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APS LIBRAS Inclusão Educação física

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA 
 
 
COMPONENTES DO GRUPO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÍTULO: LIBRAS 
A inclusão do deficiente auditivo nas aulas de Educação Física Escolar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2016 
1 
 
COMPONENTES DO GRUPO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÍTULO: LIBRAS 
A inclusão do deficiente auditivo nas aulas de Educação Física Escolar 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório de Atividade Prática Supervisionada (APS), elaborado para 
avaliação no semestre letivo do curso de Educação Física apresentado à 
Universidade Paulista - UNIP. 
 
ORIENTADOR: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
 2016 
2 
 
SUMÁRIO: 
 
1. INTRODUÇÃO. ..................................................................................................... 3 
2. DESENVOLVIMENTO. ......................................................................................... 4 
2.1. CONCEITOS ....................................................................................................... 4 
2.2. O DEFICIENTE AUDITIVO NA HISTORIA. ........................................................ 4 
2.3. METODOLOGIAS DE ENSINO .......................................................................... 5 
2.4. O SURDO NA EDUCAÇÃO DO BRASIL. ........................................................... 8 
2.5. O INTERPRETE DE LIBRAS .............................................................................. 9 
2.6. INCLUSÃO DO SURDO NA ESCOLA ................................................................ 9 
2.7. A INCLUSÃO NA QUADRA .............................................................................. 10 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS. ............................................................................... 12 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. .................................................................. 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO. 
A deficiência auditiva, também conhecida como Hipoacusia ou Surdez é a 
perda parcial ou total da audição, ela pode ser causada por diversos fatores tanto 
físicos, como neurológicos: viroses, exposição a sons impactantes, nascença, 
acidentes, doenças, pré-disposição genética, etc. A surdez pode ter vários tipos e 
níveis, pode ser corrigida ou não com aparelhos ou cirurgias. Pode ser por causa 
neurológica sem danos no canal auditivo, ou por algum dano externo no aparelho 
auditivo do individuo. 
No passado os surdos eram excluídos e tratados como doentes mentais, 
incapazes de receber educação ou aprender. Internados em hospitais psiquiátricos 
eram submetidos a “tratamentos” cruéis, experimentais e muitas vezes 
assassinados. 
Hoje possuímos leis que garantem a inclusão e a educação digna para os 
portadores de deficiência de todos os tipos, no Brasil, de acordo com a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação (9.394/96), a inclusão de pessoas com deficiência 
no ensino regular é obrigatória. Abordaremos a questão da legislação e como 
funcionam na teoria essas leis voltadas ao deficiente auditivo, e na pratica como são 
e se estão inseridas nas escolas. 
A inclusão visa tornar o individuo deficiente parte do ambiente escolar regular 
juntamente com as outras crianças, fazendo com que aceitem e respeitem a 
individualidade de todos, dando oportunidade para a experimentação incentivando 
com feedbacks positivos, estimulando sua confiança para executar as tarefas 
escolares que forem propostas a todos os alunos. 
O Conhecimento sobre o povo surdo, sua historia, as leis que garantem seus 
direitos, serão levantados nesta pesquisa para incentivar a reflexão e 
questionamentos a respeito da temática da inclusão, os indivíduos surdos ainda são 
excluídos? Como funcionam as leis que garantem a inclusão dos surdos na 
educação e em nossa sociedade? 
Os profissionais de educação física, assim como todo o corpo docente, 
devem estar preparados para a inclusão do aluno deficiente em suas aulas 
facilitando a integração entre os alunos, aptos para lidar com as dificuldades que vão 
4 
 
encontrar para a socialização do aluno e não apenas deixando o aluno “presente” 
em suas aulas, executar uma verdadeira inclusão do mesmo na educação. 
2. DESENVOLVIMENTO. 
2.1. CONCEITOS 
O “Surdo” é o sujeito que não escuta, devido a alguma doença, acidente ou 
problema neurológico. 
O “ouvinte” é o sujeito que escuta, não é surdo. 
O “povo surdo” é o grupo de pessoas surdas que tem costumes, história, 
tradições em comuns e pertencentes às mesmas peculiaridades, ou seja, constrói 
sua concepção de mundo através de uma forma de visão que possuem em comum, 
sem ouvir. 
A ”comunidade surda”, não é só de pessoas surdas, possui sujeitos ouvintes 
também, que são: família, intérpretes, professores, amigos e outros que participam e 
compartilham os mesmos interesses em comuns em uma determinada localização 
que podem ser as associações de surdos, federações de surdos, igrejas e outras 
formas de organização. 
2.2. O DEFICIENTE AUDITIVO NA HISTORIA. 
A autora Perlin (2004, p.80) diz: “As narrativas surdas constantes à luz do dia 
estão cheias de exclusão, de opressão, de estereótipos”. 
O deficiente auditivo (trataremos como “surdo”), não era considerado capaz 
de aprender, portanto não podiam frequentar a escola. A ideia de Aristóteles era 
muito forte no passado “a linguagem é que dá ao indivíduo a condição de humano”, 
portanto nem como seres humanos eram considerados, não tinhas direitos legais em 
muitas civilizações. Os Romanos, que eram muito preocupados com as questões 
estéticas e perfeccionistas com seus corpos, logo sacrificavam os deficientes de 
todos os tipos assim que nasciam, pois não poderiam aprender e nem defender sua 
nação. 
A infortunada criança era prontamente asfixiada ou tinha sua 
garganta cortada ou era lançada de um precipício para dentro das ondas. 
5 
 
Era uma traição poupar uma criatura de quem a nação nada poderia 
esperar. (LANE e PHILIP, 1984, p. 165). 
A situação não era tão ruim em todos os lugares, por exemplo, no Egito antigo 
os surdos eram considerados intermediários entre os Deuses e os Faraós, sendo 
assim adorados, temidos e muito respeitados como deuses pela população. 
Em alguns lugares como em Roma, eram proibidos de contatos sociais, 
elaborar testamentos, reclamar heranças, ter propriedades, conforme a lei do local. 
Isso quando não eram lançados ao rio Tibre para serem cuidados pelas “Ninfas” 
(seres mitológicos, espíritos femininos que se ligam a um local na natureza, como 
rios, florestas, bosques. Etc.). 
Na idade media os surdos ainda eram considerados incapazes de aprender, 
como a Igreja era muito forte e influente nessa época diziam que o surdo não 
possuíam almas imortais, sendo assim não poderiam ir ao “reino dos céus” já que 
não podiam pronunciar as orações e sacramentos. 
John Beverley, em 700 d.C., foi o 1º a ensinar um surdo a falar, conforme os 
registros mais antigos, mas apenas na idade media com o Renascimento que houve 
a separação do “surdo” e do “mudo”, a ciência e a medicina já analisavam de outra 
forma a deficiência, e a expressão “surdo-mudo” deixou de ser correta. 
Pedro Ponce Leon (1520-1584) foi o 1º professor de surdos da historia que 
temos registro, ele foi um monge católico que fundou a 1ª das escolas dessa 
modalidade, dedicou grande parte de sua vida ao ensino dos surdos. Como os 
monges faziam voto de silencio, acredita-se que o alfabeto criado para os surdos por 
ele tem relação com os gestos que os próprios monges usavam para se comunicar 
com as mãos quando não podiamfalar. 
Nessa época as pessoas descobriram aos poucos que era possível ensinar 
pedagogicamente os surdos, sem aguardar nenhum tipo de interferência divina. 
2.3. METODOLOGIAS DE ENSINO 
Os trabalhos feitos com surdos não eram muito bem divulgados, portanto 
poucos nomes são mencionados em documentos, as pessoas que trabalhavam com 
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esse tipo de ensino mantinham segredo sobre seus avanços e muitos apenas 
passavam para seus familiares. 
As famílias mais nobres e ricas podiam contratar um Professor/ Perceptor 
para ficar encarregado de ensinar a língua oral para o membro surdo de sua família, 
pois se não pudesse se comunicar, perderia os direitos legais que eram retirados de 
quem não podia falar. Já as famílias mais pobres, que não tinham recursos 
acabavam deixando os membros surdos em asilos (“hospícios” ou hospitais para 
“retardados”, como tratavam na época) com pessoas com diversos tipos de 
problemas que a sociedade considerava incapaz de se desenvolver e ser “normal”. 
Essas instituições não ajudavam o desenvolvimento da pessoa, pelo contrario eram 
pouco mais que prisões. 
Na Medicina, o século XVIII foi um período mais de assimilação e de 
consolidação do conhecimento já produzido, do que de grandes 
descobertas. Lentos avanços no conhecimento da fisiologia, da bioquímica 
e da patologia foram obtidos e assim, sementes foram plantadas para o 
desenvolvimento do campo da medicina preventiva. (ARANHA, 2001, p. 
163-164). 
Entre alguns nomes que continuaram o trabalho de Pedro Ponce Leon (1520-
1584), temos Juan Pablo Bonet, que continuou o estudo e escreveu sobre as 
maneiras de ensinar os surdos a ler e falar, porem sem usar os gestos, fazia uso do 
método “Oral”. Nesta época com o desenvolvimento da educação do surdo, temos a 
ramificação dos métodos de ensino adotados pelos educadores: Oralistas e 
Gestualistas. 
O método Oralista (Método Alemão) consiste em “reabilitar” os surdos, eles 
deveriam superar a surdez e falar, aprender a usar palavras e se comportar como 
ouvintes. Esse método causou a segregação dos surdos que se organizavam quase 
de modo clandestino para cumprir com tal objetivo. Seu precursor foi Samuel 
Heinicke (Alemanha 1727-1790), que ensinou inúmeros surdos a falar. 
Neste método também temos os educadores: Jean Marc Itard (1774-1838), 
que foi um médico Frances dedicado a erradicação da surdez, e Alexander Gram 
Bell (1847-1922) cientista estadunidense, que alegava que a linguagem de sinal 
atrapalhava o desenvolvimento do surdo, ainda seguindo a linha de pensamento que 
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sem uma língua oral a pessoa não conseguiria pensar e ser racional, defendia 
também que o surdo não poderia casar com outra pessoa surda e que deveria 
frequentar escolas regulares obrigatoriamente, no entanto admitiu que se em um 
ano o surdo que era ensinado no método Oral não apresentasse resultado, poderia 
ser exposto ao método Gestual. Gram Bell foi o pioneiro em construir aparelhos para 
ampliar os sons e ajudar os surdos a tentar ouvir, sendo sua mãe e sua esposa 
surdas, se dedicou muito ao estudo e invenções deste assunto. 
Dentre diversos acontecimentos históricos, a briga pelos direito dos surdos, 
acontece em 1880 o Congresso de Milão, nesse congresso dentre varias resoluções 
ficou decidido que o surdo não poderia usar gestos e deveria ser educado apenas 
na linguagem Oral. A linguagem gestual e seus educadores foram abolidos e 
proibidos. Como grande parte dos surdos não conseguia desenvolver o oralismo 
socialmente aceito e o método não se mostrou eficaz, foi perdendo credibilidade e 
leis valorizando a importância da língua de sinais surgiam para auxiliar a educação 
dos surdos. 
No método Gestual (método Frances) o surdo aprende o alfabeto manual 
para a escrita, uma língua de sinais, dentre outros gestos que representam as 
demais necessidades para comunicação. Os educadores Gestualistas são mais 
tolerantes com as dificuldades do surdo, e entendem que a linguagem de sinais 
também é uma forma eficaz de comunicação. O pai desta metodologia foi Pedro 
Ponce Leon (1520-1584), já mencionado anteriormente como o 1º a utilizar o 
alfabeto manual para a escrita. Entre outros educadores temos: Abade Charles 
Michel de L’Epée (1712-1789), que foi o fundador da 1ª escola de surdos em Paris, o 
Instituto Nacional de Surdos-Mudos, adotou o método de educação coletiva, fazendo 
o surdo ser reconhecido como ser humano, pois já possui uma linguagem própria, 
dizia que era perda de tempo ensinar o surdo falar, pois assim atrasaria sua 
educação na linguagem gestual. Também temos Edward Miner Gallaudet (1837-
1917) que levou a metodologia francesa para os Estados Unidos e fundou a 
Gallaudet University. 
Estas duas metodologias ate hoje divergem e criaram dois outros métodos 
utilizados para a educação: a Comunicação Total e o Bilinguismo. 
8 
 
A comunicação total surge em 1970, consiste no método que usa todas as 
formas de comunicação possíveis ao surdo: leitura labial, expressão facial e 
corporal, alfabeto de sinais, recursos visuais, etc. tudo voltado para a comunicação 
entre surdos e surdos ou surdos e ouvintes. 
Ela utiliza todos os recursos de espaço como facilitador para comunicação. 
Preocupa-se com o desenvolvimento completo da criança, afetivo emocional e 
cognitivo, pois diferente do oralismo, a comunicação total prega que apenas o 
aprendizado da língua oral não garante o pleno desenvolvimento da criança. 
O Bilinguismo vem ganhando força na ultima década, ela parte do principio 
que o surdo deve aderir como sua primeira língua (L1) a linguagem de sinais, para 
garantir o desenvolvimento de seus conceitos e sua relação com o mundo. Quanto 
mais cedo a criança for exposta ao aprendizado da língua de sinais, melhor. A língua 
portuguesa (no caso do Brasil) será considerada a segunda língua (L2) , em sua 
modalidade escrita e oral se possível. 
2.4. O SURDO NA EDUCAÇÃO DO BRASIL. 
No Brasil temos registros que datam de 1855, aonde a linguagem de sinal 
francesa chegou com o professor surdo francês Hernest Huert, que veio com o 
objetivo de, a pedido de D. Pedro II, ensinar duas crianças surdas. 
Em 1857 é fundado o Instituto Nacional de Surdos‑Mudos, atual Instituto 
Nacional de Educação do Surdo (Ines), que ensinava a Língua de sinais, porem em 
1911 após o congresso de Milão, incluiu o Oralismo como sua metodologia de 
educação. 
Em 1970 chega a comunicação total sob a influencia do congresso 
internacional de Gallaudet (única universidade cujos programas são desenvolvidos 
para pessoas surdas). 
Em 2002 a lei 10.436/02 reconhece a língua de sinais como forma de 
comunicação e expressão, Libras e outros recursos de expressão a ela associados. 
Nela a lei reconhece que a LIBRAS possui estrutura gramatical própria, com sistema 
de transmissão de ideia de natureza visual-motora. 
9 
 
Essa lei garante também que em estabelecimentos públicos o surdo tenha 
atendimento adequado conforme a lei em vigor. E que a LIBRAS não poderá 
substituir a língua portuguesa escrita. 
2.5. O INTERPRETE DE LIBRAS 
Em setembro de 2010, a lei que regulamenta a profissão de interprete de 
LIBRAS foi vigorada: Lei nº 12.319/10, esta lei reconhece o interprete e tradutor 
como profissional e estabelece a modalidade de cursos que são reconhecidos para 
sua formação. E como o interprete pode e deve atuar em suas diversas áreas 
disponíveis. 
2.6. INCLUSÃO DO SURDO NA ESCOLA 
Conforme apresentado anteriormente, o surdo sofreu em sua história 
segregação, perseguição, exclusão, perda de direitos, entre diversas outras 
crueldades devido a sua diferença. 
Hoje, apesar de não sofre com as mesmas dificuldades, o surdo encontra 
outrasbarreiras. Apesar de a lei e decretos imporem a inclusão social do deficiente, 
ainda temos uma lentidão para sua pratica, por vezes a culpa é da má vontade, das 
políticas publicas, outras vezes por culpa dos gestores da educação. 
Apesar de viver em uma época de plena globalização, a comunidade surda 
ainda encontra dificuldades em seu dia a dia, pois as leis não se cumprem em sua 
totalidade. 
O processo pedagógico, longe de ser um capítulo à parte ou mesmo 
passaporte para a cidadania, é o seu próprio exercício. Este processo se 
determina a partir da rede complexa de relações de subjetividade, cultura e 
conhecimento. (SANTOS, 1998, p. 42). 
O objetivo da educação é a inclusão. Não há no Brasil um projeto consistente 
de educação Bilíngue, e não cabe apenas a integração no meio escolar, deve 
acontecer uma verdadeira inclusão entre alunos, profissionais da educação e os 
alunos surdos. Todos unidos através de metodologias de ensino voltadas para a 
educação completa da criança, desenvolvimento cognitivo e afetivo social. Com isso, 
não apenas as crianças surdas se desenvolvem, as crianças ouvintes ganham ao 
10 
 
interagir e incluir os colegas surdos, aprendendo a respeitar e conhecer as 
diferenças entre as pessoas. 
Vendo as necessidades especiais da criança, surge a necessidade de criar 
planos para atender essas necessidades, para um bom desenvolvimento em 
ambiente escolar, e assim ocorrer a inclusão que necessita que o aluno tenha 
experiências dentro desse ambiente juntamente com os outros colegas. 
Conforme Berro, 2008, a Educação é um processo que se da através de 
experiências também nos ambientes onde o aluno convive fora do ambiente escolar. 
A tentativa da inclusão não é somente de responsabilidade da escola. Ela passa 
também por pessoas com quem a criança convive, alem da escola, que devem 
participar de sua educação, desenvolvimento e integração com a sociedade. 
A lei hoje garante um interprete de LIBRAS para o aluno surdo e presença de 
instrutores surdos nas instituições de ensino, que nem sempre acontece, o curso de 
libras incluído na grade dos professores, não é o suficiente para atingir os objetivos 
de inclusão do aluno. 
O momento que o Brasil vive hoje é uma luta por uma educação bilíngue 
adequada para auxiliar não apenas na inclusão escolar, mas na sociedade e 
fortalecimento da comunidade surda. Difundir o conhecimento sobre a comunidade 
surda e aumentar o raio de participação da comunidade na inclusão, principalmente 
na infância do surdo. 
A realidade atual do Brasil é que mesmo sem condições de possuir alunos 
para inclusão, a lei garante esse direito e faz com que deva ser cumprido, mas ao 
observar um ambiente escolar, onde não há um interprete ou algum agente 
facilitador a uma criança que não possui separadamente o ensino bilíngue, a 
inclusão não vai acontecer, e sim apenas uma integração. 
2.7. A INCLUSÃO NA QUADRA 
A falta de recursos no ensino dificulta a ação dos profissionais, tanto nas 
aulas comuns, ou nas aulas de educação física, a dificuldade seria a mesma. O 
surdo poderia imitar o gesto motor, sem o compreender completamente, assim não 
atingindo o objetivo do aprendizado. 
11 
 
A maioria dos professores não tem recursos para lidar com a inclusão, deixam 
os alunos apenas “presentes” em suas aulas. 
(...) independente do grau da surdez, muitas crianças têm condições 
de acompanhar o ensino regular, cabendo ao professor criar condições 
favoráveis ao ingresso e, principalmente, permanência desse aluno na 
escola, considerando não apenas os aspectos físicos e de socialização, 
mas, também, levando em consideração o real papel social da escola 
(ZANATA, 2004, p. 58). 
Mesmo enxergando o surdo como alguém com diferenças sociais e 
linguagem distinta, e não como deficiente, o efeito para as aulas são os mesmos, no 
geral. As estratégias para comunicação devem ser modificadas e adaptadas para o 
aluno, sem fazer sua segregação. Novamente a questão da inclusão X integração. 
O profissional deve se especializar, quando possível, e procurar modificar 
suas atitudes, tudo em prol do bom desenvolvimento e participação dos alunos nas 
aulas. Os pais também devem colaborar assim como todo o corpo docente 
envolvido. 
O ideal para uma aula desse nível é possuir um profissional bem preparado, 
com conhecimento sobre o surdo e sua comunidade, uma forma de comunicação 
correta, seja por meio de um interprete ou por próprio conhecimento da LIBRAS, 
materiais adaptados para algumas situações. Juntamente coma a questão do 
preparo e boa vontade do profissional vem a questão de como administrar a aula e 
adaptar seu tema para o aluno surdo participar. 
A preocupação com o aluno surdo deve ser constante, seu desenvolvimento 
depende da experimentação motora que vai acontecer nas aulas, em grupo, ou com 
o contato direto com o professor. 
O bom professor desenvolve em seus alunos auto-estima positiva e 
tem uma postura de aceitação, empatia, amizade e afeto, garantindo um 
ambiente seguro e controlado, adota também abordagens de elogio e 
incentivo, criando um ambiente agradável onde todos os alunos são bem 
aceitos. (Winnick, 2004). 
Dentro das metodologias o professor pode utilizar slides, vídeos informativos, 
desenhos, fotos, demonstrações, brincadeiras, etc. Fazendo alunos mais avançados 
12 
 
demonstrar os exercícios propostos na aula, usando muitos recursos visuais, a aula 
fica mais inclusiva. 
Mesmo quando há a presença de um interprete, o professor deve manter o 
contato com o aluno surdo e sua postura amigável e inclusiva. 
Estudos nesta área comprovam que seguindo a metodologia das aulas, o 
processo pedagógico correto, executando apenas algumas estratégias de 
comunicação e aproximação para a criança surda, a aula funciona do mesmo modo 
para todos, pensando na questão de desenvolvimento motor, sócio emocional e 
afetivo. 
Mesmo com a falta de materiais, ou falta do interprete, o professor deve 
buscar se aproximar do aluno e criar estratégias criativas com recursos visuais, 
podendo contar com a ajuda dos demais alunos, também como uma proposta para 
interação. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS. 
A educação física como área do conhecimento do currículo escolar que 
possui como objetivo o estudo da cultura corporal do movimento, é muito importante 
para o desenvolvimento educacional, por usar formas de expressão corporais e 
movimentos como formas de comunicação não verbal. Por meio dos jogos, danças, 
lutas, esporte e ginástica pode-se transmitir valores coletivos e sociais, sentimentos 
e comportamentos, com isso o aluno pode se desenvolver de forma completa, e 
para atingir esse objetivo com o aluno surdo as aulas devem ser totalmente 
inclusivas e cheias de recursos visuais para o aluno vivenciar de modo completo e 
satisfatório. 
A Educação inclusiva vem se desenvolvendo pelo mundo todo, faz os 
professores e todos envolvidos na educação repensar sobre o papel da escola nos 
tempos atuais. Nos tempos atuais a escola deve se preocupar com a formação 
integral do individuo, desenvolvimento social, cognitivo, psicológico, e afetivo. Assim 
formando um cidadão completo com plena capacidade de exercer suas funções 
perante a sociedade onde convive. 
13 
 
Mas claro, tratando de inclusão, os alunos não devem ser “superprotegidos”, 
mas sim devem ser estimulados a desenvolver uma forma própria de participar, e 
não ficar separados do grupo, e sim estar em igualdade com todos os colegas. 
Muitas pessoas ainda continuam sem o conhecimento a respeito da 
comunidade surda, muitos por falta de capacitação, ou curiosidade, ou qualquer 
outro motivo, porem os profissionais na educação devem semprese renovar, buscar 
o conhecimento a respeito da comunidade onde seu aluno se insere, se for um 
surdo, ele tem seus próprios costumes, forma como vê o mundo e interpreta ações, 
ou como lida com as pessoas, como se comunica. São informações de suma 
importância para o desenvolvimento de um bom trabalho dentro da educação. 
A pesquisa histórica, como o povo surdo se insere na comunidade, e quais 
foram às circunstâncias históricas que levam a situação atual desses alunos, são 
importantes para lidar com o mesmo durante as aulas, tanto na quadra, quanto na 
sala de aula. Conhecendo a sua historia, o presente fica mais fácil de lidar e 
entender. 
Observa-se também a evolução na educação dos surdos, quais estudiosos se 
dedicaram a pesquisa deste tipo de ensino, quais métodos foram mais eficazes, 
quais são utilizados com maior frequência e para qual caso ou nível de surdez. 
Assim como as crianças ouvintes, o surdo também deve ter a chance de 
participar das aulas e desenvolver sua cultura corporal, seja na escola ou em 
qualquer outro ambiente proposto para o trabalho do professor de educação física. 
Com boa vontade, preparação e aulas preparadas para o aluno surdo, o 
professor vai obter sucesso na inclusão e desenvolvimento dos alunos tanto 
ouvintes quanto surdos. 
Esta pesquisa foi importante para coletar referências e informações a respeito 
de uma situação ou um ramo de trabalho na área da educação física, que pode 
ocorrer no cotidiano. Com mais informações a respeito de seus alunos e a 
comunidade onde o mesmo se insere, o professor se torna um profissional melhor 
preparado e qualificado. 
 
14 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 
FALCÃ0, L. A. Aprendendo Libras e reconhecendo as diferenças: um olhar 
reflexivo sobre a inclusão. Recife: Editora do Autor, 2007. 
BARRETO, Michelle Aline. ET.al. A preparação do profissional de educação 
física para a inclusão de alunos com deficiência. PODIUM: Sport, Leisure and 
Tourism Review, São Paulo, v. 2, n. 1, p. 152-167, jan./jun. 2013. 
ALVES, Tássia Pereira Alves. ET.al. Inclusão de alunos com surdez na 
educação física escolar. Revista eletrônica de educação, São Carlos (SP), v. 7, n. 3, 
p.192-204, 2007. 
ALBRES, Neiva de Aquino; NEVES, Sylvia Lia Grespan. Libras em estudo: 
Política educacional. São Paulo: FENEIS, 2013. 
Berro, A.; Brazorotto, J.; de Oliveira, K.; de Godoy, L. & Buffa, M. Manual de 
Orientação para Professores de Crianças com Deficiência Auditiva. Abordagem 
Aurioral. (2ªed). São Paulo: Livraria Santos Editora, Lda, 2008. 
BRASIL. lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12319.htm>. Acesso 
em 27 Out. 2016. 
BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. 
Acesso em 27 Out. 2016.

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