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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
ARQUITETURA E URBANISMO
ANNA CRYSTINA CARVALHO SILVA LIMA
RESENHA 
Deixar de pensar no estilo
BRASÍLIA, DF
2018
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
ARQUITETURA E URBANISMO
Anna Crystina Carvalho Silva Lima
Disciplina: Tópicos de atuação profissional
Professor: Mauro 
Turma: AU0B30
RESENHA 
Deixar de pensar no estilo
BRASÍLIA, DF
2018
		Resenha do artigo “Deixar de pensar no estilo”, escrito por Danilo Matoso arquiteto urbanista Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Publicado na revista eletrônica Vitruvius em 09 de Fevereiro de 2009.
		O artigo aborda a questão a respeito da arquitetura brasileira que se foca na estética, com base nos estilos, principalmente os internacionais e não se preocupa em atender à necessidade real da população, que busca por uma arquitetura adequada as condições locais que geram um maior conforto.
		Os arquitetos buscaram se desvincular dos estilos do passado e criar uma arquitetura sem estilo, contudo eles acabaram criando o estilo moderno e o defendendo com unhas e dentes, afirmando que ele e a verdadeira arquitetura.
		A arquitetura vai além dos estilos, deve ser pensada como um conjunto de fatores, como os custos, tempo de obra, técnicas construtivas e outros. Deve ser pensada não só para atender um fator estético, como o estilo, mas sim do uso e adequação para o futuro.
		Em países como os Estados Unidos, na Europa a arquitetura é regulamentada com diversas normas, onde os arquitetos devem se basear para não cometer erros, que posteriormente serão penalizados. No Brasil existe pouca regulamentação e normas, os arquitetos ainda assim as desconhecem e não fazem questão de conhece-las, os padrões são baseados em modelos e estudos antigos e não adequados as atuais demandas, os profissionais não se responsabilizam pelo que fazem, pois não são punidos por seus erros. A arquitetura no país é pouco eficiente em relação a metragem dos ambientes, adequação a eficiência energética e etc. 
		A arquitetura é privilegio da classe média e alta, que pode pagar e principalmente impor seu gosto. Os arquitetos brasileiros valorizam a arquitetura internacional, mesmo que a nacional tenha bons exemplos, tudo que é de fora tem mais valor. Assim copiam e replicam indiscriminadamente as formas e padrões que são mostrados em revistas internacionais.
		O processo de construção é diferente, devido a fatores como o clima e a cultura. Nos Estados Unidos eles planejam por muito tempo e executam seus projetos com soluções que atendem a necessidade de seus clientes. No Brasil se planeja pouco, principalmente porque consideram o clima mais ameno e não causa danos sérios, caso uma residência não possuir o correto isolamento térmico, dessa forma os arquitetos são mais despreocupados. Outro fator que pesa é que no Brasil o arquiteto não é um profissional bem pago, ao contrário do exterior que o valor é bem superior.
		Nossos arquitetos sabem projetar, porém o valor que é disponibilizado para a obra, ocasiona uma construção de baixa qualidade, que em poucos anos carece de ser reforma, pela utilização de materiais de pouca qualidade.
		Na universidade o jovem é ensinado sobre os estilos, que eles são muito importantes, pois é através de uma forma que ele poderá mostrar ao mundo seu talento e marcar seu nome. Não é ensinado que a arquitetura é mais que sucesso e dinheiro, mais principalmente voltada para atender as necessidades das pessoas, construir cidades adequadas e mais justas.
		Os arquitetos aprendem a trabalhar empregados em grandes construtoras, responsáveis pelas obras de grande porte. Quando trabalham com clientes médios, eles não se responsabilizam pela obra inteira, apenas com uma parte, o que gera problemas para o cliente, que acabam precisando contratar trabalhadores, que por vezes não entendem o projeto e executam errado. Isso acontece porque o profissional não se qualifica de maneira adequada na universidade, ele não aprende a executar todas as etapas da obra, apenas a projetar uma parte relacionada a forma e estilo, outras partes ele aprende a passar o trabalho para outro profissional.
		O que acontece nas universidades, e que os professores acham que ensinam os jovens a exercitar a sua criatividade, através do uso dos estilos e de formas criativas, não é ensinado a resolver problemas reais que surgiram em uma obra. Eles ensinam sobre os estilos, que estão repletos de forma e inteligência, contudo ensinam principalmente os estilos internacionais, sendo desvalorizado e pouco mencionado os estilos nacionais. Tais estilos são usados até hoje, mesmo em residências, que caberia outras soluções projetuais mais adequadas. 
		As universidades deveriam ensinar os estilos nacionais, assim os arquitetos aprenderiam a projetar dentro de suas reais condições e não importar estilos que não se adequam ao nosso ambiente e clima. Aprender a valorizar os arquitetos brasileiros e necessário, uma mostra disso e Oscar Niemeyer, deixar de nós colocarmos em patamar de inferioridade aos profissionais internacionais.
		No Brasil é necessário uma mudança na profissão do arquiteto, onde é preciso valorizar o que foi produzido por arquitetos brasileiros, bem como capacitar os jovens profissionais a trabalhar com a realidade e projetar para atender a demanda de nossa população. Está sendo criado o Conselho Federal de Arquitetura CAU, que tem o objetivo de melhorar a capacitação do arquiteto e melhorar o campo da pesquisa acadêmica, permitindo a produção dos pesquisadores nas universidades, onde deve ser priorizado a busca e melhora da produção arquitetônica, através de estudos e levantamentos e não replicar a produção internacional não adequada a nossa realidade. 
		A mudança nas expectativas dos estudantes de arquitetura se faz necessária, para que eles se volte a atender as necessidades da população e não somente buscar por notoriedade e prestigio.

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