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UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA COMPONENTES DO GRUPO: TÍTULO: LIBRAS A inclusão do deficiente auditivo nas aulas de Educação Física Escolar São Paulo 2016 1 COMPONENTES DO GRUPO: TÍTULO: LIBRAS A inclusão do deficiente auditivo nas aulas de Educação Física Escolar Relatório de Atividade Prática Supervisionada (APS), elaborado para avaliação no semestre letivo do curso de Educação Física apresentado à Universidade Paulista - UNIP. ORIENTADOR: SÃO PAULO 2016 2 SUMÁRIO: 1. INTRODUÇÃO. ..................................................................................................... 3 2. DESENVOLVIMENTO. ......................................................................................... 4 2.1. CONCEITOS ....................................................................................................... 4 2.2. O DEFICIENTE AUDITIVO NA HISTORIA. ........................................................ 4 2.3. METODOLOGIAS DE ENSINO .......................................................................... 5 2.4. O SURDO NA EDUCAÇÃO DO BRASIL. ........................................................... 8 2.5. O INTERPRETE DE LIBRAS .............................................................................. 9 2.6. INCLUSÃO DO SURDO NA ESCOLA ................................................................ 9 2.7. A INCLUSÃO NA QUADRA .............................................................................. 10 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS. ............................................................................... 12 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. .................................................................. 14 3 1. INTRODUÇÃO. A deficiência auditiva, também conhecida como Hipoacusia ou Surdez é a perda parcial ou total da audição, ela pode ser causada por diversos fatores tanto físicos, como neurológicos: viroses, exposição a sons impactantes, nascença, acidentes, doenças, pré-disposição genética, etc. A surdez pode ter vários tipos e níveis, pode ser corrigida ou não com aparelhos ou cirurgias. Pode ser por causa neurológica sem danos no canal auditivo, ou por algum dano externo no aparelho auditivo do individuo. No passado os surdos eram excluídos e tratados como doentes mentais, incapazes de receber educação ou aprender. Internados em hospitais psiquiátricos eram submetidos a “tratamentos” cruéis, experimentais e muitas vezes assassinados. Hoje possuímos leis que garantem a inclusão e a educação digna para os portadores de deficiência de todos os tipos, no Brasil, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (9.394/96), a inclusão de pessoas com deficiência no ensino regular é obrigatória. Abordaremos a questão da legislação e como funcionam na teoria essas leis voltadas ao deficiente auditivo, e na pratica como são e se estão inseridas nas escolas. A inclusão visa tornar o individuo deficiente parte do ambiente escolar regular juntamente com as outras crianças, fazendo com que aceitem e respeitem a individualidade de todos, dando oportunidade para a experimentação incentivando com feedbacks positivos, estimulando sua confiança para executar as tarefas escolares que forem propostas a todos os alunos. O Conhecimento sobre o povo surdo, sua historia, as leis que garantem seus direitos, serão levantados nesta pesquisa para incentivar a reflexão e questionamentos a respeito da temática da inclusão, os indivíduos surdos ainda são excluídos? Como funcionam as leis que garantem a inclusão dos surdos na educação e em nossa sociedade? Os profissionais de educação física, assim como todo o corpo docente, devem estar preparados para a inclusão do aluno deficiente em suas aulas facilitando a integração entre os alunos, aptos para lidar com as dificuldades que vão 4 encontrar para a socialização do aluno e não apenas deixando o aluno “presente” em suas aulas, executar uma verdadeira inclusão do mesmo na educação. 2. DESENVOLVIMENTO. 2.1. CONCEITOS O “Surdo” é o sujeito que não escuta, devido a alguma doença, acidente ou problema neurológico. O “ouvinte” é o sujeito que escuta, não é surdo. O “povo surdo” é o grupo de pessoas surdas que tem costumes, história, tradições em comuns e pertencentes às mesmas peculiaridades, ou seja, constrói sua concepção de mundo através de uma forma de visão que possuem em comum, sem ouvir. A ”comunidade surda”, não é só de pessoas surdas, possui sujeitos ouvintes também, que são: família, intérpretes, professores, amigos e outros que participam e compartilham os mesmos interesses em comuns em uma determinada localização que podem ser as associações de surdos, federações de surdos, igrejas e outras formas de organização. 2.2. O DEFICIENTE AUDITIVO NA HISTORIA. A autora Perlin (2004, p.80) diz: “As narrativas surdas constantes à luz do dia estão cheias de exclusão, de opressão, de estereótipos”. O deficiente auditivo (trataremos como “surdo”), não era considerado capaz de aprender, portanto não podiam frequentar a escola. A ideia de Aristóteles era muito forte no passado “a linguagem é que dá ao indivíduo a condição de humano”, portanto nem como seres humanos eram considerados, não tinhas direitos legais em muitas civilizações. Os Romanos, que eram muito preocupados com as questões estéticas e perfeccionistas com seus corpos, logo sacrificavam os deficientes de todos os tipos assim que nasciam, pois não poderiam aprender e nem defender sua nação. A infortunada criança era prontamente asfixiada ou tinha sua garganta cortada ou era lançada de um precipício para dentro das ondas. 5 Era uma traição poupar uma criatura de quem a nação nada poderia esperar. (LANE e PHILIP, 1984, p. 165). A situação não era tão ruim em todos os lugares, por exemplo, no Egito antigo os surdos eram considerados intermediários entre os Deuses e os Faraós, sendo assim adorados, temidos e muito respeitados como deuses pela população. Em alguns lugares como em Roma, eram proibidos de contatos sociais, elaborar testamentos, reclamar heranças, ter propriedades, conforme a lei do local. Isso quando não eram lançados ao rio Tibre para serem cuidados pelas “Ninfas” (seres mitológicos, espíritos femininos que se ligam a um local na natureza, como rios, florestas, bosques. Etc.). Na idade media os surdos ainda eram considerados incapazes de aprender, como a Igreja era muito forte e influente nessa época diziam que o surdo não possuíam almas imortais, sendo assim não poderiam ir ao “reino dos céus” já que não podiam pronunciar as orações e sacramentos. John Beverley, em 700 d.C., foi o 1º a ensinar um surdo a falar, conforme os registros mais antigos, mas apenas na idade media com o Renascimento que houve a separação do “surdo” e do “mudo”, a ciência e a medicina já analisavam de outra forma a deficiência, e a expressão “surdo-mudo” deixou de ser correta. Pedro Ponce Leon (1520-1584) foi o 1º professor de surdos da historia que temos registro, ele foi um monge católico que fundou a 1ª das escolas dessa modalidade, dedicou grande parte de sua vida ao ensino dos surdos. Como os monges faziam voto de silencio, acredita-se que o alfabeto criado para os surdos por ele tem relação com os gestos que os próprios monges usavam para se comunicar com as mãos quando não podiamfalar. Nessa época as pessoas descobriram aos poucos que era possível ensinar pedagogicamente os surdos, sem aguardar nenhum tipo de interferência divina. 2.3. METODOLOGIAS DE ENSINO Os trabalhos feitos com surdos não eram muito bem divulgados, portanto poucos nomes são mencionados em documentos, as pessoas que trabalhavam com 6 esse tipo de ensino mantinham segredo sobre seus avanços e muitos apenas passavam para seus familiares. As famílias mais nobres e ricas podiam contratar um Professor/ Perceptor para ficar encarregado de ensinar a língua oral para o membro surdo de sua família, pois se não pudesse se comunicar, perderia os direitos legais que eram retirados de quem não podia falar. Já as famílias mais pobres, que não tinham recursos acabavam deixando os membros surdos em asilos (“hospícios” ou hospitais para “retardados”, como tratavam na época) com pessoas com diversos tipos de problemas que a sociedade considerava incapaz de se desenvolver e ser “normal”. Essas instituições não ajudavam o desenvolvimento da pessoa, pelo contrario eram pouco mais que prisões. Na Medicina, o século XVIII foi um período mais de assimilação e de consolidação do conhecimento já produzido, do que de grandes descobertas. Lentos avanços no conhecimento da fisiologia, da bioquímica e da patologia foram obtidos e assim, sementes foram plantadas para o desenvolvimento do campo da medicina preventiva. (ARANHA, 2001, p. 163-164). Entre alguns nomes que continuaram o trabalho de Pedro Ponce Leon (1520- 1584), temos Juan Pablo Bonet, que continuou o estudo e escreveu sobre as maneiras de ensinar os surdos a ler e falar, porem sem usar os gestos, fazia uso do método “Oral”. Nesta época com o desenvolvimento da educação do surdo, temos a ramificação dos métodos de ensino adotados pelos educadores: Oralistas e Gestualistas. O método Oralista (Método Alemão) consiste em “reabilitar” os surdos, eles deveriam superar a surdez e falar, aprender a usar palavras e se comportar como ouvintes. Esse método causou a segregação dos surdos que se organizavam quase de modo clandestino para cumprir com tal objetivo. Seu precursor foi Samuel Heinicke (Alemanha 1727-1790), que ensinou inúmeros surdos a falar. Neste método também temos os educadores: Jean Marc Itard (1774-1838), que foi um médico Frances dedicado a erradicação da surdez, e Alexander Gram Bell (1847-1922) cientista estadunidense, que alegava que a linguagem de sinal atrapalhava o desenvolvimento do surdo, ainda seguindo a linha de pensamento que 7 sem uma língua oral a pessoa não conseguiria pensar e ser racional, defendia também que o surdo não poderia casar com outra pessoa surda e que deveria frequentar escolas regulares obrigatoriamente, no entanto admitiu que se em um ano o surdo que era ensinado no método Oral não apresentasse resultado, poderia ser exposto ao método Gestual. Gram Bell foi o pioneiro em construir aparelhos para ampliar os sons e ajudar os surdos a tentar ouvir, sendo sua mãe e sua esposa surdas, se dedicou muito ao estudo e invenções deste assunto. Dentre diversos acontecimentos históricos, a briga pelos direito dos surdos, acontece em 1880 o Congresso de Milão, nesse congresso dentre varias resoluções ficou decidido que o surdo não poderia usar gestos e deveria ser educado apenas na linguagem Oral. A linguagem gestual e seus educadores foram abolidos e proibidos. Como grande parte dos surdos não conseguia desenvolver o oralismo socialmente aceito e o método não se mostrou eficaz, foi perdendo credibilidade e leis valorizando a importância da língua de sinais surgiam para auxiliar a educação dos surdos. No método Gestual (método Frances) o surdo aprende o alfabeto manual para a escrita, uma língua de sinais, dentre outros gestos que representam as demais necessidades para comunicação. Os educadores Gestualistas são mais tolerantes com as dificuldades do surdo, e entendem que a linguagem de sinais também é uma forma eficaz de comunicação. O pai desta metodologia foi Pedro Ponce Leon (1520-1584), já mencionado anteriormente como o 1º a utilizar o alfabeto manual para a escrita. Entre outros educadores temos: Abade Charles Michel de L’Epée (1712-1789), que foi o fundador da 1ª escola de surdos em Paris, o Instituto Nacional de Surdos-Mudos, adotou o método de educação coletiva, fazendo o surdo ser reconhecido como ser humano, pois já possui uma linguagem própria, dizia que era perda de tempo ensinar o surdo falar, pois assim atrasaria sua educação na linguagem gestual. Também temos Edward Miner Gallaudet (1837- 1917) que levou a metodologia francesa para os Estados Unidos e fundou a Gallaudet University. Estas duas metodologias ate hoje divergem e criaram dois outros métodos utilizados para a educação: a Comunicação Total e o Bilinguismo. 8 A comunicação total surge em 1970, consiste no método que usa todas as formas de comunicação possíveis ao surdo: leitura labial, expressão facial e corporal, alfabeto de sinais, recursos visuais, etc. tudo voltado para a comunicação entre surdos e surdos ou surdos e ouvintes. Ela utiliza todos os recursos de espaço como facilitador para comunicação. Preocupa-se com o desenvolvimento completo da criança, afetivo emocional e cognitivo, pois diferente do oralismo, a comunicação total prega que apenas o aprendizado da língua oral não garante o pleno desenvolvimento da criança. O Bilinguismo vem ganhando força na ultima década, ela parte do principio que o surdo deve aderir como sua primeira língua (L1) a linguagem de sinais, para garantir o desenvolvimento de seus conceitos e sua relação com o mundo. Quanto mais cedo a criança for exposta ao aprendizado da língua de sinais, melhor. A língua portuguesa (no caso do Brasil) será considerada a segunda língua (L2) , em sua modalidade escrita e oral se possível. 2.4. O SURDO NA EDUCAÇÃO DO BRASIL. No Brasil temos registros que datam de 1855, aonde a linguagem de sinal francesa chegou com o professor surdo francês Hernest Huert, que veio com o objetivo de, a pedido de D. Pedro II, ensinar duas crianças surdas. Em 1857 é fundado o Instituto Nacional de Surdos‑Mudos, atual Instituto Nacional de Educação do Surdo (Ines), que ensinava a Língua de sinais, porem em 1911 após o congresso de Milão, incluiu o Oralismo como sua metodologia de educação. Em 1970 chega a comunicação total sob a influencia do congresso internacional de Gallaudet (única universidade cujos programas são desenvolvidos para pessoas surdas). Em 2002 a lei 10.436/02 reconhece a língua de sinais como forma de comunicação e expressão, Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Nela a lei reconhece que a LIBRAS possui estrutura gramatical própria, com sistema de transmissão de ideia de natureza visual-motora. 9 Essa lei garante também que em estabelecimentos públicos o surdo tenha atendimento adequado conforme a lei em vigor. E que a LIBRAS não poderá substituir a língua portuguesa escrita. 2.5. O INTERPRETE DE LIBRAS Em setembro de 2010, a lei que regulamenta a profissão de interprete de LIBRAS foi vigorada: Lei nº 12.319/10, esta lei reconhece o interprete e tradutor como profissional e estabelece a modalidade de cursos que são reconhecidos para sua formação. E como o interprete pode e deve atuar em suas diversas áreas disponíveis. 2.6. INCLUSÃO DO SURDO NA ESCOLA Conforme apresentado anteriormente, o surdo sofreu em sua história segregação, perseguição, exclusão, perda de direitos, entre diversas outras crueldades devido a sua diferença. Hoje, apesar de não sofre com as mesmas dificuldades, o surdo encontra outrasbarreiras. Apesar de a lei e decretos imporem a inclusão social do deficiente, ainda temos uma lentidão para sua pratica, por vezes a culpa é da má vontade, das políticas publicas, outras vezes por culpa dos gestores da educação. Apesar de viver em uma época de plena globalização, a comunidade surda ainda encontra dificuldades em seu dia a dia, pois as leis não se cumprem em sua totalidade. O processo pedagógico, longe de ser um capítulo à parte ou mesmo passaporte para a cidadania, é o seu próprio exercício. Este processo se determina a partir da rede complexa de relações de subjetividade, cultura e conhecimento. (SANTOS, 1998, p. 42). O objetivo da educação é a inclusão. Não há no Brasil um projeto consistente de educação Bilíngue, e não cabe apenas a integração no meio escolar, deve acontecer uma verdadeira inclusão entre alunos, profissionais da educação e os alunos surdos. Todos unidos através de metodologias de ensino voltadas para a educação completa da criança, desenvolvimento cognitivo e afetivo social. Com isso, não apenas as crianças surdas se desenvolvem, as crianças ouvintes ganham ao 10 interagir e incluir os colegas surdos, aprendendo a respeitar e conhecer as diferenças entre as pessoas. Vendo as necessidades especiais da criança, surge a necessidade de criar planos para atender essas necessidades, para um bom desenvolvimento em ambiente escolar, e assim ocorrer a inclusão que necessita que o aluno tenha experiências dentro desse ambiente juntamente com os outros colegas. Conforme Berro, 2008, a Educação é um processo que se da através de experiências também nos ambientes onde o aluno convive fora do ambiente escolar. A tentativa da inclusão não é somente de responsabilidade da escola. Ela passa também por pessoas com quem a criança convive, alem da escola, que devem participar de sua educação, desenvolvimento e integração com a sociedade. A lei hoje garante um interprete de LIBRAS para o aluno surdo e presença de instrutores surdos nas instituições de ensino, que nem sempre acontece, o curso de libras incluído na grade dos professores, não é o suficiente para atingir os objetivos de inclusão do aluno. O momento que o Brasil vive hoje é uma luta por uma educação bilíngue adequada para auxiliar não apenas na inclusão escolar, mas na sociedade e fortalecimento da comunidade surda. Difundir o conhecimento sobre a comunidade surda e aumentar o raio de participação da comunidade na inclusão, principalmente na infância do surdo. A realidade atual do Brasil é que mesmo sem condições de possuir alunos para inclusão, a lei garante esse direito e faz com que deva ser cumprido, mas ao observar um ambiente escolar, onde não há um interprete ou algum agente facilitador a uma criança que não possui separadamente o ensino bilíngue, a inclusão não vai acontecer, e sim apenas uma integração. 2.7. A INCLUSÃO NA QUADRA A falta de recursos no ensino dificulta a ação dos profissionais, tanto nas aulas comuns, ou nas aulas de educação física, a dificuldade seria a mesma. O surdo poderia imitar o gesto motor, sem o compreender completamente, assim não atingindo o objetivo do aprendizado. 11 A maioria dos professores não tem recursos para lidar com a inclusão, deixam os alunos apenas “presentes” em suas aulas. (...) independente do grau da surdez, muitas crianças têm condições de acompanhar o ensino regular, cabendo ao professor criar condições favoráveis ao ingresso e, principalmente, permanência desse aluno na escola, considerando não apenas os aspectos físicos e de socialização, mas, também, levando em consideração o real papel social da escola (ZANATA, 2004, p. 58). Mesmo enxergando o surdo como alguém com diferenças sociais e linguagem distinta, e não como deficiente, o efeito para as aulas são os mesmos, no geral. As estratégias para comunicação devem ser modificadas e adaptadas para o aluno, sem fazer sua segregação. Novamente a questão da inclusão X integração. O profissional deve se especializar, quando possível, e procurar modificar suas atitudes, tudo em prol do bom desenvolvimento e participação dos alunos nas aulas. Os pais também devem colaborar assim como todo o corpo docente envolvido. O ideal para uma aula desse nível é possuir um profissional bem preparado, com conhecimento sobre o surdo e sua comunidade, uma forma de comunicação correta, seja por meio de um interprete ou por próprio conhecimento da LIBRAS, materiais adaptados para algumas situações. Juntamente coma a questão do preparo e boa vontade do profissional vem a questão de como administrar a aula e adaptar seu tema para o aluno surdo participar. A preocupação com o aluno surdo deve ser constante, seu desenvolvimento depende da experimentação motora que vai acontecer nas aulas, em grupo, ou com o contato direto com o professor. O bom professor desenvolve em seus alunos auto-estima positiva e tem uma postura de aceitação, empatia, amizade e afeto, garantindo um ambiente seguro e controlado, adota também abordagens de elogio e incentivo, criando um ambiente agradável onde todos os alunos são bem aceitos. (Winnick, 2004). Dentro das metodologias o professor pode utilizar slides, vídeos informativos, desenhos, fotos, demonstrações, brincadeiras, etc. Fazendo alunos mais avançados 12 demonstrar os exercícios propostos na aula, usando muitos recursos visuais, a aula fica mais inclusiva. Mesmo quando há a presença de um interprete, o professor deve manter o contato com o aluno surdo e sua postura amigável e inclusiva. Estudos nesta área comprovam que seguindo a metodologia das aulas, o processo pedagógico correto, executando apenas algumas estratégias de comunicação e aproximação para a criança surda, a aula funciona do mesmo modo para todos, pensando na questão de desenvolvimento motor, sócio emocional e afetivo. Mesmo com a falta de materiais, ou falta do interprete, o professor deve buscar se aproximar do aluno e criar estratégias criativas com recursos visuais, podendo contar com a ajuda dos demais alunos, também como uma proposta para interação. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS. A educação física como área do conhecimento do currículo escolar que possui como objetivo o estudo da cultura corporal do movimento, é muito importante para o desenvolvimento educacional, por usar formas de expressão corporais e movimentos como formas de comunicação não verbal. Por meio dos jogos, danças, lutas, esporte e ginástica pode-se transmitir valores coletivos e sociais, sentimentos e comportamentos, com isso o aluno pode se desenvolver de forma completa, e para atingir esse objetivo com o aluno surdo as aulas devem ser totalmente inclusivas e cheias de recursos visuais para o aluno vivenciar de modo completo e satisfatório. A Educação inclusiva vem se desenvolvendo pelo mundo todo, faz os professores e todos envolvidos na educação repensar sobre o papel da escola nos tempos atuais. Nos tempos atuais a escola deve se preocupar com a formação integral do individuo, desenvolvimento social, cognitivo, psicológico, e afetivo. Assim formando um cidadão completo com plena capacidade de exercer suas funções perante a sociedade onde convive. 13 Mas claro, tratando de inclusão, os alunos não devem ser “superprotegidos”, mas sim devem ser estimulados a desenvolver uma forma própria de participar, e não ficar separados do grupo, e sim estar em igualdade com todos os colegas. Muitas pessoas ainda continuam sem o conhecimento a respeito da comunidade surda, muitos por falta de capacitação, ou curiosidade, ou qualquer outro motivo, porem os profissionais na educação devem semprese renovar, buscar o conhecimento a respeito da comunidade onde seu aluno se insere, se for um surdo, ele tem seus próprios costumes, forma como vê o mundo e interpreta ações, ou como lida com as pessoas, como se comunica. São informações de suma importância para o desenvolvimento de um bom trabalho dentro da educação. A pesquisa histórica, como o povo surdo se insere na comunidade, e quais foram às circunstâncias históricas que levam a situação atual desses alunos, são importantes para lidar com o mesmo durante as aulas, tanto na quadra, quanto na sala de aula. Conhecendo a sua historia, o presente fica mais fácil de lidar e entender. Observa-se também a evolução na educação dos surdos, quais estudiosos se dedicaram a pesquisa deste tipo de ensino, quais métodos foram mais eficazes, quais são utilizados com maior frequência e para qual caso ou nível de surdez. Assim como as crianças ouvintes, o surdo também deve ter a chance de participar das aulas e desenvolver sua cultura corporal, seja na escola ou em qualquer outro ambiente proposto para o trabalho do professor de educação física. Com boa vontade, preparação e aulas preparadas para o aluno surdo, o professor vai obter sucesso na inclusão e desenvolvimento dos alunos tanto ouvintes quanto surdos. Esta pesquisa foi importante para coletar referências e informações a respeito de uma situação ou um ramo de trabalho na área da educação física, que pode ocorrer no cotidiano. Com mais informações a respeito de seus alunos e a comunidade onde o mesmo se insere, o professor se torna um profissional melhor preparado e qualificado. 14 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. FALCÃ0, L. A. Aprendendo Libras e reconhecendo as diferenças: um olhar reflexivo sobre a inclusão. Recife: Editora do Autor, 2007. BARRETO, Michelle Aline. ET.al. A preparação do profissional de educação física para a inclusão de alunos com deficiência. PODIUM: Sport, Leisure and Tourism Review, São Paulo, v. 2, n. 1, p. 152-167, jan./jun. 2013. ALVES, Tássia Pereira Alves. ET.al. Inclusão de alunos com surdez na educação física escolar. Revista eletrônica de educação, São Carlos (SP), v. 7, n. 3, p.192-204, 2007. ALBRES, Neiva de Aquino; NEVES, Sylvia Lia Grespan. Libras em estudo: Política educacional. São Paulo: FENEIS, 2013. Berro, A.; Brazorotto, J.; de Oliveira, K.; de Godoy, L. & Buffa, M. Manual de Orientação para Professores de Crianças com Deficiência Auditiva. Abordagem Aurioral. (2ªed). São Paulo: Livraria Santos Editora, Lda, 2008. BRASIL. lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12319.htm>. Acesso em 27 Out. 2016. BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em 27 Out. 2016.
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