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sociedade anônima - capítulo I da Lei 6404/76

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P A R A C O N C U R S O S
LEIS
EMPRESARIAIS
2016
www. e d i t o r a j u s p od i vm . c om . b r
ANDRÉ LUIZ SANTA CRUZ RAMOS
489
.CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE ANÔNIMA {ART. 1º} ART. 1º
1LEI DAS S.A. 
 (LEI 6.404/76) 1
`LEI Nº 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976.
Dispõe sobre as Sociedades por Ações.
O Presidente da República, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei:
`CAPÍTULO I – CARACTERÍSTICAS E NATUREZA DA COMPANHIA 
OU SOCIEDADE ANÔNIMA (ARTS. 1º A 4º-A)
Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilida-
de dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
 Ź CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE ANÔNIMA {ART. 1º}
1. COMENTÁRIOS
Embora existam vários tipos de sociedade empresária (ver comentários ao art. 983 do 
CC), os dois tipos registrados na prática são a sociedade limitada e a sociedade anônima. 
Além delas, é comum também o registro de empresários individuais e de empresas individuais 
de responsabilidade limitada (EIRELI).
As sociedades anônimas, também chamadas de companhias, geralmente se dedicam 
a empreendimentos de grande porte, sobretudo em função dos seus instrumentos de au-
tofinanciamento, que analisaremos adiante com mais detalhes.
Os estudiosos costumam dividir a história das sociedades anônimas em três fases: (i) 
outorga, quando a sua constituição era um privilégio concedido pelo Estado; (ii) autoriza-
ção, quando a sua constituição deixou de ser um privilégio dependente de outorga do poder 
público para se constituir em uma faculdade aberta aos investidores interessados em constituí-
las, dependendo eles apenas de uma autorização estatal; e (iii) regulamentação, quando a 
sua constituição deixou de depender até mesmo de uma autorização, sendo necessário, tão 
somente, o registro prévio no órgão competente e a submissão a um regime legal específico.
No Brasil, as sociedades anônimas são regidas por lei específica: Lei 6.404/1976, (LSA). 
Desde sua edição, a LSA sofreu apenas algumas alterações em sua redação, provocadas 
pelas Leis 9.457/1997, que a preparou para o processo de privatizações; 10.303/2001, que 
procurou proteger os interesses dos acionistas minoritários e tornar o mercado de capitais 
1 O leitor perceberá que essa lei é muito extensa e detalhista. Como o propósito da presente obra é 
preparar o leitor para a realização de provas de concursos públicos, os comentários serão focados 
nos dispositivos mais importantes, isto é, aqueles que tratam de temas mais cobrados pelas bancas 
examinadoras.
490
ART. 1º CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE ANÔNIMA {ART. 1º}. 
mais seguro e atrativo para os investidores; 11.638/2007 e 11.941/2009, que, basicamente, 
trouxeram novas regras acerca da elaboração e da divulgação das demonstrações finan-
ceiras desse tipo societário; 12.431/11 e 13.129/2015, que lhe trouxeram modificações e 
acréscimos pontuais.
Quanto a essas últimas alterações da LSA, cumpre destacar que muitas delas foram 
introduzidas em nosso ordenamento jurídico para adaptá-lo às novas tendências do direito 
societário, sobretudo no que tange à chamada governança corporativa.
Governança Corporativa (corporate governance)
Trata-se, basicamente, de um movimento que visa a estabelecer padrões de gestão para 
os negócios explorados em sociedade, centrados, fundamentalmente, nos seguintes prin-
cípios: (i) transparência (não se deve apenas cumprir o dever de informação previsto em 
lei, mas disponibilizar às partes interessadas toda e qualquer informação do seu interesse), 
(ii) equidade no tratamento entre os acionistas (criação de regras mais protetivas para 
os minoritários e mais eficientes na prevenção do abuso por parte dos controladores), (iii) 
prestação de contas confiável (accountabillity; a prestação de contas deve seguir critérios 
de contabilidade seguros, eficientes e internacionalmente aceitos.) e (iv) responsabilidade 
corporativa (os administradores/controladores devem zelar pela sustentabilidade das empresas 
que administram/controlam, visando à longevidade delas e incorporando em suas gestões 
preocupações de ordem social e ambiental, por exemplo).
A governança corporativa é importante porque nas grandes companhias, principalmente 
naquelas com capital social disperso entre vários acionistas, a gestão dos negócios não cabe 
aos seus “donos” (proprietários da maioria das ações), mas aos “gerentes” (acionistas minori-
tários ou pessoas estranhas ao quadro social que, por sua competência/eficiência, conseguiam 
se eleger nas assembleias anuais), verificando-se, assim, uma separação entre propriedade e 
controle dos meios de produção, que acarreta o “conflito de agência” e o “problema o agente 
principal”: os administradores acabam tomando decisões pensando mais no seu benefício 
próprio (aumento de salários e de bônus, estabilidade no comando da empresa etc.) do que 
no benefício dos acionistas e demais partes interessadas (stakeholders).
O marco inicial desse movimento é a publicação do relatório Cadbury, na Inglaterra, 
em 1992, cujo anexo se chamava Código das melhores práticas de governança corporativa. Nos 
EUA, merece destaque a Lei Sarbanes-Oxley, de 2002.
Quando uma companhia adota boas práticas de governança corporativa, ela o faz com 
o objetivo de se mostrar confiável aos investidores. Dentre essas práticas, podem ser desta-
cas as seguintes: (i) a opção pela arbitragem para a resolução de conflitos de interesses entre 
acionistas; (ii) a existência de conselho de administração com no mínimo 5 (cinco) membros, 
sendo 20% dos conselheiros independentes e o mandato máximo de dois anos; (iii) a prestação 
de contas obediente a preceitos uniformes internacionais (accountability); (iv) a instituição 
de códigos de ética, (v) capital composto exclusivamente por ações ordinárias com direito a 
voto; (vi) em caso de alienação de controle, direito dos minoritários de vender suas ações pelo 
mesmo preço das ações do controlador (tag along de 100%); (vii) compromisso da companhia 
de manter no mínimo 25% das ações em circulação ( free float).
491
.CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE ANÔNIMA {ART. 1º} ART. 1º
Responsabilidade limitada dos acionistas
Uma importante característica da S/A é a responsabilidade limitada de seus sócios, 
os acionistas. Cada sócio responde apenas pela sua parte no capital social, não assumindo, 
senão em situações excepcionalíssimas – como a desconsideração da personalidade jurídica 
ou a imputação direta de responsabilidade pela prática de atos ilícitos –, qualquer responsa-
bilidade pelas dívidas da sociedade.
Pode-se dizer até que a responsabilidade limitada dos acionistas de uma S/A é ainda 
“mais limitada” do que a responsabilidade limitada dos quotistas de uma sociedade limitada. 
Afinal, estes, além de responderem pela respectiva integralização das quotas que subscre-
veram, são solidariamente responsáveis pela integralização total do capital social, conforme 
dispõe o art. 1.052 do Código Civil. Os acionistas, por sua vez, respondem tão somente pela 
integralização de suas ações, não havendo, para eles, a previsão de responsabilidade solidária 
quanto à integralização de todo o capital social.
2. ENUNCIADOS DAS JORNADAS DE DIREITO COMERCIAL
 ` CJF/Comercial 19. Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor às relações entre sócios/acionistas 
ou entre eles e a sociedade.
3. ENUNCIADOS DAS JORNADAS DE DIREITO CIVIL
 ` CJF/Civil 68. Suprimir os arts. 1.088 e 1.089 do novo Código Civil em razão de estar a matéria regu-
lamentada em lei especial.
4. JURISPRUDÊNCIA COMPLEMENTAR
 ` Comercial. Despersonalização. Sociedade por ações. Sociedade por quotas de responsabilidade limi-
tada. A despersonalização de sociedade por ações e de sociedade por quotas de responsabilidade 
limitada só atinge, respectivamente, os administradorese os sócios-gerentes; não quem tem apenas 
o status de acionista ou sócio. (STJ, REsp 786.345/SP, Rel. p/ ac. Min. Ari Pargendler, DJe 26.11.2008)
5. QUESTÕES DE CONCURSO
01. (Esaf/MTE/Auditor/2010) Assinale, a seguir, a sociedade que só pode adotar denominação social.
a) Companhia.
b) Sociedade em nome coletivo.
c) Sociedade Limitada.
d) Sociedade em conta de participação.
e) Sociedade em comum.
02. (Esaf/Sefin/RiodeJaneiro/Fiscal/2010) Para o direito empresarial, assinale abaixo a opção que contém 
uma sociedade empresária personificada.
a) Sociedade anônima.
b) Sociedade em conta de participação.
c) Sociedade simples.
d) Sociedade em comum.
e) Sociedade cooperativa.
03. (FCC/TRT/15R/Juiz/2015) A sociedade anônima tem o capital dividido em
a) ações, obrigando-se cada sócio somente pelo preço de emissão das que subscrever ou adquirir.
492
ART. 1º CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE ANÔNIMA {ART. 1º}. 
b) ações, obrigando-se cada sócio somente pelo preço de mercado em bolsa das que subscrever ou adquirir.
c) ações, e a responsabilidade dos sócios é limitada ao preço de emissão das que subscreverem ou 
adquirirem, embora todos respondam solidariamente pela integralização do capital social.
d) quotas, obrigando-se cada sócio somente pelo preço de emissão das que subscrever ou adquirir.
e) quotas ou ações, e a responsabilidade dos sócios é limitada ao preço de emissão das que subscreverem 
ou adquirirem, embora todos respondam solidariamente pela integralização do capital social.
04. (FCC/TCM/RJ/Procurador/2015) Na sociedade anônima, a responsabilidade dos sócios é
a) limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
b) restrita ao valor nominal de suas ações, mas todos respondem solidariamente pela integralização do 
capital social.
c) ilimitada.
d) restrita ao valor de mercado de suas ações, mas todos respondem solidariamente pela integralização 
do capital social.
e) limitada ao valor de mercado das ações subscritas ou adquiridas, mas apenas no tocante às compa-
nhias abertas.
05. (FCC/SEFAZ/RJ/Auditor_Fiscal/2014) Nas sociedades anônimas,
a) a redução do capital social da companhia só será possível se a assembleia geral definir a necessidade 
de se pleitear sua recuperação judicial, em face de sucessivos prejuízos financeiros havidos e com-
provados.
b) a constituição da companhia depende de subscrição, pelo menos por duas pessoas, de todas as ações 
em que se divide o capital social fixado no estatuto; em regra, de realização, como entrada, de dez 
por cento, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro; e de depósito, no Banco 
do Brasil, ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, 
da parte do capital realizado em dinheiro.
c) a constituição da companhia por subscrição pública não depende de prévio registro da emissão na 
Comissão de Valores Mobiliários, mas a subscrição somente poderá ser efetuada com a intermediação 
de instituição financeira.
d) o administrador é pessoalmente responsável, no âmbito civil, pelas obrigações que contrair em nome 
da sociedade anônima, ainda que em virtude de ato regular de gestão, não tendo porém responsa-
bilidade criminal senão em casos de dolo ou culpa.
e) o capital social da companhia só poderá ser aumentado por deliberação de assembleia geral, ordinária 
ou extraordinária, convocada especialmente para esta finalidade, visando à correção da expressão 
monetária do seu valor.
06. (Badesc/SC/Advogado/2010) A sociedade anônima, no que se refere à subscrição do capital social, 
poderá ser constituída:
a) por subscrição particular, apenas.
b) por subscrição pública, apenas.
c) por subscrição mobiliária, apenas.
d) por subscrição mobiliária ou por subscrição pública.
e) por subscrição pública ou por subscrição particular.
07. (TCM/RJ/Procurador/2008) Em relação às sociedades anônimas, assinale a alternativa correta.
a) A companhia aberta poderá emitir partes beneficiárias para negociação no mercado de valores.
b) A incorporação de imóveis para a formação do capital social não prescinde de escritura pública.
c) As sociedades anônimas são regidas pela Lei 6.404/76, aplicando-se-lhes, nos casos omissos, as dis-
posições do Código Civil.
493
.OBJETO SOCIAL {ART. 2º} ART. 2º
d) É assegurado ao acionista que discordar de qualquer deliberação de Assembleia Geral o direito de 
retirada ou recesso.
e) O processo do voto múltiplo pode ser requerido em eleição dos membros da diretoria.
08. (PUC-PR/TJ/RO/Juiz/2011) Sobre as Sociedades Anônimas, assinale única alternativa correta.
a) Quando uma sociedade anônima detém 100% das quotas de uma sociedade limitada, diz-se que esta 
Ġ�ƵŵĂ�ƐƵďƐŝĚŝĄƌŝĂ�ŝŶƚĞŐƌĂů�ĚĂ�ƉƌŝŵĞŝƌĂ͘പ
b) Em uma Companhia com o capital dividido em 1000 ações, sendo 500 ordinárias e 500 preferenciais 
sem direito a voto, o acionista A detém 251 ações ordinárias e 100 preferenciais, totalizando 351 
ações. O acionista B detém 249 ordinárias e 400 preferenciais, totalizando 649 ações. Diante disso, é 
correto afirmar que o acionista A é o acionista controlador.
c) Os acionistas em Assembleia não podem destituir, sem motivo justificado, os integrantes dos órgãos 
de administração.
d) Caso a sociedade A detenha a maioria do capital social da sociedade B, é correto dizer que a sociedade 
B é controladora da sociedade A.
e) Não existe previsão legal para a constituição, por sociedades anônimas e outras sociedades, de con-
sórcio para executar determinado empreendimento.
09. (FCC/PGE/SP/Procurador/2009) São características da sociedade anônima:
a) limitação da responsabilidade pessoal dos acionistas, igualdade de tratamento entre os acionistas, e 
gestão profissional.
b) capital dividido em ações circuláveis, limitação da responsabilidade pessoal dos acionistas, e paga-
mento de dividendo mínimo por conta dos lucros apurados no exercício social.
c) impossibilidade de integralização do capital em bens ou serviços, dissociação entre propriedade 
acionária e gestão, e possibilidade de emissão de debêntures.
d) arquivamento dos atos constitutivos no Registro Público de Empresas, exigência de capital mínimo, e 
existência obrigatória do conselho de administração com poderes para eleger e destituir os diretores.
e) direito de voto na assembleia geral proporcional à participação no capital social, publicação das de-
monstrações financeiras na imprensa oficial, e garantia de participação dos acionistas minoritários 
na gestão da companhia.
GAB 01 A 02 A 03 A 04 A 05 B 06 E 07 C 08 B 09 B
Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, 
à ordem pública e aos bons costumes.
§ 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio.
§ 2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo.
§ 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista 
no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-
-se de incentivos fiscais.
 Ź OBJETO SOCIAL {ART. 2º}
1. COMENTÁRIOS
Natureza capitalista da S/A
Na classificação que divide as sociedades em sociedades de pessoas (intuitu personae) e 
sociedades de capital (intuitu pecuniae), a sociedade anônima é a sociedade de capital por 
excelência: nela as características pessoais dos acionistas são irrelevantes, de modo que a 
entrada de estranhos ao quadro social independe da anuência dos demais sócios.
494
ART. 2º OBJETO SOCIAL {ART. 2º}. 
Ademais, como nas sociedades anônimas o estatuto fixa o número de ações, mas não 
identifica a pessoa do acionista, a transferência de uma ação para outra pessoa é feita sem a 
necessidade de alteração do ato constitutivo, diferentemente do que ocorre nas sociedades 
contratuais.
Pode-se dizer, em suma,que na S/A a participação societária – chamada de ação, 
conforme veremos adiante – é livremente negociável e pode ser penhorada para a garantia 
de dívidas pessoais de seus titulares.
No entanto, atualmente não se pode mais afirmar categoricamente que toda sociedade 
anônima é necessariamente uma sociedade de capital.
No Brasil, não é incomum que sociedades anônimas – sobretudo companhias fechadas 
familiares – assumam uma feição personalista, por meio de regras estatutárias, como as que 
impõem a limitação de circulação de ações nominativas (art. 36 da LSA) ou por meio de 
acordos de acionistas (art. 118 da LSA).
Essência empresarial da S/A
Outra característica importante relacionada às sociedades anônimas é a sua essência em-
presarial. De fato, dispõe o Código Civil, em seu art. 982, parágrafo único, que as sociedades 
por ações, cuja principal espécie é justamente a sociedade anônima, são consideradas 
sociedades empresárias independentemente do seu objeto social. No mesmo sentido é 
o art. 2º, § 1º, da própria LSA.
Portanto, ainda que uma determinada S/A não explore atividade econômica de forma 
organizada, ela será empresária e se submeterá, pois, às regras do regime jurídico empresarial. 
Daí a sua essência empresarial.
2. QUESTÕES DE CONCURSO
01. (Cespe/CâmaraDeputados/AnalistaLegislativo/2014) No que se refere ao regime de constituição, as 
sociedades anônimas não são contratuais.
02. (FCC/TJ/AL/Juiz/2015) A Sociedade Anônima
a) tem como pressuposto essencial os valores mobiliários de sua emissão admitidos necessariamente à 
negociação em bolsa de valores ou no mercado de balcão.
b) é sempre empresária, mesmo que seu objeto seja atividade econômica civil, por exemplo, uma compa-
nhia constituída só por dentistas para a prestação de serviços de odontologia pelos próprios acionistas.
c) é a única modalidade de sociedade por ações prevista no direito brasileiro.
d) não admite a penhora de suas ações em execução promovida contra um acionista, em razão do 
interesse patrimonial dos demais acionistas.
e) é formada por ações, cujo preço de emissão confunde-se com seu valor nominal ou de negociação 
em bolsa de valores.
03. (FCC/TJ/PE/Juiz/2013) Nas sociedades por ações:
a) qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio; poderá 
ter por objeto participar de outras sociedades, mesmo que a participação não seja prevista estatu-
tariamente, como meio de realizar o objeto social ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.
b) o administrador é objetivamente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade, 
ainda que em virtude de ato regular de gestão, em razão do risco decorrente de sua atividade.
495
.DENOMINAÇÃO {ART. 3º} ART. 3º
c) o prazo de gestão é livre, podendo o estatuto limitá-lo a cinco anos, e vedado aos membros do Con-
selho de Administração serem eleitos para cargos de direção da companhia.
d) o estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em moeda nacional e formado 
exclusivamente com contribuições em dinheiro.
e) a administração da companhia caberá exclusivamente à diretoria, cabendo ao Conselho de Adminis-
tração, de existência obrigatória, poderes consultivos e fiscalizatórios.
GAB 01 C 02 B 03 A
Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões “compa-
nhia” ou “sociedade anônima”, expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização 
da primeira ao final.
§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha concorrido 
para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.
§ 2º Se a denominação for idêntica ou semelhante a de companhia já existente, assistirá à 
prejudicada o direito de requerer a modificação, por via administrativa (artigo 97) ou em juízo, e 
demandar as perdas e danos resultantes.
 Ź DENOMINAÇÃO {ART. 3º}
1. COMENTÁRIOS
Identificação exclusiva por denominação
Outra característica específica da S/A é a sua identificação exclusiva por denominação. 
Com efeito, o Código Civil, na parte relativa ao nome empresarial, dispõe no art. 1.160 que 
“a sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas 
expressões ‘sociedade anônima’ ou ‘companhia’, por extenso ou abreviadamente”. No mesmo 
sentido é a regra ora em comento.
É importante destacar a parte final deste dispositivo: se a S/A optar pelo uso da expres-
são companhia – que costuma ser empregado abreviadamente, ou seja, apenas Cia. esta 
jamais poderá vir no final da denominação, devendo vir apenas no começo ou no meio. 
Assim, uma S/A poderá se chamar Cia. de Alimentos Recife ou Recife Cia. de Alimentos, 
mas não poderá se chamar Recife Alimentos Cia.
Portanto, a S/A jamais poderá adotar firma social como espécie do seu nome empresarial, 
sendo obrigatório o uso da denominação social. Tanto o CC quanto a LSA, porém, permitem 
expressamente que da denominação conste o nome de acionista, fundador ou pessoa que 
tenha contribuído para o sucesso da empresa.
2. ENUNCIADOS DAS JORNADAS DE DIREITO CIVIL
 ` CJF/Civil 71. Suprimir o artigo 1.160 do Código Civil por estar a matéria regulada mais adequadamente 
no art. 3º da Lei nº 6.404/76 (disciplinadora das S.A.) e dar nova redação ao § 2º do art. 1.158, de 
modo a retirar a exigência da designação do objeto da sociedade.
3. QUESTÕES DE CONCURSO
01. (TJ/SC/Cartórios/Remoção/2012) No tocante às sociedades anônimas, pode-se afirmar:
I. São regidas integralmente pelas disposições do atual Código Civil, que revogou a antiga Lei das S/A.
496
ART. 3º DENOMINAÇÃO {ART. 3º}. 
II. Possuem como características, entre outras, sua natureza capitalista; sua essência empresarial; sua 
identificação exclusiva por denominação e a responsabilidade limitada de seus sócios.
III. A Comissão de Valores Mobiliários é uma associação privada formada por sociedades corretoras e tem 
por finalidade autorizar a manutenção de local para a venda e a própria venda das ações no mercado 
mobiliário de ações.
IV. O capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão 
das ações que subscrever.
a) Somente as proposições I, II e III estão corretas.
b) Somente as proposições I, III e IV estão corretas.
c) Somente as proposições I, II e IV estão corretas.
d) Somente as proposições I e III estão corretas.
e) Somente as proposições II e IV estão corretas.
02. (Vunesp/TJ/RJ/Juiz/2013) Assinale a assertiva correta acerca das características da companhia ou 
sociedade anônima.
a) Consideram-se ações em circulação no mercado todas as ações do capital da companhia aberta, 
inclusive as de propriedade de conselheiros da administração e as em tesouraria, mas não as que 
pertençam ao acionista controlador e aos diretores.
b) A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões “companhia”, ou “so-
ciedade anônima”, nos moldes estabelecidos em lei, na qual poderá figurar o nome do fundador, 
acionista, ou pessoa que, por qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa.
c) Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada no Banco Central do Brasil podem 
ser negociados no mercado de valores mobiliários.
d) Na dependência de qual seja seu objeto, a companhia será considerada empresária ou não empresária, 
podendo, em ambos os casos, ser de capital aberto ou fechado, conforme seus valores mobiliários 
sejam, respectivamente, admitidos ou não em bolsa de valores ou mercado de balcão.
GAB 01 E 02 B
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobi-
liários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.
§ 1º Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada na Comissão de 
Valores Mobiliários podem ser negociados no mercado de valores mobiliários.§ 2º Nenhuma distribuição pública de valores mobiliários será efetivada no mercado sem prévio 
registro na Comissão de Valores Mobiliários.
§ 3º A Comissão de Valores Mobiliários poderá classificar as companhias abertas em categorias, 
segundo as espécies e classes dos valores mobiliários por ela emitidos negociados no mercado, e 
especificará as normas sobre companhias abertas aplicáveis a cada categoria.
§ 4º O registro de companhia aberta para negociação de ações no mercado somente poderá 
ser cancelado se a companhia emissora de ações, o acionista controlador ou a sociedade que a 
controle, direta ou indiretamente, formular oferta pública para adquirir a totalidade das ações 
em circulação no mercado, por preço justo, ao menos igual ao valor de avaliação da companhia, 
apurado com base nos critérios, adotados de forma isolada ou combinada, de patrimônio líquido 
contábil, de patrimônio líquido avaliado a preço de mercado, de fluxo de caixa descontado, de 
comparação por múltiplos, de cotação das ações no mercado de valores mobiliários, ou com base 
em outro critério aceito pela Comissão de Valores Mobiliários, assegurada a revisão do valor da 
oferta, em conformidade com o disposto no art. 4º-A.
497
.COMPANHIA ABERTA E FECHADA {ARTS. 4 E 4º-A} ARTS. 4 E 4º-A
§ 5º Terminado o prazo da oferta pública fixado na regulamentação expedida pela Comissão de 
Valores Mobiliários, se remanescerem em circulação menos de 5% (cinco por cento) do total das 
ações emitidas pela companhia, a assembleia-geral poderá deliberar o resgate dessas ações pelo 
valor da oferta de que trata o § 4º, desde que deposite em estabelecimento bancário autorizado 
pela Comissão de Valores Mobiliários, à disposição dos seus titulares, o valor de resgate, não se 
aplicando, nesse caso, o disposto no § 6º do art. 44.
§ 6º O acionista controlador ou a sociedade controladora que adquirir ações da companhia aberta 
sob seu controle que elevem sua participação, direta ou indireta, em determinada espécie e classe de 
ações à porcentagem que, segundo normas gerais expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, 
impeça a liquidez de mercado das ações remanescentes, será obrigado a fazer oferta pública, por preço 
determinado nos termos do § 4º, para aquisição da totalidade das ações remanescentes no mercado.
Art. 4º-A. Na companhia aberta, os titulares de, no mínimo, 10% (dez por cento) das ações 
em circulação no mercado poderão requerer aos administradores da companhia que convoquem 
assembleia especial dos acionistas titulares de ações em circulação no mercado, para deliberar 
sobre a realização de nova avaliação pelo mesmo ou por outro critério, para efeito de determinação 
do valor de avaliação da companhia, referido no § 4º do art. 4º.
§ 1º O requerimento deverá ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias da divulgação do 
valor da oferta pública, devidamente fundamentado e acompanhado de elementos de convicção 
que demonstrem a falha ou imprecisão no emprego da metodologia de cálculo ou no critério de 
avaliação adotado, podendo os acionistas referidos no caput convocar a assembleia quando os 
administradores não atenderem, no prazo de 8 (oito) dias, ao pedido de convocação.
§ 2º Consideram-se ações em circulação no mercado todas as ações do capital da companhia 
aberta menos as de propriedade do acionista controlador, de diretores, de conselheiros de admi-
nistração e as em tesouraria.
§ 3º Os acionistas que requererem a realização de nova avaliação e aqueles que votarem a 
seu favor deverão ressarcir a companhia pelos custos incorridos, caso o novo valor seja inferior 
ou igual ao valor inicial da oferta pública.
§ 4º Caberá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar o disposto no art. 4º e neste artigo, 
e fixar prazos para a eficácia desta revisão.
 Ź COMPANHIA ABERTA E FECHADA {ARTS. 4 E 4º-A}
1. COMENTÁRIOS
Classificação das sociedades anônimas
Segundo o art. 4º da LSA, a S/A será aberta quando tiver autorização para negociar 
seus valores mobiliários no mercado de capitais, e fechada quando não tiver autoriza-
ção para tanto.
Essa autorização para abertura do capital, com a possibilidade de negociação dos valores 
mobiliários no mercado de capitais, é concedida pela Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM), autarquia federal ligada ao Ministério da Fazenda que atua, junto ao Banco Central, 
no controle e fiscalização das operações realizadas no mercado de capitais.
Mercado de capitais
O mercado de capitais – ou mercado de valores mobiliários – é o “local” onde se efetuam as 
diversas operações envolvendo os valores mobiliários emitidos pelas companhias abertas. Como 
a sociedade anônima é, conforme destacamos acima, uma sociedade de capital por excelência, 
498
ARTS. 4 E 4º-A COMPANHIA ABERTA E FECHADA {ARTS. 4 E 4º-A}. 
suas ações – que, conforme veremos adiante, são o principal valor mobiliário emitido pelas 
companhias – são livremente negociáveis. Assim, em razão da constante negociação das ações 
e dos demais valores mobiliários que as companhias emitem, formou-se ao longo dos anos um 
verdadeiro mercado no qual essas operações de compra e venda são desenvolvidas.
Abertura de capital
A abertura de capital (conhecida no mercado como IPO, sigla que se refere à expressão initial 
public offer) de uma companhia é um importante instrumento de captação de recursos, uma vez 
que suas operações no mercado de capitais não são necessariamente de crédito, em que ela assume 
a posição de devedora e se compromete, não raro, a devolver os valores captados em curto espaço 
de tempo e a taxas de juros altas. Ao contrário, muitas dessas operações são de investimento, de 
modo que seus participantes não se tornarão credores da companhia, mas sócios e partes inte-
ressadas no sucesso da empresa, pois é dele que advirá o retorno do investimento feito por eles.
Outra distinção entre o mercado de capitais e o mercado de crédito é que neste há sempre 
a atuação de um intermediário, como uma instituição financeira, o que tende a burocratizar 
e encarecer a operação. Naquele, em contrapartida, há uma negociação direta entre a com-
panhia que precisa de recursos e o investidor que os possui, já que ele adquire os títulos da 
empresa diretamente dela. É por isso que se diz que o mercado de capitais é um mecanismo 
de acesso à “poupança popular”.
Assim, é da natureza do mercado de capitais funcionar como um ambiente de negocia-
ção de “risco”, já que os investidores que nele atuam, adquirindo os títulos negociados pelas 
companhias abertas, não possuem garantia de retorno do investimento feito, o qual dependerá 
sempre do sucesso empresarial da companhia investida. Portanto, da mesma forma que o bom 
conhecimento técnico do funcionamento do mercado de capitais pode gerar aos investidores 
altos ganhos, o investimento sem o devido conhecimento pode acarretar perdas imensuráveis.
Cancelamento de registro da companhia averta
A despeito das vantagens acima mencionadas, pode ocorrer de uma abertura de capital 
não ter sucesso, obrigando a sociedade a voltar a ser uma companhia fechada. Nesse caso, 
aplica-se o art. 4º, § 4º: a preocupação do dispositivo foi proteger os acionistas minoritários, 
mas alguns doutrinadores criticaram a indefinição do critério a ser usado para calcular o 
valor da ação (a regra menciona alguns e ainda remete a outros aceitos pela CVM) e o uso 
da expressão “preço justo”, que é bastante vago.
Caso alguns minoritários, representativos de menos de 5% do capital, não concordem 
com o fechamento do capital e, por conseguinte, não vendam suas ações nos termos do art. 
4º, § 4º, aplica-se o § 5º: trata-se de um resgate compulsório (squezee out). Enquanto o § 4º 
visa a proteger os minoritários, o § 5º visa a respeitar a vontade da maioria que, ao aceitar 
a oferta do § 4º e vender suas ações, concordou com o fechamento do capital e não pode, 
pois, ficar a mercê davontade de uma minoria inferior a 5%.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
A CVM é uma entidade autárquica federal de natureza especial, com qualidade de 
agência reguladora, que controla e fiscaliza s operações no mercado de capitais brasileiro. 
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.COMPANHIA ABERTA E FECHADA {ARTS. 4 E 4º-A} ARTS. 4 E 4º-A
Confira-se, a propósito, o art. 5º da Lei 6.385/1976: “é instituída a Comissão de Valores 
Mobiliários, entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, 
com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa 
independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus 
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária”.
As atividades disciplinadas e fiscalizadas pela CVM são as seguintes: “I – a emissão 
e distribuição de valores mobiliários no mercado; II – a negociação e intermediação no 
mercado de valores mobiliários; III – a negociação e intermediação no mercado de deri-
vativos; IV – a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores; V – a 
organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e futuros; VI – a 
administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; VII – a auditoria das com-
panhias abertas; e VIII – os serviços de consultor e analista de valores mobiliários” (art. 
1º da Lei 6.385/1976).
A competência da CVM no controle e na fiscalização do mercado de capitais é exercida, 
pode-se dizer, de três diferentes formas: a) regulamentar, uma vez que cabe à CVM estabe-
lecer o regramento geral relativo ao funcionamento do mercado de capitais; b) autorizante, 
uma vez que é a CVM que autoriza a constituição de companhias abertas e a emissão e 
negociação de seus valores mobiliários; e c) fiscalizatória, uma vez que a CVM deve zelar 
pela lisura das operações realizadas no mercado de capitais, sendo investida, para tanto, de 
poderes sancionatórios.
Bolsa de Valores
A Bolsa de Valores, ao contrário do que muitos podem pensar, não é órgão que integra 
a Administração Pública. Trata-se de associação privada formada por sociedades corretoras 
que, por meio de autorização da CVM, presta serviço de interesse público inegável, consis-
tente na manutenção de local adequado à realização das operações de compra e venda dos 
diversos valores mobiliários emitidos pelas companhias.
Tradicionalmente, as bolsas eram constituídas como associações sem fins lucrativos, mas 
atualmente é comum que as bolsas sejam constituídas como sociedades anônimas, como 
é o caso da mais importante bolsa de valores do Brasil: a BM&F Bovespa S/A, resultado 
da união entre a Bolsa de Mercadorias e Futuros e a Bolsa de Valores de São Paulo. A 
propósito, é interessante destacar que a BM&F Bovespa não é a única bolsa de valores do 
Brasil. Há outras bolsas, algumas com mais de cem anos de existência, como é o caso da 
Bolsa de Valores da Bahia, cujas origens remontam ao ano de 1851 e que recentemente se 
uniu a outras bolsas, formando a Bolsa de Valores Bahia Sergipe Alagoas (BVBSA). Ocorre 
que a BM&F Bovespa é a única bolsa de valores do país que tem importância quando 
se trata de negociação de valores mobiliários. As demais bolsas ou foram absorvidas pela 
BM&F Bovespa ou exercem apenas atividades de difusão do mercado de capitais e de 
prestação de serviços.
A grande finalidade da bolsa de valores é dinamizar as operações do mercado de capitais, 
ampliando o volume de negócios por meio da realização de pregão diário em que os agentes 
das diversas corretoras que a compõem, obedecendo às regras do mercado mobiliário, se 
encontram e mantém relações constantemente.
500
ARTS. 4 E 4º-A COMPANHIA ABERTA E FECHADA {ARTS. 4 E 4º-A}. 
Mercado de Balcão
O Mercado de Balcão, por sua vez, compreende toda e qualquer operação do mercado 
de capitais realizada fora da bolsa de valores. Quem atua no mercado de balcão, portanto, 
são as sociedades corretoras e instituições financeiras autorizadas pela CVM.
Há que se distinguir ainda o simples mercado de balcão (mercado de balcão não orga-
nizado), cujas operações são realizadas por sociedades corretoras e instituições financeiras 
autorizadas, e o mercado de balcão organizado (MBO), composto no Brasil pela Sociedade 
Operadora do Mercado de Acesso (SOMA), companhia criada especialmente com a finalidade 
de manter um sistema que viabilize as operações de compra e venda de valores mobiliários.
Mercado de capitais primário e secundário
Costuma-se classificar o mercado de capitais em primário e secundário. No mercado 
de capitais primário, são realizadas as operações de subscrição e emissão de ações e outros 
valores mobiliários das companhias. Por sua vez, o mercado de capitais secundário compre-
ende as operações de compra e venda desses valores.
Perceba-se que nas operações de emissão e subscrição a sociedade anônima está colocando 
no mercado de capitais um valor mobiliário novo. Tem-se aqui, portanto, uma relação esta-
belecida entre a própria companhia – que está emitindo o valor mobiliário – e o investidor 
– que o está subscrevendo. Nessa operação, o investidor pagará o chamado preço de emis-
são do valor mobiliário que está subscrevendo (em geral, uma ação), que corresponde, por 
sua vez, ao valor com que o investidor está contribuindo para o capital social da sociedade, 
tornando-se, a partir de então, um acionista.
No mercado de capitais secundário, por outro lado, o que ocorre são operações de compra 
e venda. Trata-se, pois, de operações com valores mobiliários já existentes, os quais estão 
sendo alienados a um outro investidor neles interessado. Nessa operação, é fácil perceber que 
a sociedade não mais participa da relação jurídica, a qual se estabelece apenas entre o titular 
do valor mobiliário – que a está vendendo – e o seu novo “dono” – que a está comprando. 
Registre-se também que nessa compra e venda o investidor que adquire o valor mobiliário 
não paga por ele o seu preço de emissão. Este foi pago quando da sua subscrição, levada a 
efeito pelo seu primeiro titular no momento em que a própria sociedade o emitiu e o pôs em 
negociação. Agora, por se tratar de valor mobiliário já existente, que apenas está passando 
de um titular para outro, paga-se por ele um valor de mercado, que oscilará conforme o 
momento, se de sucesso ou fracasso financeiro, pelo qual passa a companhia. Se a compa-
nhia vem apresentando bons resultados, seus valores mobiliários passam a ter maior valor. 
Se, em contrapartida, a companhia passa por dificuldades, seus valores mobiliários tendem 
a perder valor.
Por fim, registre-se que na Bolsa de Valores só se realizam operações de compra e 
venda de valores mobiliários, ou seja, a bolsa só atua no mercado de capitais secundário. 
No mercado de balcão, porém, são realizadas tanto operações de compra e venda quanto 
operações de emissão e subscrição de novos valores mobiliários. Portanto, no mercado de 
balcão se desenvolvem operações tanto do mercado de capitais primário quanto do mercado 
de capitais secundário.
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.COMPANHIA ABERTA E FECHADA {ARTS. 4 E 4º-A} ARTS. 4 E 4º-A
 À Q U E S T Ã O D I S C U R S I V A
 Ê (Vunesp/BNDES/Advogado/2002) Disserte sobre as novas regras societárias, advindas com a Lei 
nº 10.303/01 (que alterou alguns dispositivos da Lei nº 6.404/76), no que tange ao fechamento do 
capital da companhia.
2. QUESTÕES DE CONCURSO
01. (Cesgranrio/EPE/Advogado/2012) A Lei nº 6.404/1976 prevê que, em uma sociedade anônima:
a) a companhia é aberta ou fechada, conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não 
admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.
b) a companhia não pode ter por objeto participar de outras sociedades, salvo se autorizada por seu 
estatuto social.
c) a distribuição pública de valores mobiliários no mercado independe de registro na Comissão de Valores 
Mobiliários.d) o capital é dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios é ilimitada, independentemente do 
preço das suas ações subscritas ou adquiridas.
e) os valores mobiliários de emissão da companhia podem ser negociados no mercado de valores mo-
biliários, mediante registro junto à Susep.
02. (Cespe/TJ/PB/Juiz/2011) A respeito da disciplina aplicável às sociedades anônimas de capital aberto, 
assinale a opção correta.
a) Os administradores de sociedade anônima devem compor a diretoria ou o conselho de administração, 
não se exigindo, em nenhum desses casos, que os membros sejam acionistas da sociedade.
b) Mediante a emissão de debêntures, meio utilizado para a captação de recursos no mercado, os pres-
tadores de capital tornam-se sócios da companhia.
c) Permite-se o fechamento do capital da sociedade anônima desde que precedido de oferta pública 
para a aquisição de todas as ações em circulação por preço justo.
d) Além dos valores mobiliários expressamente previstos em lei, outros poderão ser criados pelo Con-
selho Monetário Nacional, nos limites de sua esfera de competência.
e) Em sociedades abertas, os titulares de ações preferenciais podem ter direito a voto nas assembleias, 
ao passo que os titulares de ações ordinárias, em regra, não têm direito a voto.
03. (Cesgranrio/Finep/AnalistaJurídico/2013) Com base na Lei nº 6.404/76, observa-se que, nas socie-
dades por ações, o(a):
a) contrato social da companhia definirá o seu objeto de modo preciso e completo.
b) contrato social da companhia fixará o valor do capital social expresso em moeda nacional.
c) nome do fundador, acionista ou pessoa que, por qualquer outro modo, tenha concorrido para o êxito 
da empresa não poderá figurar na denominação da companhia.
d) companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não 
admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.
e) companhia terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será ilimi-
tada em relação ao preço das ações subscritas ou adquiridas.
04. (Cespe/TJ/DFT/Cartórios/Remoção/2014) Tendo como referência a disciplina legal aplicável às so-
ciedades por ações, assinale a opção correta.
a) Caso venha a adquirir uma quantidade de ações que, segundo as normas expedidas pela Comissão de 
Valores Mobiliários, impeça a liquidez de mercado das ações remanescentes, o acionista controlador 
de uma companhia aberta pode ser obrigado a realizar oferta pública para a aquisição da totalidade 
das ações da companhia.
502
ARTS. 4 E 4º-A COMPANHIA ABERTA E FECHADA {ARTS. 4 E 4º-A}. 
b) Como a regra da não diluição é direito essencial do acionista, o acionista minoritário terá direito de 
preferência para a subscrição do aumento de capital decorrente da conversão de debêntures con-
versíveis em ações, ainda que lhe tenha sido dada a preferência para aquisição das debêntures no 
ato de sua emissão.
c) Os acionistas de uma companhia que tenha emitido debêntures ainda em vigor podem levar adiante 
o processo de cisão da sociedade, independentemente da vontade dos debenturistas, a menos que 
as debêntures tenham cláusula de conversão em ações.
d) A definição de sociedade coligada presente na Lei de Sociedade por Ações está vinculada pela socie-
dade investidora à titularidade de 10% (dez por cento) ou mais do capital da investida, sem que essa 
participação resulte em controle.
e) Por poderem contribuir para a pulverização do capital necessário ao empreendedorismo no país, as 
sociedades por ações são admitidas como formas jurídicas de empresas de pequeno porte.
05. (Esaf/IRB/Advogado/2006) O legislador brasileiro, ao classificar as companhias em abertas e fechadas, 
no que diz respeito à sua natureza jurídica, pode afirmar que
a) se optou pela corrente que vê nas anônimas uma instituição do capitalismo.
b) se aceita que a base das anônimas é o contrato plurilateral.
c) se trata de uma combinação das duas correntes-contrato na constituições e instituição após o registro 
do instrumento.
d) a lei brasileira permite duas leituras: as companhias abertas são instituições e as fechadas contratos.
e) inexistindo restrições à circulação das ações, dever-se-á considerar as companhias fechadas, assim 
como as abertas, instituições.
06. (Sefaz/RJ/Fiscal/2010) Com relação à constituição das sociedades anônimas, analise as afirmativas 
a seguir.
I. Para a validade da constituição da sociedade anônima, são necessários, no mínimo, sete subscritores 
iniciais de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto.
II. Para a constituição por subscrição pública, é necessário o prévio pedido de registro da emissão de 
ações na Comissão de Valores Mobiliários, assinado pelo fundador e por uma instituição financeira 
intermediária.
III. É possível a constituição de uma companhia fechada por meio de escritura pública lavrada em cartório 
de notas.
 Assinale:
a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa II estiver correta.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
07. (UFPR/TJ/PR/Juiz/2013) Assinale a alternativa correta:
a) Na atualidade, já não há mais distinção entre empresas de pequeno porte, microempresa e micro-
empreendedor individual, uma vez que todas essas modalidades empresariais submetem-se a um 
regime tributário simplificado, denominado Simples Nacional.
b) O exercício do direito de voto é essencial e conferido a todo acionista, de acordo com a quantidade 
de ações por ele subscritas, com o objetivo principal de coibir administração fraudulenta ou danosa.
c) As sociedades anônimas classificam-se em abertas ou fechadas, sendo aquelas as que têm seus va-
lores mobiliários admitidos à negociação na Bolsa ou mercado de balcão, para o que necessitam de 
autorização do governo federal, através da Comissão de Valores Mobiliários.
503
.COMPANHIA ABERTA E FECHADA {ARTS. 4 E 4º-A} ARTS. 4 E 4º-A
d) Um dos motivos que estimula a saída de jogadores de futebol do Brasil é que não há, na nossa legis-
lação, previsão de constituição de sociedade limitada unipessoal, que permitiria receber, em cessão, 
direitos patrimoniais de autor ou de imagem, inclusive os titulados por seu único sócio.
08. (Cespe/TRF/5R/Juiz/2009) Tendo como referência a Lei nº 6.404/1976, assinale a opção correta.
a) Uma sociedade anônima é considerada aberta ou fechada conforme os valores mobiliários que emita 
possam ou não ser negociados no mercado de valores mobiliários.
b) As ações de uma sociedade anônima são classificadas, de acordo com a espécie, em extraordinárias, 
ordinárias, preferenciais e de fruição.
c) Em relação à sociedade anônima, a ação é sempre divisível.
d) Mesmo constatada a mora, a companhia não pode mandar vender na bolsa de valores as ações do 
acionista remisso, por conta e risco deste.
e) A responsabilidade do alienante de uma ação não integralizada cessa imediatamente após a transfe-
rência dessa ação ao adquirente.
09. (MPE/PR/Promotor/2012) Assinale a alternativa incorreta:
a) A sociedade por ações pode ser, conforme seu objeto, sociedade empresária ou sociedade simples.
b) As sociedades cooperativas consideram-se sociedades simples.
c) Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente 
pelo sócio ostensivo.
d) A sociedade em nome coletivo não pode ter pessoas jurídicas como sócias.
e) Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é limitada ao valor de suas quotas, mas todos 
respondem solidariamente pela integralização do capital social.
10. (Esaf/TRT/CE/Juiz/2005) Havendo acordo de voto entre acionistas de uma companhia aberta,
a) cada um e todos os votantes respondem, individualmente, pelos efeitosdas decisões aprovadas nos 
colegiados de que façam parte.
b) o voto contrário ao acordo representa sua denúncia pelo declarante, acionista ou delegado.
c) a ausência de qualquer membro do colegiado vinculado pelo acordo de voto é ineficaz para fins de 
rejeição de propostas.
d) as medidas aprovadas nas deliberações de cada órgão colegiado não são passíveis de revisão por 
outra instância, se dentro das previsões do acordo.
e) tem-se o controle compartilhado, do que decorre a solidariedade pelos efeitos das ações administra-
tivas.
GAB 01 A 02 C 03 D 04 A 05 B 06 C 07 C 08 A 09 A 10 C
`CAPÍTULO II – CAPITAL SOCIAL (ARTS. 5º A 10)
`SEÇÃO I – VALOR (ARTS. 5º A 6º)
Fixação no Estatuto e Moeda
Art. 5º O estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em moeda nacional.
Parágrafo único. A expressão monetária do valor do capital social realizado será corrigida 
anualmente (artigo 167).
Alteração
Art. 6º O capital social somente poderá ser modificado com observância dos preceitos desta 
Lei e do estatuto social (artigos 166 a 174).

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