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CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 1 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br EXTRA 3 – Interpretação Constitucional: Interpretação Constitucional: Interpretação constitucional é o processo de se descobrir o verdadeiro teor da norma constitucional. É um tema que sempre foi alvo de muitas discussões e posicionamentos. A teoria que iremos expor pode parecer um pouco complexa, mas eu afirmo: É MUITO SIMPLES DE ENTENDER E FIXAR! Basta ler atentamente cada um dos conceitos que iremos expor e resolver as dezenas de questões comentadas que colocaremos em seguida. Tenho certeza que nunca mais esquecerão essa matéria! Vamos lá então. Antes de qualquer coisa, temos que saber que, em regra, é o Poder Judiciário que interpreta a Constituição. Não apenas o STF, mas qualquer juiz pode interpretar a Constituição. Não se pode falar, porém, que essa atividade é exclusiva do Judiciário, já que existem exceções como, por exemplo, a chamada interpretação autêntica (que veremos à frente) que é proferida pelo Poder Legislativo, editando as chamadas "leis interpretativas". Para se interpretar a Constituição, fazemos uso de 2 instrumentos, os princípios de interpretação e os métodos de interpretação. Os princípios são aqueles direcionamentos iniciais, pontos de partida. São pressupostos, que devem ser observados para posteriormente usar os métodos. Os princípios devem ser observados em conjunto. Os métodos, por sua vez, são a forma como se irá promover a interpretação. Os métodos também podem ser empregados conjuntamente. As questões de prova cobram basicamente a literalidade dos conceitos, que são com muita propriedade expostos pelo professor Canotilho. Baseados neste autor, e em outras doutrinas, podemos coligir os princípios e os métodos da forma que faremos a seguir. São princípios de interpretação constitucional: a) Princípio da unidade da Constituição: Este princípio é a base da qual deriva a maioria dos demais. Segundo ele, as normas constitucionais formam um corpo único, indivisível para fins de interpretação. Uma norma só faz sentido se entendida dentro de todo o contexto do sistema constitucional. Assim, ao interpretar a Constituição, o hermeneuta deve buscar dissipar quaisquer contradições ou antinomias aparentes, já que formando este corpo único, não há o que se falar em normas contraditórias, devendo-se analisá-las em conjunto e buscar o verdadeiro fim pensado. Assim, CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 2 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br podemos organizar as consequências deste princípio do seguinte modo: • Não podemos vislumbrar em uma Constituição formal a hierarquia entre as normas (seja parte permanente ou dos ADCT, sejam normas originárias ou derivadas, tudo é uma coisa só); • Não existem normas constitucionais originárias inconstitucionais; • Não existem contradições entre os dispositivos constitucionais. Pode haver apenas uma "aparência" de contradição. b) Princípio da concordância prática ou da harmonização: Sem que se negue o princípio da unidade da Constituição, ao se usar o princípio da harmonização, deverá o intérprete ponderar os valores dos princípios e normas de modo a otimizar o resultado da interpretação. Assim, um princípio pode limitar ou condicionar outro, não o nega totalmente, mas, ocorre uma verdadeira “harmonização” entre eles, para que se decida qual irá prevalecer no caso concreto. c) Princípio da correição funcional (ou conformidade funcional): Embora o intérprete tenha certa liberdade ao buscar o sentido das normas, ele de forma alguma, segundo este princípio, poderá chegar a um resultado que perturbe a repartição de competências que a Constituição estabeleceu em sua estrutura. d) Princípio da eficácia integradora: Orientado por este princípio, o intérprete deverá, ao se deparar com problemas jurídico- constitucionais, ponderar as normas e estabelecer a interpretação mais favorável a uma integração política, social ou que reforce a unidade política. e) Princípio da força normativa da Constituição: Segundo este princípio, não se pode ignorar a eficácia das normas constitucionais, se elas estão positivadas existe um motivo para tal, assim o intérprete deverá adotar interpretação que garanta maior eficácia e permanência destas normas. f) Princípio da máxima efetividade: Este princípio é considerado por muitos um subprincípio do anterior. Ele orienta o intérprete a fazer uma interpretação, notadamente dos direitos fundamentais, de forma a conferir uma maior eficácia a estas normas, torná-las mais densas e fortalecidas. g) Princípio da interpretação conforme a Constituição e da presunção de constitucionalidade das leis: É um princípio usado tanto para interpretação constitucional quanto no controle de constitucionalidade. Por este princípio, o intérprete deve presumir que a lei é constitucional e quando restar dúvida em relação ao CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 3 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br significado da norma, escolherá aquele que a tornará constitucional, declarando-se inconstitucional que se tome interpretação diversa. Assim, este princípio traz as seguintes decorrências: • Não se declara inconstitucional uma norma a qual possa ser atribuída uma interpretação constitucional (princípio da conservação das normas); • A constituição sempre deve prevalecer - Sempre se interpretam as leis conforme a Constituição, nunca se interpreta a Constituição conforme as leis (Princípio da prevalência da Constituição). • Somente é aplicável a normas que admitirem interpretações diversas, não pode ser aplicável a normas que contenham sentido unívoco, já que o intérprete deve analisar a finalidade do legislador, não podendo dar à lei uma interpretação que subverta o seu sentido (Princípio da vedação da interpretação conforme a Constituição mas contra legem). h) Princípio da proporcionalidade e da razoabilidade: Ambos são empregados, principalmente, de forma suplementar ao princípio da concordância prática ou harmonização, de forma que, ao se ponderar os valores (notadamente os direitos fundamentais) se tenha uma ação que busque o melhor resultado possível, e que os benefícios da ponderação sejam efetivamente superiores aos malefícios causados. Tais princípios são muitas vezes tratados como sinônimos, mas já existe bastante material doutrinário pregando a diferenciação entre os termos. Assim, a razoabilidade seria um princípio mais subjetivo, abstrato, que refere-se ao "senso comum", a vedação ao excesso, e teria sua origem no direito anglo-saxão1. Já o princípio da proporcionalidade, de origem germânica, seria mais racional, objetivo e informado por 3 sub-princípios que sugerem uma lógica no seu exercício: 1. Adequação (ou pertinência) - a medida imposta tem que ser uma medida adequada para se conseguir a finalidade esperada. 2. Necessidade - analisa-se se realmente a medida é necessária, se não existe outra solução menos gravosa. 3. Proporcionalidade em sentido estrito – seria a efetiva ponderação entre os benefícios e malefícios que serão causados com o ato. 1 GUERRA FILHO, Willis Santiago. O Princípio da proporcionalidade em direito constitucional e em direito privado no Brasil. Mundo Jurídico, mai. 2003. Disponível em: <http://www.mundojuridico.adv.br/cgi-bin/upload/texto347.rtf>. Acesso em: 02 Março de 2010. CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 4 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.brÉ importante frisar que tais princípios não foram positivados expressamente na Constituição, mas costuma-se elencá-los como implícitos no art. 5º LIV que dispõe sobre o “devido processo legal”. São métodos de interpretação da Constituição: a) Método Jurídico (ou método hermenêutico clássico): Proposto por Ernest Forsthoff. Por este método temos a premissa de que "a Constituição é uma lei". Se a Constituição é uma lei, usam-se os métodos clássicos de interpretação de leis propostos por Savigny para interpretar as normas constitucionais. Destacamos: � Interpretação autêntica – Ocorre quando o próprio órgão que editou a norma edita uma outra norma, com o fim de esclarecer pontos duvidosos e que, sendo meramente interpretativa, poderá ter eficácia retroativa já que não cria nem extingue direitos; � Interpretação teleológica – Interpreta-se a norma tentando buscar a finalidade para qual foi criada; � Interpretação gramatical ou literal – Usa-se o a literalidade da lei; � Interpretação histórica – Busca-se os precedentes históricos para tentar alcançar a interpretação a ser dada à norma; � Interpretação sistemática – Tenta-se harmonizar as normas dando uma unidade ao ordenamento jurídico; A maior crítica a este método é que Savigny ao estabelecer a sua teoria, estava pensando no Direito Privado. A Constituição é dotada de uma complexidade de normas que torna o tal método insuficiente. b) Método tópico-problemático: Tendo um problema concreto nas mãos, os intérpretes debatem abertamente tentando adequar a norma a este problema, daí diz-se que há uma “primazia do problema sobre a norma”. c) Método hermenêutico-concretizador: É o contrario do anterior. Aqui parte-se da pré-compreensão da norma abstrata e tenta-se imaginar a situação concreta. Agora temos a “primazia da norma sobre o problema”. d) Método científico-espiritual: Analisa-se os valores sociais, integrando o texto constitucional com a realidade a qual a sociedade está vivendo. e) Método normativo-estruturante: Analisa-se a norma tentado analisar a sua função como estruturadora do Estado. Assim, o intérprete deve observar em suas mãos dois elementos: 1- A norma constitucional, em si. CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 5 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br 2- Os elementos de concretização desta norma na sociedade, em todos os níveis. Ou seja, como a norma está sendo aplicada na sociedade, como está ocorrendo a atividade jurisdicional e administrativa em cima do texto, e etc. Correntes interpretativistas e não-interpretativistas: (Assunto que tem sido cobrado apenas pelo CESPE) Essas correntes debatem sobre a liberdade de atuação dos juízes ao se interpretar as normas constitucionais, debate este muito forte nos Estados Unidos. a) Corrente interpretativista: Canotilho ensina que a corrente interpretativista considera que os juízes devem se limitar a captar o sentido dos preceitos expressos na Constituição, ou que pelo menos, estejam claramente implícitos. Ou seja, embora o nome possa induzir o contrário, nesta corrente a atividade do juiz é bem restrita, limitada. Não estamos querendo dizer que se confundirá com o “literailismo”, mas que deve ser comedido ao usar conceitos implícitos no texto constitucional e seus valores substantivos. b) Não-interpretativismo: Diferentemente dos interpretativistas, os não-interpretativistas defendem uma maior autonomia do juiz ao se interpretar a norma, prevendo uma possibilidade e até mesmo a necessidade de que os juízes apliquem “valores e princípios substantivos”. Assim, importa mais os valores, como a igualdade, a justiça e a liberdade demandados pela sociedade, do que a estrita vontade do legislador. • Questões da FCC: 1. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG /2007) No entendimento de doutrinadores, NÃO é considerado, dentre outros, como princípio e regra interpretativa das normas constitucionais, a) a unidade da constituição -interpretação de maneira a evitar contradições entre as normas constitucionais. b) o efeito integrador -primazia aos critérios favorecedores da integração política e social. c) a concordância prática ou a harmonização -coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito. CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 6 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br d) a força normativa da constituição -adoção de interpretação que garanta maior eficácia e permanência das normas constitucionais. e) a adoção da contradição dos princípios -os preceitos exigem uma interpretação explícita, excluindo-se a implícita. Comentários: Letra A - Correto. Vimos que por este princípio a constituição se manifesta em um corpo único. Sendo um corpo único, não existe possibilidade de contradição de normas. Assim, segundo este princípio, a Constituição deve ser interpretada buscando a dissipação das aparentes antinomias e contradições. Importante é dizer que pelo princípio da unidade da Constituição, não há qualquer hierarquia entre normas presentes no corpo da Lei Maior, já que ela se manifesta como única. Letra B - Correto. Segundo a doutrina, o efeito integrador pressupõe a busca pelo sentido que fortaleça a unidade política e a integração social do país. Letra C - Correto. Por este princípio, mesmo que, num caso concreto, se verifique a colisão entre princípios constitucionais, um princípio não invalida o outro, já que podem e devem ser aplicados na medida do possível e com diferentes graus de efetivação. Assim, interpreta- se de forma a evitar o sacrifício total de uns em relação a outros, eles são harmonizados. Letra D - Correto. O princípio da força normativa da constituição foi defendido por Konrad Hesse. Segundo este princípio, a constituição tem a sua força impositiva e deve ser aplicada efetivamente e não ser ignorada pelos aplicadores. Letra E - Errado. A doutrina não faz qualquer menção a um princípio chamada "contradição dos princípios" até por que, princípios não podem entrar em contradição. Quando se fala de princípios, não se fala em exclusão ou contradição, já que eles podem ser ponderados no caso concreto e assim ser concretizados em graus diferentes. Isto faz com que os chamem de "mandados de otimização". Quando estamos diante de regras constitucionais, ou seja, normas que estabelecem uma conduta específica sem margem para abstrações, pode acontecer de uma excluir a outra, pois não existe cumprimento parcial de regras, ou são cumpridas integralmente ou não são cumpridas. Gabarito: Letra E. 2. (FCC/AJAJ - TRE-AM/2010) Com relação aos princípios interpretativos das normas constitucionais, aquele segundo o qual a interpretação deve ser realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas é denominado de: CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 7 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br a) conformidade funcional. b) máxima efetividade. c) unidade da constituição. d) harmonização. e) força normativa da constituição. Comentários: Letra A - Errado. Este seria o princípio segundo o qual o intérprete não poderá chegar a um resultado que perturbe a repartição de competências que a Constituição estabeleceu em sua estrutura. Letra B - Errado. Este seria o princípio que orienta o intérprete a fazer uma interpretação de forma a conferir uma maior eficácia às normas constitucionais, torná-las mais densas e fortalecidas. Letra C - Correto. Se a constituição é una, não pode haver contradições em seu texto, devendo as normas serem interpretadas em conjunto. Letra D - Errado. Este seriao princípio que orienta o intérprete a ponderar, diante de um caso concreto, dois ou mais princípios constitucionais, para decidir qual irá prevalecer para aquele caso. Letra E - Errado. Este seria o princípio que orienta o intérprete a adotar uma interpretação que garanta maior eficácia e permanência das normas constitucionais, para evitar que se tornem uma “letra morta”. Gabarito: Letra C. 3. (FCC/Defensor Público - DPE-SP/2010) Após grave crise energética, o Governo aprova lei que disciplina o racionamento de energia elétrica, estabelecendo metas de consumo e sanções pelo descumprimento, que podem culminar, inclusive, na suspensão do fornecimento. Questionado judicialmente, se vê o Supremo Tribunal Federal - STF com a missão de resolver a questão, tendo, de um lado, a possibilidade de interrupções no suprimento de energia elétrica, se não houver economia, e, de outro, as restrições a serviço público de primeira necessidade, restrição que atinge a igualdade, porque baseada em dados de consumo pretérito, bem como limitações à livre iniciativa, ao direito ao trabalho, à vida digna etc. O controle judicial neste caso envolve a) a apreciação de colisão de direitos fundamentais, que, em sua maior parte, assumem a estrutura normativa de “regras”, o que implica anulação de uns em detrimento de outros. b) a aplicação da regra da proporcionalidade, que, segundo a jurisprudência constitucional alemã, tem estrutura racionalmente CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 8 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br definida – análise da adequação, da necessidade e da proporcionalidade em sentido estrito. c) a utilização do princípio da razoabilidade, já consagrado no Brasil, e que determina tratar os direitos colidentes como “mandamentos de otimização”. d) a eliminação da falsa dicotomia entre direitos constitucionais, já que a melhor solução é a que os harmoniza, sem retirar eficácia e aplicabilidade de nenhum deles. e) juízo de constitucionalidade clássico, pois nem emenda à Constituição pode tender a abolir direitos fundamentais. Comentários: A questão apresenta um caso concreto, onde o intérprete (STF) tem nas mãos a missão de ponderar valores e decidir sobre a necessidade do governo em forçar uma economia energética e o direito da população de fazer uso da sua energia de forma livre. A questão trata então da averiguação da proporcionalidade da medida, onde deverá ser observado os seguintes critérios (sub- princípios da proporcionalidade): a) A adequação da medida imposta, se ela realmente está apta a conseguir a finalidade esperada. b) A necessidade da medida, para averiguar se não existe outra solução menos gravosa. c) A proporcionalidade em sentido estrito, onde irá se ponderar os benefícios e malefícios que serão causados com o ato. Desta forma, o gabarito seria a letra B. Vamos comentar as demais assertivas: Letra A - Errado. Os direitos fundamentais são essencialmente "princípios" e não "regras". Regras são relatos objetivos que não admitem cumprimento parcial. Já os princípios são mandados de otimização, onde poderá ser alcançado um cumprimento parcial em busca de um resultado ótimo. Letra C - Errado. Razoabilidade não significa tratar os direitos colidentes como “mandamentos de otimização”, mas sim usar o bom senso na hora de aplicar uma medida, ou seja, não aplicar medidas que extrapolem do que seria adequado ao fato, segundo o senso comum. Letra D - Errado. Realmente terá que se resolver a falsa dicotomia ("aparente contradição) entre direitos constitucionais, porém, o caso concreto e o intérprete é que definirá, baseado nos princípios interpretativos qual a melhor solução, podendo haver sacrifício da eficácia e aplicabilidade de um em razão do outro. Lembrando que CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 9 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br este sacrifício nunca poderá ser total devido à proteção do núcleo essencial. Letra E - Errado. Nem precisa comentar essa, né?! Gabarito: Letra B. 4. (FCC/AFRE-PB/2006 - Adaptada) O método de interpretação das normas constitucionais segundo o qual se procura identificar a finalidade da norma, levando-se em consideração o seu fundamento racional, é o método teleológico (Certo/Errado). Comentários: Entre os métodos de interpretação das normas constitucionais, temos o método jurídico ou hermenêutico clássico. Segundo este método, deve-se usar as formas propostas por Savigny para interpretar leis. Entre estas formas, temos a interpretação teleológica que busca a finalidade para qual a norma foi criada. Gabarito: Correto. 5. (FCC/PGE-PE/2004 - Adaptada) Em ocorrendo colisão de direitos fundamentais consagrados por normas constitucionais de eficácia plena, não sujeitos, portanto, a restrições legais, o intérprete constitucional poderá adotar, para solução de caso concreto, o princípio da interpretação conforme a Constituição (Certo/Errado). Comentários: O correto seria o princípio da concordância prática, harmonização ou ponderação de interesses (esses nomes são sinônimos). Gabarito: Errado. 6. (FCC/Auditor - TCE-SP/2008 - Adaptada) Por força da Emenda Constitucional no 52, de 8 de março de 2006, foi dada nova redação ao § 1o do artigo 17 da Constituição da República, estabelecendo-se inexistir obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas dos partidos políticos em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. Referido dispositivo foi objeto de impugnação por meio de ação direta de inconstitucionalidade, ao final julgada procedente, pelo Supremo Tribunal Federal, para o fim de declarar que a alteração promovida pela referida emenda constitucional somente fosse aplicada após decorrido um ano da data de sua vigência (ADI 3685-DF, Rel. Min. Ellen Gracie, publ. DJU de 10 ago. 2006). Na hipótese relatada, o Supremo Tribunal Federal procedeu à interpretação, conforme a Constituição, sem redução de texto normativo (Certo/Errado). CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 10 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br Comentários: A interpretação conforme a Constituição, ou simplesmente "interpretação conforme" é uma maneira de salvar uma lei aparentemente inconstitucional. Ou seja, fixa-se um interpretação à norma para que o sentido esteja de acordo com o texto constitucional, e impede-se também que a norma seja aplicada de uma forma inconstitucional. Foi isso que aconteceu no caso em tela, fixou-se a interpretação de que se devia esperar um ano para ser aplicável, para que a lei se adequasse ao art. 16 da Constituição. Gabarito: Correto. 7. (FCC/AFRE-PB/2006) O método de interpretação das normas constitucionais segundo o qual se procura identificar a finalidade da norma, levando-se em consideração o seu fundamento racional, é o método: a) literal. b) gramatical. c) histórico. d) sistemático. e) teleológico. Comentários: Questão direta. Identificar a finalidade da norma é fazer uso da interpretação teleológica. Gabarito: Letra E. 8. (FCC/PGE-PE/2004) Em ocorrendo colisão de direitos fundamentais consagrados por normas constitucionais de eficácia plena, não sujeitos, portanto, a restrições legais, o intérprete constitucional poderá adotar, para solução de caso concreto, o princípio da a) ponderação de interesses. b) interpretação adequadora. c) congruência. d) relativização dos direitos fundamentais. e) interpretação conforme a Constituição. Comentários: Ponderação de interesses, ponderação de valores, concordância prática,harmonização... Tudo isso é sinônimo para uma mesma CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 11 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br coisa: colocar em uma balança dois princípios colidentes no caso concreto e decidir qual irá prevalecer! Gabarito: Letra A. • Questões do CESPE: 9. (CESPE/Assessor-TCE-RN/2009) O princípio da razoabilidade-proporcionalidade permite ao Poder Judiciário invalidar atos legislativos ou administrativos quando, entre outras situações, a medida adotada não for exigível ou necessária, havendo meio alternativo menos gravoso para se chegar ao mesmo resultado, o que se convencionou denominar necessidade ou vedação do excesso. Comentários: A distinção entre "proporcionalidade" e "razoabilidade" ainda não é pacífica. Neste concurso, o CESPE seguiu a linha doutrinária de tratá- los como um princípio único - "princípio da razoabilidade- proporcionalidade". A assertiva está correta, já que, em que pese as diferenças doutrinárias, tais princípios tem em comum o fato de prezar pela justiça, bom senso, repúdio aos excessos. Gabarito: Correto. 10. (CESPE/Anatel/2009) O princípio da proporcionalidade acha- se vocacionado a inibir e a neutralizar os abusos do poder público no exercício de suas funções, qualificando-se como parâmetro de aferição da própria constitucionalidade material dos atos estatais. Comentários: É isso aí... dispensa maiores comentários. Gabarito: Correto. 11. (CESPE/ANATEL/2009) O princípio da unidade da Constituição considera essa Carta em sua totalidade, buscando harmonizá-la para uma visão de normas não isoladas, mas como preceitos integrados em um sistema unitário de regras e princípios. Comentários: Por tal princípio, não há contradições no texto constitucional, já que ele forma um corpo único, assim, o que ocorre são apenas CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 12 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br "aparentes" contradições, que devem ser dissipadas pelo intérprete ao analisar o texto em conjunto. Gabarito: Correto. 12. (CESPE/TRT-17ª/2009) Segundo o princípio da unidade da constituição, cada país só pode ter uma constituição em vigor, de modo que a aprovação de nova constituição implica a automática revogação da anterior. Comentários: O princípio da unidade da Constituição, a Constituição deve ser entendida como uma norma única, não existindo assim contradições em seu texto. Assim, não há nenhuma relação com o descrito no enunciado. Gabarito: Errado. 13. (CESPE/ANATEL/2009) O princípio da máxima efetividade visa interpretar a CF no sentido de atribuir à norma constitucional a maior efetividade possível, ou seja, deve-se atribuir a uma norma constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia. Comentários: O princípio da máxima efetividade deriva do princípio da força normativa da Constituição, considerado por alguns até mesmo como um sub-princípio. Este princípio orienta o intérprete a tornar a norma constitucional mais densa, alcançando ao máximo sua efetiva aplicação. Gabarito: Correto. 14. (CESPE/TRE-MA/2009) De acordo com o princípio interpretativo da máxima efetividade ou da eficiência das normas constitucionais, devem ter prioridade, quando da resolução de problemas jurídico-constitucionais, critérios que favoreçam a integração política e social. Comentários: Este seria o princípio do efeito integrador. O princípio da máxima efetividade visa interpretar a CF no sentido de atribuir à norma constitucional a maior efetividade possível, ou seja, deve-se atribuir a uma norma constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia. Gabarito: Errado. CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 13 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br 15. (CESPE/TRT-17ª/2009) O princípio do efeito integrador estabelece que, havendo lacuna na CF, o juiz deve recorrer a outras normas do ordenamento jurídico para integrar o vácuo normativo. Comentários: Isso que está descrito no enunciado é o uso da técnica da integração e não interpretação. Integração constitucional (técnica usada para preencher as lacunas deixadas pela norma constitucional, notadamente através de leis) é diferente de interpretação constitucional (técnica usada para extrair o verdadeiro significado da norma). Usar o princípio de interpretação do efeito integrador é interpretar a norma de modo que favoreça a integração política e social e reforce a unidade política, logo não tem correlação alguma com "integração constitucional" (uso de leis para preencher lacunas da constituição). Gabarito: Errado. 16. (CESPE/TRT-17ª/2009) O princípio da conformidade funcional visa impedir, na concretização da CF, a alteração da repartição das funções constitucionalmente estabelecidas. Comentários: O princípio da conformidade ou correição funcional está estritamente ligado à repartição das competências feita pela Constituição. Assim, a sua observância impede que haja uma deturpação do que foi constitucionalmente estabelecido. Gabarito: Correto. 17. (CESGRANRIO/Profissional Básico - Direito - BNDES/2010) O princípio da proporcionalidade, acolhido pelo direito constitucional brasileiro, compreende os seguintes subprincípios: a) legalidade, moralidade e necessidade. b) legalidade, moralidade e impessoalidade. c) legalidade, impessoalidade e proporcionalidade em sentido estrito. d) adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. e) adequação, necessidade e moralidade. Comentários: Segundo a doutrina, a proporcionalidade teria 3 sub-princípios: a) Adequação (ou pertinência) - a medida imposta tem que ser uma medida adequada para se conseguir a finalidade esperada. CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 14 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br b) Necessidade - analisa-se se realmente a medida é necessária, se não existe outra solução menos gravosa. c) Proporcionalidade em sentido estrito – seria a efetiva ponderação entre os benefícios e malefícios que serão causados com o ato. Gabarito: Letra D. 18. (CESGRANRIO/Advogado-EPE/2010) Dentre os princípios de interpretação constitucional, tanto a doutrina como a jurisprudência reconhecem o princípio da unidade da Constituição. Esse princípio tem relevância na medida em que (A) atribui à Constituição o caráter de Norma Fundamental do ordenamento jurídico. (B) impõe ao intérprete o dever de harmonização das tensões e contradições existentes, in abstrato, entre as normas de uma Constituição. (C) estabelece uma hierarquia normativa entre os dispositivos da Constituição, favorecendo a declaração de inconstitucionalidade de uma norma constitucional originária. (D) recomenda que os aplicadores da Constituição, em face de normas infraconstitucionais de múltiplos significados, escolham o sentido que as torne constitucionais e não aquele que resulte na sua declaração de inconstitucionalidade. (E) torna possível a declaração de inconstitucionalidade de uma emenda constitucional. Comentários: O princípio da unidade da Constituição ao qual o enunciado se refere, traz consigo 3 importantes desdobramentos: • Não podemos vislumbrar em uma Constituição formal a hierarquia entre as normas (seja parte permanente ou dos ADCT, sejam normas originárias ou derivadas, tudo é uma coisa só); • Não existem normas constitucionais originárias inconstitucionais; • Não existem contradições entre os dispositivos constitucionais. Pode haver apenas uma "aparência"de contradição. Assim, na observância deste princípio, o intérprete deve as aparentes contradições, em abstrato, causadas pela norma constitucional e aplicá-la ao caso concreto. Gabarito: Letra B. CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 15 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br 19. (Consulplan/TJAA – TRE-RS/2008) O método de interpretação da Constituição segundo o qual o intérprete aplicador deve considerar e trabalhar com dois tipos de elementos de concretização: um formado pelos elementos resultantes da interpretação do texto da norma e o outro, resultante da investigação do referente normativo, é chamado de: A) Método normativo-estruturante. B) Método tópico-problemático. C) Método científico-espiritual. D) Método hermenêutico-concretizador. E) Método jurídico. Comentários: Vamos fazer uma revisão dos métodos cobrados pela questão: a) Método normativo-estruturante: Analisa-se a norma tentado analisar a sua função como estruturadora do Estado. Assim, o intérprete deve observar em suas mãos dois elementos: 1- A norma constitucional, em si. 2- Os elementos de concretização desta norma na sociedade, em todos os níveis. Ou seja, como a norma está sendo aplicada na sociedade, como está ocorrendo a atividade jurisdicional e administrativa em cima do texto, e etc. b) Método tópico-problemático: Tendo um problema concreto nas mãos, os intérpretes debatem abertamente tentando adequar a norma a este problema, daí diz-se que há uma “primazia do problema sobre a norma”. c) Método científico-espiritual: Analisa-se os valores sociais, integrando o texto constitucional com a realidade a qual a sociedade está vivendo. d) Método hermenêutico-concretizador: Aqui parte-se da pré- compreensão da norma abstrata e tenta-se imaginar a situação concreta. Agora temos a “primazia da norma sobre o problema”. e) Método Jurídico (ou método hermenêutico clássico): Por este método temos a premissa de que "a Constituição é uma lei". Se a Constituição é uma lei, usam-se os métodos clássicos de interpretação de leis para interpretar as normas constitucionais. Então?! Qual é a resposta da questão?! É a letra A! método normativo-estruturante. Gabarito: Letra A. CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 16 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br 20. (TRT 24ª/Juiz do trabalho substituto/2007) Dados os seguintes enunciados: I.A interpretação constitucional deve ser realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas. II. Os órgãos encarregados da interpretação da norma constitucional não poderão chegar a uma posição que subverta, altere ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte originário. III. Os bens jurídicos em conflito deverão estar coordenados e combinados de forma a evitar o sacrifício total de um (uns) em relação a outro(s). IV. Entre as interpretações possíveis, deve ser adotada aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade e permanência das normas constitucionais. V. A uma norma constitucional deve ser atribuído o sentido que maior eficácia se lhe conceda. VI. Na resolução dos problemas jurídico-constitucionais, deverá ser dada maior primazia aos critérios favorecedores da integração política e social, bem como ao reforço da unidade política. Relacione-os com o princípio/regra interpretativa de norma constitucional: Assinale a alternativa CORRETA: a) Unidade da Constituição; Efeito Integrador; Máxima Efetividade ou Eficiência; Justeza ou Conformidade Funcional; Concordância Prática ou Harmonização; Força Normativa da Constituição. b) Força Normativa da Constituição; Unidade da Constituição; Concordância Prática ou Harmonização; Justeza ou Conformidade Funcional; Máxima Efetividade ou Eficiência; Efeito Integrador. c) Unidade da Constituição; Justeza ou Conformidade Funcional; Concordância Prática ou Harmonização; Força Normativa da Constituição; Máxima Efetividade ou Eficiência; Efeito Integrador. d) Concordância Prática ou Harmonização; Justeza ou Conformidade Funcional; Máxima Efetividade ou Eficiência; Unidade da Constituição; Força Normativa da Constituição; Efeito Integrador. e) Justeza ou Conformidade Funcional; Efeito Integrador; Força Normativa da Constituição; Concordância Prática ou Harmonização; Unidade da Constituição; Máxima Efetividade ou Eficiência. Comentários: Essa é uma questão excelente, pois faz um resumo de todo o tema de uma vez só. É aquela onde se pode falar assim: deixa eu ver se eu realmente fixei o assunto! CURSO ON-LINE - D. CONST. NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 17 Prof. Vítor cruz www.pontodosconcursos.com.br Terá “realmente fixado o assunto” aquele que tiver escolhido a letra C como resposta. Gabarito: Letra C.
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