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ponto_05_-_DIREITO_ECONÔMICO_E_DE_PROTEÇÃO_AO_CONSUMIDO R_E_FORMAÇÃO_HUMANISTICA

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PONTO 5
DIREITO ECONÔMICO E DE PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR: Ordem econômica internacional. Fases da integração econômica. GATT/OMC. Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Mercosul. Infrações ao comércio exterior. Instrumentos de defesa comercial.
ORDEM ECONÔMICA INTERNACIONAL
CONCEITO: É o conjunto de princípios, de regras e de práticas privadas ou públicas que regem e organizam as relações econômicas entre os operadores econômicos que integram a sociedade internacional (Estados, organizações internacionais e grupos transnacionais).
No plano jurídico, a ordem econômica internacional é objeto do direito internacional econômico, que visa regular a dinâmica e o desenvolvimento da economia internacional no campo macroeconômico, especificamente alguns temas como o comércio internacional, o investimento estrangeiro, o funcionamento do sistema financeiro internacional, o desenvolvimento, a moeda e a integração regional.
A atual ordem econômica internacional começou a ser estruturada em 1944 com os acordos firmados na Conferência de Bretton Woods. Nessa conferência foi idealizada uma ordem sustentada em três pilares:
1 - Fundo Monetário Internacional – FMI
2 – Banco Mundial – BIRD
3 – Organização Internacional do Comércio – OIC (esta ultima não chegou a sair do papel, mas o fracasso das negociações para a criação dessa organização deu origem às tratativas que levaram à conclusão do GATT em 1947)
Nas décadas de 60 e 70, emergiu a chamada “Nova Ordem Econômica Internacional” (NOEI) com o objetivo de lutar contra o subdesenvolvimento e proteger os países subdesenvolvidos nas relações econômicas internacionais. Os princípios da NOEI incluem:
Equidade;
Direito dos estados de deliberar soberanamente sobre seus sistemas econômicos e sociais;
Cooperação para o desenvolvimento;
Maior abertura de possibilidade de acesso à tecnologia pelos países subdesenvolvidos;
O controle dos investimentos estrangeiros;
Os ideais da NOEI perderam força a partir do fortalecimento do pensamento neoliberal na década de 90 que pregava a diminuição de barreiras para o fluxo internacional de bens, valores e serviços, a desregulamentação do mercado e a redução da intervenção do Estado na economia.
No quadro atual, a ordem econômica internacional caracteriza-se por uma maior interdependência entre seus atores e pela redução do poder dos Estados para decidir soberanamente as suas políticas econômicas, que estão sujeitas às influências e exigências do mercado internacional.
De todo modo, as recentes crises financeiras internacionais evidenciaram que os Estados ainda podem e devem exercer um papel relevante na regulação da ordem econômica internacional. 
PRINCIPAIS ORGANISMOS QUE ATUAM NA ORDEM ECONÔMICA INTERNACIONAL:
OCDE – tem por objetivo contribuir para o crescimento sustentável da economia mundial e estimular o comércio;
FMI – visa promover o funcionamento harmonioso do sistema monetário e financeiro internacional e oferecer assistência financeira aos estados;
BIRD – oferece assistência para o desenvolvimento por meio de auxílio financeiro e de projetos de coordenação;
BID - oferece assistência para o desenvolvimento por meio de auxílio financeiro e de projetos de coordenação, mas apenas nas Américas;
ONU - promover debates e deliberar sobre temas de interesse econômico da comunidade internacional;
UNCTAD – conduzir debates e ações sobre desenvolvimento, com ênfase nos países subdesenvolvidos
2) FASES DA INTEGRAÇÃO ECONÔMICA
Após a II Guerra Mundial observa-se o fenômeno da substituição gradativa da autotutela e do conceito fechado e clássico de soberania pelos conceitos de segurança coletiva. O isolacionismo estatal e o individualismo dão lugar à integração, bem como à cooperação entre as nações com o fim de se alcançar objetivos comuns e pacíficos. 
Além disso, nos dias atuais mais do que nunca, os desafios da globalização precisam ser encarados com medidas conjuntas, integradas, que fortalecem as economias internas.
Integração, nesse contexto, pode ser definida como um processo de mudança social voluntária por meio do qual as nações se associam e adotam estratégias de ação conjunta para solução de problemas e para realização de interesses e objetivos comuns.
Num primeiro momento, a integração aparece sob o aspecto econômico e comercial, com expectativa de sua evolução atingir também aspectos sociais e políticos, com vantagens para as populações envolvidas.
BLOCOS – CONCEITO: são mecanismos criados e formados por Estados soberanos que conferem uns aos outros certas vantagens no âmbito das relações que mantêm entre si, especialmente, mas nem sempre exclusivamente, no campo econômico-social. São o resultado da integração caracterizadora da sociedade internacional.
FASES DE INTEGRAÇÃO – REGRA ZUMUU
1. Z – ZONA DE LIVRE COMÉRCIO OU ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO: são extintos os direitos alfandegários, bem como outras formas de restrição comercial, com intuito de aumentar a circular dos produtos a circulação dos produtos decorrentes dos estados partes, intensificando o comércio intrabloco. Alguns produtos podem ser excluídos das regras de livre circulação a critério dos integrantes do bloco em consenso.
2. U – UNIÃO ADUANEIRA – ideia de tarifa externa comum. Além do livre comércio, esta fase prevê a adoção pelos seus membros das mesmas tarifas e da mesma política comercial para o comércio de produtos originários de fora da região que compõe o bloco econômico. OBS: O MERCOSUL hoje é uma união aduaneira tida como incompleta.
3. M – MERCADO COMUM – alem das duas fases anteriores, caracteriza-se pela livre circulação de todos os fatores de produção, chamada de 5 liberdades básicas (bens, mão de obra, serviços, capitais e concorrência). OBS: O objetivo do MERCOSUL é atingir esta fase de integração, embora ainda não tenha alcançado.
4. U – UNIÃO ECONÔMICA E MONETÁRIA – nesta fase o bloco estabelece a criação de uma moeda única emitida por um banco central independente. É o caso da União Europeia.
5. U – UNIÃO POLÍTICA – há um único governo supranacional e a instituição de uma constituição única, podendo levar a formação de uma confederação de Estados. Ainda não há nenhum bloco nesta fase de integração.
3) GATT/OMC – O SISTEMA MULTILATERAL DE COMÉRCIO
GATT (General Agreement on Trade and Tariffs – acordo geral sobre tarifas aduaneiras e comércio)
O acordo original foi assinado em 1947, após o fracasso na criação da OIC. Era um tratado tanto sobre a regulação do comércio internacional, quanto à estruturação do organismo encarregado de implementar suas normas.
Esse acordo foi substituído pelo chamado GATT 1994 que manteve o texto originário, mas introduziu significativas mudanças em seu teor. Já a entidade GATT foi substituído pela OMC – Organização Mundial do Comércio.
O objetivo inicial do GATT era estimular o comércio internacional por meio da liberdade no campo comercial, principalmente no incentivo à redução das barreiras alfandegárias e não alfandegárias. Sua premissa básica é a progressiva liberdade de circulação e o caráter excepcional das barreiras.
A regulamentação do comércio internacional por um tratado multilateral fez-se necessária após a II Guerra Mundial. Planejava-se criar, juntamente com o Fundo Monetário Internacional – FMI e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD, a Organização Internacional do Comércio – OIC. Esta, entretanto, não logrou o êxito almejado, sendo os assuntos relativos ao comércio exterior tratados no âmbito do "Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio", também conhecido por GATT, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1948.
A sigla GATT consiste na abreviação da expressão inglesa "General Agreement on Tariffs and Trade" (Acordo Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio) utilizada para designar a organização internacional concebida em 1947 e que, até 1995, quando da criação da Organização Mundial do Comércio – OMC, conduziu uma série de acordos multilateraisdestinados a reduzir os obstáculos ao intercâmbio internacional e fomentar relações comerciais mutuamente vantajosas a todos os seus membros.
Observando-se as circunstâncias de sua criação, percebe-se que, inicialmente, o GATT seria apenas uma parte das regras a respeito do comércio internacional, criado pela Carta de Havana como primeiro passo viabilizador da OIC. Entretanto, como a OIC não se tornou realidade, o GATT perdurou no tempo para suprir-lhe as vezes, entrando em vigor através do "Protocolo de Aplicação Provisória", em meados de 1948, com 23 países subscritores.
Esses organismos internacionais estão, hoje, encarregados de promover o desenvolvimento econômico e social dos países pobres e, ao mesmo tempo, garantir que o livre comércio não seja restringido na busca desse desiderato. Os acordos promovidos pelo GATT, e após 1995 pela OMC, objetivam precipuamente disciplinar as práticas comerciais internacionais de molde a evitar o nefando recrudescimento do protecionismo.
O processo de liberalização comercial resulta, certamente, em maiores oportunidades de crescimento econômico, em virtude da maior competitividade alcançada por significativa parcela dos meios de produção. Em contrapartida, a existência de um sistema de defesa comercial eficaz, ágil e transparente é condição sine qua non para a manutenção de uma economia aberta, pois evita que os produtores domésticos afetados pela concorrência desleal de alguns produtos importados pressionem por medidas de proteção incompatíveis com as regras da OMC. Além disso, um sistema assim constituído garante a sustentabilidade das medidas adotadas, viabilizando a defesa daqueles que estejam efetivamente sendo prejudicados por importações objeto de prática desleais, tais como o dumping, ou beneficiadas por subsídios.
OMC - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO
É uma organização internacional com personalidade jurídica própria, órgãos permanentes e estados membros. Tem sede em Genebra, Suíça.
A OMC é parte do Sistema das Nações Unidas, mas é entidade autônoma, a exemplo da FAO e da UNESCO.
O objetivo principal da OMC é promover o livre comércio e contribuir para o maior desenvolvimento mundial. Ela é competente para combater o protecionismo e as barreiras alfandegárias e não alfandegárias (como cotas e restrições quantitativas em geral).
O principal instrumento jurídico da OMC é o chamado GATT 94.
Há previsões excepcionais para fundamentar as restrições ao livre comércio em algumas situações, conforme art. 12, 14 e 18 do GATT 1994:
Quando há necessidade de proteção da saúde e da vida das pessoas;
Para garantia da preservação dos recursos naturais esgotáveis em geral;
Para resguardar tesouros nacionais de valor artístico, histórico ou arqueológico;
Medidas especiais voltadas aos países em desenvolvimento
Salvaguardas temporárias para Estados em grave crise em seu balanço de pagamentos ou quando o aumento das importações cause significativos danos à economia local.
O tratado também permite a criação de blocos regionais (art. 24) 
Princípios que regem o sistema multilateral de comércio:
Não discriminação: todo o benefício concedido por um Estado a outro deve ser estendido a terceiros – “cláusula da nação mais favorecida”.
Tratamento nacional: proíbe-se que seja dado tratamento diferenciado entre os produtos nacionais e importados, dificultando sua comercialização;
Transparência ou publicidade das políticas e ações relativas ao comércio internacional;
Não reciprocidade: os países desenvolvidos não devem esperar que os países em desenvolvimento assumam obrigações incompatíveis com as peculiaridades de sua economia e suas necessidades de desenvolvimento.
Single undertaking: não é possível aderir a apenas parte dos acordos internacionais de comércio
In dubio pro mitius na aplicação dos tratados comerciais – diante de um termo ambíguo, deve se privilegiar o sentido que implique menor ônus para as partes ou que menos imponha limites na sua esfera de poderes. 
Estrutura institucional e funcionamento da OMC
Conferência Ministerial: principal órgão; formado por representantes de todos os estados membros da organização (geralmente ministros de comércio ou de relações exteriores); reúne-se pelo menos uma vez a cada 02 anos para tomada das decisões mais importantes da entidade.
Conselho Geral: principal órgão executivo; também é formado por representantes de todos os estados membros da organização (geralmente embaixadores acreditados em Genebra); o Conselho inclui: a) um Órgão de Revisão de Política Comercial que é competente para examinar a conformidade das ações comerciais dos estados com os acordos internacionais e para velar pela eficácia dos tratados em matéria comercial; b) um Órgão de Solução de Controvérsias para resolução de conflitos acerca das normas internacionais internacionais; c) órgãos setoriais (Conselho de Comércio de Mercadorias; Conselho de Comércio de Serviços; Conselho de Direitos de Propriedade Intelectual).
Secretariado: órgão administrativo chefiado pelo Diretor-Geral
Solução de Controvérsias
Primeira etapa é o mecanismo de consultas: visa determinar precisamente a questão a ser esclarecida. Pode envolver apenas os estados em litígio.
Se não houver solução, pode ser estabelecido grupo especial, mais conhecido como painel, formado por especialistas independentes. O resultado pode ser um relatório com recomendações cabíveis dirigido ao Órgão de Solução de Controvérsias que pode ou não adotá-lo.
IMPORTANTE: no antigo GATT o veto de 01 estado poderia impedir a aplicação da decisão do painel. Na OMC a não implementação dessa decisão depende de veto de todos os membros da organização.
O sistema de solução de controvérsias também inclui um Órgão Permanente de Apelação. É composto por 07 especialistas, embora apenas 03 atuem em cada caso. A apelação deve se limitar a questões de direito. O relatório final também ao Órgão de Solução de Controvérsias que poderá adotá-lo ou não (neste caso somente pelo consenso dos seus membro).
Acordos Comerciais (GATT, GATS, TRIPS, TRIMS, SPS e TBT)
GATT – é um acordo quadro que apresenta alguns princípios gerais orientadores do desenvolvimento do comércio internacional (Não discriminação, tratamento nacional, cláusula geral da nação mais favorecida, publicidade). No tocante à subsídios ou subvenções, o GATT estabelece que essas medidas devem ser limitadas para evitar distorções no comércio internacional.
GATS – visa regulamentar o comércio internacional de serviços.
TRIPS - visa estabelecer padrões internacionais mínimos para a proteção da propriedade intelectual. É possível que países de menor desenvolvimento se beneficiem de prazos mais dilatados para início do cumprimento de obrigações estabelecidas no TRIPS. Para o Brasil, esse acordo passou a valer em 01/01/2000.
TRIMS – visa regular a relação entre o comércio internacional e o investimento (apenas investimentos relacionados com o comércio de bens). Pretende facilitar o fluxo de investimentos no mundo.
SPS – reconhece o direito de estados estabelecerem regras de caráter sanitário e fitossanitário, mas visa evitar que essas restrições configurem obstáculo desnecessário ao comércio internacional ou discriminação arbitrária ou injustificada entre os Estados. 
 TBT - reconhece o direito de estados estabelecerem requisitos de caráter técnico e de processos de certificação e de aprovação de mercadorias de outros países poderem ingressar no mercado interno.
antecedentes remotos:
(o sonho do Libertador Simon Bolívar - (panamericanismo, movimento incentivado pelos Estados Unidos no final do século XIX e que visava a cooperação entre os Estados americanos » OEA (1948)
antecedentes próximos:
(ALALC – Tratado de Montevidéu de 1960 -plena liberalização, em um curto prazo de 12 anos, do comércio de bens na região.
(Em 1975 o Sistema Econômico Latino-Americano (SELA), entidade integrada por todos os países latino-americanos e voltada paraa discussão de mecanismos de integração e desenvolvimento regional. 
(ALADI - fracasso da ALALC foi celebrado novo tratado de Montevidéu (1980) entre Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, criando a Associação Latino-Americana de integração (ALADI) 
("Declaração de Iguaçu" – 1985 - fins econômicos e políticos – Sarney e Alfonsín)
(1986, celebrou-se a "Ata de Integração Brasil-Argentina", consagrando os princípios fundamentais do "Programa de Integração e Cooperação Argentina-Brasil" (PICAB). 
(Brasil e Argentina (1988): "Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento", (espaço econômico comum por meio da abertura seletiva dos mercados brasileiro e argentino 
(o Acordo de Complementação Econômica nº 14, da ALADI (1º de janeiro de 1991) - (“facilitar a criação das condições necessárias ao estabelecimento de um mercado comum entre os países signatários” 
(26 de março de 1991, por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai o "Tratado de Assunção para Constituição do Mercado Comum do Sul".
	-Membros associados: Chile e Bolívia
	-Membro permanente: Venezuela (em fase de ratificação)
 	(entrou em vigor em 29 de novembro de 1991
	-objetivo final, a constituição de um mercado comum 
	-Desenvolvimento e justiça social 
(natureza jurídica do tratado de assunção: tratado internacional que está no bojo jurídico da ALADI. Estabelecimento do marco: o objetivo final é o estabelecimento de um mercado comum.
características iniciais do Mercosul: não há Direito Comunitário do Cone Sul. Não há o efeito direto e a aplicabilidade imediata. É necessária a incorporação da norma mercosulina no Direito Interno.
	(salvo: (se já houver norma interna
		 (se for da economia doméstica do Mercosul [se não houver impacto local]
	(não há superioridade normativa ipso iure. 
		-Brasil: artigo 4º, parágrafo único
		-Não aceito pelo STF.
	(os elementos intergovernamentais preponderam: todas as decisões são realizadas por consenso (não há decisão por maioria)e os órgãos decisórios são compostos por representantes dos Estados. (Não há órgão independente dos Estados) 
(Único “grau de supranacionalidade”: solução de controvérsia e independência dos árbitros do Tribunal ad hoc e do Tribunal Permanente de Revisão
(não existe organização internacional pura – os Estados indicam seus representantes, adotam medidas para a incorporação, decisão feita por consenso, subordinação ao controle jurídico realizado por órgão do MERCOSUL.
	(as normas são obrigatórias: é possível que o Estado em mora seja processado perante o sistema de controvérsias. Caso não cumpra os laudos arbitrais, pode sofrer medidas compensatórias
	(Mercosul hoje: -Estágio da União Aduaneira (Tarifa Externa Comum); -Alargamento: Venezuela
MERCOSUL – união aduaneira que não está totalmente implementada. A base dela é a adoção de uma tarifa externa comum – TEC, porém existem inúmeras exceções o que faz a considerar como uma união aduaneira incompleta.
-o tratado constitutivo do MERCOSUL indica que o objetivo de longo prazo é atingir um mercado comum. [também há previsão expressa quanto à harmonização legislativa]
(o trabalho de integração do MERCOSUL é mais complicado que o da UNIão EUROPEIA, na UE havia uma complementariedade das economias, no MERCOSUL isso não ocorrem, a grande maioria das exportações é de produtos primários.
PRINCÍPIOS
1)OBRIGATORIEDADE - os tratados celebrados tem natureza obrigatório para os estados membros.
-conseqüências:
a)partes das normas do MERCOSUL devem ser incorporadas pelos Estados partes. - obrigam a incorporar internamente parte das disposições.
b)se algum dos estados partes quiser deixar o MERCOSUL ele deverá denunciar o tratado e continuará obrigado por dois anos. [os tratados são cogentes entre as partes
2)IGUALDADE-igualdade relacionado aos direitos e deveres dos estados.
-existe uma heterogeneidade entre as economias dos países integrantes do grupo. Nesse sentido existe a possibilidade de tratamento benéfico em relação a alguns dos integrantes, como por exemplo a existência de um prazo maior para a implementação de algumas medidas. [situação denominada de diferenças pontuais de ritmos] [tratamento diferente entre os desiguais]
3)PARIDADE – paridade tributária com o produto nacional. O produto oriundo de um do estado deve ser tratado de forma paritária 
4)PRESERVAÇÃO-outras instituições com objetivos de integração semelhantes não foram abandonadas. O MERCOSUL reconhece essas instituições. A preservação da aladi que é um processo de integração mais antivo [ALALC; ALADI]
5)ABERTURA-os estados que são membros da aladi podem aderir ao MERCOSUL. Foi o que aconteceu com a Venezuela. Tratado de assunção é aberto a integração de estados que sejam membros da aladi.
6)DURAÇÃO-o MERCOSUL tem prazo indeterminado no tempo. 
7)CONSENSO-as decisões no âmbito do MERCOSUL são tomadas por consenso (UNANIMIDADE). Todos os órgão integrantes do MERCOSUL funcionam dessa maneira.
NATUREZA JURÍDICA MERCOSUL é um orgão intergovernamental, e não supranacional.
(órgão que não absorveu parte da soberania dos integrantes, estes conservam toda a sua soberania, por isso que o consenso deve ser repetido. A UE é entidade supranacional, absorve parte da soberania dos seus integrantes, não exige unanimidade.
-por força do protocolo de ouro preto – o MERCOSUL é pessoa jurídica de direito internacional público.
fontes do Direito do Mercosul:
(Tratado de Assunção (1991) - deu origem ao MERCOSUL. Lançou ainda estrutura provisória, já superada,
-Princípios de gradualidade, flexibilidade e equilíbrio" 
(gradualidade indica a consecução de um mercado comum por etapas sucessivas, 
(flexibilidade visa possibilitar a manutenção de exceções ao regime geral de integração 
(Equilíbrio orienta a ponderação dos benefícios da integração com eventuais danos a setores econômicos 
(protocolo de brasília(1991) – [revogado]não está mais em vigor, foi substituído pelo Protocolo de Olivos. -tratava do procedimento para solução de controvérsia. [negociação, mediação e arbitragem]
(PROTOCOLO DE LAS LEÑAS – [1.992]-protocolo que versa sobre cooperação judiciária dentro do MERCOSUL.
(PROTOCOLO DE BUENOS AIRES – [1.994]-outro protocolo da área jurídica. Trata de um tema mais específico: trata especificamente do exercício da jurisdição em matéria de contratos internacionais de comércio.
(PROTOCOLO DE MED CAUTELARES – [1.994]-protocolo que trata da concessão e execução das medidas cautelares pelas autoridades jurisdicionais dos estados-parte.
(Protocolo de Ouro Preto (1994) -foi este tratado que deu Personalidade jurídica do bloco. -Estrutura definitiva do Mercosul
(PROTOCOLO DE FORTALEZA – [1.996] - trata da defesa da concorrência no MERCOSUL.-está em desuso. Os estados parte não têm recorrido ao protocolo de fortaleza. [a argentina tem uma enorme resistência à sua adoção prática]
(PROTOCOLO DE URSHUAIA – [1.998]-trata do compromisso democrático do MERCOSUL. Instrumento de extrema importância política dentro do processo de integração. Os estados-parte entendem que é sua obrigação a conservação do estado democrático. 
(Protocolo de Olivos (2004): sistema de solução de controvérsias
(Também são fontes:
 	DECISÕES
 	RESOLUÇÕES
	DIRETIVAS
órgãos do Mercosul:
-o Tratado de Assunção estabeleceu:
	(Conselho do Mercado Comum (CMC);
	(Grupo do Mercado Comum (GMC);
	(Secretaria Executiva do GMC;
	(Subgrupos de Trabalho;
 	(Comissão Parlamentar Conjunta. 
-O Protocolo de Ouro Preto manteve essa estrutura inicial, criando:
	(Comissão de Comércio do Mercosul (CCM)
	(Foro Consultivo Econômico Social (FCES) 
(Conselho do Mercado Comum([órgão com capacidade decisória] -órgão superior do Mercosul, responsável pelas decisões fundamentais.
-composição: Ministros das Relações Exteriores e pelos Ministrosda Economia, ou seus equivalentes, dos Estados Partes 
-manifestação: se manifesta por atos oficiais denominados por decisões. 
-Adota decisões por consenso.
-Presidência do Conselho: [presidência rotativa] é exercida alternadamente por cada Estado-membro por um período de 6 meses. a estrutura administrativa utilizada será aquele própria do Estado que está exercendo a presidência.
-atribuição: 	(condução política do processo de integração;
 		(tomada de decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo Tratado de Assunção e para lograr a constituição final do mercado comum.
-órgãos auxiliares:
	a)Comissão de Representantes Permanentes 
	b)Reuniões de Ministros 
(Grupo Mercado Comum e os Subgrupos de Trabalho([órgão com capacidade decisória]	-órgão executivo do Mercosul e função co-legislativa do GMC, em apoio ao Conselho Mercado Comum 
-manifestação: se manifesta por atos oficiais denominados de resoluções. 
-é formado por quatro membros titulares e quatro membros alternos por país, designados pelos respectivos Governos, dentre os quais devem constar necessariamente representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, dos Ministérios da Economia (ou equivalentes) e dos Bancos Centrais. 
-Papel no sistema de solução de controvérsias.
(Comissão de Comércio( [órgão com capacidade decisória] - braço administrativo especializado nas questões de integração comercial. [também é um órgão executivo] -assistir o Grupo Mercado Comum e, em especial, velar pela aplicação dos instrumentos de política comercial comum acordados pelos Estados Partes para o funcionamento da união aduaneira. É a "guardiã da política comercial comum" do bloco.
-manifestação: se manifesta por atos oficiais denominados de diretrizes/diretivas.
-Papel no sistema de solução de controvérsias
(Comissão Parlamentar Conjunta(-EXTINTA- tinha como função, acelerar os procedimentos internos em cada país necessários para a entrada em vigor da normatividade secundária emanada dos órgãos decisórios do Mercosul 
	-16 por Estado
	-Acordo Institucional CMC-CPC: Conselho Mercado Comum compromete-se a consultar previamente a Comissão Parlamentar Conjunta sobre as matérias que requerem aprovação legislativa para sua incorporação aos ordenamentos jurídicos nacionais 
( PARLAMENTO DO MERCOSUL ( substitui a comissão parlamentar conjunta. É composto por representantes dos legislativos dos estados integrantes.
-manifestação: emitem Regulamentações.
-a pretensão é que este órgão governe o MERCOSUL. [mas para isso deve deixar de ser uma entidade intergovernamental.
1) Fundamento normativo - Decisão 23/05 - PROTOCOLO MERCOSUL; 	-Brasil - DECRETO Nº 6.105,DE 30 DE ABRIL DE 2007 
2) Características básicas -O Parlamento substituiu à Comissão Parlamentar Conjunta. 
	-O Parlamento será integrado por representantes eleitos por sufrágio universal, direto e secreto
	-será um órgão unicameral.
	-Sessão de instalação: 14/12/2006 em Brasília . 
	-Sua constituição será feita em ETAPAS. 
3) ETAPAS
	1ª etapa - 31 de dezembro de 2006 e 31 de dezembro de 2010.  
	 	(composição: 18 Parlamentares por cada Estado Parte; 
 		(eleição: Parlamentos domésticos
	2ª etapa: 1º de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2014.  
		(o critério de representação cidadã 
		(Decisão do Conselho do Mercado Comum, por proposta do Parlamento - Tal Decisão deverá ser aprovada até 31 de dezembro de 2007. 
		(eleição (Final da 2ª etapa): eleição direta dos parlamentares no “Dia do Mercosul Cidadão”– 2014
	3ª Etapa: 2015 em diante: Parlamento estabelecido
4) São propósitos do Parlamento:
	1. Representar os povos do MERCOSUL, respeitando sua pluralidade ideológica e política.
	2.   Assumir a promoção e defesa permanente da democracia, da liberdade e da paz. 
	3. Promover o desenvolvimento sustentável da região com justiça social e respeito à diversidade cultural de suas populações.
	4. Garantir a participação dos atores da sociedade civil no processo de integração.
	5. Estimular a formação de uma consciência coletiva de valores cidadãos e comunitários para a integração.
	6. Contribuir para consolidar a integração latino-americana mediante o aprofundamento e ampliação do MERCOSUL.
	7. Promover a solidariedade e a cooperação regional e internacional.
5) O Parlamento terá as seguintes competências: 
	1. Velar, no âmbito de sua competência, pela observância das normas do MERCOSUL. 
	2. Velar pela preservação do regime democrático nos Estados Partes, 
	3. Elaborar e publicar anualmente um relatório sobre a situação dos direitos humanos nos Estados Partes, levando em conta os princípios e as normas do MERCOSUL. 
	4. Efetuar pedidos de informações ou opiniões por escrito aos órgãos decisórios e consultivos do MERCOSUL (respondidos no prazo máximo de 180 dias.
	5. Convidar representantes dos órgãos do MERCOSUL, para informar e/ou avaliar o desenvolvimento do processo de integração,. 
	6. Receber da Presidencia do Mercosul relatório sobre as atividades realizadas durante dito período. 
	7. Receber da Presidencia do Mercosul programa de trabalho acordado, com os objetivos e prioridades previstos para o semestre. 
	8. Realizar reuniões semestrais com o Foro Consultivo Econômico-Social a fim de intercambiar informações e opiniões. 
	9. Organizar reuniões públicas,
	10. Receber, examinar e se for o caso encaminhar aos órgãos decisórios petições de qualquer particular, sejam pessoas físicas ou jurídicas, dos Estados Partes, relacionadas com atos ou omissões dos órgãos do MERCOSUL. 
	11. Emitir declarações, recomendações e relatórios sobre questões vinculadas ao desenvolvimento do processo de integração, por iniciativa própria ou por solicitação de outros órgãos do MERCOSUL.  
	12. Solicitar opinião consultiva ao TPR
6) Competência relativa ao processo de incorporação de normas Mercosulinas - pareceres sobre todos os projetos de normas do MERCOSUL que requeiram aprovação legislativa em um ou vários Estados Partes, em um prazo de noventa dias (90) a contar da data da consulta. 
-norma do MERCOSUL for aprovado pelo órgão decisório, de acordo com os termos do parecer do Parlamento, a norma deverá ser enviada pelo Poder Executivo nacional ao Parlamento, dentro do prazo de 45 dias, contados a partir da sua aprovação.  
-norma aprovada não estiver em de acordo com o parecer do Parlamento» seguirá o trâmite ordinário de incorporação. 
-os Parlamentos nacionais devem criar procedimento preferencial para normas com parecer favorável do Parlamento do Mercosul. 
-O prazo máximo de duração do procedimento previsto no parágrafo precedente, não excederá cento oitenta (180) dias corridos, contados a partir do ingresso da norma no respectivo Parlamento nacional.  
7) Competência de proposição e fiscalização - Propor projetos de normas do MERCOSUL para Conselho do Mercado Comum
-Elaborar anteprojetos de normas nacionais, para harmonização das legislações nacionais para apreciação dos Parlamentos domésitcos
-Desenvolver ações e trabalhos conjuntos com os Parlamentos nacionais, a fim de assegurar o cumprimento dos objetivos do MERCOSUL,
-Receber dentro do primeiro semestre de cada ano um relatório sobre a execução do orçamento da Secretaria do MERCOSUL do ano anterior. 
8)Aspectos pontuais
	-Denominação: “Parlamentares”
	-mandato comum de 4 anos e poderão ser reeleitos. 
	-Os candidatos a Parlamentares deverão cumprir com os requisitos exigidos para ser deputado nacional
	-O exercício do cargo de Parlamentar é incompatível com o desempenho de mandato ou cargo legislativo ou executivo nos Estados Partes, assim como com o desempenho de cargos nos demais órgãos do MERCOSUL.
	-Sede: Montevidéu. 
(Foro Consultivo Econômico-Social( - participam representantes da sociedade civil (trabalhadores e empregadores). Seu Plenário é composto por 36 delegados dos quatropaíses 
	-Déficit democrático
	-Aproximar a sociedade do Mercosul intergovernamental
	-Consultivo – Recomendação não vinculante
-manifestação: emitem recomendações.
(Secretaria Administrativa e a nova Secretaria Técnica(sede em Montevidéu. É encarregado da documentação, arquivo e apoio burocrático 
secretaria do MERCOSUL – SAM - -antes era denominada de secretaria administrativa do MERCOSUL – SAM. Ela é o arquivo do MERCOSUL. Ela que arquiva e faz a publicação das normas. [emite o boletim – como diário oficial]
	-ela que prove a logística necessária para os demais órgãos funcionarem.
	-onde estão registrados os árbitros do MERCOSUL.
	-desenvolve um papel de apoio, mas um papel que é essencial.
(tribunal administrativo laboral - TAL( - serve para apreciar os pedidos dos próprios funcionários do MERCOSUL. [demandas dos próprios funcionários] [existência de um tribunal próprio para solução das questões internas]
(TRIBUNAL PERMANENTE DE REVISÃO( 5 árbitros
	-Sede: Assunção
	-Rever laudos arbitrais
	-Emitir opiniões consultivas
INCORPORAÇÃO DA NORMATIVA- procedimento de internalização das normas do MERCOSUL.
-CMC DEC 23/2000 (faz parte do processo de “RELANÇAMENTO do mercosul” – mercosul passa por uma crise)
(decisão que previu que as normas que necessitassem de internalização deveriam entrar em vigor simultaneamente em todo o território. [sincronia]
-a internalização das normas vai depender de atividade dos legislativos de cada um dos estados. Cada vez que o estado internaliza a norma deverá comunicar a secretaria do mercosul, quando o último fizer a comunicação a norma entra em vigor em todos eles. A secretaria centraliza esse procedimento. Embora a norma seja adotada em momento diferentes ela so entra em vigor quando todos internalizá-la, entrará em vigor simultaneamente.
 	
RECLAMAÇÕES DE PARTICULARES sistema de solução de controvérsias entre os particulares. Admite-se que particulares ingressem com suas reclamações.
-quando um particular se sente lesado na aplicação do próprio direito do MERCOSUL poderá deduzir reclamação perante a comissão de comércio do MERCOSUL - CCM. CCM possui uma espécie de escritório em cada um dos Estados denominado de sessão nacional da CCM. É perante a sua sessão nacional que o particular poderá demandar.
-a idéia é que a resolução ocorra na própria CCM. Haverá a convocação de peritos para tentar resolver internamente. Se tal solução não ocorrer a reclamação será levado ao Grupo mercado Comum.
-para o GMM resolver depende de consenso dos integrantes. Se não houver o consenso será instaura o procedimento arbitral.
-primeiro se tenta resolver no âmbito administrativo da ccm e da gmm, se não for obtido sucesso tem início o processo de arbitragem.
(SESSÃO NACIONAL DA CCM (ARBITRAGEM
processo decisório do Mercosul:
-Normas que devem ser incorporadas
(Só serão válidas quando o último Estado incorporá-las e a Secretaria Administrativa notificar os demais e correr prazo de 30 dias
(Outro recurso: tratados internacionais sob a égide do Mercosul
	-Acordo de Extradição do Mercosul
	-Protocolo de Fortaleza etc. 
(e o prazo máximo para incorporar? (Não há
-Medidas paliativas
(três Decisões do Conselho Mercado Comum (CMC) sobre a incorporação de normas do Mercosul, a saber: Decisão 23/00, Decisão 22/02 e Decisão 22/04.
(Pregam análise técnica anterior, contato com a CPC e agora Parlamento
(Estabeleceu-se prazo de 40 dias para as medidas de incorporação que dependam somente do Poder Executivo
(Ex. Portarias da Receita Federal etc. 
sistema de solução de controvérsias:Três fases: (Anexo III do Tratado de Assunção, Protocolo de Brasília e a atual, Protocolo de Olivos
(Anexo III do Tratado de Assunção( - sistema provisório de solução de controvérsias baseado em três etapas: os litígios entre Estados referentes ao cumprimento do Tratado deveriam ser solucionados inicialmente por negociações diretas; após, caso as negociações fossem infrutíferas, o litígio poderia ser adjudicado ao GMC, que poderia consultar especialistas. Por fim, caso o litígio não fosse solucionado, o Conselho Mercado Comum (CMC) deveria ser provocado. Não houve menção ao que deveria ser feito caso não houvesse consenso no CMC sobre o litígio em questão. 
(Protocolo de Brasília( -Revogado-Sistema arbitral
(Protocolo de Olivos (2004)(-controvérsias que surjam entre os Estados do bloco sobre a interpretação, a aplicação ou descumprimento do Tratado de Assunção, do Protocolo de Ouro Preto, dos demais Protocolos e Acordos celebrados no marco do Tratado de Assunção, bem como da normatividade derivada 
-normas aplicáveis, além do Direito da Integração do Mercosul (normas originárias e derivadas), há a menção aos "princípios e disposições de Direito Internacional aplicáveis à matéria" (art.34)
("opção de foro" 
(Sem prejuízo, os Estados partes na controvérsia poderão, de comum acordo, definir o foro 
(Ou usar outro. Exemplo: sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio 
(cabe ao Estado titular do direito lesado definir o melhor mecanismo para a proteção de seus interesses 
etapas da solução de controvérsia:
(1ª etapa [obrigatória]: negociações diretas 
	(Prazo máximo de 15 dias
(2ª Etapa: opcional - mediação feita por órgão do bloco, o Grupo Mercado Comum (GMC), com o apoio de especialistas. (Sua solução é adotada pelas partes caso queiram…
(3ª Etapa - Solução arbitral - procedimento arbitral tramitará ante um Tribunal Ad Hoc composto de 3 árbitros (um de cada nacionalidade) 
(terceiro árbitro (que será o Presidente) será designado por comum acordo entre os Estados litigantes ou, na inocorrência de acordo, por sorteio promovido pela Secretaria entre os árbitros constantes da lista registrada de terceiros árbitros 
(em quinze dias, recurso de revisão do laudo ao Tribunal Permanente de Revisão 
-TPR:(5 árbitros, sendo que cada Estado indica um árbitro por mandato de 2 anos 
(O quinto árbitro é designado por um período de três anos (não renovável), por unanimidade dos Estados Partes entre os nomes constantes de lista própria, ou, na inexistência de consenso, por sorteio a ser realizado pela Secretaria do Mercosu 
(controvérsias entre dois Estados: só atuam três árbitros
duplo grau de jurisdição:
(Só questões jurídicas.
(Laudo do TPR substitui o laudo a quo.
(Recurso? Só o de esclarecimento
(dois recursos de revisão:	 (Caso dos pneus remoldados
	(Caso da interrupção das rotas (guerra das papeleiras)
(E se o Estado faltoso não cumprir o laudo arbitral? Medidas compensatórias são autorizadas, preferencialmente no mesmo setor. [é possível que a medida compensatória seja em área diversa]
 	-Cabe recurso contra o excesso eventual das medidas
PROTOCOLO DE OLIVOS
-ALTERNATIVIDADE – OMC -os estados parte do MERCOSUL também integram a OMC. A regra é que a controvérsia pode ser levada a um dos dois órgãos (OMC ou MERCOSUL). Existe alternatividade (prévia).
-uma vez instaurada a controvérsia o foro se torna exclusivo.
-NEGOCIAÇÕES-arbitragem não é instalada diretamente, sempre existirá uma fase prévia obrigatória de negociação.
-essas negociações podem ser facultativamente mediadas pelo GMM (grupo mercado comum). [o que é obrigatório é que elas negociem, a mediação será opcional]
-se as negociações não surtirem efeito ou será instalado arbitragem ad hoc ou a controvérsia será levada ao tribunal permanente de revisão. [na verdade funciona como instância única]
(diferença dos caminhos
Arbitragem ad hoc – árbitros analisam todos os aspectos de fato e de direito podendo decidir por equidade(direito do MERCOSUL). Será possível recurso da decisão para o tribunal permanente de revisão, mas a análise somente analisar a questão de direito, e nunca de fato, so se conhece de matéria jurídica. [se a decisão for por equidade o recurso estará comprometido]
-se for diretamentepara o tribunal permanente de revisão – caminho é mais rápido.
-ARBITRAGEM AD HOC
-TRIBUNAL PERMANENTE DE VER
	(sede é em Assunção.
-LAUDOS
-em 30 dias o laudo se torna de observância obrigatória. O Tribunal não pode executar suas decisões (não pode aplicar sanções pelo não cumprimento). [obs.: nenhum tribunal arbitral tem poder de executar suas decisões, o poder de império é algo próprio do Estado]
(efeito prático da decisão: dá ao estado prejudicado o direito de aplicar medidas compensatórias em face do vencido. Uma retaliação legal, reconhecida no âmbito do MERCOSUL. [essa é a mesma sistemática utilizada no âmbito da OMC]
(no atual estágio de integração a solução não poderia ser diferente. Somente quando se atingir status de órgão supranacional é que seria possível se vislumbrar outros tipos de instrumentos de coerção.
PROTOCOLO DE BUENOS AIRES
 	-trata de competência em relação aos contratos comerciais internacionais.
 	
 	-o foro competente será aquele eleito, desde que não tenha acontecido abuso ou fraude.
 		(FORO DE ELEIÇÃO, desde que não abusivo.
 	-foros alternativos, se não houve eleição:
 		(FORO DO CUMPRIMENTO
 		(FORO DO DEMANDADO
 		(FORO DO DEMANDANTE, desde que prove que cumpriu sua parte no contrato.
 	-PRORROGAÇÃO de competência: aceitação. A prorrogação de foro exige que o demandado aceite expressamente (deve ser aceitação expressa). Diferente do que ocorre no âmbito interno, onde bastará a omissão. (aceitação tácita). 
PROTOCOLO DE fortaleza
 	-criou o comitê de defesa da concorrÊncia;
 		(está inserido dentro da comissão de comércio (que por sua vez se encontra dentro da da estrutura do grupo mercado comum.
 	
-serve para apurar e aplicar sanções no caso de infrações ocorridas no âmbito do MERCOSUL.
 	-infrações: atos individuais ou em grupo que possam restringir a concorrência ou constituir-se em um abuso de posição dominante. [o protocolo de fortaleza teve como origem a legislação brasileira, por isso a semelhança com a lei de defesa da concorrência (na legislação interna existe ainda a figura do aumento arbitrário do lucro)]
 	-comitê só tem atuação repressiva.
 	 	(diferente da legislação interna, que ainda preve atuação preventiva e repressiva.
 	-sanções aplicáveis:
 		(multa [sanções de natureza pecuniária]
 		(Proibição de financiamentos públicos
 		(Proibição de participar de licitações
 		(Proibição de receber vantagens tributárias do grupo
 	-o comitê tem competência para decidir e impor a sanção, quem executa é a autoridade nacional. A autoridade nacional é que vai executar os trâmites para executar a multa. As próprias autoridade internas é que executam. [justificativa: o MERCOSUL é órgão intergovernamental, deve ser respeitada a soberania de cada país]
INFRAÇÕES AO COMÉRCIO EXTERIOR. INSTRUMENTOS DE DEFESA COMERCIAL
A globalização é um fenômeno cujos reflexos são nitidamente sentidos tanto na seara jurídica, quanto nas mais variadas áreas do conhecimento humano, reclamando de todos __teóricos e práticos__ a adoção de novas perspectivas compatíveis com as mudanças hodiernamente observadas.
A primeira dificuldade em lidar com a idéia de globalização consiste na variedade de significados que têm sido atribuídos ao mesmo fenômeno. Essa variedade é explicável, em parte, porque esse é um processo cujo impacto se faz sentir em diversas áreas e, apesar dos benefícios por ele trazidos, inegáveis são os conflitos oriundos da sua intensificação, notadamente nas relações comerciais exteriores, as quais passaram a compreender novos mecanismos e instrumentos.
Especificamente no campo do Comércio Exterior, a globalização produziu efeitos positivos e negativos, como são exemplos as práticas comerciais desleais, que comprometem a produtividade e o bom desempenho do conjunto das empresas, levando muitas delas à falência.
Dentre as práticas comerciais desleais, podem ser citados o dumping e o subsídio. 
Subsídios
Algumas vezes a exportação de um produto se dá por um baixo preço por razão de uma intervenção estatal que, concedendo certos benefícios, acaba diminuindo o preço dos produtos. Nesse caso, não devemos falar em prática de dumping, mas sim em concessão de subsídios, que possui contornos próprios. 
Os subsídios representam, em última análise, considerando o teor do Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias (ASMC), a concessão de vantagens por meio de uma contribuição governamental, envolvendo o repasse direto de fundos ou de obrigações, a transferência de mercadorias ou de serviços feita pelo próprio Estado, ou em seu nome, além daqueles que compõem a infraestrutura geral. Estão também neste conceito os incentivos fiscais, renúncias de receitas públicas ou qualquer forma de sustentação ao preço do produto. 
Os subsídios podem ser classificados de três formas distintas: proibidos, recorríveis e irrecorríveis. Os subsídios não recorríveis são aqueles permitidos pelo Acordo de subsídios e medidas compensatórias (ASMC), pois não restringem, nem geram distorções no comércio internacional. Nessa categoria, estão abrangidos tanto os subsídios gerais, tais como gastos com educação ou infraestrutura, como subsídios específicos que sejam concedidos para auxiliar pesquisas, ajudar determinadas regiões ou ainda auxiliar processo de adaptação ambiental. Neste último caso, os subsídios devem ser limitados a 20% dos custos da adaptação. 
Os subsídios recorríveis são aqueles que podem gerar efeitos desfavoráveis a outro país, como danos a produção nacional, anulação de vantagens já consolidadas ou mesmo quaisquer prejuízos graves aos interesses de outro país membro da OMC.
Por fim, os subsídios proibidos estão vinculados ao desempenho exportador do país e ao incentivo no uso de mercadorias nacionais, em detrimento das mercadorias importadas. Como já diz o próprio título, tais subsídios não podem ser usados pelos países membros da OMC (ASMC - art. 3º, § 2º), porquanto representam, a princípio, uma distorção do comércio internacional. 
Dumping
O dumping foi definido como prática desleal de comércio internacional pelo acordo do GATT em 1947 e, hoje, pelo Código Antidumping da OMC, tem seus efeitos minimizados. Contudo, a complexidade técnica que reveste suas matérias tem inibido as incursões dos doutrinadores pátrios que, até a presente data, pouco abordaram a temática, deixando firmar-se a falsa compreensão de tratar-se de algo distante e estranho à realidade brasileira. 
O Direito enquanto norma visa disciplinar uma situação fática já existente e a estabelecer os parâmetros dentro dos quais certas atividades podem ser licitamente exercidas. O sistema antidumping, então, surgiu com o intuito de combater uma prática internacional classificada como desleal.
Conceito: 
O dumping implica a exportação de uma mercadoria para outro país por um preço abaixo do "valor normal", entendendo-se como tal um preço inferior ao custo de produção do bem ou então inferior àquele praticado internamente no país exportador. 
Essa situação gera inúmeras distorções na economia do país importador, podendo levar à ruína empresas já ali instaladas ou impedir que outras mais estabeleçam firmas em seu território. À evidência, em se perpetuando tal sorte de acontecimentos, o padrão de vida das pessoas que habitam o país lesado será abruptamente reduzido, seja em função da extinção de empresas e postos de trabalho, seja em virtude da artificial redução dos preços das mercadorias.
Conhecedor dessa realidade e tendo em vista impedir o recrudescimento protecionista das legislações aduaneiras dos países, o GATT regulamentou o dumping. Registre-se, todavia, que tal atitude, incentivada pelas principais nações integrantes do Comércio Internacional, não fora motivada pelo altruístico sentimento de se evitar o "laissez faire, laissez passer" na seara internacional e todas as danosas conseqüências advindas de sua prática. Ao contrário, a disciplina do dumping peloartigo VI do GATT 1947 tem por escopo evitar que medidas antidumping sejam adotadas de forma tão discricionária que findem por inviabilizar o livre comércio entre as nações.
Ao contrário do que em primeira análise pode inferir-se, o fenômeno do dumping é bastante antigo, sendo deveras difícil estabelecer-se quando a questão surgiu originariamente. Parece mesmo ser o dumping inerente à própria competição, havendo relatos de sua prática por produtores americanos já nas últimas décadas do século XIX. A primeira lei de repressão ao dumping é, contudo, oriunda do Canadá, e data de 1904, resultante da preocupação daquele país com a ação de grandes companhias, cuja atuação revelava-se ruinosa para suas indústrias.
Alguns economistas, contudo, defendem a tese de que medidas antidumping nada mais são do que uma retórica do protecionismo contemporâneo, capaz de proteger indústrias ineficientes face a competição exterior. Entendemos, no entanto, ser o liberalismo econômico perfeitamente compatível aos mecanismos disciplinadores de seu exercício, uma vez que, consoante acentua Guillermo Borda, "o homem moderno já não mais aceita o dogma no sentido de que seja justo tudo que seja livre".
A promulgação no Brasil do Decreto n.º 93.941, de 16 de janeiro de 1987, e a regulamentação, através do Decreto n.º 1.602, de 23 de agosto de 1995, das normas que disciplinam internamente as matérias do "Acordo Relativo à Implementação do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio – GATT", estabelecendo os procedimentos administrativos concernentes à aplicação das medidas antidumping, tornam oportuno o estudo de tais matérias, facilitando sua definição e análise, auxiliando os juristas brasileiros em seu manuseio.
GATT – Acordo Geral de Tarifas e Comércio
ARTIGO VI
DIREITOS "ANTI-DUMPING" E DE COMPENSAÇÃO
1. As Partes Contratantes reconhecem que o "dumping" que introduz produtos de um país no comércio de outro país por valor abaixo do normal, é condenado se causa ou ameaça causar prejuízo material a uma indústria estabelecida no território de uma Parte Contratante ou retarda, sensivelmente o estabelecimento de uma indústria nacional. Para os efeitos deste Artigo, considera-se que um produto exportado de um país para outro se introduz no comércio de um país importador, a preço abaixo do normal, se o preço desse produto:
a) é inferior ao preço comparável que se pede, nas condições normais de comércio, pelo produto similar que se destina ao consumo no país exportador; ou b) na ausência desse preço nacional, é inferior:
I) ao preço comparável mais alto do produto similar destinado à exportação para qualquer terceiro país, no curso normal de comércio; ou II) ao custo de produção no país de origem, mais um acréscimo razoável para as despesas de venda e o lucro.
Em cada caso, levar-se-ão na devida conta as diferenças nas condições de venda, as diferenças de tributação e outras diferenças que influam na comparabilidade dos preços.
2. Com o fim de neutralizar ou impedir "dumping" a Parte Contratante poderá cobrar sobre o produto, objeto de um "dumping" um direito "anti-dumping" que não exceda a margem de "dumping" relativa a esse produto. Para os efeitos deste Artigo, a margem de "dumping" é a diferença de preço determinada de acordo com os dispositivos do parágrafo 1.
3. Nenhum direito de compensação será cobrado de qualquer produto proveniente do território de uma Parte Contratante importado por outra Parte Contratante, que exceda a importância estimada do prêmio ou subsídio que, segundo se sabe foi concedido direta ou indiretamente à manufatura, produção ou exportação desse produto no país de origem ou de exportação, inclusive qualquer subsídio especial para o transporte de um produto determinado. A expressão "direito de compensação" significa um direito especial cobrado com o fim de neutralizar qualquer prêmio ou subvenção concedidos, direta ou indiretamente à manufatura, produção ou exportação de qualquer mercadoria.
4. Nenhum produto do território de qualquer Parte Contratante importado no de outra Parte Contratante, e será sujeito a direitos "anti-dumping" e a direitos de compensação, em virtude de ser esse produto isentado de direitos ou tributos que recaem sobre o produto similar, quando se destina ao consumo no país de origem ou exportação, ou em virtude de serem restituídos esses direitos ou tributos.
5. Nenhum produto do território de uma Parte Contratante importado no de outra Parte Contratante, estará sujeito ao mesmo tempo, a direitos "anti-dumping" e a direitos de compensação, a fim de contrabalançar a mesma situação decorrente de "dumping" ou de subsídios à exportação.
6. (a) Nenhuma Parte Contratante perceberá direitos "anti-dumping" ou direitos de compensação à importação de um produto do território de uma outra Parte Contratante, a menos que ela determine que os efeitos do “dumping” ou da subvenção, segundo o caso, é tal que cause ou ameace causar um prejuízo importante a uma produção nacional estabelecida, ou que retarde sensivelmente a criação de um ramo da produção nacional.
(b) As Partes Contratantes poderão, por derrogação das prescrições da alínea (a) do presente parágrafo, autorizar uma Parte Contratante a perceber um direito “anti-dumping” ou um direito compensador à importação de qualquer produto a fim de compensar um “dumping” ou uma subvenção que cause ou ameace causar um prejuízo importante a um ramo da produção no território de uma Parte Contratante que exporta o produto em causa destinado ao território da Parte Contratante importadora. As Partes Contratantes, por derrogação das prescrições da alínea (a) do presente parágrafo, autorizarão a percepção de um direito compensador nos casos em que elas constatem que uma subvenção cause ou ameace causar um prejuízo importante a uma produção de uma outra Parte Contratante que exporte o produto em questão para o território da parte importadora.
(c) Contudo, em circunstâncias excepcionais em que qualquer atraso poderia resultar em um prejuízo dificilmente reparável, uma Parte Contratante, poderá perceber sem a aprovação prévia das Partes Contratantes, um direito compensador nos fins previstos na alínea (b) do presente parágrafo, sob reserva de que a Parte Contratante comunique imediatamente esta medida às Partes Contratantes e que o direito compensador seja suprimido prontamente se as
Partes Contratantes desaprovarem a sua aplicação.
7. Presumir-se que um sistema destinado a estabilizar o preço nacional ou os lucros dos produtores nacionais de um produto de base, independentemente dos movimentos dos preços de exportação resultando, por vezes na venda do produto de base a preço inferior ao preço comparável da mercadoria similar, pedido aos compradores do mercado interno, não causa prejuízo substancial no sentido do parágrafo 6º, se se decide mediante consulta entre as Partes Contratantes substancialmente interessadas no produto em causa:
(a) que o sistema tem resultado, também na venda desse produto para exportação a preço mais alto que o preço comparável do produto similar, pedido aos compradores, no mercad interno, e
(b) que o sistema funciona, seja por causa da regulação eficaz da produção ou por outro motivo, de modo que não estimula, indevidamente, exportações, nem traz outros prejuízos sérios aos interesses de outras Partes Contratantes.
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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, órgão integrante do Ministério da Justiça, já definiu dumping como a temporária e artificial redução de preços para oferta de bens e serviços por preços abaixo daqueles vigentes no mercado (eventualmente abaixo do custo), provocando oscilações em detrimento do concorrente e subseqüente elevação no exercício de especulação abusiva.
Desta feita, o dumping representa uma prática perniciosa ao comércio normal, não se restringindo meramenteà venda de produtos abaixo do preço de custo. Consoante caracterização de Luiz Gastão Paes de Barros Leães, faz-se mister a existência de dois elementos para configurá-lo, quais sejam: a redução de preços, seguida de elevação com vistas ao exercício de especulação abusiva; e o intuito de eliminar a concorrência e criar monopólios.
Enquanto prática comercial ilícita, o dumping, assim como todas as demais condutas desviantes, também é passível de punição, dando ensejo sua prática à adoção de medidas antidumping por parte do país lesado. Entretanto, "a prática do dumping, por si só, não pode ser suficiente para a imposição dos direitos antidumping, ainda que possa resultar algum prejuízo para a indústria nacional; é preciso que tal prática seja implementada por atos concretos e que tenha como resultado a eliminação ou restrição à concorrência, à dominação do mercado ou ao aumento arbitrário dos lucros".
Hoje, é aceita a existência de dois tipos de dumping, a saber: o condenável ou predatório, que causa ou ameaça causar dano relevante a uma indústria doméstica, e o não-condenável ou episódico, não gerador da especificada conseqüência. Em determinadas circunstâncias, a venda de um produto em um país por um preço inferior àquele praticado no país exportador ou ao seu custo de produção, não enseja ou ameaça ensejar dano às indústrias da nação importadora, isto porque o volume ou a periodicidade das exportações com a prática de dumping não são suficientemente significativas.
Constata-se, destarte, que nem sempre o dumping é passível de punição nos termos do GATT, sendo reprovável apenas quando ele causa dano a uma indústria estabelecida no território de uma das partes contratantes ou retarda o estabelecimento da indústria local, sendo prejudicial por: 1) eliminar ou ao menos reduzir a concorrência, seja local, seja de outras empresas internacionais; e 2) criar obstáculos ao surgimento de novas empresas, devendo, por esta razão, ser prontamente combatido.
O dumping predatório consiste, assim, numa estratégia de monopolização de mercados, na medida em que a empresa exportadora deprime os preços internacionais de um bem com o objetivo precípuo de eliminar seus produtores-concorrentes já instalados no país importador. Isto posto, enquanto os produtores-concorrentes não forem eliminados, os preços de venda na exportação persistirão, mas no momento em que essa competição injusta eliminar a concorrência, a empresa passará a elevar os preços com os quais vinha exportando.
Natureza Jurídica 
A natureza jurídica das medidas antidumping tem suscitado inúmeras divergências doutrinárias, sendo a matéria, hoje, considerada sob três pontos de vista, a saber: as que lhe atribuem a natureza de tributo; as que as definem como uma típica sanção decorrente da prática de um ato ilícito; e as que lhe atribuem natureza de norma de acesso ao mercado interno de um dado país.
No plano internacional essa discussão está superada, uma vez que os acordos que versam sobre dumping claramente referem-se às suas medidas punitivas como "antidumping duties", expressão que, traduzida literalmente, implica a idéia de tarifa ou imposto, o que demonstra a sua incontestável natureza tributária.
José Roberto Pernomian Rodrigues (Rodrigues, 1999, p. 241), em sua tese de doutorado, defende que histórica e normativamente as medidas antidumping possuem natureza de tributo, porém, no Brasil, o Código Tributário Nacional não nos permite assimilar tal compreensão, uma vez que dispõe em seu art. 3º ser tributo "toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa vinculada".
Facilmente depreendemos que as medidas antidumping não podem ser classificadas como tributos na medida em que estes não podem ter como fato gerador um ato ilícito. O dumping, como dito alhures, consiste numa prática comercial desleal, assim caracterizada tanto em âmbito interno, quanto internacional. Os diversos decretos e leis que internamente disciplinam o dumping não deixam pairar dúvidas sobre a natureza ilícita de sua prática.
O dumping punível, ou seja, aquele que causa ou ameaça causar dano a indústria doméstica ou retarda o estabelecimento de uma empresa na economia interna, tem sempre por objetivo a dominação de mercados, sendo o "dolo" a característica ensejadora de sua reprovabilidade.
Enquanto que o tributo tem por finalidade precípua arrecadar recursos para os cofres públicos no intuito de implementar políticas públicas e satisfazer as necessidades da população, a aplicação de medidas antidumping é determinada por outra sorte de fatores, qual seja o de reprimir uma prática cuja permanência pode trazer sérios prejuízos ao parque industrial nacional e, por conseguinte, aos que dele retiram seu sustento.
Se tivermos em mente a ilicitude da prática do dumping, ser-nos-á fácil enfrentar a natureza jurídica das medidas antidumping. O acordo originário instituidor do GATT fez alusão ao dumping em seu artigo VI, porém, haja vista a complexidade do tema, este mesmo artigo foi objeto de posterior acordo multilateral, denominado de "Acordo de Implementação do Artigo VI do GATT", também conhecido por Código Antidumping, que veio lançar luzes no meio de tantas controvérsias que inquietavam a Comunidade Internacional. Nos termos deste Código, o dumping é assim discriminado:
"Art. 2. Determinação de Dumping
§1º Para os fins deste Acordo, um produto é objeto de dumping, isto é, introduzido no mercado de outro país a preço inferior ao seu valor normal, se o preço de exportação do produto, quando exportado de um país para outro, for inferior ao preço comparável, praticado no curso de operações comerciais normais, de um produto similar destinado ao consumo no país exportador."(10)
Hoje é pacífico o entendimento do dumping como uma prática ilícita. No Brasil, contudo, em virtude da noção de tributo defluir de definição legal, as medidas antidumping não podem ser enquadradas como tal, uma vez que a nossa legislação exclui expressamente do âmbito tributário as prestações pecuniárias compulsórias que constituam sanção por ato ilícito, de que é exemplo o direito antidumping.
Se as medidas antidumping não podem ser caracterizadas como tributos, teriam elas natureza de sanção? Mais uma vez temos de opinar pela negativa. A própria noção de sanção nos é bastante elucidativa e não nos permite chegar a essa conclusão.
Com efeito, sanção é uma medida coercitiva prevista pelo ordenamento jurídico e tem como premissa maior para sua aplicação a existência de uma conduta considerada indevida e reprovável. No intuito de coibi-la, o ordenamento jurídico institui punições, sanções de ordem civil, penal ou administrativa que objetivam a cessação da conduta desviante. O próprio Miguel Reale, ao discorrer sobre o tema, já ilustrava que "sanção é toda conseqüência que se agrega, intencionalmente, a uma norma, visando ao seu cumprimento obrigatório" (Reale, 1994, p. 260).
Com o dumping, entretanto, isto não ocorre, uma vez que a aplicação de medidas antidumping permite, diferentemente do que se dá com a sanção, que o produto continue a ser exportado, desde que seja paga a sobretaxa de importação determinada pelas autoridades locais do país supostamente lesado. Além do mais, a facultatividade na aplicação dos direitos antidumping elide qualquer possibilidade de se configurá-los como sanção, uma vez que esta, observada a ocorrência da conduta ilícita, é aplicada sem qualquer juízo discricionário.
A tese de doutoramento de Aquiles Augusto Varanda foi a primeira no país a versar sobre dumping e afirma que "o direito antidumping, sem dúvida, é sanção, ou seja, medida tendente a assegurar a execução de regra de direito, especificamente da regra de direito que torna condenável o dumping que causa dano ou que ameaça causar dano a um ramo de produção nacional. Quando o exportador deixa de observar a regra que veda a prática dodumping condenável, surge a coação ou sanção física na forma do direito antidumping, que é sanção que se concretiza pelo recurso à força que lhe empresta um órgão, nos limites e de conformidade com os fins do Direito" (Varanda, 1987, p. 142).
Contudo, Tércio Sampaio Ferraz Júnior rebate tal pensamento afirmando: "É evidente que ao ato ilícito não pode corresponder a aplicação de uma sanção facultativa, o que desde logo afasta a possibilidade de se caracterizar os direitos antidumping e compensatórios como sanções por atos ilícitos, já que se está diante de atuação discricionária do Poder Público" (Ferraz Júnior et al., 1994, p. 94).
Acreditamos que a caracterização das medidas antidumping como sanção não procede, seja pela discricionariedade de sua aplicação, seja porque sua finalidade precípua não é punir ou impedir que as importações se realizem, mas sim que o dano à indústria doméstica seja elidido. Neste norte, afirmam J.F. Beseler e a N. Williams que: "medidas antidumping e compensatórias visam mais a remover o dano sofrido pela indústria doméstica do que a arrecadar divisas ou penalizar exportadores por sua prática de preços no passado" (11) (apud Ferraz Júnior et al., 1994, p. 94).
Outrossim, somos da opinião que, diante da impossibilidade de caracterizar as medidas antidumping como tributo ou sanção, há de se tomá-las como norma de acesso ao mercado interno, as quais deverão ser obedecidas como pressuposto ao ingresso de determinada mercadoria no país importador. Ressalte-se, contudo, que este pensamento aplica-se quase que exclusivamente ao Brasil, uma vez que os demais países subscritores dos acordos do GATT não encontraram qualquer empecilho em suas legislações internas que impossibilitasse a tradução literal de "duty" como "obrigação de natureza tarifária".
Finalmente, a imposição de direitos antidumping não constitui tributo ou pena imposta ao importador, tratando-se, sim, de uma imposição para-tarifária de direito econômico internacional, fruto do direito convencional que, ao ser regulamentada pelo direito interno, entrou em conflito com a mesma compreensão da matéria no direito tributário brasileiro. Todavia, a imposição de direitos antidumping visa a restabelecer o equilíbrio de competitividade rompido pelas práticas desleais de comércio.
Podem, ainda, ser categorizado o dumping nos seguintes termos:
A) ato ilícito: que pode ser conceituado como aquele contrário à ordem jurídica e por ela reprovado, que importa uma sanção para o seu autor, em razão dos danos causados. No Código Civil de 2002, tal conceito é sintetizado nos artigos 186 e 187 representando, em suma, uma conduta que viola um dever pré-existente, previsto no direito objetivo, bem como o direito subjetivo de outrem, causando dano a este e fazendo surgir a obrigação de reparar os danos causados. Enquadrando-se como ilícita a conduta, a contrariedade ao direito e o prejuízo.
B) O abuso do poder econômico: que representa “toda ação ou manobra do empresário ou de seu representante legal que, dominando o mercado e a concorrência tenha por objetivo a obtenção de lucros excessivos, causando danos”. Tratando-se de um abuso anormal, ilegítimo e que deve ser reprimido e, para isso, deve objetivar a dominação dos mercados, a eliminação da concorrência ou o aumento arbitrário dos lucros, nos termos do artigo 173, § 4º da Constituição Federal. É certo que a própria Lei 12.529/11, que estabelece o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e reprime os abusos do poder econômico afasta, no artigo 119, o dumping da sua regência, o que corrobora a sua não submissão a tal categoria jurídica.
Lembre-se que, embora possa caracterizar, assim como os subsídios, prática de concorrência desleal, não constitui infração á ordem econômica. O direito da concorrência visa à proteção do mercado e, em última instância, dos consumidores. A imposição de medidas antidumping e de medidas compensatórias (dumping e subsídios, respectivamente) tem como objetivo a proteção da indústria doméstica, mesmo que esta proteção implique redução da concorrência (com o arrefecimento das importações). 
C) Fato econômico jurídico de direito internacional econômico: trata-se de um fato capaz de criar, extinguir ou modificar direitos, que produz efeitos na economia, sendo submetido ao direito econômico e legitimando a intervenção estatal. Este comportamento encontra fundamento em normas de direito internacional econômico e autoriza a intervenção estatal para a tomada de medidas antidumping, tendo como intuito o de proteger a eficiência produtiva da indústria nacional.
2.2.3) Tipos de DUMPING :
a) O DUMPING monopolista ou predatório: é aquele que existe uma grande probabilidade de o exportador gerar uma situação de dominação, às vezes permanente, no país importador, no longo prazo. As conseqüências são terríveis, pois resultam na destruição da economia doméstica ao mesmo tempo em que há elevação nos preços e redução na oferta dos produtos no mercado doméstico. Este tipo de dumping não traz nenhuma vantagem ao país importador e, por isso, deve ser combatido.
b) O DUMPING não monopolista: é a pratica que possui baixa probabilidade de que haja a formação de uma situação em que o mercado do país importador seja dominado. Este resulta na ampliação da concorrência no mercado do país importador, no longo prazo, fato vantajoso do ponto de vista dos consumidores deste país, muito embora não seja para os produtores, pois há uma tendência de queda no lucro dos empresários.
c) DUMPING não intencional é o dumping praticado quando há influência de fatores externos, geralmente de curta duração, ocorridos na economia. Essa prática é proveniente de uma resposta da empresa a uma eventualidade. Este tipo de dumping se enquadra no monopolista, pois mesmo que exista um monopólio a curto prazo, ele não conseguiria se sustentar. Então quando o efeito do dumping acabar, o mercado volta a trabalhar da forma que trabalhava antes.
d) O DUMPING intencional ocorre quando se pratica o dumping devido a um planejamento estratégico. Pode durar temporariamente ou não.
e) O DUMPING discriminador acontece geralmente quando o excedente do consumidor eleva-se de forma permanente, pois mais consumidores do país importador passam a ter acesso ao produto a preços menores. No concernente ao excedente do produtor do país de origem, este também aumenta, pois, caso contrário, a empresa não escolheria pela discriminação.
f) O DUMPING estratégico ocorre quando a empresa do país de origem precisa de economia de escala na sua produção, o que poderia fazê-lo exportando, e tem, ao mesmo tempo, incentivo à exportação. Neste caso ela ocorre não por razões de mercado, mas pelo fato de a empresa precisar expandir seu mercado e haver alguma política comercial que favoreça esta expansão via exportação a um preço relativo menor. Neste caso nenhuma medida antidumping deveria ser implementada, a não ser que o dumping estratégico seja também um comportamento predatório.
g) O DUMPING estatal ocorre quando uma empresa estatal de um país que, de moeda não conversível, exporta bens com o objetivo de ter acesso a uma divisa forte. Neste caso, como os preços no país de origem, seja porque não há taxa de câmbio, seja porque os preços do país de origem não são ditados pelas regras de mercado, a constatação do dumping pode ser feita comparando-se com a venda do produto em questão em uma outra região ou até mesmo por um custo cheio estimado. Cabe ressaltar que este tipo de dumping pode não ser a melhor forma de maximizar a obtenção de divisas. Este também é um caso de discriminação de preços. Neste caso a causa é a obtenção de divisas para o financiamento de suas exportações. Também aqui nenhuma medida antidumping deveria ser implementada, a não ser que o dumping estatal esteja tendo um comportamento predatório.
h) DUMPING social  que consiste quando os baixos preços dos bens resultam do fato das empresas produtoras estarem instaladas em países onde não são cumpridos osdireitos humanos mais elementares, assim como direitos dos trabalhadores internacionalmente reconhecidos, nomeadamente aqueles que estão previstos pela OIT – organização internacional do trabalho - pelo que os custos sociais da mão-de-obra são extremamente baixos permitindo conseqüentemente uma descida artificial dos preços produzidos em condições laborais ilegítimas e que vão contra a dignidade humana.
i) Dumping Ambiental quando os baixos preços dos bens resultam do fato das empresas estarem instaladas em países cuja legislação não exige o cumprimento de normas de defesa do ambiente, nem seguem os habituais padrões de qualidade do ambiente existentes nos países desenvolvidos, pelo que tais empresas economizam custos ao não efetuarem investimentos no domínio ambiental a que estariam obrigadas se estivessem instaladas em países desenvolvidos.
OBS: Podemos dizer que tanto o dumping social como o dumping ambiental constitui as razões mais fortes para a transferência das instalações empresariais de um país onde os direitos dos trabalhadores, a qualidade de vida e o ambiente são mais bem salvaguardados para outros países onde tal não acontece. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA - REGIME JURÍDICO DA MAGISTRATURA NACIONAL: CARREIRAS, INGRESSO, PROMOÇÕES, REMOÇÕES. DIREITOS E DEVERES FUNCIONAIS DA MAGISTRATURA. CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA NACIONAL.
1. Regime jurídico da magistratura nacional: carreiras, ingresso, promoções, remoções
1. O Estatuto da Magistratura
O que o estatuto da magistratura? A CR/88 estabeleceu que o regime jurídico da magistratura será definido pelo estatuto da magistratura. Esse estatuto da magistratura vai substituir a LOMAM. Hoje o regime jurídico da magistratura é disciplinado pela LOMAM à luz da CR. Várias foram as disposições constitucionais que implicaram revogação parcial de dispositivos da LOMAM.
Então o estatuto da magistratura tem que se adaptar à CR, em especial o artigo 93. O estatuto da magistratura segundo o caput do artigo 93 deverá na sua redação, observar os parâmetros constitucionais do artigo 93.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
Qual a natureza jurídica do Estatuto? O artigo 93 da CR dispõe que será elaborado através de Lei Complementar de iniciativa do STF. Então há uma reserva de iniciativa do STF, porque nenhuma matéria que disponha sobre regime jurídico da magistratura pode ser aprovada se não for via lei complementar e por iniciativa do STF. 
É constitucional a criação de órgãos de fiscalização por lei estadual? Não, é inconstitucional, já que nenhum diploma normativo que diga respeito a regime jurídico da magistratura poderá ser editado por lei que não seja da iniciativa do STF. Daí porque qualquer ato administrativo ou legal que não siga esse parâmetro do artigo 93 é inconstitucional. Nós estamos cheios de atos provavelmente ou pretensamente inconstitucionais que estão dispondo sobre o regime jurídico da magistratura através de ato administrativo, através de legislação infraconstitucional que não observaram a reserva constitucional do STF e nem a natureza jurídica de lei complementar.
Outro ponto que é questionado também: qual é o quorum de aprovação do estatuto da magistratura? Se é lei complementar, é só por maioria absoluta (art. 69, CR). 
Outra pergunta de concurso que foi formulada, qual a amplitude do estatuto da magistratura? O estatuto da magistratura vai desde a observância dos princípios do artigo 93 da CR, até o estabelecimento das atribuições do CNJ.
Como é que anda o estatuto da magistratura? Hoje nós temos alguns projetos. Há o projeto de lei complementar 144 que está sendo discutido, e o STF tem realizado os estudos junto com o Congresso nacional, através das comissões, para a votação desse importantíssimo diploma do regimento da magistratura. O que vai tratar? Tratar de tudo, direitos da magistratura. Quem pretende ser magistrado tem que estar por dentro disso. Quais são os direitos da magistratura? Quais são as prerrogativas do magistrado? Quais são os impedimentos, quais são os deveres? Tudo isso vai ser inserido, aliás vai inclusive dispor sobre regras importantíssimas, como o processo de eleição nos tribunais. Como é que vai ser essa eleição nos tribunais? Continua sendo pelo critério da antiguidade previsto na LOMAM, ou agora parte para o critério democrático pela escolha através do voto? Como sinaliza a CR para a alteração da composição do órgão especial? Então tudo isso vai ser discutido no estatuto da magistratura. 
E até que não seja aprovado o estatuto da magistratura, nós vamos trabalhando com a LOMAM, que foi recepcionada em grande parte pela CR, embora alguns artigos tenham sido revogados.
Provimento do Cargo de Juiz
O provimento é, regra geral, por concurso público de provas e títulos. Somente nos Tribunais há provimento originário diferenciado, que é sem concurso, mas também pela via da nomeação.
O provimento originário é aquele de quem ainda não faz parte do quadro. 
E provimento derivado é aquele de quem já está no quadro, e vai se movimentar dentro do quadro. E nessa movimentação no quadro, ele pode se movimentar de forma horizontal ou de forma vertical. 
Então veja só, provimento originário se dá através do ingresso na carreira da magistratura. 
O provimento derivado, ou seja, quando você já está na carreira da magistratura, ele se dá de forma horizontal de duas formas, através de uma remoção ou através de uma permuta. 
É horizontal porque eu fico na mesma linha, você fica na mesma entrância. Você tem as entrância, inicial, intermediária e final. Você simplesmente vai transitar, vai para a comarca ou varas da mesma entrância. Então você pode ajustar com alguém, você vem para minha comarca e eu vou para a sua, isso é plenamente possível. E remoção? Abriu uma vaga está na mesma entrância então eu peço para ir. 
O vertical é quando você sai de uma entrância para outra, então aí estamos diante de duas hipóteses também, promoção e acesso.
1.1. Resolução nº 01/2008 do Conselho da Justiça Federal
O Conselho da Justiça Federal regulamentou a lotação, atribuições e funções, vitaliciamento, promoção, remoção, permuta e trânsito de juízes, de modo a uniformizar os procedimentos atinentes à matéria no âmbito da Justiça Federal de primeiro grau, por meio da Resolução nº 01, de 20 de fevereiro de 2008.
2. Carreiras.
Nos termos do art. 92 da Constituição Federal, são órgãos do Poder Judiciário: 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004);
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Os juízes brasileiros que exercem cargos em primeira instância são distribuídos nas seguintes carreiras: 
a) Justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios (Justiça Estadual comum): juiz de direito.
b) Justiça Federal comum: juiz federal.
c) Justiça Federal do Trabalho (Justiça Federal especializada): juiz federal do trabalho.
d) Justiça Militar da União (Justiça Federal especializada): juiz auditor militar.
e) Justiça Militar dos Estados (Justiça Estadual especializada): juiz auditor militar estadual (também se utiliza o termo juiz de direito, conforme o Estado).
Observação: não custa lembrar que o Tribunal Marítimo e os Tribunais de Contas não são órgãos do Poder Judiciário, em que pese adotarem essa nomenclatura. 
A Justiça Eleitoral não apresenta uma carreira de magistrados exclusiva. Suas funções são exercidas por juízes de direito em primeira instância. Os juízes federais são nomeados para compor os Tribunais Regionais Eleitorais

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