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25 BEL Teologia Pastoral Missiologia

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Missiologia 
- Alcançando os Distantes 
- 
TEOLOGIA 
PASTORAL 
Bacharelado em 
Missiologia - 2 
Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” 
www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br 
SUMÁRIO 
 
1 - MISSIOLOGIA...................................................................................................... 4 
1.1. ETIMOLOGIA............................................................................................................4 
1.2. QUADRO ETIMOLÓGICO.............................................................................................4 
1.3. DEFINIÇÃO..............................................................................................................4 
1.4. APLICAÇÃO DA MISSIOLOGIA ......................................................................................4 
1.5. DONALD MC GAVRAN - O PAI DA MISSIOLOGIA .............................................................5 
2 - A BÍBLIA E MISSÕES........................................................................................... 5 
2.1. A BÍBLIA NA EVANGELIZAÇÃO DO MUNDO ....................................................................5 
2.2. O MANDATO DA EVANGELIZAÇÃO MUNDIAL ..................................................................6 
2.3. A MENSAGEM DA EVANGELIZAÇÃO MUNDIAL ................................................................6 
2.4. O PODER PARA A EVANGELIZAÇÃO MUNDIAL ................................................................7 
2.5. ANÁLISE EXEGÉTICA.................................................................................................7 
2.6. DIFERENÇA ENTRE MISSÃO CENTRÍPETA E MISSÃO CENTRÍFUGA .....................................9 
2.7. PRINCÍPIOS GERAIS DE MISSÕES ..............................................................................10 
2.8. EXTENSÃO DO PLANO DE MISSÕES ...........................................................................10 
3 - HISTÓRIA DE MISSÕES..................................................................................... 11 
3.1. COMEÇA O TRABALHO MISSIONÁRIO..........................................................................11 
3.2. O PRIMEIRO DECLÍNIO MISSIONÁRIO.........................................................................11 
3.3. O PRIMEIRO DESPERTAMENTO MISSIONÁRIO ..............................................................12 
3.4. SURGEM NOVAS IGREJAS MISSIONÁRIAS....................................................................13 
3.5. AS 10 ONDAS DE PERSEGUIÇÕES .............................................................................13 
3.6. O SEGUNDO DECLÍNIO MISSIONÁRIO.........................................................................14 
3.7. O SEGUNDO DESPERTAMENTO MISSIONÁRIO..............................................................15 
3.8. O PAPEL DA IGREJA MORAVIANA ..............................................................................16 
3.9. O TERCEIRO DECLÍNIO MISSIONÁRIO ........................................................................17 
3.10. PRINCIPAIS SOCIEDADES E SEUS MISSIONÁRIOS .........................................................17 
3.11. PREOCUPAÇÃO SOCIAL OCUPA O LUGAR DE MISSÕES ..................................................19 
3.12. O TERCEIRO DESPERTAMENTO MISSIONÁRIO..............................................................19 
3.13. CONFERÊNCIAS NACIONAIS E MUNDIAIS.....................................................................20 
4 - MISSÕES TRANSCULTURAIS ............................................................................. 20 
4.1. O QUE É CULTURA? ...............................................................................................21 
4.2. TRANSCULTURAÇÃO................................................................................................21 
4.3. ETNOCENTRISMO ...................................................................................................21 
4.4. ACULTURAÇÃO.......................................................................................................22 
4.5. CHOQUE CULTURAL ...............................................................................................25 
4.6. O MISSIONÁRIO TRANSCULTURAL E O SEU PREPARO....................................................26 
4.7. TIPOLOGIA DA EVANGELIZAÇÃO ................................................................................27 
4.8. A TEORIA DO EVANGELISMO DE VIZINHANÇA ..............................................................28 
5 - ANTROPOLOGIA MISSIONÁRIA.......................................................................... 29 
5.1. DEFININDO ANTROPOLOGIA .....................................................................................29 
5.2. ANTROPOLOGIA FÍSICA............................................................................................29 
5.3. ANTROPOLOGIA CULTURAL ......................................................................................29 
5.4. O QUE A ANTROPOLOGIA NOS ENSINA?......................................................................30 
5.5. A CULTURA E SUAS DIVISÕES ..................................................................................30 
5.6. O PROBLEMA DO RELATIVISMO CULTURAL .................................................................32 
6 - JANELA 10/40.................................................................................................. 33 
6.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES ..............................................................................33 
6.2. RAZÕES PARA FOCALIZARMOS A JANELA 10/40 .........................................................33 
6.3. DEFINIÇÕES IMPORTANTES ......................................................................................34 
Missiologia - 3 
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6.4. “OS TRÊS MUNDOS”...............................................................................................35 
6.5. TRADUÇÃO DA BÍBLIA – UM GRANDE DESAFIO!...........................................................35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Missiologia - 4 
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1 - MISSIOLOGIA 
1.1. Etimologia 
Missiologia origina-se dos termos Logia (estudo) e Missio (vem do substantivo 
“missione”), o qual, por sua vez, vem do verbo “mittere” que significa enviar. 
“Enviar” (português) ou “Mittere” (latim) é igual a “Apostellô” (grego). Tanto 
“Mittere” (latim) quanto “Apostellô” significam “Enviar”. 
O quê significa exatamente o verbo Enviar? 
Enviar é “1. Expedir, remeter; 2. Encaminhar, conduzir; 3. Mandar (alguém) 
numa missão” (Aurélio). 
Apóstolo Æ Missionário Æ Enviado 
Grego Æ Latim Æ Português 
1.2. Quadro Etimológico 
Língua Verbo Substantivo Significado Equivalente 
Grego Apostellô Apóstolo Enviar Apóstolo 
Latim Mittere Missione Enviar Missio 
Português Enviar Enviado Enviar Missionário 
 
Na Bíblia, o vocábulo Missionário, aparece na forma grega Apóstolo 
1.3. Definição 
Missiologia é o estudo das missões. 
1.4. Aplicação da Missiologia 
A missiologia aplica-se ao estudo de missões nos seus mais variados aspectos. 
A saber: Cultura, Geografia, Pesquisar, Estratégias, Análise, Antropologia, 
Definições, Etc. 
A. Diferença entre Missiólogo e Missionário. 
• Missiólogo. Aquele que copila, organiza, analisa, interpreta a realidade dos 
movimentos de evangelização e cria estratégias e métodos para que o 
mundo seja alcançado peloEvangelho. Isto é bem mais do que 
simplesmente dizer: “missiólogo é aquele que se aplica ao estudo e pesquisa 
de missões”. 
• Missionário. Aquele que é enviado para plantar igrejas onde ainda não há 
testemunhas, com todas as suas funções: pregação, ensino, assistência 
social, e adoração; e para tal, ele irá atravessar barreiras lingüísticas, 
culturais e/ou geográficas. 
Missiologia - 5 
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1.5. Donald Mc Gavran - O Pai da Missiologia 
Nasceu na Índia em 1897. Filho e neto de missionário, Mc Gravan iniciou sua 
carreira em Harda, na Índia, como Superintendente de uma escola de missões, na 
Sociedade Missionária Cristã Unida. 
Mais tarde serviu em outros cargos como na Educação e Saúde. 
Nos anos 30 voltou para os E.U.A. onde cursou o Doutorado em Filosofia, na 
Universidade de Colúmbia. Mc Gravan percebera de há muito que a obra realizada 
pelos missionários estava seguindo bem pouco do sentido de alcançar o alvo de 
evangelização mundial, e ansiava para que fossem feitas pesquisas a fim de se 
desenvolver novos métodos e estratégias missionárias. 
Em 1961 fundou o Instituto de Crescimento da Igreja. Mc Gravan estudou as 
atividades evangelísticas, a fim de descobrir princípios e metodologias que 
resultassem no melhor crescimento da Igreja. 
Sua tese é que as ciências sociais podem se associar à tarefa missionária. A 
pesquisa e análise têm condições de remover obstáculos ao crescimento da Igreja. 
Para Donald Mc Gravan e seus discípulos, a real incorporação dos convertidos 
na Igreja (e não necessariamente o número de decisões) era o fator-chave na 
avaliação da metodologia missionária. 
Ele definiu 2 Estágios do Cristianismo: 
1. Discipulado. Que abrange os passos a serem dados para a pessoa se tornar 
cristã 
2. Aperfeiçoamento. Sendo o crescimento na vida cristã. 
A pesquisa tornou-se o principal instrumento de Gravan. Baseado nela 
concluiu que os métodos tradicionais de evangelização em massa contribuem muito 
pouco para o crescimento real da Igreja. 
Em virtude de seus escritos e suas idéias inovadoras, Mc Gravan tem estado 
no centro dos debates a respeito da estratégia missionária. 
Ele “perturbou” completamente a antiga, tradicional e grandemente 
improdutiva metodologia missionária que dominou todas as missões, antes de 
1955. 
Em muitos aspectos, sua importância não se encontra tanto na exatidão de 
suas respostas, mas nas questões significativas que levantou e na maneira como 
(mais que qualquer outro!) ele levou o estudo das missões de simples cursos 
introdutórios em algumas escolas cristãs para um nível de estudo profissional 
abrangente, em todo o Mundo. 
2 - A BÍBLIA E MISSÕES 
2.1. A Bíblia na Evangelização do Mundo 
Sem a Bíblia a evangelização dos povos seria inconcebível. A Bíblia coloca 
sobre nós a responsabilidade de evangelizar o mundo, dá-nos um evangelho a 
proclamar, diz-nos como faze-lo e declara-se o poder de Deus para cada crente. 
Missiologia - 6 
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Além disso, e fato notável na História, tanto na passada como na 
contemporânea, que o grau de compromisso da igreja com a evangelização do 
mundo é proporcional ao grau de sua convicção sobre a autoridade da Bíblia. 
Sempre que o cristão perde sua confiança na Bíblia, eles também perdem o 
seu zelo pelo evangelismo. Inversamente, sempre que estão convencidos sobre a 
Bíblia, estão determinados sobre o evangelismo. 
Vejamos três razões porque a Bíblia é indispensável à evangelização do 
mundo. 
2.2. O Mandato da Evangelização Mundial 
Em primeiro lugar a Bíblia nos dá o mandato da evangelização. Há 
aproximadamente 4.000 anos atrás, Deus chamou a Abraão e fez uma aliança com 
ele, prometendo não apenas abençoá-lo, mas também abençoar através da sua 
posteridade, todas as famílias da Terra (Gn 12.1-4). Este texto é uma das principais 
bases da missão cristã; pois os descendentes de Abraão (através de quem, todas as 
famílias da Terra estão sendo abençoadas) são: Cristo e o povo de Cristo! Se pela fé 
pertencemos à Cristo, somos filhos espirituais de Abraão (Gl 3.7) e temos uma 
responsabilidade com a humanidade. Deste modo, os profetas vetereotestamentário 
profetizam como Deus faria deste Cristo, o Herdeiro e a Luz das nações (SL 2.8; Is 
42.6; 49.6). 
Quando Jesus veio, ele endossou estas promessas. É certo que durante o seu 
ministério terreno ficou restrito às “ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10.6; 
15.24) mas, Ele profetizou que muitos viriam “do Ocidente e do Oriente e tomariam 
lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus” (Mt 8.11; Lc 13.29). 
Mas ainda, em antecipação de Sua ressurreição e ascensão Ele fez tremenda 
reivindicação de que “toda a autoridade no céu e na Terra” LHE fora dada (Mt 
28.18). Foi em conseqüência de Sua autoridade universal que Ele ordeno aos seus 
seguidores que fizessem discípulos de todas as nações, batizando-as em sua nova 
comunidade e ensinando a todos a Sua doutrina (Mt 28.19). Isto os cristãos 
primitivos começaram a fazer depois de o Espírito Santo haver descido sobre eles; 
tornaram-se verdadeiras “testemunhas” de Jesus, entronizando a Sua direita e 
concedendo-lhe a mais alta posição, a fim de que toda a língua confessasse o Seu 
senhorio (Fp 2 ). Eles desejaram que Jesus recebesse a honra devida ao Seu nome. 
Além disso, Ele retornaria em glória, para salvar, julgar e reinar. Portanto, o que 
deveria preencher os espaços em sua vida? A missão mundial da Igreja! O fim da 
história ao virá depois que o Evangelho alcançasse o fim da Terra (Veja Mt 24.14; 
28.20; At 1.8). 
2.3. A Mensagem da Evangelização Mundial 
Em segundo lugar, a Bíblia nos dá a mensagem para a evangelização do 
mundo. Evangelizar é divulgar a Boas Novas de que Jesus morreu pelos nossos 
pecados e ressuscitou entre os mortos, segundo as Escrituras. E como Senhor e 
Rei, Ele oferece perdão dos pecados e dom libertador do Espírito a todos que crêem 
e se arrependem. 
A nossa mensagem vem da Bíblia. Não a inventamos. Ela nos foi confiada 
como um depósito e nós, como bons “despenseiros”, devemos distribuí-la (1 Co 4). 
Os apóstolos expressaram este único evangelho de diversos modos: ora 
sacrifical (o derramamento e a aspersão do sangue de Cristo), ora messiânico (o 
Missiologia - 7 
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surgimento do governo prometido por Deus), ora legal (o juiz pronunciado a 
justificação do injusto), ora pessoal (o Pai reconciliando seus filhos desviados) e ora 
salvifico (o libertador celestial vindo para resgatar os desamparados). 
Assim como a Ordem, a Mensagem nos foi dada pelo próprio Cristo. Ele nos 
disse: “Ide e pregai o meu evangelho”... 
2.4. O Poder Para a Evangelização Mundial 
Em terceiro lugar, a Bíblia nos dá o Poder para a evangelização do mundo. 
Leia cuidadosamente Lc 24.49 e At 1.8. 
Sabemos que nossos recursos humanos são fracos em comparação com a 
magnitude da Tarefa. Sabemos também, quão blindadas são as barreiras do 
coração do homem. Pior ainda, conhecemos a realidade, a maldade e o poder 
pessoal do diabo, e dos demônios sob seu comando. A Bíblia diz-nos que “o mundo 
jaz no maligno” (I Jo 5.19), assim, até que sejam libertados e transportados para o 
Seu reino, todos os homens e mulheres são escravos de Satanás. Além disso vemos 
seu poder no mundo contemporâneo-nas trevas da idolatria, na devoção de deuses 
vãos, no materialismo, na violência, agressão, etc... E ainda mais, Paulo escrevendo 
aos Coríntios (II Co 4.4)ele afirma que “o deus deste século cegou o entendimento 
dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de 
Cristo, o qual é a glória de Deus”. 
Se Satanás está dominando a mente das pessoas, se as mentes humanas 
estão cegas como poderão chegar à verdade? Somente pela Palavra de Deus! Pois 
Ele mesmo disse que “de trevas resplandecerá a luz” que brilhou em nossos 
corações para a iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo (II 
Co 4.6). 
Se Satanás cega as mentes das pessoas, e Deus ilumina seus corações, em 
que podemos nós contribuir para esse encontro? Paulo chega a conclusão entre os 
versículos 4 e 6 que descrevem as atividades de Deus e de Satanás, o verso 5 
descreve a obra do evangelista: “pregamos a Cristo Jesus como Senhor”. 
Considerando que a luz que o diabo quer evitar que as pessoas vejam e que Deus 
faz brilhar nelas é o evangelho, então é melhor que preguemos! 
É a pregação do Evangelho o meio estabelecido por Deus para que o príncipe 
das trevas seja derrotado e a luz jorre nos corações das pessoas. Há poder no 
evangelho de Deus! Poder para salvação de vidas. Confira Rm 1.16; 10. 13,14; 
Sem a Bíblia a evangelização do mundo é impossível. Pois, sem a Bíblia não 
temos nenhum evangelho para levar às nações. A Bíblia é a base de missões, assim 
como missões é a base da Bíblia. É a Bíblia Sagrada que nos dá o Mandato, a 
Mensagem e o Poder que precisamos para a evangelização mundial. Leia Mt 28. 18-
20; Mc 16.15-18; Lc 24.45-48; At 1.8; e Jo 15.16; 20.21. 
Façamos nossas as palavras de Paulo: “...ai de mim se não anunciar o 
Evangelho!” 
2.5. Análise Exegética 
Analisemos Mt 28.19,20 exegeticamente. No original grego estes versículos 
estão assim: poreuthentes oun Matheutésate panta ta ethne. Vejamos agora, os 
respectivos significados destas palavras. 
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POREUTHENTES. Deveis ir! Ou Ide! Note o imperativo. É uma ordem. Este é o 
verdadeiro sentido do que lemos. Foi assim que soou aos ouvidos dos discípulos. 
Hoje, porém, muitos tratam estas palavras de Jesus, como se fossem um 
“pedido de favor” que Ele nos fez, ou então, como se estas palavras tivessem 
importância somente no passado, para os primeiros comissionados. É exatamente 
por isso que a evangelização dos povos está tão atrasada. Falta reconhecimento da 
ordem e pronta obediência! 
Por que os muçulmanos, que começaram a pregar cerca de 600 anos depois 
do Apóstolo Paulo, já alcançaram 1/5 da população mundial, enquanto nós 
evangélicos, temos apenas 550 milhões aproximadamente? Será erro de cálculo? 
Ou de Estratégia? Será falta de dinheiro? 
Não! É falta de Fé! De Amor! De Obediência! De Compromisso com Deus e com 
Sua Palavra. Obediência, vêm antes de estratégias, métodos ou dinheiro. Ao ouvir 
Jesus falar, seus discípulos não receberam suas palavras com o sentido de: “Olha, 
talvez seja bem que vocês comecem a pregar, primeiro em Jerusalém e depois em 
todo o mundo”. Não! Foram palavras fortes como de um general, passando ordens 
aos seus subalternos, os quais não podem questionar, senão simplesmente 
obedecer. 
Foi assim que Paulo recebeu esta ordem, pois ele respondeu: “Porque, se 
anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta esta 
obrigação, e ai de mim se não anunciar o Evangelho.” (I Co 9.16). 
OUN. Portanto ou Pois. É uma palavra de ligação. 
MATHEUTÉSATE. Fazei discípulos, ou seguidores, ou aprendizes. (Também 
imperativo). 
PANTA–TA. A todos. De modo que, até agora, este versículo fica assim: “Ide, e 
fazei discípulos de todos os ethne”. A palavra ethne merece atenção especial. 
ETHNE. “Nação”. Desde os séc. XV e XVI, a palavra ETHNE vem sendo 
traduzida para algumas línguas ocidentais apenas com o significado de NAÇÃO. O 
que não é errado. Todavia, a palavra ETHNE deriva-se de “ETHNOS”, que é um 
termo grego usado para designar o vocábulo “povo” ou “gente”. 
POVO ou GENTE. O vocábulo Ethne é geratriz da palavra “Etnia”. Etnia é um 
grupo humano que se relaciona entre si por fatores como língua, religião, raça, 
moradia, ocupação, classe social, modo de vida, modo de vestir, ou não. Ou seja, 
um povo! 
Sendo assim, o versículo fica bem traduzido deste modo: “Ide, pois, e fazei 
discípulos de todos os povos.” 
A origem das raças, deu-se na confusão das línguas na Torre de Babel (Gn 
1.7,8). Se o propósito de Jesus é restaurar todas as coisas (Cl 1.20); então é natural 
que a maldição de Babel também seja, de certa forma, desfeita espiritualmente. A 
divisão de raças tem sido motivo de orgulho, inimizade e guerras entre os povos. O 
único caminho para que as nações voltem a falar a “mesma língua”, é Jesus, pois, a 
Palavra de Deus torna-se um “idioma Internacional”, uma vez que é um elo de 
ligação espiritual que rompe os laços de divisão e proporciona a verdadeira paz. 
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2.6. Diferença entre Missão Centrípeta e Missão 
Centrífuga 
Existe grande diferença entre os métodos que Deus deu a Israel e os que Ele 
deu à Igreja para o cumprimento de suas respectivas missões. 
A. Missão Centrípeta. Israel devia ser como um “Imã” e atrair para Deus os 
outros povos e nações. Os filhos de Israel deviam ser sacerdotes santos que 
revelassem Jeová, o Único Deus Verdadeiro, a todas as nações, e mediadores que 
levassem a Deus. Em outras palavras, os povos deveriam se convergir à Israel para 
conhecerem o seu Deus. A natureza da missão de Israel era centrípeta. Observe a 
figura abaixo. 
 
NAÇÕES NAÇÕES NAÇÕES 
 Â ¾ Á 
NAÇÕES ¼ ISRAEL » NAÇÕES 
 À ½ ¿ 
NAÇÕES NAÇÕES NAÇÕES 
 
B. Missão Centrífuga. A igreja também tem um chamado para o ministério 
sacerdotal (II Co 5.16-19; I Pe 2.9,10). Contudo, a natureza de sua missão é 
centrífuga. 
Diferentemente de Israel, não se requer da Igreja que esteja parada, quieta, e 
simplesmente “atraia” os outros povos Ao seu Deus. Requer-se que vá a outras 
gentes e as ganhe para Cristo. Depois de ganhas, estas, por sua vez, devem formar 
extensões da Igreja em seu próprio país. A seguir, esse povo mesmo levará a cabo 
missões centrífugas, saindo a pregar. É isto que manda a Grande Comissão. É 
assim que ensina a Geografia Missionária de Jesus. Veja Mt 28.18,19 e At 1.8. 
Observe o diagrama abaixo: 
 
 JERUSALÉM “Tanto quanto” 
 ½ 
JUDÉIA 
“Simultaneamente” » IGREJA ¼ 
SAMARIA 
“Ao mesmo tempo” 
 ¾ 
 CONFINS DA TERRA “Concomitantemente” 
 
Antes de ser assenso ao Céu, Jesus disse aos seus discípulos que ele (após 
receberem o Espírito Santo) seriam suas testemunhas tanto quanto em Jerusalém, 
assim como na Judéia, Samaria e nos confins da Terra. Jesus não disse que só 
depois de alcançarem um lugar é que deveriam passar para o outro. Ele disse 
“tanto quanto”, ou seja, ao mesmo tempo; simultaneamente; concomitantemente. 
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Esta é uma descrição perfeita da natureza centrífuga da missão da Igreja! 
2.7. Princípios Gerais de Missões 
Missões é tão antiga quanto à existência do homem. Missões nasceu no 
“coração de Deus”. Missões nasceu no ÉDEN. Missões nasceu no AMOR DE DEUS! 
• Deus é amor (1 Jo 4.16); 
• Deus nos ama (Jo 3.16); 
• Deus nos ama porque é sustentador de tudo e de todas as coisas (Sl 
42.1,2); 
• Deus nos ama porque é Criador (Gn 1 e 2). 
A. A Origem de Missões. O Jardim do Éden foi o palco da: 
• Criação (Gn 1 e 2). 
• Tentação (Gn 3.1-5).• Queda do Homem (Gn 3.6,7). 
• Vergonha e separação (Gn 3.8b) 
• Juízo de Deus (Gn 3.9-23). 
Mas o Éden também foi o palco de: 
• Missões (Gn 3.15) 
O versículo 15 contém a primeira promessa implícita do plano salvífico de 
Deus para a redenção da humanidade. É uma profecia que contém duas predições: 
1. Prediz o conflito espiritual entre a “semente da mulher” (isto é, Jesus 
Cristo) e a “semente da serpente” (isto é, Satanás); Confira em Is 7.14; Mt 
1.1-16; Ap 12.9 e 20.2. Deus promete aqui, que Cristo nasceria de uma 
mulher; que seria “ferido” (ao ser crucificado); mas que ressuscitaria dentre 
os mortos para destruir completamente (“ferir”) a Satanás, o pecado e a 
morte, bem como, para salvar a humanidade (Veja Is 53.5; Mt 1.20-23; Rm 
5.18,19; I Jo 3.8 e Ap 20.10). 
2. Prediz a vitória final de Deus (e do povo de Deus!) contra Satanás e o mal 
(Jo 12.33; At 26.18; e Rm 16.20). 
Esta promessa de Gn 3.15 é chamada de “Promessa Messiânica”. Aqui está a 
origem de Missões. 
O homem pecou, e conseqüentemente, distanciou-se de Deus. O homem 
tornou-se o “Objeto de Missões”. Para que ele pudesse ser reconciliado novamente 
com Deus, era necessário que Jesus fosse “enviado” ao Mundo. Confira em II Co 
5.17; Lc 22.53; Jo 1.1-14; 3.16; e Hb 2.14,15. 
2.8. Extensão do Plano de Missões 
O ponto culminante do plano salvífico e de redenção é a morte vicária de 
Cristo, e a extensão deste plano é a Grande Comissão. 
Após sua ressurreição, Jesus comissionou seus discípulos (e a nós também!) a 
continuarem a propagação do Evangelho (Jo 20.19-23). Isto é a Grande Comissão. 
Missiologia - 11 
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3 - HISTÓRIA DE MISSÕES 
Na história da Igreja, há uma linha de progressão na atividade missionária que 
vem desde o seu início no ano 30 d.C. Linha esta, que é desenhada pela ausência e 
presença de iniciativas missionárias na Igreja de Cristo na proporção em que o 
tempo foi de passado. 
3.1. Começa o trabalho Missionário 
Os dois últimos mandamentos de Jesus aos seus discípulos: a) Ficar em 
Jerusalém até serem batizados no Espírito Santo; b) Ir por todo o mundo pregando 
o Evangelho. 
Ao colocarem estes mandamentos em práticas, os 120 discípulos que estavam 
em Jerusalém por volta do anos 30 d.C., deram o INÍCIO TERRENAL de Missões, ou 
seja, o início Humano, Histórico e Geográfico. 
O Apóstolo Pedro, após o Pentecostes, evangelizou com poder os estrangeiros 
que estavam na cidade naquele dia (At 2.14); 
João e Pedro, pregaram no Sinédrio e no Templo para todos os religiosos da 
época e às autoridades (At.3.12; 4.8); 
Estevão, um Diácono, também marcou o início da Igreja Primitiva com suas 
poderosas mensagens e os sinais que se seguiam e, principalmente, com o seu 
testemunho face ao martírio a que foi vítima. 
Por fim, a Igreja de modo geral, pregava o Evangelho (At. 6.7); 
A. Resultado do Trabalho. “Alguns dos Pardos, Medas, Elamitas e outros 
povos que viviam para além de Jerusalém, nas terras orientais do Império Romano 
e que ouviam no dia de Pentecostes a primeira mensagem pregada por Pedro, se 
converteram ao Evangelho e levaram as boas novas aos seus conterrâneos. As 
evidências para que tal tenha ocorrido é a constatação de que em períodos 
posteriores podiam ser encontradas igrejas estabelecidas nos lugares de origem 
daqueles povos (At 2.9, 10, 11 e 41)”. 
“Alguns dos prosélitos, pessoas não descendentes de judeus, mas que 
renunciavam ao paganismo, aceitavam a lei judaica, recebendo o rito da circuncisão 
e vivendo em outras províncias romanas, ouviram e aceitaram a mensagem do 
Evangelho pregada por Pedro e tornaram-se portadores das boas novas entre seus 
irmãos usando como púlpito a sinagoga, principal foco religioso dos judeus fora de 
Israel (At. 2.14 e 41). 
“Todos estes discípulos fizeram o primeiro instante da atividade missionária da 
Igreja” 
3.2. O Primeiro Declínio Missionário 
Motivo: Falta de zelo missionário. 
Aparentemente estava tudo certo com a primeira igreja. Havia conversões em 
massa Perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e 
nas orações. Havia temos em cada crente. Havia sinais e prodígios. (...) A Igreja era 
respeitada e admirada pelo povo. Mas apesar de tudo isso, havia algo errado com a 
Igreja de Jerusalém: “Era poderosa na fé e no testemunho, pura no seu caráter e 
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abundante no amor. Entretanto, o seu singular defeito era a falta de zelo 
missionário. Permaneceu em seu território, quando devia ter saído para outras 
terras e outros povos. Veja At.1.8. 
3.3. O Primeiro Despertamento Missionário 
A. A perseguição leva a Igreja a fazer a Obra Missionária. Ao serem dispersos, 
os cristãos pregavam por todos os lugares que passavam. A dispersão, por causa da 
perseguição, deu-se exatamente, pelos lugares que Jesus falara, ou seja, pela 
geografia missionária de Jesus. 
B. O Resultado do Despertamento. Segundo historiadores, a igreja iniciou 
realmente por Jerusalém, Judéia, Samaria, depois por Cessaréia, etc. Vejamos: 
1. Leste. Foram por Damasco e Edessa, entrando na Mesopotâmia. 
2. Sul. Foram por Bostra e Petra, entrando na Arábia. 
3. Oeste. Foram por Alexandria e Cartago, entrando no Norte da África. 
4. Norte. Foram por Antioquia, entrando na Armênia e Bitina. 
Alcançaram ainda a Espanha, Galácia (sul da França) e Grã-Bretanha e depois 
os confins. 
C. Evidências do Despertamento. “Os novos crentes iam formando igrejas 
locais e ao mesmo tempo tornavam-se missionários entre o seu povo e de outros 
lugares”. 
A propagação do Evangelho aumentava a cada dia. O total de crentes por volta 
do segundo século é estimado em meio milhão de pessoas. 
A eficácia do trabalho evangelístico se deu a partir de 3 fatores, somados, é 
claro, com o poder do Espírito Santo, a saber: 
1. O testemunho informal. 
2. A capacidade intelectual de alguns crentes. 
3. A morte dos cristãos. 
O testemunho informal se manifesta a partir da vida diária dos crentes, 
caracterizada pelo amor. 
A capacidade intelectual de alguns crentes que defendiam a fé com 
argumentos racionais e bem desenvolvidos foi algo incontestável, pois o 
Cristianismo não era como as demais religiões cheias de ritos e mágicas; é claro, 
substancial, profundo e tem a ver com a realidade existencial do ser humano. 
Ganham destaque pessoas como Paulo, Orígenes, Tertuliano, Justino Mártir e 
outros. 
A morte de alguns cristãos, praticada pelos imperadores romanos somou para 
aumento do Cristianismo, pois, a coragem dos crentes ante a execução consistia 
num poderoso testemunho Tertuliano disse: “O sangue dos mártires é a semente da 
Igreja.” 
D. O Trabalho dos Primeiros Missionários. Além de Pedro, Paulo, Apolo, Filipe, 
Barnabé, Silas, Marcos, Lucas e muitos outros crentes que desempenharam 
atividades missionárias, a tradição judaica conta que... 
• Mateus foi para a Etiópia. 
• André, para a região dos citas, ao norte da Europa. 
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• Bartolomeu, para a Arábia e Índia. 
• Tomé, para a Índia. 
• Paulo, Barnabé e equipe, foram trabalhar entre os gentios e nos lugares 
mais distantes do império romano como por exemplo Galácia, Macedônia, 
Acaia e Ásia. 
• Edésio e Frumentio (no 4º Séc.), sobreviventes de um naufrágio no Mar 
Vermelho, perto da Etiópia, foram levados escravos para a corte real 
daquele país e logo conseguiram liberdade para pregar o evangelho e houve 
conversões.• Gregório (213) evangelizou a Capadócia e se tornou líder da Igreja local 
(dizem que quando assumiu a igreja só havia 17 crentes na cidade, mas 
quando morreu só tinha 17 pagãos!). 
A MORTE DE POLICARPO 
Policarpo, pastor de Esmirna, desenvolveu um ministério evangelístico tão 
intenso que foi acusado de ser “o destruidor dos deuses pagãos”, por isto foi 
queimado em praça pública. Sua igreja constava de escravos, aristocratas 
locais e membros do quadro de assistentes do procônsul. 
A morte de policarpo sensibilizou a sociedade da Ásia Menor a ponto de 
provocar um abrandamento das perseguições por algum tempo, permitindo 
que os menos corajosos declarassem abertamente sua fé em Cristo e os não-
crentes se convertessem. 
Havia também o trabalho de muitos outros pregadores anônimos que 
constituíam um grande exército que marchavam em todas as direções pregando a 
Palavra (At. 8.4) 
3.4. Surgem Novas Igrejas Missionárias 
A Igreja de Jerusalém deixou de ser a ÚNICA. Cada nova igreja ou congregação 
formada pelos primeiros missionários, era também uma igreja missionária. 
Destacamos: Antioquia, Éfeso, Roma, Alexandria e Cartago, todavia, há outras. 
3.5. As 10 Ondas de Perseguições 
Era de se esperar que o intenso trabalho missionário resultasse um aumento 
de perseguições. Registramos, dessa época, o mais doloroso período. 
Imperador Época (d.C.) 
Nero 64 
Trajano 64 
Adriano 117-138 
Antônio 138-211 
Marco Aurélio 161-180 
Sétimo Severo 193-211 
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MÁXIMO 235-238/9 
DÉCIO 249-251 
VALERIANO 253-260 
DIOCLESIANO 234-305 
 
3.6. O Segundo Declínio Missionário 
Motivo: Discussões teológicas, disputas e aceitação do acordo romano. 
Questões doutrinárias existiram na Igreja desde o início. Aconteceram por 
várias razões: por causa de conceitos do judaísmo diferentes do Cristianismo; por 
causa de elementos gregos na Igreja muito voltados à contemplação filosófica, etc. 
A Igreja enredou-se em complicadas questões que obscureciam a simplicidade 
do Evangelho. Os crentes começaram a se ocupar mais com questões doutrinárias e 
filosóficas do que com o Evangelho. A Igreja internamente estava envolvida com 
discussões teológicas e disputas de poder, e ainda vivendo sob um clima de 
perseguições. 
Enquanto isso, por volta do terceiro séc., o Império Romano começou a 
declinar. As constantes invasões dos povos bárbaros ameaçavam-no em muito. 
Foi dentro deste contexto que em 313 d.C., o Imperador Constantino disse ter 
visto no céu uma cruz sobre a qual estava escrito a seguinte frase em latim “IN HOC 
SIGNO VINCES”, que quer dizer: “por este sinal vencerás”. Imediatamente adotou a 
cruz como o seu estandarte e publicou em decreto tornando o Cristianismo como a 
Religião Oficial do Império Romano. 
Na verdade, a intenção de Constantino era utilizar o ímpeto cristão para ir até 
os “povos bárbaros”, convertê-los ao Cristianismo e assim ficarem sob o domínio 
romano! 
O ACORDO 
Se a Igreja aceitasse a proposta do imperador, ela ganharia a proteção do 
Imperador e acabariam as perseguições. A igreja seria protegida pelo Estado. 
Ela ganharia ainda a Prosperidade do Império. Em contrapartida, a fé seria 
usada para “amansar” os povos bárbaros e consolidar o império romano. 
Depois do acordo assinado, foi instituído o culto ao imperador. Agora a Igreja 
venerava mais ao homem do que a Deus. Que acordo infeliz! 
Quanto aos povos, eram dominados pela força do exército romano e 
“amansados” pela religião cristã. Tornavam-se cristãos à força; e a Igreja 
“abençoava a tirania dos imperadores”. O resultado foram as conversões em 
massa. Por exemplo, Alemanha, Hungria, Suécia, Islândia, Groelândia, 
Tchecoslováquia, Polônia, Índia, etc. 
Assim a Igreja de Roma consolidara-se a Igreja Católica Universal. Mas, na 
verdade, a Igreja desviou-se do caminho que deveria seguir. 
Durante 5 séculos a Igreja utilizou os mosteiros para objetivos missionários. 
Nasceram várias ORDENS de Franciscanos, Dominicanos, Benetidinos, Jesuítas e 
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outros. No séc. 17 foi criada a SAGRADA CONGREGAÇÃO para propagação da 
fé. 
A. Principais Missionários Católicos. Úfilas, Martinho de Tours, Patrício, 
Columba, Niniamo, Agostinho, Bonifácio, Metódio, Domingos, Francisco de Assis, 
Las Casas, Francisco Xavier, etc. 
B. Remanescente. Nem todos estavam de acordo com o rumo que a Igreja 
tomava. Aconteceram vários movimentos de reforma, por exemplo, na França em 
1110, 1155 e 1170, na Inglaterra em 1324 com João Wyclif, na Tchecoslováquia 
com João Huss (1369-1445), na Itália com Jerônimo Savonarola (1452), com os 
anabatistas por toda a Idade Média e com Erasmo (1466 –1536). 
C. Os Reformadores. Nomes como Calvino, Melanchton, Zwinglio e Martinho 
Lutero, são comuns quando o assunto é Reforma Protestante. 
Foi Martinho Lutero quem liderou a maior Reforma Protestante no séc. XVI. 
Contudo, pouco se falava de missões estrangeiras, por 3 razões básicas: 
1. Os cristãos ainda lutavam pela conservação de suas vidas (por causa das 
perseguições). O Protestantismo só teve sua sobrevivência assegurada em 
1648, com o Tratado de WESTFÁLIA. 
2. Divergências Teológicas e controvérsias infindáveis por parte dos 
Protestantes; 
3. Ensinamentos contrários à pregação do Evangelho em todo o mundo. John 
Gerhard (1637), pregava que a ordem da Grande Comissão era exclusiva 
dos Apóstolos. Quem tentasse agir contra o pensamento geral deparava-se 
com a reprovação da liderança da Igreja, como é o caso de Von Welz, da 
Áustria, em 1664, cognominado “agitador missionário”. 
D. Iniciativas Missionárias dos Protestantes. Em meio a ausência de uma 
atividade missionária estruturada e permanente, os protestantes fizeram algumas 
tentativas, vejamos: 
• Na Suécia, em 1559, o rei Gustavo Vasa incentivou o evangelismo aos povos 
lapões, ainda pagãos, que viviam em seu território; 
• Igrejas Holandesas e Inglesas mandavam missionários capelães nas suas 
Companhias; 
• Um livro cristão escrito por Hugo Grotius (1583 –1645), foi usado por 
marinheiros holandeses para evangelizarem o extremo oriente da Ásia; 
• Hans Ungnad Sonneck, um crente alemão esperava um grupo que tentou 
penetrar entre os muçulmanos; 
• Venceslau Budowitz conseguiu converter um turco em Constantinopla; 
• Um cristão chamado Justiniano Von Welz foi ao Suriname, América do Sul, 
sem o apoio de nenhuma Igreja; 
• Em 1555, quando a França tentava dominar o Brasil, Calvino mandou 2 
missionários e 14 seminaristas no grupo de franceses hunguenotes que 
vieram para o Rio de Janeiro. Entretanto, a missão deles fracassou por 
causa da forte perseguição do Almirante católico Villegnon. 
3.7. O Segundo Despertamento Missionário 
Movimentos Espirituais Impulsionaram as Missões. 
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A. O Puritanismo. Surgiu entre os protestantes da Inglaterra, a partir de 1657. 
Pregavam contra o sistema anglicano da Rainha Elisabete, contra os aparatos 
cerimoniais, conservados do catolicismo e o estilo de governo eclesiástico. Eram 
estudiosos da Bíblia, buscavam viver uma vida dedicada a Deus e dando 
testemunho aos homens. 
B. O Pietismo. O movimento pietista surgiu com grande intensidade na 
Universidade de Halle, na Alemanha. Foi liderado por Filipe Spener (1635-1705) e 
Augusto Francke (1663-1727). 
C. Principais Missionários. Adoniran Judson (enviado para a Birmânia);John 
Taylor Jones (Tailândia); George Dana Boardmam (Birmânia); Issacher Robert 
(China-1846); Lottie Moon (China-1873), Wullian Bagby e esposa (Brasil –1881), 
Zacarias e Kate Taylor (Brasil-1882). 
D. Outras Iniciativas Missionárias. 
• Sociedade Missionária De Basiléia, fundada em 1815, na Suíça 
• Em 1821 fundou-se a Missão Da Dinamarca. 
• Na França foi formada em 1822 a Sociedade Missionária De Paris. 
• Em 1842 surgiu na Alemanha, a Sociedade Missionária De Berlim. 
• Em 1828 formou-se a Sociedade Missionária Renana. 
• Em 1842, a Missão Norueguesa. 
• Em 1877, entre os presbiterianos foi fundada a Sociedade De Evangelização 
Chinesa. Um dos missionários mais famosos foi Hudson Taylor (foi ele 
quem criou o conceito de CONTEXTUALIZAÇÃO); depois de muitos anos na 
China, criou sua própria missão, estando muito doente na Inglaterra, a 
Missão Do Interior Da China, considerada posteriormente, a maior missão 
do mundo. 
• Inúmeras sociedades, grupos e organizações missionárias surgiram no 
mundo nesse período, em conseqüência, quase todas as igrejas protestantes 
até 1914, participavam da causa missionária. 
3.8. O Papel da Igreja Moraviana 
Na antiga Morávia (Tchecoslováquia), havia um movimento espiritual que 
envolvia mais de 400 igrejas. Depois de muito sofrer com a perseguição da igreja 
católica, um nobre chamado Conde ZINZENDORF (1700-1760), começou a 
incentivar os irmãos ao trabalho missionário, principalmente depois de saber que a 
missão estava prestes a ser abandonada. No dia 21 de agosto de 1732 começou o 
célebre trabalho missionário dos irmãos Moravianos. “Sob a direção de Zinzendorf, 
esta igreja foi tomada de uma paixão missionária que jamais a abandonaria. A 
igreja chegou a ter um missionário no estrangeiro para cada 92 membros. Entre os 
anos 1732 e 1760, 226 missionários morávios entraram em países estrangeiros, 
estabelecendo igrejas.” 
A. Evangelistas percorrem o Mundo. “Quando a idade da razão despontava no 
séc 18 e o fervor cristão declinava, Deus utilizou determinados homens que, através 
de suas poderosas mensagens, conduziram os crentes a um novo movimento do 
Espírito Santo que os impulsionaram a realizar a obra missionária.” 
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Homens comuns, como nós, porém, homens que fizeram renúncias, 
experimentaram privações, sofreram danos, percas, dores... contudo, não foram 
“desobedientes à visão celestial”. 
Homens como João Wesley, George Whitefild, Jomathan Edwards, e outros. 
Estes homens deixaram “rastro de fogo” em seus países e no exterior, além de 
serem espelhos para outros evangelistas itinerantes de séculos seguintes. Nomes 
como o de Charles A. Spurgeon, Charles Finney, Dwight L Moody, Billy Sunday, e 
no século vinte, Billy Grahan e Luis Palau, etc. 
O trabalho destes evangelistas itinerantes atravessou o grande século 
missionário, em quase todos (se não em todos!) os Continentes. 
Os resultados destes movimentos foram maravilhosos para as missões pois, 
serviram para amadurecer o conceito de salvação individual e da conversão pessoal 
de cada indivíduo, ao contrário das “conversões em massa”, realizada pela Igreja 
Católica em séculos anteriores. 
A formação de Sociedades Missionárias (quase todas as igrejas de então, se 
envolveram com Missões Transculturais) e o extraordinário trabalho da Igreja da 
Morávia (os moravianos realizaram uma vigília ininterrupta de oração por quase 
100 anos). 
3.9. O Terceiro Declínio Missionário 
Motivo: Liberalismo cristão e preocupação social. 
A. Alguns líderes de Igrejas Evangélicas nos EUA e Europa, começaram a fazer 
uma concepção liberal de Cristianismo, no início do séc. 20. Deu-se, então, o 
começo de um novo desenvolvimento teológico e eclesiástico que viria a trazer 
grandes conseqüências no futuro. 
No aspecto missionário, o liberalismo gerou o seguinte quadro: 
1. O liberalismo não tinha mais certeza que Jesus era a última Palavra de 
Deus ao homem; 
2. O fato de se ter o título de missionário não significava que a pessoa cria na 
interpretação da Bíblia e que corajosamente defendia as doutrinas 
principais da fé. 
3. O liberal não aceitava a proclamação exclusiva da salvação através de 
Jesus. Era mais simpático com as outras religiões, sugerindo até uma 
síntese das religiões. 
4. Esta nova concepção teológica mandava completamente a compreensão da 
Grande Comissão. 
5. Havia mudança e redução na propaganda missionária, tão aceitável no séc. 
19. Pietismo gerou uma grande influência missionária, tornando-se o berço 
do primeiro esforço genuíno missionário da reforma. 
3.10. Principais Sociedades e Seus Missionários 
A primeira foi a Sociedade Para Propagação do Evangelho, fundada em 1649, 
na Nova Inglaterra, (EUA), pelo Pr. congregacional John Eliot, que fora enviado pela 
Igreja Congregacional da Inglaterra para evangelizar os índios da América do Norte. 
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A Sociedade Para a Promoção do Conhecimento Cristão (SPCK), liderada por 
Thomas Bray, foi fundada em 1698 pela Igreja Anglicana da Inglaterra. 
Marcou o início das “missões inglesas”, estabeleceu bases na Índia; um dos 
seus principais missionários foi Christian Friedrich Schwartz (1724-1798), serviu 
48 anos na Índia. 
Pelos idos de 1700, foi fundada a Sociedade Escocesa Para Propagação do 
Conhecimento Cristão. 
David Brainerd (1718-1877) foi enviado para trabalhar entre as tribos de 
índios nômades nos EUA. 
Alexander Duff foi para a Índia em 1830 (levou 18 anos para ganhar 33 
indianos para Cristo). 
Em 1701, anglicanos e outras igrejas evangélicas da Inglaterra se uniram e 
formaram a Sociedade Para Propagação do Evangelho em Terras Estrangeiras 
(SPG). 
Objetivo: Prestar apoio aos missionários na América do Norte e Índias 
Ocidentais. Em pouco tempo enviaram mais de 350 missionários. 
Em 1705, em Halle, Alemanha, os pietistas criaram a Missão DANISH-HALLE, 
cujo líder foi Franz Lutkens. 
Destacam-se Bartholomeu Ziegenbald e Henry Plutschau, enviados para 
Tranquebar, Índia. 
Os anglicanos ingleses formaram em 1799 outra missão, a Sociedade 
Missionária da Igreja (CMS). 
William (Guilherme) Carey contribuiu muito para que, em 1792, na Inglaterra, 
um grupo de pastores fundassem a Sociedade Batista Missionária. 
O primeiro missionário comissionado foi John Thomas, que era um médico da 
esquadra real e que permaneceu na Índia depois de seu pedido de serviço, a fim de 
trabalhar como médico-missionário. Wuillian Carey voluntariou-se para auxilia-lo, e 
foi para lá em 1793 e trabalharam juntos por 41 anos. 
Em Londres, os Congregacionais, fundaram em 1795 a Sociedade Missionária 
De Londres. 
Principais missionários: Roberto Moffat (África do Sul-1816); David Livingstone 
(África do Sul-1871), Robert Morrison foi o 1º missionário protestante enviado à 
China; (Chegou em Cantão em 1807). 
Em 1797 foi fundada a Sociedade Missionária Holandesa. Evangelizaram 
basicamente na Indonésia e, como em nenhuma outra parte do mundo, 
conseguiram a conversão de muçulmanos. 
Em 1810, os congregacionais e presbiterianos norte-americanos formaram a 
Junta América Para As Missões Estrangeiras (AMERICAN BOARD). 
No ano de 1817, os batistas norte-americanos fundaram a Junta Americana 
Dos Missionários Batistas. 
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3.11. Preocupação Social Ocupa o Lugar de 
Missões 
Este assunto provocou muito impacto no final do séc. 19 e início do séc20. A 
questão social passou a ser mais enfatizada do que a relação individual entre o 
crente e Deus. Muitos líderes cristãos aderiram ao chamado “Evangelho Social”. 
A maior expressão deste tipo de “Evangelho” veio à tona anos mais tarde, na 
América Latina com a Teologia da Libertação. 
3.12. O Terceiro Despertamento Missionário 
A. Cristãos Voluntários X Liberais. Em reação ao liberalismo, surgiu nos EUA 
uma nova geração de missionários profundamente determinados a manter uma fé 
pura e confiar na dependência total de Deus. Eles partiram para um intenso 
tablado de evangelismo, até mesmo aos próprios cristãos nominais, em seu país e 
também na Europa e América Latina. 
Depois disso, os Estados Unidos passaram a ser nação com o maior número 
de missionários atuando em todo o mundo. Estes novos missionários, na maioria, 
eram formados em Institutos Bíblicos e Faculdades Cristãs. Apareceram nos fins do 
séc 19 e limiar do séc 20. 
B. Nasce o Movimento Voluntário Estudantil. “Foi nessa nova onda 
missionária que nasceu nos EUA o Movimento Voluntário Estudantil em 1886. 
Perdurou por 50 anos e enviou mais de 20 mil estudantes para o campo 
missionário no exterior, a maioria norte-americanos. Os mais conhecidos desses 
estudantes foram Carlos T Studd, J.E.K. Studd, Robert Wilder, Joseph H. Oldham, 
Robert E. Speer, W. Tempe Cairdener, Samuel Zwemer, William Pacon, Fletcher 
Brockmam e E. Stanley Jones.” 
C. Nasce a Aliança Bíblica Universitária (ABU). Quem criou a ABU foi C. 
Stacey Woods, em 1943, nos EUA. O objetivo da ABU é promover missões nos 
“campus” das Universidades. 
Na UFJF, funciona um núcleo da ABU que está ligada a ABU da Região 
Centro-Oeste. 
D. Nasce a Associação Evangélica das Missões Estrangeiras. Esta associação 
foi fundada depois da 2ª G.G.M, nos EUA. Contrária ao liberalismo, recebeu o apoio 
da maioria das missões da sua época. 
E. Novas Sociedades e Agências Missionárias. Nessa época muitas outras 
organizações missionárias começaram a surgir no mundo, tais como: a Missão para 
o Interior do Sudão (SIM); a Cruzada de Evangelização Mundial; O Ministério de 
Cruzadas Além-Mar e etc. 
Em conseqüência do movimento estudantil e destas novas agências 
missionárias, muitos países outrora fechados ao Evangelho, foram alcançados. 
F. O Movimento Pentecostal. Nos idos de 1910, aconteceram em diferentes 
lugares dos EUA movimentos de renovação espiritual entre igrejas protestantes 
tradicionais: presbiterianos, congregacionais, batistas, metodistas, etc. Esse 
movimento ficou sendo chamado de Movimento Pentecostal. 
As igrejas protestantes que haviam aceitado o Batismo no Espírito Santo, não 
podendo mais permanecer no seio de suas denominações e possuindo vários 
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missionários no campo, razão pela qual necessitavam de uma autoridade executiva 
e organização, formaram em 1914 as Assembléias de Deus norte-americanas. 
Dentro desse entusiasmo missionário do Movimento Pentecostal destacam-se 
os suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren, que vieram dos EUA para o Brasil em 
1910, e se instalaram na cidade de Belém do Pará. Ali, em 1911, logo após a não 
aceitação do batismo no Espírito Santo pela Igreja Batista (como aconteceu nos 
EUA), formaram, juntamente com um grupo de irmãos, a Missão de Fé Apostólica, 
que em 1918, veio a se chamar Assembléia de Deus. 
3.13. Conferências Nacionais e Mundiais 
A partir do século 19 em quase todos os países onde havia trabalhos 
missionários protestantes aconteceram conferências missionárias com a 
participação de diferentes sociedades missionárias que motivaram a realização de 
Conferências Missionárias Nacionais e a formação de Comitês e Missões. 
Depois da primeira realizada na Índia em 1855, cada vez mais foram sendo 
realizadas conferências, agências e sociedades missionárias a realizarem juntas 
grandes conferências mundiais de missões, hoje chamadas de Congressos Mundiais 
de Evangelização. Já foram realizados 13 desses Congressos Mundiais. Os que 
foram considerados mais importantes são: o de Edimburgo, na Escócia, em 1910, e 
o de Lausanne, na Suíça, em 1974. 
A nível regional, os envolvidos com a tarefa missionária também têm-se unido 
em conferências. Como é o caso do Congresso sobre Evangelismo no Pacífico Sul, 
em 1968; o Congresso Missionário para Estudantes de toda a Ásia, em 1973; a 
Consulta sobre Missões em toda a Ásia em 1973; a Associação de Missões n Ásia, 
em 1975; e o COIBAM (Congresso Latino –Americano sobre Missões) realizado em 
São Paulo, em 1987. 
Muitas outras Consultas Globais, reuniões denominacionais e regionais com o 
objetivo de tratar de assuntos missionários estão planejadas ao redor do mundo. 
Nos últimos 50 anos da História de Missões, pôde-se constatar que naquelas 
áreas do mundo tidas como “campo missionário”, a Igreja tem florescido, e hoje, 
estão se tornando “base de envio de missionários”. 
“Trabalhemos enquanto é dia, pois a noite vem, quando ninguém mais pode 
trabalhar...” 
4 - MISSÕES TRANSCULTURAIS 
O prefixo “trans” deriva-se do Latim e significa “movimento para além de”, ou 
“através de. Sendo assim, em linhas gerais, missões transculturais é transpor uma 
cultura para levar a mensagem do universal do Evangelho. 
Segundo Larry Patê, missões transculturais, “é a proclamação do amor de 
Deus, que ultrapassa fronteiras culturais, raciais e lingüísticas”. 
A mensagem do Evangelho não pode se restringir a uma só cultura, mas ter 
alcance abrangente, em todos os quadrantes da Terra, onde quer que haja uma 
etnia que ainda não a tenha ouvido. 
O Evangelho está acima de nossas concepções humanas e deve valer-se dos 
elementos étnicos de cada cultura para ser proclamado. É preciso descobrir o 
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“approach” de cada cultura, ou sejam os seus pontos de aproximação, para 
comunicar de maneira adequada as verdades do Evangelho. 
Não é o Evangelho que se curva a cultura, mas esta se curva ao Evangelho. 
Isto é fazer missões transculturais. 
4.1. O Que é Cultura? 
Para muitos, a palavra “cultura” significa o grau de estudos de uma pessoa. 
Por isso, é comum ouvirmos alguém falar: “Fulano de Tal tem muita cultura”. 
Quase todas as pessoas fazem esta associação da cultura com o nível intelectual ou 
de instrução de alguém. Mas cultura não é isto. 
Cultura é, segundo a definição do dicionário Aurélio, “o complexo de 
comportamento, das crenças, das instituições e doutros valores espirituais e 
materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade”. 
Na Antropologia, o termo cultura é visto sempre em associação com outro 
termo, a saber: sociedade. 
Para um antropólogo, cultura “é o conjunto de comportamentos e idéias 
característicos de um povo, que se transmite de uma geração a outra e que resulta 
da socialização e aculturação verificadas no decorrer de sua história”. Assim sendo, 
cultura “é o modo de agir”, e o termo sociedade designa o “grupo de indivíduos que 
compartilham de um mesmo modo de agir”. 
Precisamos entender bem claramente que cada povo tem o seu próprio 
“Padrão de Cultura”, que é a amalgama de todos os valores passados de geração a 
geração em cada sociedade desde os seus primórdios. 
É o padrão cultural de cada povo que determina qual a “orientação cultural” 
que cada povo segue. Ou seja, a orientação cultural é que norteia o modo de viver 
de cada indivíduo dentro de sua etnia. 
4.2. Transculturação 
Transculturação “é o processo de transformação cultural caracterizado pela 
influência de elementos de outra cultura, com a perda ou alteraçãodos já 
existentes” M. Dicionário Aurélio). 
Note, na definição do termo, o seguinte “... é a influência de elementos de 
outra cultura, com a perda ou alteração dos já existentes”. 
O missionário transcultural deve tomar muito cuidado para não exercer este 
papel. O papel do missionário não é alterar ou mudar os valores de uma cultura. O 
seu compromisso é com os Princípios Bíblicos. Estes, sim, podem exercer influência 
e até mesmo alterar situações contrárias à fé cristã, que deverão ser resolvidas no 
próprio contexto cultural, sem que seja necessário “importar” ou “adaptar” modelos 
de outros padrões de culturas. 
4.3. Etnocentrismo 
Etnocentrismo é “uma tendência a ver a nossa própria cultura como maneira 
universal de comportamento”. 
O missionário não pode se deixar levar por esta atitude. Entretanto, isso às 
vezes acontece; acontece, porque somos tão inconscientes de como nossas vidas são 
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guiadas pela nossa cultura e idioma, que de repente, descobrimos que é mais difícil 
do que pensávamos aceitar uma outra cultura. Embora, reconhecendo o que possa 
ser considerado comportamento apropriado em outra cultura, apegamo-nos ao que 
consideramos “normal” e “natural”. Achamos que a nossa maneira de fazer as 
coisas é “superior” e “correta”. Quando isto acontece com um missionário no seu 
campo de trabalho, é reflexo de que ele não teve uma boa aculturação. 
4.4. Aculturação 
Já vimos que cada povo tem o seu próprio padrão de cultura, e também que as 
culturas diferem na língua, na forma de ver o mundo, na valorização da conduta e 
em muitos outros aspectos. Quando alguém tenta comunicar uma mensagem a 
uma pessoa de outra cultura, um emaranhado de coisas impede que esta 
mensagem seja bem compreendida. É como se houvesse um bloqueio entre a fonte 
e o receptor. Este bloqueio realmente existe e é chamado de barreira, ou rede 
cultural. 
A solução eficaz para o problema da “rede-cultural”, é o missionário 
intercultural “passar pela rede”, ou seja, ele deve assimilar a cultura do povo onde 
missiona; Ele deve se esforçar ao máximo em aprender o idioma local e comunicar, 
na língua desse povo, a mensagem do Evangelho; E para isso, ele deve usar as 
normas de conduta deste povo, bem como seu sistema de símbolos. 
O missionário tem que deixar a sua dimensão e entrar na dimensão do povo 
em que atua utilizando os próprios recursos deles para se fazer compreendido. 
Este processo é chamado de aculturação. 
A. Estratégia de Aculturação. 
A Cosmovisão 
Para atravessar uma “rede cultural” e alcançar uma cultura de forma eficaz 
com o Evangelho, é importante desenvolver uma estratégia funcional. 
O missionário deve saber em que pontos as culturas se diferem. Tem de 
reconhecer os princípios a serem aplicados, mas deve saber como aculturar-se no 
grupo que deseja alcançar. Para conseguir isso, deve saber que o centro de toda 
cultura e seu gerador primário, é a COSMOVISÃO. 
Cosmovisão é o conjunto de princípios, símbolos e valores que um povo tem 
como verdades para a sua realidade. 
Esses valores, por sua vez, hão de gerar um conjunto de normas aceitas como 
condutas normais desse povo. A ilustração abaixo exemplifica isto: 
Certo missionário perguntou ao chefe de uma tribo africana se podia levar sua 
família para viver nessa aldeia. O chefe perguntou o motivo. Então o missionário lhe 
disse que tinha uma mensagem importante para o povo. 
– Qual a mensagem?-perguntou o chefe. 
– Eu lhe contarei a mensagem se permitir que minha família e eu vivamos com 
o seu povo durante dois anos.-respondeu o missionário. 
O chefe concordou. Nesses dois anos o missionário e sua família aprenderam a 
língua do povo, aprenderam a cultivar a terra, cozinhar, comer e comportar-se como 
o povo dessa aldeia. Por outro lado, todos observavam os estrangeiros com grande 
curiosidade, especialmente no princípio. Viam-nos orar. Percebiam como amavam 
os filhos e como faziam amigos entre o povo. 
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Passados os dois anos, a aldeia toda decidiu dar uma festa especial para que o 
missionário comunicasse a sua importante mensagem. O povo havia aprendido a 
amá-lo e a respeita-lo. Estava realmente desejoso de saber porque ele havia deixado 
sua própria terra para viver entre eles durante esses dois anos. 
Quando o missionário se levantou e começou a falar na língua do povo, todos 
ficaram atentos à verdade. Ele começou pelo princípio, exatamente como os anciãos 
faziam à noite, ao contarem suas histórias em volta das fogueiras. Contou-lhes a 
história de um homem especial enviado por Deus. Hora e meia mais tarde, o 
missionário acabou de apresentar sua mensagem, e ficou esperando que o chefe 
falasse, como de costume. O chefe fez algumas perguntas sobre os espíritos 
malignos para o missionário, o qual respondeu a cada uma delas usando a Palavra 
de Deus. O povo resolveu voltar na noite seguinte para ouvir mais. E assim foi por 
quatro noites consecutivas. No final da mensagem da quarta noite. O chefe se pôs 
se pé e declarou que queria seguir o modo de vida de Cristo. O chefe foi o primeiro a 
ser batizado. Em pouco tempo, a aldeia inteira aceitou “o modo de vida de Cristo”! 
O êxito deste missionário se deu porque ele conseguiu penetrar na cosmovisão 
do povo. Ou seja, ele construiu uma plataforma na mentalidade deste povo, de onde 
ele podia verdadeiramente falar e ser ouvido. E por causa do seu proceder todos os 
naturais chegaram a ser cristãos. 
Se o missionário tivesse começado a pregar logo assim que chegou, sem antes 
atravessar a “rede cultural”, ou seja, sem aculturar-se; sem entender qual era o 
conjunto de valores do povo, sem entrar na cosmovisão do povo, para aí então, 
compreender quais as normas de conduta deste povo e assim poder pregar o 
evangelho, ele não teria bem sucedido. Talvez depois desses dois anos ele tivesse 
apenas um pequeno grupo de convertidos, ou nenhum. 
Observe a figura abaixo: 
 
 
 
 
COSMOVISÃO 
 
 SISTEMA DE VALORES 
NORMAS DE CONDUTA 
 
A Cosmovisão de certo povo é a sua percepção básica de como as coisas são e 
de como chegaram a ser assim. 
A cosmovisão é o coração de uma cultura! 
B. Princípios de Aculturação. Através de bons princípios de aculturação o 
missionário transcultural, pode diminuir muito o choque cultural. No próximo 
ponto falaremos sobre este choque, agora vejamos alguns destes princípios de 
aculturação. 
Seguir as Normas de Conduta da Cultura Hóspede. Em geral, o processo de 
aculturação requer de 2 a 5 anos. Para o missionário, quanto mais tempo puder 
passar com o povo adotado, melhor. Quando um obreiro transcultural entre pela 
primeira vez noutra cultura, o faz no nível das “normas de conduta”. Sua 
compreensão do “sistema de valores” e da “cosmovisão” dessa cultura é mínima. 
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O missionário precisa aprender a comer, vestir, dormir, viajar, receber visitas e 
fazer muitas outras coisas exatamente como o povo da cultura local faz. Agindo da 
maneira do povo, logo o missionário compreenderá os valores em que se baseiam 
essas normas de conduta. Aprenderá não somente a compreendê-los, mas também 
ele próprio começará a adotar muitos desses valores, que começarão a ter sentido 
para ele. 
Quanto mais o missionário adotar as normas de conduta do povo, tanto mais 
se convencerão de que ele os respeita e se interessa por eles. 
Contribuirpara que o Evangelho Transforme a Cosmovisão do Povo. Não é 
suficiente mudanças apenas nas “normas de conduta” do povo. A pregação do 
Evangelho precisa atingir a sua “cosmovisão” e seu “sistema de valores”. Enquanto 
isso não acontecer, o Evangelho não terá penetrado realmente na sociedade. 
É possível o missionário conseguir persuadir algumas pessoas a se 
comportarem de acordo com o exemplo que lhes dá. Podem até ir à Igreja e 
participar das atividades cristãs, contudo, quando se encontram enfermas, ou 
atemorizadas por maus espíritos, recorrem à feitiçaria, ao espiritismo ou a outras 
atividades não cristãs. 
A esse tipo de conduta dá-se o nome de Sincretismo, que é uma mistura de 
Cristianismo com outras religiões. O povo inclui o Cristianismo em suas formas de 
culto, suas crenças religiosas; não o segue como o único caminho verdadeiro. 
A única maneira de vencer o sincretismo é fazer com que o Evangelho penetre 
na cosmovisão e no sistema de valores da sociedade. O povo precisa crer no 
Evangelho de tal maneira que alcancem uma perspectiva cristã e não mais 
pratiquem suas antigas formas de cultos e sacrifícios. 
Traçar o perfil dos Valores básicos da Cultura Hospedeira. Tendo 
aprendido a maior parte das normas de conduta da cultura que o hospeda, o 
missionário começará a entender os valores básicos do povo. Isto lhe dará um 
quadro mais claro de como comunicar o evangelho a esse povo. 
Julgar a Própria Conduta Social, Moral e Religiosa Segundo as Normas da 
Cultura Hospedeira. O missionário tem que evitar o Etnocentrismo a todo custo. 
Não deve julgar as normas de conduta da cultura local segundo suas normas 
culturais. Antes, deve aprender a ver sua própria conduta de acordo com o sentido 
que lhe dá, a cultura local. 
Aguardar o Momento Certo para Começar a Pregar. Um dos erros mais 
comuns que os missionários cometem é começar a pregar logo que chegam na cova 
cultura. 
Certo missionário enviado ao Japão, logo que chegou lá, contratou um 
intérprete e deu início a uma campanha de evangelização. Ao fazer o primeiro apelo 
no final do culto, todos levantaram as mãos indicando aceitar a Jesus. No segundo 
culto aconteceu o mesmo. O missionário concluiu que tanta gente estava se 
convertendo que não podia dar tempo à aprendizagem da língua japonesa. 
Pregou durante um ano inteiro através do mesmo intérprete antes de saber a 
verdade do fato. Cada vez que ele pedia que as pessoas que quisessem aceitar a 
Cristo levantassem as mãos, o intérprete simplesmente mandava que todos 
levantassem as mãos! De modo que os ouvintes levantavam as mãos não para 
aceitarem a Jesus, mas sim, para que o pregador não perdesse o prestígio e 
também porque o intérprete lhes dizia que o fizessem. 
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Podemos concluir que, enquanto o processo de aculturação não estiver bem 
avançado, o missionário não poderá comunicar a mensagem de maneira que o povo 
possa recebe-lo. 
4.5. Choque Cultural 
Se o missionário usar como seu “guia” os princípios e a estratégia de 
aculturação apresentadas no ponto anterior, ele conseguirá superar bem o choque 
cultural. 
O choque cultural é um sentimento de confusão e desorientação que a pessoa 
enfrenta quando se muda para outra cultura. 
A causa desse choque é exatamente a mudança de normas culturais. 
A intensidade do choque dependerá, da diferença entre a cultura de origem e a 
cultura hóspede do missionário. Dependerá também, da personalidade e do preparo 
do missionário. (Assunto do próximo ponto!). 
Já vimos o que é o choque cultural, sua causa e intensidade, agora veremos 
alguns sintomas deste choque. 
A. Sintomas do Choque Cultural. 
Sensação de Desorientação. É comum a pessoa sentir certo incômodo e certa 
sensação de desorientação, bem como ansiedade nervosa. Principalmente se ela não 
entende a língua local. 
Desejo de Isolar-se. Dada a dificuldade de comunicação com o natural, e a 
não possibilidade de se comunicar com pessoas de sua cultura, então surge uma 
vontade de ficar só. 
Comparação das Culturas. O iniciado constantemente nota diferenças entre a 
sua cultura e a que o hospeda deve cuidar-se para não se exceder em freqüentes 
comparações, pois as pessoas que o cerca podem se sentir ofendidas. 
Menosprezo pelas Normas Culturais. 
Sensação de Estar Preso. 
Sentimento de Hostilidade. 
Sensação de Autodesprezo. 
Sensação de Fracasso. 
Perda da Visão Espiritual. 
A lista de sintomas apresentada não é necessariamente progressiva. Mas é um 
conjunto de reações normais que ocorrem quando uma pessoa entra numa nova 
cultura. O missionário pode não sentir todos estes sintomas, nesta mesma 
seqüência e intensidade, mas certamente há de experimentar pelo menos um deles. 
Quanto mais o missionário transcultural compreender a cultura em questão e 
a tarefa que tem pela frente, menos será o efeito que o choque cultural terá sobre 
ele e sua família. 
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4.6. O Missionário Transcultural e o Seu Preparo 
O missionário transcultural precisa receber um treinamento específico antes 
de sair para o campo. Não significa o envio de alguém, sem que este alguém não 
tenha recebido um preparo (o mínimo que seja), nas seguintes áreas: 
A. Preparo Lingüístico. missionário precisa saber pelo menos, qual o idioma 
falado no seu “campo-alvo”. O ideal é que ele saiba falar antes mesmo da partida. E 
não apenas o idioma, mas também as peculiaridades da língua do país que vai 
trabalhar. 
Este preparo exige tempo, estudo e determinação; antes e depois da ida do 
missionário para o campo, pois ele não termina com a chegada do mesmo, pelo 
contrário, deve ser intensificado; porque o missionário vai precisar de um domínio 
completo da língua, bem como de uma boa fluência e também conhecimento de 
expressões idiomáticas e regionalismos (e neste caso, quanto mais ele souber, 
melhor). 
Quando se faz uma tradução de um idioma para outro, nem sempre há 
palavras correspondentes entre esses idiomas. O missionário que tem um bom 
conhecimento do idioma para o qual se faz a tradução, saberá, então, nesta 
ocasião: valer-se da “equivalência dinâmica” para poder transmitir a sua mensagem 
de maneira inteligível aos seus ouvintes. Por isso que o missionário necessita de um 
bom preparo lingüístico, para poder dar “contemporaneidade” à Bíblia, no país onde 
missiona. 
B. Preparo Teológico. Importante frisar, quando mencionamos “preparo 
teológico”, que não basta ao missionário, ter meros conhecimentos de conceitos 
sistemáticos da Bíblia e querer transporta-los de uma realidade para outra. É 
preciso que estes conceitos tenham correspondências práticas na vida de quem os 
ensina, especialmente no campo missionário; onde poderá haver circunstâncias que 
exigirão “provas” daquilo que se prega. Em outras palavras, o missionário deve viver 
o que prega e pregar o que vive. 
Toda boa teoria que não for aprovada, não passa de uma “boa teoria”. O 
ensino bíblico não pode ficar apenas no campo teórico. Se não for acompanhado de 
evidências terá pouco resultado. Leis Tg 1.22; etc. 
Não basta ao missionário ter conhecimento teológico. Este preparo deve 
reverstir-se da visão transcultural para que ele possa encontrar em cada etnia o 
instrumento próprio para aplicar os ensinos na vida do povo. Para o missionário 
ensinar as verdades bíblicas em outra cultura, ele precisa contar com o momento 
adequado e a estratégia certa. 
C. Preparo Transcultural. Costumes são mutáveis e diferem de uma região 
para a outra. O missionário precisa conhecer os costumas do povo que vai 
trabalhar,para que o choque cultural não gere efeitos negativos. 
Uma questão séria é a do vestuário. O quadro muda de país para país; e de 
região para região. O missionário precisa ter bastante equilíbrio para não exportar 
costumes de sua cultura para a do povo adotado; nem tão pouco quando retornar à 
sua pátria, importar costumes do campo onde missiona para i seu país de origem 
que sejam incompatíveis com o seu “modus vivendi”. 
A área de costumes inclui também, hábitos alimentares, ética à mesa, 
convivência familiar, etc; que diferem de uma cultura para a outra. 
Os costumes mudam, mas os princípios bíblicos são imutáveis. 
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4.7. Tipologia da Evangelização 
“Nosso mundo hoje, é muito mais complexo do que o mundo dos crentes da 
Igreja Primitiva. Atualmente há mais línguas, mas países, mais grupos étnicos do 
que quando a Igreja Primitiva foi tão eficaz na evangelização intercultural. Nessa 
época não era preciso passaporte, nem vistos, e o grego era um idioma comum 
falado por muita gente. Hoje, as distâncias entre as cidades, são muito maiores, 
tanto geográfica quanto culturalmente. Se desejamos ser “missionários” eficazes, 
devemos aprender tudo quanto podemos acerca das diferenças e de como superar 
as barreiras que se apresentam para uma comunicação eficaz do evangelho”. 
Buscando criar meios e estratégias para a evangelização mundial, o estadista 
de missões Ralf Winter (U.S. Center), criou um esquema com base nas distâncias 
culturais entre o missionário e seus ouvintes. 
“O homem precisa criar formas de controlar sua realidade para compreendê-la 
e modificá-la. Exemplo: Metro-Distância; Hora-Tempo.” Com Missões também é 
assim. 
É de grande valia para nós, compreender-mos o conceito de “Distância 
Cultural”; ou seja, o quanto uma cultura é “distante” (diferente) da outra! 
Ralf Winter separou a Evangelização em três etapas: E-0, E-1, E-2, E-3. 
A. E-0. Evangelização E-0, significa uma evangelização com barreira cultural 
0! Isto é, sem nenhuma distância cultural entre o emissor e o receptor. Isto ocorre 
quando um verdadeiro cristão ganha para Cristo “cristão nominais”. Neste caso não 
existem barreiras culturais, nem religiosas, nem geográfica, nem de tipo algum. 
B. E –1. Evangelização E-1 é ganhar para Cristo pessoas da própria cultura do 
evangelista, mas que ainda não “nasceram de novo”. Por exemplo, quando um 
crente pentecostal leva ao Senhor alguém de sua própria cultura que é católico 
romano. A cultura é igual, mas a religião é diferente. 
C. E-2. Evangelização E-2 é ganhar para Cristo pessoas que pertencem a 
culturas diferentes, mas similares à do evangelista. As culturas desses povos não 
são exatamente iguais, porém, podem ser bastante aproximadas, até o ponto de 
falarem a mesma língua materna. 
Temos dois exemplos bíblicos. O primeiro, são os samaritanos. Embora fossem 
à semelhança dos judeus, inclusive na língua, pois falavam o aramaico, contudo, 
havia profundos preconceitos históricos e culturais que eram verdadeiras barreiras, 
entre esses dois grupos étnicos, a ponto de não se comunicarem um com o outro 
(Jo 4). 
De maneira que, quando Filipe começou um avivamento entre os samaritanos, 
ele estava fazendo E-2! 
O segundo exemplo, é quando os judeus helenitas começaram a estabelecer 
igrejas entre os gregos (At. 19.20). Eles cruzaram uma barreira de grande 
preconceito religioso e racial para ganhar os gregos para Jesus, e o fizeram numa 
língua diferente da sua. 
A evangelização do tipo E-2 é uma evangelização intercultural. Quando a 
barreira idiomática ou a cultural, ou ambas, são suficientemente grandes que 
requeiram uma igreja em meio ao povo evangelizado, então temos uma 
evangelização intercultural. Uma grande parte da evangelização intercultural 
registrada na Bíblia é do tipo E-2. 
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D. E-3. Evangelização E-3 é ganhar para o Senhor, membros de uma cultura 
muito distante. Neste caso não existe nenhuma semelhança cultural entre o 
emissor e o receptor. Isto é, entre o evangelista e o povo evangelizado. 
O fator chave a ser considerado é a distância cultural. 
4.8. A Teoria do Evangelismo de Vizinhança 
Alguns pensam que a evangelização de certa parte do mundo é de 
responsabilidade única dos crentes dessas regiões. Os que assim pensam, não são 
favoráveis à evangelização do tipo E-3 (ou seja, não são favoráveis a missões 
transculturais!). Há até mesmo quem considera E-3 desnecessária. Isto porque 
acreditam (às vezes até inconscientemente) no pensamento conhecido como “teoria 
do evangelismo da vizinhança”. 
As pessoas que acreditam no evangelismo de vizinhança deduzem que, uma 
vez que há alguns crentes em determinada região do mundo, basta que estes 
“evangelizem seus vizinhos” (evangelização do tipo E-0 e E-1) uma vez que estão 
culturalmente próximos, assim, não se faz necessário o envio de missionários (para 
se fazer E-3!) e em pouco tempo o mundo todo terá sido evangelizado. Entretanto, 
estas pessoas se esquecem que para se fazer E-1 é necessário que antes se faça E-
3! Foi assim com Jesus. Ele realizou E-0, E-1 e também E-2 (no caso de Jo 4!), 
antes porém, realizou E-3, porque foi ENVIADO de um outro “País” e precisou 
aculturar-se à cultura judaica antes de começar a pregar o Evangelho! 
Como vimos anteriormente, o missionário precisa transpor uma barreira 
cultural, geográfica ou lingüística para poder ministrar o Evangelho. Foi 
exatamente isto que Jesus fez... é por esta razão que David Livingstone disse a frase 
que já citamos anteriormente, mas que vem a propósito: “Deus tinha um único filho 
e fez dele um missionário”. 
Seguindo estes padrões de evangelização, concluímos que se um evangelista 
sair fazendo E-1, em um determinado momento ele vai encontrar uma barreira (seja 
ela geográfica, cultural ou lingüística), ao transpor esta barreira estará fazendo E-2 
e mesmo E-3. Exemplificando: 
Suponhamos que eu queira divulgar o Evangelho em todo o mundo, mas sem 
sair da minha cidade natal, Juiz de Fora; sem fazer missões transculturais. Então, 
eu evangelizo o meu “vizinho” e dou-lhe a incumbência de ganhar o seu e de 
passar-lhe a mesma tarefa. Logo, logo teremos evangelizado todos os bairros de Juiz 
de Fora e o último “vizinho”, ganhou alguém do estado do Rio de Janeiro. E lá no 
Rio o evangelho foi passando de “vizinho a vizinho” até chegar em São Paulo, depois 
no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Até aqui só houve E-1. Então, o 
“vizinho” da última cidade do Rio Grande do Sul, que faz fronteira com o Uruguai, 
vai da mesma forma como foi feito até agora, tenta evangelizar o seu vizinho. Só que 
este seu “vizinho” uruguaio fala outra língua, tem outros costumes, enfim, tem 
outra cultura e pertence a outro grupo étnico, diferente do Brasil. Isto que dizer que 
o “vizinho” crente se deparou com uma barreira cultural, geográfica e lingüística. Se 
ele pretende realmente ganhar o uruguaio para Jesus, então terá de transpor estas 
barreiras e a única maneira é fazendo Missões Transculturais! (Neste caso E-2). 
Outro exemplo que pode ser dado é o caso da Igreja do Paquistão. É composta, 
na sua maioria, de ex-hindus, os quais não conseguem testemunhar para seus 
vizinhos muçulmanos (97%) geograficamente próximos, porém, muito distantes 
culturalmente. Neste caso também, o “evangelismo de vizinhança” não funciona. 
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Poderia ter citado ainda o caso de

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