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FACULDADE DE AMERICANA Engenharia Química Danilo Ferreira Gallinari Giovanna Giatti Rogério Meneses Mateus LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA SEDIMENTAÇÃO AMERICANA/SP 2018 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 2 2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 3 3. MÉTODO DE KYNCH ............................................................................................. 3 3.1. MATERIAIS UTILIZADOS ................................................................................ 4 4. METODOLOGIA. .................................................................................................... 5 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 0 6. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 6 7. BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 6 1. INTRODUÇÃO Através de uma análise matemática de decantação descontínua, Kynch desenvolveu um método de dimensionamento de decantadores que requer apenas um ensaio de decantação em provetas realizado em laboratório. O método de Kynch fornece a curva de decantação (Z versus t) da suspensão, assim,é possível obter a área de um sedimentador industrial bem como avaliar o uso de floculantes para decantar a solução, controlando-se sempre o seu uso para que não acarrete grandes custos ao processo. O mecanismo da sedimentação em proveta pode ser representado da seguinte forma: Figura 1. Separação de zonas durante sedimentação em proveta. Onde, inicialmente, a suspensão apresenta-se homogênea estando a fase particulada constante em todos os pontos. Com o decorrer do tempo, a densidade das partículas faz com que as mesmas comecem a sedimentar, formando uma pequena camada no fundo do sedimentador, bem como uma região de líquido clarificado na parte superior, ficando esta isenta de sólidos. Por fim, atinge-se um estágio no qual há apenas as regiões delíquido clarificado e compactação do sólido. A partir daí a fase particulada expulsa o líquido existente entre as partículas para a fase superior. 2. OBJETIVOS Dimensionar a área de um sedimentador contínuo para operar com 35 ton/h de uma solução aquosa de Carbonato de Cálcio (CaCO3), sendo que a alimentação possui concentração de 50 g/L e pretende-se que a lama final tenha uma concentração de 100g de sólido por litro, utilizando dados obtidos em laboratório e o método de Kynch. 3. MÉTODO DE KYNCH Através de uma análise matemática da decantação em batelada Kynch desenvolveu um método de dimensionamento de decantadores que requer apenas um ensaio de decantação no laboratório (São Paulo, GOMIDE, 1980, p. 63). Este método propõe as seguintesconsiderações: I. Sedimentação unidimensional. II. A concentração aumenta com o tempo no sentido do fundo do sedimentador. III. A velocidade de sedimentação tende a zero quando a concentração tende ao seu valor máximo. IV. A velocidade de sedimentação depende somente da concentração local de partículas. V. O efeito das paredes não é considerado. Deste modo,a área de sedimentação pode ser obtida por: Equação 1. Sendo Q A a vazão volumétrica da suspensão alimentada [m³/h]. pLpii pAA q Q A 11 Para utilizar o método de Kynch, primeiramente devem ser calculados os valores das frações volumétricas de particulados na alimentação (A) e da lama final (L), respectivamente: Bem como os valores da velocidade de sedimentação qi e da reta tangente de intersecção dos eixos zi (calculado a partir dos coeficientes angulares e lineares para cada par de pontos do gráfico zxt). Uma vez conhecidos qi ezi, foi obtida a concentração de partículas na camada limite pi, calculado para cada um dos pontos através da fórmula: Equação 5 O valor máximo obtido através da equação (1) é a área mínima que o sedimentador poderá ter. 3.1.MATERIAIS UTILIZADOS ▪ CaCO3; ▪ Água; ▪ Solução de Al2(SO4)3; ▪ Cola branca; ▪ Béquer de 100 ml; ▪ Proveta de 1000 ml; ▪ Baqueta de vidro; ▪ Papel indicador de pH; ▪ Pipetas de 1 ml e 5 ml; s s pA Ac s s pL Lc Equação 3 Equação 4 z z i pApi 0 ▪ Cronômetro; ▪ Régua; ▪ Balança de precisão. 4. METODOLOGIA. 1. Pesar três amostras de 50g de Carbonato de Cálcio em um béquer de 100 ml. Transferir o conteúdo em cada proveta de 1000 ml, numerando-as em 1, 2 e 3. 2. Completar o volume das provetas com água até a marca de 1000 ml. 3. Homogeneizar as três suspensões com o auxílio de baqueta, deixar em repouso por 5 minutos e medir o pH. Se necessário corrigi-lo utilizar a solução de Ácido Sulfúrico (H2SO4) diluído (1%) de modo que o pH fique entre 7 e 8. 4. Adicionar na proveta 2: 5 ml de solução de Sulfato de Alumínio (a 50%) com o auxílio de pipeta de 5 ml. 5. Adicionar na proveta 3: 1 ml de cola branca com o auxílio de pipeta de 1ml. 6. Homogeneizar as três suspensões das provetas evitando-se a criação de vórtices. Iniciar o cronômetro logo após a homogeneização. Deixar em repouso. 7. Medir a altura deinterface da fase clarificada de acordo os tempos indicados a seguir, sem interrupção, para as três provetas simultaneamente. 8. Primeiros 15 minutos: fazer a leitura a cada 1 minuto. 9. 30 minutos seguintes: fazer leitura a cada 2 minutos. 10. 45 minutos seguintes: fazer leitura a cada 5 minutos. 11. 24 horas após: registrar a altura final do sedimento (Z) para o término do experimento. Figura 2. Suspensões após 1 minuto de repouso. Figura 3. Suspensões com 45 minutos de repouso. Figura 2. Suspensões após 15 minutos de repouso. Figura 4. Suspensões com 24 horas de repouso. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao longo do experimento foram obtidos os seguintes dados: Tabela (1) ALTURA (cm) TEMPO (min) PROVETA 1 PROVETA 2 PROVETA 3 0 36,00 36,00 36,00 1 34,75 35,05 34,50 2 33,90 34,70 32,50 3 32,40 33,95 30,40 4 31,50 33,30 28,00 5 30,35 32,55 25,50 6 29,40 31,90 23,00 7 28,15 31,25 19,00 8 27,15 30,40 17,30 9 26,15 29,90 15,80 10 25,05 29,25 15,00 11 23,80 28,70 14,50 12 22,80 27,95 14,20 13 21,70 27,25 13,70 14 20,70 26,75 13,30 15 19,75 25,95 12,70 17 17,65 24,65 12,00 19 15,80 23,25 11,50 21 13,85 21,85 11,00 23 12,60 21,7 10,40 25 11,85 19,25 10,10 27 11,60 17,90 9,90 29 10,85 16,90 9,70 31 10,20 15,60 9,50 33 10,10 14,55 9,30 35 9,90 13,75 9,10 37 9,75 13,00 9,00 39 9,50 12,90 8,90 41 9,30 12,00 8,70 43 9,25 11,7 8,50 45 8,95 11,35 8,40 50 8,65 10,35 8,10 55 8,35 10,00 7,80 60 7,85 9,40 7,70 65 7,60 8,80 7,50 70 7,35 8,15 7,40 75 6,95 7,80 7,20 80 6,85 7,25 7,00 85 6,35 7,00 6,80 90 6,25 6,40 6,70 Graficamente: Gráfico 1. Variação da altura nas provetas com o tempo. Para o cálculo dos valores de qie zi, os intervalos de tempo escolhidos foram três medições: a cada 5 minutos para a 8ª etapa da metodologia; a cada 10 minutospara a 9ª etapa e a cada 15 minutos para a 10ª. Os gráficos obtidos para cada proveta estão expostos a seguir. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 A lt u ra ( c m ) Tempo (min) Curva z x t Proveta 1 Proveta 2 Proveta 3 Proveta 1: Gráfico 2. Variação da altura nos primeiros 15 minutos. Gráfico 3. Variação da altura no intervalo de 15 à 30 minutos. Gráfico 4. Variação da altura no intervalo de 30 à 45 minutos. y = -1.13x + 36 y = -1.06x + 35.65 y = -1.06x + 35.65 0 10 20 30 40 0 5 10 15 20 A lt u ra ( c m ) Tempo (min) Intervalo 1 y = -0.79x + 31.6 y = -0.195x + 16.725 y = -0.095x + 13.225 0 5 10 15 20 25 0 10 20 30 40 50 A lt u ra ( c m ) Tempo (min) Intervalo 2 y = -0.0733x + 12.25 y = -0.06x + 11.45 y = -0.0467x + 10.45 0 2 4 6 8 10 0 20 40 60 80 100 A lt u ra ( c m ) Tempo (min) Intervalo 3 Proveta 2: Gráfico 5. Variação da altura nos primeiros 15 minutos. Gráfico 6. Variação da altura no intervalo de 15 à 30 minutos. Gráfico 7. Variação da altura no intervalo de 30 à 45 minutos. y = -0.69x + 36 y = -0.66x + 35.85 y = -0.66x + 35.850 10 20 30 40 0 5 10 15 20 A lt u ra ( c m ) Tempo (min) Intervalo 1 y = -0.67x + 36 y = -0.55x + 33 y = -0.24x + 22.15 0 5 10 15 20 25 30 0 10 20 30 40 50 A lt u ra ( c m ) Tempo (min) Intervalo 2 y = -0.13x + 17.2 y = -0.1067x + 15.8 y = -0.0933x + 14.8 0 2 4 6 8 10 12 0 20 40 60 80 100 A lt u ra ( c m ) Tempo (min) Intervalo 3 Proveta 3: Gráfico 8. Variação da altura nos primeiros 15 minutos. Gráfico 9. Variação da altura no intervalo de 15 à 30 minutos. Gráfico 10. Variação da altura no intervalo de 30 à 45 minutos. y = -2.1x + 36 y = -2.1x + 36 y = -0.46x + 19.6 0 10 20 30 40 0 5 10 15 20 A lt u ra ( c m ) Tempo (min) Intervalo 1 y = -0.26x + 16.6 y = -0.1x + 12.6 y = -0.07x + 11.55 0 2 4 6 8 10 12 14 0 10 20 30 40 50 A lt u ra ( c m ) Tempo (min) Intervalo 2 y = -0.0467x + 10.5 y = -0.0333x + 9.7 y = -0.0333x + 9.70 2 4 6 8 10 0 20 40 60 80 100 A lt u ra ( c m ) Tempo (min) Intervalo 3 Desta forma: Tabela 2 t [min] Z [cm] Zi [cm] qi P R O V E T A 1 0 36 36 1,13 5 30,35 35,65 1,06 10 25,05 35,65 1,06 15 19,75 31,60 0,79 25 11,85 16,725 0,195 35 9,90 13,225 0,095 45 8,95 12,25 0,0733 60 7,85 11,45 0,06 75 6,95 10,45 0,0467 90 6,25 P R O V E T A 2 0 36 36 0,69 5 32,55 35,85 0,66 10 29,25 35,85 0,66 15 25,95 36 0,67 25 19,25 33 0,55 35 13,75 22,15 0,24 45 11,35 17,2 0,13 60 9,4 15,8 0,1067 75 7,8 14,8 0,0933 90 6,4 P R O V E T A 3 0 36 36 2,1 5 25,5 36 2,1 10 15 19,6 0,46 15 12,7 16,6 0,26 25 10,1 12,6 0,1 35 9,1 11,55 0,07 45 8,4 10,5 0,0467 60 7,7 9,7 0,0333 75 7,2 9,7 0,0333 90 6,7 Foram somadas as velocidades de sedimentação de cada proveta e calculada a média entre as mesmas, tendo estes valores correspondido às expectativas. Sabe-se que, teoricamente, adicionar agentes floculantes faz com que a velocidade aumente, porém, nota-se através dos resultados deste experimento obtidos por meio de cálculos derivados do método de Kynch que, a proveta de número 1 teve maior clarificação por não conter agente floculante. Nota-se através do gráfico 1 que no decorrer do tempo a velocidade de sedimentação diminui, tendendo a zero quando a concentração está em seu valor máximo. 6. CONCLUSÃO Um dos fatores que controlam a velocidade de decantação do sólido através do meio resistente é a densidade do sólido e do líquido, neste sentido, notou-se que a proveta com melhor sedimentação foi a de número 1 por conter apenas carbonato de cálcio e água. Foi observado a evolução da decantação e a velocidade de sedimentação, que com o passar do tempo diminuiu tendendo a zero, como esperado, em todas as suspensões. Porém, esperava-se também que a proveta de número 2, na qual continha sulfato de alumínio além dos materiais anteriormente citados tivesse a melhor sedimentação por conta de sua composição. Quando a proveta de número 3 conclui-se que, o agente floculante adicionado tenha impedido de maneira significativa a sedimentação visto que parte do material aderiu à parede do recipiente por ter elevada viscosidade. Através dos cálculos, determinaram-se três medidas para a área do sedimentador, e como define o próprio método, a escolhida foi de maior valor. 7. BIBLIOGRAFIA CREMASCO, MA. Operações Unitárias em Sistemas Particulados e Fluidodinâmicos. São Paulo, Blucher, 2012. GOMIDE, R. Operações Unitárias 3º volume: Separações Mecânicas, São Paulo, Edição do Autor, 1980.
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