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7a SÉRIE 8oANO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Caderno do Professor Volume 1 MATEMÁTICA MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR MATEMÁTICA ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS 7a SÉRIE/8o ANO VOLUME 1 Nova edição 2014-2017 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO São Paulo Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretário-Adjunto João Cardoso Palma Filho Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Ana Leonor Sala Alonso Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo- radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor- dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien- tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia- ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo SUMÁRIO Orientação geral sobre os Cadernos 5 Situações de Aprendizagem 10 Situação de Aprendizagem 1 – Os racionais como mostruário das frações 10 Situação de Aprendizagem 2 – As dízimas periódicas são previsíveis... 19 Situação de Aprendizagem 3 – Do googol ao angstrom, um caminho para as potências 27 Situação de Aprendizagem 4 – As potências e a memória do computador 35 Situação de Aprendizagem 5 – Aritmética com álgebra: as letras como números 44 Situação de Aprendizagem 6 – Produtos notáveis: significados geométricos 52 Situação de Aprendizagem 7 – Álgebra: fatoração e equações 67 Situação de Aprendizagem 8 – Aritmética e Geometria: expressões algébricas de algumas ideias fundamentais 76 Orientações para recuperação 82 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 83 Considerações finais 85 Quadro de conteúdos do Ensino Fundamental – Anos Finais 86 5 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 ORIENTAÇÃO GERAL SOBRE OS CADERNOS Os temas escolhidos para compor o conteú- do disciplinar de cada volume não se afastam, de maneira geral, do que é usualmente ensinado nas escolas, ou do que é apresentado pelos livros di- dáticos. As inovações aqui pretendidas referem-se à abordagem desses assuntos, sugerida ao longo de cada Caderno. Em tal abordagem, busca-se evidenciar os princípios norteadores desse Cur- rículo, destacando-se a contextualização dos conteúdos, as competências pessoais envolvidas, especialmente as relacionadas com a leitura e a escrita matemática, bem como os elementos cul- turais internos e externos à Matemática. Em todos os Cadernos, os conteúdos es- tão organizados em 16 unidades de extensões aproximadamente iguais. De acordo com o número de aulas disponíveis por semana, o professor explorará cada assunto com maior ou menor aprofundamento, ou seja, escolhe- rá uma escala adequada para o tratamento de cada um desses assuntos. A critério do pro- fessor, em cada situação específica, o tema correspondente a uma das unidades pode ser estendido para mais de uma semana, ao passo que o de outra unidade pode ser tratado de modo mais simplificado. É desejável que o professor tente con- templar todas as 16 unidades, uma vez que, juntas, elas compõem um panorama do con- teúdo do volume e, muitas vezes, uma das unidades contribui para a compreensão das outras. Insistimos, no entanto, no fato de que somente o professor, em sua circunstância particular e levando em consideração seu in- teresse e o dos alunos pelos temas apresenta- dos, pode determinar adequadamente quan- to tempo dedicará a cada uma das unidades. Ao longo dos Cadernos, são apresenta- das, além de uma visão panorâmica de seu conteúdo, oito Situações de Aprendizagem, que pretendem ilustrar a abordagem sugeri- da, orientando o professor em sala de aula. As atividades são independentes e podem ser exploradas pelos professores com maior ou menor intensidade, segundo seu interesse e de sua turma. Naturalmente, em razão das limi- tações de espaço dos Cadernos, nem todas as unidades foram contempladas com Situações de Aprendizagem, mas a expectativa é de que a abordagem dos temas seja explicitada nas atividades oferecidas. São apresentados também, em cada Ca- derno e sempre que possível, materiais como textos, softwares, sites e vídeos, entre outros, em sintonia com a abordagem proposta, que podem ser utilizados pelo professor para o en- riquecimento de suas aulas. Compõem o Caderno, ainda, algumas con- siderações sobre a avaliação a ser realizada, bem como o conteúdo considerado indispen- sável ao desenvolvimento das competências enunciadas no presente volume. 6 Conteúdos básicos do volume Os dois primeiros temas do volume 1 da 7a série/8o ano são as frações e as potências. Com relaçãoao estudo das frações, além da construção da ideia de número racional e da determinação de frações geratrizes, temas normalmente tratados nesta série, a natureza desses assuntos permite que sejam exploradas também duas importantes noções matemáti- cas: a do infinito e a de classes de equivalência. Concepções relacionadas ao infinito po- dem ser exploradas por meio de discussões sobre as dízimas periódicas. Quando, por exemplo, chamamos de x a dízima periódica 0,333... para, em seguida, multiplicar os dois lados da igualdade x = 0,333... por 10, produ- zindo a nova igualdade 10x = 3,333..., temos a intenção de usar o seguinte artifício algébrico na sequência: 10x − x = 3,333... − 0,333... � 9x = 3 x = 3 9 1 3 . Ocorre que o uso de tal artifício para a determinação da geratriz exige que se compreenda um fato importante so- bre os conjuntos infinitos, o de que “um elemento a menos em um conjunto de infinitos elementos ainda assim produz um conjunto de infinitos ele- mentos”. Esse fato foi usado quando concluímos que 3,333... − 0,333... é igual a 3. Note que o pri- meiro fator tem infinitos algarismos 3 à direita da vírgula, ao passo que o segundo tem um algaris- mo 3 a menos, o que, ainda assim, garante infini- tos algarismos 3 à direita da vírgula. Outra questão que também deve ser explo- rada no contexto das dízimas periódicas é o da dupla representação com vírgula das fra- ções decimais finitas, uma vez que “toda fra- ção decimal finita pode ser escrita na forma de uma dízima periódica”. Utilizando o mesmo argumento apresentado para a obtenção das geratrizes, podemos mostrar que todo decimal finito pode ser transformado em uma dízima periódica (exemplos: 0,43 = 0,42999...; −28,91= = −28,90999...; 7 = 6,999...). Com relação à discussão sobre classes de equivalência, o desafio proposto será o de com- preender o conjunto dos números racionais como uma forma particular de organização das frações, em que cada número racional será um representante de uma classe de frações equivalentes. A compreensão dos racionais nesse contexto explora diretamente duas habi- lidades muitas vezes utilizadas no pensamento matemático, a de organizar e a de classificar elementos em conjuntos de acordo com certa propriedade estabelecida. No que diz respeito ao estudo das po- tências, na 5a série/6o ano os alunos foram apresentados ao assunto por meio das potên- cias de base inteira e expoente natural. No volume 1 da 7a série/8o ano, a ideia de potên- cia deve ser ampliada pelo uso de expoentes inteiros negativos e pela discussão das princi- pais propriedades operatórias das potências. A opção de não apresentar neste Caderno uma Situação de Aprendizagem específica para o estudo das propriedades operatórias das potências não significa que o assunto não seja importante. Espera-se que um aluno de 7a série/8o ano seja capaz, ao longo do ano, de 7 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 trabalhar com as propriedades operatórias das potências com razoável destreza e agilidade. As propostas de trabalho nas atividades des- te Caderno exploram a ideia do uso das po- tências na representação de números muito grandes ou muito pequenos em situações práticas e aplicadas, como a de investigar- mos o significado das unidades de medida frequentemente usadas na informática (bits, bytes, megabytes etc.). O estudo formal da Álgebra começa no final da 6a série/7o ano, por meio do uso de letras para representar situações e da resolu- ção de equações simples, e tem continuidade na 7a série/8o ano, quando o enfoque volta-se para as regras de manipulação dos símbolos algébricos. Essa organização curricular não interfere diretamente na ordem tradicional de abordagem dos temas da Álgebra, porém, sugere uma forma diferente de tratá-los, espe- cialmente no que diz respeito ao cálculo algé- brico abordado na 7a série/8o ano. Normalmente, atribuímos ao estudo da Álgebra as funções de generalizar a aritmé- tica, de possibilitar um processo para a reso- lução de problemas, de permitir a represen- tação da variação de grandezas e, ainda, de formalizar estruturas matemáticas. Entende- mos que essas quatro funções devem ser ex- ploradas de forma relacionada, e não como blocos isolados dentro do planejamento. Dessa forma, as atividades propostas devem ser interpretadas como uma forma de estabe- lecer a relação entre duas ou mais funções do estudo da Álgebra. Na Situação de Aprendizagem 1, o obje- to de estudo são as semelhanças e diferenças envolvendo as ideias de fração, razão entre números quaisquer e números racionais. Com relação ao conjunto dos números racionais, a Situação de Aprendizagem sugere a explora- ção do tema por meio da ideia de classes de equivalência, o que precederia a formalização tradicional apresentada na maioria dos livros. As “classes de equivalência” são apresenta- das em situações de contexto e de forma intui- tiva, para então serem aplicadas nas frações. Em seguida, a localização das frações na reta numérica está combinada à discussão sobre o caráter de densidade dos números racionais, isto é, o fato de que entre dois números racio- nais existem uma infinidade de outros núme- ros racionais. Essa propriedade marcará um passo entre o caráter discreto ou não contínuo dos números inteiros para a continuidade re- presentada pelos números reais. Na Situação de Aprendizagem 2, o tema central são as dízimas periódicas. Nela, discuti- mos que toda fração irredutível possui uma re- presentação decimal, a qual pode ser finita ou infinita e periódica. Nessa Situação de Apren- dizagem, além da discussão sobre a obtenção das frações geratrizes, também será explorado o ponto de vista da “previsão” do tipo de repre- sentação decimal de uma fração irredutível por meio de análises e estratégias de fatoração do seu denominador. Nesse processo, serão apro- fundados tanto os conceitos relacionados às noções de múltiplos e divisores de um número natural como as regras de divisibilidade. 8 Partindo da motivação de que números muito grandes ou muito pequenos encon- tram nas potências um caminho adequado e prático de representação, na Situação de Aprendizagem 3 procura-se motivar o estudo das potências a partir de situações práticas e desafiadoras, envolvendo notações como as do googol e do angstrom. A atividade tam- bém apresenta uma proposta de uso da cal- culadora no estudo das potências. Na Situação de Aprendizagem 4, explora- mos a relação entre o uso das potências e a memória do computador. Termos como bits, bytes, megabyte, gigabyte e, mais recentemen- te, terabyte, de uso corrente na informática, geram contexto e significado, pois se referem a unidades de memória dos computadores cuja compreensão e uso estão diretamente relacio- nados ao estudo das potências, fato que será explorado nessa Situação de Aprendizagem. Na Situação de Aprendizagem 5 abordam-se os padrões e as regularidades em sequências numéricas sob o ponto de vista da diversidade de representações com letras. A estratégia uti- lizada para que a diversidade de representa- ções possa ser trabalhada por meio da investi- gação dos alunos é a de associar as sequências numéricas ao arranjo geométrico de bolinhas, arranjo este que poderá ser identificado pelo aluno de diferentes maneiras (por linhas, co- lunas, reagrupando bolinhas e completando bolinhas). Com base na diversidade de ex- pressões com letras que podem ser obtidas de cada uma das sequências, o professorpoderá trabalhar, por meio da ideia de equivalência, a generalização de algumas propriedades, como a distributiva no produto, a comutativa e a as- sociativa, iniciadas na 6a série/7o ano com os números naturais. Na Situação de Aprendizagem 6, o tema central a ser desenvolvido são os produtos notáveis, cuja estratégia baseia-se no uso da Geometria. Muitos alunos enfrentam difi- culdades no desenvolvimento dos produtos notáveis provavelmente porque aprendem o assunto como mera técnica algébrica, sem compreender o seu sentido, e porque veem o assunto de forma desvinculada de sua aplica- ção. O uso diversificado de linguagens – em particular da linguagem geométrica no caso dos produtos notáveis – assume papel muito importante na apropriação de significados no contexto da Álgebra. Na sequência, a proposta da Situação de Aprendizagem 7 é trabalhar fatoração, produ- tos notáveis e frações algébricas, e simplificações de forma contextualizada. Nesse sentido, é em- pregada a tradução de problemas enunciados na língua materna para a linguagem da Álgebra como pontapé inicial da atividade. Também será apresentada nessa Situação de Aprendizagem a distinção entre as ideias de igual dade e identida- de, o que representa um importante passo para a compreensão do uso de letras no sentido de incógnita ou de variável. Na Situação de Aprendizagem 8, propõem- -se atividades nas quais, mais uma vez, o uso da linguagem escrita e das linguagens aritméti- ca, algébrica e geométrica aparecem de forma 9 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 integrada. Problemas aritméticos e algébricos que normalmente são tratados em séries/anos posteriores, como o do número de diagonais de um polígono ou da soma dos n primeiros números ímpares, serão apresentados de forma simples para o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao cálculo algébrico. É importante lembrar que as Situações de Aprendizagem 5, 6, 7 e 8 não esgotam nem os temas nem as possibilidades de abor- dagem do tema “expressões algébricas” na 7a série/8o ano. No entanto, a metodologia proposta consiste na apresentação de uma forma integrada de exploração das diversas funções da Álgebra e na valorização do uso da diversidade de linguagens como estraté- gia para a aprendizagem com significado, e não como simples regra. É possível que a sistematização de alguns temas do volume também tenha de ser trabalhada por exer- cícios disponíveis na maioria dos livros di- dáticos, cabendo ao professor adequar esse trabalho às necessidades dos seus alunos. Quadro geral de conteúdos do volume 1 da 7a série/8o ano do Ensino Fundamental Unidade 1 – Frações e números racionais. Unidade 2 – Decimais finitos e dízimas periódicas. Unidade 3 – Fração geratriz de uma dízima; reconhecimento de dízimas a partir da fração irredutível. Unidade 4 – Potências: definição e contextos. Unidade 5 – Potências: aplicações práticas. Unidade 6 – Potências: aplicações práticas e propriedades operatórias. Unidade 7 – Propriedades operatórias das potências. Unidade 8 – Potências e problemas de contagem. Unidade 9 – Expressões algébricas: equivalência e transformações. Unidade 10 – Expressões algébricas: operações. Unidade 11 – Produtos notáveis e fatoração: abordagem geométrica. Unidade 12 – Produtos notáveis e fatoração: abordagem algébrica. Unidade 13 – Produtos notáveis e fatoração: abordagem algébrica. Unidade 14 – Fatoração e simplificação de frações algébricas. Unidade 15 – Fatoração e simplificação de frações algébricas. Unidade 16 – Expressão algébrica de algumas ideias fundamentais da Aritmética e da Álgebra. 10 SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 OS RACIONAIS COMO MOSTRUÁRIO DAS FRAÇÕES Conteúdos e temas: classes de equivalência; frações equivalentes; razões entre dois números; números racionais. Competências e habilidades: organizar um conjunto de elementos em classes de equivalên- cia, por meio de uma propriedade dada; comparar distintos significados da ideia de fração, compreen dendo suas semelhanças e diferenças; compreender o conjunto dos números racio- nais reconhecendo cada número racional como um representante de uma classe de frações equivalentes; localizar números racionais na reta. Sugestão de estratégias: identificar propriedades comuns entre objetos ou números; construir classes de equivalência. Roteiro para a aplicação da Situação de Aprendizagem 1 Nosso objetivo, nesta Situação de Apren- dizagem, é esclarecer as seguintes questões: f Qual é a diferença entre uma fração e a razão entre dois números quaisquer? f Qual é a diferença entre uma fração e um número racional? A primeira questão é mais simples. É muito comum associarmos a representação a/b ao resultado da divisão de a por b e cha- marmos o símbolo a b de fração, mesmo que a e b não sejam inteiros. Por definição, uma fração é a razão entre dois números intei- ros. No entanto, quando falamos de frações como 1, 2 3 , 5, ou, então, x y , em que x e y representam grandezas quaisquer, estamos usando a palavra “fração” em sentido figu- rado, assim como falamos “dente” de um serrote ou “pé” de uma cadeira, sendo tal uso perfeitamente compreensível. A segunda questão exige uma discussão mais completa. Existe uma diferença con- ceitual importante entre uma fração e um número racional. Para esclarecer tal pon- to, vamos precisar da noção de relação de equivalência, apresentada no texto a seguir. 11 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 Os números racionais são associados à ideia de razão. Uma fração é uma razão entre dois números inteiros, ou seja, é um número racional. Mas qual é a diferença entre uma fração e uma razão entre dois números quaisquer? E qual é a diferença entre uma fração e um número racional? Na base da construção das respostas a essas pergun- tas está a noção de relação de equivalência. Quando temos diante de nós um conjunto muito “bagunçado” de elementos e queremos organizá-lo, recorremos à ideia de equivalência. O conjunto de automóveis que circulam neste momento em nossa cidade é um conjunto “bagunçado”; podemos olhar para ele, no entanto, com a intenção de organizá-lo segundo algum critério. Podemos fazer isso considerando apenas o fabricante de cada automóvel ou, se preferir- mos, considerando a cor deste. Se considerarmos apenas a cor de cada automóvel, tratando como equivalentes todos os automóveis de mesma cor, o conjunto dos automóveis ficará organizado em classes de equivalência. De acordo com esse critério, todos os automóveis brancos estarão em uma mesma classe, todos os automóveis azuis estarão em outra, e assim por diante. A definição da relação de equivalência – dois automóveis são equivalentes se, e so- mente se, têm a mesma cor – conduziu a uma organização do conjunto inicial de automóveis em um conjunto de classes de equivalência. Fixando-se uma relação de equivalência – ou seja, ter o mesmo fabricante –, o conjunto inicial pode ser reduzido a uma espécie de mostruário, em que um representante de cada fabricante é suficiente para mapear todo o conjunto. O mostruário representará, então, o conjunto das cores: PRETO AZUL BRANCO VERDE CINZA PRATA OUTROS Da mesma forma, podemos organizar o conjunto das frações, considerando equi- valentes e situando em uma mesma classe de equivalência todas as frações que Mostruário do conjunto dos automóveis quanto às cores Branco Azul Preto Prata Cinza Verde Outros © C on ex ão E di to ri al 12 representarem a mesma parte da unidade, como 1 2 ; 3 6 ; 5 10 ; 0,5; 13 26 ;–7 (–14) ; 232 464 ; ... (todas representam a metade da unidade), ou, então, 5 3 ; 10 6 ; 1,666...; 500 300 ; 300 180 ; ... (todas representam um inteiro mais dois terços). Se o conjunto de todas as frações que existem for organizado assim, agrupando-se em uma mesma classe as frações equivalentes, então o mostruário do conjunto das frações é o conjunto dos números racionais. Um número racional é, portanto, o representante de uma classe de frações equivalentes. Assim, um número racional representa o que há de comum entre todas as frações que representam a mesma parte da unidade. 430 215 ; 2; 6 3 1 7 ; 0,142857...; 3 21 2 5 ; 4 10 ; 0,4; –6 –15 ; 400 1000 ...; ...; ... 7 3 ; 2,333...; –35 –15 1,666... 5 3 ; –15 –9 ; 15 9 1 2 ; 3 6 ; 0,5; 13 26 ; 231 462 ; –7 –14 ; 45 90 1 3 ; –3 –9 ; 7 21 ; 15 45 ; 2 6 ; 111 333 Mostruário das frações: conjunto dos números racionais 1 2 1 3 1 7 2 7 3 5 3 ... Resumindo, podemos dizer que um número racional sempre representa uma classe de fra- ções equivalentes. Assim como o número natu- ral 5 representa o que há de comum entre todos os conjuntos que podem ser colocados em cor- respondência biunívoca com os dedos de uma mão, um número racional representa o que há de comum entre todas as frações que represen- tam a mesma parte da unidade. As frações 3 5 , 0,6 e 9 15 são diferentes, embora equivalentes; os números 3 5 ; 0,6 e 9 15 são diferentes representa- ções do mesmo número racional. 13 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 Para explorar um pouco mais a ideia de relação de equivalência, vamos resolver as se- guintes atividades. 1. Podemos organizar o con- junto de todos os polígonos que existem em classes de equi- valência segundo o critério do número de lados. Nesse caso: a) quais seriam as classes de equivalência? As classes de equivalência seriam: o conjunto dos triângulos, o conjunto dos quadriláteros, o conjunto dos pentágonos, o conjunto dos hexágonos etc. hexá gono s quadriláteros pentágonos ... triângulos b) qual seria o mostruário do conjunto dos polígonos? O mostruário seria o conjunto dos tipos de polígonos: {triân- gulos, quadriláteros, pentágonos, hexágonos etc.} ou { , , , etc.} 2. Considere o conjunto dos números inteiros não nulos representados na reta numerada e a relação de equivalência: dois números inteiros são equivalentes se, e somente se, estiverem à mesma distância da origem, onde está o número zero. – 4 – 3 – 2 – 1 43210 Nesse caso: a) quais seriam as classes de equivalência? As classes de equivalência seriam: {1, –1}, {2, –2}, {3, –3}, {4, –4}, {5, –5}, e assim por diante. – 4 – 3 – 2 – 1 43210 b) qual seria o mostruário? O mostruário seria o conjunto das distâncias possíveis de um inteiro na reta até a origem, ou seja, seria o conjunto {1, 2, 3, 4, 5, ...}. Em outras palavras, estamos escrevendo o conjunto do módulo dos números inteiros. 3. Considere o conjunto de todas as frações positivas. Para organizá-lo em classes, con- sideremos equivalentes todas as frações cuja soma do numerador com o denomina- dor resulte sempre no mesmo número. Por exemplo, 2 5 estaria na mesma classe de 1 6 e de 3 4 ; 24 13 estaria na mesma classe de 1 36 e de 7 30 , e assim por diante. Nesse caso: a) quais seriam as classes de equivalência? Antes, para ajudá-lo na tarefa, preencha a tabela a seguir, escrevendo na coluna à direita as frações cuja soma do nume- rador e denominador vem indicada na coluna da esquerda: 14 Soma igual a 2 Soma igual a 3 Soma igual a 4 Soma igual a 5 Soma igual a 6 As classes de equivalência seriam formadas por frações cuja soma do numerador com o denominador fosse constante, começando pelo menor valor possível, que é 2, depois 3, 4, e assim por diante: soma igual a 2: 1 1 ; soma igual a 3: 2 1 ; 1 2 ; soma igual a 4: 3 1 ; 2 2 ; 1 3 ; soma igual a 5: 4 1 ; 3 2 ; 2 3 ; 1 4 ; ... Soma igual a 13: 12 1 ; 11 2 ; 10 3 ; 8 5 ; 7 6 ; 6 7 ; 5 8 ; 4 9 ; 3 10 ; 2 11 ; 1 12 ; ... e assim por diante. Dessa forma, podemos representar as classes de equivalência por meio do seguinte conjunto: Soma igual a 13 So ma ig ua l a 2 Soma igual a 3 Soma igual a 5 Soma igual a 4 1 1 1 2 , 2 1 1 4 , 2 3 , 3 2 , 4 1 1 3 , 2 2 , 3 1 ... 1 12 , 2 11 , 3 10 , 5 8 , 6 7 , 7 6 , 8 5 , 9 4 , 10 3 , 11 2 , 12 1 Professor, se preferir, você também pode propor a constru- ção da seguinte tabela: 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 ... 1 2 2 2 3 2 4 2 5 2 6 2 ... 1 3 2 3 3 3 4 3 5 3 6 3 ... 1 4 2 4 3 4 4 4 5 4 6 4 ... 1 5 2 5 3 5 4 5 5 5 6 5 ... 1 6 2 6 3 6 4 6 5 6 6 6 ... ... ... ... ... ... ... ... b) qual seria o mostruário? O mostruário seria o conjunto dos valores possíveis para a soma numerador + denominador: {2, 3, 4, 5, 6, ..., 13, 14, ...}. Localização dos números racionais na reta A criação dos números racionais repre- senta um momento importante do curso de Matemática no Ensino Fundamental, pois trata de noções que servirão de base para a construção do conjunto dos números irracio- nais e, portanto, dos reais, objeto de estudo da 8a série/9o ano. O fato fundamental do conjunto dos nú- meros reais é a equivalência com os pontos da reta, isto é, a associação de cada número real a um ponto da reta e a sua recíproca, sendo cada ponto da reta associado a um número real. Essa equivalência entre pontos da reta e número real representa um passo muito importante na cons- trução de noções geométricas e numéricas com aplicações na Matemática e nas ciências em ge- ral, particularmente na Física. 15 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 Na 6a série /7o ano, os alunos representa- ram os números inteiros, positivos e negati- vos por pontos equidistantes sobre a reta, respectiva mente à direita e à esquerda em relação ao zero. Essa representação permite compreender os números inteiros como uma ampliação dos números naturais na medida em que a escala, a partir de então, necessi- tava, além da medida do comprimento de segmento unitário, ser orientada para a es- querda do zero negativa e para a direita do zero positiva: – 4 – 3 – 2 – 1 43210 Agora, para representar na reta um núme- ro racional com denominador n, devemos di- vidir cada segmento de comprimento unitário em n partes iguais; os pontos da subdivisão representarão as frações na forma m n . Por exemplo, a representação na reta de to- dos os números racionais cujo denominador é 4 será, portanto, da seguinte forma: – 2 – 1 210 ... – 8 4 – 7 4 – 6 4 – 5 4 – 4 4 – 3 4 – 2 4 – 1 4 1 4 2 4 3 4 4 4 5 4 6 4 7 4 8 4 ... Embora cada número racional esteja as- sociado a um ponto da reta, a recíproca aqui não é verdadeira, isto é, os pontos da reta não se esgotam com os números racionais. Como sabemos, existem pontos da reta que serão associados aos números irracionais, dando ao conjunto real a qualidade de continuidade que é atribuída à reta. A localizaçãodos números racionais na reta permite que se façam algumas considerações lógicas sobre propriedades fundamentais que diferenciam os campos numéricos. Uma dessas ideias se refere à possibilidade da determinação do sucessor de um número. Assim, cada fração de denominador 4 es- tará associada a um ponto da reta. Repetindo essa operação para todo deno- minador n inteiro, teremos, para cada classe de equivalência de frações, um ponto corres- pondente na reta: 1– 1 0 – 4 4 – 3 3 – 2 2 – 4 8 – 2 4 – 1 2 4 8 2 4 1 2 9 12 6 8 3 4 4 4 3 3 2 2 16 A todo número inteiro, seja positivo, nega- tivo ou zero, podemos determinar seu suces- sor e antecessor. Mas pensemos agora nos nú- meros racionais: quem é o sucessor de 1 2 ou de 0,53? Como vemos, não existem sucessores de números racionais. Outra ideia simples que pode ser discutida é a de que, dados dois números inteiros, podemos determinar que a quantidade de números in- teiros entre eles é sempre finita e determinada. Por exemplo, entre –5 e 3 existem sete núme- ros inteiros: {–4, –3, –2, –1, 0, 1, 2}. E com os racionais, como isso se dá? Considere os números racionais 1 3 e 1 2 : quantos racionais existem entre eles? Sabemos que pelo menos um existe: o número médio entre eles, isto é: 1 3 + 1 2 2 = 5 6 2 = 5 12 . Com relação aos números 1 3 e 5 12 , pode- mos novamente determinar o número que está entre eles: 1 3 + 5 12 2 = 9 12 2 = 9 24 = 3 8 . Logo, o número encontrado também está entre 1 3 e 1 2 . Pensando dessa forma, podemos admitir que sempre haverá um número racional entre dois racionais, e que a esse será associado um ponto na reta. Esse fato permite dizer que, en- tre dois números racionais, existem infinitos números racionais. Todo conjunto no qual exista uma infinida- de de elementos do mesmo conjunto entre dois quaisquer de seus elementos é chamado de conjunto denso. É curioso notar que o conjunto dos núme- ros racionais é denso sem ser contínuo. Como dissemos, embora entre dois números racio- nais quaisquer sempre haja uma infinidade de números racionais, uma vez que ele é denso, o conjunto dos números racionais não completa a reta, isto é, ele não é contínuo. A continuidade é uma qualidade exclusiva do conjunto dos nú- meros reais, quando cada ponto da reta – ima- gem associada à continuidade – corresponderá a um número real, seja racional ou irracional. A seguir, propomos algumas atividades que representam uma possibilidade ao professor de discutir com os alunos as ideias anteriormente desenvolvidas. Neste momento, não é necessário se deter em aspectos e termos relativos à densi- dade ou à continuidade. O interessante é que os alunos percebam que, com os números racionais, muitos mais pontos da reta serão associados do que os associados com os números naturais. As noções aqui iniciadas poderão ser ex- ploradas mais detalhadamente na Situação de Aprendizagem seguinte, cujo tema, dízimas periódicas, oferece uma oportunidade de re- presentação de números racionais na reta. 17 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 4. Localize na reta a seguir os números racio- nais: 1, –2, 1 3 , 5 2 , – 3 4 e –0,5. 2– 2 1 – 0,5 – 4 3 0 – 1 3 1 2 5 5. Responda às seguintes perguntas: a) Qual é o número natural sucessor de 15? 16. b) Qual é o número inteiro sucessor de –7? –6. c) Qual é o número racional consecutivo de 1 3 ? Não existe. d) Quantos números inteiros existem entre –6 e 0? 5. e) Quantos números racionais existem entre –6 e 0? Infinitos. f) Quantos números racionais existem en- tre 0,1 e 0,2? Infinitos. 6. Na atividade anterior, você observou que, diferentemente dos números naturais e in- teiros, não existe sucessor de um número racional e que entre dois números racionais sempre existe uma infinidade de outros nú- meros racionais. Os conjuntos que possuem essas propriedades são chamados de con- juntos densos. Sendo assim, encontre um número racional que esteja entre: a) 1 2 e 3 4 2 + 2 1 4 3 = 2 4 5 8 5 = b) 1 e 5 4 2 +1 4 5 = 2 4 9 8 9 = c) 0,88 e 0,889 0,881. d) 1,010010001000011 e 1,010010001000012 1,01001000100001132. Para resolver essas atividades, os alunos podem tirar a média aritmética entre os números dados. Observação: como exemplo, determinamos a média arit- mética entre os valores. Destacamos, no entanto, a possibili- dade de infinitas respostas para cada item. 7. Desenhe uma reta e localize nela os números 1 8 e 1 10 . Identifique três números fracionários que este- jam entre ambos. 0 1 8 1 10 1 Algumas soluções possíveis são: 80 9 , 160 19 e 160 17 . 18 8. Em que intervalo há mais números racio- nais: entre 0 e 1 ou entre 0 e 0,1? Nos dois intervalos há uma infinidade de números racionais. É isso que caracteriza um conjunto denso. 9. Em nossa vida, lidamos com conjuntos que têm a qualidade de serem densos. Um exemplo disso é o tempo: qual é o instante sucessor das 10 horas? É impossível definir, assim como percebemos que entre dois ins- tantes de tempo há uma infinidade de ins- tantes. Pense em outras duas situações que envolvam conjuntos densos. Alguns exemplos podem ser referentes às medidas de tem- peratura, de massa, de volume, de comprimento etc. Considerações sobre a avaliação A apresentação dos racionais como o mostruário das frações, baseada na ideia de classificações, é fundamental para a com- preensão do conceito em questão e pode ser muito esclarecedora a respeito do significado que as relações de equivalência têm na Ma- temática. Uma vez compreen dida, tal apre- sentação pode servir de base para uma reor- ganização conceitual dos outros conjuntos numéricos já estudados ou por estudar. Na resolução das atividades propostas, a aquisi- ção de uma linguagem mais adequada para o tratamento de tais temas é mais importan- te do que os inúmeros cálculos que podem ser associados a ela. A expectativa ao final desta Situação de Aprendizagem é a de que os alunos tenham ampliado suas noções sobre as frações, condi- ção essencial para a compreensão do conjunto dos números racionais. Essa ampliação está baseada, substancialmente, no conceito de classes de equivalência, sendo, portanto, um conceito importante para o professor avaliar, utilizando classes que envolvem equivalências contextualizadas ou numéricas. Outra noção desenvolvida nesta unidade está associada à localização de números ra- cionais na reta. Nesse caso, o professor pode sugerir algumas atividades cujo denominador seja 10, preparando, de certa forma, a discus- são sobre frações decimais e periódicas, obje- to da próxima Situação de Aprendizagem. 19 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 AS DÍZIMAS PERIÓDICAS SÃO PREVISÍVEIS... Conteúdos e temas: dízimas periódicas. Competências e habilidades: compreender o campo dos números racionais como composto por números cuja representação decimal pode ser finita ou infinita e periódica; reconhecer as condições que fazem que uma razão entre inteiros expresse uma dízima periódica; prever o tipo de representação decimal de uma fração irredutível a partir de análises e estratégias de fatoração do seu denominador. Sugestão de estratégias: análisede dados; construção e análise de tabelas e gráficos; uso de calculadora. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 2 As frações representam a razão ou a di- visão entre dois números inteiros. Quando nos dispomos a efetuar tal divisão, às vezes o quociente obtido é um número decimal “bem-comportado”, com um número fi- nito de casas decimais, como o número 0,25, que corresponde à fração 1 4 ; outras vezes, o resultado da divisão é um número com uma infinidade de casas decimais, com um grupo que se repete periodicamente, ou seja, é uma dízima periódica, como na fração 1 3 , que corresponde ao número 0,3333... As frações do primeiro tipo podem ser es- critas com seus denominadores em potências de 10: 1 4 = 25 100 , 1 5 = 2 10 , 7 40 = 175 1 000 . Nessa situação, as frações são transfor- madas, de modo que seus denominadores se convertam em potências de 10, e isso é possí- vel quando observamos que o denominador divide alguma potência de 10. Frações como essas representam uma grande vantagem prá- tica, pois, além de serem de fácil comparação, permitem, em sua forma decimal, a aplicação dos mesmos algoritmos usados para efetuar as operações aritméticas. No caso de frações que geram dízimas pe- riódicas, como 1 3 ou 5 70 , as frações não serão propriamente decimais no sentido de ter um de- nominador que seja potência de 10, pois, como não existe um último algarismo no desenvolvi- mento decimal, não existirá uma potência ade- quada de 10. Assim, essas frações terão repre- sentação decimal ilimitada ou infinita. Esta primeira atividade pretende auxiliar os alunos a reconhecer, com razoável grau de certe- za, quando uma fração qualquer gerará uma dí- 20 zima periódica no caso de ser efetuada a divisão entre numerador e denominador. Para responder a tal questão, basta observar o seguinte: se espe- ramos que uma fração qualquer a b seja equiva- lente a uma fração decimal, ou seja, a um número decimal finito, então devemos ter a b equivalente a uma fração com denominador igual a uma potência de 10, ou seja, do tipo c 10n para algum valor de n. Logo, partindo de uma fração a b já reduzida à sua forma mais simples, para termos a b = c 10n devemos multiplicar o numerador e o denominador de a b pelos mesmos fatores, de modo a atingir uma potência de 10 no denomi- nador. Isso significa que não podem existir em b fatores que não existam na potência de 10, ou seja, b não pode ter fatores que não sejam 2 ou 5. No caso de qualquer fator primo diferente de 2 ou 5, é certo que o resultado da divisão será uma dízima periódica. Desafio! Cada “casa” da tabela corresponde a uma fração cujos numerador e denomina- dor são identificados nas respectivas linha e coluna. Assim, por exemplo, a “casa” assi- nalada na tabela com a letra E corresponde à fração 3 4 , enquanto a “casa” assinalada com a letra M corresponde à fração 6 7 . As- sinale com um X as “casas” correspondentes às frações geratrizes de dízimas periódicas. Numerador D en om in ad or 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 E 5 6 7 M 8 9 Professor, com a realização da ativida- de, espera-se que os alunos consigam pre- ver se a divisão entre numerador e denomi- nador de uma fração irredutível gerará ou não uma dízima periódica. Numerador D en om in ad or 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 X X X X X X 4 5 6 X X X X X X 7 X X X X X X X X 8 9 X X X X X X X X 21 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 1. Analisando a tabela da se- ção Desafio!, identifique quan- do uma fração irredutível não gera uma dízima ao ser dividido o numera- dor pelo denominador. É esperado que eles constatem que frações irredutíveis, em que o denominador é formado apenas pelos fatores primos 2 e 5, geram decimais exatos quando o numerador é dividido pelo denominador. Para que se possa generalizar alguma conclusão obtida por meio da tabela, é conveniente que sejam consideradas fra- ções com numerador e denominador maiores do que 9, por exemplo, 160 27 ou 125 124 . Na sequência, os alunos devem ser moti- vados a refletir sobre os casos de frações irre- dutíveis em que a divisão entre numerador e denominador gera dízimas periódicas. 2. Quando uma fração com denominador igual a 3 não gera uma dízima? Quando for possível simplificar os termos da fração, elimi- nando o fator 3 do denominador, como em 6 9 = 2 3 = 1,5. 3. Todas as frações irredutíveis com denomi- nador contendo apenas fator primo igual a 3 geram dízimas periódicas? Dê exemplos para justificar sua resposta. Os dados observados na tabela indicam que os denominado- res 3 geram dízimas periódicas quando o numerador não é múltiplo de 3. De modo geral, frações irredutíveis com deno- minador 3n, n ≥ 1, gerarão dízimas periódicas. 4. Escreva a sequência dos números primos menores do que 30. Esses números compõem o seguinte conjunto: {29, 23, 19, 17, 13, 11, 7, 5, 3, 2}. 5. Quais dos números primos que você escreveu na atividade anterior podem ser combinados para formar o denominador de uma fração ir- redutível e geradora de uma dízima periódica? Analisando os valores desse conjunto com os dados da tabe- la, observa-se que, excetuando-se os fatores 2 e 5, todos os outros gerarão uma dízima periódica. Dessa forma, podemos concluir que, se o denominador tiver um fator diferente des- ses, dois, a fração irredutível gerará uma dízima. 6. Escreva cinco exemplos de frações, diferen- tes das vistas em sala de aula, nas quais a divisão entre numerador e denominador gerará uma dízima periódica. Neste caso, espera-se que o aluno escreva frações cujo de- nominador seja um número primo diferente de 2 e 5, e o numerador não seja um múltiplo deste. Algumas possíveis soluções seriam: 11 1 , 29 1 , 11 3 , 29 5 , 17 23 ... 7. Em que situação a divisão entre numerador e denominador de uma fração irredutível gera uma dízima periódica? No caso de o denominador ter fatores primos que sejam di- ferentes de 2 e 5. 8. Escreva cinco exemplos de frações, diferentes das vistas em sala de aula, nas quais, com cer- teza, a divisão entre numerador e denomina- dor não resultará em uma dízima periódica. Algumas soluções possíveis seriam: 5 1 , 4 7 , 10 9 , 25 3 … O encerramento desta parte da atividade pode envolver a socialização de todas as res- postas e a escrita de uma conclusão geral da classe, sob a coordenação do professor. Em seguida, o próximo passo pode ser discutir pelo menos um processo de obtenção da fra- ção geratriz de uma dízima periódica dada. 22 Dízimas periódicas e cíclicas Quando uma fração corres- ponde a uma dízima periódica, podemos notar que é possível uma estima- tiva do tamanho máximo do seu período, isto é, do número de casas decimais que se repetirão. Observe a divisão de 1 por 7: Nessa divisão, acrescentando os zeros necessários para produzir as casas decimais, observamos que as divisões parciais não são exatas e que os restos possíveis são menores do que 7, ou seja, serão 1, 2, 3, 4, 5 ou 6 – o resto 0 (zero) não é incluído, pois sua presen- ça indicaria que a divisão tem um resultado exato, sendo, portanto, um decimal finito. Assim, na sétima casa decimal, certamente ocorrerá a repetição de um resto e, a partir daí, como sempre completamos com zero para continuar a divisão, todos os outros restos se repetirão, produzindo a dízima pe- riódica. Poderíamos preverque, nesse caso, a dízima resultante da divisão teria um pe- ríodo de, no máximo, seis casas decimais, o que efetivamente ocorreu. Na tabela construída, colocamos em or- dem os quocientes decimais e os restos pro- duzidos por eles. Observe o desenvolvimento decimal de 2 7 : Comparando os períodos gerados pe- las duas frações, podemos observar que elas possuem os mesmos algarismos, porém ordenados de forma diferente e respeitando um movimento cíclico. Ob- servando que a divisão de 2 7 começa com resto 2, que também aparece como resto na divisão de 1 7 , os restos, a par- tir desse ponto, também vão coincidir em ambas as divisões, uma vez que o desenvolvimento de 1 7 tem período de comprimento “máximo”: 1 01 03 02 06 04 05 r e s t o s 0,142857... 7 quocientes Quocientes 1 1 3 2 6 4 5 0 1 4 2 8 5 Restos quocientes 2 02 06 04 05 01 03 r e s t o s 0,285714 7 Quocientes 2 2 6 4 5 1 3 0 2 8 5 7 1 Restos 7 4 1 7 = 0,14285714... 2 7 = 0,285714... i n í c i o do ciclo Quocientes resto inicial 1 1 3 2 6 4 5 0 1 4 2 8 5 Restos 7 23 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 9. Considere a seguinte fração 1 13 = 0,0769230769... quocientes 1 0 01 09 012 03 04 r e s t o s 0,076923... 13 Quocientes 1 1 10 9 12 3 4 0 0 7 6 9 2 Restos Aplicando o método discutido anterior- mente, escreva as frações a seguir na sua forma decimal periódica: a) 10 13 = 0,769230... b) 9 13 = 0,692307... c) 3 13 = 0,23076... d) 4 13 = 0,307692... 10. Observando a tabela de quocientes e res- tos, é possível encontrar o desenvolvimen- to decimal de 2 13 ? Justifique sua resposta e tente encontrá-lo. Observando na tabela a coluna dos restos, como ela não apresenta resto igual a 2, não permite prever o desenvolvi- mento de 13 2 a partir de 13 1 . Portanto, é necessário efetuar a divisão 13 2 . quocientes 2 02 07 011 05 06 08 r e s t o s 0,153846... 13 Quocientes 2 2 7 5 11 6 8 0 1 5 3 8 4 Restos Nessa divisão, além do resto 2, aparecem outros restos que não estavam presentes na primeira tabela: {2, 5, 6, 7, 8, 11}. Agora, com base nesse novo desenvolvimento, podemos escrever as frações 13 7 , 13 11 e 13 8 , observando o caráter cíclico dos quocientes: 13 7 = 0,538461... 13 11 = 0,846153... ou 13 8 = 0,6153846... As tabelas juntas formam todos os restos que podem ser nu- meradores ou frações irredutíveis de denominador 13: {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12}. Diferente da fração 7 1 , em que todos os possíveis restos apareceram na primeira tabela, na fração 13 1 houve a necessidade de se construir duas tabelas. Desafio! Sem efetuar a divisão, e apoiado na tabela da seção anterior referente à divi- são de 1 7 , encontre o desenvolvimento decimal de 5 7 . Seguindo o processo discutido, podemos deduzir que em 7 5 , como o primeiro resto é 5, seu desen- volvimento será: 7 5 = 0,714285… 3 6 24 Professor, nessa discussão você pode uti- lizar calculadoras ou planilhas eletrônicas, explorando outras frações, como 1 21 . Nesse caso, também serão necessárias duas tabelas, que darão como restos os valores do conjun- to {1, 2, 4, 5, 8, 10, 11, 13, 16, 17, 19, 20}. O interessante será perceber que a quantidade de restos igual a 12 não é máxima como com os denominadores 7 e 13. Os números {3, 6, 7, 9, 12, 14, 15, 18} não estarão na ta- bela dos restos, pois podem ser simplificados com o denominador 21, isto é, não represen- tam frações irredutíveis. Professor, como você pode observar, o tra- balho com dízimas, além da abordagem co- mum, pode ser feito sob forma investigativa, que envolva conceitos simples de divisão e de- composição em fatores primos. Encontrando a geratriz de uma dízima periódica Todo número racional escrito na forma de- cimal finita se transforma facilmente em uma fração: 1,25 = 125 100 = 5 4 . Mas e se o número racional for escrito na forma decimal periódi- ca infinita? Combinado à análise das frações que ge- ram dízimas, um trabalho complementar que permite o aprofundamento desse tema é o de operação recíproca, isto é, parte-se de um número decimal escrito na forma de dízima perió dica para encontrar sua fração geratriz. Existem vários métodos para a obtenção da fração geratriz de uma dízima periódica, mas, para o nível de conhecimento dos alunos de 7a série/8o ano, propomos o seguinte: Obtenção da geratriz de uma dízima a) simples Em uma dízima periódica simples, o perío- do se apresenta imediatamente após a vírgula, por exemplo, 0,4444... ou 2,5555... ou, ainda, 2,343434... Para obter a fração geratriz de uma dízi- ma periódica simples, podemos tratá-la como uma incógnita, como y. y = 0,4444... Em seguida, multiplicamos os dois termos da igualdade por uma potência de 10, cujo ex- poente é igual à quantidade de numerais do período da dízima. y = 0,4444... 10y = (0,444...) u 10 10y = 4,444... Subtraindo uma expressão da outra: (10y – y) = 4,444... – 0,444... obtemos: 9y = 4 y = 4 9 Assim, a geratriz da dízima 0,444... é a fração 4 9 . 25 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 Vamos obter, em outro exemplo, a geratriz da dízima 2,343434... y = 2,343434... (Multiplicaremos os dois termos por 102 = 100.) 100y = 234,343434... (Subtrairemos uma expressão da outra.) 99y = 232 y = 232 99 Assim, a geratriz da dízima 2,343434... é a fração 232 99 . b) composta Em uma dízima periódica composta, entre o período e a vírgula há um ou mais numerais que não fazem parte do período, por exemplo, 0,23333... ou 1,03242424... De modo semelhante ao que foi feito ante- riormente, nomearemos a dízima de y. y = 0,2333... Visto que o período é formado apenas por um algarismo, multiplicaremos toda a expres- são por 101. y = 0,2333 10y = 2,333... Subtraindo uma expressão da outra, teremos: 9y = 2,1 y = 2,1 9 = 21 90 Dessa forma, a geratriz da dízima 0,2333... é a fração 21 90 . Observe, a seguir, o processo de determina- ção da geratriz de 0,235454... x = 0,23545454... 10x = 2,3545454... 100x = 23, 545454... 1 000x = 235,454545... 10 000x = 2354, 545454... 10 000x – 100x 9 900x 2 354,5454... – 23,5454... 2 331 9 900x = 2 331 x = 2 331 9 900 x = 259 1 100 10 000x – 100x = 2 354,5 454... – 23,5454... Observe que é importante destacar que o produto por potências de 10 deve ser de- senvolvido até que seja encontrada a parte decimal periódica igual. Nesse caso, isso foi feito para os produtos obtidos por 100 e 10 000. 26 Neste momento do trabalho, a capacidade do aluno de aplicar os processos desenvolvi- dos até aqui para encontrar a geratriz da dí- zima é desafiada. Caso o professor considere adequado, su- gerimos o uso da calculadora para a verifica- ção do resultado. No Ensino Médio, esse assunto será reto- mado quando o objeto de estudo for a soma de termos infinitos de uma progressão geomé- trica. Neste momento, por exemplo, a dízima 2,3333... será interpretada como a soma infi- nita das parcelas: 2 + 0,3 + 0,03 + 0,003 + ... 11. Determine a fração geratriz de cada uma das seguintes dízimas periódicas: a) 2,7777... 925 b) 0,454545... 99 45 c) 1,2343434... 990 1 222 d) 3,1672867286728... 99 990 316 697 12. Escreva o número racional 7 6 0,33333 na forma a b , sendo a b uma fração irredutível. Resposta: 2 7 O decimal 0,333… corresponde à fração 3 1 . Assim, temos 6 7 3 1 = 6 7 u 1 3 = 2 7 13. Encontre o valor de x que é solução da equação: 3x + 0,1x + 0,05x + 0,005x + + 0,0005x + ... = 4. Inicialmente, coloca-se o x em evidência: x(3 + 0,1 + 0,05 + + 0,005 + 0,0005 + ...) = 4. Observamos, então, que o coeficien- te de x é uma dízima periódica: (3,15555…)x = 4. Encontrando sua geratriz, podemos resolver o problema: y = 3,1555 10y = 31,5555 10y - y=28,4 y = 9 28,4 = 90 284 Então: 90 284 x = 4 A x = 71 90 S = ቊ 71 90 ቋ Considerações sobre a avaliação Ao final desta Situação de Aprendizagem, a expectativa é de que os alunos tenham com- preendido o campo dos números racionais como compostos por números cuja represen- tação decimal pode ser finita ou perió dica e infinita. Tal definição dos números racionais é importante, pois será retomada na discussão sobre outro tipo de número, os irracionais. No caso das dízimas periódicas, a explora- ção das primeiras experiências com represen- tações infinitas serviu de base para uma série 27 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 de atividades com um sentido de investigação e pesquisa. Na avaliação, a exploração da curiosidade dos alunos, a prática de uma re- flexão crítica diante de situações insólitas ou curiosas na escrita dos números, como são as dízimas, é muito mais relevante do que a mera fixação de regras operatórias para determinar as geratrizes. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 DO GOOGOL AO ANGSTROM, UM CAMINHO PARA AS POTÊNCIAS Conteúdos e temas: potenciação; propriedades de potenciação; conversões de unidades de medidas. Competências e habilidades: compreender a utilidade das potências na representação de nú- meros muito grandes ou muito pequenos; analisar e interpretar dados escritos na forma de potências de 10; relacionar a representação decimal com a notação científica de grandezas. Sugestão de estratégias: uso de calculadora; construção e leitura de tabelas; interpretação de dados. Considerando os números 210, 103 e 107, qual deles é escrito com maior número de dígitos? Essa é uma pergunta desafiadora que, além de permitir a retomada da discussão sobre o cálculo de potências a partir do seu significado, também possibilita a compreensão de que contar o número de algarismos necessários para a escrita de uma potência de base 10 é muito simples, bastando para isso olhar para o expoente da potência. Isso ocorre porque nosso siste- ma de numeração é de base 10 (decimal), o que foi discutido em detalhes nas atividades sobre sistemas de numeração propostas na 6a série/7o ano. Diversas áreas da ciência que trabalham rotineiramente com números muito grandes ou mui- to pequenos utilizam amplamente a linguagem das potências na representação desses núme- ros. Por exemplo, a velocidade da luz no vácuo, que é de aproximadamente 300 000 km/s ou 300 000 000 m/s, pode ser escrita como 3 u 105 km/s ou 3 u 108 m/s. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 3 O uso de potências na Matemática é um recurso útil para a representação de números muito grandes ou muito pequenos, e esse será o fator motivador desta atividade. No início da 7a série/8o ano, o aluno já terá conhecimen- tos básicos sobre as potências, sendo neces- sário apenas uma retomada do assunto que inclua discussões sobre significados, notações e linguagem. Em seguida, a expectativa é a de que possa ser desenvolvido um trabalho para investigar a importância das potências na representação de números muito grandes ou muito peque- nos, o que servirá de justificativa para o estu- do mais detalhado das propriedades operató- rias das potências na sequência do curso. 28 A atividade a seguir utiliza a informação da velocidade da luz em cálculos aplicados. O que se deseja mostrar com esta e outras atividades apresentadas na sequência são algumas possi- bilidades de cruzamento de dados contextua- lizados e o trabalho com potências. Tais pos- sibilidades não devem ser interpretadas como atividades acabadas sobre o assunto, mas sim como suporte didático ao trabalho do profes- sor. Cabe, portanto, ao professor articulá-las da maneira mais conveniente, de acordo com os co- nhecimentos dos alunos sobre potências. 1. Em Astronomia, a distância que a luz percorre em um ano é chama- da ano-luz. Sendo assim, responda: a) quantos metros tem 1 ano-luz, sabendo que a velocidade da luz é 3 u 108 m/s? Considerando-se o ano com 365 dias de 24 horas, a resposta exigirá o seguinte cálculo: 365 u 24 u 60 u 60 u 3 u 108 = 9 460 800 000 000 000 m = = 9,4608 u 1015 metros b) qual é a distância entre a Terra e o Sol em anos-luz, sabendo-se que essa distância é de aproximadamente 150 000 000 000 metros? © N as a an d T he H ub bl e H er it ag e T ea m (S T Sc l/A U R A ) Para responder a esta pergunta, basta escrevermos os valores em notação científica: 9,4608 u 1015 1,5 u 1011 5 1,58 u 10–5 = 0,0000158 anos-luz. c) quanto tempo, aproximadamente, um feixe de luz leva para chegar do Sol até a Terra? Como a distância da Terra ao Sol é de aproximadamente 1,5 u 1011 metros e a velocidade da luz é de 3 u 108 m/s, um fei- xe de luz demorará 3 u 108 1,5 u 1011 = 500 segundos para atingir a Terra, aproximadamente 8 minutos e 20 segundos. Para efeito de comparação, o professor pode comentar que um feixe de luz, em 1 segundo, dá aproximadamente 7 voltas e meia em torno da Terra. 2. O diâmetro da Via Láctea é de aproximadamente 100 000 anos-luz. Por que os astrônomos utilizam uma unida- de “tão grande” como o ano-luz para indi- car distâncias? Para medir distâncias grandes, é mais prático usar uma uni- dade grande; na Astronomia, existem unidades menores que o ano-luz, como a “unidade astronômica”, que é a distância média entre a Terra e o Sol, ou seja, 150 000 000 km. O parsec, que corresponde a cerca de 3,26 anos-luz, é usado normal- mente para distâncias entre estrelas ou galáxias. Nos filmes de ficção, muitas vezes as personagens indi- cam distâncias entre estrelas utilizando as unidades anos-luz e parsec. Faça uma pesquisa sobre unidades de me- didas astronômicas e registre alguns exemplos de sua aplicação. 29 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 Números muito grandes ou muito peque- nos envolvendo medidas reais podem ser uti- lizados em diversas atividades com potências. A seguir, apresentamos uma tabela com dados reais aproximados que podem servir de refe- rência para que o professor elabore atividades com potências, proporcionalidade e conversões de unidades de medidas. Notação científica 3. A tabela a seguir apresenta dados reais aproximados en- volvendo potências: Número de moléculas em 1 grama de água 3 u 1022 moléculas Número de átomos do corpo humano 10 28 átomos Raio da Terra 6 u 106 m Distância entre a Terra e a Lua 4 u 10 8 m Distância entre a Terra e o Sol 1,5 u 1011 m Massa da Terra 6 u 1024 kg Idade da Terra 4,5 u 109 anos Idade do Universo 1,5 u 1010 anos Número de habitantes da Terra (estimativa em 2011) 7 bilhões Expectativa de vida dos brasileiros em 2011 73,4 anos PIB* (Produto Interno Bru- to) brasileiro em 2012 4,4 trilhões de reais Número de células do corpo humano 100 bilhões = = 1011Número de possibilidades do sorteio dos seis números da Mega-Sena 50 milhões = = 5 u 107 Analisando os dados dessa tabela, escreva cada um dos números a seguir em notação científica, ou seja, na forma m u 10n, com 1 ≤ m < 10. a) número de habitantes da Terra em 2011; 7,0 u 109 pessoas. b) expectativa de vida dos brasileiros em 2011 (em segundos); 2,3 u 109 segundos. c) PIB brasileiro em 2012. 4,4 u 1012 reais. Vale a pena observar que, apesar da pratici- dade relacionada ao uso de potências para a re- presentação de números muito grandes, quando temos a possibilidade de nos referir a um número dessa natureza por palavras, a compreensão do significado concreto da ordem da grandeza será favorecida. Por exemplo, dizer que o número de habitantes estimado da Terra em 2011 foi de 7 u 109 pessoas é muito menos esclarecedor do que falar em 7 bilhões de pessoas. Por esse motivo, os exer- cícios que estabelecem a correspondência entre o uso de potências e as palavras da nossa língua que as representam devem sempre ser incentivados. Veremos a seguir uma atividade que possibi- lita a introdução da ideia de notação científica. Quando falamos em números grandes para trabalhar potências, uma contextualização inte- ressante que pode ser feita é a do número googol (lê-se “gugol”). Há, inclusive, um conhecido site de buscas na internet cujo nome foi inspirado no número googol de Edward Kasner, provavelmen- te porque esse site traz uma quantidade “muito grande” de informações. *PIB: Produto Interno Bruto – o conjunto de bens e serviços produzidos no ano. 30 Em certa ocasião, o matemático estadunidense Edward Kasner perguntou ao seu sobrinho Milton Sirotta, de nove anos, qual era o maior número que existia. A resposta do pequeno Milton – algo parecido com "guuugol" – não foi muito animadora, mas, na mente criativa de Kasner, isso virou uma bela brincadeira matemática. Em homenagem ao sobrinho, Kasner chamou de googol o número 1 seguido de 100 zeros ou, dizendo de outra maneira, o número 10100. Não é tarefa fácil encontrar em nosso mundo real algo em quantidade tão grande quanto 1 googol. Para se ter uma ideia, o número de gotas de chuva que caem na cidade de São Paulo em um século é muito menor que 1 googol. O número total de grãos de areia das praias do litoral brasileiro também é menor que 1 googol, assim como é menor que 1 googol o número de elétrons em todo o Universo. Para não dizer que 1 googol é um número insuperável, se imaginarmos o Universo inteiro ocupado por prótons e elétrons de tal forma que não sobre nenhum espaço livre, então, estima- -se o número dessas partículas (�10110 partículas) em um número maior que 1 googol. Vencida a barreira do googol, imagine um número ainda maior: “10 elevado a 1 googol” (Kas- ner batizou esse número de googolplex). Se fosse possível escrever um dígito a cada meio segundo, quanto tempo levaríamos para escrever todos os zeros de 1 googolplex? A resposta exige apenas alguns cálculos. Dizer que 1 googolplex é 10googol = 1010100 é equivalente a dizer que esse número tem o primeiro dígito igual a 1 seguido de 1 googol de dígitos iguais a 0. Nas condições dadas, le- varíamos 0,5 u 10100 segundos para escrever por extenso o número de zeros de 1 googolplex. Como a idade estimada do Universo é 1,5 · 1010 anos (ver tabela da atividade anterior), o que equivale, aproximadamente, a 4,7 · 1017 segundos, é possível afirmar que, desde o Big Bang até hoje, não haveria tempo suficiente para a empreitada de escrever todos os zeros de 1 googolplex. 4. Cerca de 70% da superfície da Terra encontra-se coberta por água, o que corres ponde a um vo- lume de aproximadamente 1 385 984 610 km3 (desse total, 97,5% é de água salgada e 2,5% de água doce). Sabendo que em cada cm3 te- mos 1 g de água (a densidade da água é 1 g/cm3) e consultando a tabela apresentada anteriormente, calcule o número de molécu- las de água na superfície da Terra. Em segui- da, compare esse dado com 1 googol. Nesta atividade, desconsidere o fato de a densidade da água salgada ser maior que 1 g/cm3. Para resolver esta atividade, primeiro temos de conver- ter km³ em cm³, o que indicará a massa de água na Terra ( 1,4 u 1024 gramas). Dado que 1 g de água tem 3 u 1022 moléculas, então, o número de moléculas do total de água na superfície da Terra é de aproximadamente 4,2 u 1046. Apro- ximando-se grosseiramente esse número para 1050, pode-se discutir com os alunos que esse número é muito menor que 1 googol. Muitos alunos poderão pensar, à primeira vis- ta, que 1050 é metade de 1 googol, o que não é verdade. Se dividirmos 1 googol por 1050, o resultado será 1050, que é o número de vezes que o número de moléculas de água na superfície da Terra caberia dentro de 1 googol. 31 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 Usando a calculadora Nas calculadoras simples, com oito dígitos no visor, não conseguimos fazer diretamente a conta 370 000 u 2 100 000, contudo, com o conhecimento de potências e notação científica, esse cálculo pode ser feito na calculadora. Sabendo-se que 370 000 = 3,7 u 105 e 2 100 000 = = 2,1 u 106, o produto procurado é 2,1 u 3,7 u 1011. A calculadora nos fornece o resultado de 2,1 u 3,7 = = 7,77, e nossos conhecimentos sobre potência indicam que esse número multiplicado por 1011 será igual a 777 000 000 000. Entretanto, se você tem uma calculadora científica, vai observar que ela usa a notação científica automaticamente. Nas calculadoras científicas, o resultado dessa conta pode aparecer das seguintes for- mas, dependendo do fabricante: 7.7711 7.77 E11 7.77 E + 11ou ou Em todos os casos apresentados, o número 11 representa um expoente de uma potên- cia de base 10 que deverá ser multiplicada por 7,77. Três outros detalhes também devem ser observados. Em geral, as calculadoras usam o sistema inglês de representação dos números, em que a vírgula tem a função do nosso ponto, e vice-versa. Assim, o número 38.490,25 no nosso siste- ma aparece representado na calculadora como 38,490.25 A letra E que aparece em algumas calculadoras refere-se à palavra em inglês exponent, que quer dizer expoente. Algumas calculadoras colocam o sinal de mais ou de menos ao lado da letra E para representar expoentes positivos ou negativos da potência de 10. As calculadoras científicas possuem uma tecla específica para as potências, o que facilita o seu manuseio. Em geral, a tecla é indicada por xy ou, em alguns casos, uma tecla in- dicando o sinal de acento circunflexo ^ é a que deve ser usada para elevar uma base a um expoente. Exemplos de sequências de teclas que devem ser digitadas nesses dois tipos de calculadora para calcular 35: 3 5 =I. 3 5 =II. xy ^ O resultado que aparecerá no visor será 243 32 Um dos fatores fundamentais sobre potên- cias com expoentes inteiros pode ser discuti- do com os alunos com base em uma situação contextualizada: 5. Faça algumas experiências com sua calculadora, registrando a seguir os valores encontrados. Resposta pessoal. 6. Suponhamos que, em determinado país, a produção de um material tenha sido igual a 1 tonelada no ano 2000 e, em razão do desenvolvimento tecnológico, passou a tri- plicar anualmente a partir daí. Uma tabela com as quantidades produzidas ao final de cada ano é apresentada a seguir. Complete os espaços em branco utilizando, quando possível e se necessário, uma calculadora: Ano Produção P (toneladas) Potência correspondente 2000 1 30 2001 3 31 2002 9 32 2003 27 33 2004 81 34 2005 243 35 2006 729 36 2007 2 187 37 2008 6 561 38 2009 19 683 39 ... ... ... 2015 14 348 907 315 2000 + n ... 3n A regularidade da multiplicação pelo fator3 a cada ano conduz naturalmente à representação da produção correspondente de modo simplificado, por meio de uma potência de 3 ÷ n anos após o ano 2000, o valor da produção P será 3n toneladas. As atividades desta etapa permitirão justi- ficar as potências de expoente negativo. Para tanto, pode-se partir das propriedades: am · an = am+n am an = am – n (a ≠ 0) Para compreendê-las, basta que se conte o número de fatores resultantes ao efetuar as operações indicadas. Por exemplo: 3 números 2 5 números 2 � � � �2 3 u 25 = 2 u 2 u 2 u 2 u 2 u 2 u 2 u 2 = 28 Uma vez trabalhada a propriedade am ∙ an = am+n, os expoentes negativos podem ser apresentados da seguinte forma: 5 u 1 5 = 1 (o produto de um número dife- rente de zero pelo seu inverso é 1). 5 u 1 5 = 50 (qualquer número diferente de zero, quando elevado a zero, resulta 1). 51 u 5x = 50 (substituímos 1 5 por 5x para po- der usar a propriedade am u an = am + n). 51+x = 50 (para que a igualdade seja verda- deira, necessariamente x = <1). Conclusão: a notação adequada para 1 5 como potência de base 5 é 5–1. Posteriormente, pode-se discutir com os alunos que, excluindo-se o caso em que 33 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 a = 0, a notação an pode ser estendida para o expoen te 0, uma vez que: a0 = an an = 1 ou, partindo da propriedade am u an = am + n, pode- mos apresentar o cálculo: a0 u an = a0 + n = an, o que indica que a0 = 1. Outro recurso que pode ser explorado na apresentação de expoentes inteiros é o referen- te à regularidade observada no quadro do Sis- tema Decimal Posicional. Uma vez construída a tabela, podem-se associar as potências com expoentes negativos à sua parte decimal, de modo que o Sistema Decimal possa ser inter- pretado em toda a sua generalidade. 8. A tabela a seguir indica uma série de repre- sentações com potências de expoente nega- tivo. Pesquise sobre as unidades relaciona- das, faça a conversão entre as unidades e complete a coluna. 1 centímetro 10–2 metros 1 milímetro 10–3 metros 1 micrômetro 10–6 metros 1 nanômetro 10–9 metros 1 angstrom 10–10 metros 7. O nosso sistema de numeração – Siste- ma Decimal Posicional – é formado se- gundo certa regularidade com relação às potências de base 10. Interprete essa característica completando a tabela a seguir: Milhar Centena Dezena Unidade 1 000 100 10 1 103 102 101 100 Décimos Centésimos Milésimos 0,1 0,01 0,001 10 1 101 1 = = 10–1 10–2 100 1 103 1 = = 10–3 A tabela “Radiação eletromagnética - com- primento de onda em metros”, que permite trabalhar potências de forma interdisciplinar com a área de Ciências, é aquela referente ao comprimento de ondas eletromagnéticas, como as ondas de rádio, TV, micro-ondas, ra- diação infravermelha, luz visível, ultravioleta, raios X e raios gama. Essas radiações diferem entre si pela sua frequência e pelo seu compri- mento de onda. As ondas eletromagnéticas se propagam no vácuo com velocidade constante, igual a 300 000 km/s (velocidade da luz). Faça uma pesquisa em jornais e revistas, e selecione uma notícia que apresente nú- meros muito grandes. Escreva um parágrafo resumindo o assunto da notícia e apre- sente os mesmos números em notação científica. Professor, você pode discutir com os alunos que os expoentes negativos nos permitem representar números muito peque- nos com potências. 34 9. O comprimento de um cordão de DNA na célula é de aproximada- mente 10–7 m, o que corresponde a aproximadamente 1 000 angstroms. Com base nesse dado, calcule a equivalência en- tre angstrom e metro. 1 angstrom corresponde a 10–10 m. 10. O diâmetro de um fio de cabelo huma- no é de aproximadamente 2,54 u 10–5 m. Quantos fios de cabelo humano teriam de ser colocados lado a lado para for- mar 1 m? Para determinar a quantidade de fios de cabelo que correspondem a 1 metro, basta que façamos a divisão: 2,54 u 10-5 1 = 39 370 fios. Você também pode discutir com os alunos que o ser humano tem em média 100 000 fios de cabelo, podemos concluir, portanto, que todos os fios de ca- belo de um indivíduo, quando alinhados por seus diâmetros, resultariam em cerca de 2,54 metros (2,54 u 10 –5 u 100 000). 11. Nossos fios de cabelo crescem à taxa de, aproximadamente, 1,6 u 10–5 m por hora. Um caracol de jardim se locomove no ritmo de, aproximadamente, 3 u 10–2 m por hora. Quanto tempo nossos fios de cabelo demo- rariam para crescer o equivalente à distância que um caracol de jardim percorre em 1 hora? A solução deste problema exige que efetuemos os seguin- tes cálculos: 1,6 u 10-5 3 u 10-2 = 1,875 u 103 horas, o que cor responde a 24 1,875 u�103 = 78,125 dias, ou seja, 78 dias e 3 horas. Considerações sobre a avaliação Como dito inicialmente, a opção de não apresentar atividades específicas sobre as opera- ções com potências não significa que tal assunto seja irrelevante, mas apenas que o tratamento usualmente dado a esse assunto costuma ser suficiente. Dessa forma, o foco desta Situação 10–18 10–15 10–12 10–9 10–6 10–3 100 103 106 109 Raios cósmicos Raios X Luz visível Radar Rádio VLF Raios gama Infravermelho TV Micro-ondas Ultravioleta Radiação eletromagnética – comprimento de onda em metros Raios cósmicos Raios gama Raios X Ultravioleta Luz visível Infra- vermelho Micro-ondas Ondas de rádio Energia de corrente alternada Alta frequência (Comprimento da onda: curto) Baixa frequência (Comprimento da onda: longo) © C en tr o de E ne rg ia N uc le ar n a A gr ic ul tu ra /U SP Encontrado em: Princípios da Irradiação. Texto: Adriano Costa de Camargo. Orientação: Prof. Dr. Júlio Marcos Melges Walder. Laboratório de Irradiação de Alimentos e Radioentomologia. Disponível em: <http://www.cena.usp.br/irradiacao/principios.htm>. Acesso em: 1 nov. 2013. 35 Matemática – 7ª série/8º ano – Volume 1 de Aprendizagem recai sobre a exploração de potências por meio de sua utilização na repre- sentação do googol e do angstrom. Na próxima Situa ção de Aprendizagem, veremos especial- mente a família dos bytes: giga, mega, tera etc. O significado dos números contidos nas tabelas apresentadas pode servir de base para a formulação de grande quantidade de problemas interessantes, bem como para a proposição de trabalhos extraclasse. O fun- damental é que o trabalho com potências seja desenvolvido com base em problemas contextualizados. Tais problemas podem ser tanto os aqui apresentados como alguns criados pelos próprios alunos. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 AS POTÊNCIAS E A MEMÓRIA DO COMPUTADOR Conteúdos e temas: potências; propriedades de potências. Competências e habilidades: conhecer e operar com as propriedades das operações com potên- cias de expoentes inteiros; reconhecer a potenciação em situações contextualizadas; transfor- mação de unidades. Sugestão de estratégias: construção de tabelas e árvores de possibilidades; construção e análise de gráficos e tabelas; uso de calculadora. Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 4 As unidades de memória dos computadores são amplamente conhecidas hoje em dia. O uso de termos como megabytes ou gigabytes para se referir à capacidade de memória de dispositivos eletrônicos tornou-se tão comum quanto o uso de quilo- grama para se referir à massa de determinado produto. Fala-se com naturalidade em pen drives de 8 gigabytes, CD-ROMs de 700 megabytes, DVDs de 4,7 gigabytes, entre outras coisas. Essas especificações
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