Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal de Lavras –UFLA Departamento de Engenharia Disciplina – Irrigação e Drenagem I Irrigação por aspersão AUTOPROPELIDO Prof.: Adriano Valentim Diotto adriano.diotto@deg.ufla.br Sistema mecanizado projetado para irrigar faixa por faixa, através de várias técnicas de enrolamento, movimentando um sistema de distribuição de água (Aspersor, canhão, combinação de aspersores, barra com aspersor, ou outro sistema de distribuição de água) através do campo, onde há pontos de abastecimento de água previamente instalados. Fonte: (Definição de Traveller Irrigation Machines – ISO 8224-1) DEFINIÇÃO DE AUTOPROPELIDO - Possui boa flexibilidade de utilização quanto ao tamanho da área (áreas pequenas, médias e grandes); - Possível de ser utilizado em terrenos com certa declividade; - Adaptam-se a diferentes tipos de solo (compatibilização da intensidade de precipitação com a capacidade de infiltração de água no solo - VIB); - Permite automação parcial do sistema. - Por não ser um sistema fixo, permite a utilização do mesmo equipamento para a aplicação em uma grande área – especialmente interessante quanto se trata de aplicação de água resudual. Algumas vantagens da irrigação por AUTOPROPELIDO - Aplicação bastante afetada pelo vento; - Requer altas pressões de serviço para operar o aspersor tipo canhão; - Elevada perda de carga (mangueira e turbina); - Grandre consumo energético; - Elevado tamanho de gota. - Considerável uso de mão-de-obra para a operação do sistema (movimentação do equipamento entre as áreas irrigadas e posicionamento do equipamento) Algumas limitações da irrigação por AUTOPROPELIDO Tipos de autopropelido Tipo 1 - A água que é bombeada para a irrigação, passa por uma turbina que está junto a um carretel enrolador estacionário, acionando um sistema de engrenagens promovendo a movimentação do sistema de distribuição de água pelo enrolamento ou recolhimento da mangueira; Tipo 2 - A água que é bombeada para a irrigação, passa por uma turbina que está junto ao sistema de distribuição de água, acionando um sistema de engrenagens que faz a movimentação pelo recolhimento de um cabo de aço e arrasta a mangueira; Tipo 3 - A água que é bombeada para a irrigação, passa por uma turbina que está junto a um carretel enrolador móvel e ao sistema de distribuição de água, acionando um sistema de engrenagens que faz a movimentação pelo recolhimento da mangueira; Fonte: Traveller irrigation machines - ISO 8224-1 OPERAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA • movimentação por cabo-de-aço : O equipamento movimenta-se pelo recolhimento de um cabo-de-aço. É o mais antigo, de menor custo de aquisição, sua principal limitação é a baixa durabilidade da mangueira. Geralmente necessita de maquinário para enrolamento da mangueira após a irrigação no local. 𝐿𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 𝐻𝑖𝑑𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒𝐶𝑎𝑏𝑜 𝑑𝑒 𝑎ç𝑜 𝑀𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐴𝑠𝑝𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟 𝑐𝑎𝑛ℎã𝑜 +𝑇𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎 OPERAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA • Movimentação por mangueira: O equipamento movimenta-se através do recolhimento da própria mangueira de condução da água de irrigação, por um carretel enrolador. É o mais utilizado atualmente, possuindo uma maior vida útil quando comparado ao de recolhimento por cabo. 𝐿𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 𝐻𝑖𝑑𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑀𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐴𝑠𝑝𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟 𝑐𝑎𝑛ℎã𝑜 𝐶𝑎𝑟𝑟𝑒𝑡𝑒𝑙 𝑒𝑛𝑟𝑜𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟 COMPONENTES DO SISTEMA CARRETEL ENROLADOR Fonte: Catálogo Nelson® Mecanismo propulsor - Turbina COMPONENTES DO SISTEMA Responsável pela movimentação do sistema. COMPONENTES DO SISTEMA Sistema de distribuição de água – Aspersor de grande porte (Canhão) Fonte: Catálogo Komet ASPERSOR TIPO CANHÃO 𝛼 ≤ 270𝑜 Não molhar o percurso do aspersor (evita variações na velocidade de deslocamento) 𝐿𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑛𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 𝐻𝑖𝑑𝑟𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑀𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐴𝑠𝑝𝑒𝑟𝑠𝑜𝑟 𝑐𝑎𝑛ℎã𝑜 𝐶𝑎𝑟𝑟𝑒𝑡𝑒𝑙 𝑒𝑛𝑟𝑜𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟 COMPONENTES DO SISTEMA - Baixa consumo de energia e alta uniformidade da aplicação; - Exige terrenos planos. BARRA APLICADORA OU BARRA IRRIGADORA COMPONENTES DO SISTEMA SUPORTE OU BASE DO CANHÃO MOVIMENTAÇÃO COM MANGUEIRA MOVIMENTAÇÃO COM CABO DE AÇO COMPONENTES DO SISTEMA MANGUEIRA: Diâmetro e comprimento em função das características de projeto; Comum diâmetro de 75 a 150 mm; Comum comprimento de até 350 m; A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO AUTOPROPELIDO PARA APLICAÇÃO DE ÁGUA RESIDUÁRIA Utilização do autopropelido para a aplicação de vinhaça. - Finalidade? (irrigação ou aplicação de água residuária) O critério de dimensionamento deve levar em consideração a parte física do solo (VIB) e a parte química (máxima quantidade de resíduo permitida). ESCOLHA DO ASPERSOR CANHÃO Q= Volume Tempo Volume=LBI.Área irrigada Tempo=J . TR Q ΤL h = A m2 .LBI mm J Τh dia .TR dia Tempo para irrigar a área inteira; J – Jornada de trabalho; TR – turno de rega. Exercício 1. Qual a vazão necessária para um aspersor canhão irrigar uma área de 20ha via autopropelido, aplicando uma lâmina bruta de irrigação de 25mm a cada 4 dias. Considerar que o sistema só vai funcionar 10 horas por dia. ESCOLHA DO ASPERSOR CANHÃO - LARGURA DA FAIXA A SER IRRIGADA (L) 𝐿 Τ𝐿 2 A largura final escolhida tem que levar em consideração a largura total da área, ou seja, L tem que ser múltiplo da largura total da área a ser irrigada. Velocidade do vento (m s-1) > 4,4 2,2 a 4,4 0,88 a 2,2 0 a 0,88 Espaçamento L (porcentagem do diâmetro molhado) 50 55 60 65 70 75 80 - Posicionamento inicial do canhão 𝐿 Dimensionamento e Operação 𝐿 P𝑖 =? Algumas recomendações: Pi = 0 Pi = 0,5L Pi = 2/3 R 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒𝑖𝑟𝑎 - Posicionamento final do canhão Dimensionamento e Operação 𝐿 𝑃𝑖 Algumas recomendações: Depende do layout da área Se a irrigação é feita com o carretel no meio da área - Pf = 0 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒𝑖𝑟𝑎 P𝑓 =? 𝑃𝑓 = 2 3 × 1 − 360 − 𝛼 180 × 𝑅 a –Ângulo irrigado (graus); R – Raio de alcance do canhão. - Intensidade de precipitação média ഥ𝐼𝑝 Dimensionamento e Operação ഥ𝐼𝑝 𝑚𝑚 ℎ−1 = 𝑄 𝐿 ℎ−1 𝐿2 𝑚2 . 360 𝛼 - Velocidade de deslocamento do canhão 𝑉𝑑 𝑚 ℎ−1 = 𝑄 𝐿 ℎ−1 𝐿 𝑚 . 𝐿𝐵𝐼 𝑚𝑚 - Lâmina média aplicada ഥ𝐿𝐼 ഥ𝐿𝐼 𝑚𝑚 = 𝑄 𝐿 ℎ−1 𝐿 𝑚 . 𝑉𝑑 𝑚 ℎ−1 A medida que diminui “α”, diminui a área irrigada do emissor e aumenta- se a intensidade de precipitação EXERCÍCIO 2: Com base nos dados abaixo, verifique se é possível utilizar o aspersor canhão indicado na tabela (bocal 42,2mm e pressão de 60mca) no solo com as características abaixo, irrigando com autopropelido (canhão com setorial de 270º). - Dados de solo: Ucc=30%; Upmp=15%; ds=1,2 g/cm³; VIB=28 mm/h - Clima e cultura: z=400 mm; f=0,45; Eto=6,3 mm/dia; Kc=1,2; velocidade do vento=4 m/s - Dados do projeto: área=700mx360m; j=21 h/dia; Ei=75%. 90 𝑚 90 𝑚 90 𝑚 90 𝑚 LARGURA MÚLTIPLA DA LARGURA DA ÁREA (360 m) Exercício 3: Com base nos dados do exercício 2, determine a velocidade de deslocamento do aspersor canhão (Vd) para aplicar a lâmina bruta de irrigação (LBI). 𝐿 − 𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 Pi𝐶𝑚 − 𝐶𝑜𝑚𝑝. 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 − 𝐶 = 𝐶𝑚 +Pi TEMPO DE IRRIGAÇÃO (Ti) 𝑇𝑖 = 𝑇𝑓 + 𝑇𝑚 Tempo de funcionamento Tempo de mudança de local 𝑇𝑓 = 𝑇𝑝 + 𝑇𝑒 Tempo de percurso Tempo estacionado 𝑇𝑝 = 𝐶𝑚 𝑉𝑑para aplicar a “LBI” na extremidade da área 𝑇𝑓 = 𝑐 𝑉𝑑 Comprimento dafaixa Exercício 4: Com base nos dados do exercício 2 determine o tempo de irrigação (Ti) e de estacionamento (Te) admitindo um tempo de mudança (Tm) de 30 min e Pi=0,5L. 𝐿 = 90𝑚 Pi= 45𝑚𝐶𝑚 − 𝐶𝑜𝑚𝑝. 𝑑𝑎 𝑚𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒𝑖𝑟𝑎 = 305 𝑚 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎 − 𝐶 = 𝐶𝑚 + 𝑃𝑖 = 350𝑚
Compartilhar