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A agricultura e a evolução humana.

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A evolução humana ao longo da história percorreu um árduo e lento caminho. A impiedosa competição pela reprodução e sobrevivência da nossa espécie demandou uma série de fatores que permitiram o desenvolvimento e a dominação sobre as outras espécies e sobre a própria natureza. Entre estes fatores podemos citar alguns fundamentais como, a descoberta e o domínio da técnica de reprodução do fogo, a domesticação de animais e plantas, o desenvolvimento da linguagem escrita e falada e a confecção de armas.
 Os registros científicos permitem afirmar que os primeiros seres humanos surgiram na África há milhões de anos. Uma espécie de primata que foi se desenvolvendo e adquirindo características que os distanciaram e representaram uma vantagem em relação aos outros primatas que ainda moravam em árvores. A diferenciação que levou a espécie primata a descer das árvores provavelmente teria sido uma mudança climática ocorrida em algumas regiões da África, em que florestas teriam sido transformadas em pastos e, pela necessidade, obrigado alguns primatas a descerem das árvores em busca de alimento e a partir daí ter dado início à diferenciação e desenvolvimento em relação aos macacos. Um processo que deve ter durado milhares de anos.
 Os primeiros seres humanos viviam como nômades, na condição de caçadores-coletores, alimentavam-se principalmente de frutas, nozes, sementes e outras plantas comestíveis, porém já começavam a consumir carne. Provavelmente usavam pedaços de pau para defesa e ataque, ou até escavar, na busca por roedores. É difícil especular com certeza se construíam abrigos feitos de arbustos e de pedaços de pau para se protegerem do frio no inverno. Sem dúvidas alguns moravam em cavernas, quando podiam encontra-las, mas a residência tornava difícil a mobilidade e a busca por alimento suficiente. Para viver do que colhiam precisavam fazer longas caminhadas em busca de frutas e sementes. Seus hábitos alimentares eram resultado de descobertas feitas ao longo de centenas de milhares de anos. Uma descoberta fundamental foi saber se uma planta, que aparentava ser comestível, não era venenosa, explorando novos lugares e novos alimentos em tempos de seca e carestia, alguns devem ter morrido por envenenamento.
 Apesar de não terem registro, já acumulavam uma longa história, que em comparação de espaço de tempo, faria a construção das pirâmides do Egito parecer um piscar de olhos.
 É importante citar a grande capacidade de adaptação dos seres humanos, que conseguirem viverem em lugares de clima frio, planaltos abertos de altitude bem acima do nível do mar. As florestas eram verdes nas regiões montanhosas faziam-lhes se sentir em casa, devido a sua impressionante adaptabilidade.
 Organizavam-se e viviam em pequenos grupos, por questões de sobrevivência. Dependendo do local por onde passassem seria muito difícil alimentar um grande grupo e sofreriam com os problemas. É provável que algumas crianças e idoso doentes tenham sidos deixados para trás durante a caminhada, por conta do medo de contaminação dos outros integrantes. Ao longo do tempo devem ter ido para regiões mais distantes da África, como a Ásia Menor e regiões para além da Arábia. A longa caminhada mais parece ter sido um revezamento, onde os grupos de mais ou menos 6 a 12 pessoas iam explorando novos lugares, se impondo a outros grupos que encontravam pelo caminho, passando por cima ou impelindo-os para outro lugar. O avanço pela Ásia pode ter levado milhares de anos. Montanhas tinham de ser escaladas; pântanos, vencidos. Rios largos, gelados e de forte correnteza tinham de ser atravessados. A falta de animais para a proteção do grupo gerou a necessidade da vigilância para se proteger de animais selvagens que fossem caçar durante a noite. Era preciso um abrigo seguro para o grupo.
 Com a migração para regiões mais frias era necessário aquecer-se, e a fonte principal de calor era o fogo, que pode ter sido descoberto a partir da queda de um raio, ateando fogo a uma vegetação, talvez pelo atrito entre pedras que produzam faísca, e pode queimar pequenos gravetos ou até do atrito e calor ao esfregarem-se dois pedaços de madeira seca. A habilidade de produzir do fogo pode ter sido obtida bem depois da sua descoberta. Seu emprego habilidoso em atividades é uma das conquistas mais importantes da raça humana, foi a ferramenta de maior utilidade, que foi levado nas viagens como um objeto valioso, que tinha muitas utilidades como a iluminação, o aquecimento, a proteção contra insetos, o uso em rituais grupais de dança e demais costumes de suas culturas, o uso da fumaça para afugentar animais que poderiam estar nas cavernas e oferecer perigo ao grupo, entre outros.
 Ao longo da evolução, o homem foi adquirindo a postura cada vez mais ereta e desenvolvendo novas caraterísticas biológicas que promoveram mudanças na estrutura corporal, como o achatamento e diminuição do rosto, aumento do cérebro , e da caixa craniana consequentemente, a diminuição dos pelos ao longo do corpo, mudanças e fortalecimento dos braços e pernas, entre outros e o permitiram comunicar-se através de sons, sinais, símbolos entre outras séries de códigos que possibilitaram o desenvolvimento cerebral, onde foram criando memórias e passando os ensinamentos entre os companheiros do grupo e ao longo das gerações. Técnicas de caça, de confecção de armas rudimentares e adereços, e da busca por alimentos foram aprimoradas. Levavam sementes e grãos guardados para garantir a alimentação em períodos difíceis, de instabilidade climática e escassez de alimentos. Dependendo das determinações geográficas, tornava-se muito difícil encontrar alimentos suficientes para todos quando não se podia guardar. Era preciso ir cada vez mais longe para encontrar plantas e animais que servissem de alimento, enfrentando diversos perigos, de enfrentamentos com grupos de animais selvagens, maiores em tamanho e em número, representando um risco para a continuidade de nossa espécie.
 E com o passar do tempo, depois das glaciações, onde houve o derretimento de várias calotas polares que promoveram a elevação no nível dos mares e a estabilidade dos climas, através de experiências e do uso das ferramentas que possuíam na época, surgiu a prática de enterrar as sementes e o início do processo de domesticação de plantas, que passou por um longo período de adaptações aos diferentes tipos de solo e de climas. As primeiras práticas de cultivo de plantas devem ter surgido próximas a margens de rios e cursos d’água onde os solos eram mais férteis e o clima mais ameno. Uma região em especial, apresentou sucesso na domesticação e cultivo de plantas: O Crescente Fértil. Apresentando uma grande área que se localizava em latitudes constantes, com períodos de insolação constante, vegetação uniforme e clima estável, que propiciaram o surgimento de várias culturas e a prosperidade para seus habitantes.
 Intrínseco a esse processo está o fato de que os seres humanos foram saindo gradativamente da condição de nômade, de caçadores-coletores, pois, com a prática do plantio e cultivo de alguns alimentos, foi se perdendo a necessidade de percorrer grandes distancias em busca de alimentos que provessem os grupos. As culturas foram se disseminando aos poucos em várias regiões do mundo, a Europa e Índia obtiveram sucesso na domesticação do trigo e da cevada, a China domesticou o arroz e o milho, na América o milho, as batatas e as pimentas, na África o sorgo, na Nova Guiné (Oceania) a banana entre outros. Além das primeiras tentativas de irrigação para combater a seca e expandir a agricultura.
 Tudo isso gerou uma mudança no modo de vida, e influenciou a explosão demográfica, que representou um dos fatores da dominação de nossa espécie sobre as demais. Era possível alimentar grupos maiores de seres humanos com o fruto do trabalho agrícola. A fixação nos locais onde cultivavam era cada vez maior, o processo de sedentarização do homem estava se consolidandocomo passar dos anos. O melhoramento e criação de novos instrumentos que auxiliaram na agricultura permitiram o aumento na produção, mas ainda sentia-se a necessidade de consumir carne animal e seus derivados. A dieta alimentar ainda precisava de um complemento e, além disso, foi se percebendo que animais de médio e grande porte poderiam auxiliar na agricultura, dando início ao processo de domesticação dos animais que foi longo e deve ter passado por uma série de experiência e de adaptações para que tivesse sucesso.
 A cabra, o carneiro, o porco e a vaca foram domesticados no Crescente Fértil. Após a agricultura a criação de gado foi um fator que impulsionou e desenvolveu os grupos humanos. O cão, o carneiro e a cabra foram domesticados na região do Próximo-Oriente. Algumas mudanças biológicas nos animais também ocorreram devido à domesticação, como por exemplo, o porco que é um parente próximo do javali e sofreu modificações com a domesticação. O cavalo foi domesticado na Europa e Ásia Central, a galinha no Paquistão e na Índia, a Lhama no Peru e a abelha no Egito. 
 Segundo o vídeo Agricultura, a origem, o fator que consolidou a criação de animais foi a percepção de que se podia tirar outros derivados dos animais além da carne, como por exemplo o leite da vaca, os ovos da galinha e o mel de abelha para a alimentação, a pele e a lã dos animais para a vestimenta e o uso dos animais de grande porte para o deslocamento e para arar a terra, entre outras atividades que demandaram a força animal para o desenvolvimento da agricultura.
 Em consequência desses processos, houve a mudança de mentalidade dos seres humanos, uma mudança da condição de caçadores-coletores para agricultores e criadores de animais, significando a saída, a evolução do modo de vida nômade para o modo de vida sedentário. A sociabilização dos seres humanos se modificou e se tornou mais complexa devido a esses fatores. A divisão de tarefas foi se estabelecendo, e ganhando características peculiares.
 Em suma, esses processos intimamente ligados e concomitantes à evolução humana, garantiram a vitória e a manutenção da sobrevivência e reprodução da nossa espécie. O estabelecimento de moradias e dos modos de vida, representa um mecanismo que consolidou a perpetuação da nossa população.

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