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RESUMO - Juizados Especiais Criminais - PARTE 1

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JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS → Lei 9.009/1995 (Estadual) / lei 10.259/2001 (Federal)
	A lei criou os Juizados Especiais para conciliação, julgamento e execução das causas de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Ex.: A competência do Júri atrai a competência para julgamento dos crimes conexos aos dolosos contra a vida).
OBS1.: Por infrações de menor potencial ofensivo deve-se entender:
- TODAS as contravenções penais;
- Crimes com pena máxima até 02 anos (ou seja, pena menor ou igual a 02 anos);
OBS2.: Como regra, se o crime que tem pena máxima de até 02 anos, o seu processamento ocorrerá pelo rito sumaríssimo.
 Todavia, poderá seguir o procedimento sumário quando houver necessidade de citação por edital ou quando se tratar de causa de maior complexidade (necessidade de realização de perícia).
OBS3.: De acordo com o Art. 92 da Lei 9.099/1995, as disposições dos Códigos Penal e de Processo Penal são aplicáveis subsidiariamente, no que não forem incompatíveis com esta lei. Do mesmo modo, o Art. 394, §2º, do CPP, reforça que o procedimento comum aplica-se a todos os processos, inclusive os que tramitarem perante o JECRIM.
BASE PRINCIPIOLÓGICA DO JECRIM
Celeridade
Oralidade
Economia
Simplicidade
Informalidade
QUAIS AS DIRETRIZES DO RITO SUMARÍSSIMO?
	O juiz deve buscar, sempre que possível, a reparação do dano e a não aplicação da pena privativa de liberdade.
OBSERVAÇÕES
· A Lei 9.099/1995 não se aplica no âmbito da Justiça Militar, por expressa proibição legal, de acordo com o Art. 90-A da referida lei
· A Lei 11.340/2006 veda expressamente a aplicação da Lei 9.099/1995 quando o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher no âmbito da Lei Maria da Penha, de acordo com o Art. 41 da referida lei. 
ANÁLISE DA COMPETÊNCIA NO ÂMBITO DO JECRIM
· Inicialmente, analisaremos se a infração é de menor potencial ofensivo.
· No JECRIM, a competência é definida, também pelo local da ação ou omissão, considerando a teoria da atividade – Art. 63 da Lei 9.099/1995. (Lembre que para os crimes comuns a competência é definida pelo local do resultado). 
ETAPAS DO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO À LUZ DA LEI 9.099/1995
1ª FASE – FASE DA DELEGACIA (PRELIMINAR) – Art. 69 da lei
 Postura do delegado:
a) Lavrar o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO)
· No âmbito do JECRIM, não se fala em Inquérito Policial mas em termo circunstanciado de Ocorrência.
· Segundo o STF, o TCO poderá ser lavrado pela Polícia Militar. Todavia, para a lei e doutrina majoritária, somente pode ser lavrado pela autoridade policial(delegado de polícia).
b) Encaminhar o autor do fato + TCO imediatamente ao JECRIM
c) tomará do autor do fato o termo de compromisso, onde aquele se compromete a comparecer ao JECRIM, sempre que for intimado (parágrafo único no Art. 69).
Observações:
· Se o delegado cumprir com uma dessas posturas (itens b ou c), NÃO poderá determinar a prisão do autor do fato. Todavia, se o delegado não puder encaminhar o autor do fato ao JECRIM e este se recursar a assinar o termo de compromisso, caberá prisão em flagrante e poderá, se for o caso, arbitrar fiança. 
· No caso do usuário de drogas, o delegado NÃO poderá determinar a sua prisão, ainda que não possa encaminhar o agente ao JECRIM e este se recuse a assinar o termo de compromisso, pois, de acordo com o Art. 28, da Lei 11.343/2006, não há qualquer previsão de pena privativa de liberdade.
2ª FASE → AUDIÊNCIA PRELIMINAR (Art. 72 da Lei)
	Trata-se de uma espécie de audiência de conciliação, que não tem como objetivo produzir provas (instruir o processo), mas tem o objetivo de possibilitar a aplicação de dois institutos despenalizadores, quais sejam: composição civil e transação penal.
- Composição civil: trata-se de um acordo feito entre o autor do fato e a vítima.
 
· Consequências da composição civil:
 - Se a composição ocorrer nos casos de Ação Penal privada, constitui renúncia ao direito de oferecer queixa-crime, acarretando a extinção de punibilidade do autor do fato (Art. 107, V, CP).
 - Se a composição ocorrer nos casos de ação penal pública condicionada, constitui renúncia ao direito de representação e consequente extinção da punibilidade do autor do fato.
OBS.: Se a ação for pública incondicionada, a vítima não poderá deixar de comparecer, sob pena de condução coercitiva.
- Transação Penal: trata-se de um acordo feito entre MP e o autor do fato. Neste acordo, é proposta uma “pena” restritiva de direito em “troca” dos seus benefícios.
	OBS.: Para a lei, só é cabível em crimes de ação penal pública, mas, para a doutrina, é cabível nos crimes de ação privada.
	OBS.: A transação só cabe para infrações de menor potencial ofensivo e não tem natureza de pena.
	
	OBS.: A transação penal, uma vez cumprida, não gera reincidência e não faz constar como antecedentes criminais.
	OBS.: Aceita e homologada a transação, e devidamente cumprido acordo, acarretará a extinção de punibilidade do autor do fato.
· ATENÇÃO: SÚMULA VINCULANTE 35:
	A homologação da transação penal NÃO faz coisa julgada material, de modo que se o acordo for descumprido, o MP se não ofereceu a denúncia, poderá oferecê-la e, caso já tenha oferecido, o processo retomará de onde parou. 
· CONSEQUÊNCIAS DA TRANSAÇÃO PENAL:
Impossibilidade de ser beneficiado por outra transação por um período de 05 anos
· REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DA TRANSAÇÃO PENAL (Art. 76, § 2º, L. 9,099/95): 
 - Que a infração seja de menor potencial ofensivo;
 - Não ter sido o autor do fato condenado por sentença transitada em julgado;
- Não ter sido beneficiado por outra transação no período de 05 anos;
- Condições pessoais do autor do fato sejam favoráveis (não ter antecedentes, conduta social, personalidade, os motivos e circunstâncias sejam favoráveis). 
	OBSERVAÇÕES:
 - Se o MP propuser pena de multa, o juiz poderá reduzi-la pela metade (Art. 76, §1º, da Lei) 
 - Obrigatoriedade do oferecimento da transação penal: Se o MP se recusar a oferecer a transação penal quando cabível, o juiz poderá remeter os autos ao PGJ, por analogia ao Art. 28, do CPP.
NÃO CABENDO A TRANSAÇÃO PENAL, O TITULAR DA AÇÃO PENAL (MP ou Querelante) DEVERÁ OFERECER DENÚNCIA ou QUEIXA, RESPECTIVAMENTE, ORAL E EM AUDIÊNCIA.
3ª FASE – AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (RITO SUMARÍSSIMO)

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