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9 1. INTRODUÇÃO O Balanço Patrimonial de uma entidade, qualquer que seja sua natureza, representa muito mais que seus bens, direitos e obrigações. É possível extrair dessa peça contábil informações que vão desde as normas e regras próprias da contabilidade até as tendências de estilos administrativos dos seus executivos e sócios. A cada dia tem se intensificado a busca pelo aperfeiçoamento das técnicas de análises de balanços, de forma a se conhecer com maior profundidade uma companhia sob avaliação, notadamente pelos riscos a que estão expostos os capitais nela investidos. Por mais que a legislação e os órgãos reguladores busquem que as informações constantes do balanço patrimonial espelhem de forma real a situação econômica e financeira das companhias, inúmeros são os fatos que comprovam a necessidade de qualquer tomada de decisão ser precedida de uma boa análise. Diversas são as finalidades da análise de balanço, bem como vários são seus usuários. No entanto, todos eles carecem de certeza das informações ali contidas para que seus objetivos se concretizem, sejam eles quais forem e por quanto tempo sejam esperados. Entendemos que à medida que as relações entre as entidades se globalizam mais difícil fica essa certeza, restando a esses usuários mitigar o risco através da profunda avaliação dos indicadores que abordaremos nos três capítulos deste trabalho. No primeiro capitulo abordaremos os principais usuários da análise do balanço patrimonial, bem como as suas necessidades e objetivos, sejam eles internos ou externos, públicos ou privados, más com ênfase naqueles que buscam a longevidade da companhia No segundo capítulo buscamos evidenciar a metodologia das análises, horizontal e vertical, como também a de cálculo dos indicadores e índices, dando maior foco aos determinadores da situação financeira, econômica e patrimonial, ou seja: os de liquidez, de estrutura de capital e de rentabilidade. No terceiro e último capítulo trabalhamos e ciclo operacional e o capital. No tocante ao ciclo operacional buscamos deixar evidenciada a importância da administração dos prazos médios. Já no capital de giro evidenciamos o capital circulante líquido e a necessidade de capital de giro, bem como suas fontes de financiamento. O efeito tesoura, que por vezes decorre da imobilização de 10 recursos de giro, e ainda o overtrading foram abordados uma vez que tem importância fundamental na solvência de qualquer companhia. Concluindo este último capitulo tratamos dos relatórios gerenciais, com suas abordagens sobre a análise de cenário, os aspectos da situação econômica da empresa, a sua situação financeira, seus anexos e por fim parecer conclusivo e voltado para finalidade do seu usuário. 11 2. A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE BALANÇO NA AVALIAÇÃO DA EMPRESA 2.1 USUÁRIOS DA ANÁLISE DE BALANÇO Os usuários da análise de Balanço, classificados em internos e externos, ao longo dos tempos tem demando uma maior qualidade das análise. E, por conseguinte imprimido maior celeridade na produção de Leis e Normas Contábeis capazes de expressar com mais fidedignidade a real situação da entidade. O Balanço Patrimonial regulado pela Lei nº 6.404/76 e seus complementos, Lei nº 11.638/07 que em princípio foi destinada as sociedades por ações. Por força do Decreto-lei nº 1.598/77 foi alcançado outros tipos de sociedades sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no seu lucro real. Elaborado seguindo as regras contábeis será tanto mais eficiente quanto melhor forem suas informações. Além dos informes econômico financeiro a análise do balanço será capaz de evidenciar qual o direcionamento estratégico da organização, suas potencialidades, seus pontos fracos, e ainda qual a contextualização de seus administradores com o seu mercado de atuação. A análise de balanço deve ser entendida dento de suas possibilidades e limitações. De um lado, mais aponta problemas a serem investigados do que indica soluções; de outro, desde que convenientemente utilizada, pode transformar-se num poderoso “painel de controle” da administração. (Iudícibus 1998; pg. 84) Carrega no seu escopo diverso dados de relevante serventia para diversos interessados, sejam eles internos ou externos, e com necessidades diversas. A análise deve sempre ser produzida e vista com imparcialidade pelo usuário, de forma a não induzir a erro na tomada de decisões. 12 2.2 Gestores A análise econômica e financeira do Balanço Patrimonial é um instrumento de primordial importância para Administradores da empresa. Através dela é possível fazer a avaliação de períodos passados e projeção da tendência futura. Embora seja uma informação em momento estático a sua comparação com outros períodos e até com empresas concorrentes auxiliará os gestores a avaliarem a necessidade de alteração em suas práticas. Inúmeras são as possibilidades de tomadas de decisões com base nos dados apresentados pelas analises do balanço patrimonial, e qualquer citação será sempre parcial e sua aplicabilidade dependerá sempre dos interesses dos grupos de usuários internos. Toda via podemos destacar os mais relevantes: formular novas estratégias, planejar novos investimentos, rever a estrutura de custos, analisar a política de vendas, reavaliar seu risco etc. Uma forte tendência contemporânea é a adesão das companhias a governança corporativa que traz em seus princípios a transparência e a prestação de contas, que deve sempre ser buscada pelos gestores e evidenciada através da clareza das análises dos Balanços Patrimoniais. 2.3 Sócios e Acionistas Toda empresa nasce com a integralização de capital por um ou mais sócios com objetivos vários. Podemos destacar a contribuição ao país com a geração de empregos e o recolhimento de impostos, ou o empreendedorismo latente de varias pessoas, más sem a menor sombra de duvida o que qualquer acionista de uma companhia busca é uma remuneração para o seu capital e por isso o investe numa organização com fins lucrativos. Periodicamente os donos do capital social de uma companhia precisam de instrumentos que lhes forneça dados para mensurar se as sua decisões de investimentos foram acertadas. É o Balanço Patrimonial a peça mais esperada, pelos sócios, durante todo o exercício social, pois é ele quem evidenciará a realização dos lucros ou prejuízo. 13 Os atuais e os potenciais acionistas procuram prioritariamente identificar o retorno de seus investimentos, ou seja, a capacidade de que a empresa apresenta em gerar lucros e remunerar os recursos próprios aportados. O interesse pela liquidez financeira está mais restrito a identificar a capacidade da empresa em manter suas operações e, muitas vezes, em avaliar as condições atuais e futuras de distribuição de dividendos. Alem desses aspectos, a análise por parte dos acionistas engloba identicamente estudos sobre os diversos indicadores de ações, tais como preço de mercado da ação, valorizações, lucro por ação etc. (Assaf Neto (2009; pg. 61) A capacidade de geração de lucro apresentado pela companhia é o principal item de balizamento do acionista para avaliar o tamanho do retorno dos capitais, bem como o custo de oportunidade de seus investimentos. 2.4 Funcionários Com as recentes alterações nas relações de trabalho do mundo globalizado, incluindo-se aí a necessidade dos acordos coletivos de trabalho tornou-se imprescindível que os funcionários e seus sindicatos tenham pleno conhecimento da situaçãoeconômico – financeira para que possam acertam forma justas e duradoura de remuneração. É crescente o numero de empresas que concedem a seus colaboradores participação nos lucros e resultados. O desconhecimento da situação econômico – financeira da entidade tem se mostrado um dificultador na busca de funcionários comprometidos com desempenho da empresa e conseqüentemente criado uma cultura imediatista sem a visão de que a longevidade da organização aumentará a possibilidade manutenção dos postos de trabalho. 2.5 Fornecedores A cada dia tem se tornado mais evidente a necessidade das empresas minimizarem sua perdas como forma de melhorar sua rentabilidade. Por isso a principal preocupação de qualquer fornecedor é conhecer a saúde financeira de seus clientes antes de efetuar qualquer venda a prazo, o que pode ser mensurada através da análise da liquidez e da geração de lucros e caixa, principalmente se vendas a logo prazo. 14 A análise de balanços tem muito bons resultados na previsão de insolvência e pode ser determinante para evitar que fornecedores tenham grandes prejuízos com empresas em situação inicial de falência. Segundo Assaf Neto (2009 pg. 60) comenta: o interesse principal do fornecedor na analise do balanço é conhecer a capacidade da empresa em honrar seus compromissos, ou seja, a sua liquidez. Mas por serem as demonstrações contábeis relatórios estáticos, que representam uma posição em determinado momento do tempo, os fornecedores também se preocupam em extrair conclusões de outros indicadores da empresa de forma a lhes proporcionarem maior segurança. É identicamente consultado o nível de endividamento e rentabilidade das empresas compradoras, alem de outras informações relevantes para concessão de crédito. 2.6 Clientes Por mais que possa parecer estranho, no mercado de hoje é grade o interesse de empresas na analise de balanços de seus fornecedores com o intuito principal de saber qual capacidade de venda e de entrega de seus produtos. Em verdade, é prudente que empresas compradoras avaliem firmas vendedoras em algumas situações especiais, tais como quando ocorrer forte dependência de certos fornecedores, os quais não apresentem uma estrutura empresarial compatível com a importância dos pedidos, ou quando o número de fornecedores disponíveis no mercado é reduzido diante da demanda existente. Nesse segmento de análises de balanços, os itens mais importantes da avaliação centram-se na capacidade física instalada de produção, existência de projetos de expansão, nível dos investimentos em pesquisas e desenvolvimento de produtos, condições econômicas e financeiras a curto e longo prazos e, também, no potencial de captação de recursos, notadamente a longo prazo.(ASSAF NETO 2009; pg.60) 15 É cada vez mais forte o conceito de longevidade nas parcerias negociais para rentabilizar as organizações. E que é um fator de risco manter negócios com parceiros sem o conhecimento de sua capacidade de honrar com a entrega dos pedidos efetuados. 2.7 Governo Segundo Assaf Neto (2009- pg. 61) comenta: “O interesse do governo na analise de balanços é explicado em processos de concorrência pública, em que o desempenho empresarial é fator importante no processo de seleção; na necessidade de conhecer a posição financeira dos diferentes ramos e setores de atividade como forma de subsidiar a formulação de certas políticas econômicas; no controle mais próximo de empresas públicas e concessionárias de serviços públicos etc.” Podemos afirma que o poder público tem vários interesses na analise dos balanços da empresas, no entanto dois são os principais: A fiscalização do cumprimento das obrigações tributárias. O balanço evidencia a geração de praticamente toda Gama de tributos de interesse de todas as instancias arrecadadoras, seja Estadual, Municipal o Federal; As licitações públicas. A Lei 8.666 de 21 de junho de 1993, que regulamenta as licitações e contratos administrativos referentes a obras, serviços, compras, locações e alienações no âmbito municipal, estadual e federal, preconiza no seu artigo 31º a exigência de apresentação das demonstrações financeiras para analise da licitante, através da qual se evidencia a capacidade de honrar com o compromisso assumido, conforme segue: 16 “Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a: I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta; § 1 o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3 o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais. A necessidade crescente de recursos por parte do Estado para custear suas atividades, tem elevado seu interesse na análise do Balanço Patrimonial das entidades com o objetivo de descobrir possíveis sonegações de impostos. 2.8 Instituições Financeiras Tendo como atividade principal a intermediação de recursos, as instituições financeiras foram precursoras no desenvolvimento de metodologias de avaliação de risco de crédito como forma de minimizar suas perdas. São, na atualidade, os principais usuários da análise de balanço, utilizando- a como pré- requisito para concessão de crédito seja de curto ou de longo prazo. Os Bancos de investimento e desenvolvimento, grandes responsáveis pelo aporte de recursos de longo prazo em empresas para o financiamento de bens de capital, carecem de mecanismos que possam avaliar diversos indicadores da financiada, principalmente a sua tendência no tocante a capacidade de geração de receitas futuras, ou seja, sua capacidade de pagamento. 17 Os intermediários financeiros, basicamente os bancos comerciais e de investimentos, constituem-se tradicionalmente no principal usuário da analise de balanço. Historicamente, sabe-se que o processo de avaliação de empresas foi desenvolvido, em grande parte, no sistema bancário americano, o qual procurava relacionar o risco das diversas empresas com suas solicitações de empréstimos. (Assaf Neto 2009; pg. 60) O sistema financeiro, notadamente os bancos comerciais e de investimentos, como forma de minimizar os seus riscos tem buscado na análise de demonstrações contábeis conhecer o melhor possível as empresas em que pretende aportar recursos. 2.9 Concorrentes Cada vez mais competitivo o mercado obriga as empresas buscarem o conhecimento de seus concorrentes. Através da analise do balanço de empresas concorrente é possível uma comparação das medianas de vários índices e possíveis correções, caso necessários. É de suma importância para a empresa saber qual é a sua posição em relação a seus concorrentes no tocante a sua liquidez e rentabilidade. Pode ser determinante para investimento em novas instalações,lançamento de novos produtos ou até mesmo uma mudança de atividade. Uma das praticas adotadas hoje no mercado pela maioria dos seus componentes é ter como benchmarking as medianas dos indicadores do seu segmento, ponderados a sua localização, região etc. 2.10 Investidores Investidores são pessoas físicas ou entidades que aportam recursos em companhias, principalmente as de capital aberto, com a intenção de obter lucros. Esse aporte se dá através da aquisição de ações ou debêntures. A análise dos indicadores extraídos do balanço, notadamente os de rentabilidade e lucratividade são os de maior interesse para os investidores, pois são de grande importância na avaliação do custo de oportunidade, fator decisivo para a tomada de decisão. 18 2.11 Comissão de Valores Mobiliários A Comissão de Valores Mobiliários assume um papel de suma importância como usuário da análise das demonstrações contábeis das companhias de capital aberto, principalmente quanto aos requisitos legais do mercado de valores mobiliários, no tocante a periodicidade de publicação, padronização e transparência, cabendo-lhe funções de: Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários; Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas. A importância da análise de Balanço para as companhias e para seus usuários tem levado ao constante aperfeiçoamento das metodologias de avaliação, como também tem sido de grande valia para evitar transações pouco éticas. No entanto ainda carece de leis mais rigorosas para punição de fraudes contábeis, que ainda tem causado sérios danos ao mercado. Abordaremos no capítulo seguinte as principais metodologias e técnicas hoje utilizadas na mensuração dos Balanços das entidades. Várias são as metodologias, porem com o mesmo objetivo: conhecer a situação patrimonial das organizações e sua tendência num horizonte temporal. 19 3. METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS ÍNDICES A avaliação de uma empresa consiste basicamente na comparação de valores obtidos em um determinado período com iguais períodos passados. Podemos então concluir que o critério básico norteador da analise de balanço é a comparação. Analisada isoladamente qualquer conta ou grupo patrimonial pode retratar com fidedignidade o valor apresentado para efeito da análise. Daí a necessidade de sua comparação com outras bem como em uma perspectiva temporal. A análise, horizontal e vertical é a ferramenta de comparação imprescindível para o conhecimento da situação de uma empresa. Não menos importantes temos a análise de índices ou quocientes, capazes de fornecer uma visão ampla da realidade econômica, financeira e patrimonial da companhia. Segundo Silva (2007; pg. 98) comenta: “A análise através de índices é decomposta em dois grandes grupos: Indicadores de Atividade/Rotatividade e Indicadores Financeiros. Na verdade os dois principais grupos de indicadores da análise do balanço são complementares, pois os indicadores financeiros de uma companhia são via de regra, decorrentes dos seus indicadores de atividade/rotatividade, ou seja, do seu ciclo operacional. 3.1 Análise Horizontal A análise horizontal também conhecida como análise de tendências, basicamente faz a comparação de uma conta ou grupo de contas em diferentes exercícios sociais. Consiste em processo de análise temporal desenvolvido através de números-índices. Esta análise é importante, pois permite descobrir e avaliar a estrutura e composição de itens das demonstrações e sua evolução no tempo, os caminhos até então trilhados pela empresa, servindo para construção de uma série histórica, o que é fundamental para ajudar no estudo de tendências e na construção de cenários. (Silva 2007; pg. 90) 20 Baseada na observação da evolução de uma conta ou grupo de contas a análise horizontal mantém seu foco nos efeitos, sem se preocupar em explicar os motivos das mudanças ocorridas. Podendo ser desenvolvida tanto de forma evolutiva como retrospectiva, é de suma importância por permitir descobrir e avaliar a estrutura e composição dos itens do balanço e sua evolução temporal. Evidencia o desempenho e seria histórica da empresa, de importância ímpar para o estudo da tendência e busca de novos cenários. Uma metodologia básica para o estudo comparativo da evolução horizontal dos balanços pode ser resumida em três segmentos de estudo, a seguir. a) Evolução do ativo (investimentos) e passivos (financiamentos) de curto prazo. Através do resultado dessa comparação pode-se avaliar se há folga financeira ou aperto de liquidez( liq1uidez de curto prazo) refletidas pela evolução do ativo e passivo circulantes. b) Evolução do ativo permanente produtivo. Grupo patrimonial que reflete a capacidade instalada de produção/vendas de uma empresa. c) evolução da estrutura de capital. Nesse segmento da análise horizontal busca-se conhecer as fontes dos recursos alocados nos investimentos em ativos da companhia. (ASSAF NETO 2009; pg. 120) Cuidados devem ser tomados quando no desenvolvimento da análise horizontal por meio de números-índices a base de comparação contiver número negativo, o que levará a uma distorção do resultado calculado e não refletirá corretamente a evolução dos valores considerados. 3.2 Análise Vertical A análise vertical é um processo de comparação, normalmente expresso na forma percentual, através da qual se pode identificar a participação de uma conta dentro de um determinado grupo de contas no qual está inserida. No Balanço Patrimonial é possível observar a participação do imobilizado no ativo total da organização. A análise vertical é também denominada de análise de estrutura das demonstrações e serve para estabelecer tendências, revelando ainda os seus efeitos, e em algumas demonstrações é ainda possível descobrir algumas causas primarias das variações. (Silva 2007; pg. 88) 21 A estrutura patrimonial é sempre evidenciada de forma muita clara quando atentamos para a análise vertical. É clarificada através dessa análise a participação de cada conta no ativo total ou passivo total da empresa. O quadro abaixo 3.1 demonstra de forma simplificada uma análise horizontal e vertical do Ativo de uma empresa no horizonte temporal de dois exercícios. Quadro 3.1 - BALANÇO PATRIMONIAL(ATIVO)- EMPRESA OBOÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S CNPJ Nº 01.432.688/0001-41Nº 01.432.688/0001-41 Fonte: WWW.oboe.com.br OBOÉ CRÉDITO, FINANC. E INVESTIMENTO S.A. 31 de dezembro de 2007 e 2006 - Valores em R$ MIL BALANÇO PATRIMONIAL 31/12/2007 31/12/2006 AN.HORIZ VARIAÇÃO ATIVO R$ Análise vertical% R$ Análise Vertical% R$ % Circulante Disponível 2.667 2,8% 217 0,3% 2.450 1129,0% Aplicações Interfinanc de Liquidez 4.700 4,9% 8.300 10,3% (3.600) -43,4% Operações de Crédito 59.404 61,5% 42.054 52,3% 17.350 41,3% Empréstimos e Títulos Descontados 11.318 11,7% 8.867 11,0% 2.451 27,6% Financiamentos 48.086 49,8% 33.975 42,3% 14.111 41,5% Provisão para Operações de Crédito (823) -0,9% (788) -1,0% (35) 4,4% Outros Créditos 3.440 3,6% 1.574 2,0% 1.866 118,6% Outros Valores e Bens 730 0,8% 117 0,1% 613 523,9% Total Ativo Circulante 70.118 72,6% 52.262 65,0% 17.856 34,2% REAL. A LONGO PRAZO 22.386 23,2% 24.289 30,2% (1.903) -7,8% Operações de Crédito 22.114 22,9% 24.289 30,2% (2.175) -9,0% Empréstimos e Títulos Descontados 163 0,2% 5.027 6,3% (4.864) -96,8% Financiamentos 21.951 22,7% 19.262 24,0% 2.689 14,0% Outros Créditos 272 0,3% 0 0,0% 272 100,0% PERMANENTE 0,0% 0,0% 0 100,0% Investimentos 143 0,1% 143 0,2% 0 0,0% Imobilizado 3.774 3,9% 3.441 4,3% 333 9,7% Imóveis de Uso 2.481 2,6% 2.097 2,6% 384 18,3% Reavaliação de Imóveis de Uso 1.044 1,1% 1.044 1,3% 0 0,0% Outras Imobilizações de uso 1.421 1,5% 1.227 1,5% 194 15,8% Depreciação (1.172) -1,9% (927) #DIV/0! (245) 26,4% Diferido 183 0,2% 241 0,3% (58) -24,1% TOTAL ATIVO 96.604 100,0 80.376 100,0 16.228 20,2% 22 A situação financeira de uma companhia é evidenciada através dos seus indicadores de liquidez. A capacidade de uma empresa honrar com seus compromissos financeiros nas datas aprazadas é refletida pelo quociente dos seus índices de liquidez, que quanto maior melhor. O quadro 3.2 abaixo contém os indicadores que evidenciam a situação Financeira, Econômica e patrimonial, e sua rotatividade. Quadro 3.2 Indicadores Econômicos e Financeiros Situação Financeira, Econômica e patrimonial Liquidez Estrutura de Capital Rentabilidade Liquidez Imediata Liquidez Seca Liquidez Corrente Liquidez Geral Índice de Participação de Terceiros Composição do Endividamento Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido Grau de imobilização dos Recursos não Corrente Giro do Ativo Margem Liquida Rentabilidade do Ativo Rentabilidade do Patrimônio Líquido Indicadores de Rotatividade/ Atividade Prazo Médio de Rotação dos Estoques (PMRE) Prazo Médio de Recebimento das vendas (PMRV) Prazo Médio de Pagamento das Compras (PMRC) Identificação dos Dias Financiados Fonte: adaptado do livro Estrutura, Analise e Interpretação das Demonstrações Contábeis – Alexandre Alcantara da Silva –Ed. Atlas. A liquidez representa a capacidade da empresa de cumprir suas obrigações de curto prazo na data do vencimento. A liquidez constitui a solvência financeira, isto é, recursos não imobilizados para cada real de dívida. Para avaliar o grau de liquidez ou solvência da empresa, utiliza-se uma variedade de índices de liquidez. (Chiavenato 2005; pg. 85) Quando o analista procede à comparação do balanço de dois ou mais períodos deve sempre lembrar o efeito inflacionário da moeda, o que levará a necessidade de determinação dos valores a uma unidade monetária constante. É indispensável que a demonstração contábil apresente uniformidade de valor. 23 3.3 Índice de Liquidez Imediata – ILI Normalmente baixo, dado o pouco interesse dos dirigentes das empresas em manter recursos monetários em caixa, a liquidez imediata revela o percentual das dívidas de curto prazo em condições de serem liquidadas imediatamente. Seu cociente é encontrado através da divisão das disponibilidades pelo passivo circulante, conforme o quadro 3.3. Quadro 3.3 Este cociente já teve uma importância maior, quando a existência de mercado financeiro e de capitais era restrita. Hoje, sem desprezar-se certo limite de segurança que irá variar de acordo com a natureza do empreendimento, com o tamanho da empresa e o “estilo” da administração, sem dúvida que, se procura ter uma relação disponibilidade/passivo corrente a menor possível em cada data. (Iudícibus 1998;pg. 99) Deve-se evitar o risco de não ter disponibilidade no vencimento das obrigações, todavia o fluxo de caixa deve ser um instrumento utilizado para prever e prevenir tais situações. 3.4 Índice de Liquidez Seca – ILS A liquidez seca é uma variante bastante utilizada quando se deseja avaliar de forma conservadora a situação de liquidez da companhia. Quando se retira o estoque do numerador no caçulo do cociente estamos eliminando uma fonte de incerteza, embora outros como as contas a receber ainda continuem. Este indicador é muito útil quando necessitamos ver a capacidade de pagamento da empresa nas situações em que a mesma tem uma rotação muita baixa, o que pode refletir uma má gestão sobre o volume de compras de material para revenda ou industrialização. Este indicador é denominado também de Prova Ácida (acid test ratio) ou Quociente Absoluto de Liquidez. (Silva 2007; pg. 108) A liquidez seca mede a capacidade de curto prazo de pagamento da empresa baseada nas disponibilidades e os valores a receber. O índice será mais ILI = Disponibilidades Passivo Circulante 24 eficiente quanto melhor for à carteira de recebíveis da companhia. É encontrado aplicando-se a formula do quadro 3.4 e será melhor quanto maior for o cociente. Quadro 3.4 ILS = Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante 3.5 Índice de Liquidez Corrente – ILC O índice de liquidez corrente é um dos mais utilizados para avaliar a saúde financeira da empresa. Quanto maior o quociente melhor, pois apresenta capacidade mais alta da companhia para financiar suas necessidades de capital de giro. Quando este índice for igual à unidade, significará ativo circulante igual ao passivo circulante e consequentemente não haverá capital circulante líquido. Se inferior a um evidencia capital circulante líquido negativo e que a empresa dependerá de outras fontes de recursos para manter sua solvência. No quociente de liquidez corrente é preciso, como de resto para muitos outros quocientes, atentarmos para o problema dos prazos dos vencimentos das contas a receber e das contas a pagar. Por outro lado, a inclusão dos estoques no numerador pode diminuir a validade do quociente como indicar de liquidez. (Iudícibus 1998; pg. 100) Um estoque maior que a real necessidade da empresa, bem como um descasamento entre os prazos médios de recebimento e pagamento levará invariavelmente a uma avaliação irreal deste índice. Este índice é apurado através da divisão do ativo circulante pelo passivo circulante, conforme quadro 3.5 e quanto maior o quociente melhor. No entanto devemos considerar outras variáveis na avaliação do mesmo, tais como o ramo de atividade da empresa e a previsibilidade do seu fluxo de caixa. Quanto maior for à previsibilidade do fluxo de caixa menor poderá ser o ILC, desde que maior que a unidade. Quadro 3.5 ILC= Ativo Circulante Passivo Circulante 25 3.6 Índice de Liquidez Geral – ILG Também conhecida como liquidez total, podemos através deste índice perceber a capacidade de pagamento de longo prazo da empresa. É também utilizada como medida de segurança da companhia a longo prazo, evidenciando sua capacidade de liquidar todos seus compromissos assumidos. É interessante ressaltar, ainda, a existência de um índice de liquidez, muitas vezes adotado pelo mercado, denominado capital degiro próprio. É normalmente obtido pela diferença entre o patrimônio liquido e o ativo permanente (inclusive realizável a longo prazo), e interpretado como o volume de capital próprio da empresa que está financiando suas atividades circulantes.( Assaf Neto 2009: pg. 191) A liquidez geral da empresa será melhor quanto maior o seu cociente, e ainda, quanto mais confiável for sua rubrica de contas a receber. O analista não deve deixar de ponderar que quanto maior o volume de capital próprio a financiar as atividades da companhia maior será a sua solvência. No Realizável à Longo Prazo, devem estar registrados todas as transações envolvendo controladas e coligadas, bem como os financiamentos de longo prazo para investimento em ativo permanente. Devem merecer atenção, sob o aspecto de liquidez, os empréstimos concedidos a empresas do mesmo grupo. O Índice de Liquidez Geral é encontrado pelo somatório do ativo circulante mais realizável a longo prazo dividido pela soma do passivo circulante mais exigível a longo prazo, conforme quadro 3.6. Sua eficiência tende a diminuir se os prazos de pagamentos forem menores que os de recebimentos. Quadro 3.6 Como os demais índices, o índice de liquidez geral não deve ser apreciado isoladamente, e deve ser mensurado através da serie histórica apresentada em um horizonte temporal de vários períodos. ILG= Ativo Circulante + Realizável à Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível à Longo Prazo 26 3.7 Índice de Participação de Terceiros – IPT Este índice evidencia o volume de recursos monetários de terceiros alocados na companhia com o objetivo de financiar suas atividades operacionais e gerar receitas. O Capital de Terceiros corresponde aos valores registrados no passivo circulante e exigível a longo prazo. Tais recursos só são interessantes quando a sua remuneração for inferior ao lucro gerado com sua aplicação nos negócios, devendo ainda ser ponderado à menor liberdade das decisões da empresa por sua dependência para com terceiros. Uma das marcas das empresas falidas é o seu alto grau de endividamento. Porém, a causa da falência não se restringe ao endividamento, mas a uma série de outros fatores, como por exemplo: má gestão, falta de organização, má aplicação dos recursos disponíveis (próprio ou de terceiros), projetos mal-sucedidos, dentre outros. (Silva 2007; pg. 110) Nas organizações nem os sucessos nem os fracassos dependem de um fato isolado, e sim da associação vários e por repetidos períodos. O índice de IPT é encontrado pela fórmula constate do quadro 3.7, abaixo, e quanto menor, melhor. Quadro 3.7 IPT = Passivo Circulante + Exigível à Longo Prazo Patrimônio Líquido X 100 3.8 Composição do Endividamento A composição do endividamento indica o volume das dívidas de curto prazo em relação às dívidas totais da companhia. É calculado através da divisão do Passivo Circulante pelo Passivo Circulante mais o Exigível a longo Prazo, conforme quadro 3.8 abaixo, e quanto menor o índice melhor. Quadro 3.8 Composição do Endividamento = Passivo Circulante Passivo Circulante + Exigível à Longo Prazo X 100 27 É importante que o analista identifique as causas determinantes das variações nestes indicadores através da leitura do relatório da Administração e das Notas Explicativas, bem como observe as variações ocorridas na estrutura do Ativo e Passivo Exigível, através da análise vertical.(Silva 2007; pg. 111) Tão importante quanto o tamanho do índice é saber qual a onerosidade do passivo. Quanto menor a dependência da empresa de capitais onerosos melhor. 3.9 Imobilização do Patrimônio Líquido Quanto maior for o investimento realizado pela companhia no seu ativo permanente maior será a possibilidade de sua dependência de capitais de terceiros para financiar o seu capital de giro. Através desta análise identifica-se o quanto o Patrimônio Líquido da empresa está aplicado no Ativo Permanente, revelando a proporção entre os capitais de terceiros e o capital próprio. O índice de imobilização do Patrimônio Líquido e encontrado através da aplicação da fórmula constante do quadro 3.9 abaixo, e quanto menor melhor. Quadro 3.9 Imobilização do Patrimônio Líquido = Ativo Permanente Patrimônio Líquido X 100 O ideal para a empresa, em termos financeiros, é a dispor de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente e ainda sobrar uma parcela de Capital Circulante Próprio suficiente para financiar o Ativo Circulante. Quanto menor a dependência a empresa de recursos de terceiros para financiar seu giro maior a liberdade para planejamento de compra e venda, principalmente que esses recursos normalmente são muito onerosos. 3.10 Imobilização de Recursos não Correntes É o índice pelo qual podemos identificar o valor do Patrimônio Líquido mais exigível a longo prazo – recursos não correntes, que estão alocados para financiar o Ativo Permanente da companhia. Este índice uma melhor identificação do capital circulante próprio da organização. O índice de Imobilização de Recursos não Correntes é encontrado através da aplicação da fórmula constante do quadro 3.10 abaixo, e quanto menor melhor. Sempre que for superior a unidade, teremos evidenciado que o patrimônio líquido mais o exigível a longo prazo é insuficiente para cobrir os investimentos no ativo permanente. 28 Quadro 3.10 Imobilização dos Recursos não Correntes = Ativo Permanente Patrimônio Líquido + ELP X 100 3.11 Giro do Ativo Este índice demonstra quantas vezes o ativo girou como resultado ou efeito das vendas. Podemos afirmar que é um dos principais índices para avaliar a capacidade de geração de receitas de uma empresa. É conveniente, na análise de balanço, relacionar o volume das vendas com outros fatores a fim de se conhecer se o desempenho foi ou não satisfatório. Este indicador estabelece a relação entre as vendas do período e os investimentos totais efetuados na empresa, expressando o nível de eficiência com que são utilizados os recursos aplicados, ou seja, a produtividade dos investimentos totais(ativo total). Silva (2007; pg. 113) Deve ser ressaltado que este índice é de extrema importância, tendo em vista que sempre se espera um bom retorno dos capitais investidos, o que normalmente começa a ser evidenciado a partir do bom desempenho das vendas. O índice em referencia é encontrado conforme o quadro 3.11 abaixo e quanto maior melhor. Quadro 3.11 Composição do Endividamento = Passivo Circulante Passivo Circulante + Exigível à Longo Prazo X 100 3.12 Margem Líquida Normalmente conhecida como retorno sobre as vendas, a margem líquida é um índice que compara o lucro líquido em relação ao montante das vendas de determinado período, apresentando assim o percentual de lucratividade obtido pela empresa. Deve o analista dispensar atenção aos seguintes aspectos que influenciam na apuração de referido índice: receitas e despesas não operacionais, o critério utilizado na de avaliação do estoque, e a apropriação dos custos. Muitos fatores podem influenciar a rentabilidade sobre as vendas, dentre os quais destacamos o ramo de atividade, a rotação dos estoques, mercado, custos de produção, produtividades, dentre outros.( Silva 2007: pg. 114) 29 Nas suas atividades diárias a empresa deve esta atenta e atuar em todas as vertentes que possam afetar ou contribuir com a sua lucratividade, objetivo final de qualquer companhia.Este índice é encontrado através da divisão do Lucro Líquido pelas Vendas Líquidas, quadro 3.12 abaixo. Quadro 3.12 Margem Líquida = Lucro Líquido Vendas Líquidas X 100 3.13 Rentabilidade ou Retorno do Ativo Conhecido como Retorno Sobre o Ativo ou Retorno Sobre Investimentos este índice tem como objetivo principal medir a eficiência da gestão da companhia na geração dos lucros através dos investimentos totais. É considerado um dos cocientes individuais mais consistentes da analise de balanço, tendo em vista que mostra de forma global o desempenho da companhia. Segundo Chiavenato (2005; pg. 92): “ é um índice de rendimento que mede a rentabilidade das operações básicas da empresa frente aos recursos(ativos) aplicados nessas operações”. Este índice é encontrado pela divisão do Lucro Líquido pelo Ativo Total quadro 3.13, e quanto maior melhor. Quadro 3.13 Rentabilidade do Ativo = Lucro Líquido Ativo total X 100 3.14 Rentabilidade do Patrimônio Líquido Também chamado de taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido este é um índice que mede os ganhos obtidos pelos investimentos realizados pelos sócios, principais alocadores dos capitais de risco. É o principal índice para medir a eficiência da empresa na remuneração dos acionistas, que analisam o custo de oportunidade e decidem pela permanência ou não dos recursos na companhia. É calculado através da divisão do Lucro Líquido pelo Patrimônio Líquido, quadro 3.14, e quando maior melhor. Quadro 3.14 Rentabilidade do Patrimônio Líquido = Lucro Líquido Patrimônio Líquido X 100 30 Através da análise destes diversos índices, é possível se chegar a uma mensuração da situação financeira, econômica e patrimonial da empresas, no entanto deve-se proceder a comparação de diversos períodos com o objetivo de avaliar sua evolução ou involução. Além dos índices de liquidez, estrutura de capital e rentabilidade aqui apresentados, abordaremos no capítulo seguinte indicadores do ciclo operacional e de capital de giro, de grande importância na análise de balanço para avaliação de uma companhia. 31 4. CICLO OPERACIONAL E CAPITAL DE GIRO Abordaremos neste capítulo a importância do ciclo operacional para empresa no desenvolvimento de suas atividades, bem como para geração de receitas e consequentemente do lucro. Na consecução de suas atividades, a empresa persegue sistematicamente a produção de bens ou serviços e, consequentemente, vendas e recebi mentos. Procura ela com isso a obtenção e determinado volume de lucros, nos quais possam satisfazer às expectativas de retorno de suas fontes de financiamento. (Assaf Neto 2009; pg. 195) Através da harmonia do ciclo operacional da empresa evidenciado através das compras, produção, vendas e seus recebimentos pode-se obter maior ou menor facilidade na geração das receitas. 4.1 Prazo Médio de Rotação dos Estoques - PMRE Indicador que mostra a quantidade de dias, em média, que os produtos permaneceram estocados até a venda. Quanto menor o tempo empresa a girar seus estoques melhor, desde que seja reflexo da comercialização de seus produtos. No calculo deste indicador deve-se utilizar o estoque médio, evitando assim que as sazonalidades possam acarretar distorções. Não deve ser esquecido pelo analista a observação das formas de financiamentos dos estoques, através das datas de pagamento e o seu impacto na liquidez da empresa. Quadro 4.1 O indicador é encontrado conforme o quadro 4.1. E quanto menor, melhor. Deve ser uma preocupação constante de todas as áreas da empresa, principalmente as de compra, produção e venda. 4.2 Prazo Médio de Recebimento da Vendas - PMRV Este indicador tem o objetivo de medir a quantidade de dias, em média, que a companhia leva para internalizar os recursos monetários relativos à suas vendas. Considerando que a empresa deve sempre buscar a compatibilidade entre os prazos de pagamento de seus compromissos e os de recebimento de seus créditos o ideal é que esse indicador seja o menor possível. PMRE = Estoque (médio) CMV X 360 32 Este é um indicar que de certa forma traduz a política de venda da companhia, bem a forma de concessão de crédito a seus clientes. Tem um peso significativo na administração do fluxo de caixa, e quando ocorre o descasamento pode deixar a empresa sempre a dependência de empréstimos para se manter solvente. Quanto maior o prazo de recebimento pior será para a empresa, porem uma análise completa deve ser feita observando também o prazo de rotação dos estoques e de pagamento das compras, sendo que a qualidade das duplicatas a receber também interfere diretamente na avaliação deste indicador. O estudo do PMRV permitirá ainda avaliar a política de concessão de créditos e a eficiência de setor e cobrança. (Silva 2007; pg. 102) Quadro 4.2 A empresa deve sempre buscar a compatibilização dos seus prazos de compra, fabricação, venda, pagamento dos compromissos e recebimento dos seus créditos. Encontrado conforme o quadro 4.2, quanto menor, melhor. 4.3 Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores - PMPF Indicador que demonstra o período que a empresa leva para liquidar seus compromissos com seus fornecedores. A companhia deve buscar sempre que o prazo médio para pagamento os seus fornecedores seja superior ao prazo para recebimento de suas vendas, evitando assim ter que recorrer a empréstimos para manter sua solvência. Quadro 4.3 A companhia deve ainda a redução possível do prazo médio de fabricação e do prazo médio de vendas, uma vez que os mesmos têm impacto significativo no indicador de pagamento a fornecedores. Indicador encontrado conforme quadro 4.3, e quanto maior melhor. 4.4 Prazo Médio de Fabricação - PMF Indicador que revela o tempo médio que a empresa leva para fabricar seus produtos e que tem impacto significativo no prazo médio de rotação dos estoques PMRV = Duplicatas a Receber (média) Receita Líquida de Vendas X 360 PMPC = Fornecedores Compras X 360 33 e tem influencia no ciclo de produção da companhia. Este indicador é encontrado conforme o quadro 4.4 abaixo e quanto menor, melhor. Quadro 4.4 Deve haver bastante sintonia entre as equipes de compras a linha de produção, de modo que não haja demora na linha de produção. 4.5 Prazo Médio de Vendas – PMV Também conhecido como prazo médio de estocagem. Este indicador demonstra o tempo médio gasto pela empresa desde a fabricação dos seus produtos até a sua venda. É o tempo permanência do produto acabado estoque a espera para venda. É encontrado através da formula constante do 4.5, e quanto menor, melhor, pois tem impacto significativo no ciclo operacional e financeiro da companhia. Quadro 4.5 O departamento comercial deve ter plena consciência do seu papel no tocante à redução do prazo de permanência dos produtos acabados no estoque, de forma a onerar o mínimo possível a companhia. 4.6 Prazo Médio de Estoque - PME Este índice indica o tempo médio em que a mátria prima permanece no estoque desde a sua aquisição até a sua entrada na linha de produção. A empresa deve sempre buscar a redução deste indicador, tendo em vista o seu impacto no ciclo operacional e financeiro. É encontrado conforme o quadro 4.6 e quanto menor,melhor. Quadro 4.6 Embora não seja uma tarefa das mais fáceis, é de suma importância a sintonia entre que compra e quem organizam a linha de produção, de modo a minimizar as compras ou a produção extemporânea. PMF = Estoque Médio de Produtos em Elaboração Custo de Produção X 360 PMV = Estoque Médio de Produtos Acabados Custo dos Produtos Vendidos X 360 PME = Estoque Médio de Matéria- Prima Consumo Anual X 360 34 4.7 Capital de Giro O capital é constituído pelos recursos financeiros básicos da empresa. Representa os investimentos alocados pelos sócios ou acionistas para instalação e operação da companhia. Ao desenvolver seu ciclo operacional, surgem outras fontes de financiamentos da empresa. Não é só o capital investidos pelos acionistas que dinamiza a empresa. Ela utiliza capital de terceiros na operação dos seus negócios. Assim, quanto à sua propriedade existem dois tipos de capital: o capital próprio e o de terceiros. (Chiavenato 2005; pg. 49) No tocante a operação da organização, vale ressaltar que ambos desempenham papel fundamental, no entanto a companhia deve priorizar o menos oneroso. O Capital das organizações é classificado quanto a sua utilização em: capital fixo e capital de giro ou capital circulante, que se complementam. O capital fixo constitui os investimentos em ativos imobilizados da empresa. Normalmente são efetuados no longo prazo e não sofrem alterações constantes. É basicamente representado pelas instalações, máquinas e equipamento etc. O Capital de Giro constitui-se na principal fonte de recurso para operação da empresa e está representado pelo grupo de contas do Ativo Circulante do Balanço Patrimonial. Sofre oscilações muito freqüentes, tendo em vista as atividades operacionais diárias da companhia. É o grupo de maior liquidez, tendo em vista que representa todas as disponibilidades de curto prazo da empresa. Apresenta duas características básicas: a curta duração e conversão rápidas dos seus componentes. O período de duração dos componentes do circulante não deve ser superior a um ano o prazo máximo do ciclo operacional da empresa. O circulante apresenta-se em constante mutação, por meio de um continuo escoamento de recursos entre seus elementos. Interessa à empresa evidentemente imprimir a máxima rotação (giro) ao grupo, acelerando cada vez mais seu fluxo de Operações. (Assaf Neto 2009; pg. 168). Uma maior o rotação do ativo circulante da empresa evidencia um incremento de suas atividades, acarretando menor necessidade de investimento no capital de giro e uma possibilidade maior de aumento da rentabilidade. Faz-se 35 necessário observar as seguintes configurações do Capital de Giro: capital de giro bruto e capital de giro líquido. Capital de Giro Bruto – é constituído pelas disponibilidades imediatas, títulos e valores mobiliários, contas a receber e estoques; Capital de Giro Líquido – constitui - se do capital de giro bruto menos os compromissos de curto prazo. A administração do Capital de Giro envolve as contas do circulante da companhia, que tem extrema importância no seu processo operacional e na geração de sua liquidez. É encontrado conforme o quadro 4.7 abaixo. Quadro 4.7 A gestão ineficiente do capital de giro da empresa pode levá-la a recorrer a recursos onerosos para manter sua solvência. A empresa deve priorizar as operações que influenciam de forma positiva o capital de giro liquido, tais como: venda de elementos ociosos do ativo permanente, integralização de capital, contração de empréstimos a longo prazo etc. Dentre os diversos dilemas na administração do Capital de Giro da companhia encontra a possibilidade da opção em priorizar a rentabilidade ou a segurança, uma vez que variam de forma inversa. Quando a companhia busca maior rentabilidade tem elevado seu risco e quando minimiza o risco aumenta-se a liquidez. Maiores participações de fontes de recursos de curto prazo promovem, ao mesmo tempo, uma redução da liquidez (maior nível de risco financeiro) e elevação do retorno do investimento ( em razão do custo mais barato do credito de curto prazo). Para uma situação de financiamento inversa, verifica-se uma elevação da liquidez da empresa acompanhada de redução em sua rentabilidade. (Assaf Neto 20209; pg. 188). Toda empresa deve ter um padrões estabelecido de risco-retorno, e assim balizar suas decisões quanto ao volume de capital circulante liquido está compatível com este padrão. Uma organização não pode obter o benefício da rentabilidade máxima sem que isso lhe ofereça algum risco. Situação ilustrada através do quadro 4.8 CCL = Ativo Circulante - Passivo Circulante 36 Quadro 4.8 Liquidez Capital Circulante Líquido Rentabilidade Fonte: adaptado do livro Estrutura e Análise de Balanço – Assaf Neto – Ed. Atlas Devem também ser ponderados pela administração da companhia os custos que incorrem o investimento em capital de giro. Dentre esses, destacamos o custo de oportunidade, determinado pelos ganhos decorrentes de melhor opção não escolhida. Quanto maior o investimento em capital de giro, maior será o custo de oportunidade. A manutenção ou aumento da atividade operacional de uma companhia sofrem forte influência do volume do seu capital circulante líquido. A Necessidade de Capital de Giro é verificada pela diferença entre o ativo circulante cíclico e o passivo circulante cíclico. Este confronto revela o grau de equilíbrio financeira da empresa. É encontrado conforme o quadro 4.9. Quadro 4.9 Os grupos de contas cíclicas do Balanço Patrimonial apresentam a seguinte composição: O Ativo Circulante Cíclico - duplicatas a receber, provisão para perdas, adiantamento a fornecedores, estoques, adiantamento a funcionários, impostos indiretos a compensar, despesas operacionais antecipadas etc. Passivo Circulante Cíclico – fornecedores, impostos indiretos, adiantamento de clientes, provisões trabalhistas, salários e encargos sociais, participações de empregados etc. Para suprir suas Necessidades de Capital de Giro as empresas contam com diversas fontes de financiamento: operacionais e financeiras. As fontes operacionais são aquelas decorrentes das atividades cotidianas da companhia. Já NCG = Ativo Circulante Cíclico - Passivo Circulante Cíclico 37 as fontes financeiras decorrem de decisões dos seus administradores em recorrer a terceiros para manter a solvência da empresa. As principais fontes de financiamentos operacionais são: Fornecedores; Salários; Impostos e contribuições sociais; Adiantamento de clientes. As principais fontes financeiras de financiamento de Capital de Giro são: Bancos comerciais e múltiplos; Financeiras; Empresas de factoring. As principais modalidades de créditos disponibilizadas pelos agentes financeiros para suprir as necessidades de Capital de Giro da empresas são as seguintes: Conta Garantida – limites disponibilizadospelos bancos às empresas com o objetivo de suprir eventuais déficits de caixa; Empréstimos de Capital de Giro – contrato de abertura de crédito com valor e prazo determinado, podendo ser reutilizável e ter renovação automática; Antecipação de Recebíveis – limite disponibilizado pelos bancos para antecipação das vendas a prazo realizadas pelas empresas através de duplicatas, cartão de crédito e cheques pré – datados; CDC - Crédito Direto ao Consumidor – modalidade contrato em que o os bens vendidos a prazo são financiados pelos agentes financeiros diretamente no estabelecimento que efetua a venda. É uma venda à vista para a empresa a prazo para o comprador; ACC – Adiantamento sobre Contrato de Cambio - destinado ao financiamento da produção e comercialização de bens para exportação (até 180 dias antes do embarque); ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues – financiamento de bens destinados a exportação (após o embarque). Dentre os dilemas da administração do capital de giro da empresa, verifica- se o dilema da escolha da fonte correta de financiamento, a quantidade suficiente, o prazo necessário, a forma ideal de desembolso, bem como um atento gerenciamento dos prazos médio que compõem o ciclo operacional. 38 a administração do Capital de Giro tem por objetivo gerenciar cada um dos ativos circulantes e passivos circulantes da empresa para garantir um nível aceitável de capital de circulante líquido. (Chiavenato 2005; pg. 54) A forma mais salutar de financiamento do capital de giro da companhia é aquela decorrente da perfeita sintonia entre o ativo circulante e passivo circulante. 4.8 Efeito Tesoura O acompanhamento constante da evolução da necessidade de capital de giro e do capital circulante líquido é fator decisivo para manutenção da boa saúde financeira da empresa. E também a adequação ao seu planejamento operacional e a política de crescimento. Este descompasso decorre da expansão dos negócios com uma elevada aplicação de recursos no capital de giro, ultrapassando o nível do CCL, que pode simplesmente ser apurado através do que denominamos Saldo de Tesouraria, compreendendo a diferença entre o Ativo Circulante Não Operacional(ACNO) e o Passivo Circulante Não Operacional(PCNO). (Silva 2007; pg. 140) O quadro 4.10 é a representação gráfica da ocorrência desse descompasso. Quando uma por vários exercícios seguidos evidencia uma elevação da necessidade de investimento em giro superior ao capital circulante liquido, denominado de efeito tesoura. O que revela a incapacidade da empresa financiar adequadamente seus investimentos operacionais em giro. Quadro 4.10 CCL NCG ano 0 ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 Fonte: livro Estrutura, Analise e Interpretação das Demonstrações Contábeis – Alexandre Alcantara da Silva –Ed. Atlas. O efeito tesoura pode ser decorrente de vários motivos. Entre os principais destacamos: os desvios de recursos de giro para imobilizações e o elevado 39 crescimento do nível da atividade empresarial – overtrade, que nos deteremos a seguir. 4.9 Overtrading A situação de overtrade ocorre quando se constata a situação em que uma companhia está operando acima de sua capacidade financeira. Situação em não possui capital de giro necessário para o financiamento de suas atividades de curto prazo, o que levará ao endividamento, normalmente de curto prazo, para financiar os estoques e as contas a receber. Quando o Ciclo operacional da empresa segue uma tendência deficitária, a empresa caminha para uma situação de overtrade. Neste momento, podemos deduzir que a companhia entrou em um estágio pré-falimentar em decorrência da falta de equilíbrio financeiro, em que o volume de atividades é bastante superior ao Capital de Giro disponível. ( Silva 2007; pg.141). Toda empresa deve buscar, tanto na sua instalação quanto na expansão, a elaboração de um cuidadoso planejamento estratégico onde seja possível a adequação ao seu fluxo de caixa. Tendo também sempre a clareza que o financiamento através do capital próprio é a melhor alternativa. O capital próprio da empresa representa a diferença entre o patrimônio liquido e os recursos investidos no ativo permanente. Representa a capacidade do autofinanciamento do ciclo operacional. É calculado conforme o quadro 4.11. Capital de Giro Próprio (CGP) = Patrimônio Líquido – Ativo Permanente Quadro 4.11 O grande desafio dos administradores, principalmente os administradores financeiros de uma empresa é a harmonização de todas as etapas do seu ciclo operacional e econômico, bem como a compatibilização da capacidade de geração de receitas em patamares suficientes para arcar com seus custos, inclusive financeiros, e ainda gerar o lucro compensatório para seus proprietários. Quando isso não ocorre tem-se como conseqüência a falência ou sua liquidação. Tomando-se por base que toda empresa busca o principio da continuidade indefinida das atividades operacionais, é bastante salutar que todos os seus movimentos sejam bastante planejados e como as suas demonstrações financeiras são estáticas não podem e não devem ser desvinculadas de períodos anteriores e subseqüentes, como também nenhum índice seja avaliado isoladamente. 40 4.10 Relatórios Gerenciais O ápice da análise do balanço são os relatórios gerenciais destinados aos seus respectivos usuários, principalmente os administradores e acionistas para as tomadas de decisões, bem como o cumprimento de disposições legais quando necessário. É indispensável que dos relatórios gerenciais constem os seguintes elementos com a maior precisão possível: Analise do Cenário – deve –se discorrer sobre a empresa analisada, o segmento econômico de sua atuação, seus principais concorrentes. Mencionar ainda, quais as políticas de governo que podem influenciar o seu mercado. Fazer uma avaliação da performance da empresa, do seu patrimônio líquido, e efetuar comparação com as demais do seu segmento. Análise Econômica – deve ser abordada a situação do patrimônio líquido, uma vez que a existência ou não de PL de vê ser o ponto inicial para a análise econômica. Devem ser evidenciados os fatores que tiveram influencia não variação patrimonial, inclusive a política de distribuição ou a retenção de lucro. Não deve ser ignorado: o grau de imobilização, o nível de endividamento, a origem e destinação dos recursos de terceiros. Análise Financeira – deve ter com ponto principal a capacidade de pagamento da empresa. Atenção especial deve recair sobre: os índices de liquidez, rentabilidade, ciclo financeiro, necessidade de capital giro. Conclusão – deve ter como abrangência principal o mercado de atuação da companhia e a comparando-a com sues principais concorrentes, emitindo-se parecer conclusivo sobre o desempenho econômico e financeiro. Devem ser emitidas recomendações sobre possíveis diretrizes a ser tomadas pela companhia para manter ou melhorar o desempenho. Anexos – é sempre recomendável anexar ao relatório: tabelas, gráficos, planilhas. Não deve deixar de constar informações sobre a metodologia utilizada, bem como as reclassificações contábeis realizadas, as formulas utilizados etc. 41 Como vimos ao longo deste trabalho inúmeras são as utilidades da análise de balanço,no entanto o foco gerencial é predominante. No mercado globalizado atual, é praticamente impossível e totalmente desaconselhável que acionistas e administradores de empresas de qualquer porte ou ramo de atividade não tenham a contabilidade gerencial como ponto de partida para suas tomadas de decisões. 42 5. CONCLUSÃO Sem a pretensão de exaurir todas as informações sobre a análise do Balanço Patrimonial com o trabalho ora exposto, podemos concluir tratar-se de uma prática das mais comuns no mercado atual. Através da análise dos indicadores de liquidez busca conhecer a capacidade que a empresa tem de honrar seus compromissos de curto prazo, ou seja, aqueles diretamente ligados ao seu operacional cotidiano. Quando se busca avaliar os indicadores que definem a estrutura de capital, tem- se o desejo principal de conhecer o grau de endividamento, o seu direcionamento para atividades não geradoras de receitas, o quanto a organização depende dos recursos alheios para se tornar solvente, e principalmente a onerosidade destes financiamentos. A análise dos indicadores de rentabilidade tem como alvo principal avaliar a possibilidade de remuneração para o capital dos investidores da companhia, com o conseqüente retorno sobre o Patrimônio Líquido. Os indicadores de rotatividades exercem significativa influência no capital de giro da companhia, que por sua vez é determinante para o sucesso da empresa. A ausência do capital de giro ideal para o desenvolvimento do seu ciclo operacional é o principal motivo da falência das empresas. Os usuários da análise de balanço, como demonstrado neste trabalho, jamais podem formar juízo sobre uma empresa a partir da análise isolada de um indicador. Por isso faz-se necessário a análise do balanço patrimonial de vários exercícios, e se lembrando sempre dos efeitos inflacionários da moeda. Toda avaliação da empresa deve ser derivada da interpretação de todos os elementos do seu Balanço Patrimonial e suas notas explicativas no decorrer de vários exercícios. Não deve também ser esquecido de se ponderar a conjuntura em que essa empresa atua, e qual a mediana do seu setor e dos seus principais concorrentes. O risco é um fator inerente a todas as atividades hoje desenvolvidas pela humanidade, no universo empresarial não poderia ser diferente. Instigados por essa realidade e baseado na importância das companhias para o desenvolvimento econômico e a conseqüente manutenção do bem estar das pessoas, diversos tem sido os mecanismos buscados pelas empresas, governos, órgãos de classe para mitigar esse risco. A análise profunda do Balanço Patrimonial, principalmente desenvolvida de forma independe tem se mostrado uma excelente ferramenta de conhecimento da real situação da companhia, tornando assim possível as correções de rumos e praticas, para o cumprimento de um dos princípios fundamentais da contabilidade: O Princípio da Continuidade. 43 BIBLIOGRAFIA IUDÍCIBUS,,, Sergio de. Análise de Balanço, 7ª. ed. São Paulo: Atlas, 1998. IUDÍCIBUS, Sergio de. Contabilidade Gerencial, 6ª. ed. São Paulo: Atlas, 1998. ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análises de Balanços: um enfoque econômico – financeiro. 8ª. ed. – 4ª reimpressão. São Paulo: Atlas – 2009. SILVA, Alexandre Alcantara Da. Estrutura, Análise e Interpretações das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas, 2007 CHIAVENATO, Idalberto. Administração Financeira: Uma Abordagem Introdutória. 2ª Tiragem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
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