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HERMENÊUTICA (VERSÃO EXPRESS) 
 
Atualizado em 20.10.2018 
Sumário 
1. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL ......................................................... 3 
A) MÉTODO JURÍDICO OU HERMENÊUTICO CLÁSSICO ........................................................................ 3 
B) MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO ............................................................................................ 3 
C) MÉTODO HERMENÊUTICO- CONCRETIZADOR .............................................................................. 4 
D) MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE ...................................................................................... 7 
E) MÉTODO CIENTÍFICO-ESPIRITUAL (OU INTEGRATIVO) ................................................................... 9 
F) MÉTODO DA COMPARAÇÃO CONSTITUCIONAL .......................................................................... 10 
2. PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL ..................................................... 11 
A) PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO ............................................................................... 11 
B) PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR ......................................................................................... 12 
C) PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO ....................................................... 13 
D) PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA ........................................................................................... 15 
E) PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE........................................................................................ 15 
F) PRINCÍPIO DA CORREÇÃO FUNCIONAL (CONFORMIDADE FUNCIONAL OU JUSTEZA) ........................... 16 
G) PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO ....................................................... 17 
H) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE ....................................................................................... 19 
3. CORRENTES INTERPRETATIVISTA E NÃO-INTERPRETATIVISTA ...................................... 23 
A) CORRENTE INTERPRETATIVISTA ............................................................................................... 23 
4. REGRAS E PRINCÍPIOS ................................................................................................. 24 
 
A) CRITÉRIOS DISTINTIVOS ......................................................................................................... 26 
• Critérios distintivos propostos por Ronald Dworkin .................................................... 26 
• Critérios distintivos propostos por Robert Alexy ......................................................... 26 
B) TEORIA DOS POSTULADOS NORMATIVOS ................................................................................. 28 
C) DERROTABILIDADE (DEFEASIBILITY - HERBERT HART).................................................................. 29 
5. LIMITES DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL (CRIAÇÃO JUDICIAL DO DIREITO) ........ 31 
A) DECISÕES INTERPRETATIVAS EM SENTIDO ESTRITO ..................................................................... 32 
• Sentença interpretativa de rechaço ............................................................................ 32 
• Sentença interpretativa de aceitação ......................................................................... 32 
B) DECISÕES MANIPULADORAS (MANIPULATIVAS OU ADITIVAS) ....................................................... 33 
• Sentenças aditivas ....................................................................................................... 33 
• Sentenças Substitutivas ............................................................................................... 34 
6. MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS ................................................................................... 35 
7. TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS .............................................................................. 38 
8. A PLURALIZAÇÃO DOS INTÉRPRETES DA CONSTITUIÇÃO .............................................. 39 
9. INTEGRAÇÃO CONSTITUCIONAL E INTERPRETAÇÃO CONSTRUTIVA .............................. 41 
10. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO .................................................................................. 42 
A) PREÂMBULO ....................................................................................................................... 42 
B) ADCT ................................................................................................................................ 43 
 
 
 
 
1. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
 
a) MÉTODO JURÍDICO OU HERMENÊUTICO CLÁSSICO 
Idealizado por Ernst Forsthoff, define que a interpretação da Constituição não se 
distingue da dos demais atos normativos primários e, por isso, para se interpretar o 
sentido da lei constitucional, devem-se utilizar as regras tradicionais da interpretação 
(interpretação sistemática, histórica, lógica e gramatical). Em suma: lei e CF se equivalem do 
ponto de vista hermenêutico – “TESE DA IDENTIDADE”. 
(CM/RJ 2015) De acordo com o entendimento doutrinário, o método de interpretação da Constituição 
que preconiza que a Constituição deve ser interpretada com os mesmos recursos interpretativos das 
demais leis, denomina-se: 
método clássico 
 
(FCC TCE/PI 2014) Na interpretação da norma constitucional, por meio do método jurídico ou 
hermenêutico clássico, a Constituição deve ser encarada como uma lei e, assim, todos os métodos 
tradicionais de exegese deverão ser utilizados na tarefa interpretativa. 
CERTO 
 
(CESPE TJ/DFT-Juiz 2014) Conforme o método jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição deve ser 
considerada como uma lei e, em decorrência, todos os métodos tradicionais de hermenêutica devem ser 
utilizados na atividade interpretativa, mediante a utilização de vários elementos de exegese, tais como o 
filológico, o histórico, o lógico e o teleológico. 
CERTO 
 
 
b) MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO 
 Elaborado por Theodor Viehweg1, tem como ponto de partida a compreensão 
prévia do problema. O problema, portanto, é o ponto de partida para a construção da 
norma interpretada. 
 
 
1 Topik und Jurisprudenz (Tópica e Jurisprudência), de 1953. 
 
 
💡 Memorize: parte-se do “problema” para criar a norma aplicável (método indutivo). 
 
(CESPE 2017) O método de interpretação da Constituição que, por considerá-la um sistema aberto de 
regras e princípios, propõe que se deva encontrar a solução mais razoável para determinado caso jurídico 
partindo-se da situação concreta para a norma, é denominado método 
tópico-problemático. 
 
(CM/RJ 2014) O método de interpretação do texto constitucional que toma a Constituição como um 
conjunto aberto de regras e princípios, dos quais o aplicador deve escolher aquele que seja mais adequado 
para a promoção de uma solução justa ao caso concreto que analisa, denomina-se: 
 método da tópica 
 
(FCC TCE/PI 2014) Na interpretação da norma constitucional, por meio do método tópico-problemático, 
parte-se de um problema concreto para a norma, atribuindo-se à intepretação um caráter prático visando 
à solução dos problemas concretizados. 
CERTO 
 
(TRT9ª – Juiz do Trab 2009) O método tópico-problemático parte das seguintes premissas: (1) caráter 
prático da interpretação constitucional; (2) caráter aberto, fragmentário ou indeterminado da lei 
constitucional e (3) preferência pela discussão do problema em virtude da abertura das normas 
constitucionais que não permitam qualquer dedução subsuntiva a partir delas mesmo. 
CERTO 
 
 
c) MÉTODO HERMENÊUTICO- CONCRETIZADOR 
 Para Konrad Hesse, o teor da norma jurídica só se completa (se concretiza) 
mediante o ato interpretativo, que deve considerar tanto o texto constitucional quanto 
a realidade em que será aplicada a norma. Para tanto, o intérprete se vale de suas pré-
compreensõessobre o tema (aspecto subjetivo da interpretação) e atua como 
“mediador” entre a norma e a situação concreta, para obter o” sentido da norma”. 
 
Interpretação e aplicação integram um processo unitário de concretização da norma. 
 
 
💡 Memorize: a interpretação parte (da pré-compreensão) da “norma” (método 
dedutivo). 
 
(DPE/MG 2014) Diz-se método tópico problemático aquele em que o intérprete se vale de suas pré-
compreensões valorativas para obter o sentido da norma em um determinado problema pois o conteúdo 
da norma somente é alcançado a partir de sua interpretação concretizada a, dotada de cárter criativo que 
emana do exegeta. 
ERRADO 
(A definição se amolda perfeitamente ao método hermenêutico-concretizador). 
 
 O movimento de releitura do mesmo texto, que tem como “pano de fundo” a 
realidade social (aspecto objetivo da interpretação), e promove uma relação entre texto 
e contexto, até que o intérprete chegue a uma compreensão da norma adequada e 
possa aplicá-la ao fato concreto, é denominado “Círculo hermenêutico”. 
 
(FCC TCE/PI 2014) Na interpretação da norma constitucional, por meio do método hermenêutico-
concretizador, parte-se da norma constitucional para o problema concreto, valendo-se de pressupostos 
subjetivos e objetivos e do chamado círculo hermenêutico. 
CERTO 
 
(TJ/MG 2017) O método hermenêutico-concretizador de interpretação constitucional caracteriza-se pela 
praticidade na busca da solução dos problemas, na medida em que considera a Constituição como uma 
lei comum, em que a solução exegética prioriza elementos objetivos de interpretação e se opera a partir 
do caso concreto em subsunção ao texto positivado. 
ERRADO. 
 
(TRT9ª – Juiz do Trab 2009) O método hermenêutico-concretizador; cuja teorização fundamental é devida 
a K. Hesse, realça os seguintes pressupostos da tarefa interpretativa: (1) subjetivos, em razão de que o 
intérprete desempenha um papel criador na obtenção do sentido do texto constitucional, (2) objetivos, 
isto é, o contexto, atuando o intérprete como operador de mediações entre o texto e a situação em que se 
aplica e (3) relação entre texto e contexto com a mediação criadora do intérprete. 
CERTO 
 
 
 
 
(TJ/SP 2017) Leia o texto a seguir. 
“(…) arranca da ideia de que a leitura de um texto normativo se inicia pela pré-compreensão do seu sentido 
através do intérprete. A interpretação da constituição também não foge a esse processo: é uma 
compreensão de sentido, um preenchimento de sentido juridicamente criador, em que o intérprete efectua 
uma atividade prático normativa, concretizando a norma a partir de uma situação histórica concreta. No 
fundo esse método vem realçar e iluminar vários pressupostos da atividade interpretativa: (1) os 
pressupostos subjetivos, dado que o intérprete desempenha um papel criador (pré-compreensão) na 
tarefa de obtenção de sentido do texto constitucional: (2) os pressupostos objectivos, isto é, o contexto, 
actuando o intérprete como operador de mediações entre o texto e a situação a que se aplica: (3) relação 
entre o texto e o contexto com a mediação criadora do intérprete, transformando a interpretação em 
‘movimento de ir e vir’ (círculo hermenêutico). (…) se orienta não por um pensamento axiomático mas 
para um pensamento problematicamente orientado.” 
Da leitura do texto do constitucionalista J.J. Gomes Canotilho, conclui-se que o autor se refere a que 
método de interpretação constitucional? 
 Método hermenêutico-concretizador. 
 
 
(FCC DPE/SP 2015) No processo de concretização das normas constitucionais de Konrad Hesse, a tópica é 
pura2, ou seja, o intérprete só pode utilizar na tarefa de concretização aqueles pontos de vista relacionados 
ao problema. Ao mesmo tempo, o intérprete está obrigado a incluir na interação do ciclo hermenêutico, 
composto pelo programa normativo (análise dos elementos linguísticos) e pelo âmbito normativo (análise 
da realidade concreta), os elementos de concretização que lhe ministram a norma constitucional e as 
diretrizes contidas na Constituição. 
ERRADO 
 
(CESPE AGU 2010) O método hermenêutico-concretizador caracteriza-se pela praticidade na busca da 
solução dos problemas, já que parte de um problema concreto para a norma. 
ERRADO 
 
(CESPE TJ/PI 2013) O método hermenêutico-concretizador parte do pressuposto de que a interpretação 
constitucional é concretização, entendida como uma norma preexistente na qual o caso concreto é 
individualizado. 
CERTO 
 
2 "O método concretizador “permanece no meio-termo, entre a tópica desvinculada da norma e a 
vinculação clássica da interpretação, pois não admite a superioridade do problema sobre a norma, mas 
também não se prende cegamente ao texto legal. A concretização não admite uma livre escolha de topoi, 
tomando a Constituição escrita como fronteira para o intérprete (BONAVIDES, 2000, p. 557)." 
 
d) MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE 
 Criado por Friedrich Muller, parte-se da ideia de NÃO haver identidade entre a 
norma jurídica e o texto (“programa normativo”). O fenômeno normativo vai, portanto, 
além do texto normativo, que é apenas a “ponta do iceberg” (o exemplo é do próprio 
autor). A interpretação se inicia no texto (programa normativo), perpassa a realidade 
social (chamada pelo autor de “domínio normativo”) e termina na norma aplicável (todo 
o “iceberg” existente). 
 
 A estrutura de uma norma resulta da conjunção entre o programa normativo, que é 
texto positivado (a forma pela qual a norma se expressa), e o domínio normativo, que 
representa a porção da realidade social sobre a qual a norma incide. 
 
(TJ/SP 2016) Acerca da hermenêutica constitucional, é possível afirmar que para determinado método de 
interpretação, a realidade normada e os dispositivos constitucionais situam-se tão próximos que o caso 
concreto é regulamentado quando se dá a implementação fática do comando, ocasião, por exemplo, em 
que o juiz aplica a lei ao caso. A normatividade, a que se refere o método, não se esgota no texto, como 
se afirma tradicionalmente, mas vai se exaurir nas situações concretas e até no direito consuetudinário, 
considerando também os textos doutrinários, já que o texto legal seria apenas uma das fontes iniciais de 
trabalho. Para este método não há diferença entre interpretação e aplicação. A interpretação não se 
esgota na delimitação do significado e do alcance da norma, mas inclui, também, sua aplicação. Esse 
método é denominado 
 normativo-estruturante. 
 
(DPE/MG 2014) Diz-se método normativo-estruturante ou concretista aquele em que o intérprete parte 
do direito positivo para chegar à estruturação da norma, muito mais complexa que o texto legal. Há 
influência da jurisprudência, doutrina, história, cultura e das decisões políticas. 
CERTO 
 
(PGR 2015) Para a “teoria estruturante", de Friedrich Muller, e possível o raciocínio orientado para o 
problema, desde que não ultrapasse o texto da norma. 
CERTO 
 
 
 
 
(MPE/BA 2015) 
“A relevância dos problemas envolvidos na interpretação da Constituição tem motivado a proposta de 
métodos a serem seguidos nesta tarefa. Todos eles tomam a Constituição como um conjunto de normas 
jurídicas, como uma lei, que se destina a decidir casos concretos. Ocorre que nem todo o problema 
concreto acha um desate direto e imediato num claro dispositivo da Constituição, exigindo que se descubra 
ou se crie uma solução, segundo um método que norteie a tarefa. (…)”. (MENDES, Gilmar Ferreira; 
BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 9 ed., IDP, 2014, p.91) 
Levando-se em consideração a doutrina dos autores acima, bem como a caracterização dos Métodos de 
Interpretação da Constituição, é possível AFIRMAR que o método jurídico-estruturante: 
 Enfatiza que a norma não se confunde com o seu texto (programa normativo), mas tem a 
sua estrutura composta, também, pelo trechoda realidade social em que incide (o domínio 
normativo), sendo esse elemento indispensável para a extração do significado da norma. 
 
(DPE/BA 2014) Diz-se método normativo estruturante ou concretista aquele em que o intérprete parte do 
direito positivo para chegar à estruturação da norma, muito mais complexa que o texto legal. Há influência 
da jurisprudência, doutrina, história, cultura e das decisões políticas. 
CERTO 
 
(FCC TCE/PI 2014) Na interpretação da norma constitucional, por meio do método normativo-
estruturante, esta terá de ser concretizada tão-só pela atividade do legislador, excluindo-se os demais 
Poderes federais. 
ERRADO 
 
(MPE/RN 2009) “Desde o momento da elaboração do texto até o instante de sua aplicação, a norma é 
determinada histórica e socialmente. Logo, quando o jurista cogita dos elementos e situações do mundo 
da vida sobre os quais recai determinada norma, não se refere a um tema metajurídico. A norma é 
composta pela história, pela cultura e pelas demais características da sociedade no âmbito da qual se 
aplica. 
O texto normativo - diz Muller - é uma fração da norma, aquela parte absorvida pela linguagem jurídica, 
porém não é a norma, pois a norma jurídica não se reduz à linguagem jurídica. A norma congrega todos 
os elementos que compõem o âmbito normativo (elementos e situações do mundo da vida sobre os quais 
recai determinada norma). 
Além disso, os textos normativos são formulados tendo em vista determinado estado da realidade social 
(que eles pretendem reforçar ou modificar); este estado da realidade social geralmente não aparece no 
texto da norma. 
O texto é abstrato e geral (isto é, sem referência a motivos e contexto real). Mas o aspecto da realidade 
referida pela norma constitui conjuntamente seu sentido (esse sentido não pode, a partir daí, ser 
 
perseguido apartado da realidade a ser regulamentada). A realidade é tanto parte da norma quanto o 
texto; na norma, estão presentes inúmeros elementos do mundo da vida.” 
Eros Roberto Grau. Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação do direito. 3.ª ed. São Paulo: 
Malheiros, 2005, p. 74-5 (com adaptações). 
O método de interpretação constitucional tratado pelo autor no trecho de texto acima é o método 
normativo-estruturante. 
 
e) MÉTODO CIENTÍFICO-ESPIRITUAL (OU INTEGRATIVO) 
 Para o sintetizador desse método, Rudolf Smend, a análise do texto constitucional 
não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores 
subjacentes do texto da constituição, ou seja, integra o sentido das normas a partir da 
"captação espiritual" da realidade da comunidade. Assim, é possível concluir que este 
método tem natureza sociológica, haja vista que analisa a norma a partir dos valores 
subjacentes da constituição, a fim de alcançar a integração da Constituição com a 
realidade espiritual da comunidade. 
 A Constituição seria mais do que um diploma jurídico, um instrumento de 
integração social, econômica e política da sociedade. Suas normas devem ser 
interpretadas, portanto, a partir de uma visão sistêmica, captando a realidade social que 
define o “espírito da Constituição”. 
 À vista disso, esse processo de integração dar-se-á em consonância com a 
dinâmica da sociedade, o que concede certa elasticidade e flexibilidade à atividade 
interpretativa do texto constitucional, em atenção à acentuada carga axiológica das 
normas constitucionais. 
 
(FCC TCE/PI 2014) Na interpretação da norma constitucional, por meio do método científico-espiritual, a 
sua análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e 
dos valores subjacentes do texto constitucional. 
CERTO 
 
(CESPE TJ/DFT-Juiz 2014) Conforme o método de interpretação denominado científico- espiritual, a análise 
da norma constitucional deve-se fixar na literalidade da norma, de modo a extrair seu sentido sem que se 
leve em consideração a realidade social. 
ERRADO 
 
 
(TRT9ª – Juiz do Trab 2009) Quanto ao método científico-espiritual (também chamado valorativo ou 
sociológico), suas premissas básicas fundamentam-se na necessidade de a interpretação da Constituição 
ter em conta: (1) as bases de valoração subjacentes ao texto constitucional e (2) o sentido e a realidade 
da constituição como elemento do processo de integração. 
CERTO 
 
(CESPE PGE/PE 2009) De acordo com o método de interpretação constitucional denominado científico-
espiritual, a Constituição é instrumento de integração, não apenas sob o ponto de vista jurídico-formal, 
mas também, e principalmente, em perspectiva política e sociológica, como instrumento de solução de 
conflitos, de construção e de preservação da unidade social. 
CERTO 
 
f) MÉTODO DA COMPARAÇÃO CONSTITUCIONAL 
 Busca realizar estudo comparado da Constituição atual com diversas outras 
Constituições, analisando a evolução das normas e dos institutos jurídicos. Assim, 
estabelece-se uma comunicação com constituições de outros momentos e países como 
o fito de descobrir critérios e significados de enunciados linguísticos, para a busca da 
melhor interpretação e solução constitucional aos problemas concretos. 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
Método jurídico, 
hermenêutico clássico, 
ou de Forsthoff 
1 
A interpretação da Constituição não se distingue da interpretação de uma lei e, por isso, para se 
interpretar o sentido da lei constitucional, devem-se utilizar as regras tradicionais da 
interpretação. De tal modo, lei e CF se equivalem do ponto de vista hermenêutico. Em suma: deve 
se aplicar às normas constitucionais os métodos clássicos utilizados para interpretação das leis. 
Método tópico-
problemático 
2 
Parte-se de um problema para norma, já que as normas da CF são abertas, o que dificultaria 
tomá-las como ponto de partida. 
CASO → NORMA 
Método 
hermenêutico- 
concretizador 
3 
Parte da norma para o caso. Funda-se em um “círculo hermenêutico” condizente com 
“movimento de ir e vir” das pré-compreensões do intérprete (pressuposto subjetivo) e de sua 
consideração da realidade externa (pressuposto objetivo). 
NORMA → CASO 
 
 
Reputa a norma como fenômeno cultural. A análise da norma não pode ater-se à leitura fria da 
lei, mas deverá avançar ao substrato sócio-político a ela inerente. Relaciona-se com a realidade 
 
 
 
2. PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
a) PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO 
 A Constituição deve ser considerada de um diploma coeso, um todo unitário, 
despido de contradições. Postula-se, portanto, que não se considere uma norma da 
Constituição fora do sistema em que se integra. À vista deste princípio, é possível afirmar 
que não existem antinomias estabelecidas entre os dispositivos constitucionais. 
(...) É lugar comum que o ordenamento jurídico e a Constituição, sobretudo, não 
são aglomerados caóticos de normas; presumem-se um conjunto harmônico de 
regras e de princípios. RE 344.882/BA 
 
 
 
 
 
Método científico-
espiritual 
4 
social e com o movimento dinâmico de renovação constante dos sentidos normativos, em 
compasso com as modificações da vida em sociedade. 
ATENÇÃO: Foi considerada CORRETA a assertiva formulada pelo CESPE, segundo a qual “de acordo 
com o método de interpretação constitucional denominado científico-espiritual, a Constituição 
é um instrumento de integração, não apenas sob o ponto de vista jurídico-formal, mas também, 
e principalmente, em perspectiva política e sociológica, como instrumento de solução de conflitos, 
de construção e de preservação da unidade social”. 
Portanto, é bom ter em mente que alguns elementos do PRINCÍPIO do efeito integrador estão 
presentes também no MÉTODO científico-espiritual. 
Método normativo-
estruturante ou de 
Müller 
5 
Texto é diferente de norma. 
 
TEXTO → CONTEXTO → NORMA 
Método da 
comparação 
constitucional 
6 
Relaciona-se com o Direito Comparado. A interpretação dosinstitutos se implementa mediante a 
comparação nas várias Constituições. 
 
💡 Desse princípio, o Supremo Tribunal Federal3 extraiu: 
▪ a inexistência de hierarquia entre as normas que compõem o texto constitucional, 
▪ a inexistência de normas originarias inconstitucionais. 
 
(CESPE AGU 20015) De acordo com o princípio da unidade da CF, a interpretação das normas 
constitucionais deve ser feita de forma sistemática, afastando-se aparentes antinomias entre as regras e 
os princípios que a compõem, razão por que não devem ser consideradas contraditórias a norma 
constitucional que veda o estabelecimento de distinção pela lei entre os brasileiros natos e os 
naturalizados e a norma constitucional que estabelece que determinados cargos públicos devam ser 
privativos de brasileiros natos. 
CERTO 
 
(ESAF PFN 2015) Denomina-se “princípio da unidade da Constituição” aquele que possibilita separar a 
norma do conjunto e aplicar o texto da Constituição mediante sua divisão em diversos sistemas. 
ERRADO 
 
 
b) PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR 
 Consequência do princípio da unidade da Constituição, o efeito integrador impõe 
que, ao arquitetar soluções para problemas jurídico-constitucionais, o intérprete deve 
priorizar critérios que favoreçam a integração política e social e reforço à unidade 
política. 
4 A constituição, como elemento do processo de integração comunitária, tem por 
escopo a produção e conservação da unidade política. 
Assim, segundo o princípio do efeito integrador, a CF deve ser entendida como 
um projeto normativo global que se destine a assegurar a harmonia entre o social e o 
jurídico, com vistas à manutenção da ordem constitucional. Devem-se integrar os 
valores e anseios da Sociedade ao projeto de CF elaborado pelo Estado (Dirley da Cunha 
Jr). 
 
3 ADI 815, rel. Min. Moreira Alves, DJ de 10-5-1996. 
4 Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional. 2017. 
 
 (ESAF PFN 2015) Pelo princípio da eficácia integradora, os instrumentos de controle de 
constitucionalidade, especialmente a ADI, devem ser interpretados de modo a, tanto quanto possível, 
integrar o texto impugnado à Constituição. 
ERRADO 
 
(PGE/MS 2014) O princípio da eficácia integradora como vetor interpretativo do aplicador da Constituição, 
ao ser postulado na teoria de Rudolf Smend, traz consigo a necessidade de o intérprete: 
Ao construir soluções para questões e problemas jurídico-constitucionais deve preferir aqueles 
critérios que favoreçam a integração social e a unidade política; 
 
(ALE/MT 2013) O princípio da eficácia integradora orienta o aplicador da Constituição no sentido de dar 
preferência àqueles critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração social e a unidade política. 
CERTO 
 
(FGV TJ/AM 2013) O princípio da eficácia integradora orienta o intérprete a dar preferência aos critérios 
e pontos de vista que favoreçam a integração social e a unidade política, ao fundamento de que toda 
Constituição necessita produzir e manter a coesão sociopolítico, pré-requisito de viabilidade de qualquer 
sistema jurídico. 
CERTO 
 
c) PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO 
 Também corolário do princípio da unidade da Constituição, o princípio da 
harmonização busca coexistência harmoniosa entre os bens jurídicos tutelados pela 
Constituição, de forma a evitar a supressão ou predomínio em abstrato de qualquer 
deles em detrimento de outro. 
 
(FGV TJ/AM 2013) O princípio da concordância prática consiste numa recomendação para que o aplicador 
das normas constitucionais, em se deparando com situações de concorrência entre bens 
constitucionalmente protegidos, adote a solução que otimize a realização de todos eles, mas ao mesmo 
tempo não acarrete a negação de nenhum. 
CERTO 
 
(CESPE AGU 2010) Pelo princípio da concordância prática ou harmonização, na hipótese de eventual 
conflito ou concorrência entre bens jurídicos constitucionalizados, deve-se buscar a coexistência entre eles, 
evitando-se o sacrifício total de um princípio em relação ao outro. 
CERTO 
 
 
 (TRF 3ª 2018) A Constituição brasileira possui uma plêiade de princípios, muitos deles em conflito em 
casos concretos. Há vetores interpretativos que auxiliam o juiz no trabalho de construção da decisão. Um 
desses vetores da hermenêutica contemporânea (v.g., Canotilho) tem campo de atuação em hipóteses de 
colisão entre direitos fundamentais, sendo que subjacente a este princípio está a ideia de igual valor dos 
bens constitucionais que impede, como solução, o sacrifício de uns em relação aos outros e impõe 
condicionantes recíprocas. 
Concordância prática. 
 
(VUNESP PGE/SP 2018) O jurista alemão Konrad Hesse, ao analisar a interpretação constitucional como 
concretização, afirmou que “bens jurídicos protegidos jurídico-constitucionalmente devem, na resolução 
do problema, ser coordenados um ao outro de tal modo que cada um deles ganhe realidade.”, ou seja, 
pode-se dizer que em determinados momentos o intérprete terá de buscar uma função útil a cada um dos 
bens constitucionalmente protegidos, sem que a aplicação de um imprima a supressão do outro. A 
definição exposta refere-se ao Princípio 
 da Concordância Prática ou da Harmonização. 
 
(ESAF PFN 2015) O princípio da concordância prática manifesta sua utilidade nas hipóteses de conflito 
entre normas constitucionais, quando os seus programas normativos se abalroam. 
CERTO 
 
Obs.: À aplicação prática do Princípio da Concordância Prática corresponde a técnica do 
PONDERAÇÃO, SOPESAMENTO ou BALANCEAMENTO: avaliação entre os valores envolvidos, com 
vistas a alcançar uma harmonização entre eles no caso concreto. 
 
Importante5: O juízo de ponderação a ser exercido relaciona-se ao PRINCÍPIO DA 
PROPORCIONALIDADE (melhor estudado abaixo), que exige que o sacrifício de um direito 
seja útil para a solução do problema, que não haja outro meio menos danoso para atingir 
o resultado desejado e que seja proporcional em sentido estrito, isto é, que o ônus 
imposto ao sacrificado não sobreleve o benefício que se pretende obter com a solução. 
Devem-se comprimir no menor grau possível os direitos em causa, preservando-se a sua 
essência, o seu núcleo essencial (modos primários típicos de exercício do direito). 
 O JUÍZO DE PONDERAÇÃO DIZ RESPEITO AO ÚLTIMO TESTE DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
(proporcionalidade em sentido estrito). 
 
5 Gilmar Ferreira Mendes. Curso de Direito Constitucional. 2017. 
 
d) PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA 
 Segundo esse princípio, concebido por Konrad Hesse, o intérprete deve valorizar 
as soluções que possibilitem a atualização normativa, a “eficácia ótima da Lei 
Fundamental” e a permanência da Constituição, conferindo-lhe máxima aplicabilidade. 
Propõe-se seja conferida prevalência aos pontos de vista que tornem a norma 
constitucional mais afeita aos condicionamentos históricos do momento, 
garantindo-lhe interesse atual, e, com isso, obtendo-se “máxima eficácia, sob 
as circunstâncias de cada caso”. Esse esforço poderá ser de mais pertinência 
nos casos de normas que se valem de conceitos indeterminados, de textura 
literal mais flexível. (Gilmar Ferreira Mendes. Curso de Direito Constitucional. 
2017.) 
 
(FCC PGM/Teresina 2010) O "Princípio da Força Normativa da Constituição" alude para a priorização de 
soluções hermenêuticas que possibilitem a atualização normativa e, ao mesmo tempo, edifique sua 
eficácia e permanência. 
CERTO 
 
(TRF4ª 2009) De acordo com o princípio da força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, 
as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma 
constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Para ser aplicável, a CF deve ser conexa 
à realidade jurídica, social e política, não sendo apenasdeterminada pela realidade social, mas 
determinante em relação a ela. 
CERTO 
 
 
e) PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE 
 Embora se trate de um princípio aplicável a toda norma constitucional, tem espaço 
de maior realce no campo das normas constitucionais programáticas e no domínio dos 
direitos fundamentais. A eficácia da norma deve ser compreendida como a sua aptidão 
para produzir os efeitos que lhes são próprios - em caso de dúvida, deve-se preferir a 
interpretação que lhes reconheça maior eficácia. 
 
 
(CESPE AGU 2015) Considerando-se que a emenda constitucional, como manifestação do poder 
constituinte derivado, introduz no ordenamento jurídico normas de hierarquia constitucional, não é 
possível a declaração de inconstitucionalidade dessas normas. Assim, eventuais incompatibilidades entre 
o texto da emenda e a CF devem ser resolvidas com base no princípio da máxima efetividade 
constitucional. 
ERRADO 
 
(CESPE TRF5 2015) O princípio da máxima efetividade da Constituição propõe que se dê primazia às 
soluções hermenêuticas que, compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitem 
a sua atualização normativa, garantindo a sua eficácia e permanência. 
ERRADO 
(Atente-se que a descrição se amolda exatamente ao princípio da força normativa, visto acima) 
 
(FUNDATEC PGM 2012) Pedro Lenza, em sua obra Direito Constitucional Esquematizado, Ed. Saraiva, ao 
tratar da hermenêutica constitucional, identifica uma série de princípios. Em relação a um desses 
princípios, o autor explica que “deve ser entendido no sentido de a norma constitucional ter a mais ampla 
efetividade social”. 
Assinale a alternativa que identifique a qual dos seguintes princípios este autor está se referindo. 
 Da eficiência ou da máxima efetividade das normas constitucionais. 
 
(TRT 23R 2011) De acordo com o princípio da efetividade, as normas constitucionais têm sempre eficácia 
jurídica, são imperativas e sua inobservância espontânea enseja aplicação coativa. A uma norma 
constitucional, ainda à luz do referido princípio, deve ser atribuído o sentido que maior eficácia lhe dê. 
CERTO 
 
(FCC PGM/Teresina 2010) O "Princípio da Máxima Efetividade" autoriza a alteração do conteúdo dos 
direitos fundamentais da norma com o fim de garantir o sentido que lhe dê a maior eficácia possível. 
ERRADO 
 
 
f) PRINCÍPIO DA CORREÇÃO FUNCIONAL (CONFORMIDADE FUNCIONAL OU JUSTEZA) 
 Segundo este princípio, não é possível, sob o ensejo interpretativo, a alteração na 
estrutura de repartição de poderes e exercício das competências constitucionais 
estabelecidas pelo poder constituinte originário, de forma a subverter ou perturbar o 
 
esquema organizatório-funcional já estabelecido. Segundo Gilmar Mendes6, esse 
princípio corrige leituras desviantes da distribuição de competências entre as esferas da 
Federação ou entre os Poderes constituídos. 
 
(CESPE TRF5 2015) O princípio da justeza ou da conformidade funcional preceitua que o órgão 
encarregado da interpretação constitucional não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o 
esquema de repartição de funções constitucionalmente estabelecido. 
CERTO 
 
g) PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO 
 Diante uma norma infraconstitucional plurissignificativa ou polissêmica, este 
princípio vincula a interpretação ao sentido que mais aproxime a norma de sua 
constitucionalidade. 
Se uma norma infraconstitucional, pelas peculiaridades da sua textura 
semântica, admite mais de um significado, sendo um deles coerente com a 
Constituição e os demais com ela incompatíveis, deve-se entender que aquele 
é o sentido próprio da regra em exame – leitura também ordenada pelo 
princípio da economia legislativa (ou da conservação das normas). (Gilmar 
Ferreira Mendes. Curso de Direito Constitucional. 2017.) 
 
(PGR 2008) A interpretação conforme a Constituição diferencia o enunciado linguístico da norma de seus 
significados normativos. 
CERTO 
 
 Destarte, o princípio da interpretação conforme a Constituição impõe a: 
▪ Conservação da norma: Sempre que for possível conceder interpretação de acordo 
com a Constituição, esta deve ser aplicada para evitar sua declaração de invalidade. 
▪ Prevalência da Constituição: a interpretação da norma deve invariavelmente 
obedecer a “intenção da Constituição”. 
 
6 Curso de Direito Constitucional. 2017. 
 
(FGV TJ/AM 2013) A interpretação conforme a Constituição é uma técnica aplicável quando, entre 
interpretações plausíveis e alternativas de certo enunciado normativo, exista alguma que permita 
compatibilizá-la com a Constituição. 
CERTO 
 
 Observe, entretanto, que alguns limites7 se impõem: 
 O intérprete não pode contrariar o texto literal e o sentido da norma interpretada, a 
fim de obter concordância da lei com a Constituição; 
 A interpretação conforme a Constituição só é admitida quando existe, de fato, um 
espaço de decisão (espaço de interpretação) em que sejam admissíveis várias propostas 
interpretativas, estando pelo menos uma delas em conformidade com a Constituição; 
 No caso de se chegar a um resultado interpretativo de uma lei inequivocamente em 
contradição com a Constituição, não se pode utilizar a interpretação conforme a 
Constituição, mas impõe-se a declaração da inconstitucionalidade da norma; 
 O intérprete não pode violar o texto literal da norma para buscar interpretação de 
acordo com a Constituição; 
 Do processo de hermenêutica, não pode ser extraída norma nova, totalmente distinta 
daquela que o legislador objetivou, sob pena de ofensa à separação dos poderes. 
 
(CESPE PGM/Manaus 2018) Caso uma norma comporte várias interpretações e o STF afirme que somente 
uma delas atende aos comandos constitucionais, diz-se que houve interpretação conforme. 
CERTO 
 
(VUNESP PGM/SP 2015) Este princípio, ao reduzir a expressão semiológica do ato impugnado a um único 
sentido interpretativo, garante, a partir de sua concreta incidência, a integridade do ato do Poder Público 
no sistema do direito positivo. Essa função conservadora da norma permite que se realize, sem redução 
do texto, o controle de sua constitucionalidade. (STF) 
O conceito apresentado diz respeito a um princípio de interpretação constitucional denominado de 
Princípio da 
 
7 Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Constitucional Descomplicado. 2017. 
 
Interpretação Conforme a Constituição. 
 
(PGE/AC 2014) Não é possível o uso do mecanismo da interpretação conforme a constituição em relação 
a dispositivo legal que reproduz norma estabelecida pelo legislador constituinte originário. 
ERRADO8 
A interpretação constitucional disponibiliza ao julgador a possibilidade de recriar a norma jurídica, 
atuando como legislador positivo. 
ERRADO 
 
(MPT 2013) A interpretação conforme a Constituição pode ser apreciada como um princípio de 
interpretação e como uma técnica de controle de constitucionalidade. Como princípio de interpretação, o 
aplicador da norma infraconstitucional, entre mais de uma interpretação possível, deverá buscar aquela 
que se compatibilize com a Constituição, ainda que não seja a que mais obviamente decorra do seu texto. 
Como técnica de controle, consiste na expressa exclusão de uma determinada interpretação da norma. 
CERTO 
 
(TRT 21ªR 2010) No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 1194-DF, o Supremo Tribunal 
Federal (STF) examinou a constitucionalidade do art. 21, caput, da Lei 8.906/94 (Estatuto da Ordem dos 
Advogados do Brasil), que estabelece: "nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este 
representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados". Decidiu o STF, 
nesse caso, que os honorários, em regra, pertencem aos advogados, por isso a constitucionalidade do 
dispositivo legal, o que nãoexclui, contudo, a possibilidade de estipulação em contrário entre a empresa 
e o advogado empregado, por se tratar de direito disponível. Na hipótese, o STF fez uso de que instrumento 
de hermenêutica constitucional? 
princípio da interpretação conforme a Constituição, sem redução de texto. 
 
h) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
 Mais que um princípio, a proporcionalidade, deve ser compreendida como um 
"postulado" que prescreve o modo de raciocínio e de argumentação relacionado às 
 
8 “(...). Não se está afastando, com isso, do entendimento sereno desta Corte no sentido da impossibilidade 
de controle de constitucionalidade de norma originária do texto constitucional. [...] In casu, a redação da 
Constituição é hígida, mas permite, ao menos, duas interpretações distintas. (...) daí a possibilidade de 
manejo da presente ação direta, que visa a esclarecer qual interpretação merece ser conferida ao 
dispositivo constitucional, à medida que a última conclusão exigiria da lei impugnada uma interpretação 
conforme à constituição. Nesse diapasão, a parte Autora não apresentou um questionamento da redação 
originária da Constituição, tampouco pretendeu apagar trecho algum do texto promulgado em 1988. O 
propósito da demandante é, por outro lado, o de ver reconhecida por esta Corte uma interpretação que 
ela avalia como a mais correta do art. 104 da Constituição da República, e que não foi encampada pela lei 
que criou o e. STJ e tratou da sua composição.” STF, ADI 4.078/DF. 
 
normas restritivas de direitos. É composto pela adequação, necessidade e 
proporcionalidade em sentido estrito. Assim, na aferição da constitucionalidade de 
intervenções estatais ou de particulares, deve-se analisar se esses três subprincípios 
foram observados ou não. 
▪ Adequação (pertinência ou idoneidade) – O meio adotado deve ser compatível com 
o fim; 
▪ Necessidade (exigibilidade) – A conduta deve ser necessária e somente tomada se 
não houver outro meio menos gravoso ou oneroso para a sociedade; 
▪ Proporcionalidade em sentido estrito – As vantagens conquistadas com a prática 
do ato devem superar as desvantagens. 
Não se exige que a medida restritiva de determinado princípio fomente o outro 
princípio em grau máximo, mas sim que se busque um "ponto ótimo" entre 
eles. A otimização em relação aos princípios colidentes nada mais é que o 
sopesamento.9 
 
(TRT4ª 2016) A harmonização dos preceitos constitucionais ocorre à luz dos princípios da 
proporcionalidade e razoabilidade, de modo a garantir a proteção do núcleo essencial de cada uma das 
normas fundamentais em análise. 
CERTO 
 
(PGE/MS 2014) Seguindo a esteira inaugurada pela Corte Constitucional alemã 
(Bundesverfassungsgericht) em 1971, setores da doutrina constitucional brasileira têm desenvolvido 
esforços teóricos em torno do princípio da proporcionalidade como elemento de aferição da 
(in)constitucionalidade de leis que estabelecem limitações ao exercício de direitos fundamentais no campo 
da denominada reserva legal. Quanto a esse princípio da proporcionalidade é correto afirmar que: 
 ele envolve três planos, o da adequação (Geeignetheit) das limitações legais no exercício do direito 
fundamental, o da necessidade (Notwendigkeit) relacionado a intensidade dos meios interventivos e, 
por fim, o da realização da ponderação em sentido estrito e específico (rigorosa ponderação e do 
possível entre o sentido da intervenção e os objetivos perseguidos pelo legislador). 
 
9 Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional. 2017. 
 
 
 
(ALE/MT 2013) O princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade permite ao Judiciário invalidar os 
atos legislativos ou administrativos. 
CERTO 
(Observe o trecho do Min. Luis Roberto Barroso a este respeito.)10 
 
(TRT 23ªR 2011) São subprincípios do princípio da proporcionalidade a adequação, a vedação do excesso 
e proporcionalidade em sentido estrito, sendo relevante sua utilização na solução de conflitos aparentes 
entre normas constitucionais. 
CERTO 
 
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
Princípio da Unidade da CF 
1 
Refere-se à interpretação sistemática da CF. Obriga o intérprete a considerar a CF em sua 
globalidade e a procurar harmonizar os espaços de tensão existentes entre as normas 
constitucionais a concretizar (Canotilho) 
Princípio do Efeito 
integrador 
2 
As soluções extraídas pelo intérprete devem ser pluralisticamente integradoras (Canotilho); 
unidade política e integração social devem ser os objetivos desse princípio. 
CUIDADO: “unidade política” é expressão-chave do princípio do efeito integrador e NÃO do 
princípio da unidade da CF. 
Princípio da Máxima 
efetividade 
3 
Deve-se preferir a interpretação que reconheça maior eficácia às normas constitucionais, 
especialmente as de DF. 
Princípio da Justeza ou 
conformidade ou exatidão 
ou 
correção funcional 
4 
Diz com a adequação ao esquema organizatório-funcional, entendido como o modelo de 
Estado concebido pela CF. Ou seja, não pode o intérprete subverter a organização do Estado, 
alterando, por exemplo, as funções constitucionalmente estabelecidas. Protege-se, 
sobretudo, a Separação de Poderes. 
 
10 “O princípio da razoabilidade permite ao Judiciário invalidar atos legislativos ou administrativos quando: 
a) não haja adequação entre o fim perseguido e o instrumento empregado (adequação); b) a medida não 
seja exigível ou necessária, havendo meio alternativo menos gravoso para chegar ao mesmo resultado 
(necessidade/vedação do excesso); c) não haja proporcionalidade em sentido estrito, ou seja, o que se 
perde com a medida é de maior relevo do que aquilo que se ganha (proporcionalidade em sentido estrito).” 
Luis Roberto Barroso. Temas de Direito Constitucional. Tomo I. 2002. 
 
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
Princípio da Concordância 
prática ou harmonização 
5 
Equivale à ponderação de interesses constitucionais. Busca-se evitar o sacrifício total de um 
princípio em relação a outro que lhe conflite com maior peso. Fundamenta-se na 
inexistência de hierarquia entre os princípios. 
 
 
Princípio da Força 
normativa 
(Konrad Hesse) 
 
6 
Como princípio hermenêutico, relaciona-se, sobremaneira, à necessidade de atualização das 
normas constitucionais, para adequá-las à realidade social vivenciada pelo povo. Confere-
se, dessa forma, máxima efetividade às normas constitucionais, já que afetas ao 
pensamento constitucional vigente na sociedade. 
Já no que concerne à busca da força normativa quando da elaboração de uma CF, tem-se 
que as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em condicionamento 
recíproco. A norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Para 
ser aplicável, a Constituição deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não 
sendo apenas determinada pela realidade social, mas determinante em relação a ela 
(TRF/2009). 
A força normativa de uma CF depende da chamada “vontade de constituição”, entendida 
como a disposição do povo de orientar sua própria conduta segundo a ordem constitucional 
vigente. Esta vontade será tão mais intensa, quanto a Constituição espelhar os valores 
essenciais da comunidade política, captando seu espírito. É importante ressaltar que, para 
Hesse, no eventual conflito entre os fatores reais de poder de Lassalle e a Constituição 
escrita, esta nem sempre haverá de sucumbir, pois não se deve desprezar seu valor 
normativo e sua força para mudar a realidade. 
Princípio da Interpretação 
conforme a CF 
 
7 
Diante de normas polissêmicas, deve-se dar a elas o sentido que mais se aproxime da CF. A 
interpretação conforme a CF somente pode ser operada quando a norma tenha espaço para 
várias interpretações (plurissignificativa ou polissêmica),pois o intérprete não pode atuar 
como legislador positivo, mesmo que a pretexto de adequar uma norma inconstitucional 
ao texto Maior. Nesse caso, a solução deve ser pela declaração de inconstitucionalidade. 
 
Princípio da 
Proporcionalidade ou 
razoabilidade 
8 
Pauta de natureza axiológica que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom-
senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso e de insuficiência, direito 
justo e valores afins (Karl Larenz e Inocêncio Coelho). Preenche-se de três elementos: 1) 
necessidade ou exigibilidade: medida restritiva de direito só se legitima se indispensável; 
podendo-se substituí-la por outra menos gravosa, deve-se evitá-la; 2) adequação, 
pertinência ou idoneidade: o meio escolhido deve ser adequado ao fim buscado; 3) 
 
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
proporcionalidade em sentido estrito: refere-se ao custo-benefício da medida, que deve ser 
positivo; busca-se a máxima efetividade com mínima restrição. 
 
3. CORRENTES INTERPRETATIVISTA E NÃO-INTERPRETATIVISTA 
Trata-se de contribuição da doutrina norte-americana ao estudo da hermenêutica. 
Não se relacionam a ferramentas metodológicas a ser adotadas pelo intérprete, como 
visto até aqui, mas à postura por ele adotada. Baseiam-se, portanto, em diferentes 
visões sobre o papel dos juízes e os limites legítimos de sua atividade interpretativa. 
 
a) CORRENTE INTERPRETATIVISTA 
CORRENTE 
CARACTERÍSTICAS 
 
 
Interpretativista 
- Ostenta características próprias da Escola Exegética, que 
viveu seu auge nos tempos do Código de Napoleão: a 
atividade judicante é apenas para reproduzir o que a lei, 
clara, perfeita e completa, já diz. O juiz interpreta de forma 
procedimental, não podendo ir além do texto. 
 
Não-interpretativista 
- Ostenta características próprias do Neoconstitucionalismo. 
O juiz deve, interpretando o Direito, criar normas para o caso 
concreto. A expressão que bem caracteriza esta corrente é 
ativismo judicial. O juiz interpreta de forma substancial. 
 
💡 Filosoficamente, a corrente interpretativista é PROCEDIMENTALISTA, ao passo que a não-
interpretativista é SUBSTANCIALISTA. 
 
(CESPE AGU 2007) As correntes interpretativistas defendem a possibilidade e a necessidade de os juízes 
invocarem e aplicarem valores e princípios substantivos, como princípios de liberdade e justiça, contra atos 
de responsabilidade do Poder Legislativo que não estejam em conformidade com o projeto da CF. As 
posições não-interpretativistas, por outro lado, consideram que os juízes, ao interpretarem a CF, devem 
limitar-se a captar o sentido dos preceitos nela expressos ou, pelo menos, nela claramente explícitos. 
ERRADO 
 
 
(CESPE TRT 17ªR 2009) A corrente que nega a possibilidade de o juiz, na interpretação constitucional, criar 
o direito e, valendo-se de valores substantivos, ir além do que o texto lhe permitir é chamada pela doutrina 
de não-interpretativista. 
ERRADO 
 
(CESPE TRF5ª 2015) A corrente doutrinária denominada não interpretacionismo defende que os juízes, ao 
decidirem questões constitucionais, devem limitar-se a fazer cumprir as normas explícitas ou claramente 
implícitas na Constituição escrita. 
ERRADO 
 
(CESPE TRF5ª 2015) Segundo a teoria substancialista, o Poder Judiciário deve decidir os casos 
constitucionais de maneira estreita e rasa, utilizando-se apenas dos argumentos estritamente necessários 
para a solução do litígio, deixando de parte questões morais controversas. 
ERRADO 
 
 
4. REGRAS E PRINCÍPIOS 
Até o séc. XX, o caráter normativo dos princípios não era plenamente reconhecido 
– eram considerados proclamações políticas, morais ou filosóficas, sem caráter 
vinculante para os poderes públicos. 
A superação histórica do jusnaturalismo e o fracasso político do 
positivismo11 abriram caminho para um conjunto amplo e ainda 
inacabado de reflexões acerca do Direito, sua função social e sua 
interpretação. O pós-positivismo é a designação provisória e genérica de 
um ideário difuso, no qual se incluem a definição das relações entre 
valores, princípios e regras, aspectos da chamada nova hermenêutica 
constitucional, e a teoria dos direitos fundamentais, edificada sobre o 
fundamento da dignidade humana. A valorização dos princípios, sua 
 
11 A decadência do positivismo é emblematicamente associada à derrota do fascismo na Itália e do nazismo 
na Alemanha. Esses movimentos políticos e militares ascenderam ao poder dentro do quadro de legalidade 
vigente e promoveram a barbárie em nome da lei. Os principais acusados de Nuremberg invocaram o 
cumprimento da lei e a obediência a ordens emanadas da autoridade competente. Ao fim da Segunda 
Guerra Mundial, a ideia de um ordenamento jurídico indiferente a valores éticos e da lei como uma 
estrutura meramente formal, uma embalagem para qualquer produto, já não tinha mais aceitação no 
pensamento esclarecido. 
 
incorporação, explícita ou implícita, pelos textos constitucionais e o 
reconhecimento pela ordem jurídica de sua normatividade fazem parte 
desse ambiente de reaproximação entre Direito e Ética. A NOVA 
INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL. Luís Roberto Barroso e Ana Paula de Barcellos. 
2003. 
 
O reconhecimento definitivo da normatividade dos princípios veio das 
formulações teóricas de Ronald Dworkin (1977) e Robert Alexy (2008). 
(PGE/PA 2011) “O marco filosófico do novo direito constitucional é o pós-positivismo. O debate acerca de 
sua caracterização situa-se na confluência das duas grandes correntes do pensamento que oferecem 
paradigmas opostos para o Direito: o jusnaturalismo e o positivismo. Opostos, mas, por vezes, 
singularmente complementares. A quadra atual é assinalada pela superação (...) dos modelos puros por 
um conjunto difuso e abrangente de ideias, agrupadas sob o rótulo genérico de pós-positivismo." 
(BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os conceitos fundamentais e a 
construção do novo modelo. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 247) 
Acerca do paradigma pós-positivista no Direito Constitucional, caracteriza-se, entre outros aspectos, pelo 
reconhecimento da normatividade dos princípios e de sua diferença qualitativa em relação às regras. 
CERTO 
 
(TRT 12ªR 2011) Os princípios constitucionais têm função informadora e interpretativa, não detendo força 
normativa, de modo que não servem para reger situações em concreto ou investir indivíduos em posições 
jurídicas favoráveis, em especial quando se tratar de princípios de maior abstração e menor densificação 
normativa, como a dignidade da pessoa humana. 
ERRADO 
 
(PGE/GO 2010) O Supremo Tribunal Federal admite a existência e a normatividade de princípios implícitos, 
decorrentes do texto constitucional. 
CERTO 
 
(TJ/SP 2017) Considerando-se o sistema constitucional brasileiro composto de regras e princípios: 
Por possuírem os princípios eficácia positiva, podem conferir direito subjetivo ante a inércia do Estado-
Legislador e do Estado-Administração e, portanto, conferir a tutela específica na via jurisdicional. 
CERTO 
 
 
A partir de então, as normas constitucionais podem ser compreendidas como 
gênero, de onde extraem as espécies: regras e princípios, cada qual com peculiaridades 
relacionadas a sua interpretação e aplicação. 
Tradicionalmente, princípios e regras são diferenciados quanto ao grau de 
abstratividade (ou generalidade). Enquanto as regras são aplicadas imediatamente, em 
mero processo de subsunção, apenas a casos homogêneos, o alto grau de abstração dos 
princípios, considerados normas "generalíssimas" por serem aplicáveis a diversos casos 
heterogêneos, exige ação integradora do órgão que irá aplicá-lo. Demais disso, o 
conflito entre regras é analisado sob o enfoque da validade das normas jurídicas e 
resolvido pelos tradicionais critérios hierárquico, cronológico e especialidade, e oconflito entre princípios é estudado sob o prisma da importância (valor ou peso), 
resolvido pelo critério da ponderação (harmonização). 
 
a) CRITÉRIOS DISTINTIVOS12 
• Critérios distintivos propostos por Ronald Dworkin 
Segundo Dworkin, as regras são aplicáveis à maneira do tudo ou nada - caso ocorram 
os fatos estipulados por regras válidas, as respostas dadas devem ser aceitas. Atribui-se 
a elas, portanto, caráter de definitividade. 
Os princípios, por sua vez, indicariam, apenas de forma provisória (caráter prima 
facie), o sentido da decisão a ser dada, sendo que seu preterimento em um caso 
específico, não significa invalidade. 
• Critérios distintivos propostos por Robert Alexy 
Embora a noção de princípio formulada por Ronald Dworkin tenha inspirado a 
teoria desenvolvida por Robert Alexy, as duas concepções se diferenciam em aspectos 
de fundamental importância13. 
 
12 Marcelo Novelino. Curso de Direito Constitucional. 2017. 
13 Para Alexy, os "princípios podem se referir tanto a direitos individuais quanto a interesses coletivos", 
enquanto Dworkin correlaciona princípios a direitos individuais e diretrizes políticas (policies) a interesses 
coletivos. No mais, Alexy rejeita a tese da única resposta correta e Dworkin não considera os princípios 
como mandamentos de otimização. 
 
Os princípios são definidos por Alexy como MANDAMENTOS DE OTIMIZAÇÃO, ou seja, 
"normas que ordenam que algo seja realizado na maior medida possível, dentro das 
possibilidades jurídicas e fáticas existentes”. 
As regras, por sua vez, são definidas como MANDAMENTOS DEFINITIVOS, ou seja, 
"normas que são sempre satisfeitas ou não satisfeitas. Se uma regra vale, então, deve-
se fazer exatamente aquilo que ela exige, nem mais, nem menos. Regras contêm 
determinações no âmbito daquilo que é fática e juridicamente possível." 
Enquanto os princípios admitem diferentes graus de concretização, as regras 
válidas exigem o cumprimento na medida exata de suas prescrições. 
Além disso, as razões fornecidas pelos princípios, ante a possibilidade de 
superação por outras mais fortes, têm sempre caráter provisório, enquanto as 
fornecidas pelas regras têm caráter definitivo, desde que não comportem exceções. 
Obs.: Sintetizando os critérios anteriores e refinando-os, Luís Roberto Barroso e Ana 
Paula Barcellos14 lecionam: 
REGRAS são, normalmente, relatos objetivos, descritivos de determinadas condutas e 
aplicáveis a um conjunto delimitado de situações. Ocorrendo a hipótese prevista no seu 
relato, a regra deve incidir, pelo mecanismo tradicional da subsunção: enquadram-se os fatos 
na previsão abstrata e produz-se uma conclusão. A aplicação de uma regra se opera na 
modalidade tudo ou nada: ou ela regula a matéria em sua inteireza ou é descumprida. Na 
hipótese do conflito entre duas regras, só uma será válida e irá prevalecer. 
PRINCÍPIOS, por sua vez, contêm relatos com maior grau de abstração, não especificam a 
conduta a ser seguida e se aplicam a um conjunto amplo, por vezes indeterminado, de 
situações. Em uma ordem democrática, os princípios frequentemente entram em tensão 
dialética, apontando direções diversas. Por essa razão, sua aplicação deverá se dar mediante 
ponderação: à vista do caso concreto, o intérprete irá aferir o peso que cada princípio deverá 
desempenhar na hipótese, mediante concessões recíprocas, e preservando o máximo de cada 
um, na medida do possível. Sua aplicação, portanto, não será no esquema tudo ou nada, mas 
graduada à vista das circunstâncias representadas por outras normas ou por situações de fato. 
 
 
14 A NOVA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL. Luís Roberto Barroso e Ana Paula de Barcellos. 2003. 
 
(FGV 2018) É voz corrente na doutrina especializada que é necessário buscar a concordância prática entre 
dois ou mais direitos fundamentais incidentes em uma situação concreta, não sendo incomum que um 
deles se retraia, total ou parcialmente, com a prevalência do outro, podendo a solução se alterar em 
situação diversa. Tal somente é possível porque os referidos direitos estão previstos em normas com 
natureza: 
 de princípios 
 
(CESPE TRF5ª 2015) Para Ronald Dworkin, princípios constitucionais são conceituados como 
mandamentos de otimização que conduzem à única resposta correta. 
ERRADO 
 
(TRT 14ªR 2012) Podemos afirmar que não há hierarquia normativa entre princípios. Na verdade o que 
existe é distinção axiomática/valorativa. 
CERTO 
 
(PGR 2011) No confronto entre princípios e regras jurídicas, os primeiros devem prevalecer, em razão da 
sua maior relevância sistêmica e axiológica. 
ERRADO 
 
(TJ/SP 2017) Considerando-se que as regras operam comandos objetivos e prescritivos, sua eficácia será 
plena, enquanto os princípios reclamarão uma atividade positiva do legislador ou, na ausência dela, ao 
menos a atividade regulamentadora do Estado-Administração, sob pena de diluição da normatividade do 
direito. 
ERRADO 
 
 
b) TEORIA DOS POSTULADOS NORMATIVOS 
A par dessas espécies normativas, Ávila (2012) aponta, ainda, a existência de 
postulados normativos, definidos como deveres de segundo grau que, situados no 
âmbito das METANORMAS, estabelecem a estrutura de aplicação e prescrevem modos de 
raciocínio e argumentação no tocante a outras normas. É o caso, por exemplo, do 
postulado da proporcionalidade. Embora tradicionalmente denominada de princípio, a 
rigor, a proporcionalidade é condição de possibilidade do raciocínio com princípios. 
 
Segundo Ávila, a interpretação e a aplicação de princípios e regras dar-se-
ão com base nos postulados normativos inespecíficos, quais sejam, a 
ponderação (atribuindo-se pesos), a concordância prática e a proibição de 
excesso (garantindo a manutenção de um mínimo de eficácia dos direitos 
fundamentais), e específicos, destacando-se o postulado da igualdade, o 
da razoabilidade e o da proporcionalidade. Pedro Lenza. Direito Constitucional 
Esquematizado. 2017. 
(FCC DPE/SC 2017) Os postulados normativos não se confundem com os princípios e as regras, sendo 
qualificados como metanormas ou normas de segundo grau voltadas a estabelecer critérios para a 
aplicação de outras normas. 
CERTO 
 
(CESPE TJ/SE 2014) Conforme a moderna teoria constitucional, postulados normativos são normas 
metódicas, ou de segundo grau, que devem ser utilizados na interpretação e aplicação de princípios e 
regras presentes na constituição. 
CERTO 
 
 
c) DERROTABILIDADE (DEFEASIBILITY - HERBERT HART) 
Nada obstante o estudo das distinções qualitativas entre princípios e regras vistas 
até aqui, é certo que, mais recentemente, já se discute tanto a aplicação do esquema 
tudo ou nada aos princípios15 como a possibilidade de também as regras serem 
ponderadas. 
Há situações em que uma regra, perfeitamente válida em abstrato, poderá gerar 
uma inconstitucionalidade ao incidir em determinado ambiente ou, ainda, há hipóteses 
em que a adoção do comportamento descrito pela regra violará gravemente o próprio 
fim que ela busca alcançar – são os denominados “hard cases”. 
 
15 Determinados princípios - como o princípio da dignidade da pessoa humana e outros - apresentam um 
núcleo de sentido ao qual se atribui natureza de regra, aplicável biunivocamente. 
 
 
 
Parte-se da ideia de que as normas jurídicas possuem exceções implícitas16, não 
identificáveis de antemão, e, quando essas exceções são configuradas, elas têm o 
condão de derrotar a solução normativa extraída prima facie da literalidade da norma. 
O afastamento da aplicação de regras válidas ante as circunstâncias específicas do caso 
concreto é conhecido como derrotabilidade (ou superabilidade). Em tais hipóteses, o 
intérprete confere ao princípio da justiça e aos princípios que justificam o afastamento 
da regraum peso maior do que ao princípio da segurança jurídica e àqueles subjacentes 
à regra. 
 A ponderação, portanto, não é feita entre a regra e o princípio, mas entre princípios 
que fornecem razões favoráveis e contrárias à aplicação da regra naquele caso 
específico. 
Não há nisso, qualquer desobediência ao direito, pois a decisão é pautada por 
normas estabelecidas pelo próprio ordenamento jurídico. 
 Não confundir o juízo de inconstitucionalidade com a decisão que, a despeito de 
considerar a norma constitucional (em tese), deixa de aplicá-la ao caso concreto em 
razão de circunstâncias extraordinárias ou de situações de extrema injustiça17 
(derrotabilidade). 
 
(CESPE PGM/BH 2017) De acordo com a doutrina, derrotabilidade das regras refere-se ao ato de se retirar 
determinada norma do ordenamento jurídico, declarando-a inconstitucional, em razão das peculiaridades 
do caso concreto. 
ERRADO 
 
(CESPE 2016) A derrotabilidade de uma norma constitucional ocorrerá caso uma norma jurídica deixe de 
ser aplicada em determinado caso concreto, permanecendo, contudo, no ordenamento jurídico para 
regular outras relações jurídicas. 
CERTO 
 
16 Hart percebeu que em razão da impossibilidade de as normas preverem as diversas situações fáticas, 
ainda que presentes seus requisitos, elas contém, de forma implícita, uma cláusula de exceção (tipo: a 
menos que), de modo a ensejar, diante do caso concreto, a derrota/superação da norma. Dirley da Cunha 
Jr. 
17 Como preceitua Humberto Ávila, as regras possuem eficácia de trincheira, já que somente podem ser 
superadas “por razões extraordinárias e mediante ônus de fundamentação maior”. Teoria dos princípios: 
da definição à aplicação dos princípios jurídicos. Humberto Ávila. Ed. Malheiros. 
 
 
 
Requisitos procedimentais da derrotabilidade (Humberto Ávila) – a superação da regra 
deve conter: 
1) Justificativa condizente – deve ser demonstrado o descompasso entre a hipótese da 
regra e sua finalidade e, mais, provar que o afastamento da regra não gerará 
insegurança jurídica. 
2) Fundamentação condizente – esta decorre da hipótese anterior. O afastamento da 
regra deve ser fundamentado. Expor o motivo do afastamento, possibilitando a ampla 
defesa e o contraditório. 
3) comprovação condizente – a justificativa de afastamento da regra deve ser provada, 
não sendo possível mera alegação de que ela não está adequada aos anseios normativos 
e sociais. 
Requisito Material da derrotabilidade – a decisão individualizada, ainda que 
incompatível com a hipótese da regra geral, não pode prejudicar nem a promoção da 
finalidade subjacente à regra, nem a segurança jurídica que suporta as regras, em 
virtude da pouca probabilidade de reaparecimento frequente de situação similar, por 
dificuldade de ocorrência ou comprovação. 
 
5. LIMITES DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL (CRIAÇÃO JUDICIAL DO 
DIREITO) 
 Com o advento das profundas mudanças operadas no constitucionalismo do 
segundo pós-guerra, a atividade interpretativa desenvolvida no âmbito do Poder 
Judiciário assumiu uma importância ainda maior. Tendo em vista a atuação das Cortes 
na concretização e realização das constituições, diz Canotilho, "as decisões dos tribunais 
constitucionais passaram a considerar-se como um novo modo de praticar o direito 
constitucional." Isso porque, segundo Marcelo Novelino18: 
 
18 Direito Constitucional. 2017. 
 
 
 a interpretação do direito não se resume à mera descrição de um 
significado normativo, nem à descoberta de uma norma preexistente. 
Trata-se de uma atividade constitutiva, não simplesmente declaratória. O 
intérprete constrói - ou, segundo Humberto Ávila, reconstrói - o sentido 
da norma a partir do texto normativo, ponto de partida e limite para a 
interpretação. 
 No sistema constitucional brasileiro, o direito judicial com força de Lei revela-se, 
sobretudo, nas decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal em sede de controle 
abstrato de constitucionalidade (CF, art. 102, §§ 1º e 2º) e na edição de enunciados de 
súmula com efeito vinculante (CF, art. 103-A). Em tais hipóteses, é inegável a atribuição 
de um poder normativo ao Tribunal, ainda que pautado por parâmetros constitucionais. 
 A criação judicial do direito se mostra, ainda mais nítida, nas decisões judiciais 
criativas, quando o tribunal constitucional emprega a técnica da interpretação 
conforme ou supre uma omissão de outro poder. 
 Segundo a doutrina, as decisões judiciais criativas (criação judicial do direito) 
podem ser: 
 
a) DECISÕES INTERPRETATIVAS EM SENTIDO ESTRITO 
• Sentença interpretativa de rechaço 
Diante de duas possíveis interpretações que determinado ato normativo possa 
ter, a Corte adota aquela que se conforma à Constituição, repudiando qualquer outra 
que contrarie o texto constitucional. 
💡 Corresponde à técnica de decisão da interpretação conforme a Constituição. 
 
• Sentença interpretativa de aceitação 
A Corte Constitucional anula a interpretação ofensiva à Constituição. Não se 
anula o dispositivo mal interpretado, mas apenas uma das suas interpretações. O 
preceito questionado continua válido, mas a norma extraída da sua interpretação 
 
inconstitucional é anulada em caráter definitivo e com eficácia erga omnes19. O Tribunal 
exclui ou anula o sentido apresentado pelo texto da lei de maneira inconstitucional, 
aceitando, no entanto, outras possibilidades interpretativas. 
💡 Corresponde à técnica da declaração de nulidade sem redução de texto. 
 
b) DECISÕES MANIPULADORAS (MANIPULATIVAS OU ADITIVAS) 
 A Corte Constitucional não se limita a analisar a constitucionalidade das normas 
que lhe são submetidas, mas, agindo como legislador positivo, modifica diretamente o 
ordenamento jurídico, adicionando-lhe ou substituindo-lhe normas, a pretexto ou com 
o propósito de adequá-lo à Constituição. 
(FCC TJ/PE 2013) A interpretação criativa adotada conforme à Constituição pode levar a construção de 
decisões manipulativas de efeitos aditivos ou substitutivos. 
CERTO 
 
(FCC TJ/PE 2013) Decisões manipuladoras são decisões aplicadas na esfera do controle de 
constitucionalidade, na qual a Corte Constitucional não se limita a declarar a inconstitucionalidade das 
normas, mas acaba por agir como legislador positivo, remodelando diretamente o ordenamento jurídico. 
CERTO 
 
• Sentenças aditivas20 
A Corte Constitucional declara inconstitucional certo dispositivo legal pelo que 
ele omite, alargando o texto da lei ou seu âmbito de incidência. A decisão se mostra 
“aditiva”, pois a Corte, ao decidir, cria uma norma autônoma. A sentença é declarada 
inconstitucional na ‘parte em que não prevê’ e contempla uma exceção ou impõe uma 
 
19 Pedro Lenza. Direito Constitucional Esquematizado. 2017. 
 
20 Como espécies de decisões com alguma eficácia aditiva, Gilmar Mendes (Curso de Direito 
Constitucional. 2017.) afirma: ainda devem ser referidas as decisões demolitórias com efeitos aditivos 
(quando é suprimida uma lei inconstitucional constritora de direitos), as aditivas de prestação (que têm 
impacto orçamentário) e as aditivas de princípio (onde são fixados princípios que o legislador deve 
observar ao prover a disciplina que se tem por indispensável ao exercício de determinado direito 
constitucional). 
 
 
condição a certas situações que deveria prever. Ex. STF21 determinou a aplicação, aos 
servidores públicos, da Lei 7.783/89, que dispõe sobre o exercício do direito de greve na 
iniciativa privada, pelo que promoveu extensão aditiva do âmbito de incidência da 
norma. Ex2. A decisão proferida na Pet 3.388/RR ,quando o Tribunal, enfrentando a 
situação de insegurança geral deflagrada pela demarcação da reserva Raposa Serra do 
Sol, logrou dar margens nítidas à extensão do usufruto dosindígenas sobre as áreas que 
lhes são constitucionalmente garantidas. 
💡 Corresponde à técnica de declaração de inconstitucionalidade com efeito acumulativo ou aditivo 
(Canotilho). 
 
(FCC TJ/PE 2013) O conceito de decisões manipuladoras inclui o conceito das sentenças aditivas, aquelas 
nas quais a Corte Constitucional declara a inconstitucionalidade de uma disposição, na parte, em que não 
expressa determinada norma, que deveria conter para ser compatível com a Constituição. 
CERTO 
 
(CESPE PGM/BH 2017) O STF declarou a inconstitucionalidade da interpretação da norma que proíbe a 
realização de aborto na hipótese de gravidez de feto anencefálico, diante da omissão de dispositivos 
penais quanto àquela situação. Essa decisão visou garantir a compatibilidade da lei com os princípios e 
direitos fundamentais previstos na CF. 
 aditiva 
 
• Sentenças Substitutivas 
O juízo constitucional declara a inconstitucionalidade da parte em que a lei 
estabelece determinada disciplina ao invés de outra, substituindo a disciplina advinda 
do poder legislativo por outra, consentânea com o parâmetro constitucional. Assim, a 
Corte não apenas anula a norma impugnada, como também substitui por outra, 
essencialmente diferente, criada pelo próprio Tribunal. Exemplo: o STF declarou 
inconstitucional taxa de juros de 6% ao ano (imissão na posse) e a substituiu pela taxa 
de 12%. 
 
21 MI 670, red. para o acórdão Min. Gilmar Mendes, MI 708, rel. Min. Gilmar Mendes, e MI 712, rel. Min. 
Eros Grau, julgados em 25-10-2007. Tenha-se presente, ainda, o MI 543, rel. Min. Octavio Gallotti, DJ de 
24-5-2002, e o MI 283, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 14-11-1991, quando restou assentado que “é 
dado ao Judiciário, ao deferir a injunção, somar, aos seus efeitos mandamentais típicos, o provimento 
necessário a acautelar o interessado contra a eventualidade de não se ultimar o processo legislativo, no 
prazo que fixar, de molde a facultar-lhe, quando possível, a satisfação provisória do seu direito”. 
 
💡 Corresponde à técnica da declaração de inconstitucionalidade com efeito substitutivo (Canotilho). 
 
(FCC TJ/PE 2013) O Conceito de decisões manipuladoras admite-se a produção de norma heterônoma de 
atos legislativos, ou seja, a sentença substitutiva declara a inconstitucionalidade de um preceito, na parte 
em que expressa certa norma em lugar de outra, substancialmente distinta, que dele deveria constar para 
que fosse compatível com a Constituição Federal. 
CERTO 
6. MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS22 
 A mutação constitucional ocorre por meio de processos informais de modificação 
do significado da Constituição sem alteração de seu texto. Altera-se, pela via 
interpretativa, o sentido da norma constitucional sem modificar as palavras que a 
expressam. 
 No direito constitucional brasileiro podem ser mencionados como exemplos 
recentes de mutação constitucional, dentre outros, as seguintes mudanças ocorridas na 
jurisprudência do STF envolvendo: 
 
22 Também chamada de “vicissitudes constitucionais”, “transições constitucionais” (Jorge Miranda), 
“mudança constitucional ou processo de fato”. 
 
 
Decisões judiciais 
criativas
Interpretativas em 
sentido estrito
De rechaço
Interpretação conforme 
a CF e repulsa a 
qualquer outra que lhe 
contrarie
De aceitação
Anulação de 
interpretação (e não da 
norma) desconforme a 
CF
Manipuladoras 
(manipulativas ou 
normativas)
Aditivas
conforma omissão do 
preceito interpretado
Substitutivas
anula preceito 
incompatível com a CF 
substituindo-o por 
outro
 
i. Competência dos Tribunais de Justiça estaduais para julgar habeas corpus contra 
ato de Turmas Recursais dos Juizados Especiais23; 
ii. Vedação em abstrato da progressão no regime de cumprimento da pena.24 
iii. instituto da coisa julgada, garantia fundamental da segurança jurídica, relativizado 
pelo STF na hipótese de decisão transitada em julgado antes do desenvolvimento 
do exame de DNA25. 
 
 Contrapõe-se, portanto, ao conceito de EMENDA CONSTITUCIONAL, processo formal de 
alteração da Lei Fundamental (CF, art. 60). 
 A mudança implementada pelo poder constituinte derivado reformador se verifica 
de modo formal, palpável, por intermédio das emendas à Constituição. Por sua vez, a 
modificação produzida pelas mutações constitucionais, de modo informal e espontâneo, 
instrumentaliza-se pelo PODER CONSTITUINTE DIFUSO, verdadeiro poder de fato, 
permanente, e que decorre dos fatores sociais, políticos e econômicos, encontrando-se 
em estado de latência. 
 
Limites: A mutação jamais poderá significar ruptura com o sistema plasmado pelo 
constituinte, ou desrespeito ao sentido mínimo das cláusulas pétreas e aos princípios 
estruturantes da CF, sob pena de violação à ordem constitucional. 
 
 
23 STF – HC (QO) 86.009/DF: “Tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal, modificando sua 
jurisprudência, assentou a competência dos Tribunais de Justiça estaduais para julgar habeas corpus 
contra ato de Turmas Recursais dos Juizados Especiais, impõe-se a imediata remessa dos autos à 
respectiva Corte local para reinício do julgamento da causa, ficando sem efeito os votos já proferidos. 
Mesmo tratando-se de alteração de competência por efeito de mutação constitucional (nova 
interpretação à Constituição Federal), e não propriamente de alteração no texto da Lei Fundamental, o 
fato é que se tem, na espécie, hipótese de competência absoluta (em razão do grau de jurisdição), que não 
se prorroga”. 
24 STF – HC 82.959: “Conflita com a garantia da individualização da pena – artigo 5.°, inciso XLVI, da 
Constituição Federal – a imposição, mediante norma, do cumprimento da pena em regime integralmente 
fechado. Nova inteligência do princípio da individualização da pena, em evolução jurisprudencial, 
assentada a inconstitucionalidade do artigo 2.°, § 1.°, da Lei 8.072/1990. 
 
25 STF. RE nº 363.889. 
 
 (VUNESP PGM/SJC 2017) “(...) consiste em uma alteração do significado de determinada norma da 
Constituição, sem observância do mecanismo constitucionalmente previsto para as emendas e, além disso, 
sem que tenha havido qualquer modificação do seu texto” (L. R. BARROSO). 
A definição supra diz respeito a um princípio de interpretação constitucional denominado 
 mutação constitucional. 
 
(CESPE TJ/RN 2013) A mutação constitucional ocorre quando, em virtude de evolução na situação de fato 
sobre a qual incide a norma, ou por força do predomínio de nova visão jurídica, altera-se a interpretação 
dada à constituição, mas não o seu texto. 
CERTO 
 
(CESPE DPE/AC 2017) A mutação constitucional é justificada pelas modificações na realidade fática e na 
percepção do direito. 
CERTO 
 
(PGE/MS 2014) Sobre a mutação constitucional: A plasticidade de muitas normas constitucionais garante 
ao sistema constitucional espaço de aprendizado ao torná-lo permeável às demandas sociais. 
CERTO 
 
(PGE/MS 2014) A literalidade da norma constitucional não é limite importante para a mutação 
constitucional. 
ERRADO 
 
(CESPE TRF3 2011) A mutação constitucional ocorre por interpretação judicial ou por via de costume, mas 
não pela atuação do legislador, pois este age apenas editando normas de desenvolvimento ou 
complementação do texto constitucional, dentro dos limites por este imposto. 
ERRADO 
 
(PGE/SP/2018 – Prova discursiva) A partir da análise evolutiva da hermenêutica constitucional no Brasil, 
defina os fenômenos a seguir e suas principais características: 
a) mutação constitucional; 
b) decisões manipulativas 
 
 
 
 
 
7. TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS 
 Trata-se de doutrina concebida pela Suprema Corte norte-americana (implied 
powers), em 1819 (McCulloch v. Maryland), e acolhida pelo Supremo Tribunal Federal 
brasileiro, segundo a qual a outorga

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