários rurais
 16
O Mapa 2Mapa 2 ilustra as áreas classificadascomo urbanas na ocasião do Censo 
Demográfico 2000 e mostra que, apesar de ser o Estado com o maior grau de urbanização, 
apenas uma pequena parcela do território é urbanizada. Ou seja, dos aproximadamente 250 
mil km2 do Estado, apenas 7,1% dele é ocupado por áreas classificadas como urbanas. Ou 
seja, mais de 90% da população total de São Paulo vive em apenas cerca de 7% da área total, 
o que aponta para elevadas densidades populacionais urbanas. 
Entre os 645 municípios paulistas existentes em 2000, o que apresentava a menor área 
urbana era o município de Guarani d’Oeste com uma área de 0,104 km2 e o de maior, o 
município de São Paulo, com 953,076 km2. A grande maioria dos municípios possui apenas 
uma pequena parcela de sua área total classificada como urbana, sendo que 80% dos 
municípios possuem não mais do que 10% da sua área total urbanizada. A densidade 
populacional urbana média para o Estado é de aproximadamente 2000 habitantes por km2 e 
representa melhor a condição eminentemente urbana, principalmente se comparada à 
densidade populacional total, que não raramente é utilizada nas caracterizações do território9. 
Tabela 33 
Densidade populacional urbana por aglomerado urbano, Estado de São Paulo - 2000 
Aglomeração Urbana Densidade Urbana
São Paulo 3.967
São José do Rio Preto 3.246
Araraquara/São Carlos 2.368
Araçatuba 2.321
Limeira 2.267
Ribeirão Preto 2.005
Moji-Guaçu/Moji-Mirim 1.991
Guaratinguetá/Aparecida 1.897
Jundiaí 1.805
Campinas 1.796
Sorocaba 1.681
São José dos Campos 1.348
Baixada Santista 1.321 
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 (tabulações especiais do autor); Malha de Setor Censitário Rural Digital 
do Brasil. 
Entretanto, quando se analisam as densidades populacionais urbanas dentro dos 
aglomerados urbanos, há diferenciais importantes. São Paulo apresenta uma das mais altas 
densidades urbanas, chegando a aproximadamente 4 mil habitantes por km2, enquanto que a 
Baixada Santista apresenta valores bem inferiores, com cerca de 1,3 mil habitantes por km2. 
Assim, o uso destas informações permitiria elaborar um quadro de referência para 
análises comparativas e identificar as áreas de maior dispersão urbana. Neste sentido, 
acompanhando a literatura internacional, áreas com menores densidades urbanas dizem 
respeito àquelas com maior dispersão, por conter um volume menor de pessoas vivendo em 
áreas consideradas urbanizadas. Ou seja, a região da Baixada Santista, que possui um alto 
percentual de sua população urbana realizando movimentos pendulares (7,2%), apresenta 
também uma baixa densidade populacional urbana, dando indícios de que a ocupação da 
região é dada de forma dispersa quando considerada a região como um todo. O caso santista é 
exemplar, pois o município de Santos possui uma densidade urbana muito elevada, sugerindo 
uma verticalização intensa, entretanto, ao se abordar a dinâmica demográfica regional, 
 
9 A densidade populacional considerada a área total do Estado é de cerca de 150 habitantes por km2. 
 17
percebe-se que existe uma dispersão urbana mais acentuada que em outras aglomerações de 
Estado. A situação especial de Cubatão, grande empregador da região mas que atrai poucos 
residentes, gerando uma notável pendularidade intra e inter-aglomeração, foi dos poucos 
casos estudados com os dados do censo de 1980 (Hogan, 1993) e merece ser estudado 
novamente. 
Considerações finais 
Embora não tenhamos abordado a questão em uma perspectiva temporal, esta relação 
parece ser importante no sentido de avaliar se o aumento da mobilidade pendular teria alguma 
relação com a variação no tamanho da frota de veículos nas aglomerações paulistas ou ainda 
na diminuição das densidades populacionais urbanas. Neste sentido, o aprofundamento das 
análises poderia ser realizado através da incorporação de uma comparação entre dois pontos 
no tempo. 
Assim, apesar do caráter preliminar desta análise, o trabalho pretendeu chamar a 
atenção para a questão da dispersão urbana enquanto um processo em curso e que ainda 
carece de maior aprofundamento teórico e metodológico. Do ponto de vista teórico, 
procurou-se destacar a importância de se incorporar a dimensão do consumo do espaço para 
poder entender porque mudam as expressões espaciais nas aglomerações urbanas. Ou seja, os 
movimentos pendulares e o aumento na frota de veículos destacados entre outras variáveis, 
dão sinais de que as formas de se consumir o espaço dentro do modo de vida metropolitano é 
diferenciado e ele reproduz o distanciamento das relações sociais apontadas como 
conseqüências da modernidade (GIDDENS, 1991). Se como apontado por Baeninger (2004), 
“as mudanças no paradigma da indústria (...) já revelaram o deslocamento do eixo explicativo 
da migração via industrialização”, assim também se coloca a explicação da dinâmica 
demográfica dentro dos contextos urbanos. Portanto, se a esfera da “produção” perde cada 
vez mais seu caráter explicativo, porque não empreender esforços no sentido do “consumo” 
do espaço para entender as novas territorialidades que se constituem no processo de 
reestruturação urbana contemporâneo? 
Da mesma forma, se a urbanização se dispersa no território, ela ocupa áreas cada vez 
mais extensas e compromete cada vez mais o meio ambiente. Assim, a urbanização dispersa é 
um importante limitador para uma urbanização sustentável, pois embora seja criada em 
função de uma perspectiva de maior proximidade da qualidade de vida, essa dispersão 
consome os espaços com uma voracidade mais agressiva. Apesar de desejarmos viver em 
meio aos bosques e campos verdejantes, não deixamos de querer as facilidades que o urbano 
oferece, portanto buscamos nosso lugar ao sol sem que as conseqüências sejam calculadas 
para o conjunto da sociedade. Aqueles que possuem poder de decisão fogem dos riscos sem 
calcular a possibilidade dos efeitos colaterais dessa busca. 
Quanto aos aspectos metodológicos e instrumentais, é preciso avançar nas fontes de 
dados que permitam avaliar o padrão e a intensidade em que se dão os novos processos de 
consumo do espaço. As ferramentas de SIG e sensoriamento remoto possuem um potencial 
vasto, mas ainda são limitadas as fontes que viabilizam pesquisas de maior amplitude tanto 
pela demanda de um aperfeiçoamento técnico quanto pela viabilidade financeira de tais 
recursos. Assim, a popularização gradual deste tipo de ferramentas permitiria ir além do 
mapeamento temático de informações sociodemográficas, para efetivamente permitir a 
construção de novas variáveis para a compreensão do espaço enquanto produto social e, 
conseqüentemente, avaliar suas formas de consumo, ou seja, suas expressões físicas. 
 18
Enfim, como todo trabalho em andamento, não se encerram as respostas, abrem-se 
novas. Portanto, nada melhor do que finalizar com uma nova pergunta: Será a urbanização 
sustentável aquela que busca atender a qualidade de vida desejada por todos, próximo ao 
campo e longe do cinza da cidade, em uma urbanização dispersa que corrói o espaço? Ou 
será aquela cidade compacta, verticalizada, onde o verde está distante, mas ao menos está lá? 
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