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(31) Teologia Pastoral

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1 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 1 
 
 
FEST – Filemom Escola Superior de Teologia 
“Formando Obreiros Aprovados” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEOLOGIA PASTORAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 2 
 
 
TEOLOGIA PASTORAL 
 
Descrição do Curso 
 Este curso observará, em uma visão geral introdutória, o ministério em si e 
suas especificações, proporcionando estudo participativo da classe na área teológica 
vocacional do serviço na igreja, Corpo de Cristo. Vendo as estratégias apresentadas 
na Bíblia bem como as necessidades atuais e o desenvolvimento eclesiástico na 
Missio Dei. Ressaltar o aspecto do caráter e da sensibilidade ministerial, pela igreja 
em seus enviados, como fundamental para uma visão global- integral da missão de 
Deus a ser desenvolvida. 
 
Objetivos 
- Ressaltar a Importância do reconhecimento da Igreja no desenvolvimento 
ministerial. 
- Familirializar o Aluno com a Reflexão Teológica da Missão 
- Enfatizar uma visão de dependência de Deus no ministério 
 - Identificar as Falhas e Realizar, como igreja, uma crítica construtiva 
 - Analisar e Refletir sobre vocação ministerial atual e pessoal. 
 
Desenvolvimento Do Curso 
- Apresentação E Introdução 
 - Definições E Conceitos 
- Panorama Bíblico Teológico da Vocação 
- Qualificação 
- O Homem, Esposo, Pai e Pastor 
- O Pastor 
- Ética Pastoral 
- O Pastor E Suas Relações Interpessoais E A Comunidade De Fe 
- O Pastor E A Congregação/Denominação 
- O Pastor E Seu Trabalho Frente À Comunidade 
- Vida Devocional: Ministério, Sofrimentos E Recompensas. 
- Globalização Da Missão (Missão Integral) 
- Adendo: Cerimônias 
 
 
3 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 3 
 
 
INTRODUCAO 
 
Os homens cobiçam , mas não sabem o que; eles caminham, mas perdem a trilha de 
chegada; eles lutam e competem, mas esquecem o prêmio. Eles espalham a semente, 
mas se recusam a cuidar do solo nas devida estações. Eles buscam poder e gloria, 
mas perdem o significado da vida. 
 George Gilder1 
 
Excelente obra almejam os que são chamados, vocacionados por Deus para 
servirem. Porém, parece que uma desarmonia paira nas mentes de muitos que vêem 
para servirem nos ministérios diversificados, existentes hoje no Corpo de Cristo; 
onde o lema humano de liderança ou de cabeça toma uma forma mais abundante, e 
não menos diferente, do que fala a Bíblia. Parece que o lema eu nasci para comandar e 
mandar tem tomado espaço nos corações dos que foram chamados para servir. 
Logicamente se respeita e se acata as funções e ministério de liderança, onde o seu 
papel se tem como muito importante, porém não sobrepondo aos demais; onde se 
pesa a mesma responsabilidade, pois o Dom Supremo dado pôr Deus, o Espírito 
Santo, detém o poder de dar ou se manifestar de diversificadas maneiras e nas mais 
diversas pessoas, conforme o apraz. Assim que, nada temos de nós mesmos, pois 
tudo é dEle, a obra bem como o obreiro. 
Se escuta o cambiar ou a desarmonia da vocação, de responsabilidades com a 
de privilégios; sou cabeça e não cauda, mas o que não pensam é que devido a tamanha 
responsabilidade que ser o cabeça trás, é que se existe após, a condição de levar o 
corpo, direcionar o corpo; isto faz com que muitos, as vezes, desejem ser um pouco 
cauda; isto para serem ou terem seu tempo de serem conduzidos e direcionados. 
O que também é bom lembrar é que os ataques sempre são na parte vital do 
corpo, e talvez não seja tão ruim assim ser ou ter a posição de cauda, não que haja 
uma covarde aqui, mas sim um pensar humano; tanto porque, todos tem o seu 
devido lugar e sua devida função no corpo; não é em vão que Deus, através do Dom 
Supremo, determina o que cada um terá ou será na missão. Responsabilidades e 
privilégios se completam, bem como o gozo do trabalho, sendo este onde for deve 
preencher nossas vidas. A nossa salvação e alento se baseia na pessoa de Cristo Jesus, 
o cabeça do corpo. Pôr Ele fomos chamados, vocacionados, direcionados e 
preparados. “Aquele que começou a boa obra, é fiel em completa-la” Gal. 1 verso 15; Rom 8 
verso 28 a 30; Hebreus 12, versos 2,3,11. 
 
 
 
 
 
1 KEMP, Jaime. Pastores em Perigo- Ed. SEPAL pag.11 
4 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEOLOGIA PASTORAL 
 
 Ciência que trata dos fundamentos bíblicos para o ministério pastoral, bem como das 
relações do pastor quanto ao seu trabalho, igreja, família, mundo etc2. Mas talvez podemos 
analisar que esta Teologia Pastoral, a qual pode se confundir, as vezes, com a 
Psicologia Pastoral, deveria se iniciar desde de uma visão bíblica antropocêntrica, ou 
seja, o homem enquanto ser, e em si mesmo; tanto o homem como ser emissário de 
Deus, como o homem sendo o alvo. O mais importante, o homem, depois suas 
demais relações, família, igreja, mundo etc. 
 
TEOLOGIA MINISTERIAL 
 
 Esquadrinhar uma teologia ministerial não deixa de ser uma tentativa de se 
tentar falar ou referir-se num mundo de percepções que se dão com muita 
sensibilidade espiritual. Sendo então que, nós nos atamos em poucas partes deste 
todo, mas que demonstram um esboço da teologia pastoral. Teologia Ministerial 
implica também os vários ministérios manifestados, como numa engrenagem, a 
engrenagem do Reino, onde junta as peças, todas são de importância relevante para 
o bom desenvolvimento da missão da igreja (missio eklesia), seja liderança, louvor, 
evangelismo, educação, pastoreamento, misericórdia, intercessão etc. 
 
UMA BASE BIBLICA PARA O MINISTERIO 
 
 O homem não pode criar um relacionamento com Deus no sentido de 
conhecimento, pois isto seria contraditório sendo o homem criatura limitada. O 
conhecimento de Deus pelo o homem somente se manifesta se o próprio Deus se der 
a conhecer. 
 
2 IAMCC- Apostila de Teologia Pastoral- Seminario Maior de Formacao Teologica. 
5 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 5 
 
 Mas este princípio, de aventurarmos a fazer teologia, se dá mediante a 
revelação de Deus; revelação esta que o homem procura sempre acrescentar ou 
desvirtuar. O que é axiomático é a realidade de que Deus se revelou ao homem 
dando demonstração de amor e desejo profundo de relação. “O homem traz em si 
mesmo o sentimento ao intranscedente, absoluto e como diria Barth em sua teologia, ao Deus 
totalmente outro12”. Ao que afirmamos que o homem tem em si mesmo a prova desta 
revelação que é este desejo a Deus e este sentir de buscá-lo, Santo Agostinho chama 
de “semem religionis13”. O homem tem em si isto, uma prova de sua revelação no 
homem e ao homem, além de muitas outras já conhecidas como a revelação natural, 
moral, escrita, encarnada e cultural, como dogmatismo já definido na teologia 
sistemática. Mas o que é importante ressaltar, e nem mesmo temos o que mais 
comentar, é que tudo que somos ou temos vem dEle. 
 
 Jesus Cristo é a máxima revelação de Deus, expressão plena de seu amor 
para com o homem 
 
Nesta conclusão, observamos que Deus tem o homem como o mais importante 
seja ele quem seja ou como esteja. Assim a Bíblia trás referencias do seu IDE, visando 
o homem, objeto de seu amor. 
 
 Neste contexto, de que Deus deseja este relacionamento podemos rever dados 
bíblicos para formação de uma teologia pastoral. Pôr exemplo: Quando a Bíblia trás 
palavras do próprio Jesus “ Eu vim para ...”, Meu Pai me enviou para ...”, Eu fui 
enviado para ...”. Toda teologia que nós aventuramos formalizar seria dentro de 
uma focalização cristocêntrica na missão e construção de uma teologia pastoral, esta 
frase “fui enviado ...”, não tem menos que 40 vezes14” 
 
Não venho de min mesmo, mas sim que fui enviado pôr Aquele que é 
verdadeiro, o qual vocês não o conhecem, Eu o conheço pôr que procedo 
dEle e foi Ele que me enviou- Jo 7:28 
 
12 - PEREIRA, Natan. “Descobrindo Revelação de Deus na Formas Culturais. (Tese de Grau)” 
 SEMISUD, Quito - Equador 
13 - Idem. 
14 - COMBLIN, José. “Teologia de la Misión” Ed. Latinoamerica, Livros SRL Buenos Aires 1974. 
6 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 6 
 
Assim que, como Tu me enviaste ao mundo, Eu também vos envio Jo 
17:18 
 
 “Os termos mais importantes ou destacados são enviar ou vir, e são termos 
usados constantemente. Os apóstolos estão sempre envolvidos a estes termos que 
sempre, também, os estão usando, como é o caso de Galatas 4:4 Quando chegou a 
plenitude dos tempos, Deus enviou a seu Filho...; e o caso de I Jo 4:9 NEle se 
manifestou o amor de Deus pôr nós, que enviou seu Filho único ao mundo para que 
vivêssemos pôr Ele15 ” 
 
 A questão teológica está aplicada num contexto; vir revelação e vir 
escatológico. Referindo-se também a um constante vir no sentido de sempre estar se 
adorando e servindo, pois a Divindade está sempre neste relacionamento do céu 
para com a terra; e neste vir, de revelar-se e de se manifestar escatológico (Ap 1:7; 
22:7;22:17,20; 1:4-8; 4:8). Além destes versos outros permeiam a idéia de vir, ir, sair, e 
o ofício sacerdotal, (Jo 7:16; 5:36; Mt 9:13; Jo 10:10; 12:46). Assim descreve o 
comentarista e escritor: “Como o ser envolve a totalidade do universo assim também o vir 
envolve a totalidade do ministério cristão16 
. 
 No decorrer de sua mensagem ou do desenvolvimento de sua reflexão vemos 
um tempo onde a igreja se torna instrumento desta missão, sendo ela capacitada, 
comissionada e enviada pôr Jesus Cristo. Estes textos acima fazem uma referência 
específica a Jesus e a Missio Dei, mas a igreja passa a receber referência que agora a 
responsabilidade lhe pertence, e as citações bíblicas são a ela direcionadas. Jesus os 
deu o nome de enviados, Apóstolos (Mt10:2, 5, 6 ...; Mt 28:19; Jo 20:21 
 
 Pôr outro lado é muito bom, e necessário, ressaltar a teologia pastoral 
que além de bíblica e cristocêntrica, que logicamente não poderia de deixar de ser, 
tem sua ênfase caracterizada, esta pôr alguns pontos, que são eles: “Proclamação, 
Ensino, Serviço, Comunhão, Profecia e Adoração17 ”. 
 
 
15 - Idem 
16 - Idem 
17 - GIRON, Rudy. “Reflexões Bíblicas do Evangelismo e a Missão da Igreja”. Rudy Giron é da 
 Igreja de Deus na Guatemala, Presidente de COMIBAM Internacional. 
7 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 7 
 
 Ensino. Este é o aspecto disciplinar e formativo da igreja. Era a primazia do 
ministério de Jesus. Mt 4:23; 9:35; 7:29; Mc 1:22; 9:31; Lc 19:47; Jo 7:14; At 15:35; Col 
1:28. 
 Proclamação. Este tem haver com o aspecto “kerigmático” da igreja. Esta 
afirmação é enfática e axiomática pois nada, ninguém ou até qualquer instituição tem 
tamanho privilégio de ser proclamadora do Reino de Deus. O Dom maior, Espírito 
Santo, com suas ferramentas, são presentes para a igreja cumprir o seu ministério. 
Mt 4:23;9:35; 10:7; Mc 16:15; Lc 24:47; Jo 20:21-22; At 1:8; 10:42; Rom 10:8-17. 
 Serviço. Ressaltamos aqui o aspecto diaconal (Diaconia e a palavra grega para 
serviço) Mt 9:36; 25:31-46; Lc 10:25:37; Jo 1:14; At 2:44-47; Gal 6:9-10. 
 Comunhão. Esta palavra deriva do grego koinonia, denota um pensamento 
homogêneo dos que se dizem cristãos e fazem parte de um mesmo corpo; é uma 
convivência e edificação. Mt 18:15-22; Rom 13: 8-10; I Cor 13:4-7; IJo 1:7-11; Jo 17; At 
2:42. 
 Profecia. A igreja nunca poderá deixar este aspecto, pois faz parte de sua 
natureza mesma, ser profética. Aqui se mostra ou se ressalta a igreja como a boca de 
Deus no sentido a denunciar o pecado e suas formas ou estruturas de pecado, tanto 
individual como organizado. Mt 3:7-10; 14:1-12; 23:13-36; At 4:18-20; 5:27-32; 22:26. 
 Adoração. Como um dos principais privilégios da igreja, e função, é ser 
adoradora. A igreja é uma comunidade de louvor, exaltação e adoração. Mt 28:17; Lc 
22:31-32; Jo 4:20-23; Jo 17; ICor 14:23-25; I Tim 1:1-4; Ez 22:30; Ap 7:9-12; 22:9. 
 Aqui desenvolvemos uma teologia que não se aplica sem a atividade da igreja. 
Cabe a igreja entende-los e realiza-los, jamais negligencia-los. A primazia deste 
ensino e teologia logicamente vem da Teologia Pastoral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 8 
 
 
 
 
 
 
VOCAÇÃO 
 
 
“Sacro santa é a vocação”3, Depois de um esboço sobre uma base bíblico 
teológica sobre o ministério pastoral devemos nos deter um pouco sobre esse 
específico chamado, onde generalizando, devemos nomear como o “sacerdócio de 
cada cristão” onde nenhum é isento, pois todos devemos ser testemunhas. Mas 
vocação específica para o desenvolvimento da missão é delimitarmos a discussão no 
aspecto da verdade existente e convicção latente de determinado serviço dentro da 
engrenagem do Reino. 
 
I Tim 3:1 (Excelente obra) 
Rom 11:29 (Vocação é irrevogável) 
I Cor 1:26-30 (Vocação não é obra carnal e ou material) 
Ef 4:1-6 (Características do vocacionado) 
II Tim 1:8-10 (Santa vocação segundo propósito de Deus). 
 
Ser vocacionado expressa muitos aspectos bem individuais e específicos para 
cada um, porém permita-me citar alguns para uma reflexão sobre o que é ser e como 
entender ser um vocacionado: 
1- Ter convicção particular e íntima, mesmo que lhe seja notório que isto se 
requer como sendo o ‘Sacrifício do altar”. 
2- Entender que a seu devido tempo (Kairós), e não ao nosso (Cronos), a 
capacitação, bem como o preparo e unção vem; o que traduz numa 
submissão constante à Deus em tudo que realizamos. Seja este através do 
Dom em si e dos talentos. 
3- A igreja, como corpo de Cristo, reconhecerá ministério e vocação. Ela será 
como o instrumento de confirmação e aceitação. Cabendo aqui um adendo 
de que não existe definição de ministério se o mesmo não for manifesto 
pela própria igreja. 
4- Vocação não se pode confundir com função. A função se extingue a 
vocação não. 
5- Que há benção em tudo que se faz na obra de Deus, mas o importante não 
é fazer algo para Deus e sim o que Ele realmente requer. Mesmo no 
 
3 CAVALCANTE, Robison. Matéria à Revista Signos da Vida de CLAI, Equador 
9 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 9 
 
ministério somos ativistas, “tapa buracos”, mas temos que buscar conhecer 
o que Ele tem preparado especificamente. 
 
 
Assim que, vocação pode ser compreendida de dois modos4: geral (Jo 3:16 
Mat 28:18-19; o sacerdócio de cada crente nos méritos da morte de Cristo) e 
específica (Ef 4:8-12.Onde se manifesta a soberania de Deus nestes desígnios 
estritamente pessoal e individual) 
 
 
QUALIFICAÇÃO 
 
1- Biblíco Neo-Testamentário 
No N.T. vemos a eficácia do trabalho de estabelecimento da igreja, primeiramente 
por ocasião do mover do Espírito Santo em Pentecoste, na tarefa delegada a igreja 
da misio eklesia (missão da igreja) manifestada na diversidade cultural presente 
naqueles dias. “ Então, designou doze para estarem com Ele e para os enviar a 
pregar e a exercer a autoridade de expelir demônios” Marcos 3:13-14. O termo 
“para”(= a fim de que) vem do grego “hina” e permite somente uma conclusão: o 
período que os díscipulos passaram com Jesus e Ele os “enviou” a pregar 
(grego=proclamar)5. Mas o termo no N.T. é “DISCIPULO” (literalmente é a 
pessoa que segue com a intenção de aprender) era mais que um seguidor ; o 
aluno deixava sua casa, seus pais, parentes e se dedicava a absorver no cotidiano 
do RABI, o seja do mestre. Jesus basicamente tinha o seguinte projeto, segundo a 
analise do hermeneuta6: 1º Nenhum discípulo deveria deixar e desfrutar da vida 
do Mestre; 2º Jesus dava autoridade e responsabilidades; 3º Os discípulos foram 
instruídos sobre Reino, igreja e humildade. Em resumo podemos ressaltar que os 
discípulos tivessem o caráter de Cristo. 
 A liderança foi estabelecida, de entre aqueles que aos pés do Mestre estavam; e 
posteriormente, saindo fronteiras afora dos limites judaicos, iniciando por 
Barnabé numa visão da igreja para com outros povos, posteriormente passado a 
Paulo, onde sistematiza seu trabalho, na valorização do povo gentil convertido, 
 
4 CORREA, Claudionor de A. “Dicionário Teológico” CPAD 
5 SHEDD, Russell. “Fundam. Bíblicos da Evangelização” Vida Nova 
6 O Dr. Shedd é um dos mais preeminentes e éticos exegetas atuais no Brasil, tive a oportunidade de 
ser seu aluno por pouquíssimos tempos. É mestre, PhD, professor do Sem. Batista de São Paulo e 
Curso de Liderança em Singapura 
10 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 10 
 
no levante de liderança nativa e preparada, na edificação de igrejas em cidades 
estrategicamente pré-estabelecidas, na confirmação dos pastores, no zelo da 
correção, na supervisão 
 
2- Qualificação Formal 
Ao contrário de uma secularização de nossa fé, o fator preparação é fundamental 
para o vocacionado. Hoje temos uma consciência da exigência do povo para o 
qual se prega; mas, mais do que isto é a capacidade ser melhores do que somos 
para edificação do Reino de Deus. Um inimigo cada dia latente em nosso meio da 
reflexão teológica é a secularização da preparação dos obreiros e a elitização. Mas 
se faz necessário se Ter o conhecimento. “Errais em não conhecer as Escrituras 
(doutrina) e nem o poder de Deus (unção)” . A qualificação formal equilibra e dá 
sólida consciência para as formalidades cerimoniais que o ministro deve estar à 
frente, desde uma consagração de crianças, ao batismo, sacramentos diversos, 
sermões, funerais, aconselhamentos, discursos formais religiosos, e até mesmo 
para se Tiver a adequada atitude de informalidade num culto bem “pentecostal” 
se deve buscar o entendimento e a boa atitude. Muitos acreditam ser 
desnecessário o estudo, pois Deus encherá a boca de palavras no momento da 
pregação. De certa forma sim, mas se somos tão incapazes de buscar saber bem o 
que falaremos não somos exemplo de dedicação e empenho. Um bom ministro 
deve saber manusear bem a Palavra da verdade, não numa ótica ou cosmovisão 
simplista superficial, mas ética e verdadeira, mesmo quando desagradem os que 
se tem como ouvintes. O compromisso de buscar saber e estudar não é vaidade 
ou outro tipo de glória particular; é compromisso com a obra dentro de uma 
visão ministerial apurada, recheada com humildade e soberania de Deus. 
 
3- Qualificação Informal 
Não vemos tanta dificuldade em explanar sobre este tema, pois a informalidade e 
a facilidade de se quebrar uma ética espiritual institucionalizada ou 
humanamente estruturada, Deus é quem “entende” muito disto; como foi com a 
Samaritana, referindo-se contrário ao pensamento então existente (se em 
Jerusalém ou no Monte é onde se deveria adorar , pois assim se ensinava a 
tradição institucional judaica). Toda experiência com Deus é bem particular e 
pessoal, mas a dificuldade está em saber administrar o que Deus nos dá. 
11 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 11 
 
Para demonstrar esta latente incapacidade atual, há quantas ovelhas que dizem não 
necessitarem de pastor e ensino, são pastores de si mesmos; e na maioria sem 
vínculos com igreja ou ligação denominacional nenhuma. Eis o perigo: a solitária e 
particular visão de formar o seu próprio reino, de orgulho, dentre outras das vãs 
glórias humanas e medíocres. Mas uma arma imbatível é quando o relacionamento 
pessoal e particular é amparado por um sobre modo sentimento de dependência de 
Deus. Eis a chave de vitória em tudo quanto vamos realizar, seja desde uma área 
técnica às mais diversas formas ministeriais existentes. Nosso maior temor são as 
chamadas “experiências” espirituais que estão longe de uma unidade e 
conformidade com a Palavra e Deus, sobrepondo às autoridades no Senhor, ferindo a 
ética cristã e absorvendo, o que é pior, tudo em nome de uma sã religiosidade. 
 
4- Capacidade Contextual 
Essa área é a qual o ministro é capaz de se adequar ao local, povo, condições 
diversas, cultura etc; tudo após minucioso estudo, sendo um visionário, 
estrategista, visão espiritual para ver oportunidade para desenvolver seu 
ministério em muitas áreas, ver a oportunidade de crescer onde ninguém viu, 
fazendo brotar uma veia talentosa, dons naturais, espontâneo e carismático. Um 
exemplo disto é o livro O Apóstolo dos Pés Sangrentos”7 . 
 
 
O HOMEM, ESPOSO, PAI E PASTOR. 
 
A Psicologia Pastoral, área esta, como antes já referimos, é uma nova disciplina 
alinhada no contexto da Teologia Pastoral. Quando envolvemos no trabalho 
ministerial pastoral, envolvemos numa tarefa de se dar ao próximo, e as vezes numa 
intensidade maior do que podemos imaginar. Dai vem a necessidade da psicologia 
para nos ensinar a não nos envolver ao ponto de observarmos uma dependência de 
ambas as partes. A isso chamamos de transferência e contra-transferência, bem como 
nos ensina uma ótica de prioridades cristãs, num senso de valores bem definidos, 
onde o exemplo é o maior testemunho para este ponto definimos o resumo do livro 
 
7 “O Apóstolo dos Pés Sangrentos” é um livro que inspira e ensina na contextualização de um 
missionário no campo, a Índia. Recomendamos esta leitura com uma atenção apurada na disposição 
do ministro em buscar com seus dons e talentos a adequação da mensagem para bom entendimento 
de quem nos ouve. 
12 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 12 
 
“Pastores em Perigo”8 . A visão de um profissionalismo ministerial, sem exageros 
numa humana racionalização, tem crescido muito. Existem muitas lacunas no 
trabalho pastoral devido à falta de conhecimento básico em aconselhamento, em 
saber simplesmente saber ouvir, em questões éticas, com erros primários de 
imprudência. A principal falha podemos ressaltar é a errônea prioridade familiar 
de ministros, onde seus exemplos convergem a uma total alienação e desconforto. 
Muitos pastores são excelentes empregados eclesiásticos, bons pastores à frente da 
igreja, mas desqualificados; principalmentepor crerem que a igreja é a prioridade de 
sua vida e ministério. Não conseguem tirar tempo para lazer, passeio ou qualquer 
divertimento com a família por acharem ser quase um pecado e dor na consciência. 
As lacunas deixadas pela falta de visão para com nosso lado humano e familiar 
podem ser manifestas posteriormente nas muitas transferências que surgem em meio 
ao cotidiano pastoral. Pastores correm perigo. 
 
 
VIDA DEVOCIONAL: MINISTÉRIO, SOFRIMENTOS E RECOMPENSAS. 
 
Uma frase foi dita “Deus não tem compromisso de fidelidade conosco, Ele tem 
fidelidade com sua Palavra e sua Palavra é repleta de bênçãos e promessas de Deus 
para os que a cumprem; e assim sendo manifesta a sua fidelidade para conosco”. Um 
“mega-evangelista9” respondeu a uma repórter quando perguntado qual a razão que 
ele próprio atribuía a seu “deslize” moral, e assim respondeu: “Meu erro foi em 
descuidar de meu devocional diário”. Certa pessoa ao passar e ver que seu pastor 
estava trabalhando limpando seu lote e cuidando do asseio de sua casa disse: “muito 
bem meu pastor gosto de lhe ver assim trabalhando esforçado” e o pastor nada lhe 
respondeu. Ao retornar observou que seu pastor estava sentado, com roupa limpa, 
Bíblia do lado, muito quieto e pensativo. O irmão então disse: “Ei, meu pastor, em 
pleno meio-dia descansando? O pastor não se conteve e respondeu de forma natural: “A 
primeira vez que você passou eu estava me distraindo, agora eu estou trabalhando 
por você” . Um ativismo religioso atrapalha, e muito, nossa vida ministerial e 
 
8 KEMP, Jaime “Pastores em Perigo” SEPAL. Este autor tem desenvolvido seu ministério na formação 
de pastores, casais e família; seu trabalho tem tido aceitação em âmbito nacional de forma bem 
explícita. 
9 Creio não ser o primeiro a usar este termo e sim, somente, repassamos o mesmo da forma comum 
que ouvimos, e isto sem querer ser pejorativo, mas sim no seu sentido usual e comum no seu 
contexto. 
13 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 13 
 
pessoal. Gostaria de ver que irmãos investissem mais em suas famílias, pois se neste 
ponto for bem sucedido o ministério e a igreja só tem a ganhar. A oração, o sermão 
vivido e preparado, o tempo a sós com Deus, uma cumplicidade espiritual com o 
cônjuge, a ministração do esposo sobre a esposa e da esposa sobre o esposo é de 
fundamental importância para uma sólida estrutura para um pastorado de sucesso. 
A maioria dos fracassos vem de uma infeliz atitude de menosprezar nossa limitação 
humana, nossas pequenas falhas, não respondendo à tempo oportuno e deixando 
acumular, não revendo, não nos auto-avaliando, não nos auto-criticando e 
assumindo e corrigindo nossas falhas. “Se queremos Ter um ministério de êxito, 
devemos começar por entender nossas próprias limitações e não esconde-las, como se 
perfeito fossemos”. Somos sim carentes de Deus em tudo, este sim é um bom começo 
de caminhada. 
 
 
ÉTICA 
 
 É o conjunto de normas/deveres que regem o comportamento ou conduta de um 
determinado grupo. Bem, seria este um conceito bem definido e esquadrinhado dentro 
de um contexto geral, porém este tema existe suas variantes que são as mais 
diferentes, pela grande diversidade cultural dos povos, os quais regem ou elegem 
sua ética dentro de seus princípios de valores, sejam estes das mais diversas áreas: 
moral, religiosa, política, familiar, etc. Nós necessitamos de ética, mas Deus não tem 
ética, nem necessita de uma, Ele é soberano, Ele é seu próprio realizar, da forma que 
o apraz. 
 
Nossa visão ética evangélica deve ser baseada primordialmente no ser para 
depois se referir ao Ter. Assim visualizamos um contexto de ética protestante com 
ética evangélica. A ética protestante se faz com referência a uma constante pregação 
de oposição baseada num contexto fundamentalista de distanciamento do social e 
secular e apego as beneficias oportunistas e convenientes dos institucionalizados 
(religião, progresso e liberdade; discurso fundam. Americano na época do início da atuação 
missionária nos países latinos)10 onde o céu é o fim da igreja, mesmo estando na terra . 
Por outro lado a ética evangélica que deve ser focada no compromisso da missão do 
 
10 VICNTE, Pr. Gerson. I Sem. Reflexão Teológica em Goiânia. É Pastor da Igreja de Cristo e Prof. 
UFG 
14 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 14 
 
Reino, com sacrifício, labor, renúncias, às vezes, envolvimento com o ser integral, o 
homem, e todo o seu contexto espiritual e social. Oposição ao pecado e suas 
estruturas de pecado, como ecologia, relacionamentos interpessoais, prostituição, 
saúde, injustiças, entre outras. “Ética evangélica não pode ser desvirtuada da ação cristã 
verdadeira, mas estamos em falha com isto” 11. 
 
Ética, verdadeiramente parte do pressuposto bíblico cristão e de consciente 
convicção da vontade de Deus e de uma harmonia que rege a satisfação pessoal, 
espiritual, familiar, social religiosa, denominacional etc. O que para finalizar lembrei-
me de uma frase: “Somos verdadeiramente livres quando formos livres do olhar do 
outro”12. Nada mais ético do que um bom relacionamento com Deus, conosco 
mesmo e com os demais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 Idem 
12 JACINTHO, Dr. Edimar. Curso de Psicanálise Clínica - CORPO 
15 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 15 
 
 
 
 
 
A ÉTICA E DEUS13 
 
Estive pensando nestes dias sobre valores. Estive analisando sobre a moral do homem, 
sua cultura e seu senso de valor decorrente a seu habitat cultural, sobre as posições e 
imposições da sociedade. 
A gama de boas maneiras e o manual de condutas equilibradas e saudáveis, para que o 
homem viva bem, se dá o nome de ética. Ética não é um sentimento, tão pouco é uma ação 
isolada, mas é motivação que acompanha a ação ou que gera atitudes corretas ou recheadas de 
um querer, de uma vontade de acertar. 
Assim é o homem, incapaz de se conduzir a si mesmo, movido e removido pelas 
normas e padrões da estabelecida e necessária ética. 
 
Mas Deus não tem ética. Porque ética para o Ser que em si mesmo reside valores 
incontestáveis? Não se pode questionar os valores e as atitudes de Deus, pois elas apesar de 
diferentes e indiferentes aos olhos e a ética humana, são os melhores para nós. 
Para quem lê o livro de Jó, observa que Deus permitiu o diabo tocar em seus bens, que 
não eram poucos, e Ele mesmo toca na vida de Jó, este, íntegro e reto. Pôr que? Deus tem 
ética? Na realidade Deus não tem ética, se Deus é mau ou sanguinário, o digo desde a minha 
ótica humana assumida e recebida via veias da sociedade, assim Ele continua sendo 
incontestável. Pois o mau de Deus é o melhor prá nós, Isaias 54 v.16; 45 v 7. 
 
Tudo é dEle, bem e mal, tudo está sujeito a Ele, até os demônios. Para que ética para 
Deus?; pôr acaso Ele é homem, sujeito as formalidades da sociedade que dita a cultura, os 
moldes, e a ética humana? Não, Deus não tem Ética, Ele tem a ética, a Ética é Ele. 
Me faz lembrar o texto de Jó 42 onde ele diz 
" Bem sei que tudo podes e nenhum dos teus planos podem ser frustrados, ... eu te 
conhecia só de ouvir mas agora de vêem os meus olhos" . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 PEREIRA, Natan – Prof. Teologia Pastoral 
16 
 
UBERABA – MG – Filemom EscolaSuperior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ÉTICA NO MINISTÉRIO 
 
 No ministério, também como nas sociedades organizadas, existem seus 
valores acompanhados de ações de bom senso nas atividades ministeriais. A ética no 
ministério é preponderante, frente as demais classes profissionais existentes, pois 
tratamos com veemência, e assim o somos, representantes do que se chama ser 
correto e íntegro. Assim que nomeamos alguns passos dos vocacionados ao 
ministério: 
 Elevado senso de responsabilidade 
 Vivenciar o ministério da confidência 
 Buscar sempre o discernimento, sem ser inconseqüente e precipitado ao emitir 
opiniões. 
 Ser amoroso, humilde e discreto nas situações diversas. 
 Saber claramente, o buscar saber, o que é ético no grupo ou instituição a que 
pertence. 
 Profunda visão ministerial (profissional) do trabalho. 
 Responsabilidade de representante religioso/espiritual; com respeito devido às 
demais competências profissionais, como médicos, psicólogos etc. Tendo sempre 
presente nossa autocrítica com relação às nossas limitações. 
 Respeito, naturalidade e atenção às pessoas com distintas diferenças doutrinárias. 
 Evitar sugestionalismo; sem também deixar de si posicionar nas ocasiões 
necessárias colocando a necessidade das mudanças devidas. 
 
 
ÉTICA NA FUNÇÃO PASTORAL 
 
 Com relação ao pastor e sua função, em especial no contato e relação com os 
membros, se faz necessário também sugerir devidas atitudes, para que, mediante ao 
cotidiano do trabalho e experiências vividas, se formule alguns princípios práticos 
que só vêm para edificar. 
17 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 17 
 
 Evitar estado de conformação do aconselhado, ou até minimização dos problemas 
por parte do fiel ou do pastor14. (Confronto x conforto, Col. 3:16; Rom. 15:14; Col 
1:28; At 20:31) 
 Evitar falsas posturas e hipocrisia para com os outros. 
 Mesmo enfrentando pressões, demonstrar ser totalmente cristocêntrico. 
 As reações devem ser menores que os problemas. 
 Deve se Ter uma flexibilidade, mais que uma linha sistematicamente traçada. 
 Que o “Salvador da pátria” é Deus; há momentos que devemos respeitar posições 
contraditórias ou contrárias às corretas. 
 Deve se evitar exagerado envolvimento emocional. 
 Prepotência e autoritarismo. 
 Crítico cínico x submissão e humildade. 
 
 
PASTOR: LÍDER NA SOCIEDADE ORGANIZADA 
 
 Este tema, envolvendo ainda o campo da ética ministerial, mostra o pastor na 
sua função de líder comunitário; tendo em vista hoje o papel não pouco expressivo 
da comunidade cristã evangélica brasileira. Onde o pastor exerce um papel de 
importância na sociedade; mas bem que o mesmo poderia ser de relevância maior se 
todos deixassem de lado a herança negativa de uma hermenêutica errônea de que “do 
mundo não somos” , o que de certa forma é claro, mas de uma outra ótica deveríamos 
Ter maior evidência como lideres do povo e não somente de nossa congregação. No 
livro “Bioética15” nos mostra com maior amplitude as expectativas da sociedade 
concernente nossa posição cristã evangélica sobre temas profundos como: 
reprodução, aborto, suicídio, eutanásia, desenvolvimento genético, depressões e 
outros temas atuais. Para de forma simplificada e generalizada pautamos alguns 
pontos: 
 
 Liderança madura em fé; representante eficaz na área religiosa. 
 Posição firme e integral de cidadania e política sem comprometimento da fé e da 
doutrina. A convicção de fé cristã não deixa de trazer consigo uma aprovação 
pública, um senso de responsabilidade e uma visível maturidade na visão do 
povo para com o pastor. 
 Boas relações políticas com autoridades governamentais estabelecidas; mesmo se 
as posições sejam de concordância ou de posições contrárias em pontos 
específicos na visão edificadora do Reino. 
 
14 ADAMS, Jay. “Conselheiro Capaz” Ed. Vida. Com relação a tipos de aconselhamento, em específico 
o noutético 
15 MEILAENDER, Gilbert. “Bioética, um guia para os cristãos” Ed. Vida Nova 
18 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 18 
 
 Admitir e buscar ser um dos primeiros a alavancar nas responsabilidades sociais 
e filantrópicas. 
 
 
 
 
 
A COMUNIDADE DE FÉ E SEU LÍDER 
 
 Dentro de uma teologia pentecostal16, onde o normal é vivenciar a fé em Cristo 
Jesus, na ação atual do Espírito Santo, bem como dotado da mesma fé responsável e 
madura, sem extremos, focalizamos o aspecto espiritual da função e da pessoa do 
líder nos seguintes pontos em resumo: 
 Conduzir 
 Vivenciar a fé 
 Esperança e convicção 
 Conforto e amparo 
 Confronto e guerra 
 Koinonia: união do Corpo de Cristo 
 Santidade: modelo de vida do cristão. 
 
 
UM HOMEM, LÍDER RELIGIOSO. 
 
 Admitir nossa função e posição teológica religiosa não significa uma postura 
alienada da nossa própria estrutura humana, carnal e limitada, mas sim uma 
dependência incondicional de Deus em graça e misericórdia. Assim que, entendendo 
que nós, humanamente somos desprovidos de qualquer poder e condição extra-
humana, somos limitados, mas apesar de nós mesmos Deus tem nos fortalecido. 
Alguns cuidados devemos Ter: 
 Não transmitir uma imagem de onipotência ministerial 
 Aceitar e dar ajuda; saber que necessita ser pastoreado 
 Boa motivação para com os demais irmãos, igreja e ministérios sem sobrepor 
ou sacrificar à família. 
 Como harmonizar o conceito de Instituição religiosa e Corpo de Cristo 
 
16 Não impondo que a ação do Espírito Santo se restringe neste ou naquele seguimento religioso, se 
histórico ortodoxo, arminiano ou calvinista, reformado ou renovado, neo ou tradicional pentecostal. 
Mas sim uma posição específica de nossa teologia com seus distintivos: as manifestações espirituais 
hoje, ou seja a atuação dos dons do Espírito Santo hoje na igreja como discernimento espiritual, 
visões, guerra espiritual, línguas, profecias, curas entre outras diversas. Nossa posição teológica deve 
ser clara e honesta, em nosso próprio meio bem como para os demais. 
19 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 19 
 
 Respeitar nossa própria limitação humana. 
 Entender que o melhor conselho é o exemplo 
 Dentro da consciência cristã “ser livre do olhar do outro17” 
 
 
 
CORAÇÃO DE PASTOR, ESPÍRITO DE PASTOR18 
João 21:7-17 
 
Quando uma pessoa se abre e se mostra vulnerável e sua humanidade aparece, os seus 
valores ressaltam como virtudes. Sendo todos nós homens podemos afirmar que se têm 
imperfeições e ao contrário dos que pensam que estas imperfeições pastor não às tem, são as 
mesmas que ao invés de nos tornar vulneráveis servirão de exemplo e cura para nosso 
ministério. 
 
Primeiro: Evidência da Derrota da Auto Suficiência: Como o caso de Pedro andar pôr 
sobre as águas, mas começa afundar. Em outra ocasião, é repreendido pôr pensar que sabia 
todas as coisas “não me lavareis os pés”. 
 
Segunda, a Consciência da Total Dependência. A fragilidade e limitação humana se 
manifesta, fazendo do coração amargurado um campo a ser plantado, o peso de derrotas 
particulares e de frustrações pessoais podem humanizar, e a humanidade, antes infalível, trás 
decepção e invade corações. Insistindo que nossa clara fragilidade deve Ter o alento da 
dependência de Deus como nosso porto seguro. 
 
Terceiro, que um Coração de Pastor e Espírito de Pastor, é aquele que quando se deixa 
tratar, se busca sempre ser vitorioso, e o que pensamos que não nos trazcrescimento é o que 
mais nos ensina; nossa vulnerabilidade, humanização, cara limpa. Pastorear é Ter coração de 
pastor e espírito de pastor; É saber que os valores eternos de Cristo são primeiros para nós 
depois para os outros, “...pelo que eu recebi do Senhor, o que também vos ensinei” a começar 
pelo perdão, pela auto avaliação e correção. 
 
Ser pastor e ministro é ser tratável, vulnerável, humano, propício a erros; mas no 
caminho vêm às vitórias, o gozo de se estar no centro da vontade de Deus. Nosso maior 
conselho é o exemplo. 
“pôr que eu recebi do Senhor, o que também vos ensinei...” 
 Ap. Paulo 
 
 
17 Termo usado no curso de Psicanálise Clínica, onde se dizia da importância do ser enquanto homem 
como qualquer outro, feitura de Deus com sentimentos, emoções, vibrações, numa liberdade de 
compromisso com Deus e conosco mesmo. 
18 PEREIRA, Natan – Professor Teologia Pastoral 
20 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 20 
 
 
 
 
 
 MISSÃO INTEGRAL 
 
 A reorganização de toda a estrutura eclesiástica se faz necessária, com especial 
visão voltada para homem integral, o que sempre foi uma carência ou um vazio 
deixado como herança pela igreja evangélica; esta sempre voltada para o espiritual, 
ou com toques espiritualizados. Com certeza a sociedade também exerce sua pressão 
para com esta lacuna, criticando a falta de mobilização dos evangélicos para uma 
teologia um pouco mais antropocêntrica e menos intranscedente espiritualista. 
Para uma comunidade cristã, que prega paz e justiça, não poderia se esperar 
que ela viesse a ser complacente com a desigualdade e a injustiça dos dias de hoje. 
Ou pelo menos realizaria sua tarefa particular de cumprir com sua parte realizando 
trabalhos sociais, filantrópicos, assistência, e claro espiritual. 
 Registrada no Pacto de Lausane, uma declaração vem demonstrar grande 
preocupação sobre este “dever cristão” de uma teologia integral. Assim relata esta 
mensagem: 
 
“A mensagem de salvação implica também uma mensagem de juízo para 
toda a forma de alienação, opressão e discriminação; logo, não devemos 
ter medo de denunciar o pernicioso e injusto, onde quer que ele exista. 
Quando as pessoas recebem a Cristo e a seu Reino, são nascidas de novo 
devendo não somente proclamar sua fé, mas também a justiça de Deus no 
meio de um mundo que não tem justiça24 ” 
 
 A igreja não é uma adepta do plano de terceirização aplicada pela estratégia 
empresarial atual no que diz respeito de deixarem outros fazerem o que compete a 
ela. A globalização desta missão ou do que chamamos engrenagem do Reino, 
usamos o nome de “Missão Integral”25, onde também outros podem chamar de 
realização de um “Mandato Cultural26 . Vejamos o parecer de Peter Wagner sobre 
 
24 - MIRANDA, Juan Carlos Dr. “Manual de Crescimento da Igreja” Ed. Soc. Religiosa Ed. Vida Nova. São 
Paulo - SP 1991. 
25 –Termo usado por René Padilla, Timóteo Carriker e outros; não temos a origem deste termo em torno de 
quem o poderia ter criado, mas é freqüentemente usado. 
26 - Termo usado por Larry Pate em seu livro “Missiologia” e pelo Dr. Peter Wagner, citado por 
 Juan Carlos Miranda em seu livro “Manual de Crescimento da Igreja” 
21 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 21 
 
“mandato cultural” em três aspectos, os quais são :Origem, Necessidades e 
Alcance27 . 
 
 Origem: O mandato cultural está em Deus, que delegou a Adão e a Eva o 
privilégio de cumprir com este mandato. “Sede fecundos multiplicai-vos e enchei a 
terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar sobre as aves dos céus e sobre todo 
animal que rasteja sobre a terra Gn 1:28). Esse mandato poderia ser denominado 
como a versão do Antigo Testamento. Sendo que a que chamaríamos de versão do 
Novo Testamento é o texto de Mt 22:37-39, onde Jesus diz em forma de mandamento 
expressões que se podem entender ainda melhor: “Amarás o Senhor teu Deus de 
todo vosso coração, alma e entendimento” e o outro continua dizendo: “Amarás o 
teu próximo como a ti mesmo”. Jesus então resume que estes dois estão na lei e nos 
ensinos dos profetas e que, como cristãs temos a responsabilidade (e não é opção) de 
amar o próximo e como amaremos a Deus se não amamos ao próximo? 
 Necessidade: E as necessidades são as prioridade e as emergências. Seria tudo 
que envolvesse a integridade, família, integridade cultural, libertação do oprimido, 
manutenção da paz (se é da vontade de Deus que vivamos em paz). Deus conhece o 
nosso potencial e nos mostra que estas são características das necessidades descritas 
também no sermão do monte. 
 Alcance: “O mandato cultural nunca foi anulado: da criação até a conclusão 
da história escatológica. Os agentes de Deus são os que realizam sua obra. Todos 
tem uma parte a cumprir os crentes são os agentes escolhidos pôr Deus para 
fazerem coisas acontecerem.. Contudo, grandes estudiosos, como é o caso de um dos 
ex-diretores do Seminário Fuller, insistem em afirmar que mandato cultural como 
também de “DEVER CRISTÃO”. 
 
 Essa visão é integral ao homem, “feitura especial de Deus” (Hebraico 
Yatsar)19 de uma forma generalizada, ao ser emocional, espiritual, físico, 
sentimental. Somos muito bons em espiritualizar situações, mas pobres de uma visão 
antropocêntrica20 (onde é uma visão de amor de Deus ao homem). 
 
27 - MIRANDA, Juan Carlos Dr. “Manual de Crescimento da Igreja” Ed. Soc. Religiosa Ed. Vida Nova. São 
Paulo - SP 1991 
19 Este termo hebraico é aplicado à criação do homem, porém como feitura de Deus, mas em 
específico, como feitura especial de Deus, este termo se aplica à formação da mulher. 
20 Termo que se refere ao homem como objeto do amor de Deus, onde o centro desta visão de amor 
é o homem. 
22 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 22 
 
 
 
 AÇÃO SOCIAL, MINISTÉRIO PASTORAL 
 
 Deve-se ver de forma reservada a ação social feita com o título de divulgação 
denominacional ou até mesmo com o título de “ganhar” almas. Na verdade, na 
maioria das vezes isto se dá não visando o ser humano mas o institucionalismo. 
Não passa de mero apego sentimental e de uma auto justificação, sem falar no que 
se diz respeito a sua denominação ou instituição da qual é membro. A acão social é, 
e deve ser uma ação no tocante a se viver o mandato cultural, a missão integral, 
visando o homem em si, total e completo, e não uma salvação da alma somente mas 
vocaliza-lo como criatura de Deus, independente de sua posição religiosa, um ser 
que chamamos nosso próximo. As facções estão vivas dentro do meio evangélico 
não se fala de missões relacionadas com ação social, existem as facções baseadas 
numa visão puramente pessoal e egoísta. 
 
 Este pensamento, de que há dificuldades para se entender esta visão dentro de 
um contexto socio-evangélico, se choca com uma missão de progressiva marcha e de 
futuro promissor, na tarefa da igreja em cumprir a missão de Deus. Peter Wagner 
diz: 
 
“Cada nova estruturação social (evangélica) que surge em nossos países, 
em transformação, se necessita novas unções do Espírito para cumprir 
novas tarefas29” 
 
 Peter Wagner relata que é sem dúvidas difícil implantar uma visão 
missionária com esta estrutura social devido ao sistema já estabilizado existente, 
principalmente sul-américa, um sistema recheado de autoritarismo e com forma 
ditatorial eclesiástica. Ele relata seis cuidados e perigos para a igreja compreender 
esta visão social30: 
1- Perigo das Seleções: Os lideres perdem contato com o básico, com os que querem 
servir mas não alcançam ter esta visão, e este grupo é maioria, humildes e legítimos 
 
29 - MIRANDA, Juan Carlos Dr. “Manual de Crescimento da Igreja” Ed. Soc. Religiosa Ed. Vida Nova. São 
Paulo - SP 1991. (citando Peter Wagner) 
30 - Idem 
23 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 23 
 
cristãos, mas que são descrentes nos termos de ação social, quando tiveram num 
passado exemplos ruins de seus lideres. 
2- Perigo das Divisões: A ação social é controvertida, causará divisões ao menos que 
a igreja entenda a missão. 
3- Perigo da Impotência Social: Os pregadores da ação social, não concordando com 
a passividade da igreja e da sociedade, as vezes se enredam por caminhos da crítica 
e esquecem da tarefa prioritária. “O próprio Papa disse aos pregadores da Teologia 
da Libertação: Preguem o evangélico e não se envolvam com política31” 
4- Perigo da Desumanização: É quando o social se transforma em plataforma 
política, e isto se dá manifestando a Desumanização negando uma teologia do corpo 
e uma antropologia cristã. 
5- Perigo da Imperfeição: É não conseguirem fazer bem uma coisa e outra, não se 
leva a pastoral de forma eficaz, e nem mesmo o pastor é esperto em ação social 
deixando a desejar em algumas áreas. A imperfeição se manifesta forma 
generalizada. 
6- Perigo de “Constantilismo”: (Este termo vem do Imperador Constantino). Qual a 
meta da igreja controlar a sociedade ou a política? Este é o perigo de se querer 
somente mudar as estruturas sociais e não fazer ação social. Queremos somente 
revolucionários sociais ou queremos evangelistas que desenvolvem ação social? 
 
 Para refletirmos um pouco mais sobre a missão com uma perspectiva de 
missão integral observemos o relato resumido do comitê de Lausana com respeito ao 
tema de urgência da obra missionária. 
 
“Todos nós sentimos repugnância ante a pobreza de milhões de seres 
humanos e ficamos perturbados ao saber das injustiças que a provocam. 
Nós que vivemos em situação de abastança, aceitamos como obrigação a 
observância de um viver simples, a fim de contribuirmos mais 
generosamente tanto para a assistência social como para a 
evangelização32” 
 
 
 
31 - Idem (Citando o Papa João Paulo II) 
32 - VISÃO MUNDIAL/ABU. (Vários Autores) “A Missão da Igreja no Mundo de Hoje”. 
 EUA 1975 
24 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 24 
 
 
 
“ A RELIGIÃO QUE PREGA A ACEITAÇÃO PASSIVA 
DA MISÉRIA PRESENTE 
EM VISTA DE UMA COMPENSAÇÃO FUTURA 
PASSOU A SER CONSIDERADA UMA 
DEFORMAÇÃO DO CRISTIANISMO, 
UMA CARICATURA DE MAU GOSTO” 
 
 Dr. Francisco Catão 
 
 
 
“A MENOS QUE VOCE AME 
 
MUITO O POBRE, 
 
ELE VAI TE ODIAR 
 
QUANDO VOCÊ DER 
 
PÃO PRA ELE” 
 
Dom Elder Câmara 
 
 
 
 
 
 
 
TEOLOGIA SOCIAL : UMA NOVA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA? 
 
 
As muitas barreiras existentes para uma sadia interpretação bíblica são, sem 
dúvida nenhuma, o maior obstáculo que pode existir. Não obstante as escapadas dos 
fatores externos à Comunidade Evangélica, temos que conviver com nossos próprios 
ardores na busca de uma consciência missionária integral onde o ato social, ou a ação 
social, não tem desvinculação. Ação pastoral sem ação social deixa de ser missão 
integral, e sendo assim, fora da Missio Dei. Deus não compactua com uma atitude de 
desapego à dor do outro, mas sim, independentemente e de forma incondicional, 
Deus ama e atua em favor do homem. 
25 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 25 
 
Essas barreiras, por existirem, não nos remetem a uma nova interpretação, 
mas a uma releitura, numa ótica mais humana, ou seja, teocêntrica. 
 
Teocêntrica porque é incondicional o amor de Deus ao homem; onde mostra 
que esse Amor se manifesta mais no lugar que se impera a fragilidade humana, o 
descaso, desamor, a dor. Ótica mais humana por que passamos a ver com as lentes 
de um amor doador e sacrificial. Isto é Missio Dei . 
 
Ao contrário, parece que o lado das barreiras, por que não dizer internas, 
dificulta essa nossa sadia interpretação da Missio Dei. O institucionalismo ou 
leríamos denominacionalismo, parece sufocar o humano, o tradicionalismo dos 
dogmas, talvez estes pessoais até, superam a tese da fé e da teologia pura, onde amar 
o próximo como a ti mesmo, dá lugar a busca do sucesso dos sistemas humanos, e isto 
as vezes é confundido com que chamam de levar o Evangelho. Timóteo Carriker21 
define de forma clara e simples essas principais dificuldades para uma consciência 
social evangélica. 
 
Psicológica . A primeira barreira a uma compreensão da responsabilidade 
social cristã está relacionada a atitude do leitor e do expositor. Do expositor por que 
sempre está relacionada como o dono da mensagem e seu tom exortador está repleto 
de uma aparente atitude de desamor ; e justamente isto que se passa para o leitor, 
onde com muita tendência passa a absorver que para esta situação ele é incapaz. 
“Chega de tanto discurso de coisas tão distantes para nós e que, com certeza, nada 
mais de novidade teremos, somente muitos pregadores exortadores e gritadores; é, 
estamos cansados” Este tipo de sentimento, podendo ser inconsciente, se apossa dos 
cristãos. 
 
Doutrinária. Esta tem haver com a questão das boas obras, e parecem que isto 
soa diferente quando se fala das obras. Na realidade esta atitude não é exatamente 
uma postura ou posição e sim uma contraposição aos então denominados “inimigos 
da fé”, que são os católicos e os espíritas. Na realidade esta contraposição não é 
exatamente uma barreira doutrinária, pois de doutrinária não tem nada, muito 
menos base bíblica escriturística para se opor a atitudes sociais e filantrópicas de 
outros seguimentos religiosos. Como agir frente a referências bíblicas exortativas a 
atitudes sociais como papel de um bom cristão? (Ef 2:8-10 e Tg 2:14-17). Existem 
muitos seguimentos evangélicos radicais, ou para ser mais moderado nos termos, 
zelosos que nem sabem a conotação do que é Doutrina, mas conhecem “dotrina” que 
 
21 CARRIKER, Timóteo Ph.D. Escreveu vários livros, dentre eles o “Missão Integral”. É professor e 
Diretor 
 do Centro Acadêmico do CEM, Centro Evang. De Missões, em Viçosa-MG. 
26 
 
UBERABA – MG – Filemom Escola Superior de Teologia 
Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 26 
 
são fundamentos estereotipados nos chavões de alguns pregadores de renome ou de 
nome “grandes homens de Deus”. 
 
Histórica. Segundo nosso escritor de fonte, Carriker, esta barreira vem 
definindo duas influências: uma externa e outra interna. Esta externa tem haver com 
a influência dos europeus e norte-americanos na formação da consciência cristã 
evangélica. No caso de igrejas norte-americanas vindas do contexto do 
fundamentalismo ou de uma política nacionalista cristã, nos antigos chavões 
“trouxemos fé e progresso” (haja petróleo em alguns países). A influência interna é 
justamente política de contexto nacional, que foi durante a repressão militar a 
ideologia política de 64. Nesta época estar do lado da direita (militares) era estar do 
lado de Deus, como se Deus fossefiliado a algum partido. Robison Cavalcante 
explica bem este pensamento político que pairava nas mentes da época do ensino 
duro ou ditadura. Nestas circunstâncias se aprendeu não questionar nada que 
partisse da autoridade, e esta repressão ideológica também se manifestava na 
liderança cristã evangélica, muito menos expressarem suas interpretações sociais 
cristãs de nossa responsabilidade como igreja, este discurso parece ter a ver com 
marxismo. 
 
 
 
 
 
 
O ESPIRITO SANTO NO LABOR PASTORAL 
 
 Falar do Espírito Santo é referir, com relação a Jesus, a outra pessoa, que 
tem os mesmos objetivos com funções específicas. Jesus mesmo sendo Deus tinha 
suas limitações, as quais seriam então suprimidas na pessoa do Espírito Santo. A 
obra de Cristo Jesus tem suas proporções universais e eternas e as mesmas seriam 
levadas e anunciadas pela igreja, que sem um auxílio Divino não conseguiria as 
dimensões que hoje podemos constatar. 
 
27 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 27 
 
 A missão da igreja nunca poderia seguir um caminho de vitória sem a ação 
do Espírito Santo. A missão da igreja, bem como a deste consolador, é conduzir 
uma mensagem multicultural e transformadora numa dimensão totalmente 
diferente a de Jesus concernente à proporção que o cristianismo já tinha; e não 
somente neste aspecto, mas como a palavra anunciada é de âmbito Divino deve 
ser anunciada com uma dimensão extra-humana, espiritual, ungida pôr Deus e 
com toda certeza humanamente ninguém conseguiria, e seria somente uma 
oratória cheia de eloquência e conhecimento, mas que faltaria o essencial, o fator 
Divino que produz mudança de vida e que responde as inquietudes da 
humanidade; caso contrário não poderia diferenciar das muitas outras religiões 
existentes. 
 
 A evangelização ou a encarnação do evangelho na vida da igreja, numa 
coletividade e numa individualidade de um tratamento ou relação pessoa a 
pessoa; tem haver com quem sou e como sou, e como sou no mundo, e tudo isto 
tem haver com minha relação com Deus, na pessoa do Espírito Santo. Ele é o mais 
interessado na eficácia da “Missio-eklesia”. 
 
Esta é a evidência da necessidade de comunhão na tarefa da proclamação. 
A tarefa requer unção e dedicação em dependência para que, mais do que 
aparentes “donos” de uma mensagem sejam honrosos pelo privilégio de termos a 
direção do Espírito Santo, pois se Ele não falar pôr nós (e em nós) nada podemos 
relatar. 
 
 Poderia relatar com amplitude muitas das outras ações, mas além de seu 
trabalho no convencimento da situação pecaminosa do homem e sua necessidade 
28 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 28 
 
de Deus, que é algo impossível ao homem, as ações que são as de capacitar, 
confirmar, animar a igreja, fazer a pessoa de Cristo viva e seu sacrifício, bem como 
seu retorno, são realidades na vida dos homens e da igreja. 
 
 
REVELAÇÃO SALVÍFICA: SENSIBILIDADE MISSIONARIA 
NUMA CONCLUSÃO OBJETIVA 
 
“Em perspectiva teocêntrica diremos que a revelação está ordenada 
para a glória de Deus; em perspectiva antropocêntrica afirmamos que 
a revelação está ordenada para salvação do homem 22” 
 
 Se entende que um conceito de revelação de Deus tem conotação salvífica; 
então concluímos que revelação e salvação vem do próprio Deus. A fé tem seu 
papel importante nesta tarefa de aceitar e reconhecer esta situação de revelação e 
salvação como uma só. Definir revelação sem referência a salvação seria definir 
em pleno erro; salvação de Deus, em Cristo Jesus, é “essencialmente 
revelação23”. E esta revelação dada pôr Deus não pode ser restringida a 
nenhuma forma ou conceito humano, a nenhum parâmetro institucional, ou 
encaixada e sistematizada num circulo de particular interesses e pensamentos; 
mas deve-se ressaltar e fazer sobressair que a revelação é. O desejo de Deus é que 
todos se salvem e tenham um relacionamento com Ele, pôr isso Deus se revela e se 
faz conhecido tanto como criador como salvador do homem, em graça e amor em 
Jesus Cristo. 
 
 
22 LATOURELLE, Rene “Teologia de la Revelación” Verdad y Imagen 49. Ed. Sigueme 7ª Edición 1989 Salamanca 
España. Pg. 535 
23 Idem 
29 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 29 
 
 Num comentário sobre a revelação Rene Latourelle assim refere-se: “ O 
Cristianismo não é uma metafísica abstrata, mas sim uma história de salvação, 
ordenada segundo um plano Divino24” . Assim é também o enfoque joanino 
concernente a apresentação de Jesus como o Cristo de Deus. O Concílio Vaticano 
II, citado pôr Lautorelle diz: 
 
“A revelação é absolutamente necessária, pôr que Deus em sua infinita bondade, 
estabeleceu o homem a um fim sobrenatural, é dizer a participar dos bens Divinos 
que sobressaem totalmente a inteligência da mente humana25” . 
 
 Deus se envolve com o homem e se dá a conhecer e este mesmo homem, 
alcançado e constrangido pelo amor de Deus somos impulsionados a ter e viver a 
vida que Cristo oferece, o pastor deve desejar ter e viver o caráter de Cristo. 
Paulo refere-se a uma necessidade sua de estar em pleno envolvimento com a 
vontade de Deus, e esta necessidade é quase física, algo que é fundamental para 
aquele que toma consciência de todo ato de amor, criação e salvação de Deus, que 
vai além da realidade consciente do homem. 
 
“O Pai se revela pela ação conjugada do Verbo e do Espírito, que são 
como os braços de seu amor a humanidade, e a atrai para Cristo. O 
envolvimento de amor para aquele que o Pai se manifesta, pôr Cristo, 
aos homens, e a correspondência do amor dos homens pela fé e 
caridade, aparecem como submersos no fluxo e refluxo de amor que une 
ao Pai e ao Filho no Espírito. A revelação inicia um diálogo sem 
interrupções entre o Pai e seus filhos, adquiridos pelo sangue de Cristo. 
Tem lugar uma vez no plano dos acontecimentos históricos e no da 
 
24 Idem 
25 Idem 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 30 
 
eternidade. Se inaugura com a Palavra e se culmina na visão, no 
encontro facial26” 
 
 Tendo conhecimento e a sensibilidade espiritual o pastor deve buscar com 
esmero pontos importantes e que facilitam a prática, sem nenhum ato de 
imprudência e desrespeito para com o povo pode se obter a aprovação de Deus, 
glorificando seu nome através da igreja com a consciência de que ela é a 
responsável para realizar a “Missio-Dei”. Levar as ovelhas a esta consciência de 
reprodução espiritual e a Ter o caráter de Cristo é o dever e o privilegio dos que 
optam pelo ministério. Assim que devemos nos esmerar em tudo que Deus nos 
confia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SACRIFICADO27 
 
 
Sacrificada foi a consciência de que isto é algo irracional. 
Sacrificada foi a loucura de que isto é algo impróprio para os sábios. 
Sacrificada foi a vida pôr pensar ser ela mais importante 
entre todas as esferas da existência. 
Sacrificar é oferecer, é dedicar, é confirmar o que se tem pôr convicção. 
 
O intranscedente, espiritual ou mentalizado toma forma 
quando os valores sobrepõem as práticas, 
muitas vezes viciadas no legalismo humanizado ao extremo 
das mentes curiosas e opacas. 
 
26 Ide. “Não deixa de ser uma poesia de tom profético, real e gostosa de se ouvir e sentir; onde o 
amor de Deusse manifesta de forma diferente, mas inimaginável; Deus é tremendo. 
27 PEREIRA, Natan – Prof. Teologia Pastoral 
31 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 31 
 
O aparente inatingível traz seu valor quando o sentimento de sacrifício toma 
valor no seu lugar. 
 
Quando se diz que sacrifício tem haver com “culto racional”, 
parece que o irracional se encarna, mas o paradoxo se expõe dando lugar ao 
que é real e absoluto na existência e retirando todo tipo de lógica humana e filosofia 
materialista. 
 
O que é realmente importante? Viver ou morrer? 
Sacrificar-se ou reter o que dizem ser a vida? 
O mais certo é quando os valores se encarnam nas consciências puras dos que 
sacrifícios oferecem ou se oferecem em sacrifícios; 
não propriamente um sacrifício físico visível, 
mas sim um sacrifício real, espiritual e racional. 
 
O mais racional se torna em espiritual para aquele que 
 sente e vive Deus. 
Sacrificar simboliza dar o nosso mais precioso ungüento, 
quem sabe seja ele a nossa própria vida, 
como perfume que sobe às narinas de quem o merece. 
Isto é espiritual e não menos racional. 
 
 
 
ADENDO 
 
CERIMONIAS 
I- CEIA 
Manifesta nossa teologia, credo e consciência cristã, declarando 
publicamente que cremos no Deus encarnado, nascido entre os homens, 
morreu por nós, pecadores, nos redimindo transportando para o Reino 
Eterno de Deus. Bem como na sua vinda escatológica, esperança do homem 
salvo em Cristo. 
32 
 
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Pr. Mateus Duarte Página 32 
 
Não podemos interpretar como sendo que os elementos se tornam em 
sangue e carne literais (transubstânciação) que é a interpretação Católica 
Romana, mas sim um simbolismo. Usar textos com interpretação do 
contexto da ceia. A atitude de fé sobrepõe a que tipo de pão, se vinho ou 
suco (mas é melhor conhecer o que pensa a igreja sobre o caso de se usar 
vinho ou não, e o porque) e quantas vezes participar. 
 
II- CERIMONIAS FUNEBRES 
Usar textos específicos sobre a esperança do cristã; não negligenciar a dor, 
espiritualizando-a no momento para os que sofrem a perda; não tonar o 
momento para fazer um culto evangelístico e “ganhar almas”, por mais que 
por si só já o é, mas não podemos dar essa conotação de exortação neste 
momento, mas de descanso e consolo. Deve se conhecer quem era a pessoa, 
como foi, o que pensa a família entre todos outros pormenores do contexto 
da pessoa falecida. Sermão objetivo e direto, mas com muito carinho e 
respeito. 
 
III- CASAMENTO 
Neste ato se coloca a ética e a formalidade tendo em vista o lugar 
oficialmente reconhecido pelo estado ao ministrante. Daí a importância da 
seriedade legal, e não menos pela espiritual. De acordo com o estabelecido 
pelos noivos, com sugestão do pastor quando requerido, com sermão 
objetivo, direto e contextualizado. Pois depende do local, tempo, entre 
outros. Mas é necessário focalização e atenção aos principais da ocasião, 
em especial, como dita a primazia em nossa cultura, para a noiva. Termos 
formais e legais são necessários para o caso de ser civil/religioso, e caso 
33 
 
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seja somente as bênçãos seria mais prático e direto na ação espiritual das 
bênçãos. 
 
IV- CERIMONIAS CIVICAS E FORMATURAS 
Deve se conhecer bem o ato e para quem se ministrará, conhecer termos 
técnicos da área; conhecer a história que envolve a cerimonia; conhecer e 
saber sobre as autoridades presentes, bem como os devidos termos de 
tratamento aos mesmos, ser direto, objetivos e com conotação acadêmica, se 
for o caso a ministração seja discurso, por mais que de cunho religioso 
logicamente. Uma demonstração de conhecimento, bem como de 
dependência de Deus torna de um garbo especial uma formatura ou 
reunião cívica. 
 
 
 
 
 
 
METAMORFOSE28 
Deus é perfeito e assim criou um sistema, equilibrado tudo feito para ser acionado no 
devido tempo, nada está fora de sintonia. Existe pôr exemplo o caso da metamorfose da 
lagarta, onde a seu tempo passa para outro estágio, fica diferente bonita, colorida. O que 
passou fica no esquecimento, nem mesmo se lembra que um dia rastejava e que não podia ver 
as coisas do alto. Neste caso tudo se transforma, a lagarta recebe um título pomposo, um nome 
diferente. Como é belo esse momento da senhora lagarta, pois assim Deus faz acontecer. Todo 
animal vive esses fenômenos, mas o homem, que tem a primazia da criação (yatssar) parece 
não conviver com seu ciclo. O homem é diferente, cada um nasce com características distintas; 
negros, mulatos, brancos, inibidos, extrovertidos, seguros, inseguros, afoitos, lideres, 
liderados. Assim somos nós. Deus nos fez assim, diferentes, estabeleceu uma vida, deu-nos 
valores, mandamentos; estes, mesmo que estejam inerentes em nós, é a nossa cara, e ao 
 
 
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Teologia Pastoral 
Pr. Mateus Duarte Página 34 
 
contrário da lagarta nós não podemos mudar. Muitos, ou quase todos, tem uma capacidade 
tremenda e explícita de se transformarem e de mudarem conceitos, épocas, pensamentos e 
valores. Parece que o prioritário perde seu valor e o secundário passa a ter lugar de primazia. 
Como seria o caso de muitos que se dizem pregadores do amor ao próximo, onde com muita 
facilidade se metamorfoseiam, em uma conversão ao secundário, onde o básico e prioritário 
deixam de ser, para que as estruturas, os sistemas, o visível e técnico passam a ter mais valor 
do que o humano. O propenso alvo dos sistemas, os homens, estes vêem seu lugar ficar cada 
vez mais vago, preenchido pôr qualquer outro. Os sistemas e as suas prioridades têm 
balançado nações inteiras num ritmo frenético de dor e despreparo do espiritual. Somos todos 
muito bons em coisas teóricas da alma, mas ruins e fracos de uma antropologia de amor. 
Muitos grupos religiosos no mundo hoje tem essa mesma facilidade de serem uma 
metamorfose ambulante, onde se adaptam e refazem seus dogmas de lugar para lugar, de país 
para país, de cultura para cultura. Até parece que a verdade anda tendo caras diferentes e 
formas diferente. A verdade é imutável, axiomática, a verdade é Cristo. Ele não muda. É que 
nós somos limitados, pequenos e muitas das vezes medíocres em nosso raciocínio, ignorantes 
até. Mas Deus supera tudo e todos, épocas, pensamentos, ética humana. Ele se relaciona sem 
metamorfosear seus conceitos, Ele os vive, e eles moram nEle. Ele é. E o que é não muda, é. 
Deus não se transforma pelo passar do tempo, nem pela constante mudança de interpretação 
que se possa ter; nunca se verá Deus com diplomacia interesseira ou com imposição e pressão, 
cedendo a homens com suas vãs glorias. Deus não é homem, ele não muda, ao contrário o 
homem é vulnerável e vive trocando suas vestes; Hora é lagarta, hora libélula, devido ao 
tempo, devido aos interesses, devido aos seus conceitos puramente circunstanciais. Triste 
homem, hora libélula, hora lagarta (não é o fato de ser lagarta que é ruim, mas a metamorfose 
muda seu ser), hora Deus encarnado na beleza das teorias do amor, hora emissário do mal, 
encarnando o poder da metamorfose. Paulo disse “miserável homem que sou, quem me livrara 
do corpo desta morte, pois o quero não faço e o que não quero , isto faço, miserável homem que 
sou”. Mas se deixarmos sermos moldados e transformados pôr Deus uma metamorfose 
acontece, o barro se transforma em um rico e fino porta jóias. II Cor 4, v. 7. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
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