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Fisioterapia em dor

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A dor acontece quando o indivíduo é informado que sua integridade física, por meio de uma sensação desagradável, passa por algum tipo de perigo real ou potencial.
A dor é definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesões reais ou potenciais ou descrita em termos de tais lesões. A dor é sempre subjetiva, e cada indivíduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiências”.
Aspectos da dor: A dor é mais que um fenômeno físico e nem sempre os aspectos psicológicos, sociais e espirituais são considerados. 
- Somático: É fundamental o conhecimento do conceito de dor total sob quatro aspectos: Neoplasias (relacionadas à doença  e ao tratamento), Lesões iatrogênicas, Patologia preexistente.
- Social: Relacionamentos familiares (cuidados e sexualidade), Medo de dependências, Relacionamento com amigos, Problemas financeiros.
- Psicológico: Ansiedade, Medo, Depressão, Sentimentos de culpa.
- Espiritual: Problemas relacionados com morte, liberdade e amor.
Tolerância à dor: difere consideravelmente de uma pessoa para outra. Umas sentem uma dor intolerável com um pequeno corte ou pancada, enquanto outras tolerarão um traumatismo maior ou uma ferida por arma branca quase sem se queixar. A capacidade para suportar a dor varia segundo o estado de ânimo, a personalidade, a cultura, suas experiências e as circunstâncias. É possível que um atleta em particular não se aperceba de uma lesão grave ocorrida em momentos de excitação durante a competição. Porém, depois do jogo notará, especialmente se sua equipe foi derrotada.
Dor somática: tem origem nas estruturas somáticas. Dor visceral: tem origem nas vísceras.
Limiar de dor: a menor intensidade de estímulo que permite ao indivíduo perceber a dor. Ela varia de indivíduo para indivíduo. Limiar de tolerância: definido como o ponto em que o estímulo doloroso alcança tal intensidade que não pode mais ser suportado.
Modulação: consiste nos mecanismos de amplificação ou inibição das informações dolorosas realizadas por meio de substâncias neuroquímicas. Destas substâncias, podemos destacar as taquicininas (substância P), os opioides endógenos (endorfina e encefalina) e os sistemas adrenérgico e serotoninérgico. Essas substâncias são responsáveis pela transmissão, ampliação, atenuação ou inibição da nocicepção.
Percepção ou cognição: envolve os processos de entendimento do significado do estímulo doloroso.
Resistência à dor: é a diferença entre os limiares de dor e o limiar de tolerância. Demonstra a amplitude de uma estimulação dolorosa que o indivíduo possa considerar como aceitável.
Explique de forma simplificada a sensação e percepção da dor: Este processo pode ser considerado como uma cadeia de três neurônios: o neurônio de primeira ordem origina-se na periferia e projeta-se para a medula espinhal; o de segunda ordem ascende pela medula espinhal; e o de terceira ordem se projeta para o córtex cerebral.
Dor AGUDA: Aquela que dura um curto período de tempo, geralmente menos de um mês. Por exemplo: a dor associada à extração de um dente, cirurgia ortopédica ou à cólica menstrual.
Dor CRÔNICA: Quando persiste por mais de três meses.
Dor RECORRENTE: Que apresenta períodos de curta duração, mas que se repete com frequência.
Teoria da especificidade (Bell; Muller, 1816-1826): Segundo essa teoria, os receptores seriam terminações livres que levariam os impulsos da dor através das fibras delta-A e delta-C dos nervos periféricos até a medula, onde alcançariam um centro de dor no tálamo, pelo feixe espino-talâmico lateral. Somente estímulos dolorosos seriam levados por essas fibras. Seria uma conexão periferia-cérebro direta.
Teoria do padrão (Goldscheider, 1894; Weddel, 1955; Sinclair, 1947-1955): A dor poderia resultar da ativação de vários receptores inespecíficos. Assim, a estimulação leve de receptores de tato, calor, frio e dor produziriam a percepção dessas sensações. Mas se o estímulo fosse forte, a percepção em qualquer caso seria de dor. Haveria uma convergência para o corno dorsal, com um padrão de estimulação para o cérebro, o qual associaria fenômenos de somação temporoespacial (experiências prévias, culturas, motivação, atenção-distração). Também nessa teoria não houve a valorização adequada da modulação central.
Quarta teoria da dor (década de 1940 – Hardy, Wolff; Goodell): Sugere que há uma relação de um para um entre a intensidade do estímulo e a experiência da dor. Essa teoria sugere que, se dois indivíduos experimentassem o mesmo estímulo (como, por exemplo, uma perna fraturada), eles teriam exatamente a mesma quantidade de resposta à dor. Ela nega o que atualmente sabemos, como a influência de fatores culturais, ambientais e de personalidade.
Teoria da comporta (Melzack; Wall, 1965): Originalmente apresentada por Melzack e Wall em 1965, e modificada em 1982, essa teoria conciliatória integra respostas fisiológicas e psicológicas na definição de dor. Segundo ela, haveria terminações especializadas na recepção e condução do estímulo doloroso.
Dor Nociceptiva: É causada por um estímulo contínuo de nociceptores (mecânicos, térmicos, químicos), sendo aliviada pelo bloqueio desse estímulo ou de suas vias de transmissão. Pode ser: 
- Somática (Tem origem nas estruturas somáticas – presente em áreas superficiais, como na pele e mucosas, bem localizada, sendo transmitida rapidamente pelas fibras do sistema neoespinotalâmico e em áreas mais profundas, como nos ligamentos, ossos, tendões, vasos sanguíneos e nervos. Exemplos: artropatias, mialgias, traumatismos ou queimaduras, doenças inflamatórias não articulares.); 
- Visceral (Origina-se nas vísceras, dentro dos órgãos e cavidades internas do corpo. Com menos receptores sensoriais nestas áreas, produz uma sensação de dor profunda, difusa e mal localizada – sendo muitas vezes associada a partes do corpo totalmente diferentes do local da lesão pelo paciente. O ataque cardíaco é um bom exemplo, podendo primeiramente causar dor no ombro, estômago, braço e na mão. As fibras de dor visceral acompanham as fibras somáticas para a víscera. As fibras aferentes passam pelo gânglio simpático, ramo comunicante branco, nervo espinhal e gânglio da coluna dorsal.)
Dor Neuropática: A dor neuropática (nevralgia) pode ocorrer como resultado de um ferimento ou doença do tecido nervoso propriamente dito. Essa sensação pode afetar a capacidade dos nervos sensoriais de transmitir informações corretas para o tálamo, causando uma interpretação errada dos estímulos dolorosos. A dor é descrita como queimadura, cortante e tipo choque. Os fatores que provocam a dor neuropática incluem perturbações metabólicas como a diabetes ou doenças infecciosas como a zona. Exemplos: síndrome do túnel do carpo, síndrome do túnel do tarso e polineuropatia diabética.
Os fatores a serem considerados na hora da avaliação da dor são: Intensidade, Regulação temporal, Qualidade, Significado pessoal, Comportamentos da dor, Sinais fisiológicos, Outros
A despeito destas dificuldades intrínsecas, por que é importante mensurar a dor? Sem a medida da dor, torna-se difícil determinar se um tratamento é necessário, se o tratamento prescrito é eficaz ou mesmo quando deve ser interrompido um dado tratamento.
Acesse o Referencial Nacional de Honorários Fisioterapêuticos no site do COFFITO (https://www.youtube.com/watch?v=3_eIieb08Pg) e relacione diagnósticos fisioterapêuticos referidos ao quadro álgico. -> Anamnese, inspeção, palpação, goniometria, prova de função muscular, testes específicos, sinais vitais.

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