Buscar

Ética e Legislação Profissional 4

Prévia do material em texto

42
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
Unidade IV
5
10
15
20
7 ASPECTOS JURÍDICOS DA INTERNET
7.1 Liberdade de informação na Internet, 
mensagens eletrônicas, habeas data e a 
privacidade
A liberdade de comunicação consiste num conjunto de 
direitos, formas, processos e veículos, que possibilitam 
a coordenação desembaraçada da criação, expressão 
e difusão do pensamento e da informação (Silva, 
1991).
Atualmente, vivemos um momento no qual a liberdade 
de informação pela Internet se faz mais presente e almejada, 
apesar da censura imposta por alguns países, conforme pôde ser 
constatada durante as Olimpíadas de Pequim 2008.
Paralelamente a este fato, é crescente e generalizada 
a preocupação com a invasão indiscriminada e o roubo de 
informações dos usuários da rede, que se mostra cada vez 
mais vulnerável, apesar dos altos investimentos em segurança 
efetuados pelas organizações de diferentes portes e setores.
A necessidade de comunicação e interação com os demais 
membros da sociedade, demonstrada ao longo da história 
da humanidade, impulsionou o homem a desenvolver, 
continuamente, novos meios de comunicar a sua forma de 
expressão. Conforme descrição do Prof. José Cretella Junior, “a 
necessidade da comunicação humana leva o homem a difundir 
ideias e opiniões, primeiro, de modo direto, mediante a utilização 
43
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
de recursos primários, depois, com o advento gradativo da técnica, 
por meio de todos os instrumentos adequados à transmissão da 
mensagem.”
Com a globalização, essa necessidade de comunicação vem 
impulsionando a necessidade de mais informações, que passam 
a se constituir em bens valiosos. Daí a importância cada vez 
maior das atividades de armazenamento, processamento e 
transmissão de informações, estarem apoiadas em modernos 
e complexos equipamentos e sistemas de informática e de 
telecomunicações.
Ante essa nova perspectiva, a proteção dos direitos 
fundamentais das pessoas, que aspiram pela liberdade de 
informação concomitantemente a sua privacidade, deve 
ser priorizada por meio da formulação e implementação de 
preceitos éticos e legais fundamentais para o bem comum de 
toda a sociedade, mesmo reconhecendo a disparidade entre 
a rapidez da evolução dos meios de comunicação e a do 
ordenamento jurídico. Conforme afi rma o Prof. José Afonso 
da Silva:
“Nesse sentido, a liberdade de informação compreende 
a procura, o acesso, o recebimento e a difusão de 
informações ou ideias, por qualquer meio, e sem 
dependência de censura, respondendo cada qual 
pelos abusos que cometer.”
A reiterada liberdade de informação vem sendo acompanhada 
das indesejáveis mensagens que lotam as caixas de correio 
eletrônico, mesmo quando aceitas, como um preço a ser pago 
pela evolução. Entretanto, maiores são as preocupações com os 
roubos das informações pessoais, profi ssionais e empresariais, 
provocados por hackers, e até mesmo por pessoas com as quais 
nos relacionamos regularmente, motivados por desatenções 
nossas (descuidos com senhas, por exemplo) ou mesmo por 
má-fé.
5
10
15
20
25
30
44
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
Outros aspectos relevantes que devem ser considerados, 
são aqueles relacionados à difusão e comercialização 
indevida de informações confidenciais, tais como as 
relacionadas aos dados de contas bancárias e de cartões 
de crédito, além das referentes à pedofilia e às mensagens 
que incentivam a violência e as diversas formas de 
discriminação.
O crescente acesso aos computadores e à Internet, também 
provocado pelos incentivos e ações vinculadas à inclusão 
digital de camadas cada vez maiores da população, provocou, 
simultaneamente, aumento no número de crimes praticados, 
até por quem não é considerado um especialista em utilização 
dos meios eletrônicos.
A prática do delito, incentivada pelo sentimento de 
impunidade e até mesmo pela incapacidade da maioria das 
pessoas em utilizar adequadamente os novos produtos 
e serviços, que são disponibilizados em um ritmo sem 
precedentes na história. A necessidade da memorização de 
senhas, códigos, e a complexidade de tais bens, que aparentam 
simplicidades funcionais e operacionais, são outros fatores que 
contribuem para o aumento das transgressões realizadas pelos 
inescrupulosos.
Com a apropriação, permitida ou não, dos dados pessoais, 
por parte de instituições idôneas e, em muitos casos, por aquelas 
que nem sempre são constituídas legalmente, a sociedade estava 
vulnerável sem dispor de um instrumento que lhe garantisse 
o acesso as suas informações particulares armazenadas em 
diferentes bases de dados, legais ou não.
A partir da instituição do habeas data na Constituição Federal 
de 1988, art. 5º, LXXII, foi prevista a possibilidade de impetrar 
habeas data: para assegurar o conhecimento de informações 
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou 
banco de dados de entidades governamentais ou de caráter 
5
10
15
20
25
30
45
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
público; para a retifi cação de dados, quando não se prefi rir 
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
O habeas data, de origem apontada na legislação ordinária 
dos Estados Unidos em 1974 e alterada em 1978, visava a 
possibilitar o acesso do particular às informações constantes 
de registros públicos ou particulares permitidos ao público.
Conforme conceitua o Prof. José Afonso da Silva , o 
habeas data “é um remédio constitucional que tem por 
objeto proteger a esfera íntima dos indivíduos contra: usos 
abusivos de registros de dados pessoais coletados por meios 
fraudulentos, desleais ou ilícitos; introdução nesses registros 
de dados sensíveis (assim chamados os de origem racial, 
opinião política, filosófica ou religiosa, filiação partidária e 
sindical, orientação sexual, etc.); conservação de dados falsos 
ou com fins diversos dos autorizados em lei”.
Com o remédio constitucional habeas data, objetiva-se que 
todas as pessoas possam ter acesso às informações que o Poder 
Público ou entidades de caráter público, Serviço de Proteção ao 
Crédito (SPC), por exemplo, possuam a seu respeito.
Tão importantes quanto os fundamentos jurídicos voltados 
para a garantia dos direitos individuais, são os aspectos 
culturais e educacionais que devem ser priorizados visando à 
formação de pessoas conscientes de suas responsabilidades, 
e capazes de usufruir dos inumeráveis benefícios trazidos 
pelas inovações tecnológicas, sem o prejuízo das suas 
individualidades.
7.2 Os códigos de ética e o acesso não 
autorizado
Prevenir que atacantes alcancem seus objetivos através 
do acesso não autorizado ou uso não autorizado dos 
computadores e suas redes (Howard, 1997).
5
10
15
20
25
46
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
A segurança em um Sistema de Informação (SI) visa 
a protegê-lo contra ameaças à confi dencialidade, à 
integridade e à disponibilidade das informações e dos 
recursos sob sua responsabilidade (Brinkley e Schell, 
1995).
Os computadores e os sistemas de informação são uma 
parte do ambiente que pode afetar, positiva ou negativamente, 
a segurança de milhões de pessoas que utilizam os recursos 
computacionais e de telecomunicações diariamente.
Os recentes avanços tecnológicos nessas áreas trazembenefícios incontáveis à sociedade, que passa a usufruir das 
comodidades oferecidas pela revolução digital, como a difusão 
e a disponibilização de informações globais em tempo real.
A cada dia, mais e mais pessoas se integram à rede mundial 
de computadores e passam a compartilhar textos, sons, 
imagens e vídeos pessoais e profi ssionais. As organizações, de 
todos os portes e ramos de atividade, ampliam seus negócios 
transacionando produtos e serviços em diversas partes do 
mundo e utilizando os dispositivos, equipamentos, softwares e 
demais recursos tecnológicos.
A capacidade de processamento, transporte e armazenamento 
das informações se amplia para quase todos os tipos de 
atividades. Boletins médicos, avaliações acadêmicas, condições 
meteorológicas, operações fi nanceiras, músicas e poesias fl uem 
rapidamente entre as pessoas através de cabos, e do ar. Enquanto 
isso, o aroma aguarda sua vez de fl uir por essa rede integradora, 
e também dissociadora.
Nesse mesmo cenário, outros fatores afrontam aqueles que 
fazem um bom uso dos recursos e das inovações disponibilizadas: 
a utilização de pessoas despreparadas, e de boa-fé, além dos 
referidos recursos e inovações para o exercício de atividades 
ilegais, destrutivas ou não autorizadas.
5
10
15
20
25
30
47
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
Além disso, tudo seria mais perfeito se não houvesse mais 
alguns inconvenientes, como a invasão da privacidade, a quebra da 
confi dencialidade, a violação da integridade e a indisponibilidade, 
temporária ou defi nitiva, dos recursos do sistema.
A vulnerabilidade do referido sistema, dos gestores, 
mantenedores e usuários é posta à prova a cada momento, daí 
a importância crescente de tudo aquilo que se refere, ou está 
relacionado, à segurança do sistema computacional, ou dos 
sistemas de informação.
Os sistemas de informação são formados por muitos 
componentes que podem estar situados em diversos locais, 
tornando-os mais vulneráveis a muitos riscos ou ameaças 
potenciais. Essa vulnerabilidade é maior num mundo de 
computação em rede sem fi o.
As ameaças podem ser classifi cadas em não intencionais, 
relacionadas aos erros humanos, riscos ambientais e falhas de 
sistema, e intencionais, como as referentes ao roubo ou uso 
indevido de dados, fraudes na Internet, destruição por vírus e 
ataques semelhantes, dentre outros.
Nesse cenário, uma política de segurança da informação serve 
como base ao estabelecimento de normas e procedimentos que 
garantam a segurança da informação, bem como determina as 
responsabilidades relativas à segurança dentro da empresa. Uma 
política de segurança também deve prever o que pode ou não ser 
feito na rede da instituição e o que será considerado inaceitável. 
Tudo o que descumprir a política de segurança é considerado um 
incidente de segurança. A elaboração dessa política deve ser o ponto 
de partida para o gerenciamento dos riscos associados aos sistemas 
de informação. Uma das normas mais utilizadas é a ISO 17799, que 
pode ser aplicada para empresas de qualquer tipo ou porte.
Dente os objetivos da política de segurança pode-se 
destacar: a especifi cação das ações “seguras” e aquelas “não 
5
10
15
20
25
30
48
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
seguras”; os mecanismos de segurança, que visam a prevenir, 
detectar ou recuperar-se de ataques; a prevenção, que 
visa a impedir o sucesso dos ataques; a detecção, capaz de 
determinar que um ataque esteja ocorrendo ou que já ocorreu; 
e a recuperação, complexa porque a natureza de cada ataque 
é diversa.
Neste momento, em que proliferam os ataques indiscriminados 
às pessoas ou às instituições, notadamente por meio de vírus 
ou pela violação dos direitos autorais, as atenções relativas à 
segurança e à proteção dos equipamentos e sistemas devem 
ser redobradas. O desconhecimento da legislação não exime 
de responsabilidade aqueles que, mesmo inadvertidamente, 
cometem pequenos delitos.
Observações
“Capítulo IV - DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS 
SISTEMAS INFORMATIZADOS.
Acesso não autorizado a rede de computadores, 
dispositivo de comunicação ou sistema informatizado.
Art. 285- A: Acessar, mediante violação de segurança, 
rede de computadores, dispositivo de comunicação ou 
sistema informatizado, protegidos por expressa restrição de 
acesso:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Se o agente se vale de nome falso ou 
da utilização de identidade de terceiros para a prática do 
crime, a pena é aumentada de sexta parte.
SUBSTITUTIVO (ao PLS 76/2000, PLS 137/2000 e PLC 
89/2003).
5
10
49
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal), o Decreto-Lei nº 1.001, de 21 de 
outubro de 1969 (Código Penal Militar), a Lei nº 7.716, de 
5 de janeiro de 1989, e a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 
1990, e a Lei nº 10.446, de 8 de maio de 2002, para tipifi car 
condutas realizadas mediante uso de sistema eletrônico, 
digital ou similares, de rede de computadores, ou que sejam 
praticadas contra dispositivos de comunicação ou sistemas 
informatizados e similares, e dá outras providências.”
8 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
8.1 Higiene do trabalho
Um ambiente de trabalho pode ser caracterizado por suas 
condições físicas e materiais, além das psicológicas e sociais que 
afetam, direta ou indiretamente, os trabalhadores. Em muitas 
organizações, essas condições nem sempre são estabelecidas de 
acordo com critérios e especifi cações adequadas, provocando 
danos à saúde física e mental de todos aqueles envolvidos com 
a atividade produtiva, inclusive comprometendo a qualidade de 
suas vidas.
As condições ambientais, formadas pelas ações das pessoas 
e por um conjunto de elementos formados pelas edifi cações, 
equipamentos, condições de iluminação, temperatura, qualidade 
do ar, e a limpeza, por exemplo, nem sempre são das mais 
favoráveis para o desempenho das atividades profi ssionais.
Mesmo com todos os avanços tecnológicos, científi cos, e de 
gestão de projetos, processos e de pessoas, os seres humanos 
são expostos ao risco de sofrer lesões ou de contrair doenças em 
seus ambientes de trabalho.
Nesse cenário, deve ser implantada a higiene de trabalho, 
compreendida, segundo Chiavenato (2004), como o “conjunto 
5
10
15
50
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
de normas e procedimentos voltado para a integridade física 
e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde 
inerentes às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são 
executadas”, e que relaciona-se como diagnóstico e prevenção 
das doenças ocupacionais.
A higiene do trabalho corresponde a uma parte da medicina 
restrita às medidas preventivas, com a aplicação de sistemas e 
princípios que a medicina estabelece para proteger o trabalhador 
prevendo perigos e eliminando ou reduzindo os agentes nocivos 
que possam afetar a saúde daqueles que desempenham qualquer 
tipo de atividade profi ssional.
Dentre os objetivos da higiene do trabalho, podem ser 
destacados os relativos à manutenção da saúde, a eliminação das 
causas das doenças profi ssionais, a prevenção do agravamento 
de doenças e lesões, além do aumento da produtividade, pelo 
controle do ambiente do trabalho.
Fundamentado nos aspectos legais e nas implicações 
sociais, um programa de higiene no trabalho deve envolver, 
além do ambiente físico,aqueles referentes ao ambiente 
psicológico, à aplicação de princípios de ergonomia e à saúde 
ocupacional.
No tocante ao ambiente psicológico, é importante destacar 
a identifi cação e a consequente eliminação ou redução 
de possíveis fontes de estresse, que infl uenciam e afetam 
diretamente os relacionamentos pessoais e o desempenho das 
atividades profi ssionais.
O estresse consiste na soma das perturbações orgânicas 
e psíquicas provocadas por diversos agentes agressores, 
como: traumas, emoções fortes, fadiga, exposição a situações 
confl itantes e problemáticas, etc. Sua ocorrência advém quando 
alguém é confrontado com uma oportunidade, restrição ou 
demanda relacionada com o que ele deseja.
5
10
15
20
25
30
51
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
A sobrecarga de atividades, os prazos cada vez mais curtos 
para o desempenho das tarefas, o tempo despendido no 
trânsito, a falta de conforto nas conduções, são mais fatores que 
acarretam em consequências danosas, que incluem a depressão, 
a ansiedade, a angústia, o nervosismo, as dores de cabeça e os 
acidentes.
Quanto à aplicação pela organização dos princípios de 
ergonomia, relacionados ao mobiliário e às instalações ajustadas 
ao tamanho das pessoas, aos equipamentos e ferramentas 
adequados às características humanas, capazes de reduzir a 
necessidade de esforço físico, esta é comumente negligenciada 
pelos próprios profi ssionais. A pressa, a falta de atenção, ou 
mesmo o despreparo para a função e o descuido na utilização de 
equipamentos e utensílios, são responsáveis por sérios problemas 
físicos e mentais, de ordem temporária ou permanente àqueles 
que realizam suas tarefas laborais.
A saúde ocupacional está relacionada com a assistência 
médica preventiva, no programa de higiene do trabalho. Instituído 
pela Lei 24/94, o Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO) exige o exame médico pré-admissional, 
o exame médico periódico, o retorno ao trabalho (no caso do 
afastamento superior a 30 dias), o de mudança efetiva de função, 
antes da transferência, e o exame médico demissional, nos 15 
dias que antecedem o desligamento defi nitivo do funcionário.
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, além 
de envolver os exames médicos estabelecidos por lei, promove 
palestras de medicina preventiva e elabora mapas de riscos 
ambientais, objetivando a qualidade de vida dos funcionários e 
o incremento da produtividade na organização.
A consequência de sua não implantação por parte das 
empresas, implica no aumento do número de afastamentos por 
doenças, nas indenizações, nos custos de seguro, e na redução 
da produtividade e da qualidade do trabalho.
5
10
15
20
25
30
52
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
Os programas de higiene e segurança do trabalho estão 
recebendo atualmente muita atenção por parte de empresas e, 
quando implementados, devem ser monitorados em termos de 
custo/benefícios, e serem julgados por critérios como, melhoria 
de desempenho no cargo, redução dos afastamentos por 
acidentes ou por doenças e redução de ações disciplinares.
8.2 Segurança do trabalho
O ambiente do trabalho é o conjunto de condições 
existentes no local de trabalho relativo à qualidade 
de vida do trabalhador (art.7º, XXXIII e art. 200º da 
Constituição Federal de 1988).
Atualmente, milhões de trabalhadores se acidentam, 
adquirem doenças profi ssionais e perdem suas vidas no ambiente 
do trabalho.
De acordo com estudos nacionais e internacionais, os 
acidentes e as doenças são decorrentes da falta de planejamento 
e compromisso com a questão do descumprimento da legislação, 
da utilização de equipamentos e ferramentas inadequadas, dos 
riscos e condições ambientais inapropriadas para as atividades 
laborais.
As consequências desses acidentes e doenças são danosas 
para ambas as partes, para os empregadores e para os 
empregados. Para os primeiros, em função da elevação de seus 
custos operacionais, comprometendo seus lucros e sua imagem 
empresarial. Atingidos pelos danos materiais, físicos e mentais, 
os empregados sofrem também outras consequências como a 
marginalização e o desemprego.
Para viabilizar sua sustentabilidade no competitivo ambiente 
globalizado, diversas empresas viram-se compelidas a adotar 
medidas de segurança capazes de proteger os trabalhadores de 
acidentes diversos, por meio de programas de prevenção, e do 
emprego de equipamentos e dispositivos de segurança. Esta atitude 
5
10
15
20
25
30
53
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
é fundamentada nos preceitos legais, e também na conscientização 
da importância da preservação da saúde humana no desempenho 
das atividades produtivas, com refl exos positivos nos resultados 
econômicos e sociais dos empreendimentos organizacionais.
A segurança do trabalho, pautada a partir dos conceitos 
referentes aos acidentes e aos ambientes ocupacionais, pode ser 
entendida como o conjunto de medidas que são adotadas visando 
a minimizar os acidentes de trabalho, as doenças ocupacionais, 
bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho 
do trabalhador. No Brasil, a Legislação de segurança do trabalho 
compõe-se de Normas Regulamentadoras, as NRs, que são de 
observância obrigatória por todas as organizações que possuam 
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Segundo defi nição do Dicionário Houaiss, um acidente consiste 
em “qualquer lesão corporal, perturbação funcional ou doença 
que, ocorrendo no exercício do trabalho ou em consequência dele, 
determine a morte do empregado ou a perda, total ou parcial, 
permanente ou temporária, de sua capacidade para o trabalho”. 
O Decreto nº 611/92, art. 139, de 21 de julho de 1992, defi ne 
que um acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício 
do trabalho a serviço da empresa, ou ainda, pelo exercício do 
trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou 
perturbação funcional e podendo causar morte, perda ou redução, 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
São equiparados aos acidentes de trabalho, aqueles que 
acontecem quando o trabalhador está prestando serviços por 
ordem da empresa fora do local de trabalho, quando estiver 
em viagem a serviço da empresa, ou quando o acidente ocorrer 
durante o trajeto entre a residência e o trabalho, ou vice-versa. 
Também são equiparadas as doenças profi ssionais provocadas 
pelas condições e tipos de trabalhos executados.
Existem duas causas básicas de acidentes no local de 
trabalho: a decorrente de um ato inseguro, praticado por alguém 
5
10
15
20
25
30
54
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
que ignora conscientemente as normas de segurança, e aquela 
referente à condição insegura do ambiente de trabalho, que 
oferece perigo ou risco ao trabalhador. Por ambiente de trabalho 
podemos entender o conjunto de fatores físicos, climáticos, ou 
qualquer outro que, interligado ou não, está presente e envolve 
o local de trabalho da pessoa.
As consequências dos acidentes do trabalho podem ser 
diversas, provocando afastamentos temporários ou defi nitivos, 
de acordo com a seguinte classifi cação:
• acidentes sem afastamento: após o qual o empregado 
continua trabalhando sem qualquer sequela ou prejuízo 
considerável;
• acidentes com afastamento: que provocam o afastamento 
do empregado do trabalho por:
- incapacidade temporária, quandoas sequelas se 
prolongam por menos de um ano;
- incapacidade parcial permanente, quando as sequelas 
são parciais e se prolongam por mais de um ano;
- incapacidade permanente total da capacidade de trabalho;
- ocorrência de morte.
Os atos e condições inseguras podem ser reduzidos ou 
eliminados, por meio de um programa de prevenção de acidentes 
que contemple o mapeamento das áreas de risco, ou seja, uma 
avaliação constante e permanente das condições ambientais 
que podem provocar acidentes dentro da empresa.
Além disso, outras ações como a análise detalhada dos 
acidentes, por meio dos relatórios envolvendo as ocorrências 
dos danos materiais e consequências aos trabalhadores, visando 
5
10
15
20
25
55
ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
a descobrir causas e prevenir novos e futuros acidentes; o apoio 
irrestrito da alta administração, que transmite confi abilidade 
ao programa; o treinamento de segurança, principalmente para 
os novos empregados, promovendo a instrução em práticas e 
procedimentos para evitar potenciais riscos; a comunicação 
interna, difundindo intensivamente as regras e normas de 
procedimentos e condutas, são de extrema importância para 
manter o ambiente de trabalho seguro.
Cabe destacar ainda, a importante contribuição prestada 
pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), na 
elaboração, implantação e manutenção de programas de 
prevenção de acidentes, conforme atribuições regulamentadas 
pelo Ministério do Trabalho.
Referências bibliográfi cas
ALONSO,F.R.; CASTRUCCI,P. de L.;LÓPEZ, F.G. Curso de ética em 
administração. São Paulo: Atlas, 2006.
ARISTÓTELES. Ética a Nicomaco. São Paulo: Martin Claret, 2002.
ARMSTRONG G.; KOTLER P. Princípios de marketing. Rio de 
Janeiro: Prentice Hall, 1988.
ASHLEY, P.A.(Coordenação). Ética e responsabilidade social nos 
negócios. São Paulo: Saraiva, 2002.
BRASIL. Constituição Federal de 1988 (Incisos extraídos). 
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Constituicao/Constituiçao.htm>.
BRINKLEY, D. L.; SCHELL, R. R. Concepts and terminology for 
computer security. In: ABRAMS, M. D.; JAJODIA, S.; PODELL, H. 
J. (Ed.). Information security: an integrated collection of essays. 
Los Alamitos, CA: IEEE Computer Society Press, jan. 1995. p. 
40-97.
A CIPA (Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes) é uma 
imposição legal da CLT (Consolidação das 
Leis do Trabalho). Cabe à CIPA apontar 
os atos inseguros dos trabalhadores e 
as condições de segurança existentes 
na organização. Ela deve fi scalizar o que 
já existe, enquanto os especialistas em 
recursos humanos apontam soluções.
5
10
56
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
ul
ia
na
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
21
/0
8/
09
CAMPOS, N.R.P.R.de. Noções essenciais de direito. 3. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2006.
CESCA, C.G.G.; CESCA, W. Estratégias empresariais diante do 
novo consumidor: relações públicas e aspectos jurídicos. São 
Paulo: Summus, 2000.
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos 
humanos nas organizações. 5. ed. São Paulo: Elsevier, 2004.
CRETELLA JR. J. Curso de liberdades públicas. 1. ed. Rio de 
Janeiro: Ed. Forense, 1986.
HOWARD, J. D. An analysis of security incidents on the 
internet: 1989-1995. Tese de Doutorado – Carnegie Mellon 
University, Pittsburgh, Pennsylvania, EUA, 1997.
LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico da fi losofi a. São 
Paulo: Martins Fontes, 1993.
LINTON, R. O homem: uma Introdução à antropologia. Tradução 
de Lavínia Vilela. 8. ed. São Paulo: Martins, 1971.
MARQUES, C. O contrato de trabalho e a discriminação estética. 
São Paulo: LTr, 2002.
MAXIMINIANO, A. C. A. Fundamentos de administração. São 
Paulo: Atlas, 2004.
PAUPÉRIO, A.M. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro, Forense, 2003.
SÁ, A.L.de. Ética profi ssional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
SROUR, R.H. Ética empresarial. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
______________Poder, cultura e ética nas organizações. Rio 
de Janeiro: Campus, 1998.
SILVA, J.A.da. Curso de direito constitucional positivo. 19. ed. 
São Paulo: Malheiros Editores, 2001.

Continue navegando