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ergonomia - alunos (1)

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Universidade Federal de Pelotas
Faculdade de Odontologia
Unidade Pré-Clínica I
 
ERGONOMIA
NA ODONTOLOGIA
 Prof. Marcos Pacce
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CIÊNCIA 
E
TECNOLOGIA
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TRABALHO COMO NEGATIVIDADE:
 Tripalium (três paus), instrumento de tortura. Em todas as línguas aparece como significado de labor, também carrega sentido à dor e ao sofrimento. (Harendt, H. 1983).
“O desgaste físico provocado pelo trabalho e a subordinação às suas atividades rotineiras p/ a reprodução da existência embrutecem o homem e lhe tiram a capacidade de pensar”. (Aristóteles – Tratado da Política, 1992). 
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TRABALHO COMO POSITIVIDADE: Calvino e Lutero justificavam-no como resgate da alma. (clero e burguesia na colonização do novo mundo). 
LOGOS, 1989.
Após isto, o trabalho sempre esteve ligado à propriedade privada e ao acúmulo de capital.
“A principal diferença entre a abelha e o melhor arquiteto está na pretensão deste último” Marx, K. O Capital, (1982). 
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INSRUMENTOS DE TRABALHO: O pau, a pedra, o machado, o arco e a flecha, a roda, a pólvora, a máquina... sonda, pinça.
A separação entre patrões e empregados e a revolução industrial introduziram nos processos de trabalho a disciplina do tempo e do uso do corpo = a produtividade. (Marx, K. O Capital, 1982).
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TEMPO E O USO DO CORPO: Ergonomia
Ergon= trabalho 
Nomos= norma, regra 
Surge em 1857 na Inglaterra.
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ERGONOMIA
1857 na Inglaterra
Ergonomia das palavras gregas: 
ergon (trabalho) e nomos (normas, regras) 
(DUL e NEERDMEESTER, 1995). 
A Ergonomia pode ser entendida como “... o estudo científico da relação entre o homem e seu ambiente de trabalho” (PALMER, 1976, p. 05)
 e tem sido aplicada em projetos de máquinas, equipamentos, materiais, métodos e organização do trabalho, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência dos trabalhadores. 
Racionalização, Produção, Conforto.
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ERGONOMIA
A ergonomia fundamenta-se na atuação e na pesquisa interdisciplinar e transdisciplinar, envolvendo áreas como a antropometria, biomecânica, ritmos biológicos (cronologia) fisiologia, psicologia, toxicologia, engenharia mecânica, desenho industrial, eletrônica, informática e gerencia industrial. 
(COSTA, 1977; DUL e NEERDMEESTER, 1995 e MORAES, 1998). 
A partir dos conhecimentos oriundos destas áreas, tem sido desenvolvidos métodos e técnicas específicos para aplicação no aprimoramento do trabalho individual e coletivo.
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ERGONOMIA
A necessidade do avanço de estudos na área de Ergonomia surgiu em função do aumento da ocorrência de distúrbios de natureza física e psicológica em trabalhadores. 
Por ex. a postura sentada causa uma pressão de cerca de 150 kg no terceiro disco lombar (KNOPLICH, 1980). 
Portanto, é compreensível o aparecimento de lombalgias em digitadores, telefonistas e outros profissionais que operam muito tempo sentados (DENTISTAS), especialmente em mobiliários não projetados ergonomicamente. (COUTO 1998).
Posturas ou movimentos inadequados produzem tensões mecânicas nos músculos, ligamentos e articulações, resultando em dores no pescoço, costas, ombros, punhos e outras partes do sistema esquelético acarretando também estresse.
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ERGONOMIA
Conceitos como LER - Lesões por Esforços Repetitivos e 
DORT - Distúrbios Ósteo-musculares Relacionados ao Trabalho tem-se tornado cada vez mais freqüentes em fábricas e postos de trabalho em geral. 
O termo LER é definido por Browne, como 
“Doenças músculo-tendinosas dos membros superiores, ombros e pescoço, causadas pela sobrecarga de um grupo muscular particular, devido ao uso repetitivo ou pela manutenção de posturas contraídas, que resultam em dor, fadiga e declínio do desempenho profissional”. 
Há portanto, devido a isso, a deteriorização da Qualidade de Vida. 
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ERGONOMIA na odontologia
 Na odontologia, a Ergonomia foi fortemente incorporada a partir de alguns eventos históricos como: 
 a fabricação da primeira cadeira do tipo “relax” por AlbertTompson, baseada em cadeiras de pilotos de avião de bombardeios; 
 o protótipo do primeiro mocho rodante corretamente, que possuía cinco rodízios; 
 a disponibilização do primeiro sistema de sucção. 
Esta tríade basicamente inaugurou uma nova era no que diz respeito à incorporação de conceitos ergonômicos aos equipamentos odontológicos, muito embora anteriormente algumas iniciativas foram registradas, porém de maneira isolada e artesanal.
(BARROS, 1991). 
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ERGONOMIA na odontologia
Na prática profissional do cirurgião-dentista a sala clínica pode ser considerada o seu posto de trabalho. 
O enfoque ergonômico do posto de trabalho está no fato de adequá-lo às características psicofisiológicas do CD, reduzindo as exigências biomecânicas posturais, procurando colocá-lo em uma boa postura de trabalho, adequando os equipamentos, ferramentas e objetos ao alcance dos movimentos corporais. (SANTOS, 1991).
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No desenho de equipamentos e sistemas computorizados, de modo 
a que sejam mais fáceis de utilizar e que haja menor probabilidade 
de ocorrência de erros durante a sua operação - particularmente 
importante nas salas de controlo, onde existe uma elevada carga de stress. 
Na definição de tarefas de modo a que sejam eficientes e tenham em conta as 
necessidades humanas, tais como, pausas para descanso e turnos de trabalho 
sensíveis, bem como outros factores, tais como recompensas intrínsecas 
do trabalho em si. 
No desenho de equipamentos e organização do trabalho de modo a melhorar a 
postura e aliviar a carga de trabalho no corpo, reduzindo assim as 
Lesões Músculo-Esqueléticas do Membro Superior e as Lesões resultantes 
de Trabalho Repetitivo. 
USO DA ERGONOMIA
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Na arquitectura da informação, de modo a que a interpretação e uso de guias, 
sinais, e ecrãs seja mais fácil e sem ocorrência de erros. 
Na criação de acções de formação para que todos os aspectos do trabalho sejam 
compreendidos pelos trabalhadores 
No desenho de equipamento militar e espacial - casos extremos de resistência 
do corpo humano 
Na concepção de ambientes de trabalho, incluindo a iluminação e a temperatura
 ambiente, de modo a satisfazer as necessidades dos utilizadores e das tarefas
 executadas. Onde seja necessário, na concepção de equipamentos de protecção
 individual para o trabalho em ambientes hostis. 
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É uma ciência multi-disciplinar que usa conhecimentos de várias ciências, 
tais como: anatomia, antropometria, biomecânica fisiologia, psicologia, etc…
A Ergonomia usa os conhecimentos adquiridos das habilidades e capacidades 
humanas e estuda as limitações dos sistemas, organizações, atividades, máquinas, 
ferramentas, e produtos de consumo de modo a torná-los mais seguros, eficientes, 
e confortáveis para uso humano.
A ERGONOMIA
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É possível trabalhar sem que se produza um conflito entre a saúde e a produção? 
A Ergonomia, uma disciplina que visa a adaptação do trabalho ao homem, prova 
que sim, contribuindo para a definição das situações em que os seres humanos e 
as máquinas interagem no sentido de alcançar os objectivos de produção, qualidade 
e fiabilidade com o máximo de segurança e de bem-estar físico, mental, psíquico e
 social. A Ergonomia é uma disciplina de mudança e de transformação, que se 
caracteriza pelo seu papel dinâmico no mundo empresarial. 
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ERGONOMIA:
 “Conjunto de investigações científicas da interação entre o homem e o seu ambiente de trabalho, incluindo máquinas, ferramentas e materiais, métodos e organização do trabalho individual e coletivo” (Murrelli, 1997).
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OBJETIVOS:
 Racionalização, adaptação, produção e conforto. 
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 Ambiente de trabalho: 
Materiais, água, esgoto, eletricidade, ar comprimido, esterilização, acústica, mobiliário,
cores, dimensões, iluminação, decoração.
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 POSIÇÕES DE TRABALHO 
 
 DO CD E DOS AUXILIARES 
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Posição supino
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Equipo odontológico e seus componentes: a) cadeira odontológica; b)
equipo de trabalho (tipo bandeja) com peças de mão e seringa tríplice; c)
refletor; d) unidade suctora e cuspideira; e) pedal de
acionamento das peças de mão; e f) mocho odontológico.
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ERGONOMIA na odontologia
Mocho Odontológico
deve ter altura ajustável; 
as dimensões do assento deveriam ser: largura, 40-45cm				 profundidade, 38-42cm.
a borda anterior do assento deve ser curvada para baixo
os encostos devem ser ajustáveis para fornecer apoio às vértebras lombares;
não deve ir acima do ângulo inferior das escápulas, para não limitar o movimento dos membros superiores.
O estofamento do assento deve ser de dureza média e seu revestimento deve permitir ventilação e não ter costuras, para permitir limpeza adequada;
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Como se posicionar no mocho seguindo a Ergonomia:
Ajustar a altura do mocho de forma que o ângulo formado entre coxas e pernas seja de 90° (as coxas ficam paralelas ao chão).
Apoiar a região plantar dos pés no chão.
Regular o encosto do mocho de forma a ter a região lombar suportada.
Manter a postura da coluna ereta, evitando curvar-se em direção ao paciente e em direção ao instrumental.
Ajustar a altura da cadeira odontológica de forma que os cotovelos do profissional regulem com a altura da cabeça do paciente.
 
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A – transferência
B – área útil
C – área total
A
ESQUEMA GRÁFICO (International Standards Organization – ISO)
 (Federation Dentaire intenacionale – FDI)
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CLASSIFICAÇÃO DO EQUIPO
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Conceito básico 1
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Conceito básico 2
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Conceito básico 3
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Conceito básico 4
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Tipos de arranjo do posto de trabalho odontológico, de acordo com a
classificação da FDI: 
a) tipo 1, b) tipo 2, c) tipo 3, e d) tipo 4. 
 Finkbeiner, 2001.
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Posições do CD
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Posição 7 horas
Equipo 1/
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Posição 7 horas
Equipo 3/
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Posição 9 horas
Equipo 1/
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Posição 9 horas
Equipo 2/
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Posição 9 horas
Equipo 3/
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Posição 11 horas
Equipo 1/
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Posição 11 horas
Equipo 3/
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POSIÇÕES DOS AUXILIARES
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Posição 3 horas
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Posição 5 horas
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 Organização do trabalho
TEMPO:
AÇÕES:
MOVIMENTOS:
Operratório, profissional e 
de espera
Diretas e indiretas
de corpo, antebraços e braços, 
punhos e dedos.
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PRINCIPAIS RISCOS À SAÚDE:
AGENTES QUIMICOS: materiais em geral.
AGENTES FÍSICOS: surdez, deficiência visual, riscos de radiação.
AGENTES MECÂNICOS: problemas posturais – articulações (ombro, punho e dedos), varizes (pernas e pés), coluna vertebral, LER ou DORT.
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Erimilson Roberto Pereira e Vera Regina Pessanha de Freitas - 2007
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 O que é LER/Dort? As LER/Dort (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares 
Relacionados ao Trabalho) englobam cerca de 30 doenças, das quais a tendinite, 
a tenossinovite e a bursite são as mais conhecidas. As LER/Dort são 
responsável pela alteração das estruturas osteomusculares -tendões, 
articulações, músculos e nervos. 
Como são causada as LER/Dort? O problema é provocado normalmente por atividades desenvolvidas no 
trabalho, pelo excesso de uso do sistema músculo-esquelético. 
É por isso que o ambiente de trabalho inadequado pode ser uma inesgotável 
fonte de problemas. Falta de organização, mobiliário não adaptado, repetição
 das atividades, má divisão das tarefas, cobrança por produtividade, pressão 
no ambiente de trabalho e sobrecarga física são alguns dos fatores que levam
 o profissional a desenvolver alguma das doenças das LER/Dort. 
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Quais são os sintomas das LER/Dort? O primeiro sinal é a dor. Depois a pessoa começa a sentir formigamento e 
dormência -espécie de insensibilidade ou fraqueza para segurar objetos. 
Nesse ponto, a inflamação pode começar a percorrer o corpo. 
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Quais são as fases das LER/Dort? As LER/Dort têm quatro estágios: Primeira fase: A dor aparece durante os movimentos e é difusa, ou seja, não é 
possível definir exatamente que parte do corpo está doendo. Segunda fase: nesse estágio a dor é mais persistente, mas o quadro ainda é leve. 
Se as condições de trabalho forem alteradas ainda é possível reverter o quadro. Terceira fase: a partir desse estágio a doença é crônica, sendo portanto, irreversível.
 Há perturbação durante o sono, em razão das dores, e as inflamações se tornam
 um processo degenerativo, que pode afetar os nervos e os vasos sanguíneos de 
maneira prejudicial. Nessa fase a dor é sentida em pontos definidos e não cede 
mesmo durante períodos de relaxamento e repouso. A dor aparece sobre a forma 
de pontadas e choques. Quarta fase: entre o penúltimo estágio e esse, os processos infecciosos podem 
causar deformidades, como cistos, inchaços e perda de potência (força). A dor 
pode se tornar insuportável, e até atividades comuns da vida diária, como escovar 
dentes e cabelos, tornam-se impraticáveis. Nessa última fase, muitos paciente recebem injeção de morfina para aliviar a dor e 
alguns chegam até a passar por cirurgias. 
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Quais são os tratamentos utilizados? O tratamento depende do estágio de evolução da lesão, mas independentemente
 da fase é indispensável o tratamento interdisciplinar -acompanhamento médico, 
fisioterapêutico, terapia ocupacional, acupuntura e psicológico 
(nos casos onde há traços de depressão). Remédios antiinflamatórios também são prescritos durante o tratamento.
 Recursos alternativos como o Lian Gong -ginástica terapêutica chinesa- a
 hidroterapia e o Do-in também são indicados. 
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Como prevenir as LER/Dort? O melhor jeito de evitar as doenças das LER/Dort é cuidar das questões 
da ergonomia, ou seja, organizar o trabalho em função da relação entre 
o homem e a máquina, para que o profissional não force o corpo adotando 
uma postura errada. Ter mobiliário adequado é outro ponto importante. A organização e ritmo de trabalho também devem ser adequados para que
 o trabalhador não fique sobrecarregado. Deve-se evitar o excesso de carga
 horária, e quando isso ocorrer, procurar compensar o esforço de outras formas. 
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É importante ter pausas durante o expediente? Sim, isso deve ocorrer em qualquer função onde haja repetição de movimentos
 e também para pessoas que ficam muito tempo na mesma posição. A pausa 
deve ser de 10 minutos a cada 50 trabalhados. Nesse tempo, o profissional precisa fazer exercícios de relaxamento, auto 
massagem, como o do-in, alongar os dedos das mãos, pés, braços e 
movimentar o pescoço e as pernas. Esses movimentos exercitam o que 
ficou parado, irrigando os tecidos. 
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