Buscar

Assistência de Enfermagem em Tireoidectomia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE EDUCAÇÃO E SAÚDE
UNIDADE ACADÊMICA DE ENFERMAGEM
Bases Teóricas de Enfermagem em Cirúrgica I
Docentes: Alana Tamar Oliveira de Sousa e Jocelly de Araújo Ferreira
Aline Batista Monteiro
Bruna Mendes da Silva
Fábia Letícia Martins de Andrade
Jucicleia Maiara da Silva Freitas
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS CIRURGIAS DE CABEÇA E PESCOÇO: TIREOIDECTOMIA
Cuité-PB
2016
Aline Batista Monteiro
Bruna Mendes da Silva
Fábia Letícia Martins de Andrade
Jucicleia Maiara da Silva Freitas
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS CIRURGIAS DE CABEÇA E PESCOÇO: TIREOIDECTOMIA
Trabalho apresentado na disciplina de Bases Teóricas de Rnfermagem em Cirúrgica 1, como requisito para obtenção da terceira nota da disciplina supracitada, do curso de Bacharelado em Enfermagem pela Universidade Federal de Campina Grande.
 Orientadoras: Profa. Dra. Alana Tamar; Profa. Dda. Jocelly de Araújo Ferreira.
Cuité-PB
2016
SUMÁRIO
1. Introdução ...................................................................................................................4
	1.1 Objetivo...........................................................................................................5
2. Metodologia..................................................................................................................6
3. Referencial Teórico .....................................................................................................6
3.1 Breve Histórico................................................................................................6
3.2 Revisão anatômica da glândula tireoide........................................................7
3.3 Revisão fisiológica da tireoide........................................................................9
3.4. Definição do procedimento cirúrgico...........................................................12
3.5..Indicações da Cirurgia..................................................................................13
3.6 Principais intervenções cirúrgicas.............................................................................13
3.7 Princípios do tratamento cirúrgico.................................................................17
3.8 Complicações cirúrgicas................................................................................18
3.9 Manifestações Clínicas..................................................................................19
3.10 Métodos Diagnósticos..................................................................................28
3.11 Assistências de Enfermagem: Levantamento de dados, diagnósticos e intervenções segundo a taxonomia da NANDA no pré-operatório.....................30
3.12 Assistências de Enfermagem: Levantamento de dados, diagnósticos e intervenções segundo a taxonomia da NANDA no pós-operatório.....................37
4. Considerações Finais.................................................................................................40
5. Referências.................................................................................................................40
6. Apêndices....................................................................................................................42
1. INTRODUÇÃO
O sistema endócrino desempenha um importante papel no crescimento e desenvolvimento do organismo humano, formado por glândulas que estão distribuídas por todo corpo e se comunicam através de substâncias químicas, denominadas hormônios que causam efeitos normalmente duradouros (CAPUZZO, 2012)
A tireoide é uma glândula pertencente ao sistema endócrino localizada na região central e inferior do pescoço, sintetizam os hormônios tireoidianos (HT), a tiroxina e triiodotironina e atual na função de quase todos os tecidos, sendo essencial tanto no consumo de oxigênio como pelo controle do metabolismo, que é a maneira que o corpo usa e armazena energia. A função da tireoide é regulada pela hipófise, glândula localizada na base do cérebro, que produz o hormônio estimulante da  tireoide (TSH), que induz a  tireoide a produzir T3 e T4 e Calcitonina (CAPUZZO, 2012; SMELTZER, 2014).
Algumas patologias podem comprometer a forma, como o aumento difuso e nodular, também pode alterar a função como as condições de hipertireoidismo e hipotireiodismo, além do câncer tireoidiano, considerado o mais comum na região de cabeça e pescoço e três vezes mais frequente em mulheres. Algumas alterações podem necessitar de intervenções cirúrgicas, chamada tireoidectomia, que consiste em retirada total ou subtotal da glândula, dependendo de diversos fatores que deverão ser julgados pela equipe multiprofissional em conjunto com o paciente. Contudo, essa remoção não impede que o paciente apresente comportamento fisiológico anormal, mesmo com uso frequente dos medicamentos. Os sintomas iniciais são inespecíficos para alguns casos, podendo se expressar desde fadigas, pele seca, taquicardia, estado neurológico ou mental alterado (MEDEIROS, 2013). De modo geral, a cirurgia evolui bem, com raras complicações.
Diante desse contexto, percebe-se que os pacientes que apresentam distúrbio da tireóide e que necessitam realizar a tireoidectomia, precisam mudar hábitos de vida e se adaptarem a essa nova realidade, podendo dessa forma, terem sua qualidade de vida modificada. (MEDEIROS, 2013)
A enfermagem tem como função prestar assistência desde a admissão do paciente na clínica cirúrgica, fornecendo informações importantes acerca do procedimento ao qual o paciente se submeterá, além de prestar os principais cuidados, sua responsabilidade sob o cliente vai até sua alta, que anteriores a ela são ofertados cuidados eficazes para que sejam evitadas complicações no pós-operatório, permitindo uma recuperação segura no tempo previsto. O estudo justifica-se pela necessidade de evidenciar a equipe de enfermagem e a aplicação dos seus cuidados nos momentos de pré e pós-operatório de pacientes submetidos à tireoidectomia
OBJETIVO
O presente estudo tem como objetivo realizar revisão anatomofisiológica da tireoide, contemplando aspectos importantes das alterações tireoidianas, bem como descrever as principais abordagens cirúrgicas, evidenciando elementos desde indicações até as possíveis complicações, bem como descrever os cuidados da equipe de enfermagem de modo a otimizar a assistência de enfermagem nos períodos de pré-operatório e pós operatório aos pacientes submetidos a cirurgia de tireoidectomia.
2. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura, a pesquisa foi realizada entre os meses de julho e agosto de 2016, a partir de livros, manuais, bem como levantamento de dados organizados e ordenados na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), indexados nas seguintes bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Bases de Dados em Enfermagem (BDENF), Scientific Eletronic Libary Online (SCIELO). Foram utilizados os seguintes descritores devidamente analisados em consulta no Descritores em Ciências da Saúde (DECS) para nortear a pesquisa: “Tireoidectomia”; “Doenças da Glândula Tireoide” e “Cuidados de Enfermagem”. Foram encontrados 87 artigos, dos quais 15 foram sumarizados e compuseram os resultados do presente estudo, por se enquadrarem nos seguintes critérios de inclusão: artigos disponíveis na íntegra na internet está na língua vernácula, apresentar como assunto principal as alterações na Glândula Tireoide e Tireoidectomia e terem sido publicado entre os anos 2006 a 2016. Optou-se por esse período de tempo, por serem artigos e livros referentes aos últimos dez anos, representando dessa forma um referencial com informações consideradas consolidadas acerca da temática estudada.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 BREVE HISTÓRICO
 
Um dos pioneiros a tratar sobre assuntos relacionados à cirurgiade tireoidectomia foi Robert Liston, um cirurgião pioneiro escocês. Liston era notório por sua habilidade e agilidade na era pré-anestesia, quando a rapidez da operação faria diferença em termos de dor e sobrevivência. Foi um dos mais habilidosos e renomados operadores de sua época, escreveu em 1846 nos – Annals of British Surgery (Anais de Cirurgia britânica) o seguinte texto:
“Tem sido proposto novamente por alguns cirurgiões aventureiros extirpar estes tumores, mas, os resultados não são satisfatórios. Você não pode retirar a glândula tireóide de um corpo vivo na sua condição saudável sem ter o risco de morte do paciente por hemorragia (...) Isto é um procedimento que merece nem ser pensado”. (SCHWARTZ, 1994).
Até 1850 tinham sido documentadas cerca de 70 tireoidectomias realizadas com uma taxa de mortalidade de 41%. Após isso T. Billroth foi classificado nesta época como líder da cirurgia da tireóide, desenvolvendo técnicas e métodos para a realização do procedimento cirúrgico da tireoidectomia, em que apesar de ainda pouco desenvolvida, estes métodos já apresentavam um alto grau de especificidade e eficácia, levando-se em consideração a precariedade e falta de aparato da época. De 1856 a 1861, Billroth executou 20 tireoidectomias, com 40% de mortalidade operatória (sete foram causadas por sepse e uma por hemorragia incoercível). Desapontado com seus resultados, não mais efetuou uma tireoidectomia pelos próximos 10 anos. Em 1867, no apogeu de sua carreira, tornou-se Catedrático de Cirurgia na prestigiosa Universidade de Viena. (CERNEA, BRANDÃO, 2008). 
No inicio do século XX Emil Theodor Kocher destacou-se por sua importante influencia sob as técnicas relacionadas à remoção da tireóide, sendo classificado como Líder da cirurgia da tireoide em Berna. 
“A arte da operação tireoidiana foi tão perfeitamente desenvolvida por Billroth e Kocher que pouco resta para aperfeiçoá-la ainda mais.” A partir de dados dispostos em estudos, concluiu-se que Kocher chegou a um número total de 5 mil operações realizadas, até falecer em 1917, em que em 1909 recebeu o Prêmio Nobel por seu trabalho em cirurgias. (CERNEA, BRANDÃO, 2008).
3.2 REVISÃO ANATÔMICA DA GLÂNDULA TIREOIDE 
A glândula tireoide é um órgão em forma de borboleta. Consiste em dois lobos laterais conectados por um istmo. Possui cerca de 5 cm de comprimento por 3 cm de largura e pesa cerca de 30g. O tamanho da glândula é bastante variável em função de fatores hereditários, ambientais e nutricionais (BRUNNER & SUDDARTH, 2014; MARTINNI, 2009). 
Está localizada na região Anteroinferior do pescoço, ântero-lateralmente à traquéia e logo abaixo da laringe, no nível entre a quinta vértebra cervical e a primeira vértebra torácica. Os dois lobos (direito e esquerdo) são conectados entre si por uma parte central denominada istmo da glândula tireoide. Cada lobo possui aproximadamente 5 cm de comprimento. A porção superior de cada lobo estende-se sobre a superfície lateral da traqueia em direção à margem inferior da cartilagem tireoide. Inferiormente, os lobos da glândula tireoidea estendem-se até o nível da segunda ou terceira cartilagem traqueal (OLIVEIRA, 2016; MARTINNI, 2009).
Figura 1 - Anatomia da Glândula 
Tireóide
 
A glândula está envolvida por uma cápsula de tecido conjuntivo e contém dois tipos de células: as células foliculares, localizadas nos folículos tireoidianos, e as células parafoliculares, localizadas entre os folículos. (OLIVEIRA, 2016). 
Em decorrência da sua localização possibilita facilmente a palpação, em casos da alteração, a glândula tireoide pode inclusive tornar-se proeminente. Apresenta uma coloração vermelha escura por causa do grande número de vasos sanguíneos que suprem as células glandulares, esse suprimento advém de duas origens: a artéria tireoidiana superior, que é o ramo da artéria carótida externa e a artéria tireoidiana inferior, um ramo do tronco tireocervical. A drenagem venosa da glândula é feita pela veia tireoidea superior e pelas veias tireoideas médias, que terminam nas veias jugulares internas, que conduzem o sangue para as veias braquiocefálicas (MARTINI, TIMMONS, TALLITSCH, 2009). 
3.2.1 Anatomia das Glândulas paratireoides
As glândulas paratireoides localizam-se no pescoço e estão inseridas na face posterior da glândula tireoide (BRUNNER & SUDDARTH, 2014).
 Existem tipicamente quatro glândulas paratireoides, de coloração castanha avermelhada e dimensões próximas às de uma ervilha. Geralmente são fixas à superfície da glândula tireoide pela cápsula da tireoide. O suprimento sanguíneo para o par superior da glândula paratireoide é dado pelas artérias tireoideas superiores e, para o par inferior, pelas artérias tireoideas inferiores. A drenagem venosa é a mesma da glândula tireoide. Conjuntamente as 4 glândulas paratireoides pesam 1,6 g.
Figura 2 – Anatomia das Glândulas 
Paratireóides
 
3.3 REVISÃO FISIOLÓGICA DA GLÂNDULA TIREOIDE
3.3.1 Fisiologia da Glândula Tireoide 
A glândula tireoide é um órgão do sistema endócrino do corpo humano. Ela se localiza na porção central e inferior do pescoço, logo abaixo do “Pomo de Adão”, que é uma cartilagem da laringe. Toda vez que ocorre o movimento de deglutição, ela se movimenta para cima e para baixo junto com a laringe (BRASIL, 2012). 
É a primeira glândula endócrina a surgir no embrião humano. Na terceira semana de vida intrauterina, ocorre a invaginação do assoalho da faringe primitiva, na região entre a primeira e a segunda bolsa braquial, que se desenvolve como um ducto com a extremidade distal bifurcada. O local da origem embrionária persiste como o foramen cecum na região posterior da língua (KIMURA,).
A tireoide é produtora dos hormônios tireoidianos (T3 e T4), que são responsáveis pelo controle de diversas partes do metabolismo dos órgãos do corpo humano. Sua atividade (produção e liberação dos hormônios) é controlada pela hipófise, através de uma substância chamada TSH (hormônio estimulante da tireoide) (BRASIL, 2012).
O HT exerce papel importante no desenvolvimento, crescimento e metabolismo celular. 
O fluxo sanguíneo para a tireoide é muito rico (cerca de 5 ml/min. por grama de tecido tireoideo), aproximadamente 5 vezes o fluxo sanguíneo para o fígado, refletindo a elevada atividade metabólica da glândula. Produz três hormônios: Tiroxina (T4), Triiodotironina (T3) e Calcitonina (BRUNNER & SUDDARTH, 2014).
Vários hormônios e substâncias químicas são responsáveis pela função normal da tireoide. Os principais entre eles são o hormônio tireoideo, a calcitonina e o iodo.
3.3.2 Hormônios Tireoideo
O T4 e o T3, são designados coletivamente como hormônio tireoideo, são dois hormônios separados produzidos pela glândula tireoide. Ambos são aminoácidos que contém moléculas de iodo ligadas à estrutura do aminoácido. O T4 contém quatro átomos de iodo em cada molécula, enquanto o T3 contém três. O T3 é o hormônio mais importante no controle do metabolismo celular. Esses hormônios são sintetizados e armazenados ligados às proteínas nas células da glândula tireoide até que haja necessidade de liberação na corrente sanguínea (BRUNNER & SUDDARTH, 2014).
A calcitonina é outro hormônio produzido e liberado pela Glândula tireóide, tem função de aumentar a atividade das células ósseas, denominadas de osteoblastos, retirando cálcio da corrente sanguínea e transportando para os ossos. Diminui a concentração plasmática de CA++ pelo aumento da deposição de cristais de cálcio nos ossos, estimulando, transitoriamente, a atividade dos osteoblastos e, em condições crônicas, estimulando a formação de novas células osteoblásticas (CARROLL, 2007). 
Cerca de 75% do hormônio tireoide ligado estão associado à globulina de ligação tiroxina (TBG); o restante do hormônio tireoide está ligado à pré-albumina de ligação do hormônio tireoide e à albumina (SMELTZER, 2014). 
3.3.3 Função do Hormônio Tireoideo
A principal função consiste em controlar a atividade metabólica celular. O T4, um hormônio relativamente fraco, mantém o metabolismocorporal em um estado de equilibro dinâmico. O T3 é cerca de 5 vezes mais potente que o T4 e apresenta função metabólica mas rápida. Esses hormônios aceleram os processos metabólicos ao aumentarem o nível de enzima especifica que contribuem para o consumo de oxigênio e ao alterarem a responsividade dos tecidos a outros hormônios. Os hormônios tireoideos influenciam a replicação das células e são importantes no desenvolvimento do cérebro. O hormônio tireoideo também é necessário para o crescimento normal. Através de seus efeitos disseminados sobre o metabolismo celular, influenciam todos os principais sistemas de órgãos (BRUNNER & SUDDARTH, 2014). 
Segundo Smeltzer 2014, a calcitonina ou tireocalcitonina é um importante hormônio secretado pela glândula tireoide, em resposta a níveis elevados de cálcio produzindo uma redução do nível plasmático ao aumentar a sua deposição no osso.
3.3.4 Regulação do hormônio
A secreção de T3 e T4, pela glândula tireoide é controlada pelo TSH, a partir da adeno-hipófise. O TSH controla a velocidade da liberação do hormônio tireoideo através de um mecanismo de retroalimentação negativa. Por sua vez, o nível de hormônio tireoidiano no sangue determina a velocidade do TSH. Se a concentração de hormônio tireoideo no sangue diminuir, haverá aumento na liberação de TSH, causando um debito aumentado de T3 e T4. O hormônio de liberação da tireotropina (TRH), que é secretado pelo hipotálamo exerce uma influencia moduladora sobre a liberação de TSH pela pituitária. Os fatores ambientais, como uma diminuição na temperatura, podem levar a secreção aumentada de TSH, resultando em secreção elevada de dos hormônios tireoideos (SMELTZER, 2014). 
3.3.5 Iodo, componente essencial na biossíntese do HT
O iodo é um elemento essencial para a síntese de HT. A deficiência crônica na ingestão de iodo ocasiona bócio endêmico com hipotireoidismo severo, constituindo o problema de saúde pública. A ingestão de iodo é indispensável para a síntese dos hormônios tireoidianos T3 e T4, compostos biologicamente ativos que possuem iodo em sua molécula.
O principal uso do iodo no organismo é feito pela tireoide, e o principal comprometimento na deficiência do iodo consiste na alteração da função tireoidea. Este componente é ingerido na dieta e absorvido no sangue pelo trato GI. A glândula tireoide é extremamente eficiente na captação do iodeto a partir do sangue e na sua concentração dentro das células, onde os íons iodeto são convertidos em moléculas de iodo, que reagem com a tirosina para formar os hormônios tireoideos (BRUNNER & SUDDARTH, 2014).
3.3.6 Glândulas paratireoides
As glândulas paratireoides produzem o paratormônio que tem a função de regular o metabolismo do cálcio e do fósforo. O Paratormônio tem função antagônica a calcitonina, enquanto a calcitonina transporta Ca++ para os ossos, a o paratormônio regula a concentração do CA++ no sangue e o transporta para a corrente sanguínea (CARROL, 2007). 
A secreção aumentada de paratormônio resulta em aumento da absorção de cálcio pelos rins, intestino e ossos elevando os níveis sanguíneos de cálcio. O paratormônio também tende a diminuir os níveis sanguíneos de fósforo. O nível sérico de cálcio ionizado regula o débito de paratormônio. O aumento do cálcio sérico resulta em secreção diminuída de paratormônio, criando um sistema de retroalimentação negativa (BRUNNER & SUDDARTH, 2014).
3.4. DEFINIÇÃO DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO
A tireoidectomia é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção parcial, subtotal ou total da glândula tireóide para o tratamento de tumores da tireóide, hipertireoidismo ou hipotireoidismo. (NETTINA, 2007). A remoção total é referente à remoção de toda a totalidade da glândula tireóide; o subtotal é a remoção de 95% da glândula – para evitar a lesão das glândulas paratireoides; e parcial remoção de um lobo ou istmo – no tratamento da doença nodular. Frente à realização da tireoidectomia e seus efeitos no organismo as glândulas paratireóides são geralmente preservadas para evitar a hipocalcemia.
Quanto à finalidade, esta cirurgia pode ser classificada como curativa ou paliativa, a depender do quadro clínico do cliente. É uma cirurgia de pequeno porte, tendo duração media de 2 horas. Levando-se em consideração a particularidade de cada paciente, a tireoidectomia pode ser classificada quanto ao grau de urgência como requerida, ou eletiva e apresenta-se como cirurgia limpa, quanto ao grau de contaminação.
3.5 INDICAÇÕES DA CIRURGIA
Suspeita de malignidade: Apesar de não ser frequente, o nódulo da tireoide pode ser um câncer de tireoide. Quando o médico suspeita de malignidade pela palpação dos nódulos tireoidianos ou pelo exame de punção aspirativa por agulha fina (PAAF), somente a cirurgia pode dar a certeza se o nódulo é maligno ou não.
Compressão cervical, desvio de traqueia ou bócios mergulhantes: Tireoide muito aumentada ou com nódulos que levam a sintomas de compressão de estruturas cervicais, causando dificuldades para engolir e respirar são motivos que levam a cirurgia. Tireoides que cresceram em direção ao tórax, ou bócios mergulhantes, também devem ser operadas.
Hipertireoidismo refratário a tratamento clínico: Indica-se a tireoidectomia quando o paciente não tolera o tratamento com remédios ou este não está sendo suficientemente eficaz para controlar o hipertireoidismo, principalmente quando a tireoide for muito aumentada ou com nódulos.
Estético: Embora não seja uma indicação comum, nódulos que levam a um desconforto estético podem justificar uma cirurgia de tireoide (BRASIL, 2016)
Presença de bócio intratorácico: Aqueles que apresentam maior parte da sua massa situada na região torácica. 
Quando existir resistência ao tratamento clínico: trata-se daqueles bócios, geralmente uninodulares que não mostram sinais claros de involução ou permanecem estacionados. 
Bócio com hiperfusão tissular ou bócios tóxicos: o procedimento visa reduzir o parênquima hiperfuncionante e reestabelecer o estado de eutireoidismo. (BRASIL, 2016; GOFFI, 2007).
3.6. PRINCIPAIS INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS
ISTEMECTOMIA OU RESSECÇÃO DO ISTMO GLANDULAR
É um tipo de tireoidectomia parcial que interessa apenas o istmo glandular e é indicada em lesões restritas a essa parte da glândula. (GOFFI, 2007).
RESSECÇÃO SUBTOTAL DE UM LOBO OU LOBECTOMIA SUBTOTAL
Trata-se de uma operação mais ampla que as descritas, na qual a ressecção atinge a maior parte do lobo acometido, e está indicada nos casos da existência de lesões extensas do lobo. Como consequência das manobras pode ocorrer traumatismo e, por conseguinte, de lesão de estruturas importantes que têm relações com os lobos tireoidianos: o nervo laríngeo recorrente, as glândulas paratireoides, e o ramo externo do nervo laríngeo superior. (GOFFI, 2007).
NODULECTOMIA OU ENUCLEAÇÃO
Consiste na exérese do nódulo ou cisto lobar, após incisão da cápsula e o restante do parênquima normal; não há necessidade de exposição e ligadura dos pedículos vasculares do lobo e nem dissecção do nervo laríngeo recorrente. Este tipo de operação está indicado para nódulos simples, cistos ou nódulos autônomos únicos no lobo, com ou sem hipertireoidismo: são afecções benignas, que apresentam cápsula nítida e bom plano de clivagem por onde se faz a dissecção. (GOFFI, 2007).
 Figura 3- Nodulectomia: exposição no nódulo e incisão da cápsula própria da glândula.
TIREOIDECTOMIA SUBTOTAL
É a operação mais comumente realizada na glândula tireoide e consiste na ressecção da maior parte dos dois lobos, do istmo e do lobo piramidal. A tireoidectomia subtotal está indicada nos casos de bócios difusos tóxicos ou doenças de graves-Basedow, nos bócios multinodulares tóxicos, e nos bócios simples, difusos ou nodulares, quando atinge os lobos tireoidianos. Quando a tireoidectomia subtotal é indicada para tratamento dos bócios tóxicos, há necessidade de um pré-operatorio, para que os doentes sejam compensados do hipertiroidismo; isto é conseguido com o uso das drogas antitireoidianas,iodo, conforme esquemas clássicos. A realização de operação sem o preparo adequado pode levar a uma complicação grave e altamente letal, que é crise tireotóxica. (GOFFI, 2007).
 Figura 4- Tireoidectomia subtotal
TIREOIDECTOMIA TOTAL
Trata-se da ressecção de toda glândula, e está indicada nos caso de tumor maligno da tireoide. O nervo laríngeo recorrente é dissecado em toda a sua extensão, até sua penetração na laringe, a menos que esteja envolvido pelo tumor, o que condiciona sua ressecção; nesta eventualidade, a laringoscopia, feita previamente a operação, já revelará a paralisia da corda vocal correspondente. Deve o cirurgião preservar o nervo do lado oposto, pois a lesão bilateral acarreta paralisia de ambas às cordas vocais, com fechamento de glote e asfixia; nesta eventualidade, após a extubação, deve ser feita uma traqueostomia. (GOFFI, 2007).
Figura 5- Tireoidectomia total 
VIDEOCIRURGIA DA TIREOIDE
A cirurgia endoscópica da tireoide pode ser usada para tireoidectomia de glândulas menores de 20 mm ao ultrassom ou de nódulos menores que 30 mm. Ainda é pouco usada pela exigência de equipamentos e habilidades técnicas especiais e pelos altos custos. O acesso é feito por pequenas incisões nas áreas da mama ou nas axilas e uma pequena incisão paraesternal. A principal vantagem é a estética, pela ausência de cicatriz no pescoço ou colo. (PETROIANU, 2008).
CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA ASSISTIDA POR VIDEO
Por uma pequena incisão de 1,5 cm de comprimento, 2 cm acima da fúrcula esternal, toda a dissecção, ligaduras e incisões são feitas com técnicas endoscópicas, usando tesoura ultrasônica, hemostasia por clipes, espátula e aspirador. (PETROIANU, 2008).
TIREOIDECTOMIA ROBÓTICA
Atualmente para a manipulação da glândula tireóide pode-se também fazer uso da tireoidectomia robótica, esta técnica trata-se de um procedimento cirúrgico parcialmente mecânico que foi desenvolvido inicialmente nos EUA, e que passou a ter grande aceitação, por auxiliar o cirurgião em seus procedimentos, com intuito de reduzir complicações, tempo operatório, internações e otimizar os acessos, com uso de menores incisões ou acessos por orifícios naturais. Pode beneficiar pacientes na diminuição da dor e do desconforto no pós-operatório, na diminuição de perdas sanguíneas durante o procedimento, no menor tempo de permanência no hospital e ainda oferece a oportunidade de retorno mais rápido às suas atividades diárias. ​(CERENA, 2012). 
3.7 PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO CIRÚRGICO
Anestesia: Anestesia geral (deve-se evitar atropina ou sucedâneos no pré anestésico, pois já existe ume exacerbação simpática);
Posição: Decúbito dorsal, com coxim sob os ombros (hiperextensão do pescoço e a mesa cirúrgica deve ser posta de forma inclinada de modo que a cabeça do paciente permaneça mais alta que o restante do corpo);
Acesso: Incisão em colar (abertura da pele e do tecido subcutâneo);
Localização da incisão: Acima da fúrcula esternal (cerca de 2cm acima);
Traçado da incisão: A demarcação deve ser feita previamente com um fio tenso (o tamanho do traçado depende das necessidades do paciente e características do tumor variando de 3 a 15cm);
Incisão: deve ser feita uma incisão transversa acima das cabeças claviculares, preferencialmente sobre uma prega natural do pescoço, ligeiramente curva e o mais simétrica possível;
Faz-se uso de ventilação mecânica;
Necessário monitoração do nervo laríngeo;
Pode ser necessário a colocação de dreno (Dreno de portovac), que deve ser retirado nas primeiras 12 horas após o processo cirúrgico;
Fechamento da FO com pontos intradermicos;
Colocação de curativo;
Este procedimento duração em media de 2 horas; (GOFFI, 2007).
 
Figura 6 – a) Incisão em colar; b) Abertura da rafe mediana
3.8 COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS
O resultado pós-operatório observado nas cirurgias de tireóide é normalmente associado a fatores relativos às condições do paciente, à natureza da tireopatia, à experiência do cirurgião e ao tipo de cirurgia realizada. Em que apesar de a tireoidectomia ser classificada como uma cirurgia relativamente segura há dentre suas definições, classificações quanto a complicações que podem ser desenvolvidas em decorrência do procedimento cirúrgico. Dentre as complicações observadas nas
tireoidectomias, estas podem ser divididas em transitórias ou definitivas. 
As transitórias podem variar de graves ocorrências, com risco de vida, até eventos leves, sem maior significado. As complicações definitivas, cuja prevalência é variável, constituem-se na principal preocupação de quem trata as tireopatias de indicação cirúrgica. (NETO, 2012).
Em meio às definições de complicação transitórias do pós-operatório da tireoidectomia destaca-se a probabilidade de ocorrência de hemorragia, edema de glote, lesão de nervo laríngeo. Juntamente a estas complicações descritas, podem ser desencadeadas ainda rouquidão, paralisia transitória de cordas vocais, parestesia, infecção, hipoparatireoidismo, hematoma, em que pode ocorrer um acúmulo de sangue no local operado, incisionado podendo levar à dor e dificuldade de respirar e hipocalcemia que pode ser resolvida após a recuperação do cliente.
 	Dentre as complicações definitivas observou-se a ocorrência de hipotireoidismo em 5% dos pacientes no primeiro ano de pós-operatório, aumento numa taxa de 2 a 3% por ano, em que uma das principais características dessa complicação é o ganho de peso; hipoparatireoidismo, que ocorre em cerca de 4% dos pacientes, é geralmente leve e transitório, mas pode ser definitivo; exige suplementos de cálcio por via EV e oral quando mais grave. Cicatrizes hipertróficas ocorrem em decorrência de alguma alteração na função normal de cicatrização ou distúrbio associado; Hipocalcemia, tendo em vista que junto à glândula tireóide, existem as glândulas paratireóides, que em geral são em número de 4. Elas são responsáveis pela produção de um hormônio (PTH) que regula o nível de cálcio no sangue. Após uma tireoidectomia, pode levar a uma diminuição temporária ou definitiva da função destas glândulas, levando à queda dos níveis de cálcio no sangue (hipocalcemia); paralisia das cordas vocais e rouquidão. (NETTINA, 2007). 
3.9 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
3.9.1 HIPOTIREOIDISMO
	O hipotireoidismo resulta de níveis subótimos de hormônio tireóideo. A deficiência da tireoide pode afetar todas as funções orgânicas e pode variar desde formas subclínicas leves até o mixedema, uma forma avançada. A causa mais comum do hipotireoidismo em adultos é a tireoidite autoimune (doença de Hashimoto), em que o sistema imune ataca a glândula tireoide. Os sintomas de hipertireoidismo podem ser posteriormente seguidos de sintomas de hipotireoidismo e mixedema. O hipotireoidismo também ocorre comumente em pacientes com hipertireoidismo prévio que foram tratados com iodo radioativo ou medicamentos antitireóideos ou tireoidectomia. A condição ocorre com mais frequência em mulheres e idosos. Além disso, existe uma incidência aumentada de câncer de tireoide em homens que foram submetidos a radioterapia para o câncer de cabeça e pescoço (SMELTZER, 2014).
	Mais de 95% dos pacientes com hipotireoidismo apresentam hipotireoidismo primário ou tireoideo, que se refere à disfunção da própria glândula tiroide. Se a causa da disfunção tireoidea for à falência da pituitária, do hipotálamo ou de ambos, o hipotireoidismo é conhecido como hipotireoidismo central. Se a causa consistir exclusivamente em um distúrbio hipofisário, pode ser designado como hipotireoidismo primário ou secundário. Se a causa for um distúrbio do hipotálamo, resultando em secreção inadequada de TSH devido à estimulação diminuída pelo TRH, é denominado hipotireoidismo hipotalâmico ou terciário. Se houver deficiência da tireoide ao nascimento, o hipotireoidismo é conhecido como cretinismo. Nesse caso, a mãe também pode apresentar deficiência da tireoide (SMELTZER, 2014).
Sintomatologia:
Fadiga extrema
Queda de cabelo, unhas quebradiças e pele seca
Distúrbios menstruais
Ganhode peso
Depressão
Intolerância ao frio
Dificuldade de concentração
Diminuição na frequência dos batimentos cardíacos
Dores articulares
Obstipação intestinal
Fadiga muscular
Inchaço nas pernas e no rosto
Elevação dos níveis de colesterol (CAPUZZO, 2012).
3.9.2 HIPERTIREOIDISMO
	É uma condição clínica causada pelo excesso de hormônios tireoidianos circulantes, devido a um aumento da produção ou da liberação destes (CAPUZZO, 2012).
A principal causa do hipertireoidismo é a Doença de Graves, uma patologia que acomete a tireoide, em que há produção de anticorpos que atacam a glândula simulando o hormônio TSH, um estimulador do funcionamento da tireóide. Esta é a causa de 3 em cada 4 casos de hipertireoidismo. Há também o bócio nodular tóxico, que apresenta nódulos tireoidianos (único ou múltiplos) que produzem hormônios independentemente do controle do organismo (nódulos quentes). Esta doença geralmente acomete pacientes mais idosos, mas pode ocorrer em todas as idades (CAPUZZO, 2012). O distúrbio pode aparecer depois de um choque emocional, estresse ou infecção, porém o significado exato dessas relações ainda não foi elucidado. Outras causas comuns de hipertireoidismo incluem tireoidite e ingestão excessiva de hormônio tireóideo (SMELTZER, 2014).
Sintomatologia:
Hiperatividade
Alteração do humor (irritabilidade)
Sudorese e intolerância ao calor
Exoftalmia
Palpitações
Fadiga 
Fraqueza
Perda de peso e aumento do apetite
Aumento da frequência das evacuações
Amenorreia
Taquicardia
Arritmias cardíacas
Tremor fino
Pele quente e úmida
Alopécia
Retração palpebral (CAPUZZO, 2012).
3.9.3 TIREOIDITE
	A tireoidite, que se refere à inflamação da glândula tireoide, pode ser aguda, subaguda ou crônica. Cada tipo de tireoidite caracteriza-se por inflamação, fibrose ou infiltração linfocítica da glândula tireoide. Várias formas de tireoidite caracterizam-se pela lesão autoimune da tireoide (SMELTZER, 2014).
3.9.3.1 Tireoidite Aguda
	A tireoidite aguda é um distúrbio raro, causado pela infecção da glândula tireoide por bactérias, fungos, micobactérias ou parasitos. O Staphyloccocus aureus e outros estafilococos constituem as causas mais comuns. Tipicamente, a infecção provoca dor e edema na região anterior do pescoço, febre, disfagia e disfonia. Com frequência, verifica-se a presença de faringite e dor na faringe. O exame pode revelar calor, eritema (rubor) e hipersensibilidade da glândula tireoide. O tratamento da tireoidite aguda consiste em agentes antimicrobianos e reposição de líquidos. A incisão cirúrgica e a drenagem podem ser necessários na presença de abcesso (SMELTZER, 2014).
3.9.3.2 Tireoidite Subaguda
	A tireoidite subaguda pode consistir em tireoidite granulomatosa subaguda (tireoidite de Quervain) ou tireoidite indolor (tireoidite silenciosa ou tireoidite linfocítica subaguda). A tireoidite granulomatosa subaguda é um distúrbio inflamatório da glândula tireoide, que acomete predominantemente mulheres entre 40 e 50 anos de idade. Os sinais e sintomas consistem em mialgias, faringite, febre baixa e fadiga, que evoluem para um edema doloroso na região anterior do pescoço, persistindo por 1 a 2 meses e, em seguida, desaparecendo de modo espontâneo, sem nenhum efeito residual. A tireoide aumenta simetricamente e pode ser dolorosa. A pele sobrejacente está em geral avermelhada e quente. A deglutição pode ser difícil e desconfortável. O tratamento é direcionado para o controle da inflamação. Em geral, são administrados agentes anti-inflamatórios não esteroides para aliviar a dor no pescoço. Evita-se o uso de ácido acetilsalicílico, quando surgem sintomas de hipertireoidismo, visto que o ácido acetilsalicílico desloca o hormônio tireoideo de seus locais de ligação e aumenta a quantidade de hormônio circulante (SMELTZER, 2014).
3.9.3.3 Tireoidite Crônica (Doença de Hashimoto)
	A tireoidite crônica, que ocorre mais frequentemente em mulheres entre 30 e 50 anos de idade, foi denominada doença de Hashimoto ou tireoidite linfocítica crônica. Em contraste com a tireoidite aguda, as formas crônicas não são habitualmente acompanhadas de dor, sintomas de pressão ou febre, e, em geral, a atividade tireoidea apresenta-se normal ou baixa, e não aumentada (SMELTZER, 2014).
O paciente com doença de Hashimoto deve ser avaliado para a possibilidade de linfoma tireoideo primário na presença de nódulo de crescimento rápido, visto que ele tem uma probabilidade 60 a 80 vezes maior do que a população geral para o desenvolvimento dessa condição. Se não for tratada, a doença segue uma evolução lenta e progressiva, levando finalmente ao hipotireoidismo. As indicações para o tratamento incluem bócio ou hipotireoidismo clínico (SMELTZER, 2014).
O tratamento tem por objetivo reduzir o tamanho da glândula tireoide e evitar o desenvolvimento de hipertireoidismo. A terapia com hormônio tireóideo é prescrita para reduzir a atividade da tireoide e a produção de tireoglobulina (SMELTZER, 2014).
3.9.4 TUMORES DA TIREOIDE
	Os tumores da glândula tireoide são classificados em benignos ou malignos, com presença ou ausência de tireotoxicose associada e de qualidade difusa ou irregular e do aumento da glândula. Se o aumento for suficiente para causar uma tumefação visível no pescoço, o tumor é designado como bócio (SMELTZER, 2014).
3.9.4.1 Bócio Endêmico (Por deficiência de Iodo)
	O bócio simples pode ser causado por uma deficiência de iodo, assim como, pode ser produzido pelo consumo de grandes quantidades de substâncias bociogênicas em pacientes com glândulas inusitadamente suscetíveis. Essas substâncias incluem quantidades excessivas de iodo ou de lítio, que é utilizado no tratamento dos transtornos bipolares (SMELTZER, 2014).
	O bócio simples representa uma hipertrofia compensatória da glândula tireóide, em decorrência da estimulação pela hipófise. A hipófise produz tireotropina ou TSH, um hormônio que controla a liberação do hormônio tireóideo pela glândula tireóide. Sua produção aumenta se houver uma atividade subnormal da tireoide, como aquela observada quando existe uma disponibilidade insuficiente de iodo para a síntese de hormônio tireóideo. Em geral, esses bócios não produzem sintomas, exceto pelo aumento do pescoço, que pode resultar em compressão da traqueia, quando excessivo. O fornecimento de compostos iodados à crianças em regiões pobres em iodo pode evitar o desenvolvimento de bócio simples ou endêmico (SMELTZER, 2014).
3.9.4.2 Bócio Nodular
	Algumas glândulas tireoides são nodulares, devido a áreas de hiperplasia (crescimento excessivo). Nenhum sintoma pode surgir em consequência dessa condição; todavia, não é incomum que esses nódulos aumentem lentamente de tamanho, com alguns descendo até o tórax, onde provocam sintomas locais de pressão. Alguns nódulos tornam-se malignos, e outros estão associados a um estado hipertireóideo. Por conseguinte, os pacientes com muitos nódulos tireóideos podem finalmente necessitar de cirurgia (SMELTZER, 2014). 
3.9.4.3 Câncer de Tireoide
	O câncer da tireoide pode ser considerado o mais comum da região da cabeça e pescoço e é três vezes mais frequente no sexo feminino.  Nos EUA, a doença corresponde a 3% de todos os cânceres que atingem o sexo feminino. No Brasil correspondeu a 1,3% de todos os casos de câncer matriculados no INCA de 1994 a 1998, e a 6,4% de todos os cânceres da cabeça e pescoço (INCA 2016).
A radiação externa da cabeça, pescoço ou tórax na lactência e na infância aumenta o risco de carcinoma de tireoide. A incidência do câncer de tireóide parece aumentar dentro de 5 a 40 anos após a irradiação (SMELTZER, 2014). 
Os carcinomas diferenciados são os mais frequentes. Dentre eles existem o carcinoma papilífero, o carcinoma folicular e o carcinoma de células de Hürthle. Entre os carcinomas pouco diferenciados temos carcinomas medulares e os carcinomas indiferenciados (INCA, 2016).
Sintomatologia
	A presença de um nódulo na tireoide, região baixa do pescoço, normalmente não é indicação de presença de um câncer. Entretanto,a ocorrência de nódulo tireoidiano em pacientes com história de irradiação prévia do pescoço ou história familiar de câncer da tireoide, é mais suspeito. Da mesma forma, a presença de nódulo tireoidiano, associado à presença de linfonodomegalia cervical (gânglios linfáticos aumentados no pescoço) e/ou ao sintoma de rouquidão, pode ser indicação de um tumor maligno na tireoide (INCA, 2016).
3.9.5 Tratamento Clínico
3.9.5.1 Hipertireoidismo
	O tratamento apropriado do hipertireoidismo depende da causa subjacente e, com frequência, consiste em uma combinação de terapias, incluindo agente antitireoideos, iodo radioativo e cirurgia. O tratamento é direcionado para reduzir a hiperatividade da tireoide, a fim de aliviar os sintomas e evitar as complicações (SMELTZER, 2014). 
	As drogas antitireoideanas são utilizadas para o controle do hipertireoidismo pois atuam na glândula diminuindo a produção hormonal. Este tratamento é o de primeira escolha e objetiva que o paciente apresente remissão da doença com o tratamento. A terapia com iodo reativo é administrado para provocar uma reação de lesão celular tireoidiana levando a diminuição do hipertireoidismo (CAPUZZO, 2012). E a cirurgia, é reservada para circunstâncias especiais – por exemplo, em mulheres grávidas que são alérgicas aos medicamentos antitireoideos, nos pacientes que apresentam bócios grandes e em pacientes que são incapazes e tomar agente antitireoideos (SMELTZER, 2014).
3.9.5.2 Hipotireoidismo
	O principal objetivo no tratamento do hipotireoidismo consiste em restaurar um estado metabólico normal através da reposição do hormônio ausente. A levotiroxina sintética constitui a preparação preferida para tratar o hipotireoidismo e suprimir o bócio atóxico. A dose necessária baseia-se na concentração sérica de TSH do paciente. No hipotireoidismo grave e coma mixedematoso, o tratamento inclui a manutenção das funções vitais. Caso o mixedema tenha evoluído para o coma mixedematoso, o hormônio tireoideo (habitualmente levotiroxina) é administrado por via intravenosa até a restauração da consciência. Em seguida, o tratamento continua com hormônio tireoideo VO (SMELTZER, 2014).
3.9.5.3Tumores da Tireoide
	Os bócios simples regridem após a correção de desequilíbrio do iodo. O iodo suplementar, como o SSKI, é prescrito para suprimir a atividade de estimulação da tireoide pela hipófise (SMELTZER, 2014).
	O tratamento de escolha para o carcinoma de tireoide consiste na sua remoção cirúrgica. Depois da cirurgia, os procedimentos de ablação são realizados com iodo reativo para erradicar o tecido tireoideo residual, se o tumor for radiossensível. O iodo radiativo também maximiza a possibilidade de detectar metástases tireoideas em uma data posterior, quando são realizadas cintigrafias corporais totais. Depois da cirurgia, administra-se hormônio tireoideo em doses supressivas para diminuir os níveis de TSH até um estado eutireoideo. Se o tecido tireoideo remanescente for inadequado para produzir hormônio tireoideo suficiente, é necessário o uso permanente de tiroxina (SMELTZER, 2014).
	Dispõe-se de várias vias para a administração de radiação na tireoide ou nos tecidos do pescoço, incluindo administração oral de iodo radioativo e administração externa de radioterapia. O paciente que recebe fontes externas de radioterapia corre o risco de mucosite, ressecamento da boca, disfagia, rubor da pele, anorexia e fadiga. A quimioterapia raramente é utilizada para o tratamento do câncer da tireoide (SMELTZER, 2014).
	No período pós-operatório, o paciente é orientado a tomar hormônio tireoideo exógeno para evitar o hipotireoidismo. O acompanhamento posterior inclui a avaliação clínica quanto à recorrência de nódulos ou massas no pescoço e sinais de rouquidão, disfagia ou dispneia. Os níveis séricos de T4 livre, TSH, cálcio e fósforo são monitorados para detectar se a suplementação de hormônio tireoideo é adequada, bem como para observar se o balanço do cálcio é mantido (SMELTZER, 2014).
3.9 GLÂNDULAS PARATIREÓIDES
3.9.1 Fisiopatologia
	O paratormônio em excesso pode resultar em acentuado aumento dos níveis séricos de cálcio, constituindo uma situação com risco de vida potencial. Quando o produto do cálcio sérico pelo fósforo sérico (cálcio x fósforo) eleva-se, o fosfato de cálcio pode precipitar em diversos órgãos do corpo (p. ex., os rins) e causar calcificação tecidual (SMELTZER, 2014).
3.9.2 Hiperparatireoidismo
	O hiperparatireoidismo, que é causado pela produção excessiva de paratormônio pelas glândulas paratireoides, caracteriza-se por descalcificação do osso e desenvolvimento de cálculos renais contendo cálcio. O hiperparatireoidismo primário ocorre 2 a 4 vezes mais frequentemente nas mulheres do que nos homens, sendo mais comum nos indivíduos entre 60 e 70 anos de idade. Metade dos indivíduos com diagnóstico de hiperparatireoidismo não apresenta sintomas (SMELTZER, 2014).
3.9.3 Manifestações Clínicas
	O paciente pode não apresentar sintomas ou pode exibir sinais e sintomas em decorrência do comprometimento de vários sistemas orgânicos. Podem ocorrer apatia, fadiga, fraqueza muscular, náuseas, vômitos, constipação intestinal, hipertensão e arritmias cardíacas. Todos esses sinais e sintomas são atribuíveis à concentração aumentada de cálcio no sangue. Um aumento de cálcio produz uma redução no potencial de excitação do nervo e tecido muscular. A formação de cálculos em um ou ambos os rins, relacionada com a excreção urinária aumentada de cálcio e de fósforo, constitui uma das complicações mais importantes do hiperparatireoidismo. Os sintomas musculoesqueléticos que acompanham o hiperparatireoidismo podem ser causados por desmineralização dos ossos ou por tumores ósseos compostos de células gigantes benignas, decorrentes do crescimento excessivo de osteoclastos (SMELTZER, 2014).
3.9.3.1 Indicações Cirúrgicas da Paratireoidectomia
	A cirurgia é recomendada para pacientes assintomáticos que preenchem os seguintes critérios: 
Menos de 50 anos de idade;
Incapaz ou com pouca probabilidade de participar no cuidado de acompanhamento;
Níveis séricos de cálcio mais de 1,0 mg/dl acima da faixa normal de referência;
Nível de cálcio urinário superior a 400 mg/dia;
Diminuição de 30% ou mais na função renal;
Queixas de hiperparatireoidismo primário, incluindo nefrocalcinose, osteoporose ou distúrbio psiconeurológico grave (SMELTZER, 2014).
3.9.3.2 Hipoparatireoidismo
	A causa mais comum de hipoparatireoidismo consiste na secreção inadequada de paratormônio após a interrupção do suprimento sanguíneo ou remoção cirúrgica do tecido da glândula paratireoide durante a tireoidectomia, paratireoidectomia ou dissecção radical do pescoço. Essas pequenas glândulas facilmente passam despercebidas e podem ser removidas de modo inadvertido durante a cirurgia da tireoide. A atrofia das glândulas paratireoides de etiologia desconhecida constitui uma causa menos comum de hipoparatireoidismo (SMELTZER, 2014).
	A deficiência do paratormônio resulta em níveis sanguíneos aumentados de fosfato (hiperfosfatemia) e níveis sanguíneos diminuídos de cálcio (hipocalcemia). Na ausência de paratormônio, ocorre diminuição na absorção intestinal do cálcio da dieta e reabsorção diminuída de cálcio do osso e através dos túbulos renais. A excreção renal diminuída de fosfato provoca hipofosfatúria, e os baixos níveis séricos de cálcio resultam em hipocalciúria (SMELTZER, 2014).
3.9.3.3 Manifestações Clínicas
	A hipocalcemia provoca irritabilidade do sistema neuromuscular e contribui para o principal sintoma do hipoparatireoidismo: a tetania. A tetania refere-se a uma hipertonia muscular generalizada, com tremores e contrações espasmódicas ou descoordenadas, que ocorrem com ou sem esforço para realizar movimentos voluntários (SMELTZER, 2014).
3.10. MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
As detecções de alterações na tireoide são inicialmente percebidas a partir de sinais de crescimento de uma massa cervical imprecisa e dor cervical, o diagnóstico realizado para confirmação é feito através de punçãoaspirativa por agulha fina (PAAF), outros métodos diagnósticos incluem ultra-sonografia cervical, tomografia computadorizada cervical, tórax e abdome, cintilografia, laringoscopia, hemograma, TSH e cálcio sérico. Tanto a tomografia de tórax quanto a cervical podem detectar a extensão do tumor, mostrando a possível invasão de grandes vasos, trato gastrintestinal e das vias aéreas superiores, metástase óssea podem ser vistas através da radio-x, lesões pulmonares também podem ser visualizadas na radiografia (CARVALHO, G, A; GRAF, H, 2005).
A punção aspirativa por agulha fina, exame que guia a decisão de cirurgia ou não, por causa da sua sensibilidade de detecção de malignidade. A técnica consiste na coleta de células do nódulo tireoidiano, através de punção com agulha que pode ser orientada ou não por ultrasson, os resultados podem revelar benignidade em casos de colóide, bócio adenomatoso, tireoidite crônica linfocitária, cisto Coloide, malignidade em casos de carcinoma papilífero, carcinoma medular ou anaplásico, ou ainda casos suspeitos, quando detecta-se padrão folicular, padrão folicular com células oncocíticas ou Hürthle, padrão papilífero. Cabe ressaltar que resultados que apresentem malignidade ou suspeita, são indicativos para cirurgia. Em certas ocasiões pode haver necessidade de ressecção e posterior análise anátomo-patológico para determinar a malignidade do nódulo (CAPUZZO, 2012).
Na ultrasson da tireoide, tem fundamental importância para avaliação de nodulações tireoidianas, principalmente aqueles que não são palpáveis, além de dispor de informações como localização dentro da glândula, tamanho e as características do nódulo, que nortearão as decisões cirúrgicas, bem como para acompanhamento clínico. O dopple associado à ultassonografia fornece informações a cerca da circulação envolvida no nódulo, que podem aumentar consideravelmente as suspeitas de malignidade (CAPUZZO, 2012).
Tomografia Computadorizada e Ressonância Nuclear Magnética compõem os exames que rotineiramente não são solicitados para detecção de alterações tireoidianas, porém possuem utilidade para detecção de bócio mergulhantes e para observação de invasão em estruturas adjacentes a tireoide em casos de tumores malignos em graus avançados, nesses casos a ressonância nuclear magnética pelo fato desse exame não utilizar o contrates iodado, o que poderia causar retardamento do tratamento com o iodo radioativo, pós-operatório de cirurgia de câncer de tireoide (CAPUZZO, 2012).
A Cintiligrafia de tireoide analise essencialmente aspectos funcionais da glândula tireoide e podem classificar os nódulos quentes, frios e mornos. É um exame menos solicitado, uma vez que a punção aspirativa por agulha fina trás uma melhor especificidade e sensibilidade para detecção de nódulos malignos (CAPUZZO, 2012).
 	No raio-X cervical, este meio diagnóstico auxilia na determinar se o nódulo, está ocasionando compressão e/ou desvio das estruturas cervicais, a exemplo da traqueia ou ainda ter crescimento para o tórax como é o caso do bócio mergulhante (CAPUZZO, 2012).
	Outros exames diagnósticos incluem a dosagem dos hormônios tireoidianos e TSH, geralmente são solicitados TSH e T4 livres que são os hormônios que influenciaram diretamente com as decisões clínicos. Tais hormônios avaliam a função da tireoide, THS elevado indicam hipotireoidismo enquanto que quando apresenta diminuído, indicam hipertireoidismo. A dosagem dos anticorpos tireoidianos, são solicitados para avaliar a presença de alguma doença auto-imunes da tireoide como a tireoidite de Hashimoto, a tireoidite subaguada e a Doença de Graves (Hipertireoidismo), São eles o anticorpo anti peroxidase (Ac TPO), anticorpo anti-tireoglobulina (AC TG) e anticorpo anti receptor de TSH (TRAB) (CAPUZZO, 2012).
3.11. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO
Cuidados Gerais
A enfermagem organiza a assistência de acordo com a identificação das necessidades do cliente em uma diversidade de doenças que o acomete. A enfermagem perioperatória tem o caráter peculiar e oferta ao paciente assistência individualizada, especializada e humanizada, a compreensão da Sistematização da Assistência de enfermagem no Perioperatório (SAEP), permite a oferta de cuidados otimizados guiados a luz dos conhecimentos técnicos científicos profissão. (GRITTEM, 2007). 
“O trabalho da enfermeira no período perioperatório, tem como objetivos aumentar a segurança e auto-estima do paciente, estabelecer interação, reduzir ansiedade, garantir segurança física, controlar assepsia, monitorizar condições fisiológicas e psicológicas, diminuir a morbi-mortalidade e realizar atividades em conjunto com a equipe multidisciplinar. Estas necessidades poderão ser atendidas por meio da Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP” ( AORN,2007, apud GRITTEM, 2007).
Fase pré-operatória
O objetivo no período pré-operatório é que o paciente esteja o mais saudável possível para que sejam submetidos ao procedimento cirúrgico sem grandes riscos, todas as formas de avaliação visam abordar os fatores de riscos que podem acarretar em complicações pós-operatórias, realiza-se o exame físico e sinais vitais (SSVV), 
Antes que seja iniciada qualquer intervenção cirúrgica é necessário investigando aspectos como história familiar e pessoal, além dos fatores socioeconômicos, o uso de tabaco, álcool ou outras drogas e exposição ambiental. A avaliação clínica geral no pré-operatório é de suma importância para evitar complicações durante o procedimento cirúrgico e recuperação deste. “O exame clínico deve incluir a avaliação do estado nutricional, a pesquisa do uso de drogas e de sinais de doenças hemorrágicas, assim como a investigação de antecedentes alérgicos ao iodo, aos anestésicos, ao látex e aos antibióticos” (SANTOS; KEMP, 2011, p. 3).
O período pré-operatório é de fundamental importância, que ao paciente sejam fornecidas informações acerca da doença, bem como oferta informações sobre o procedimento cirúrgico, possíveis cuidados e sequelas no pós-operatório. Devendo avaliar entre outras coisas, o estado nutricional e hídrico (obesidade, perda de peso, desnutrição, deficiência de nutrientes específicos, anormalidades metabólicas ou medicamentos que interferem na nutrição), cabe lembrar que qualquer deficiência nutricional, deve ser corrigida antes da cirurgia para proporcional recuperação adequada à reparação nutricional, o uso de drogas ou álcool também deve ser investigando, uma vez que as pessoas tendem a negar o consumo, são mais suscetíveis a lesões no pós- operatório, de modo que sempre que possível adiar a cirurgia, intervenções de urgência utiliza-se anestesia local, espinal ou regional, para uma cirurgia de menor porte (SMELTZER, 2014).
Avaliar o estado respiratório é ensinado a realizar exercícios respiratórios e a usar um espirômetro de incentivo quando indicado, vale lembrar que pacientes com infecções respiratórias não devem fazer cirurgia, bem como aqueles com problemas crônicos são avaliados cuidadosamente quanto às ameaças atuais. Pacientes tabagistas devem ser orientados a parar de fumar por 4 a 8 semanas antes da cirurgia, de modo a contribuir para diminuição de complicações pulmonares e da cicatrização da ferida. O estado cardiovascular faz parte da avaliação no pré-operatório, a meta é garantir seu bom funcionamento para que seja supridas as necessidades de oxigenação, líquidos e nutrientes para o período perioperatório (SMELTZER, 2014).
A função hepática e renal é analisada e devem apresentar-se em perfeito funcionamento, para metabolização e excreção dos medicamentos, outras avaliações incluem a história e uso de medicamentos pelos pacientes, bem como proceder sobre o registro ou interrupção do uso, vale lembrar que o uso de medicamentos que contenham Acído Acetil Salicítico deve ser suspenso cerca de 10 dias antes da cirurgia, uma vez que podem contribuir para eventos graves nos períodos de intraoperatório ou pós-operatório, além de ofertar apoio psicossocial ao cliente e família (SMELTZER,2014; CAPUZZO, 2012).
CUIDADOS ESPECÍFICOS NO PRÉ-OPERATÓRIO PARA PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA DE TIREOIDECTOMIA
Interrupção do uso de anticoagulantes no mínimo um mês antes da cirurgia; 
O paciente deve estar eutireoideo no momento da cirurgia, de modo que possam ser administradas tioamidas para controlar o hipertireoidismo; 
O iodo é fornecido para aumentar a firmeza da glândula tireoide e reduzir sua vascularização após a perda de sangue; 
Pode-se administrar um agente bloqueador beta-adrenérgico para diminuir a frequência cardíaca e outros sinais e sintomas de hipertireoidismo; 
Tentar contrabalançar os efeitos do hipermetabolismo mantendo um ambiente tranquilo e terapêutico e fornecendo uma dieta nutritiva; 
O paciente é preparado física e emocionalmente para cirurgia da seguinte maneira: a. Fazer esforço especial para assegurar que o paciente tenha uma boa noite de sono antes da cirurgia; b. Explicar ao paciente que ele deve falar o mínimo possível imediatamente após a cirurgia, e que poderá administrar oxigênio para facilitar sua respiração; c. Explicar que, no pós-operatório, podem ser administrados líquidos EV para atender às necessidades hidroeletrolíticas e nutricionais; além disso, pode-se administrar glicose EV nas horas que antecedem a administração de anestésicos. 
O profissional de enfermagem deve preparar o paciente para a realização de exames físicos e laboratoriais.
Explique ao cliente que a tireiodectomia removera os tecidos tireóideos anormais ou, se for necessário, toda glândula. Diga lhe que ele terá incisão no pescoço, que estará usando curativo e, possivelmente, terá dreno no local após cirurgia; e que ele pode ter alguma rouquidão e dor de garganta devida intubação e anestesia. Tranquilize-o dizendo o que ele receberá analgésicos para aliviar desconforto. (BOUNDY, 2004)
Se a tireoidectomia estiver sendo realizada para tratar hipertireoidismo, verifique se o cliente seguiu o tratamento farmacológico prescrito, para evitar uma crise tireotóxica durante cirurgia. (BOUNDY, 2004)
Colete amostras de sangue para dosar os níveis os hormônios tireóideos.
Atentar para os sinais vitais e apoio psicológico.
Assegurar vestimenta cirúrgica adequada.
Verificar se o cliente assinou o termo de consentimento.
Colaborar com o processo de orientações como: técnica de respiração diafragmática e de tosse.
Orientar o paciente como sustentar o pescoço com as mãos no pós-operatório;
Como nesse procedimento é necessário a anestesia geral, é recomendado ao paciente jejum de 8h ou 12 horas.
Promover anti-sepsia da pele.
Administrar drogas antitireoidianas e iodo conforme prescrição.
Promover encaminhamento ao bloco cirúrgico.
3.11.1 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM COM ENFOQUE NO PRÉ-OPERATÓRIO
A sistematização da assistência de enfermagem é o meio em que os enfermeiros possuem para guiar suas práticas assistências aplicando seus conhecimentos técnicos científicos na prestação de cuidados individualizados e a partir dela é capaz de avaliar as repostas do cliente frente às condutas adotadas. Foi instituída pela RESOLUÇÃO COFEN 358/2009, é constituído de 5 etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes, que são a Coleta de Dados de Enfermagem ou Histórico de Enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento de Enfermagem, Implementação e Avaliação de Enfermagem (COFEN, 2009; SMELTZER, 2014).
	DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
	RESULTADOS ESPERADOS
	INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
	APRAZAMENTOS
	Nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais, relacionado à alimentação insuficiente, evidenciado por diminuição da massa corpórea.
	Paciente apresentará peso adequado e suprimento de suas necessidades metabólicas.
	-Dialogar sobre a necessidade de reposição dos elementos.
-Avaliar necessidades nutricionais.
- Corrigir deficiências de elementos essenciais.
	A cada 2 horas
	Deglutição prejudicada, relacionada a aumento da glândula tireoide, evidenciado por dificuldade na deglutição.
	Paciente apresentará deglutição menos complicada
	-Posicionamento adequado.
- Oferta de dieta líquida, antes de começar o jejum recomendado.
	Ciente
	Ansiedade, relacionada a procedimento cirúrgico, evidenciado por agitação. 
	Paciente apresentará diminuição do estado de ansiedade
	-Explicar o procedimento e esclarecer dúvidas
- Acalmar paciente
- Fornecer apoio psicológico
- Permitir visita de familiar para poder acalmar cliente.
	Ciente
	Medo, relacionado à anestesia, evidenciado por relato verbal.
	Paciente relatará que compreende o procedimento e apresentará diminuição do medo
	- Explicar sobre a anestesia.
- Esclarecer dúvidas
- Acalmar o paciente
	Ciente
	Distúrbio da imagem corporal, relacionado a aumento da região cervical, evidenciado por relato verbal.
	Paciente relatará que compreende que o distúrbio é temporário.
	- Dialogar a cerca dos fatores que contribuem para o desconforto
- Esclarecer que após o procedimento cirúrgico a imagem corporal melhorará
	Ciente
	Fadiga, relacionado à diminuição do metabolismo, evidenciado por cansaço extremo.
	Paciente apresentará melhora das manifestações de cansaço.
	- Oferta de oxigênio suplementar
- Posicionar cliente conforme posição que se sinta melhor
- Avaliar SSVV
	A cada 5 horas
	Náuseas, relacionado à disfunção metabólica, evidenciado por sensação de vômito eminente. 
	Paciente apresentará ausência de sensação de vômitos
	-Oferta de água
- Administrar Antiemético, CPM/SN
- Perguntar os fatores externos que contribuem para a sensação.
	Ciente
	Padrão de sono prejudicado, relacionada à ansiedade, evidenciado por estado de alerta contínuo.
	Paciente apresentará melhora do padrão de sono
	- Conversar com o paciente a cerca do procedimento.
- Proporcionar um ambiente calmo e tranquilo
- Manter o silêncio para repouso
	Ciente
	Conhecimento deficiente, relacionado ao procedimento cirúrgico evidenciado por ausência de conhecimento a cerca da terapêutica adotada.
	Paciente apresentará conhecimento sobre seu estado de saúde e a terapêutica que será submetido
	- Esclarecer o que é seu problema de saúde, bem como evidenciar sobre a cirurgia.
- Orientar paciente e família e esclarecer dúvidas
	Ciente
	Isolamento social, relacionado à imagem corporal alterada, evidenciado por comportamento introspectivo. 
	Paciente apresentará comunicação pessoal melhorada
	- Interagir com paciente procurando saber os fatores que comprometem as relações interpessoais e diálogo
	Ciente
CUIDADOS ESPECÍFICOS NO PÓS-OPERATÓRIO PARA PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA DE TIREOIDECTOMIA
O paciente é monitorizado quanto à ocorrência de sangramento e dificuldade respiratória, que indica edema da laringe em consequência do edema na área cirúrgica. 
Observam-se os sinais de hipercalcemia – irritabilidade, contrações, espasmos das mãos e dos pés. A. Os níveis de cálcio são monitorizados. Se houver uma declínio dos níveis para menos de 7mg/100 ml (3 mEq) dentro de 48h, administrar reposição de cálcio EV (gluconato, lactato). B. O cálcio EV é utilizado com cautela em pacientes com doença renal ou naqueles em uso de digoxina; 
A função da tireoide não constitui uma preocupação até várias semanas após a cirurgia.
Verificar os sinais vitais de duas em duas horas.
Observação constante.
Administrar medicamentos prescritos.
Pesquisar possíveis complicações.
Observar nível de consciência.
Manter dreno permeável.
Manter cliente em posição de fowler elevada para facilitar o retorno venoso da cabeça e do pescoço.
Manter os materiais utilizados pelo cliente em um local de fácil acesso, a pouca distância, de modo que ele não precise virar a cabeça para alcançá-los;
Oferecer água por via oral, logo que as náuseas diminuam. Primeiro líquidos frios e o gelo que são melhores tolerados;
Manter uma bandeja de traqueostomia á beira do leito do cliente por 24 horas depois da cirurgia e esteja preparado para fazer traqueostomia de emergência, caso seja necessário. (BOUNDY,2004)
Promover deambulação precoce.
Ficar atento ao aparecimento de alterações como: dor, alteração da temperatura, náuseas e vômitos.
Verifique se há sinais de hemorragia, que pode causar choque, compressão da traqueia e angustia respiratória. Examine o curativo do cliente e palpe a região posterior do pescoço, para onde a drenagem tende a escorrer. Nas primeiras 24 horas, pode haver drenagem de cerca de 50 ml, depois das primeiras 24 horas, a drenagem deve ser escassa. (BOUNDY, 2004)
3.12 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM COM ENFOQUE NO PÓS-OPERATÓRIO
	Diagnósticos de Enfermagem
	Resultados esperados
	Intervenções de Enfermagem
	Aprazamentos
	Náusea, relacionado à anestesia geral e evidenciado por ânsia de vômito.
	Não terá náuseas
	- Administrar antiemético CPM e monitorar a resposta aos fármacos usados para tratar a causa primária das náuseas. 
- Auxiliar o paciente a adotar uma posição confortável
- Instruir o cliente a ingerir lentamente e mastigar bem os alimentos, para facilitar a digestão.
	A cada 3 horas
	Dor aguda, relacionado a procedimento cirúrgico e evidenciado por relato verbal e expressão facial de dor.
	Informará que a dor foi aliviada ou está controlada.
	- Observar atitude do cliente frente à dor e o uso dos analgésicos. 
- Obter uma avaliação da dor pelo cliente que inclua localização, início e duração, frequência, tipo, intensidade e fatores desencadeantes ou agravantes. 
- Proporcionar medidas de conforto, ambiente tranquilo para auxiliar na redução da dor.
	Ciente
	Risco de infecção relacionado à incisão cirúrgica e uso de dreno
	Apresentará cicatrização das feridas dentro do prazo previsto; não terá secreção purulenta nem eritema; e não apresentará febre.
	- Detectar fatores de risco para infecção;
- Manter técnicas estéreis em todos os procedimentos realizados no cliente (ex: procedimento cirúrgico troca de curativo) e ambiente limpo;
- Ressaltar as técnicas apropriadas de higiene das mãos por todos os cuidadores.
	Ciente
	Comunicação verbal prejudicada relacionado a procedimento cirúrgico na glândula tireoide e evidenciado por dor e medo de comunicar-se.
	Compreenderá que pode comunicar-se normalmente após procedimento cirúrgico.
	-Determinar o nível de ansiedade e medo presente que está dificultando a comunicação do cliente;
-Auxiliar o cliente a retornar a verbalização normal
	Ciente
	Constipação relacionada a efeitos colaterais de anestesia e evidenciada por incapacidade para evacuar.
	Estabelecerá padrão normal de funcionamento intestinal
	-Determinar a ingestão de líquido para facilitar a evacuação;
-Auscultar o abdome para detectar a existência, localização e as características dos ruídos peristálticos, que refletem a atividade intestinal;
-Ofertar óleo mineral para facilitar a evacuação ou necessidade de enema CPM;
	A cada 6 horas
	Deglutição prejudicada relacionada a procedimento cirúrgico na glândula tireoide e evidenciado por dor, medo de deglutir em virtude d procedimento e tosse.
	Demonstrará métodos de alimentação apropriados a situação
	-Avaliar a força e a amplitude dos movimentos e dos músculos envolvidos na mastigação e na deglutição;
-Inspecionar a cavidade orofaríngea para detectar edema e inflamações;
-Ofertar alimentos de fácil deglutição.
	A cada 3 horas
	Risco de sangramento relacionado à complicação pós-operatório.
	Não apresentará sinais de sangramento
	-Avaliar os riscos do cliente e atentar para possíveis sinais de sangramento;
-Determinar antes do procedimento cirúrgico possível distúrbios hematológicos que possam desencadear sangramentos;
-Avaliar e monitorar sinais vitais para detectar déficit de volume intravascular
	Ciente
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Frente analise das peculiaridades da tireoidectomia, observa-se a grande ocorrência de problemas tireoideos na população, e como esses problemas podem alterar o metabolismo corporal, bem como influenciar na qualidade de vida das pessoas, diante disso percebe-se a necessidade de uma assistência adequada ao cliente no perioperatório, de forma que o profissional de enfermagem no desempenho de suas funções acaba por ser um dos maiores envolvidos na execução dessa atividade. Desta forma, destaca-se as condutas de enfermagem, intervenções indispensáveis para o bom andamento do pré, intra e pós-operatório, que englobam o gerenciamento das recomendações, apoio psicológico, escuta qualificada e cuidado humanizado ao cliente e a família. 
5. REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ministério da Saúde. 2016. Disponível em: < http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=2187> Acesso em: 13 de Agosto de 2016.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC). Cirurgia de Cabeça e Pescoço – doenças da tireoide. 2016. Disponível em: < http://www.ibcc.org.br/duvida/especialidades-medicas/cirurgia-de-cabeca-e-pescoco-doencas-da-tireoide/2/14/> Acesso em: 13 de Agosto de 2016.
CAPUZZO, R. C. Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Tireoide. 2012. Disponível em: <http://www.sbccp.org.br/?page_id=375> Acesso em: 30 de Julho de 2016.
CAPUZZO, R. O que você precisa saber sobre tireóide. 2012.
SCHWARTZ, L. H. Cirurgia de cabeça e pescoço- História e importância da cirurgia de cabeça e pescoço. v. 1, otu, 2000.
CERNEA, C. R.; BRANDÃO, L. G. Kocher e a história da tireoidectomia. Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescoço, v. 37. n. 4, p. 240-243, out/nov/dez, 2008.
CERNEA, C. R. Cirurgia robótica em Cabeça e Pescoço: Indicações e benefícios. Rev. Israelita. 2009.
DEDIVITIS, R. A; GUIMARÃES, A. V. Comparação entre a técnica convencional e a minimamente invasiva vídeo-assistida nas tireoidectomias parciais. Rev. Col. Bras. Cir, v. 32. n. 4, julh/ago, 2005.
GOFFI, F. S. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnicas da cirurgia. 4 ed. São Paulo: Atheneu, 2007.
NETO, M. E. et al. Fatores que influenciam nas complicações das tireoidectomias. Rev. BrazJ, v.3 n. 78, p. 9-63, 2012.
KIMURA, E. T. Glândula Tireóide. v. 4, n. 64, p. 992-14. 
KIMURA. E. T. Glândula tireóide. Fisiologia. 2008.
OLIVEIRA, M. Tireóide. Info Escola. 2016. Disponível em: < http://www.infoescola.com/sistema-endocrino/tireoide/> Acesso em: 30 de Julho de 2016.
SMELTZER, S.C., et. al. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
6.APÊNDICES
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA GLÂNDULA TIREOIDE
A 
glândula tireo
ide é um órgão em forma de borboleta. Consiste em dois lobos laterais conectados por um istmo. Possui cerca de 
5
 cm de comprimento por 3 cm de largura e pesa cerca de 30g. O tamanho da glândula é bastante variável em função de fatores hereditários, ambientais e nutricionais (
BRUNNER & SUDDARTH, 2014; MARTINNI, 2009
).
Está localizada na região ântero-inferior do pescoço, ântero-lateralmente à traquéia e logo abaixo da laringe, no nível entre a quinta vértebra cervical e a primeira vértebra torácica (OLIVEIRA, 2016).
Em decorrência da sua localização possibilita facilmente a palpação. Apresenta uma coloração vermelha escura por causa do grande número de vasos sanguíneos que suprem as células glandulares, esse suprimento advém de duas origens: a artéria tireoideana superior, que é o ramo da artéria carótida externa e a artéria tireoideana inferior, um ramo do tronco tireocervical. A drenagem venosa da glândula é feita pela veia tireóidea superior e pelas veias tireóideas médias, que terminam nas veias jugulares internas, e pelas veias tireóideas medias, que terminam nas veias jugulares internas, e pelas veias tireóideas inferiores, que conduzem o sangue para as veias braquiocefálicas (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009).
As glândulas paratireóides localizam-se no pescoço e estão inseridas na face posterior da glândula tireóide (BRUNNER & SUDDARTH, 2014).
 Existem tipicamente quatro glândulas paratireóides, de coloração castanha avermelhada e dimensões próximas às de uma ervilha. Conjuntamenteas 4 glândulas paratireóides pesam 1,6 g (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009)
Fisiologia da Glândula Tireóide
É a primeira glândula endócrina a surgir no embrião humano. A tireoide é produtora dos hormônios tireoidianos (T3 e T4), que são responsáveis pelo controle de diversas partes do metabolismo dos órgãos do corpo humano. Sua atividade (produção e liberação dos hormônios) é controlada pela hipófise, através de uma substância chamada TSH (hormônio estimulante da tireóide) (BRASIL, 2012).
Vários hormônios e substancias químicas são responsáveis pela função normal da tireóide. Os principais entre eles são o hormônio tireóideo, a calcitonina e o iodo.
Hormônios Tireóideos
O T4 e o T3, são designados coletivamente como hormônio tireóideo, são dois hormônios separados produzidos pela glândula tireoide (BRUNNER & SUDDARTH, 2014).
Função do Hormônio Tireóideo
A principal função consiste em controlar a atividade metabólica celular. (BRUNNER & SUDDARTH, 2014).
Regulação do hormônio
A secreção de T3 e T4, pela glândula tireóide é controlada pelo TSH, a partir da adeno-hipófise. (BRUNNER & SUDDARTH, 2014).
Iodo, componente essencial na biossíntese do HT
O iodo é um elemento essencial para a síntese de HT. A deficiência crônica na ingestão de iodo ocasiona bócio endêmico com hipotireodismo severo, constituindo o problema de saúde pública. A ingestão de iodo é indispensável para a síntese dos hormônios tireoidianos T3 e T4, compostos biologicamente ativos que possuem iodo em sua molécula (KIMURA,).
Glândulas paratireóides
As glândulas paratireóides produzem o paratormônio que tem a função de regular o metabolismo do cálcio e do fósforo (BRUNNER & SUDDARTH, 2014).
Definição do procedimento
A tireoidectomia é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção parcial, subtotal ou total da glândula tireóide para o tratamento de tumores da tireóide, hipertireoidismo ou hipotireoidismo (NETTINA, 2007).
Quanto à finalidade, esta cirurgia pode ser classificada como curativa ou paliativa, a depender do quadro clínico do cliente. É uma cirurgia de pequeno porte, tendo duração media de 2 horas. Levando-se em consideração a particularidade de cada paciente, a tireoidectomia pode ser classificada quanto ao grau de urgência como requerida, necessária, planejada ou eletiva e apresenta-se como cirurgia limpa, quanto ao grau de contaminação.
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
As detecções de alterações na tireoide são inicialmente percebidas a partir de sinais de crescimento de uma massa cervical imprecisa e dor cervical, o diagnóstico realizado para confirmação é feito através de punção aspirativa por agulha fina (PAAF), outros métodos diagnósticos incluem ultra-sonografia cervical, tomografia computadorizada cervical, tórax e abdome, cintilografia, laringoscopia, hemograma, TSH e cálcio sérico. Tanto a tomografia de tórax quanto a cervical podem detectar a extensão do tumor, mostrando a possível invasão de grandes vasos, trato gastrintestinal e das vias aéreas superiores, metástase óssea podem ser vistas através da radio-x, lesões pulmonares também podem ser visualizadas na radiografia (CARVALHO, G, A; GRAF, H, 2005).
Indicações da cirurgia
Suspeita de malignidade;
Compressão cervical, desvio de traqueia ou bócios mergulhantes;
Hipertireoidismo;
Estética;
Presença de bócio intratorácico;
Quando existir resistência ao tratamento clínico;
Bócio com hiperfusão tissular ou bócios tóxicos (BRASIL, 2016; GOFFI, 2007).
Principais intervenções cirúrgicas
Istemectomia ou ressecção do istmo glandular; ressecção subtotal de um lobo ou lobectomia subtotal; nodulectomia ou enucleação; tireoidectomia subtotal, tireoidectomia total; videocirurgia da tireóide; cirurgia minimamente invasiva assistida por vídeo; tireoidectomia robótica (GOFFI, 2007).
Princípios do tratamento cirúrgico (Procedimento)
Anestesia: Anestesia geral (deve-se evitar atropina ou sucedâneos no pré anestésico, pois já existe ume exacerbação simpática);
Posição: Decúbito dorsal, com coxim sob os ombros (hiperextensão do pescoço e a mesa cirúrgica deve ser posta de forma inclinada de modo que a cabeça do paciente permaneça mais alta que o restante do corpo);
Acesso: Incisão em colar (abertura da pele e do tecido subcutâneo);
Localização da incisão: Acima da fúrcula esternal (cerca de 2cm acima);
Traçado da incisão: A demarcação deve ser feita previamente com um fio tenso (o tamanho do traçado depende das necessidades do paciente e características do tumor variando de 3 a 15cm);
Incisão: deve ser feita uma incisão transversa acima das cabeças claviculares, preferencialmente sobre uma prega natural do pescoço, ligeiramente curva e o mais simétrica possível;
Faz-se uso de ventilação mecânica;
Necessário monitoração do nervo laríngeo;
Pode ser necessário a colocação de dreno (Dreno de portovac), que deve ser retirado nas primeiras 12 horas após o processo cirúrgico;
Fechamento da FO com pontos intradermicos;
Colocação de curativo;
Este procedimento duração em média de 2 horas (GOFFI, 2007).
Complicações cirúrgicas
O resultado pós-operatório observado nas cirurgias de tireóide é normalmente associado a fatores relativos às condições do paciente, à natureza da tireopatia, à experiência do cirurgião e ao tipo de cirurgia realizada. Dentre as complicações observadas nas tireoidectomias, estas podem ser divididas em transitórias ou definitivas (NETO, 2012).
Em meio às definições de complicação transitórias do pós-operatório da tireoidectomia destaca-se a probabilidade de ocorrência de hemorragia, edema de glote, lesão de nervo laríngeo, rouquidão, paralisia transitória de cordas vocais, parestesia, infecção, hipoparatireoidismo, hematoma, dificuldade de respirar e hipocalcemia. Dentre as complicações definitivas observou-se a ocorrência de hipotireoidismo, hipoparatireoidismo, cicatrizes hipertróficas e hipocalcemia (NETTINA, 2007).
Manifestações Clínicas
Hipotireoidismo
	A causa mais comum do hipotireoidismo em adultos é a tireoidite autoimune (doença de Hashimoto), em que o sistema imune ataca a glândula tireoide (SMELTZER, 2014).
Sintomatologia: Fadiga extrema; Queda de cabelo, unhas quebradiças e pele seca; Distúrbios menstruais; Ganho de peso; Depressão; Intolerância ao frio; Dificuldade de concentração; Diminuição na frequência dos batimentos cardíacos; Dores articulares; Obstipação intestinal; Fadiga muscular; Inchaço nas pernas e no rosto; Elevação dos níveis de colesterol (CAPUZZO, 2012).
Hipertireoidismo
É uma condição clínica causada pelo excesso de hormônios tireoidianos circulantes, devido a um aumento da produção ou da liberação destes. A principal causa do hipertireoidismo é a Doença de Graves, uma patologia que acomete a tireoide, em que há produção de anticorpos que atacam a glândula simulando o hormônio TSH, um estimulador do funcionamento da tireoide (CAPUZZO, 2012).
Sintomatologia: Hiperatividade; Alteração do humor (irritabilidade); Sudorese e intolerância ao calor; Exoftalmia; Palpitações; Fadiga; Fraqueza; Perda de peso e aumento do apetite; Aumento da frequência das evacuações; Amenorreia; Taquicardia; Arritmias cardíacas; Tremor fino; Pele quente e úmida; Alopécia; Retração palpebral (CAPUZZO, 2012).
Tireoidite
A tireoidite, que se refere à inflamação da glândula tireoide, pode ser aguda, subaguda ou crônica. Cada tipo de tireoidite caracteriza-se por inflamação, fibrose ou infiltração linfocítica da glândula tireoide. Várias formas de tireoidite caracterizam-se pela lesão autoimune da tireoide (SMELTZER, 2014).
Tireoidite Aguda
	A tireoidite aguda é um distúrbio raro, causado pela infecção da glândula tireoide por bactérias, fungos, micobactérias ou parasitos. Tipicamente, a infecção provoca dor e edema na região anterior do pescoço, febre, disfagia e disfonia. Com frequência, verifica-se a presença de faringite e dor na faringe. O exame pode revelar calor, eritema (rubor) e hipersensibilidade da glândula tireoide. O tratamento da tireoidite aguda consiste em agentes antimicrobianos e

Continue navegando