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Doença do trato urinário inferior dos felinos

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193 
Anuário da Produção 
Científica dos Cursos 
de Pós-Graduação 
Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 
Cynthia Kaufmann 
Centro Universitário Anhanguera 
unidade Leme 
ninamelkaufmann@yahoo.com.br 
Rafael Correa Neves 
Centro Universitário Anhanguera 
unidade Leme 
rafaneves@hotmail.com 
Josiane C. Albertini Habermann 
Centro Universitário Anhanguera 
unidade Leme 
josiane.habermann@aesapar.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇA DO TRATO URINÁRIO INFERIOR DOS 
FELINOS 
 
RESUMO 
A doença do trato urinário inferior dos felinos acomete frequentemente os 
gatos domésticos e sua etiologia pode ser multifatorial, complexa e muitas 
vezes indeterminada. Esses distúrbios são caracterizados por um ou mais 
dos seguintes sinais clínicos: hematúria, disúria-estrangúria e polaciúria com 
ou sem obstrução uretral parcial ou completa. O diagnóstico se baseia na 
história clínica, anamnese, exame físico e exames complementares. A 
importância do tratamento em gatos não obstruídos vai depender dos sinais 
clínicos que eles apresentarem. Quando há interrupção do fluxo urinário as 
condutas terapêuticas são de caráter emergencial. A obstrução total quando 
não aliviada a morte ocorre em setenta e duas horas. Se o tratamento 
terapêutico não obtiver êxito e a obstrução uretral apresentar agravamento 
por estreitamento permanente na uretra o tratamento cirúrgico é indicado. 
Palavras-Chave: trato urinário; gatos; obstrução; tratamento. 
ABSTRACT 
The feline lower urinary tract disease of the felines frequently attacks the 
domestic cats and his/her aetiology can be multifactorial, complex and a lot 
of times uncertain. Those disturbances are characterized by one or more of 
the following clinical signs: hematuria, dysuria-stranguria and pollakiuria 
with or without obstruction partial urethral or it completes. The diagnosis 
bases at the historical clinic, anamnesis, physical exam and complemental 
exams. The importance of the treatment in cats no obstructed will depend on 
the clinical signs that they to present. When there is interruption of the 
urinary flow the conducts therapeutics are of character emergency. The total 
obstruction when no relieved the death happens in seventy two hours. If the 
therapeutic treatment doesn’t obtain success and the obstruction urethral to 
present aggravation for permanent narrowing in the urethra the surgical 
treatment it is indicated. 
Keywords: urinary tract; cats; obstruction; treatment. 
Anhanguera Educacional Ltda. 
Correspondência/Contato 
Alameda Maria Tereza, 2000 
Valinhos, São Paulo 
CEP 13.278-181 
rc.ipade@aesapar.com 
Coordenação 
Instituto de Pesquisas Aplicadas e 
Desenvolvimento Educacional - IPADE 
Informe Técnico 
Recebido em: 8/4/2010 
Avaliado em: 20/5/2011 
Publicação: 25 de agosto de 2011 
194 Doença do trato urinário inferior dos felinos 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
1. INTRODUÇÃO 
Os gatos domésticos são frequentemente acometidos pela doença do trato urinário 
inferior, e esse distúrbio é caracterizado por um ou mais dos seguintes sinais clínicos: 
hematúria, disúria-estrangúria e polaciúria, com ou sem obstrução uretral parcial ou 
completa (GRAUER, 2001; JUNIOR; HAGIWARA, 2004). 
São chamados fatores de risco algumas condições que podem aumentar a 
incidência da doença urinária inferior nos felinos, quais sejam: a idade, o sexo e o estado 
reprodutivo. O aparecimento da doença em gatos com menos de um ano de idade é raro, 
sendo mais frequente em animais entre 2 e 6 anos de idade e prevalecendo nos meses de 
inverno e primavera. Com relação ao sexo, os sintomas nos machos geralmente são mais 
graves, devido à obstrução uretral que ocorre quase que exclusivamente nesses animais, 
devido à sua anatomia uretral; se a obstrução não for tratada, a morte ocorre em 72 horas 
com azotemia, distensão vesical e cistite hemorrágica. As fêmeas parecem ser igualmente 
acometidas, porém na forma não-obstrutiva. Tanto em machos quanto em fêmeas que 
estiverem sendo afetados por essa forma não-obstrutiva da doença, ela pode regredir 
espontaneamente em 5 a 8 dias. A castração também é um fator de risco, tanto em fêmeas 
quanto em machos, já que, na maioria dos casos, leva à obesidade e, como consequência, à 
diminuição da atividade física, o que predispõe à doença do trato urinário inferior 
(JUNIOR; HAGIWARA; MAMIZUKA, 1998; WOUTERS et al., 1998; BALBINOT et al., 
2006). 
Outros fatores que contribuem para o aparecimento dessa doença são citados por 
outros autores e podem atuar de forma isolada ou múltipla, como: fatores dietéticos, pH 
alcalino da urina, sedentarismo, confinamento, diminuição do consumo de água e o 
estresse (TAREVNIC; PINTO, 1998). 
Os gatos que ingerem pouca quantidade de água ao dia e os que convivem com 
outros felinos apresentam maiores chances de apresentarem a doença. Também foi 
encontrado maior risco de adquiri-la em felinos que se alimentam de ração seca 
industrializada (BALBINOT et al., 2006). 
O estresse parece estar relacionado com as recidivas da doença do trato urinário 
inferior dos felinos (DTUIF), que são frequentes; independentemente da terapia e da 
recuperação, acontecem uma ou mais recidivas, principalmente nos seis primeiros meses 
após o primeiro episódio (JUNIOR; HAGIWARA, 2004). 
O objetivo do presente trabalho é descrever uma revisão bibliográfica da DTUIF, 
por ser uma doença de grande incidência entres os felinos domésticos, de etiologia 
 Cynthia Kaufmann, Rafael Correa Neves, Josiane Conceição Albertini Habermann 195 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
multifatorial, e que é tratada com condutas terapêuticas de caráter emergencial quando há 
interrupção do fluxo urinário. 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1. Anatomia e fisiologia do trato urinário inferior dos felinos 
O trato urinário inferior dos felinos é composto pela vesícula urinária e pela uretra (Figura 
1). A vesícula urinária é um órgão muscular oco, distensível de estocagem, e seu tamanho 
varia dependendo da quantidade de urina que contém num determinado momento. Ela é 
constituída de três porções: o ápice, que é a parte cranial; o corpo, que se localiza entre o 
ápice e o colo; e o colo, que está localizado entre as junções ureterovesical e vesicouretral 
(ALVES, 2006; DYCE; SACK; WENSING, 1997; REECE, 1996). 
A uretra é a continuação caudal do colo da bexiga e transporta a urina da bexiga 
para o meio externo. O esfíncter externo localiza-se caudalmente ao colo da vesícula 
urinária e é composto por uma musculatura esquelética que circunda a uretra. Esse 
esfíncter representa o limite funcional entre a vesícula urinária e a uretra (REECE, 1996). 
 
(Fonte: REECE, 1996). 
Figura 1. Junção ureterovesical (entrada do ureter na vesícula urinária). A - O ureter passa obliquamente 
através da parede da vesícula. B. O ureter é ocluído quando a pressão da urina acumulada aumenta (seta). 
A prevenção do escape de urina enquanto a vesícula urinária está repleta é 
fornecida pela contração do esfíncter externo e pela tensão passiva exercida pelos 
elementos elásticos do interior da mucosa. Quando a urina é expelida da vesícula, o 
esfíncter externo relaxa, e a musculatura da vesícula se contrai. Essa contração força a 
urina para o interior da uretra, mas também dilata a sua porção inicial devido ao arranjo 
das fibras musculares (REECE, 1996). 
196 Doença do trato urinário inferior dos felinos 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
A uretra dos gatos machos é dividida anatomicamente em quatro segmentos: 
uretra pré-prostática, uretra prostática, uretra pós-prostática e uretrapeniana (ALVES, 
2006). 
Tanto o ápice quanto o corpo vesicais são constituídos de musculatura lisa, 
formando, assim, o músculo detrusor, que é responsável pelo esvaziamento vesical. A 
musculatura lisa localizada no colo vesical e na uretra pré-prostática forma o esfíncter 
uretral interno e, para formar o esfíncter uretral externo, o músculo uretrális envolve a 
uretra pós-prostática. A uretra prostática é a região de transição entre os dois esfíncteres 
(CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
A resistência ao fluxo urinário é efetuada pela musculatura lisa da uretra pré-
prostática, pela musculatura lisa estriada da uretra prostática e pela musculatura estriada 
da uretra pós-prostática e peniana. Para que ocorra a eliminação normal da urina, há 
necessidade do relaxamento do esfíncter uretral externo e interno e da contração do 
músculo detrusor (ALVES, 2006). 
O nervo hipogástrico, originado dos segmentos da medula espinhal entre as 
vértebras L1 e L4, é a inervação simpática da vesícula urinária e da uretra. A inervação 
parassimpática colinérgica é realizada pelo nervo pélvico, que emerge das raízes nervosas 
entre os segmentos das vértebras S1 e S3. Esse nervo pélvico atua sobre o músculo 
detrusor estimulando a contração vesical. O nervo que é responsável pela inervação 
somática da uretra e pela inervação do esfíncter uretral externo é o nervo pudendo, que é 
originado das raízes nervosas entre S1 e S3 (CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
O armazenamento da urina ocorre pelo relaxamento do músculo detrusor, 
devido ao aumento da atividade β-adrenérgica. O esfíncter uretral interno 
simultaneamente mantém a continência pela influência α-adrenérgica. O esfíncter uretral 
externo faz resistência ao fluxo urinário pela ação do nervo pudendo (ALVES, 2006). 
Quando a vesícula alcança um grau de distensão, impulsos parassimpáticos são 
iniciados e inibem as atividades simpáticas. Consequentemente, o músculo detrusor se 
contrai, e a vesícula esvazia pelo relaxamento uretral e do colo vesical. Então a micção é 
controlada pela inervação parassimpática (ALVES, 2006). 
Um aspecto importante é a neurofisiologia na diferenciação entre causas 
obstrutivas e patológicas que atingem o sistema nervoso, como traumas nas vértebras 
lombossacrais e dissinergismo reflexo, que é a contração do músculo detrusor e o não 
relaxamento da uretra, impedindo o esvaziamento vesical (CORGOZINHO; SOUZA, 
2003). 
 Cynthia Kaufmann, Rafael Correa Neves, Josiane Conceição Albertini Habermann 197 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
2.2. Etiologia e patogenia 
A etiologia das doenças do trato urinário inferior dos felinos pode ser multifatorial, 
complexa e muitas vezes indeterminada. Alguns estudos têm sido desenvolvidos na 
tentativa de descobrir possíveis etiologias, mas a maioria desses estudos é limitada, 
porque considera a doença do trato urinário como um todo, e não analisando cada uma 
de suas possíveis causas, já que é muito difícil identificar a etiologia que está levando à 
apresentação dos sinais clínicos (JUNIOR; HAGIWARA, 2004; BALBINOT et al., 2006). 
A DTUIF pode ocorrer em associação com urólitos, microcálculos ou cristais que 
causam a irritação do epitélio das vias urinárias. Para que haja formação de cristais, é 
necessário que ocorra concentração elevada na urina de substâncias formadoras de 
urólitos, pH favorável e permanência dessas substâncias por tempo suficiente no trato 
urinário. E isso ocorre devido ao próprio hábito do felino de ingerir pouca quantidade de 
água, formando, assim, um pequeno volume urinário diário, e levando-o a urinar em 
média uma vez ao dia (BALBINOT et al., 2006; LAZZAROTTO, 2001). 
Já os plugs uretrais geralmente são compostos por grandes quantidades de matriz 
orgânica, associadas a minerais, ou por tecidos, sangue ou células inflamatórias. São 
raramente compostos primariamente, por agregados minerais (BALBINOT et al., 2006). 
Uma causa muito comum de afecção do trato urinário sem obstrução é a cistite 
idiopática, que atinge gatos, em sua maioria, que consomem exclusivamente alimentos 
secos. Essa síndrome é caracterizada por polaciúria e noctúria; a urina é estéril, e a análise 
do sedimento não revela nenhum sinal de malignidade (BALBINOT et al., 2006). 
Os cristais de estruvita (Figura 2) são as principais causas de afecções do trato 
urinário inferior dos felinos, e a formação e o desenvolvimento desses cristais parecem 
ocorrer por meio de três mecanismos: o primeiro, com os cristais de estruvita estéreis, 
ocorre devido à queda no volume e ao aumento da densidade específica urinária, 
secundários à baixa ingestão de água e ao consumo excessivo de alimento, resultando em 
obesidade e alta excreção de minerais, alguns calculogênicos, pela urina. Para o segundo 
mecanismo, com os cristais de estruvita induzidos por infecções, a principal hipótese é a 
urease microbiana, em que ocorre a hidrólise da ureia, e isso leva à alcalinização da urina, 
gerando uma grande quantidade de íons fosfato e amônio, que fazem parte da 
composição dos cristais de estruvita. Com relação ao terceiro mecanismo, que está ligado 
aos tampões uretrais, sugere-se que ele seja resultado da associação dos cristais de 
estruvita estéreis e dos induzidos por infecções. Este mecanismo é uma das causas mais 
comuns de obstrução uretral em gatos (LAZZAROTTO, 2001). 
198 Doença do trato urinário inferior dos felinos 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
 
(Fonte: www.hospitalveterinario.pt/.../). Acesso em: 9 jun. 2009. 
Figura 2. Sedimento urinário mostrando cristais de estruvita. 
Os fatores alimentares podem ter participação na formação dos cristais e dos 
urólitos de estruvita, devido à grande ingestão dietética de magnésio. O conteúdo de 
magnésio está relacionado com o conteúdo total de cinzas presente nos alimentos secos, 
semiúmidos, mas não nos alimentos enlatados. Alimentos com baixos teores de cinzas e 
alto conteúdo de magnésio na dieta podem promover o aparecimento de cristalúria. 
Outro fator negativo dos alimentos secos é que eles contêm alto teor de fibras e são menos 
digeríveis, resultando, assim, em um aumento na ingestão total de magnésio e 
propiciando também um maior volume fecal e maior perda de água fecal, o que pode 
reduzir o volume de urina. Essa redução, por sua vez, eleva a concentração de magnésio e 
outras substâncias calculogênicas na urina, aumentando o tempo de permanência dessas 
substâncias no trato urinário (GRAUER, 2001; TAREVNIC; PINTO, 1998). 
Outro fator muito importante na patogenia da cristalúria por estruvita é o pH da 
urina, pois a estruvita é muito mais solúvel em urina com pH 6,4 do que com pH 7,7. 
Então, se o cloreto de magnésio da dieta for utilizado para acidificar a urina, as 
concentrações de magnésio serão altas, mas sem a ocorrência de cristalúria e inflamação 
da bexiga. Por outro lado, se o óxido de magnésio ou sulfato de magnésio forem 
adicionados à dieta, ocorrerá de forma rápida a alcalinização da urina, cristalúria e 
inflamação. As rações comuns para gatos geralmente produzem aumento pós-prandial no 
pH da urina; já os gatos alimentados à vontade com rações comuns têm menos flutuações 
no pH urinário, e o valor médio diário do pH urinário é mais elevado do que o dos gatos 
alimentados em horários definidos. As rações secas industrializadas têm em sua 
formulação cereais, e as dietas ricas em cereais e vegetais tendem a formar uma urina 
alcalina; em contrapartida, as dietas ricas em proteínas de origem animal tendem a 
produzir uma urina ácida (GRAUER, 2001; JUNIOR; HAGIWARA; MAMIZUCA, 1998). 
A mucoproteína de Tamm-Horsfall, que ésecretada pelos túbulos renais, é a 
mais importante mucoproteína encontrada nos urólitos de estruvita dos felinos. E ela 
também pode participar na patogenia dos tampões uretrais (GRAUER, 2001). 
 Cynthia Kaufmann, Rafael Correa Neves, Josiane Conceição Albertini Habermann 199 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
A obstrução uretral é a mais comum nos machos felinos, devido ao comprimento 
e ao diâmetro da uretra. A maioria das obstruções é causada por tampões de muco e 
estruvita, que se alojam na uretra peniana. Os urólitos podem alojar-se em qualquer 
porção da uretra. As inflamações locais que ocorrem devido aos cálculos uretrais ou 
tampões podem piorar a obstrução, causando edema uretral. Traumas iatrogênicos, 
causados em sua maioria por cateterização uretral, também podem causar uretrites ou 
inflamação do tecido periuretral, provocando compressão da uretra (GRAUER, 2001). 
A presença de bactérias no trato urinário em gatos com DTUIF é rara, e esse fato 
pode estar relacionado com os mecanismos locais de defesa, que são altamente efetivos. 
Portanto, a perda de um ou mais desses mecanismos pode predispor o gato à cistite 
bacteriana. Em um estudo realizado em felinos que apresentavam DTUIF, apenas 8% 
deles apresentavam crescimento bacteriano, e os agentes isolados foram: Pasteurella spp, 
Klebsiella spp, Staphylococcus spp e Escherichia coli (JUNIOR, 2005). 
Outros tipos de urólitos podem causar sinais clínicos da DTUIF, que são o 
oxalato de cálcio (Figura 3) e os urólitos de urato. De acordo com os resultados de um 
estudo, os gatos Burmês, Persa, Himalaia e os gatos machos castrados são os que 
apresentam maior risco de desenvolver urolitíase por oxalato de cálcio (GRAUER, 2001). 
 
Fonte: (http://www6.ufrgs.br/favet/lacvet/urina_cristais.htm). Acesso em: 09 jun. 2009. 
Figura 2. Cristais de oxalato de cálcio. 
Atualmente, há evidências de que o estresse pode contribuir para o 
desenvolvimento dos sinais clínicos de DTUIF, porém, é difícil provar essa hipótese. 
Mesmo assim, é comum os proprietários relatarem que mudanças bruscas de manejos 
ambientais, viagens, introdução de novos animais ou mesmo de moradores na 
propriedade, participação em exposições e até mudanças climáticas podem ser 
consideradas situações estressantes para alguns gatos (GRAUER, 2001; JUNIOR; 
HAGIWARA, 2004). 
Segundo Junior e Hagiwara (2004), o sistema nervoso simpático (SNS), em 
condições normais, não participaria da excitação de fibras nervosas sensoriais; no entanto, 
200 Doença do trato urinário inferior dos felinos 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
a observação do aparecimento de sinais clínicos da doença urinária em situações 
estressantes sugere uma possível interação entre o SNS e os neurônios sensoriais 
localizados na bexiga. 
Outros fatores que também podem estar associados à DTUIF, e que muitas vezes 
não são investigados pelo clínico, são as anomalias de úraco (Figura 4) (resquício de úraco 
e divertículo vesicouracal). A presença de alguma dessas anomalias poderia predispor à 
infecção urinária, principalmente por bactérias produtoras de uréase (JUNIOR; 
HAGIWARA; MAMIZUKA, 1998). 
Os pesquisadores têm responsabilizado alguns vírus, que incluem calicivírus 
felino, herpesvírus 4 bovino e vírus formador de sincício, pela patogenia da DTUIF. 
Porém, ainda está para ser esclarecido o papel dos vírus (GRAUER, 2001). 
 
Fonte: (ALEIXO et al., 2007). 
Figura 4. Cistografia de um gato em projeção lateral da cavidade abdominal, onde se visualiza o canal uracal. 
2.3. Sinais clínicos 
A sintomatologia clínica da DTUIF depende do componente do complexo da doença 
presente. Felinos não obstruídos geralmente apresentam polaciúria, disúria-estrangúria, 
hematúria, vocalização durante a micção e lambedura da genitália. Os proprietários 
também relatam que o animal urina em locais inapropriados (GRAUER, 2001). 
Nos felinos machos obstruídos, os sintomas apresentados dependem do tempo 
de duração da obstrução. Inicialmente, a maioria dos felinos faz tentativas de urinar, anda 
de um lado para o outro, esconde-se, mia, lambe a genitália (e, em alguns casos, lambe até 
escoriar e sangrar), demonstra ansiedade, apresenta sensibilidade abdominal, e o pênis 
pode estar exposto ou congesto. A obstrução total causa o aparecimento de sintomas 
característicos de azotemia pós-renal dentro de 36 a 48 horas, que induz à anorexia, 
vômito, desidratação, depressão, fraqueza, colapso, estupor, hipotermia, acidose com 
hiperventilação, bradicardia e/ ou morte súbita (GRAUER, 2001; BROWN, 2008). 
 Cynthia Kaufmann, Rafael Correa Neves, Josiane Conceição Albertini Habermann 201 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
Em felinos que apresentam obstrução parcial, os proprietários relatam que o gato 
inicialmente demonstra várias tentativas de urinar, com eliminação de pouca urina (em 
gotas), e que esta tem coloração avermelhada. Os gatos permanecem por um longo 
período de tempo na posição de micção (Figura 5) dentro de vasilhas sanitárias ou em 
lugares inapropriados, e o proprietário relata que o animal está constipado. Neste caso, o 
animal também lambe a genitália e mia muito alto (ALVES, 2006). 
Ao exame físico, um gato não obstruído apresenta-se sadio, exceto pela bexiga 
pequena e facilmente comprimível, e a parede da bexiga pode estar espessada; a palpação 
abdominal pode ser dolorosa, mas gatos com obstrução sempre ressentem a palpação. No 
exame físico de um animal com obstrução, a bexiga estará repleta e distendida, e é difícil 
ou impossível o esvaziamento por compressão. Deve-se sempre tomar cuidado na 
manipulação da bexiga distendida, já que a parede foi lesada pelo aumento da pressão 
intravesical, o que a deixa susceptível à ruptura (GRAUER, 2001). 
2.4. Diagnóstico 
O diagnóstico da DTUIF, em geral, não é complicado e se baseia no histórico clínico, 
anamnese, exame físico e exames complementares (ALVES, 2006; GASKELL, 2006). 
Antes de se realizar uma avaliação radiográfica, a palpação e compressão da 
vesícula urinária para induzir a micção pode ser útil para se confirmar a obstrução uretral. 
Mas, em felinos obstruídos que apresentarem sinais clínicos de desidratação, uremia e 
hipercaliemia, qualquer tentativa de investigação diagnóstica deve ser adiada, 
priorizando a estabilização das funções vitais e o restabelecimento do fluxo urinário 
normal (ALVES, 2006). 
As radiografias são úteis para identificar a localização da obstrução e também 
para verificar anormalidades do trato urinário, evitando, assim, o insucesso da 
desobstrução (CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
Dois tipos de radiografias podem ser utilizados: as radiografias simples e as 
contrastadas. As simples podem identificar a existência de cálculos radiopacos na uretra e 
na vesícula urinária,bem como nos rins. As radiografias em posição lateral e ventrodorsal 
auxiliam no diagnóstico diferencial, pois demonstram alterações em vértebras 
lombossacrais e/ ou na coccígena, que causam distúrbios de micção (ALVES, 2006). 
As radiografias contrastadas são efetivas na identificação de cálculos 
radiolucentes, ruptura uretral ou vesical, estenose uretral, divertículo uracal, neoplasias e 
processos inflamatórios. Agentes de contraste negativo (ar para criar uma 
202 Doença do trato urinário inferior dos felinos 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
pneumocistograma) ou positivo (geralmente, agentes hidrossolúveis à base de iodo) 
podem ser introduzidos através de um cateter uretral, após a vesículaurinária ter sido 
esvaziada pela primeira vez; 30 mL geralmente são adequados para distensão vesical 
(GASKELL, 2006). 
O uso de contrastes duplos na vesícula tem sido realizado quando se suspeita de 
lesões irregulares ou ulcerantes na parede, como no caso de neoplasia vesical. Mesmo não 
sendo essencial, é uma boa prática para remover os agentes contrastados da vesícula após 
a cistografia (GASKELL, 2006). 
A técnica utilizada em felinos mais frequentemente é o uretrocistograma 
retrógrado de contraste positivo, em que o contraste é injetado através de um cateter 
urinário (CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
O exame radiográfico dos ureteres pode ser empregado através de urografia 
intravenosa. O agente de contraste à base de iodo é excretado pelos rins, podendo ser 
observado radiograficamente delineando os ureteres. Esse procedimento tem mais valor 
na investigação de casos de suspeita de ureteres ectópicos (GASKELL, 2006). 
A avaliação ultrassonográfica dos gatos obstruídos tem a vantagem de verificar a 
integridade do trato urinário superior e inferior, além de avaliar a presença de tampões 
(mucoproteínas e/ ou cristais, coágulos e debris) e urólitos na vesícula urinária que 
possam migrar para uretra e, dessa forma, causar a obstrução; ainda permite observar a 
presença de neoplasias e anomalias anatômicas. Contudo, o trajeto da uretra não é 
totalmente visualizado, pela presença do púbis (CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
A biópsia da vesícula urinária através da cistostomia exploratória pode ser útil 
para a confirmação de algumas doenças do trato urinário inferior, como a neoplasia, mas 
os achados, na maioria dos casos, são inespecíficos (GASKELL, 2006). 
Os exames laboratoriais são essenciais para a escolha da conduta terapêutica 
adequada aos gatos com a DTUIF (ALVES, 2006). 
A urinálise é um auxílio rotineiro e básico para o exame de casos de DTUIF. Uma 
amostra fresca obtida de uma bandeja limpa é satisfatória para a análise urinária básica 
(densidade específica, pH e avaliação bruta dos níveis proteicos). A urina também pode 
ser colhida através do jato médio, aplicando uma pressão constante, mas não excessiva na 
vesícula urinária. A cateterização uretral é outra forma de coletar a amostra de urina, 
porém, esta pode ser contaminada por bactérias provenientes dos genitais externos. 
Nenhum desses métodos de coleta de amostra é ideal para a avaliação bacteriológica ou 
de sedimento. A cistocentese, que é a punção direta da vesícula urinária através da parede 
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Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
abdominal, proporciona uma amostra mais satisfatória para a análise urinária e 
representa uma técnica estéril para obtenção de uma amostra para cultura bacteriana 
(GASKELL, 2006). 
A concentração da urina em gatos normais, conforme avaliado por meio da 
densidade específica, é variável, mas pode ficar alta acima de 1.045, em animais 
alimentados com alimentos secos ou pobres em umidade. A urina fica frequentemente 
concentrada nos casos de DTUIF, mas a densidade específica geralmente não é afetada, 
principalmente nos casos não complicados. O pH urinário está relacionado com a dieta: 
assim, animais alimentados à base de carne geralmente ficam com o pH ácido. A urina 
produzida após uma refeição é alcalina (onda alcalina pós-prandial), embora tais 
flutuações no pH aconteçam no interior da vesícula urinária na maior parte dos gatos que 
urinam poucas vezes. A urina que fica por um longo período de tempo na vesícula 
urinária também tende a ficar mais alcalina. De preferência, o pH urinário deve ser 
avaliado de 4 a 6 horas após a refeição, pois, se a urina estiver ácida, provavelmente será 
ácida ao longo do dia. Nas infecções bacterianas no trato urinário inferior, o pH 
normalmente fica mais alcalino, e isso ocorre devido à degradação da ureia na urina por 
parte de organismos produtores de urease. Esta é uma das causas mais importantes de 
um pH urinário alto. Prefere-se o uso de medidores de pH, em vez do uso de fitas de 
imersão urinária (GASKELL, 2006; KERR, 2003; BUSH, 2004a). 
Os níveis proteicos urinários geralmente são mais altos em gatos do que em cães, 
mas a presença de proteinúria leve ou moderada, conforme avaliado por meio de técnicas 
de fita de imersão, indica que há inflamação do trato urinário inferior. No caso da DTUIF, 
os achados de proteína urinária têm de ser interpretados em associação com a densidade 
específica da urina e com o exame de sedimento urinário (GASKELL, 2006; MEYER; 
COLES; RICH, 1995). 
O achado de gotículas de gordura não está relacionado com a lipemia. Um 
pequeno número de gotículas é normal em gatos (BUSH, 2004b). 
Os cristais de fosfato ou estruvita também são considerados um componente 
normal do sedimento urinário felino, principalmente nos casos de urina alcalina. É 
discutível se tal cristalúria é uma reflexão precisa da composição urinária vesical, pois os 
cristais se precipitam conforme a urina resfria, particularmente quando é resfriada. Gatos 
em estresse podem exibir hiperglicemia e também níveis altos de glicose sangiínea 
quando ocorre inibição insulínica pelas toxinas urêmicas (GASKELL, 2006; BUSH, 2004a). 
O exame microscópico de sedimento urinário é parte crucial da urinálise em 
casos de DTUIF. Células inflamatórias (piúria), eritrócitos e cristalúria constituem achados 
204 Doença do trato urinário inferior dos felinos 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
frequentes em varias afecções, mas o achado mais comum na DTUIF é hematúria com 
cristalúria na ausência de piúria. A hematúria pode ocorrer devido à cateterização ou ao 
pressionamento da vesícula urinária para induzir a micção. A presença de alguns 
eritrócitos em amostras de cistocentese pode ocorrer, mas isto é consequência da técnica 
(GASKELL, 2006; BUSH, 2004b). 
Um exame citológico do sedimento urinário pode revelar evidência da doença 
neoplasia na vesícula urinária, mas não é confiável (GASKELL, 2006). 
Deve-se realizar uma cultura bacteriana urinária, com antibiograma paralelo ou 
subsequente, quando a urinálise sugere infecção bacteriana. Mas isso deve ser feito antes 
de qualquer uso de antibióticos ou após um período de suspensão do tratamento. 
Preferencialmente, a urina deve ser colhida por cistocentece. A infecção bacteriana está 
presente quando o número de bactérias excede 1000 unidades formadoras de colônias por 
mililitros, na amostra colhida pela cateterização ou qualquer crescimento na amostra 
adquirida pela cistocentese. A tentativa de cultura de vírus da urina felina não constitui 
um procedimento diagnóstico rotineiro, e o significado de um caso isolado é obscuro. 
(GASKELL, 2006; ALVES, 2006). 
A hematologia e a bioquímica sanguínea rotineira ficam frequentemente normais 
em casos não complicados. Porém, gatos com obstrução uretral exibirão elevações 
acentuadas nos níveis sanguíneos de ureia e creatinina, junto com hipercalemia quando 
houver obstrução por algum tempo (GASKELL, 2006). 
A análise do urólito colhido é fundamental para detectar sua composição, com o 
intuito de selecionar protocolos terapêuticos que promovam a sua dissolução e prevenção. 
(ALVES, 2006). 
2.5. Tratamento sem obstrução uretral 
A importância do tratamento em gatos não obstruídos vai depender dos sinais clínicos 
que eles apresentarem. Geralmente, animais com disúria-estrangúria e hematúria tornam-
se muitas vezes assintomáticos dentro de 5 a 7 dias a partir do primeiro exame, 
independentemente de o tratamento ser instituído ou não. A maioria desses gatos é 
tratada comantibióticos, e se os sinais clínicos desaparecerem, uma relação causa-efeito é 
muitas vezes estabelecida, tanto por parte do proprietário quanto do clínico (GRAUER, 
2001). 
Se a urinálise revelar uma urina alcalina com cristalúria por estruvita, e se o 
animal não tiver maiores complicações, pode-se instituir uma dieta calculolítica, rica em 
 Cynthia Kaufmann, Rafael Correa Neves, Josiane Conceição Albertini Habermann 205 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
umidade, altamente energética e com proteína em torno de 40% (peso seco do alimento), 
com o intuito de acidificar o pH urinário. Uma baixo nível de magnésio (cerca de 0,04%) 
também é de fundamental importância. O cloreto de sódio (0,79% do peso dessecado) 
poderá ser adicionado, com o objetivo de estimular a ingestão de água, aumentando, 
assim, a diurese. Essa dieta tem conseguido bons resultados na dissolução dos cálculos de 
estruvita, num período em torno de 36 dias, e deve ser mantida por mais de 30 dias após a 
confirmação da dissolução mediante exames radiográficos. Em casos de gatos com 
cálculos de estruvita acompanhados de um comprometimento sistêmico, é fundamental 
realizar um tratamento de apoio, antes de fazer uso de uma dieta estruvilolítica 
(LAZZARROTTO, 2001). 
Se as rações dietéticas não mantiverem o pH da urina ácido, o que é raro, 
acidificantes urinários devem ser incluídos. O cloreto de amônio, a metionina ou o ácido 
ascórbico podem ajudar a dissolver ou prevenir os urólitos de estruvita ou plugs uretrais 
que contenham estruvita. Sempre se deve tomar cuidado com a acidificação por tempo 
prolongado ou a administração em altas doses, pois podem resultar em acidose 
metabólica, hipocalemia, disfunção renal, desmineralização óssea e formação de urólitos 
de cálcio (BELONE, 2002). 
Geralmente, na maioria dos casos de DTUIF, a urina é ácida, com ausência de 
cristais de estruvita; então, não se recomenda a dieta acidificante com restrição de 
magnésio. Se a urina for bacteriologicamente estéril, exames devem ser realizados para 
tentar identificar anormalidades anatômicas (GRAUER, 2001). 
O tratamento com antibióticos, em gatos com urolitíase por estruvita e com 
infecção bacteriana no trato urinário, deve ser prescrito com base na cultura de urina e nos 
resultados dos testes de sensibilidade e deve ser mantido durante todo o período em que 
os cálculos estiverem sendo dissolvidos (GRAUER, 2001; BELONE, 2002). 
Alguns agentes, como antibióticos, tranquilizantes, anticolinérgicos, 
antiespasmódicos e anti-inflamatórios (ex: dimetilsulfóxido, glicocorticóides), têm sido 
utilizados no tratamento da cistite idiopática em gatos; entretanto não, existe nenhum 
estudo que comprove a eficácia de nenhum desses agentes. A amitriptilina também não 
tem sua eficácia atestada, mas, devido à semelhança com a cistite intersticial da mulher, o 
tratamento com amitriptilina pode ser indicado com cuidado para gatos com afecções 
idiopáticas. A recomendação é que a amitriptilina seja dada na dose de 5 a 10 mg/gato, 1 
vez ao dia na hora de dormir, pois este medicamento pode ter efeito calmante (GRAUER, 
2001). 
206 Doença do trato urinário inferior dos felinos 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
Comparações da cistite felina com a cistite humana, em que defeitos no 
revestimento de glicosaminoglicanas (GAG) uroepitelial protetor da vesícula urinária e 
uma associação com o estresse foram identificados como fatores na afecção, têm levado a 
sugestões adicionais para tratamento. O uso de suplementos orais de GAG ou precursores 
de GAG tem sido sugerido; tais suplementos podem ser úteis, mas ainda não há 
evidências publicadas de sua eficácia (GASKELL, 2006). 
Ainda não estão disponíveis protocolos clínicos que promovam a dissolução de 
urólitos de oxalato de cálcio e urólitos de urato amônio nos gatos. Os urocistólitos podem 
ser removidos por meio de uroidropropulsão ou sonda uretral. A única alternativa prática 
para a remoção de urólitos de oxalato de cálcio e de urato de amônio é a cirurgia. Após 
essa remoção cirúrgica, alguns protocolos clínicos devem ser realizados com o objetivo de 
reduzir a concentração urinária das substâncias calculogênicas (OSBORNE et al., 2004; 
BROWN, 2008). 
Os divertículos uracais são raros como fator primário da DTUIF em felinos. A 
maior parte dos divertículos macroscópicos do ápice vesical são sequelas da disfunção do 
trato urinário inferior e geralmente são autolimitantes se a vesícula urinária e/ ou a uretra 
retornarem à condição normal. Os divertículos adquiridos, em sua maioria, curam-se 
dentro de 2 a 3 semanas após a eliminação da causa subjacente da pressão intraluminal 
elevada (OSBORNE et al., 2004). 
2.6. Tratamento da obstrução uretral 
O tratamento adequado da obstrução uretral vai depender do grau e da duração dessa 
obstrução. A obstrução total, quando não aliviada, leva à morte em 72 horas (PEIXOTO et 
al., 1997). 
As principais complicações durante a obstrução uretral são: desidratação, que 
pode levar a hipovolemia e choque; azotemia com acidose metabólica; hiperfosfatemia; 
hipercaliemia e hipocalcemia. Estes são pacientes de emergência, nos quais se deve, antes 
de mais nada, corrigir o que poderia levar primeiro o paciente a óbito – de neste caso, 
hipovolemia e hipercaliemia. Coloca-se um cateter na veia, e o ideal, antes de se iniciar a 
fluidoterapia, é coletar sangue para a análise laboratorial (ALVES, 2006). 
Antes de se iniciar a restauração da permeabilidade do lúmen uretral do paciente 
felino, é necessário que se faça a sua contenção. Em felinos dóceis ou altamente 
debilitados, a contenção pode ser feita fisicamente, em associação com anestesias tópicas. 
A contenção farmacológica é recomendada quando as tentativas de desalojamento do 
 Cynthia Kaufmann, Rafael Correa Neves, Josiane Conceição Albertini Habermann 207 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
material obstrutor estão provavelmente associadas às lesões adicionais à uretra, e quando 
há risco elevado de infecção iatrogênica do trato urinário. As cateterizações da uretra 
realizadas sem a devida sedação podem causar ruptura uretral, com consequente 
extravasamento de urina para o tecido periuretral (ALVES, 2006). 
Os anestésicos são administrados de forma cautelosa, visto que as dosagens 
inferiores às recomendadas para pacientes com função renal normal são exigidas naqueles 
com azotemia pós-renal, principalmente os fármacos excretados pelos rins 
(CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
Após o procedimento do controle da dor e sedação necessários, a primeira 
manobra para diminuir a pressão intrauretral e facilitar a passagem do cateter uretral é a 
cistocentese de emergência (ALVES, 2006). 
Corgozinho e Souza (2003) priorizam uma massagem suave da uretra peniana, 
seguida de compressão manual da vesícula urinária. Essa massagem causa retração do 
prepúcio e exposição do pênis, permitindo detectar a presença de material obstrutor. A 
massagem suave no pênis entre o polegar e o dedo indicador ajuda a desalojar e 
fragmentar os tampões localizados na uretra peniana (Figura 6), a tal ponto que a 
subsequente palpação da vesícula induza a sua remoção. 
 
Fonte: (CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
Figura 5. Massagem no pênis entre o polegar e o dedo indicador. 
Essa compressão deve sempre ser efetuada com cautela para prevenir trauma 
iatrogênico na vesícula urinária. Quando há suspeita de infecção do trato urinário, a 
palpação da vesícula pode induzir o refluxo vesicouretral de urina, levando 
microorganismos para o trato urinário superior(ALVES, 2006). 
A descompressão da vesícula por meio da cistocentese (Figura 7) é recomendada 
quando não se obtém sucesso nas etapas citadas anteriormente e, quando ela se encontra 
superdistendida, deve-se retirar o máximo de urina possível. A ruptura da vesícula 
208 Doença do trato urinário inferior dos felinos 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
urinária pode ocorrer em função da fragilidade da parede vesical em animais obstruídos 
por muito tempo (ALVES, 2006). 
 
Fonte: (CORGOZINHO; SOUZA, 2003) 
Figura 6. Cistocentese em um gato obstruído por um período de 24 horas. Observe a intensa hematúria. 
A próxima etapa a ser realizada é a desobstrução via sonda uretral, que deve ser 
feita de forma delicada, evitando, assim, traumatismo adicional à uretra já lesionada pelo 
material obstrutor. Todo o procedimento deverá ser realizado de forma asséptica, e a 
antissepsia é realizada no pênis e no prepúcio antes da cateterização (Figura 8). Após a 
exposição do pênis (Figura 10), o cateter urinário, estéril e lubrificado (Figura 9) de 
polipropileno com extremidade proximal aberta, é delicadamente introduzido na uretra 
peniana até o ponto da obstrução (Figura 11), e a solução de irrigação (solução salina a 
0,9% ou Ringer com Lactato) à temperatura ambiente é injetada em grande quantidade 
através do cateter (Figuras 12 e 13), no intuito de dissolver o material obstrutor e/ ou 
empurrá-lo para o interior da vesícula urinária. Essas soluções são atóxicas, estéreis e não 
irritantes (ALVES, 2006; CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
A expulsão de tampão ou urólito do lúmen uretral, após a uretra ter sido 
irrigada, ocorre com a aplicação de pressão digital contínua e suave na vesícula urinária. 
Até que ocorra a remoção do material obstrutor, o cateter não deve ser forçado para o 
interior do lúmen uretral, devido à possibilidade de ruptura da parede uretral (ALVES, 
2006). 
As irrigações do lúmen da vesícula urinária com soluções isotônicas são válidas 
para prevenir uma nova obstrução uretral na presença de grandes quantidades de debris, 
coágulos ou cristais. Cerca de 50 ml de solução isotônica estéril são injetados e removidos, 
até que se obtenha uma urina clara e livre de cristais ou sangue e o cateter seja removido 
(ALVES, 2006). 
 Cynthia Kaufmann, Rafael Correa Neves, Josiane Conceição Albertini Habermann 209 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
 
Fonte: (CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
Figuras 7. Legenda: 8: Antissepsia antes da cateterização do pênis. 9: Cateter urinário estéril e lubrificado. 
10: Pênis exposto. 11: Introdução do cateter na uretra peniana até o ponto de obstrução. 12 e 13: Solução 
salina estéril injetada através do cateter. 
Se o material obstrutor permanecer no interior do lúmen uretral, deve-se fazer 
uma suave compressão digital da uretra peniana sobre o cateter e enviar o tampão e/ ou 
urólito para o interior da vesícula urinária através da solução de irrigação (ALVES, 2006). 
Após a desobstrução, o felino deve permanecer com um cateter uretral (Figura 
14) que seja macio e flexível, com um sistema de coleta fechado, evitando, assim, infecção 
pós-sondagem. Ele deve permanecer com esse cateter durante um período de 24 a 48 
horas, utilizando junto o colar elisabetano para impedir que o felino remova ou 
desconecte o cateter uretral. Após a retirada do cateter, o gato deve ser mantido em 
observação durante 24 horas para avaliação da função da vesícula urinária. Em alguns 
casos, o uso de antibióticos de amplo espectro reduz a incidência de infecção urinária, mas 
pode levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana (CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
Após a remoção do cateter, pode-se monitorar a infecção bacteriana colhendo 
amostras de urina para análise e cultura; caso ela se confirme, a antibioticoterapia é 
instituída durante 10 dias (CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
210 Doença do trato urinário inferior dos felinos 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
 
Fonte: (CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
Figura 8. Gato com cateter após a desobstrução uretral. 
Algumas complicações podem ocorrer após a desobstrução, que são: atonia do 
músculo detrusor da vesícula urinária devido à hiperdistensão; resistência ao fluxo 
urinário devido ao espasmo uretral, uma vez que não há relaxamento do esfíncter uretral 
durante a micção; e a estenose uretral, que pode ser resultante de um episódio traumático 
acometendo a uretra. Em alguns casos, a inflamação da mucosa uretral e a formação 
posterior de estenose ocorrem em virtude de várias e frequentes cateterizações, sem a 
devida contenção farmacológica do felino, e é comum a ruptura da parede uretral. O que 
também causa danos à mucosa uretral é a cateterização crônica e permanente (ALVES, 
2006; CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
2.7. Tratamento cirúrgico 
Quando o tratamento terapêutico não tem êxito e a obstrução uretral apresenta 
agravamento por estreitamento permanente na uretra, o tratamento cirúrgico é indicado 
(LIMA et al., 2007). 
Na incapacidade da restauração da permeabilidade do lúmen uretral através das 
manobras clínicas, pode-se suspeitar da presença de uma lesão mural ou periuretral em 
um ou mais locais da uretra. Avaliações radiográficas simples ou uretrocistograma 
retrógrado com contraste positivo são procedimentos diagnósticos que devem ser 
realizados na tentativa de detectar o local da obstrução, como também a presença de 
ruptura uretral e/ ou vesical dentre as possíveis causas. Diversas técnicas cirúrgicas têm 
sido descritas na literatura (CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
Não é recomendado o tratamento cirúrgico para correção da uropatia obstrutiva 
em gatos urêmicos, a menos que não exista nenhuma alternativa razoável. É fundamental 
na preparação do felino para a intervenção cirúrgica a correção das alterações metabólicas 
e do desequilíbrio hidroeletrolítico (ALVES, 2006). 
 Cynthia Kaufmann, Rafael Correa Neves, Josiane Conceição Albertini Habermann 211 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
A uretrostomia perineal reduzirá o risco de novos episódios de obstrução física 
no nível da porção distal da uretra, mas não trará nenhum benefício se a obstrução se 
localiza na porção média ou proximal (LIMA et al., 2007). 
De acordo com Corgozinho e Souza (2003), a uretrostomia perineal é indicada 
para gatos machos portadores de lesões irreversíveis na mucosa da uretra peniana, e 
também para os felinos que apresentem obstrução uretral recorrente, não responsiva ao 
tratamento clínico. Nestes animais, a taxa de recidiva da obstrução é em torno de 35 a 
50%, ocorrendo num período inferior a seis meses. 
O monitoramento do paciente com urinálise, cultura e antibiograma deve ser 
realizado, pois a uretrostomia perineal predispõe à infecção bacteriana urinária, e muitos 
dos pacientes podem ser assintomáticos (ALVES, 2006). 
A uretrostomia pré-púbica é indicada em obstruções graves na uretra e em 
processos de estenose. A emissão de urina volta à normalidade dentro de 24 horas no pós-
operatório. O uso de colar elisabetano é indicado por 10 a 14 dias, até a remoção da sutura 
(ALVES, 2006). 
A uretrostomia subpúbica é indicada quando o processo obstrutivo se localiza na 
uretra pélvica caudal e quando há estenose recidivante após a uretrostomia perineal. O 
colar elisabetano é utilizado até a remoção dos pontos. Esta técnica cirúrgica, quando 
comparada com a uretrostomia pré-púbica, apresenta um menor índice de estenose, de 
infecção bacteriana do trato urinário inferior recorrente e de dermatiteamoniacal 
(CORGOZINHO; SOUZA, 2003). 
2.8. Prognóstico 
O prognóstico no caso de felinos machos com recidiva de obstrução é limitado, em gatos 
com DTUIF recidivantes, mas sem a obstrução é de razoável a bom. Pielonefrite, urolitíase 
renal e insuficiência renal crônica são sequelas em potencial da DTUIF recidivante e sem 
obstrução (GRAUER, 2001). 
2.9. Prevenção 
A afecção do trato urinário inferior dos felinos, associada aos cristais de estruvita, ocorre 
pela falta de atenção e cuidados com os vários fatores predisponentes, os quais, em sua 
maior parte, estão relacionados à alimentação desses animais. Torna-se, então, 
fundamental esclarecer os proprietários a respeito de como prevenir tal patologia, 
orientando-os para utilizarem uma dieta nutricionalmente adequada. É importante 
212 Doença do trato urinário inferior dos felinos 
Anuário da Produção Científica dos Cursos de Pós-Graduação • Vol. IV, Nº. 4, Ano 2009 • p. 193-214 
oferecer dietas que aumentem o volume e acidifiquem a urina, ou diminuam a excreção 
urinária dos constituintes de estruvita; é importante também manter o pH urinário 
inferior a 6,4, uma vez que, nessa faixa, raramente se formam tais cristais (LAZZAROTTO, 
2001). 
As dietas que minimizam a urolitíase por oxalato de cálcio devem ser formuladas 
para reduzir a acidose e não devem conter precursores do ácido oxálico em excesso. 
Também se devem evitar níveis excessivos de vitamina D, pois induzem a absorção 
intestinal de cálcio e ácido ascórbico, que é um precursor de oxalato. As dietas devem 
conter quantidades adequadas de cálcio, fósforo, magnésio e potássio e baixas 
quantidades de proteínas e sódio. As dietas enlatadas são preferidas às formulações secas, 
para elevar a produção de urina menos concentrada, e promovem aumento da micção 
(OSBORNE et al., 2004; BENOLE, 2002). 
Já no caso de urólitos de urato amônio, é importante oferecer uma dieta com um 
teor relativamente baixo nos precursores de purina, promovendo, assim, a formação de 
menos ácido úrico pH 7 que não seja altamente concentrado (OSBORNE et al., 2004). 
Outra forma importante de prevenir os cristais é mantendo a higiene nos 
recipientes de água, que devem ser lavados diariamente, e a água trocada de 3 a 4 vezes 
ao dia. O local de dejetos também deve ser limpo diariamente, preferencialmente 2 vezes 
ao dia, e mantido distante dos recipientes de água e comida, pois os felinos não ingerem 
água que esteja nas vasilhas por muito tempo e nem defecam ou urinam em locais 
previamente sujos (BELONE, 2002). 
O estresse pode ser uma causa estimuladora de DTUIF, portanto, deve-se evitá-lo 
ou usar drogas ansiolíticas, como o diazepan, que parecem ser benéficas (BARTGES, 
2003). 
3. CONCLUSÃO 
A doença do trato urinário inferior dos felinos acomete com grande frequência os gatos 
domésticos, o que está relacionado com fatores de risco como: idade, sexo, sedentarismo, 
confinamento, alimentação com rações secas industrializadas, obesidade, estresse e 
também com o fato de esses animais ingerirem pouca quantidade de água. 
Embora essa doença possa ter diversas causas, as manifestações clínicas são 
similares, por isso, muitas vezes sua etiologia é indeterminada, tornando, assim, a sua 
identificação um desafio terapêutico para os clínicos, o que pode aumentar as chances de 
recidivas. Portanto, há necessidade de realizar uma investigação diagnóstica completa 
 Cynthia Kaufmann, Rafael Correa Neves, Josiane Conceição Albertini Habermann 213 
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para chegar à etiologia que está levando à apresentação dos sinais clínicos, pois, uma vez 
conhecida a origem do problema, poderá ser indicada um terapia mais apropriada, 
reduzindo o risco de recidivas. Um outro fator fundamental para evitar essa doença e a 
recidiva é a prevenção. Assim, é importante esclarecer aos proprietários sobre as formas 
de prevenir tal patologia. 
REFERÊNCIAS 
ALVES, A.M. Tratamento clínico e cirúrgico de obstrução uretral em doença do trato urinário 
inferior dos felinos. Out. 2006. p. 01-32. Monografia (Pós-Graduação Lato Sensu em Clínica médica 
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BALBINOT, Z.D.P. et al. Distúrbios urinários do trato inferior de felinos: caracterização de 
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