Aula 1 Patologia

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 ESTUDO DAS DOENÇAS
PATHOS- (Grego)= sofrimento
LOGOS (Grego)= estudo
 Conhecimento dos mecanismos e 
processos que resultam em doenças 
(patogenia) e as suas causas (etiologia), 
características macroscópicas e 
microscópicas e consequências
A palavra Patologia significa “estudo das
doenças”..
Patologia é a ciência que estuda as 
causas das doenças (etiologia), os 
mecanismos que as produzem 
(patogenia), os locais e as alterações 
morfológicas e funcionais que 
apresentam
PATOLOGIA GERAL
Organismo
Sistemas
Órgãos
Tecidos
Células
Martini (1989)
Patologia Geral :
Os quatro tecidos básicos
Tecido Epitelial Tecido Muscular
Tecido NervosoTecido Conjuntivo
Welsch (1999)
13
2
Exame Anatomopatológico: em A observamos uma peça anatômica de um
coração. Essa peça é examinada inicialmente a olho nu ou com auxílio de lupa
(exame macroscópico). Após processamento de fragmentos da peça, para
obtenção de lâmina histológica, é realizado o exame microscópico (C). Em B
podemos ver uma fotografia de uma imagem microscópica referente à área
alterada do miocárdio visto em A
Esse estudo do tecido alterado pode ser feito por exame macroscópica e microscópica e essas duas análises em conjunto são
chamadas de exame ANATOMOPATOLÓGICO. Se o tecido examinado tiver sido retirado de um ser vivo, isto é chamado de BIÓPSIA.
Se for retirado de um ser morto, recebe o nome de NECRÓPSIA (ou AUTÓPSIA, tratando-se de cadáver humano)
HIPERTROFIA DO MIOCÁRDIO
Normal Hipertrofia
1.1 Histórico da patologia
 Se existe vida, 
então existe 
também doença!?
 O conflito saúde x 
enfermidade 
sempre existiu para 
toda espécie de ser 
vivo.
 Na pré- história o 
homem agia 
instintivamente. 
1.2 Histórico da patologia
 No Egito dos Faraós 
há 5.000 anos-
Técnica de 
embalsamento.
 Em 1.900 a.C.-
Papiro de Kahum-
referências de 
pequenas cirurgias 
e outras 
terapêuticas. 
1.3 Histórico da patologia
 Grécia- 460 a 
355 a.C.-
Hipócrates, pai 
da medicina, 
cria Teoria 
Humoral da 
Enfermidade.
 
1.1 Histórico da patologia
–Roma 42 a.C. 
e 37 d.C.-
Cornelius 
Celsus- 4 
sinais 
cardinais da 
inflamação: 
calor, rubor, 
dor, tumor. 
1.1 Histórico da patologia
 Em Florença na 
Itália em 1502-
Antonio 
Benivieni- 20 
necropsias-
determinando 
a “causa 
mortis”
1.1 Histórico da patologia
 Entre 1514 e 
1564, Andreas 
Vesalius-
Revolucionou a 
anatomia, 
publicou “De 
humani 
corporis 
fabrica”. 
História da Patologia
 Rudolf Ludwig Karl Virchow(1821–
Polônia).
 Pai da Patologia moderna e da 
Medicina Social, Antropólogo e 
Político.
 Prof. de Anatomia Patológica (Univ. 
Berlim)
História da Patologia
Fases: humoral, orgânica, tecidual, celular e ultracelular.
Didaticamente, a patologia tem sua história dividida em fases. Estas fases descrevem os 
conceitos usados para explicar a origem dos estados de doença vigentes em um determinado 
intervalo de tempo e segundo a corrente filosófica predominante.
 A Fase Humoral (Idade Antiga - final da Idade Média)
 O mecanismo da origem das doenças era explicado, nessa fase, pelo desequilíbrio de humores. Os 
humores eram considerados os líquidos do corpo, em particular, a água, o sangue e a linfa. Os deuses 
tinham o poder de controlar esse desequilíbrio, bem como de restituir a normalidade do organismo. 
Essa visão mítica de doença foi criada principalmente pela civilização antiga grega.
 A Fase Orgânica (séc. XV -XVI)
 Nessa época, há o predomínio da observação dos orgãos do corpo, feita principalmente às custas das 
atividades de necrópsia(estudo do cadáver) ou de autópsia (estudo de si mesmo).
 A Fase Tecidual (séc. XVI-XVIII)
 A Fase Tecidual enfatiza a estrutura e a organização dos tecidos. Énesse período que se iniciam os 
primeiros estudos sobre as alterações morfológicas teciduais e suas relações com os desequilíbrios 
funcionais.
 A Fase Celular (séc.XIX)
 Com o predomínio da visão morfológica, somada à aplicação do microscópio óptico às pesquisas 
médicas, segue-se a Fase Celular, período considerado "inicial à Patologia
 Moderna". A preocupação com o estudo da célula, principalmente de suas alterações morfológicas e 
funcionais, édeterminante na busca da origem de todo processo mórbido.
 A Fase Ultracelular(séc. X)
 A Fase Ultracelularé a fase atual do pensamento conceitual sobre Patologia, envolvendo conceitos 
sobre biologia molecular e sobre as organelas celulares. 
 Os avanços da microscopia eletrônica , bioquímicos, biofisicos e genéticos facilitam o 
desenvolvimento dessa linha de estudo
 ‘‘Estudo científico da doença’’
 Normal  Anormal  Tratamento
 Diagnóstico de doença é o 
objetivo principal da Patologia…!
Para o aluno:
Interessante : contato com 
terminologia médica
Importante: base para o conhecimento 
das disciplinas profissionalizantes
Para os profissionais da área da 
saúde
Elo entre as disciplinas básicas
( Anatomia, Histologia,Embriologia, 
Fisiologia, Microbiologia, Bioquímica, 
Parasitologia, etc)
e as disciplinas profissionalizantes de 
cada área
O
CONHECER 
MÉDICO 
E
A VISÃO DA
PATOLOGIA
ANATOMIA
HISTOLOGIA 
BIOLOGIA 
BACTERIOLOGIA
EMBRIOLOGIA 
PARASITOLOGIA
IMUNOLOGIA
GENÊTICA
PATOLOGIA 
GERAL
MEDICINACIRURGIA
PEDIATRIA
OBSTETRIA
GINECOLOGIA
DERMATOLOGIA
NEUROLOGIA
PATOLOGIA SISTÊMICA
 Patologia Geral:
Estudo dos fundamentos das doenças, 
com o objetivo de compreender e 
classificar as lesões básicas que elas 
determinam
 Patologia Especial e Sistêmica– estuda 
as características de cada doença
Patologia Geral é uma disciplina comum a 
todas as profissões relacionadas à Saúde. 
Alguns cursos, além disso, têm disciplinas de 
Patologia Específica, ou seja, que abordam 
doenças mais diretamente ligadas ao campo 
de atuação daquela profissão. 
 Patologia como especialidade médica:
Procura reconhecer, interpretar e 
entender as lesões e as doenças para 
estabelecer racionalmente o diagnóstico 
morfológico(as vezes, etiológico) e o 
prognóstico.
 OMS:
"A saúde é um estado de completo 
bem-estar físico, mental e social e 
não apenas a ausência de doença ou 
enfermidade". 
conceito de saúde
Saúde significa equilíbrio. Assim, pode-se
definir saúde como um estado de adaptação
(equilíbrio) do organismo ao ambiente físico,
psíquico ou social em que vive, sentindo-se
bem e sem apresentar sinais ou alterações
orgânicas evidentes.
Para nos referirmos a esse equilíbrio usamos 
a palavra HOMEOSTASE que significa a 
realização das funções celulares no momento 
certo, no local adequado, na intensidade, 
freqüência e duração adequados
conceito de doença
DOENÇA pode ser conceituada como perda do
equilíbrio ou da homeostase. Significa que o limite
máximo da capacidade de adaptação de um
organismo/ tecido/ célula/ organela ou molécula foi
ultrapassado.
Na DOENÇA organismo (ou tecido ou célula) não
consegue mais se manter em equilíbrio. A quebra da
homeostase poderá levar à perda da manutenção da
forma e da função celular/tissular.
•DOENÇA é um estado de falta de
adaptação ao ambiente físico,
psíquico ou social, no qual o
indivíduo se sente mal (sintomas) e
apresenta alterações orgânicas
evidenciáveis (sinais).
saúde X doença
A manutenção da saúde (e/ou a determinação e 
severidade de uma doença) depende da inter-
relação de vários fatores: 
1) agente etiológico
2) resistência do hospedeiro
3) intensidade da agressão
4) duração da agressão
O equilíbrio desses fatores é delicado e varia de
indivíduo para indivíduo e de tecido para tecido.
perda dahomeostase = doença
Toda doença tem uma causa ou várias. Mas nem
todas as doenças tiveram sua causa descoberta
ainda. Quando uma doença é de causa
desconhecida, dizemos que é uma doença
idiopática.
 Vocabulário
Morfologia das doenças
 Mecanismos das doenças
 Ligação com sinais e sintomas 
clínicos
 Correlação clínico-patológica
 Conhecimentos básicos:
– sintomas (o que o paciente diz), 
- sinais (o que se detecta ao exame), 
- lesão (anormalidade, geralmente anatômica), 
- etiologia (causa da doença), 
- patogênese (como o agente etiológico causou 
a doença),
- prognóstico (como se espera a evolução da 
doença).
Conhecimento médico:
 Epidemiologia – Onde e quando..
 Etiologia– Qual é a causa?
 Patogenese – Evolução da doença.
 Morfologia – Alterações estruturais
 Significado clínico – relativo…
 Conduta 
 Prognóstico
 Prevenção
Sinal e Sintoma
 Em grande parte das vezes,
percebemos que não estamos
mais totalmente saudáveis por
apresentarmos algum sintoma
e/ou sinal.
 Os sinais e os sintomas podem
ser inespecíficos, ou seja,
semelhantes em doenças de
natureza diferentes. Por exemplo:
a dor de cabeça (cefaléia) pode ser
um sintoma encontrado em um
quadro de gripe, como também em
um caso de tumor cerebral ou de
meningite entre outras muitas
possibilidades!

 SINAL
 Qualquer manifestação 
que possa ser percebida 
pelos sentidos do 
observador ou detectada 
por aparelhos. (Ex: febre; 
manchas, vermelhidão, 
odor etc)

 SINTOMA
 Manifestação subjetiva, 
ou seja, depende do 
relato do paciente para 
que o observador tome 
conhecimento. Não é 
possível detectar com 
aparelho. (Ex: dor, 
sensação de ardência, 
prurido etc)

Etiologia: Qual é a causa?
 Agentes ambientais:
– Físicos
– Químicos
– Nutricionais
– Infecciosos
– Imunologicos
– Psicológicosl
 Fatores Genéticos:
– Idade
– Genes
Multifatorial:
Diabetes,
Hipertensão
Câncer
A patologia pode ser subclassificada em:
1. Etiologia - Parte da patologia que estuda as causas das 
lesões; 
2. Patogenia - Parte da patologia estuda o mecanismo de 
formação das lesões; 
3. Morfopatologia - que se subdivide em : 
Anatomia Patológica - Parte da patologia que estuda 
as características macroscópicas das lesões;· 
Histopatologia - Parte da patologia que estuda as 
características microscópicas das lesões.
4. Fisiopatologia - Parte da patologia que se dedica ao 
estudo das alterações da função de órgãos lesados. 
Os agentes causadores da perda da homeostase podem ser 
divididos em grupos de acordo com sua natureza:
Agentes FÍSICOS: Exs. Trauma mecânico, radiações, calor ou frio
extremos
Agentes BIOLÓGICOS: vírus, bactérias, fungos, protozoários
Agentes QUÍMICOS: qualquer substância química, na dose errada,
pode ser tóxica ao organismo. Assim, até um medicamento, quando
administrado em excesso pode levar à perda da homeostase! Outros
exemplos: substâncias ácidas ou alcalinas, agrotóxicos, álcool, mercúrio,
chumbo entre outros.
Os agentes causais (causadores da perda da homeostase) 
podem ser classificados também de acordo com sua origem 
(de onde eles vêm). 
Um agente causal EXÓGENO é aquele que vem de fora do 
organismo. Já um agente causal ENDÓGENO é aquele que é 
produzido pelo próprio corpo ou que faça parte do próprio 
organismo
Assim, os agentes causais podem ser originários do meio 
ambiente ou do próprio organismo (meio interno). Nesta 
última categoria, não podemos deixar de citar as doenças de 
origem psicológica que , por mecanismos ainda em estudo, 
podem promover manifestações físicas (doenças 
psicossomáticas
Patogênese: 
Desenvolvimento
 “Sequência de eventos como 
resposta das células e 
tecidos a 
estímulos/patógenos”
Características 
macroscópicas e 
microscópicas
Morfologia: alteração da 
estrutura
Alterações da estrutura nas
doenças.
–Tumor no câncer.
–Ulceras nas infecções.
–Atrofia (hipotrofia) na
demências
Macro e microscópicas
Metaplasia
Metaplasia
Metaplasia
Significado clínico:
 Os sinais e sintomas estão sempre 
relacionados com a doença…
– Por que uma paciente com malária tem 
febre? 
– Por que ele não tem diarréia?
 O tratamento é útil para este 
paciente??
 Ele vai se recuperar ou vai morrer?
1) Degeneração hidrópica
2) Degeneração gordurosa (Esteatose)
Degenerações (como lesão reversível)
Degeneração como sinônimo de lesão
celular reversível
Acúmulos intracelulares de substância
Degeneração hialina intracelular
Degeneração hialina extracelular (amiloidoses)
Degenerações
Álcool e esteatose
Álcool desidrogenase Aldeído desidrogenase
Tecido hepático normal
Esteatose macrovesicular
Esteatose macrovesicular
Esteatose macrovesicular
Esteatose microvesicular
Esteatose microvesicular
Esteatose microvesicular
Degeneração Hidrópica
Leptospirose 200x Leptospirose 400x
Leptospirose 1000x Controle 400x
Degeneração Hidrópica
Balonização de hepatócitos
Hepatócitos normais
Hepatócitos normais
Hepatócitos normais
Hepatócitos normais
Hepatócitos normais
Hepatócitos balonizados
Hepatócitos balonizados
Acúmulos intracelulares
1) Substâncias endógenas
2) Substâncias exógenas
3) Pigmentos
Vacúolos intracelulares e lisossomos
Acúmulo de colesterol
1) Xantomas
2) Colesterolose (Vesícula biliar)
3) Inflamação e necrose (ex: Ateroesclerose)
Diagnóstico
 Nome formal para se descrever a 
doença de um paciente.
 Baseado em sinais e sintomas e em 
resultados de testes 
 Necessário o conhecimento das 
diferentes doenças e de suas 
características 
 Importante para a conduta e 
prognóstico
Quando nós sabemos “Onde, 
Porquê, Quando e O quê” ,
então,
nós podemos responder 
Como!
Classificação das doenças
Desenvolvimento – genéticas, 
congenitas.
Inflamatórias – Trauma, 
infecções, resposta imune, 
etc. 
Neoplásicas – tumores, 
câncer
Degenerativas – idade.
METAPLASIA