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Relatório da disciplina LEQ1 Curso de Engenharia Química 2014 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE E DA VISCOSIDADE MOURA JUNIOR1,C. F. 1Aluno do ENQ/UFAL Curso de Engenharia Química - Centro de Tecnologia - Universidade Federal de Alagoas - Av.Lourival de Melo Mota, s/n Tabuleiro 57072-970 Maceió - AL e-mail:celsojr_al@hotmail.com RESUMO– Sabe-se que fluida é toda e qualquer substância que é capaz de escoar, porém fluidos diferentes possuem propriedades diferentes, tais propriedades como a densidade e a viscosidade é capaz de diferenciá-los. Sabendo que a análise da densidade e viscosidade são muito importantes, foi realizado nesse relatório um experimento no qual encontrou-se a densidade e viscosidade da água destilada e de outra solução que no caso foi o CaCO3. Para calcular a densidade utilizou-se um picnômetro para determinar a densidade da água e da solução, em seguida foi calculado o erro relativo, então se comparou com a densidade tabelada. Para calcular a viscosidade, calculou-se a tensão de cisalhamento e o gradiente de velocidade, para assim traçar a curva e através do coeficiente angular obter a viscosidade. Palavras-Chaves: densidade, viscosidade, carbonato de cálcio. (um espaço) INTRODUÇÃO Diariamente nos deparamos com uma quantidade enorme de diferentes materiais e substâncias, porém para distingui-las é necessário saber suas propriedades e características. O mesmo pode ser feito para os fluidos, pois fluidos diferentes podem apresentar características muito distintas. Logo, para aprender a diferenciar um fluido de outro são necessários compreender algumas propriedades, tais como densidade e viscosidade. A densidade ou massa específica de uma substância, designada por ρ, é definida como a massa de substância contida numa unidade de volume. Essa propriedade é normalmente utilizada para caracterizar a massa de um sistema fluido (MUNSON, 2002). Se o fluido for considerado um meio contínuo e homogêneo, de forma que as propriedades médias definidas coincidam com as propriedades no ponto (BRUNETTI, 2008), teremos que: (1) Conforme se observa na expressão matemática da densidade, ela é inversamente proporcional ao volume, isto significa que quanto menor o volume ocupado por determinada massa, maior será a densidade. Desse modo, vemos que a densidade de cada material depende do volume por ele ocupado. E o volume é uma grandeza física que varia com a temperatura e a pressão. Isso significa que, consequentemente, a densidade também dependerá da temperatura e da pressão do material. Já a densidade relativa é definida pela razão entre as densidades absolutas de duas substâncias onde ρ2 é geralmente escolhida como padrão. É comum considerar a água como tal padrão, pois além da conveniência de sua abundância, sua densidade absoluta. (2) Um método bastante utilizado para a medição da densidade é realizado com a ajuda do picnômetro, como mostra a figura 1. O picnômetro é um material de vidro de grande precisão, que não pode ser seco por aquecimento para não alterar sua precisão, e deve ser manuseado com cuidado, evitando-se tocá-lo, pois a gordura presente mãos também pode alterar o peso final durante seu uso. O Método de medição através do picnômetro é denominado de picnometria, e geralmente o fluido utilizado como referência é a água. Figura 1: Picnômetro Fonte: http://www.prolab.com.br/produtos/vidrarias-para- laboratorio/picnometro/picnometro-de-vidro-gay- lussac-sem-termometro. Porém, só a massa específica não é o suficiente para caracterizar o comportamento dos fluidos, porque dois fluidos podem apresentar massas específicas aproximadamente iguais mais se comportar muito distintamente quando escoam (MUSSON, 2002). Para isto é necessário compreender uma propriedade adicional, a viscosidade. A viscosidade pode ser definida como uma propriedade capaz de medir a resistência do fluido à deformação provocada por forças tangenciais, ou seja, a resistência ao cisalhamento (GOMIDE, 1993). A viscosidade desempenha nos fluidos o mesmo papel que o atrito desempenha nos sólidos. Ela determina resistência ao movimento de cada camada do fluído. A viscosidade é uma propriedade característica dos líquidos e gases reais e newtonianos que se caracterizam pela medida da resistência ao escoamento que um fluido oferece quando se encontra sujeito a um esforço tangenci al, onde se entende por fluido newtoniano o fluido em que cada componente da tensão cisalhante é proporcional ao gradiente de velocidade na direção normal a essa componente, como mostra a figura 2. Figura 2: tensão de cisalhamento em função da taxa de deformação por cisalhamento de alguns fluidos. Fonte: MUNSON, Bruce R.; YOUNG, Donald F.; Okiishi, Theodore H.; Fundamentos da Mecânica dos Fluidos; Editora Edgard Blucher; São Paulo; 2004; Para um fluido newtoniano escoando em estado estacionário e regime laminar num duto de seção circular, a equação de Newton da viscosidade se reduz a: τ = µ (3) Explicitando desta equação a velocidade: (4) Substituindo o termo da tensão de cisalhamento: τ = ( ) r ( ) (5) Integrando: ∫ ∫ (6) Logo, u = { } (7) ou então: u = { ( ) } (8) já a vazão volumétrica é dada por: Q = (9) Logo, combinando as equações 8 e 9, temos a viscosidade do fluido dada pela equação 10: - | r=R = (10) Portanto, a partir da razão entre as equações (5) e (10), obtém-se a viscosidade do fluido. Do ponto de vista experimental e didático, é preferível plotar a equação (5) versus a equação (10) para vários valores de ΔP e Q, sendo estes dados pelas Equações 11 e 12 respectivamente. ΔP = ρ g ∆H (11) Q = V/t (12) Uma reta passando pela origem confirmará que o fluido testado é realmente newtoniano, cuja viscosidade é dada pela sua tangente, como mostra a Figura 3. Caso a curva reológica não seja uma reta, o fluido é não- newtoniano e para o mesmo não tem sentido físico o termo viscosidade. Figura 3: Curva relógica de um fluido newtoniano Fonte: Roteiro de aulas práticas. OBJETIVOS DO EXPERIMENTO Dar conhecimento ao aluno da determinação experimental da densidade de uma mistura utilizando o método do picnômetro. Aplicar conceitos da teoria dos erros (erro e propagação de erros) no tratamento estatístico de medidas, comparando assim as estimativas de erros estatísticos com erros inerentes dos equipamentos utilizados no experimento. MATERIAIS E MÉTODOS a) Materiais Determinação de Densidade: Proveta; Balança semi-analítica; Picnômetro; Água destilada; Solução de concentração conhecida; Termômetro. Alguns cuidados preliminares foram tomados: Não tocamos o picnômetro com os dedos (protegemos com papel absorvente); eliminamos cuidadosamente as bolhas de ar que se aderem à superfície interna do picnômetro; lavamos muito bem o picnômetro na troca de líquidos, usado na ultima etapa da lavagem; secamos o picnômetro externamente, evitando tocar a parte superior do mesmo (tampa); anotamos a temperatura do trabalho. Determinação da Viscosidade: O arranjo experimental utilizado nesta prática (esquematizado na Figura 3), de fácil construção para determinação do comportamento reológico, foi proposto por MASSARANI (1981) e consiste basicamente de um frasco de Mariotte ao qual se acopla um tubo plástico flexível pelo qual se faz escoar o fluido. Variou-se a altura da posição de saída do tubo e mediu-se a vazão volumétrica e a queda de pressão correspondente, e se obteve o diagrama reológico. Além do frasco de Mariotte serão utilizados becker, cronômetro, balança analítica, régua, suporte, água e uma solução com viscosidade desconhecida Figura 3: Arranjo Experimental Fonte: Roteiro de aulas práticas. b) Métodos: Determinação da Densidade: Colocamos a solução de trabalho em um Becker e, com um termômetro, determinamos a temperatura. Escolhemos o picnômetro usado e pesamos em balança semi-analítica, determinando m1, a massa do picnômetro vazio. Retiramos da balança, com auxílio de papel macio, e colocamos um pouco do líquido e o descartamos. Este procedimento é denominado de rinsagem e visa adequar a vidraria à solução a ser recebida. Em seguida, preenchemos completamente e colocamos, cuidadosamente, a tampa, secando com papel quando foi necessário. Colocamos a vidraria na balança e efetuou-se a medição da massa da solução transferida. Determinação da Viscosidade: Conhecemos a largura e o diâmetro do capilar que foi utilizado. Vedamos o capilar com uma presilha. Colocamos água destilada no frasco de Mariotte em quantidade suficiente para os experimentos e verificamos se não havia vazamentos. Permitimos que a água escoasse pelo capilar para ambientá-lo. Pesou-se o recipiente no qual se coletou a amostra. Definimos o ΔH que foi usado para coleta do volume. Definimos como parâmetro fixo o tempo t e se medimos o volume. Este volume foi pesado em balança. Coletamos 5 pontos e anotamos na Tabela 3. Repetimos o mesmo procedimento para a determinação da viscosidade da amostra de carbonato de cálcio e anotamos na Tabela 4. A densidade da amostra desconhecida foi determinada pelo picnômetro. RESULTADOS E DISCUSSÕES O experimento foi dividido em duas etapas, na primeira foi feita a determinação da densidade e a segunda parte foi feita a determinação da viscosidade. Para a determinação da densidade, foi usada à solução de carbonato de cálcio (CaCO3) com concentração de 25,0102 g/L. Com o auxílio do picnômetro de 25 mL determinamos os valores de massa da água e da solução de carbonato de cálcio, onde esses valores encontram-se reunidos na Tabela 1. Onde seu valore foi dado através da equação 13. (13) Onde a massa do picnômetro vazio é igual a 18,3228 g. Tabela 1: Valores experimentais de massa de água e de CaCO3. Amostra mágua (g) mCaCO3 (g) 1 25,2157 25,2753 2 25,2469 25,1908 3 25,2529 25,2564 Fonte: Autor, 2014. Sendo assim, determinamos a densidade da solução de carbonato de cálcio com o auxílio da equação 1 e através da equação 2, foi determinado a densidade relativa. Com os valores calculados construímos a Tabela 2. Tabela 2: Valores de massa especifica e densidade relativa. Amostra ρsolução (g/mL) ρrelativa 1 1,011 1,002 2 1,007 0,998 3 1,010 1,000 Fonte: Autor, 2014. Não foi possível calcular o erro percentual, pois não foi encontrado no livro texto a densidade do CaCO3 à 30°C. Antes de realizar a parte 2 do experimento, anotamos os valores da largura e o diâmetro do capilar, L=50 cm e D=0,60 cm, respectivamente. Após vedar o capilar, ambientamos o fraco de Mariotte com água e deixamos a água escoar por um mesmo intervalo aproximado de tempo de 7 s;pesamos a água mais o béquer e reunimos os valores na Tabela 3 Tabela 3: Dados experimentais para água destilada. Béquer ∆H (cm) Mb (g) Mb+a (g) Tempo (s) 1 11 129,68 273,43 7,28 2 15,5 129,68 303,76 7,15 3 21,7 129,68 304,94 7,00 4 24,5 129,68 337,72 7,13 5 29,0 129,68 344,43 7,18 Fonte: Autor, 2014. O mesmo procedimento foi realizado para a solução de carbonato de cálcio, e os valores encontrados foram reunidos na Tabela 4. Tabela 4: Dados experimentais para CaCO3. Béquer ∆H (cm) Mb (g) Mb+c (g) Tempo (s) 1 13,0 129,68 273,00 7,13 2 16,0 129,68 292,12 7,20 3 19,5 129,68 308,61 7,18 4 21,0 129,68 316,78 7,16 5 25,7 129,68 333,42 6,95 Fonte: Autor, 2014. Calculamos a tensão de cisalhamento a partir da equação 14 e - | r=R através da equação 10. τ = ∆H A partir dos valores encontrados para o experimento realizado com a água construiu-se a tabela 5. Onde ρágua (30 ᵒC) = 0,996 g/cm³ (VAN NESS, 2007). E sabendo a vazão mássica e a massa especifica da água, calculou-se a vazão volumétrica para cada tempo, poder utilizar na equação 15. Q = ρ Tabela 5: Dados obtidos para água. Becker τ = ∆H (g/m s²) - | r=R (s -1 ) 1 0,322 935126209,012 2 0,454 1148384052,84 3 0,636 1186128808,96 4 0,718 1381929700,4 5 0,850 1416843595,19 Fonte: Autor, 2014. A partir dos dados da tabela 5, construímos, com o auxílio do Excel, o gráfico 1 (curva reológica da água). Gráfico 1: Curva reológica da água Realizamos o mesmo procedimento para o carbonato de cálcio, onde todos os valores calculados encontram-se na Tabela 6, e construímos sua curva reologia equivalente (gráfico 2). Sendo a massa específica do carbonato de cálcio igual a 0,994 g/cm³. Tabela 6: Dados obtidos para o carbonato de cálcio. Becker τ = ∆H (g/m s²) - | r=R (s -1 ) 1 0,380 953998584,572 2 0,468 1071007313,05 3 0,570 1182826138,24 4 0,614 1240386883,7 5 0,752 1391837697,57 Fonte: Autor, 2014. Gráfico 2: Gráfico reológico do carbonato de cálcio. CONCLUSÕES Apesar do erro experimental, pudemos determinar a densidade da água e do CaCO3, que foram respectivamente 1,00954 e 1,00963 g/mL. Não foi possível calcular o erro da densidade do CaCO3 com relação ao valor tabelado, pois não se encontra no livro texto a tabela referente ao carbonato de cálcio. Na determinação da viscosidade, estudamos o comportamento do fluido newtoniano. Por meio dos gráficos reológicos da água e do carbonato de cálcio, podemos chegar à conclusão de que a viscosidade do carbonato de cálcio é superior a da água. SUGESTÕES Fazer uma demonstração do manuseio do equipamento utilizado antes dos alunos começarem a prática. Explicar melhor os gráficos a serem plotados. 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 900000000 1.4E+09 1.9E+09Te n sã o d e c is al h ame n to (g /m .s ²) Negativo do gradiente de velocidade (s-¹) 0 0.2 0.4 0.6 0.8 900000000 1.4E+09 1.9E+09Te n sã o d e c is al h am e n to (g /m .s ²) Negativo do gradiente de velocidade (s-¹) (14) (15) REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA [1] POTTER, Merle C.; WIGGERT, David C.; Mecânica dos Fluidos, CENGAGE learning; São Paulo; 2004; [2]MUNSON, Bruce R.; YOUNG, Donald F.; Okiishi, Theodore H.; Fundamentos da Mecânica dos Fluidos; Editora Edgard Blucher; São Paulo; 2004; [3] BRUNETTI, Franco.; Mecânica dos fluidos; 2. Ed. rev.; Pearson prentice Hall; São Paulo; 2008; [4] BIRD, R.B.; STEWART, W.E.; LIGHTFOOT, E.N. Transport Phenomena. 2ª edição. New York: John Wiley & Sons, 2007, 897 p. [5] GOMIDE, R. Fluidos na Indústria – Operações Unitárias (Vol. II), Edição do autor, 1993. [6] CONSTANTINO, M. G.; SILVA, G. J.; DONATE, P. M.; Fundamentos de Química Experimental, Vol. 53, 2004, 37 p [7] Disponível em: <http://www.prolab.com.br/produtos/vidrarias- para-laboratorio/picnometro/picnometro-de- vidro-gay-lussac-sem-termometro.> Acesso em 24 SET. 2014; [8] Notas de aula laboratório de engenharia química 1. DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE E DA VISCOSIDADE INTRODUÇÃO OBJETIVOS DO EXPERIMENTO
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