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Resumo Processo Penal pris+úo em flagrante

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Resumo Processo Penal - 1º Bimestre - 7º termo 
Visão Geral 
- Prisão: dispõe o art. 283 CPP que ninguém poderá ser preso, salvo em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade competente que esteja obedecendo sentença penal condenatória transitada em julgado, ou aqueles que no decorrer da ação penal ou fase de investigação estejam em prisão preventiva ou temporária. 
- Formas de prisão: 
a) Prisão Pena: aquela que decorre de sentença condenatória transitada em julgado, sendo uma "punição" ao agente por um delito cometido. 
b) Prisão Processual: é aquela decretada ANTES do trânsito em julgado de sentença condenatória em hipóteses descritas na lei, sendo conhecida também como prisões cautelares ou provisórias. 
- Direitos e Garantias Fundamentais aplicáveis à prisão: 
- Devem ser respeitados os direitos fundamentais garantidos pela CF em toda e qualquer prisão para que o preso tenha sua dignidade preservada. Para isso, encontra-se um rol de garantias disposto no art. 5º da CF onde destaca-se: 
*Princípio da Igualdade (art. 5º, inc. I): aqui trata-se da igualdade entre homens e mulheres presos, visto após posição do STF a mulher quando mãe de criança até 12 anos ou gestante pode ter a prisão preventiva substituída pela prisão domiciliar, enquanto o homem quando pai não tem o mesmo benefício, pois somente poderá cogitar tal substituição após comprovados vários requisitos e ainda ser o único responsável pela criança. 
*Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (art. 5º inc. II e III): o preso deve ter tratado como um ser humano, devendo o Estado fornecer o mínimo de dignidade nos estabelecimentos prisionais, o que de fato não acontece na realidade, começando pelo momento da prisão em que este perde seu nome e passa a ser apenas um número. 
*Princípio da Inviolabilidade do Domicílio (art.5º XI): é considerado domicílio qualquer compartimento que seja habitado e não tenha acesso à qualquer pessoa, como a residência, carro, quarto de hotel, local de trabalho (escritórios, consultórios). Locais que tem acesso ao público não são considerados domicílio. 
Obs: quanto à Casa de Prostituição o local onde são realizados os shows, apresentações não é considerado domicílio, porém o quarto onde está a garota de programa, enquanto não estiver sendo explorada a atividade será considerado domicílio. 
- Horário permitido para entrar no domicílio: deve ser com ordem judicial do juiz competente somente durante o dia, respeitando a posição do STF onde dia é considerado do nascer (manhã) até o pôr do sol (noite). 
- Exceções: por garantia constitucional poderão adentrar em qualquer horário em casos de flagrante delito (com consentimento do morador), desastre, para prestar socorro. 
- Da Prisão Processual 
- Hipóteses de Prisão Processual (ou cautelares) 
1) Prisão em Flagrante 
2) Prisão Preventiva 
3) Prisão Temporária 
Obs: as pessoas presas provisoriamente devem ficar separadas daquelas presas por condenação. 
- Requisitos (art. 282 CPP): 
a) necessidade: a prisão deve ser proposta quando o agente apresentar riscos como fuga, atrapalhar as investigações caso esteja em liberdade, apresentar riscos à vítima ou testemunhas, para evitar a reiteração do delito. 
b) adequação: a medida tomada deve ser adequada com a prática do crime, tendo conhecimento sobre o fato e as circunstâncias pessoais do acusado. 
- Características da Prisão Cautelar e das Medidas Diversas da Prisão: 
a) Jurisdicionalidade: Devem ser impostas pelo Poder Judiciário, excetuando-se desta regra apenas o disposto no art. 322 do CPP, que possibilita à autoridade policial arbitrar fiança nos crimes cuja pena máxima não seja superior a quatro anos de prisão. Lembre-se que, na literalidade do art. 319, VIII, do CPP a fiança também possui natureza de medida cautelar.
b) Provisoriedade: Como se vê do art. 282, I, do CPP, norteia a aplicação das medidas cautelares a necessidade. Daí se infere que devem elas vigorar apenas enquanto perdurar a situação de urgência que justificou sua decretação.
c) Revogabilidade: É característica coligada à provisoriedade, corporificando-se no art. 282, § 5.º, 1.ª parte, do CPP, ao dispor que o juiz poderá revogar a medida cautelar quando verificar a falta de motivo para que subsista.
d) Excepcionalidade: As medidas cautelares devem ser aplicadas em hipóteses emergenciais, com o objetivo de superar situações de perigo à sociedade, ao resultado prático do processo ou à execução da pena. Portanto, é certo que sua utilização, no curso da investigação ou do processo, deve ocorrer como exceção, mesmo porque implicam, em maior ou menor grau, restrição ao exercício de garantias asseguradas na Constituição Federal.
e) Substitutividade: Esta característica decorre do art. 282, § 4.º, 2.ª parte, facultando ao juiz, no caso de descumprimento de medida cautelar imposta, substituí-la por outra; e, também, do § 5.º do mesmo dispositivo, conferindo a mesma faculdade ao juiz quando verificar a falta de motivo para que subsista a providência cautelar antes aplicada. Note-se que a própria decretação da prisão preventiva contemplada art. 282, § 4.º, como decorrência da desobediência a qualquer das providências do art. 319 satisfaz a característica da substitutividade, já que tal segregação também se classifica como uma medida cautelar de natureza pessoal.
f) Cumulatividade: Estabelece o art. 282, § 1.º, que as medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. Esta faculdade encontra-se prevista, ainda, no § 4.º do mesmo dispositivo, pois, ao tratar do descumprimento injustificado de providências aplicadas, possibilita ao juiz tanto substituí-la como impor outra em cumulação. Observe-se, contudo, que, em qualquer caso, deve ser observada a necessidade e adequação das medidas aplicadas em face dos fins visados (art. 282, I e II), bem como a compatibilidade lógica das providências cumuladas.
- Semelhanças das cautelares CPC X CPP: em ambos os casos visam garantir o direito material e proteger o resultado útil do processo.
- Finalidade: evitar que o indivíduo volte a delinqüir, proteger o bem jurídico, coibir a vingança, trazer tranqüilidade social, fortalecer a crença no ordenamento jurídico e no Poder Judiciário, bem como evitar que outras pessoas sejam incentivadas a praticar crimes. 
- Modalidades admitidas no Sistema Prisional Brasileiro X Modalidades não admitidas
- Prisão em flagrante, preventiva e temporária – Apenas essas 3 são admitidas (após 2011)
- Antes de 2011: havia a Prisão decorrente de sentença penal condenatória – Súmula 9 STJ “Prisão preventiva para depois recorrer” – Foi abolida
- Época Vargas: Prisão de averiguação – Ditadura militar: Ser preso para averiguar a identidade do indivíduo. Foi abolida – Mas ainda há restos desta prisão no art. 313 §único, para dúvidas sobre a identidade da pessoa, ser identificado e após liberado. 
Obs: a prisão deve ser o último recurso – deve analisar primeiro a aplicação de cautelares não prisionais.
Formalidades da execução da prisão
Perseguição – Art. 290 CPP: Trata-se de ir em busca, ir atrás.
É o ato realizado por agentes do estado ou excepcionalmente por qualquer do povo, com o objetivo de ir ao encalço e capturar o indivíduo.
Ela se revela com a busca incessante do indivíduo, independentemente de ter contato visual ou não, ou fundamentada em informações prováveis de veracidade, sobre o destino tomado pelo agente.
Enquanto não ocorrer a desistência ou abandono da diligencia, haverá perseguição (art. 290 §1° CPP) – Parar para comer, dormir, abastecer não é considerado desistência.
Prisão fora do local do crime: 
Território nacional: ao ser alcançado o sujeito, o mesmo deverá ser encaminhado imediatamente a autoridade local onde ocorreu a prisão. Deve ser levado para a delegacia daquela cidade imediatamente. Independente se for em outro estado ou comarca.
- Pode ser em qualquer lugar e por qualquer órgão (militar, civil)Território estrangeiro: não há a possibilidade de se prender em tal território em casos de fuga. 
Deve pedir por meio de carta rogatória, para que a pessoa seja julgada no Brasil. (Carta Rogatório ocorre em casos de acordos entre os Países – Tratado Internacional)
Se não houver o acordo entre os Países, será solicitado por meio de Tratado de reciprocidade = acordo cavaleiros = “da uma pessoa por outra”
- Transição de fronteiras = Não pode. 
Carta Rogatória → Tratado Internacional
Se não tiver → Tratado de Reciprocidade.
 Da Prisão em Flagrante 
- Sujeitos da Prisão em Flagrante: art. 301 CPP 
a) Sujeito ativo (autor da prisão), podem ser divididos em: 
*obrigatórios (compulsório ou necessário): trata-se das autoridades policiais e seus agentes que tem o DEVER de prender aqueles que se encontram em situação de flagrante delito. 
Obs: os policiais que encontram-se em férias tem o dever de prender em virtude do dever lega de sua função, ficando afastado desse dever apenas aqueles que se encontram em suspensão disciplinar ou licença médica, segundo posição do STJ. 
O descumprimento desse dever seja por desleixo ou interesses pessoais pode caracterizar o crime de prevaricação e ainda sanções administrativas. 
*facultativos: qualquer um do povo, porém trata-se de uma faculdade e não uma obrigação. 
b) Sujeito passivo: em regra qualquer pessoa pode ser presa em flagrante delito, porém existem aquelas que são imunes por prerrogativa de função, como: 
*Não podem ser presos em flagrante delito qualquer que seja o crime: presidente e vice presidente da república, menores de 18 anos, diplomatas estrangeiros (com tratado assinado pelo Brasil); 
*Não podem ser presos em flagrante delito por crimes que sejam afiançáveis: deputados, senadores, juízes, promotores, advogados se o crime for cometido no desempenho de suas funções. 
*Membros do MP: só poderão ser presos em flagrante por crimes inafiançáveis na presença do Procurador Geral da República. 
*Membros do Poder Judiciário: só poderão ser presos em flagrante por crimes inafiançáveis na presença do Presidente do Tribunal de Justiça. 
*Obs 1: é vedada pelo art. 301 CTB a prisão em flagrante do motorista que causa acidente mas presta socorro PRONTO e INTEGRAL à vítima com o intuito de minimizar os resultados. 
*Obs 2: nos casos de infração de menor potencial ofensivo dispostos na Lei 9.099/95 não há prisão em flagrante, pois ao invés de ser lavrado o auto de prisão caberá apenas a elaboração de um termo circunstanciado. 
* Obs 3: Lei de Drogas para consumo próprio: por disposição do art.48 da Lei 11.343/06 não será permitida a prisão em flagrante daqueles que tem a posse de drogas para consumo próprio, pois é considerado fato atípico (desde que comprovado que seja para consumo). 
- Hipóteses de flagrante: 
a) Flagrante próprio ou real: art. 302 I e II
I. será considerado em flagrante aquele que ESTÁ cometendo o crime, ou seja, é visto praticando os atos executórios da infração penal. Ex: o agente é visto atirando na vítima. 
II: será considerado em flagrante aquele que ACABA de cometer o crime e ainda encontra-se no LOCAL DO FATO, embora os atos executórios tenham sido encerrados mas este é encontrado logo após apontando circunstâncias de que é o autor do crime. Ex: policiais ouvem disparos e ao adentrar no local encontram a vítima feriada e o agente com a arma na mão. 
b) Flagrante Impróprio ou Quase Flagrante: art. 302 III
Considera-se em flagrante aquele que está sendo perseguido por autoridade, pelo ofendido ou qualquer outra pessoa logo após cometer o crime. Não é necessário que perseguição se inicie imediatamente após o ato executório, pois deve-se considerar o tempo para tomar as providências, como chamar os policiais, esperar que eles cheguem ao local, etc. Apenas necessário que a perseguição seja ininterrupta e não necessita que esteja na esfera visual. 
c) Flagrante Presumido ou Ficto: art. 302, IV 
Neste caso o agente não é perseguido mas é localizado portando materiais ou objetos que indiquem ser ele o autor da infração. Ex: agente furta uma bolsa e consegue evadir-se sem ser perseguido, porém após um tempo alguns policiais encontram com esse agente a bolsa idêntica aquela objeto de furto, causando presunção de que foi o autor daquele delito cometido. 
Outras medidas atípicas ao CPP:
- Flagrante Esperado: aquele em que a autoridade policial receba uma informação, geralmente anônima, dando conhecimento de que será praticado um determinado crime em certo local e fica à espreita aguardando o momento da execução para poder efetuar a prisão em flagrante. Essa prisão será válida pois não houve instigação. 
- Flagrante Provocado, Preparado ou "por obra do agente provocador" - Súmula 145 STF 
Trata-se de uma situação onde alguém é induzido ou convencido por outrem a praticar uma infração penal e este, simultaneamente, toma providências para que o suposto culpado à que ele convenceu a praticar o ato seja preso, tornando absolutamente impossível a consumação do delito. Esse flagrante será NULO. 
- Flagrante esperado: aquele em que a autoridade policial receba uma informação, geralmente anônima, dando conhecimento de que será praticado um determinado crime em certo local e fica à espreita aguardando o momento da execução para poder efetuar a prisão em flagrante. Essa prisão será válida pois não houve instigação. 
- Flagrante Forjado, fabricado ou maquinado: quando são criadas provas de um crime inexistente para que a prisão seja efetuada. Esse flagrante será nulo e o autor da farsa responderá por denunciação caluniosa e se for funcionário público, responderá também por abuso de autoridade. 
- Flagrante Retardado, Postergado, Diferido ou de Ação Controlada: ocorre nas hipóteses dos arts. 8º e 9º da Lei nº 12.850/13 onde por permissão judicial as autoridades policiais podem retardar a prisão em flagrante de crimes praticados pelas Organizações Criminosas para que tenham tempo de obter maiores informações e colheita de provas, porém essa atividade deve estar sendo observada e acompanhada (interceptação telefônica, quebra de sigilo bancário, etc) para que a prisão se concretize no momento certo. 
Obs: art. 53 Lei 11343/06 (ler) 
*Discussão doutrinária quanto à cautelaridade da Prisão em Flagrante: 
Parte da doutrina entende que a prisão em flagrante tem natureza jurídica pré cautelar, tratando-se de um mero procedimento administrativo antecedente ao IP e por não necessitar de decretação pelo juiz não é considerada uma cautelar. No entanto, a posição majoritária entende que trata-se de uma cautelar pois não depende do nascimento do IP, sendo necessária sua decretação para a segurança social e para evitar a reiteração da prática delituosa. 
*Discussão quanto ao uso de força física e algemas: 
Em regra a CF e o CPP proíbem a utilização de força física na realização de qualquer prisão, mas deve -se analisar o risco de fuga e casos de resistência à prisão. De acordo com o art. 284 CPP é admitido o uso de força física quando for estritamente necessário e adequado para a captura do preso. 
Quanto ao uso de algemas o tema é ainda mais delicado, exigindo-se fundamentação escrita pelo executor da prisão quando o preso apresentar um grande e real risco de fuga, resistência violenta e ameaça, além da proteção da integridade física do próprio preso ou de terceiros, sob pena de invalidade da prisão ou do ato processual, além de responsabilização funcional, civil e penal do agente.

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