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Sociedade Anônima

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História das S.A 
Para a maioria dos autores, o surgimento das S.A remete ao período de expansão colonial, nos séculos XVII e XVIII. A primeira sociedade que se constitui dessa forma foi a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, no ano de 1602. 
 A primeira foi pioneira na criação das grandes corporações. A sua atividade econômica era ligada ao colonialismo: exportava produtos do Oriente em nome dos países capitalistas da Europa, como Inglaterra, Holanda, Espanha, Portugal e França. 
Era um tipo de empreendimento que mistura o capital privado e social. Esses investidores estavam buscando grandes riquezas, dispostos a por em risco seus patrimônios para atingir seus objetivos. 
No início do século XIX, as instituições que seguiam esse tipo de investimento foram consideradas jurídicas na França. Precisariam, a partir de então, de autorização para serem abertas e teriam que cumprir leis especiais.
O Estado dava personalidade jurídica as companhias, reconhecia sua autonomia patrimonial, garantia responsabilidade limitada e permitia a transmissão dos títulos. Os burgueses abarrotavam essas sociedades de capital e, com isso, a marinha mercante se consolidou como empreendimento lucrativo.
História no Brasil
As sociedades anônimas aparecem no código comercial de 1850, nos artigos 195 a 199. Porém, não atingiram o objetivo que era esperado na época, sendo anteriormente nomeadas como Companhias do Comércio. Eram criadas para funcionar apenas por prazo determinado.
Foi somente com o Decreto 2.627/1940 que a S.A foi inserida de vez no ordenamento brasileiro. Isso ocorreu no governo de Getúlio Vargas, na forma idealizada por Trajano de Miranda Valverde .
Com a lei 6.404/76, a sociedade passou a ter um regime mais rígido de controle, beneficiando os minoritários. Desde então essa norma vem sendo aperfeiçoada, com diversas alterações, determinando a feição que hoje as companhias apresentam.
Lei das Sociedades Anônimas 
A Lei das Sociedades das Ações, Lei n. 6.404/76, ou LSA, rege o funcionamento dessas sociedades. O Código Civil só é aplicado quando a lei especial é omissa.
O Código Civil regula a aplicação do Código Civil em casos omissos da lei especial, respectivamente:
 Art. 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei especial, aplicando-se lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código.
Já a Lei n. 11.638 de 28 de dezembro de 2007 altera alguns artigos da Lei 6.404. Com isso, foi estendido às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Mas você não precisa se preocupar em pegar essa lei, por que ela já está inserida na LSA.
Características da Sociedade Anônima
Entre as principais características das sociedades anônimas, podemos destacar quatro: capital social; livre cessibilidade de capital; responsabilidade limitada dos acionistas e essência mercantil.
Capital Social 
A sociedade anônima é uma sociedade de capital e necessita de recursos para organizar a empresa, e estes devem ser providos, primordialmente pelos sócios. Esses recursos são divididos em partes ou frações, denominadas ações, ou seja, a contribuição dos sócios para o desenvolvimento da atividade da empresa.
Vale destacar que os sócios podem contribuir com qualquer espécie de bens, corpóreos ou não, contanto que possam ter seu valor mensurado.
Livre cessibilidade de capital
Os títulos representativos da participação societária (ação) são livremente negociáveis. Nenhum dos acionistas pode impedir, por conseguinte, o ingresso de quem quer que seja no quadro associativo.
Isso ocorre porque, para a sociedade anônima o que de fato importa é a entrada de capital que a ação do sócio representa e não a pessoa do sócio em si. Desse modo, a entrada ou retirada de acionistas não afeta à estrutura da sociedade. 
De acordo com a negociação de seus valores mobiliários no Mercado de Capitais classificam-se em abertas e fechadas:
Aberta: Basta que a companhia tenha seus valores mobiliários admitidos à negociação na Bolsa ou mercado de balcão. Para isso, necessita obter a autorização do governo federal. Este se interessa por conta da proteção ao investidor popular em especial, e pelo papel que tais entidades desempenham na economia em geral.
Fechada: A sociedade fechada não tem valores mobiliários ofertados ao público em geral e o seu capital advém da contribuição de seus acionistas, geralmente em pequeno número. Assim, os interesses da companhia e de seus sócios são regulados no âmbito do contrato de sociedade, sendo dispensada a tutela do interesse público e um maior controle estatal.
Esquema resumo...
Responsabilidade limitada dos acionistas
Acionistas respondem pelas obrigações sociais até o limite do que falta para a integralização das ações de que sejam titulares. Integralizado o valor, o sócio estará liberado de qualquer responsabilidade patrimonial.
Essência empresária
A sociedade anônima é sempre empresária e estará sujeita ao regime jurídico-comercial, mesmo que seu objeto seja atividade econômica civil.
Esquema resumo...
TIPOS DE VALORES
Valor nominal — o resultante da operação matemática de divisão do valor do capital social pelo número de ações é o valor nominal. O estatuto da sociedade pode expressar este valor ou não.
Valor patrimonial — o valor da participação do titular da ação no patrimônio líquido da companhia. Resulta da operação matemática de divisão do patrimônio líquido pelo número de ações em que se divide o capital social. Em caso de liquidação da sociedade ou amortização da ação este será o valor devido ao sócio.
Valor de negociação — é o preço que o titular da ação consegue obter na sua alienação. Seu favor é influenciado por diversos elementos econômicos relacionados ao desempenho da empresa.
Valor econômico — é o calculado, por avaliadores de ativos, por meio de técnicas específicas e representa o montante que é racional pagar por uma ação, tendo em vista sua rentabilidade.
Preço de emissão — é o preço pago por quem subscreve a ação, à vista ou parceladamente. Destina-se a mensurar a contribuição que o acionista dá para o capital social da companhia e representa também o limite de sua obrigação social.
O que é uma ação?
Uma ação é, basicamente, a menor fração de uma empresa, menor fração do Capital Social de uma empresa. As empresas repartem seus patrimônios igualmente para cada ação e isso é o que define o Capital Social.
Acionistas são proporcionalmente responsáveis pela quantidade de ações que possuem. Quanto maior a sua quantidade de ações adquiridas de uma determinada empresa, maior é o patrimônio que você possui sobre ela.
Resumindo: uma ação é uma pequena parte do patrimônio de uma empresa. 
Quais são os Tipos de Ações?
Ação Ordinária
Ações Ordinárias seriam as ações que, te dão o direito ao voto. Ou seja, as ordinárias permitem que você de ordens.
Sendo assim, quanto maior a quantidade de Ações Ordinárias, maior é seu poder de decisão. Caso você seja o(a) Acionista Majoritário(a) – quem possui a maior quantidade de ações ordinárias – terá o maior poder de decisão.
Para se tornar acionista majoritário é necessário ter 50,01% ou mais do total das ações. Ou ser a pessoas que possui a maior quantidade de ações dentre todos os acionistas. Tendo essas ações então, você se torna presidente da empresa e pode, junto com os outros acionistas controladores, decidirem o futuro da empresa e quais medidas devem ser tomadas.
Acionistas Controladores: Possuem o maior número de votos nas assembleias.
 
Ação Preferencial
As ações preferenciais tem uma característica muito importante e vantajosa em relação à ordinária.
Na Ação Preferencial, você opta por receber parte dos dividendos. Então, quando optar por essa ação, tenha em mente que você pode ate receber uma parcela maior dos lucros da empresa, mas não terá poder de decisão sobre ela.
A lei obriga que as empresas de capital aberto paguem no mínimo 25% dos seus lucros para os seus acionistas. Então quem possui ações ordinárias,além desses 25% recebem mais uma porcentagem. E esses rendimentos são isentos de Imposto de Renda.
 
Ação Nominativa
Hoje em dia, todas as ações são nominativas. Isso porque a B3 exige que todos os Títulos Privados sejam atrelados a um CPF. Essa identificação também é feita no Livro de Registro de Ações Nominativas da empresa.
Isso quer dizer que no sistema da nossa Bolsa de Valores, todas as ações que tivemos estarão em nosso nome. Seja representado por cautela ou por certificado. Isso serve para certificar de que somos os responsáveis por essa ação, inclusive na hora de uma Declaração de IR. Evitando assim fraudes ou sonegação de impostos.
Ação Escritural
Já as ações Escriturais são aquelas que não são representadas por um documento físico. Ao negociar uma ação dessa, não há movimentação de documentos. O crédito e o débito dos valores são realizados diretamente na conta do acionista.
 
Tipos de acionistas:	
Acionista Controlador - é um grupo, empresa ou indivíduo que precisa ser escolhido por meio de voto, o que lhe dá o poder de controle da companhia;
Acionista Majoritário - aquele que detém boa parte das ações ordinárias, representado por mais de 50%;
Acionista Minoritário - aquele que tem uma pequena parcela em ações.
Obrigações e Direitos dos acionistas
O acionista é obrigado a realizar, nas condições previstas no estatuto ou no boletim de subscrição, a prestação correspondente às ações subscritas ou adquiridas.
Se o estatuto e o boletim forem omissos quanto ao montante da prestação e ao prazo ou data do pagamento, caberá aos órgãos da administração efetuar chamada, mediante avisos publicados na imprensa, por 3 (três) vezes, no mínimo, fixando prazo, não inferior a 30 (trinta) dias, para o pagamento.
O acionista que não fizer o pagamento nas condições previstas no estatuto ou boletim, ou na chamada, ficará de pleno direito constituído em mora, sujeitando-se ao pagamento dos juros, da correção monetária e da multa que o estatuto determinar, esta não superior a 10% (dez por cento) do valor da prestação.
Acionista Remisso
Verificada a mora do acionista, a companhia pode, à sua escolha:
        I - promover contra o acionista, e os que com ele forem solidariamente responsáveis, processo de execução para cobrar as importâncias devidas, servindo o boletim de subscrição e o aviso de chamada como título extrajudicial nos termos do Código de Processo Civil; ou
        II - mandar vender as ações em bolsa de valores, por conta e risco do acionista.
Direitos Essenciais
Nem o estatuto social nem a assembleia-geral poderão privar o acionista dos direitos de:
        I - participar dos lucros sociais;
        II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;
        III - fiscalizar, na forma prevista pela Lei, a gestão dos negócios sociais;
        IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição;
        V - retirar-se da sociedade nos casos previstos na Lei.
As ações de cada classe conferirão iguais direitos aos seus titulares.
Os meios, processos ou ações que a lei confere ao acionista para assegurar os seus direitos não podem ser elididos pelo estatuto ou pela assembleia-geral.
O estatuto da sociedade pode estabelecer que as divergências entre os acionistas e a companhia, ou entre os acionistas controladores e os acionistas minoritários, poderão ser solucionadas mediante arbitragem, nos termos em que especificar.
Direito de Voto
A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da assembleia-geral. O estatuto pode estabelecer limitação ao número de votos de cada acionista.
É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.
Ações Preferenciais
O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou conferi-lo com restrições, observado os direitos essenciais do acionista.
As ações preferenciais sem direito de voto e com direito de voto restrito adquirirão o exercício desse direito se a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso.
Suspensão do Exercício de Direitos
A assembleia-geral poderá suspender o exercício dos direitos do acionista que deixar de cumprir obrigação imposta pela lei ou pelo estatuto, cessando a suspensão logo que cumprida a obrigação.
Esquema resumo...
OBJETO E OBJETIVO
O capital social de uma sociedade anônima é dividido em ações de igual valor nominal, de livre negociabilidade, limitando-se a responsabilidade do acionista ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Neste tipo de sociedade, o objetivo é a acumulação de capitais, mais do que a atração de acionistas em si. A participação do acionista no controle da empresa é medida pela quantidade de ações que este possui. No Brasil, a principal lei que regulamenta as sociedades anônimas é a lei 6.404/76.
De acordo com o que preconiza o art. 2º da Lei 6.404/76 (Lei das S/A), pode ser objeto das sociedades anônimas qualquer empresa de fim lucrativo, desde que não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes:
Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes.
1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio.
2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo.
3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.
Porém, independentemente do objeto, a companhia será considerada empresária, conforme o disposto no art. 982, parágrafo único, do CC:
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Esquema resumo...
NOME EMPRESARIAL (****ISA****)
Comissão de Valores Imobiliários
A razão do último tópico é que as sociedades anônimas podem emitir títulos de investimento ou valores mobiliários. Elas fazem isso para a captação de recursos para a realização da atividade empresarial. A título de exemplo, os valores mobiliários são: ações, debêntures, partes beneficiárias, bônus de subscrição, notas promissórias. 
Por isso, o ordenamento jurídico corrobora com a ideia de que essas sociedades sejam alcançadas pela Governança Corporativa. Que é o movimento que visa padrões de boas práticas de gestão, para promover ao mercado, maior transparência e harmonização de interesses de acionistas.
Breve explicação de Mercado de Capitais
Órgãos 
Quatro são os principais órgãos da companhia: a assembleia geral, o conselho de administração, a diretoria e o conselho fiscal. Além destes, o estatuto poderá prever, livremente, a existência de órgãos técnicos de assessoramento ou de execução.
A Assembleia Geral
 	Este é o órgão máximo da Sociedade Anônima, o qual é responsável por realizar as deliberações quanto ao rumo das decisões gerais da sociedade. Ela reúne todos os acionistas – que têm ou não direito a voto – para tais deliberações, por mais que, salvo em exceções lícitas, como no caso de eleição de membro dos conselhos da administração ou fiscal, os que não o têm possam ter seu voto suprimido. 
	Após o término de cada exercício social, há a realização de uma Assembleia Geral ordinária durante 4 meses seguidos para que haja a discussão dos temas estipulados no Art. 132 da LSA, como 1)tomar as contas dos administradores para examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras; 2) determinarrumos da destinação dos lucros e dividendos 3) eleger administradores e fiscais. Caso precise-se deliberar sobre outros assuntos, deve-se convocar uma Assembleia Geral extraordinária.
	A lei exige uma quantidade mínima (quórum) de acionistas para que as deliberações possam ser feitas; na primeira convocação (de duas) deve estar presente, no mínimo, ¼ do capital social votante – acionistas que detém ¼ do CS - segundo o art. 125. Caso alguma reforma no estatuto seja objeto da pauta, esse número sobe para um mínimo de 2/3 – Art. 135. Na segunda convocação, a Assembleia pode ocorrer com qualquer número de acionistas.
	Para a aprovação de alguma proposta, basta que haja maioria simples (entre os presentes) na votação. Contudo, há casos em que é exigida a concordância de metade do capital social votante, os quais são regidos pelo art. 136. Em caso de empate – 50% a favor e 50% contra -, a quantidade mínima obrigatória para deliberação pode ser aumentada de acordo com o disposto no estatuto – Art. 129 §2°.
	Uma deliberação pode ser anulada após 2 anos em vigor, em caso de erro, dolo, fraude, infração da lei ou do estatuto etc.
O Conselho da Administração
	Na maioria dos casos, este é um órgão facultativo. Só é obrigatório para as SA’s abertas, de capital autorizado e as de economia mista. É um órgão com poder deliberativo, podendo ter parte no que compete à Assembleia Geral. 
	Existe um número mínimo legal de 3 membros, podendo o estatuto fixar outro número maior como mínimo, assim como um máximo. Ele deve fixar um limite de duração de mandato – não maior que 3 anos – e estabelecer normas para a regência do órgão, como o que tange à escolha e substituição do presidente, substituição dos membros, convocação, instalação, funcionamento e deliberação. A deliberação direcionada ao conselho ocorre por maioria de votos dos membros caso o estatuto não preveja quórum qualificado. Vale lembrar que somente acionistas podem ser conselheiros. A Assembleia Geral que os elege e pode, a qualquer tempo, os destituir de seu posto. 
Diretoria
	A Diretoria é órgão executivo da companhia e de execução das deliberações da assembleia geral e do conselho de administração, ou seja, as principais obrigações dos diretores são dirigir a empresa e representar legalmente os interesses dela (art.144). É composta por 2 (dois) ou mais diretores, que podem ser naturais, acionistas ou não, eles são eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo conselho de administração, ou, se inexistente, pela assembleia-geral, devendo o estatuto estabelecer: 
I - o número de diretores (nunca inferior a dois), ou o máximo e o mínimo permitidos; 
II - o modo de sua substituição; 
III - o prazo de gestão, que não será superior a 3 (três) anos, permitida a reeleição; (art.140,III, e 143, III) 
IV - as atribuições e poderes de cada diretor. (art.143)
	Os membros do conselho de administração poderão ser eleitos para cargo de diretores, até o máximo de 1/3 (um terço). Além disso, o estatuto pode estabelecer que determinadas decisões, de competência dos diretores, sejam tomadas em reunião da diretoria.
	Compete aos seus membros, no plano interno, gerir a empresa, e, no externo, manifestar a vontade da pessoa jurídica, na generalidade dos seus atos e negócios que ela pratica.
Conselho fiscal
	O Conselho Fiscal é órgão de existência obrigatória. No entanto, o estatuto social da empresa é que define se ele será permanente ou facultativo, funcionará apenas quando solicitado pelos acionistas. Esse conselho é composto de no mínimo três, e, no máximo, cinco membros, e suplentes em igual número acionistas ou não, eleitos pela assembleia geral (devem ter curso superior ou ter exercido por no mínimo 3 anos o cargo de administrador de empresa, art. 162). Os acionistas com direito a voto poderão eleger até 3 membros do conselho fiscal. Os titulares de ações preferencias sem direito a voto, ou com restrições desse direito, poderão eleger em separado, um membro do conselho fiscal. Os acionistas minoritários que representem 10% ou mais do capital social também possuem o mesmo direito de eleger um membro do conselho fiscal. Totalizando, assim, o máximo de cinco membros.
Sua função é o assessoramento da assembleia geral, na apreciação das contas dos administradores, na votação das demonstrações financeiras da sociedade anônima, fiscaliza os atos dos administradores, acompanha de perto o andamento da gestão da empresa, além de denunciar fraudes e irregularidades aos órgãos de administração. 
	O conselho fiscal facultativo poderá ser instalado pela assembleia-geral a pedido de acionista que represente na sociedade fechada, no mínimo 1/10 das ações com direito a voto, ou 5% das ações sem direito a voto (art.161, § 2); nas abertas, os percentuais são menores, fixados pela CVM em função do capital social. O seu período de funcionamento terminará na primeira assembleia-geral ordinária após sua instalação. 
	Os mesmo requisitos, impedimentos e deveres que a lei estabelece para os administradores são extensíveis aos membros do conselho fiscal. Além disso, não pode ser eleito fiscal o membro de órgão da administração, empregado da companhia ou sociedade por ela controlada, bem como cônjuge ou parente até terceiro grau de administrador da companhia (art. 162e § 2º).
CONTITUIÇÃO SOCIETARIA
Para constituir-se, qualquer companhia deve atender a três requisitos preliminares, sendo eles:
Subscrição de todo o capital, por pelo menos duas pessoas. 
Subscrição: contrato plurilateral complexo pelo qual uma pessoa se torna titular de ação emitida por uma sociedade anônima, é irretratável. 
Necessário que todas as ações representativas do capital social estejam subscritas.
Realização, de no mínimo, 10% do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro. 
Na subscrição a prazo em dinheiro, pelo menos 1/10 do preço da ação deve ser integralizado como entrada.Em instituições financeiras, a porcentagem é de 50% de acordo com o art. 27 da lei n. 4.595, de 1964.
Art. 27. Na subscrição do capital inicial e na de seus aumentos em moeda corrente, será exigida no ato a realização de, pelo menos 50% (cinqüenta por cento) do montante subscrito.
§ 1º As quantias recebidas dos subscritores de ações serão recolhidas no prazo de 5 (cinco) dias, contados do recebimento, ao Banco Central da República do Brasil, permanecendo indisponíveis até a solução do respectivo processo.
§ 2º O remanescente do capital subscrito, inicial ou aumentado, em moeda corrente, deverá ser integralizado dentro de um ano da data da solução do respectivo processo.
Depósitos das entradas em dinheiro no Banco do Brasil ou estabelecimento autorizado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 
O deposito devera ser feito até 5 dias do recebimento das quantias, em nome do subscritor e em favor da companhia em constituição. 
De acordo com a existência ou não de apelo ao publico investidor, há duas modalidades de constituição de sociedade anônima:
Subscrição particular - quando não há apelo ao publico investidor, os interessados se reúnem, recebem uma cópia do projeto do estatuto e deliberam a respeito. A partir da reunião, duas formas podem ser adotadas para a decisão:
Assembléia geral - onde acontece a subscrição das ações e todos subscritores assinam o projeto de estatuto. E momento onde se decide a respeito da avaliação de bens e constituição da companhia, e nomeação dos primeiros administradores.
Escritura pública – todos os subscritores assinarão a escritura publica, que conterá os requisitos fixados em lei (LSA, art.88, § 2º).
Art. 88. A constituição da companhia por subscrição particular do capital pode fazer-se por deliberação dos subscritores em assembléia-geral ou por escritura pública, considerando-se fundadores todos os subscritores.
§ 1º Se a forma escolhida for a de assembléia-geral, observar-se-á o disposto nos artigos 86 e 87, devendo ser entregues à assembléia o projeto do estatuto, assinado em duplicata por todos os subscritores do capital, e as listas ou boletins de subscriçãode todas as ações.
§ 2º Preferida a escritura pública, será ela assinada por todos os subscritores, e conterá:
a) a qualificação dos subscritores, nos termos do artigo 85;
b) o estatuto da companhia;
c) a relação das ações tomadas pelos subscritores e a importância das entradas pagas;
d) a transcrição do recibo do depósito referido no número III do artigo 80;
e) a transcrição do laudo de avaliação dos peritos, caso tenha havido subscrição do capital social em bens (artigo 8º);
f) a nomeação dos primeiros administradores e, quando for o caso, dos fiscais.
Subscrição pública - caso a companhia queira colocar suas ações à venda em bolsas ou mercado de balcão, a subscrição pública é requisito essencial. 
Essa constituição em como requisitos prévios o pedido de registro de emissão na CVM, a elaboração de um projeto de estatuto (que deve satisfazer a todos os requisitos exigidos e conter as normas pelas quais regerá a companhia) e um prospecto (que deve mencionar com clareza as bases da companhia). Após concedido o registro passa-se a subscrição das ações, sendo necessária a assinatura de uma instituição financeira para o boletim ou lista de subscrição. Quando todo o capital social estiver subscrito, convoca-se a assembléia de fundação para avaliar os bens oferecidos e deliberar sobre a constituição da companhia. 
Até a constituição, essas sociedades não dispõem de autorização para operar diretamente na bolsa de valores, daí por que necessitam de agentes (instituições financeiras) que atuam diretamente com o público, buscando futuros subscritores entre seus clientes.
Sociedade em Comandita por Ações
No geral, as normas aplicáveis às sociedades anônimas são as mesmas para as Comanditas por Ações. Entretanto, há diferenças previstas nos atrs. 1090 a 1092 do CC e nos arts. 280 a 284 da LSA. A maior das diferenças é relativa à posição dos diretores de uma comandita.
O Diretor tem responsabilidade ilimitada pelas obrigações da sociedade e tem, obrigatoriamente, que ser acionista. São nomeados por prazo indeterminado pelo estatuto e só podem ser destituídos por deliberação de 2/3 do CS representado pelos acionistas.
O nome da empresa pode ser instituído a partir de firma (nome dos sócios facultativamente aditado de identificação pessoal ou de gênero da atividade) ou denominação (nome fantasia). Em caso de firma, não pode ter nome de sócio que não seja diretor. Deve necessariamente ter um indicador do tipo societário.
A Assembleia Geral não pode mudar o objeto essencial da sociedade, prorrogar seu prazo de duração, alterar CS, criar debêntures ou partes beneficiárias sem a anuência dos diretores.
Fora isso, aplicam-se às comanditas por ações as demais normas aplicáveis às sociedades anônimas.

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