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Resenha - Redes e Cidades de Eliseu Sáverio Sposito

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Universidade Católica do Salvador
Prof.: Dante Severo
Aluna: Mariana Santana
Resenha do Livro “Redes e Cidades” de Eliseu Sáverio Sposito
O livro Redes e Cidades de Eliseu Sáverio Sposito está organizado em quatro capítulos, onde a ideia principal da obra é fornecer um conceito de rede geográfica, a rede urbana. O primeiro capítulo explica o que é uma cidade no mundo atual e seus processos. O segundo capítulo faz uma descrição da rede geográfica. O terceiro capítulo, por sua vez, mostra a preocupação da mundialização financeira e por fim o ultimo capitulo mostra a complexidade da internet em diferentes escalas.
O primeiro capítulo apresenta a discursão do que é uma cidade no mundo contemporâneo, considerando seus processos de formação e transição. O autor considera que explicar o que é uma cidade é uma tarefa que exige a consideração de vários elementos e torna-se mais difícil se a proposta é definir com base no processo de urbanização.
Para Eliseu a cidade vai além da simples combinação de estrutura física, da ocupação, dos aspectos culturais, etc. é ir além da regressão no tempo. O autor cita Jacqueline Beaujeau-Garnier, para ele o geografo deve entender a cidade como “multiforme por sua situação, tamanho, arquitetura, organização interna, papel na vida regional e nacional”. Ainda segundo Garnier é preciso considerar a cidade uma “concentração de homens, de necessidades, de possibilidades de toda espécie”, que reúne grande capacidade de “organização e transformação” e deve ser encarada ao mesmo tempo como “sujeito e objeto”. Assim, “se o homem utiliza e molda a cidade à reciproca é igualmente verdadeira”.
Diante disso, Sposito, chega à conclusão que se pode afirmar que a cidade revela os interesses e as ações da sociedade e ao mesmo tempo fornece condições para que essas ações se realizem. Com isso o autor entra no hall de discursão do que é urbano e o que é rural e acredita que só se pode definir isso com base no estudo das dinâmicas e das práticas socioespaciais. 
Sposito fala do que é considerado cidade no Brasil. No próprio Estatuto da Cidade aprovado em 2001, não há definição do termo, cabendo às câmaras municipais estabelecer seus limites políticos administrativos. Em contrapartida, cita exemplos de países que tem claramente definido o que pode ser considerado cidade a partir de um parâmetro, seja ele quantitativo (população) ou qualitativo (infraestrutura). Mas, para Eliseu, ainda falta um critério para compreensão concreta do fenômeno, que seria a divisão do trabalho, que compreenderia o processo de produção, circulação, troca e consumo.
No Segundo Capítulo intitulado “Redes”, irá apresentar as possibilidades de definir o que é rede. Michel Delapierre é citado com o seguinte pensamento sobre redes “a estrutura em redes se generaliza, assegurando circulação e difusão da informação, permitindo a coordenação das atividades e transmissão rápida das instruções e dos resultados”, ou seja, o mundo atual está conectado através de diversos tipos de redes que permitem quase que instantaneamente a comunicação e o retorno dessa comunicação em tempo real, quase que a velocidade da luz e essa agilidade e capacidade só é possível pelas redes, principalmente as redes de comunicação. 
O autor ressalta que é importante ter em mente que as redes não se formam por acaso, mas que é resultado do trabalho de numerosos atores que em diferentes lugares e momentos exerceram seu papel como sujeito da história. Além disso, trás o conceito de lugares centrais, que são formas de centralizar o gerenciamento de atividades de qualquer parte do mundo, fazendo com que funcione no restante do mesmo. Os lugares centrais são os “nós” estratégicos. 
Fazendo uma breve recapitulação da história da internet, iremos ver que a principal concretização da rede é a internet, isso porque ela é rápida e eficaz. A internet surge em 1969 e vai se estabilizando, inovando e melhorando com o tempo, mas apenas em 1990 foi disseminada internet para todo o mundo, antes esse uso era restrito ao estado e a militares. Para o Eliseu a internet tem algumas características para ser tão importante, dessa forma ela é flexível e adaptável; permite a coordenação de tarefas e a gestão da complexidade; permite uma forma organizativa superior da atividade humana e cresceu por seu caráter aberto, sua principal força.
Ainda no capítulo três, Sposito fala sobre a formação das redes de cidades no Brasil e deixa claro que a divisão territorial do trabalho é fundamental é fundamental para compreender a rede urbana, pois essa divisão implica a consideração de como a sociedade se apropria da natureza e a transforma. Ele cita Corrêa que considera a rede urbana o meio através do qual a produção a circulação e o consumo se realizam efetivamente pelo processo de urbanização. Para Corrêa podemos falar em rede urbana quando houver uma economia de mercado com uma produção que é negociada por outra que não é produzida local ou regionalmente; quando se verificar a existência de pontos fixos no território onde os negócios são realizados, ainda que com certa periodicidade e não de modo contínuo e quando a existência de um mínimo de articulação entre os núcleos urbanos, articulação que se verifica no âmbito da circulação, etapa necessária para que a produção exportada e importada realize-se de modo pleno, atingindo os mercados consumidores.
Finalmente o autor vai falar que o surgimento da rede urbana no Brasil começa quando tropas de animais de carga tinham que parar no caminho para descansar, alimentar, etc. A previsão do pouco, necessário para o repouso das pessoas e das tropas, em lugares específicos permitiu a escolha e a consolidação de paradas que se tornaram povoados, e em alguns casos em cidades como Feira de Santana. A construção de estradas de ferro também contribuiu para a urbanização e surgimento de algumas cidades, além disso, a economia do café, as inovações no transporte, comunicação e instalação das primeiras indústrias alavancaram a urbanização brasileira. 
No capítulo terceiro aborda como ocorre o processo de mundialização financeira e como as mudanças tecnológicas nos sistemas produtivos contemporâneos alteram os papéis, sobretudo das cidades. Também, Sáverio, apresenta conceitos de mundialização e globalização procurando relacionar rede e territórios citando autores que tratam da temática e que carregam uma bagagem interessante em relação a isso, como por exemplo, Ana Fani Carlos.
Por último, no quarto capítulo, o autor enfatiza o que é uma metrópole e quais as características da mesma. Dessa forma, o autor conclui que a composição socioespacial das metrópoles exprime a concentração das riquezas e do poder econômico em poucos grupos empresariais e em poucas pessoas. Além disso, a metrópole é caracterizada por um conjunto de redes históricas e também pela concentração de tecnologia e de mão de obra.
Em uma perspectiva pertinente, Eliseu trata da relação da tecnologia x homem, que se configura no cenário atual como um elemento importante, necessário, as grandes e pequenas empresas, corporações e todo tipo de relação de trabalho. Apesar da tecnologia, da internet em si, facilitar a vida cotidiana do trabalhador o mesmo torna-se dependente dela no que tange a passar até mesmo horas extras, conectado de alguma maneira ao trabalho, impedindo-o por vezes de viver socialmente em suas horas vagas.
Por fim, podemos concluir que a obra “Redes e Cidades” de Eliseu Sáverio é um importante acervo geográfico que tratam temáticas e traz consigo autores renomados da geografia e de outras áreas. A obra tem um valor intelectual muito interessante e deve ser consultada sempre que o tema for referente a redes, seja qual for a vertente.

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