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12/05/2017 1 Farmacologia aplicada às Doenças Neurodegenerativas Prof. Dr. Andrey Borges Teixeira Prof. Dr. Daniel Gustavo dos Reis Centro Universitário de Adamantina Curso de Medicina Doenças Neurodegenerativas Caracterizam-se pela perda progressiva e irreversível de neurônios localizados em regiões específicas do cérebro. Afetam pessoas de todas as idades (idosos). Causas desconhecidas. Enorme impacto social. Incuráveis. Objetivos Entender a fisiopatologia das principais doenças neurodegenerativas e os aspectos farmacológicos dos tratamentos utilizados atualmente. Doenças Neurodegenerativas Doença de Alzheimer Doença de Parkinson Doença de Huntington Doenças Neurodegenerativas Erros no dobramento proteico. Rang. H.P - 2016 Doenças Neurodegenerativas Erros no dobramento proteico. Rang. H.P - 2012 12/05/2017 2 Doenças Neurodegenerativas • Mecanismos da morte neuronal Rang. H.P - 2016 Excitotoxicidade e estresse oxidativo • Resulta principalmente pela ação de aminoácidos excitatórios. • Ativação excessiva dos receptores NMDA e aumento das concentrações de Ca2+. • Hipóxia causa acúmulo de espécies reativas de O2. • A disfunção mitocondrial, associada ao envelhecimento, a toxinas ambientais e a anormalidades genéticas, leva ao estresse oxidativo, e é uma característica comum às doenças neurodegenerativas. Doença de Alzheimer 1967 1995 1996 1998 1999 2000 William Utermohlen Doença de Alzheimer – Epidemiologia - Incidência: > 60 anos = 1:1000 > 70 anos = 1:100 > 80 anos = 1:10 - 8 a 15% da população mundial com mais de 65 anos. - Existe entre 17 e 25 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer, o que representa 70% do conjunto das doenças que afetam a população geriátrica. - Doença de Alzheimer é a terceira causa de morte nos países desenvolvidos, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares e para o câncer. - No Brasil, não há dados precisos, mas estima-se que atinja meio milhão de idosos. Associação Brasileira de Alzheimer - abraz.org.br Doença de Alzheimer - Sintomas • Alterações cognitivas: principalmente perda progressiva de memória • Alterações emocionais (ansiedade, depressão, alucinações) e comportamentais (hiperatividade, isolamento social) • Estágio avançado: debilidade motora e perda da capacidade de compreensão Associação Brasileira de Alzheimer - abraz.org.br Redução da atividade metabólica na região temporo-parietal * Diagnóstico confirmatório: post-morten Doença de Alzheimer - Histórico 1906, Dr. Alois Alzheimer faz sua conferencia “Sobre uma enfermidade específica do córtex cerebral” no 37° Congresso do Sudoeste da Alemanha de Psiquiatria Associação Brasileira de Alzheimer - abraz.org.br 1910, Dr. Emil Kraepelin em seu “Manual de Psiquiatria”: Mal de Alzheimer Doença de Alzheimer - Patogênese Rang. H.P - 2016 12/05/2017 3 Doença de Alzheimer – Alterações Anatômicas • Atrofia do córtex cerebral, hipocampo, amigdala • redução dos lobos frontal, parietal e temporal Doença de Alzheimer – Alterações Anatômicas Kandel. 5ª Ed. Acredita-se que a perda de neurônios colinérgicos responda por muitas das deficiências de aprendizado e da memória na Doença de Alzheimer. Doença de Alzheimer – Tratamento Atualmente, não existe tratamento capaz de alterar a evolução da Doença de Alzheimer. O tratamento disponível atualmente consegue apenas atenuar os sintomas. Anticolinesterásicos Memantina Rang. H.P - 2016 Doença de Alzheimer – Tratamento • Melhoram de forma detectável o comprometimento cognitivo nos ensaios clínicos. • Apresentam efeitos adversos significativos • Uso clínico limitado. • Incapazes de retardar a neurodegeneração. Rang. H.P - 2016 Doença de Alzheimer - Tratamento Rang. H.P - 2016 Doença de Alzheimer – Tratamento Memantina Bula do Medicamento Reações Adversas comuns: Sonolência, Confusão, Hipertensão, Dispneia, Constipação e Cefaleia A dose máxima diária é de 20 mg/dia. Para minimizar o risco de efeitos adversos indesejáveis, a dose de manutenção é atingida através de uma titulação de dose. A dose inicial recomendada é de 5 mg/dia, que deverá ser aumentada em 5 mg por semana nas 3 semanas subsequentes. 12/05/2017 4 Doença de Parkinson Youtube Doença de Parkinson É uma doença degenerativa que compromete os gânglios da base, causando hipocinesia, tremor em repouso e rigidez muscular, frequentemente acompanhada de demência e disfunção autônoma. Rang. H.P - 2016 Doença de Parkinson - Epidemiologia Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1% da população mundial acima de 65 anos é afetada por ela. A prevalência estimada (total de casos em uma população em um determinado período) é de 100 a 200 casos por 200 mil habitantes. http://www.blog.saude.gov.br Doença de Parkinson - Sintomas Doença de Parkinson - Histórico Descrita por James Parkinson em 1817 “Movimento involuntário trêmulo, com força muscular diminuída, em partes não ativas, mesmo quando suportadas; com uma propensão de curvatura do tronco para frente e aceleração do ritmo da caminhada: com sentidos e intelecto permanecendo ilesos” Doença de Parkinson – Patogênese “Como nas outras alterações neurodegenerativas, a lesão neuronal na Doença de Parkinson é causada por enoveladura proteica errada e agregação proteica, ajudadas e incitadas por outros vilões familiares, especificamente excitotoxicidade, disfunção mitocondrial, estresse oxidativo, inflamação e apoptose. ” Rang. H.P - 2016 12/05/2017 5 Doença de Parkinson – Patogênese Neurônios dopaminérgicos presentes na substância negra se degeneram. Doença manifesta-se após perda de 80 % dos neurônios. Possível causa da vulnerabilidade dos neurônios dopaminérgicos da via nigro-estriatal: estresse oxidativo e excitotoxicidade mediada por receptores NMDA Receptores Dopaminérgicos Golan DE. Princípios de farmacologia. 2 ed. Doença de Parkinson – Patogênese Rang. H.P - 2016 Doença de Parkinson - Patogênese Receptores D1 excitatório Gs (+) D2 inibitório Gi (-) D1 D2 Doença de Parkinson – Tratamento A levodopa é o tratamento de primeira linha para a Doença de Parkinson e é combinada com a carbidopa, que reduz a dose necessária em cerca de 10 vezes, e diminui os efeitos adversos periféricos. Rang. H.P - 2016 Doença de Parkinson – Tratamento Rang. H.P - 2016 Doença de Parkinson – Tratamento Katzung. B.G. – 12ª Ed 12/05/2017 6 Doença de Parkinson – Tratamento Antes de Levodopa Após Levodopa Youtube Doença de Parkinson – Tratamento • levodopa (em geral, em combinação com carbidopa e entacapona); • agonistas da dopamina (p. ex., pramipexol, ropinirol, bromocriptina); • os inibidores da monoamino-oxidase B (MAO-B) (p. ex., selegilina, rasagilina); Rang. H.P - 2016 Doença de Parkinson – Tratamento A diminuição das concentrações de dopamina causam aumento relativo das concentrações de acetilcolina Doença de Parkinson Doença de Parkinson – Tratamento • antagonistas dos receptores muscarínicos da acetilcolina (p. ex., orfenadrina, prociclidina e trihexifenidilo) são ocasionalmente usados. • Amantadina Fármaco antiviral Aumenta a produção de dopamina (mecanismo ?) Rang. H.P - 2016 Doença deParkinson – Tratamento Nenhum dos fármacos usados para tratar a DP afeta a progressão da doença. Rang. H.P - 2016 Doença de Huntington 12/05/2017 7 Doença de Huntington A doença de Huntington (DH) é uma alteração hereditária (autossômica dominante) que resulta em degeneração cerebral progressiva, começando na idade adulta e causando rápida deterioração e morte. Rang. H.P - 2016 Doença de Huntington - Sintomas • Coreia (movimentos involuntários, rápidos, irregulares e sem finalidade dos membros, da face e/ou do tronco, geralmente associados à hipotonia e à diminuição da força muscular); • Perda progressiva de memória; • Depressão; • Disartria (perda gradativa dos músculos da fala, com voz pastosa); • Fala incompreensível, hesitante, explosiva e desorganizada; • Mastigação e deglutição difíceis; • Perda da visão periférica. Rang. H.P - 2016 Doença de Huntington - Coreia Youtube Doença de Huntington - Patogênese • Expressão da proteína mutante huntingtina. • Normalmente ocorrem 30 ou menos repetições dos nucleotídeos Citosina, Adenina, Guanina (CAG) • Na Doença de Huntington ocorre a produção de longas cadeias de poliglutamina com 40 ou mais repetições. Rang. H.P - 2016 Doença de Huntington - Patogênese • As cadeias longas reduzem a solubilidade da huntingtina e favorecem a formação de agregados, os quais são formados por fragmentos N-terminais proteolíticos. Rang. H.P - 2016 Doença de Parkinson – Patogênese Rang. H.P - 2016 Doença de Huntington - Patogênese 12/05/2017 8 Doença de Huntington - Patogênese • GABA diminuído • Acetilcolina diminuída • Dopamina aumentada. Rang. H.P - 2016 Doença de Huntington - Tratamento Os efeitos dos fármacos que influenciam a transmissão dopaminérgica são opostos dos observados na DP, com os antagonistas da dopamina sendo efetivos na redução dos movimentos involuntários, enquanto fármacos como a levodopa e a bromocriptina provocam piora do quadro. Rang. H.P - 2016 Doença de Huntington– Tratamento A diminuição das concentrações de dopamina causam aumento relativo das concentrações de acetilcolina Doença de Huntington Doença de Huntington - Tratamento Fármacos utilizados no alívio dos sintomas Rang. H.P - 2016 • Tetrabenazina (inibidor do transporte vesicular de monoamina) • Clorpromazina (antagonista dopaminérgico) • Baclofeno (agonista gabaérgico) • Antidepressivos, Estabilizadores de humor e Benzodiazepínicos Doença de Huntington - Tratamento Rang. H.P - 2016 • Assim como na Doença de Alzheimer e na Doença de Parkinson, o tratamento farmacológico não aumenta a sobrevida dos pacientes portadores da doença de Huntington. • (10-20 anos após o diagnóstico) • Pneumonia por aspiração (problemas para engolir) • Suicídio Doença Neurodegenerativas – Sumário Doença Sinais e Sintomas Fisiopatologia Tratamento Alzheimer Alterações cognitivas: perda progressiva de memória - Atrofia do córtex cerebral e perda de neurônios subcorticais - Placas de proteína β- amiloide e processos de degeneração neural -Prejuízo da NT colinergica - Drogas que facilitam a NT colinérgica Parkinson Alterações motoras: bradicinesia, tremor de repouso - Corpúsculos de Lewy -Perda de neurônios dopaminérgicos da via nigro- estriatal - Levodopa Huntington Alterações motoras: hipercinesia (coréias) -Lesão do núcleo caudado e do córtex - Perda de neurônios gabaergicos estriatais - Tetrabenazina Clorpromazina Baclofeno Antidepressivos 12/05/2017 9 Obrigado! Precisamos encontrar a cura.
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