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Aula 5 Juizados Especiais Criminais V

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Juizados Especiais Criminais – V
LEI N. 9.099/1995
www.grancursosonline.com.br
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Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS – V
Procedimento Sumaríssimo
O procedimento é o modo como o processo se desenvolve. O Código de Pro-
cesso Penal prevê o procedimento ordinário e o procedimento sumário; e a Lei 
n. 9.099/1995, por sua vez, trata do procedimento sumaríssimo. Assim, enquanto 
que no procedimento ordinário prevê-se várias fases, dilatadas ao longo do tempo 
de modo a permitir a realização dos atos processuais com alguma folga, no pro-
cedimento sumaríssimo implica-se maior rapidez, uma vez que a intenção é obter 
a pacificação social por meio da solução do conflito no menor tempo possível. 
Lembrando que estão sendo tratados aqui os crimes de menor potencial ofen-
sivo, aqueles cuja pena máxima prevista em abstrato não excede a dois anos. 
Nesses casos, o procedimento adotado será o sumaríssimo.
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, 
pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 
76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se 
não houver necessidade de diligências imprescindíveis.
O art. 76 prevê que a audiência de instrução, no procedimento sumaríssimo, 
é necessariamente precedida de uma audiência de composição – que se carac-
teriza por transação. No caso de ação penal pública condicionada, na possibi-
lidade de a vítima renunciar ao direito de representação ou não sendo o caso 
de representação, o Ministério Público oferece pena alternativa, por meio da 
chamada transação penal. A transação penal é justamente a possibilidade de o 
Ministério Público oferecer, independentemente do ajuizamento da ação penal 
da denúncia, determinadas condições para que o autor do fato as cumpra. Uma 
vez cumpridas, há a imediata extinção da punibilidade do autor do crime de 
menor potencial ofensivo. Assim, o fato se resolve sem que haja a manifestação 
ou a movimentação da máquina judiciária, uma vez que sequer houve o ajuiza-
mento da ação penal.
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Se, por alguma razão, o indivíduo não comparecer à audiência de composi-
ção, ou sendo recusada a transação oferecida, o Ministério Público oferecerá 
oralmente a denúncia, descrevendo a conduta atribuída à pessoa apontada 
como autor do crime de menor potencial ofensivo, e requererá sua citação bem 
como a aplicação da sanção penal correspondente ao fato por ele cometido. Daí 
em diante, dá-se início ao processo.
Citação
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se 
cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da desig-
nação de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual também 
tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advo-
gados.
A queixa é a ação penal nos crimes de ação penal privada. Os crimes de 
ação penal privada são aqueles nos quais o legislador confere à própria vítima, 
aquela que teve uma objetividade jurídica que integrava seu patrimônio violada 
pela conduta do agente, o direito subjetivo de movimentar a máquina judiciária. 
A essa ação penal, quando ajuizada pela própria vítima por expressa permissão 
legal, dá-se o nome de queixa-crime.
OOs..:� Aquele que dá entrada na queixa-crime tem o nome de querelante. Quem, 
ou contra quem, a queixa-crime é oferecida, por sua vez, tem o nome de 
querelado.
O mesmo procedimento identificado no art. 77, a possibilidade do Ministério 
Público oferecer oralmente a denúncia, tem interpretação extensiva à queixa.
Uma vez oferecida a denúncia ou a queixa, o acusado está imediatamente 
citado, o que significa dizer que não há necessidade de expedição de mandado 
de citação, a ser cumprido por oficial de justiça no endereço conhecido do acu-
sado.
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No caso do não comparecimento do acusado, o juiz, recebida a denúncia ou 
a queixa, determina à secretaria do juízo a expedição do mandado de citação. O 
mandado de citação é o documento que será acompanhado de cópia da denún-
cia ou da queixa, em que, ao mesmo tempo, se dá ciência ao acusado de que 
está sendo processado e também se traz a oportunidade de que este ofereça 
sua defesa.
A instrução no processo se trata da alimentação deste com as provas. Para 
que o juiz possa julgar e, assim, dar razão à acusação ou à defesa, é neces-
sária a realização de um procedimento intelectual de dedução a partir da aná-
lise das provas trazidas ao processo. Na ausência de provas, não havendo cer-
teza acerca da responsabilidade penal do acusado, a solução será a absolvição. 
Trata-se do princípio constitucional do in dubio pro reo.
O art. 78 traz ainda a determinação de que a audiência de instrução e jul-
gamento deverá ser comunicada ao Ministério Público, ao ofendido, que será 
ouvido na qualidade de informante, ao responsável civil, que tem responsabili-
dade pela indenização pelo dano causado pelo autor do delito, e aos advogados, 
que realizam a defesa técnica do acusado.
Audiência
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à 
acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo 
recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, in-
terrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos 
debates orais e à prolação da sentença.
O art. 81 traz o rito de realização da audiência. Instaurada esta, o primeiro ato 
é a possibilitação de que o defensor do acusado ofereça a resposta à acusação. 
A resposta à acusação é o documento, ou mesmo arguição oral em audiência, 
na qual a defesa refutará a acusação trazida na denúncia ou na queixa.
Após a resposta à acusação, o juiz deverá confirmar o recebimento da denún-
cia ou da queixa. Significa dizer que os argumentos da defesa serão examinados 
pelo juiz antes de o processo ser iniciado.
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Depois de oferecida a resposta à acusação e o juiz não põe termo ao pro-
cesso, procede-se a instrução probatória, isto é, a alimentação do processo com 
as provas. A primeira prova adotada é a oitiva da vítima. A vítima não tem a obri-
gação de dizer a verdade, portanto, não deverá ser compromissada. Compro-
missar uma testemunha significa que, caso ela minta, poderá ser processada 
pelo crime previsto no art. 342 do Código Penal, o crime de falso testemunho.
Após ouvir a vítima, serão ouvidas as testemunhas, pessoas que trarão seu 
depoimento sobre fatos considerados pertinentes ou relevantes, relacionados 
aos eventos objetos do processo. A testemunha tem a obrigação de dizer a ver-
dade, sob risco de cometer crime de falso testemunho. De acordo com a ordem 
de oitivas de testemunhos, primeiro se ouvem as testemunhas arroladas pelo 
Ministério Público ou pelo querelante, as testemunhas de acusação. Depois, 
então, serão ouvidas as testemunhas arroladas pelo advogado, as testemunhas 
de defesa. Inverter a ordem implica nulidade, entendendo-se que há violação do 
princípio da ampla defesa.
Ouvidas as testemunhas de defesa, ocorrerá o interrogatório do acusado. 
O interrogatório não é um ato de instrução, mas um ato de defesa. Ninguém é 
obrigado a comparecer em juízo para dar sua versão dos fatos na qualidade de 
acusado. 
O ato seguinte é o que se confere às partes a oportunidade de se oferecer as 
alegaçõesorais. As alegações orais são o reforço dos argumentos, num sentido 
ou no outro, feito pelas partes. 
Por fim, cabe ao juiz dirimir o conflito de interesses a partir da análise das 
provas constantes dos autos e sentenciar. Seja condenando ou absolvendo, a 
sentença deve vir fundamentada a partir das provas apresentadas na audiência 
de instrução e julgamento, nos termos do art. 81 da Lei n. 9.099/1995.
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Flávio Milhomem.

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