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CASO CONCRETO AULA 2 PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fichamento de Estudo de Caso 
Sérgio Ferreira Schrapett 
Matrícula 2018 03 21384-1 
 
 
 
 
 
 
Trabalho da disciplina Psicologia Aplicada ao Direito, 
Prof.ª: Norma Horst Kirsten 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2018 
 
 
 
Estudo de caso aula 2 : 
 
 
CONTEÚDO: 
 
 
 1- De acordo com a matriz sócio histórica da Psicologia, é correto afirmar com 
relação ao sujeito: 
A- a história de vida do indivíduo não é importante na construção de sua 
singularidade. 
B- as experiências da primeira infância são decisivas na formação da identidade 
do indivíduo. 
C- o indivíduo é um ser social em constante interação com as relações 
sociais, econômicas e políticas. CORRETA 
D- na constituição do sujeito não há articulação entre dimensões pessoais e 
coletivas. 
E- nenhuma das respostas acima. 
 
2- No que tange à atuação do psicólogo, no contexto prisional, analise as 
afirmativas abaixo: 
A- O profissional de Psicologia que atua no sistema prisional deve entender a 
complexidade das questões relacionadas ao encarceramento e promover a 
construção da cidadania em detrimento da primazia da segurança e da vingança 
social. 
( x ) certo ( ) errado 
B- Em caso de perícias psicológicas de processos penais, o estudo do delito é 
secundário, sendo o indivíduo que cometeu o delito o foco principal. 
( x ) certo ( ) errado 
 
3- Ana Lúcia foi casada com Joaquim durante 13 anos, juntos tiveram dois filhos: 
Thiago(10 anos) e Beatrice (8 anos). O casal se conheceu na adolescência, 
tinham uma relação bastante afetiva marcada por muita cumplicidade e 
comunhão de vidas. Muitas foram as conquistas afetivas e de crescimento mútuo: 
viajaram juntos, gostavam de ler Raduam Nassar, ouvir Amy Winnehouse, 
adoravam Dorival Caymmi e curtiam blues das antigas. Dentre as muitas 
conquistas juntos, compraram um amplo apartamento em um bairro confortável 
de sua cidade, assim como economizaram em pequenos luxos para obtenção da 
confortável casa de praia em que as crianças podiam correr pelo quintal com pés 
descalços e plantar e hortinha com alfaces e salsa. Todavia, após o nascimento 
de Beatrice, Ana Lúc ia pediu demissão do emprego e ficou em casa para 
dedicar-se aos filhos, gostava da maternagem e queria acompanhar cada detalhe 
do desenvolvimento das crianças, isso a deixava absurdamente feliz. E vendo a 
felicidade e bem estar de seus filhos, Joaquim, mesmo sem poder manter as 
despesas da casa, foi um entusiasta da nova situação. 
Joaquim, em função de uma maior responsabilidade com as despesas da casa foi 
trabalhar numa outra empresa que tomava-lhe muito tempo e dedicação. Não era 
um trabalho criativo e nem tão pouco era uma atividade que ele gostava de 
exercer, mas o fazia já que havia ganhos financeiros maiores que o emprego 
anterior. 
Nos três últimos anos de casamento, Joaquim manteve-se frio e distante de Ana 
Lúcia sem nenhum motivo aparente. Ao perguntar o motivo da mudança de 
comportamento, Joaquim dizia que precisava trabalhar muito para manter o 
padrão de vida da família e não tinha “cabeça” para afetos e/ou s exo. Es te último 
era feito de maneira mecânica e sem a magia de outrora. Em conversas com 
amigas, estas diziam que se tratava de um comportamento normal advindo do 
cansaço, da presença dos filhos e da idade dos homens. 
Ana Lúcia sentia-se culpada por gastar demais e por ter parado de trabalhar e ao 
perceber o cansaço e olheiras de seu marido se consumia emocionalmente. 
Tentava estimular sexualmente seu marido, assim como buscava agradar-lhe de 
todas as formas mas não lograva êxito. A esposa buscou ajuda em psicoterapias, 
centro espírita e até cartomantes e nada conseguiu mudar o comportamento frio 
que Joaquim estabelecia com sua esposa. Não conseguindo suportar a 
permanência daquele tão frio tratamento, Ana Lúcia, mesmo apaixonada por seu 
marido, procurou uma advogada de sua confiança e entrou com o pedido de 
divórcio. 
Ana Lúcia acreditava que tinha sido a grande culpada do fracasso do seu 
casamento, sofria com a saudade que seus filhos sentiam do pai e nos dias que 
Joaquim levava as crianças para a visita na casa da avó paterna, após a saída 
das crianças, Ana Lúcia chorava quieta e sozinha no sofá da sala. Em função 
desta silenciosa culpa e compaixão com o cansaço de Joaquim, Ana Lúcia deixou 
a casa de praia integralmente com Joaquim (a casa passou a pertencer somente 
a Joaquim), enquanto o apartamento que ambos adquiriram foi dividido e 
mantinha-se no nome dos dois. Após a separação, com as crianças maiores, Ana 
Lúcia retornou ao mercado de trabalho e por ter uma formação acadêmica melhor 
que Joaquim, conseguiu uma boa colocação numa grande e poderosa empresa 
na área de telecomunicações. A remuneração de Ana Lúcia era tão boa que 
mantinha oitenta por cento das necessidades das crianças. Enquanto Joaquim 
mantinha-se no emprego que trabalhava antes da separação e, por vezes, fazia 
“bicos” nos finais de s emana já que o mesmo dizia se esforçar para acompanhar 
o padrão de vida que as crianças sempre tiveram. Esses comportamentos de 
Joaquim emocionavam Ana Lúcia que mesmo divorciada via em Joaquim um 
grande e afetuoso homem. 
Aos olhos de todos os amigos e dos familiares, foi Ana Lúcia que teve o desejo 
inicial da separação, já que foi ela que deu o ponta pé inicial para feitura do 
divórcio. Entretanto Ana Lúcia amargava uma rejeição enorme e um constante 
sentimento de tristeza. Pensou por diversas vezes buscar uma psicoterapia mas 
foi desestimulada pelas amigas que diziam que o bom da vida está num passeio 
ao shopping e numa bela cirurgia plástica. Objetivando sanar esta tristeza, 
sentimento de rejeição e baixa autoestima, Ana Lúcia colocou silicone nos seios e 
deu início a uma série de treinamento de condicionamento físico na academia de 
ginástica próxima a sua casa. Aproveitou e contratou um personal para facilitar o 
ganho de massa muscular. Ana Lúcia deu início a relações sexuais com o seu 
personal, mas não conseguia se apaixonar pelo mesmo já que mantinha-se 
afetivamente ligada ao ex-marido. Logo após a separação, teve uma noite de 
sexo bastante feliz com um ex-namorado e sentiu tanta culpa que esta foi a mola 
propulsora para dar integralmente a casa de praia para Joaquim. 
Dois anos após o divórcio, Ana Lúcia soube que Joaquim estava vivendo 
maritalmente com uma mulher quinze anos mais jovem que ele e que juntos já 
tinham um filho de quatro anos, cujo nome era Joaquim Júnior. Ao saber, Ana 
Lúcia ligou imediatamente para sua advogada e pediu que fosse revista a pensão 
de alimentos assim como deu início a uma série de comportamentos que 
dificultaram a manutenção do contato entre Joaquim e os filhos nascidos do 
casamento com Ana Lúcia. Em seguida, entrou num estado depressivo grave em 
que ficou catatônica em sua cama, sem conseguir comer ou levantar da cama. 
 
A partir do caso concreto acima descrito, em sua opinião, qual a interface da 
Psicologia com o Discurso Jurídico? 
Resp. : 
 
O psicólogo coloca seus conhecimentos à disposição do juiz, assessorando-o em 
aspectos relevantes para determinadas ações judiciais, trazendo aos autos uma 
realidade psicológica dos agentes envolvidos que ultrapassa a formalidade da lei, 
e que de outra forma não chegaria ao conhecimento do julgador por ser um 
trabalho que vai além da mera exposição dos fatos (emissão de laudo 
psicológico); trata-se de uma análise aprofundada do contexto em que essas 
pessoas que buscaram apreciação do Judiciário estão inseridas.

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