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Teorias do envelhecimento SAÚDE DO IDOSO

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Campus Realengo
Graduação em Fisioterapia 
Teorias do Envelhecimento
Trabalho apresentado pela aluna Jeniffer Villasanti a professora Adriana Sathler , na disciplina de Saúde do Idoso. 
Rio de Janeiro/ RJ
teorias sociológicas
as teorias sociológicas (teoria da atividade, a teoria do desengajamento e a teoria da modernização) impulsionaram as pesquisas gerontologicas internacionais nas épocas de 1940 a 1980. 
TEORIA DA ATIVIDADE
Definição: Qualquer ação regular que possui uma rotina física ou pessoal instituída.
Nessa teoria são abordadas atividades formais, informais e solitárias. O artigo define cada uma delas: atividade informal inclui relações sociais com parentes, amigos e vizinhos; atividade formal, que aborda a participação em organizações formais, tais como associações e sociedades, e atividades solitárias que inclui as atividades como assistir televisão, leituras ou hobbies de natureza solitária.
Para os defensores dessa teoria há uma forte associação entre as atividades informais e a satisfação de vida, e ainda é enfatizado que a satisfação de vida e o autoconceito estão relacionados com o processo de envelhecimento bem sucedido, pois o indivíduo que possui uma inadequada concepção de si mesmo pode ter muitas dificuldades para sentir-se satisfeito com a sua vida.
Porém um dos pontos negativos dessa teoria é que assuntos como a morte dificilmente encontram espaço de debate nessa narrativa. Como limitação, a teoria é por vezes mal entendida quando aplicada na prática com os idosos, pois pode levar à falsa impressão de ativismo. Na maioria das vezes, a teoria pode passar a idéia de que para se envelhecer bem é preciso que a pessoa esteja engajada constantemente em alguma atividade.
TEORIA DO DESENGAJAMENTO
Definição: Desengajamento é um processo inevitável durante o qual muitas das relações entre uma pessoa e os outros membros da sociedade são rompidas e aquelas que permanecem são modificados qualitativamente.
Essa teoria tem como objetivo explicar o processo de envelhecimento com base nas mudanças nas relações entre o indivíduo e a sociedade, na forma gradativa em que ele se afasta do sistema social. São observados nessa teoria: mudanças na quantidade de contatos sociais (número de pessoas, número de contatos, propósitos dos contatos); devem-se encontrar também mudanças na qualidade dos contatos, no estilo ou padrão de interação entre os indivíduos e os outros membros do sistema, isso pode ser medido pela diminuição do envolvimento; devem-se observar mudanças na personalidade do indivíduo, causando diminuição no envolvimento com outros e aumentando sua preocupação com ele mesmo.
Apesar de o processo de desengajamento ser pensado ,em sua teoria, como universal, a crítica aponta para um processo diferente entre homens e mulheres. Onde ambos os sexos tem papéis diferentes desde antes do processo de envelhecimento, os homens como provedores do lar e as mulheres como mediadoras de conflitos. A teoria do desengajamento possui fortes raízes no momento sócio-histórico em que foi elaborada. Isso fica evidente na análise dos papéis típicos de homens e mulheres (trabalho-família) o que remete à sociedade norte-americana dos anos 50 e 60.
Crítica
a teoria do desengajamento não levou em conta que a “velhice comporta vários tipos de experiência de afastamento dependentes de variáveis, como: classe social, profissão, renda, educação, status e envolvimento social, gênero e saúde física e psicológica”. O desengajamento pode ocorrer em algumas áreas da vida, mas não em todas. 
O “desengajamento transitório”, que pode ocorrer durante a fase da aposentadoria aconteceria em certos momentos de vida marcados por crises ou por perda de papéis importantes, o que levaria a um desengajamento por um certo tempo, e quando passa o momento de adaptação o idoso se reengaja novamente.
Algumas pessoas mais idosas, especialmente em outras culturas, podem assumir novos papéis de prestígio e de poder. Do mesmo modo, nem todos em nossa cultura desengajam, como evidenciado pelo crescente número de pessoas mais velhas que permanecem empregadas, saudáveis, política e socialmente ativas. O envelhecimento bem sucedido é mais provável de ser conseguido pelas pessoas que permanecem engajadas na sociedade.
Essa teoria se baseia muito no olhar da sociedade sobre o idoso e sua mudança de papéis, algumas vezes como necessária essa transição, seja para abrir espaço para os mais jovens ou para que o idoso tenha seu momento de descanso após uma vida de obrigações com trabalho e família. Porém há uma diferenciação nessa perspectiva quando o cenário sócio-econômico se modifica, podendo o idoso se manter como uma pessoa engajada em suas atribuições.
Teoria da Modernização
Definição: Modernização é a transformação de uma sociedade inteira de um estilo de vida dominantemente rural, baseado na força dos animais, com uma tecnologia limitada, com instituições pouco diferenciadas, pontos de vista e valores tradicionais e “paroquiais”, em direção a um estilo de vida predominantemente urbano, baseado em fontes de energia sem recursos aos animais, uma tecnologia científica altamente desenvolvida, instituições altamente diferenciadas, interligadas com papéis individuais segmentados e com perspectivas cosmopolitas com ênfase em eficiência e progresso.
Dentro dessa teoria podemos perceber que há uma valorização de tudo que é novo, sendo conhecido que o idoso é uma pessoa que detém o saber de antepassados e não se relaciona facilmente com a tecnologia onde ele poderia ser valorizado nessa teoria? Uma das respostas é: na sociedade que valoriza a familia, lugar que muita das vezes exerce posição superior pela hierarquia, onde predomina a piedade dos filhos a respeito dos seus pais. A situação se torna menos favorável para o status do idoso nas sociedades que valorizam fortemente o trabalho, o individualismo, a igualdade e onde existe um culto à juventude. 
Enquanto as duas primeiras teorias se detêm no comportamento das pessoas idosas, na sua inserção na sociedade e no seu bem estar, a teoria da modernização trabalha com a imagem e o status social dos idosos nas diferentes sociedades. 
Bibliografia
Batistoni, S. S. T. Contribuições da Psicologia do Envelhecimento para as práticas clínicas com idosos. Revista Psicologia em Pesquisa, UFJF, julho-dezembro de 2009.
Doll, J. et al. ATIVIDADE, DESENGAJAMENTO, MODERNIZAÇÃO: teorias sociológicas clássicas sobre o envelhecimento. Estud. interdiscip. envelhec., Porto Alegre, v. 12, p. 7-33, 2007.
Regolin, F., Karnikowski, M.G. de O. Teorias biológicas que justificam a necessidade de envelhecimento individual. Revista Kairós, São Paulo, 12(1), jan. 2009.

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