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Infecções Bacterianas de Pele em Pequenos Animais

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Aula 4 – Clínica de Pequenos Animais II
Infecções bacterianas de pele
O que é resistência a meticilina? Como se detecta?
Meticilina – Antibiótico. Fazem a PBP2. São bactérias que devem possuir gene mecA. O correto é fazer uma cultura antibiograma para saber se a bactéria é resistente a meticilina, mas nos resultados não tem a meticilina, então se deve analisar se a mesma é resistente a Oxacilina. O antibiograma não deve ser feito com discos de ATB porque pode dar erro. Deve ser feito pelo aparelho chamado Vitek. 
E como tratar um animal com uma infecção de resistência a meticilina?
Gentamicina, doxiciclina.
Qualquer infecção na pele causada por bactéria é chamada de piodermite. 
Piodermatite - NÃO existe esse termo. 
O cão pode ter BOG (Bacterial overgrowth ou sob crescimento de bactéria) ou MOG (Malassezia overgrowth ou sob crescimento de malassezia), piodermite profunda (pode evoluir para uma inflamação da articulação – artrite ou para uma degeneração – artrose) ou foliculite profunda (pode evoluir para furunculose, que é uma degeneração– Podem ter cicatrizes, que no geral são alopecicas porque se o folículo for degenerado, ele não se regenera) e a foliculite superficial (acomete a superfície da pele e o terço inicial do folículo do pêlo). 
Toda vez que um animal chegar com uma infecção bacteriana de pele, existe outra doença dermatológica associada. 
Piodermite com atopia (dermatite atópica) não tem cura porque a doença de base não tem cura. Ele tem piodermite porque tem falha na barreira cutânea e qualquer processo inflamatório na pele, principalmente nos alergopatas e com incidência alta nos cães atópicos, diminui a produção de peptídeos antibacterianos. Eles têm falhas nos antibióticos naturais. 
São geralmente doenças pruriginosas. Os cães atópicos sofrem mais com a malassezia e com a bactéria, porque esses microrganismos têm superantígenos (que são fragmentos de bactérias ou malassezias mortas que estimulam demais o sistema imunológico desses animais). 
Quando tem dermatite atópica tem alergia a ácaros do ar, pólen, fungos e etc. se o animal com dermatite atópica coçar quando inflamar além da alergia que ele já possui, também tem alergia aos superantígenos. 
Sarna demodécica (doença primária) não coça, só coçará quando tiver uma infecção bacteriana secundária. 
Diagnóstico de confirmação: Citologia e lesão (para encontrar a bactéria) e o diagnóstico definitivo é por eliminação (raciocínio clinico, classificação etiológica). 90% dos casos as piodermite são secundárias. 
Quando se acha que a piodermite é primária, 
Pústula quando rompe, forma uma pele que se regenera de dentro para fora (colarinho epidérmico), típico de foliculite. 
Doenças de pele que causam lesões redondas e alopécicas: sarna demodécica, foliculite bacteriana, dermatofitose e seborreia. Confirmação dessas doenças será por citologia. 
Quando encontrar no microscópio bactérias bacilos na pele de cão ou de gato é indicio de abcessos. No geral o grande problema é com bactérias cocos. 
Quando encontrar muitos neutrófilos, mas nenhuma bactéria ainda o diagnóstico é doença causada por bactéria, porque as mesmas podem ter fagocitadas e degeneradas. Verificar se o animal pode ter uma doença chamada pênfigo que é autoimune. Bactérias são: Estafilococos intermedius (advindo de pombos), estafilococos pseudointermedius e estafilococos delphini (cavalos, golfinhos), estafilococos schleiferi coagulans e estafilococos schleiferi. 
Quem causa lesão na pele dos cães é a bactéria estafilococos pseudointermedius pertencente ao grupo intermedius. 
Na maioria das vezes que atende um cão com problema de pele não é necessário fazer cultura e antibiograma, porque em sua maioria é infecção por pseudointermedius. Se nenhum antibiótico tiver um efeito desejado, pode ser uma bactéria com resistência a meticilina. 
Quando um cão está com BOG (somente uma situação, não é a causa primária), estará todo hiperqueratinoso, hiperpigmentado, entra com um antibiótico, e se o mesmo estiver respondendo bem ao tratamento na pele e diminuiu o prurido, então a doença provavelmente é de base seborreia, mas se o animal melhorar da pele, mas não do prurido, então a doença base é alérgica, sendo que poderá ser uma dessas três: DAPE (tratamento com antipulgas), ALIMENTAR (dieta com proteína inédita ou hidrolisada por 8 semanas) OU ATÓPICA. 
Foliculite superficial – Cuidado com a anamnese de retorno porque mesmo se o proprietário informar que o animal melhorou da coceira, mas continua lambendo as patas ou otite não melhoraram, significa que continua coçando, então tem doença secundária bacteriana envolvida. 
Piodermite reincidivante idiopática – diagnostico usado até 2012, como causa primaria de piodermite, quando o animal não tem mais nenhum sintoma relacionado a alguma doença após tratamento. Nos dias atuais a teoria mais aceita para esse cão é um tipo benigno (porque houve a cura) de dermatite atópica. 
Quando o animal faz o tratamento com ATB, e ao retornar o proprietário informa que o mesmo está pior, deve se pensar em resistência a meticilina (fazer antibiograma) ou doença autoimune (fazer biopsia). 
Pústulas = piodermite, e se não respondeu ao tratamento pensar em doença autoimune, e a principal que gera várias pústulas é o pênfigo. 
Piodermite profunda – ATB e se persistir no prurido, pensar em alergia de pele, principalmente no quadro de Síndrome Foliculite Foliculose do Pastor Alemão. Se der o ATB e resolver, pensar em doença hormonal, sarna demodecica, dermatose ambiental. Raça, ambiente que vive e a cor do animal são importantes quando se trata de piodermite profunda. Essa doença é comum em boxer, Bull terrier, Pit Bull, pastor alemão que tomam sol, é um tipo de lesão por queimadura do sol, dermatose ambiental, que é chamada de dermatite actínica, que se não tratada pode evoluir para queratose actínica e depois um carcinoma.
Tratamento:
Tratamento tópico
Para todos os cães – Shampoo – Peróxido de benzoila, clorexidina. Banho terapêutico por volta de duas vezes por semana. 
Para quando estiver com muito pus, que tem aspecto melecado. – Permanganato de potássio e burrow. Soluções adstringentes, que passa no animal em forma de compressa que vai secar o pus. 
 Quando for possível (gel, pomada e spray) - Mipuricina, clindamicina, eritromicina e burrow em gel. Em geral quando a lesão for pequena, média e não generalizada para conseguir passar gel, spray. Esses casos são diários por volta de sete dias. 
 Tratamento sistêmico
Cefalosporinas – Tratamento principal – Cefalexina (15 a 30mg/kg SID). Ex: Rilexine®. Cães com até 20 kg usa 30mg/kg BID. Cães com mais de 20 kg usa 15mg/kg BID, devido à taxa metabólica. 
Ácido clavulônico e amoxacilina
Quinolonas
Se a lesão for superficial vai tratar o animal até ficar bom (desaparecimento das lesões ativas, exemplo: pápulas, pústulas) e dar medicamento mais 7 dias, e se for lesão profunda, após desaparecimento das lesões ativas manter medicação por mais 15 dias. Em média medicação para lesão superficial será de 20 a 25 dias e para profundas por volta de 45 dias (contando do inicio ao fim do tratamento).

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