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ETIOPATOGENIA DA DOENÇA PERIODONTAL PERIODONTITE Microorganismos Patogênicos Fatores Modificadores - Higiene Oral - Áreas de Retenção de P.B. - Dieta Hereditariedade -Deficiências Imunológicas - Síndromes - Genéticas Doenças Sistêmicas Vírus - Imunomodulação Hábitos -Cuidados com a saúde - Fumo - Álcool - Dieta - Medicamentos Estresse Fatores Sociais -Família -Educação - Profissão - Fatores Socioeconômicos - Fatores Culturais Aa,Pg IDADE SEXO Aa – X2 Pg – X2,7 Fumo – X2,8 a 6,7 HIV – AIDS - ? Idade / Sexo - ? HIV TERAPIA DE MANUTENÇÃO FUMO Biofilme Dental: Comunidade microbiana organizada, não mineralizada, envolvida em uma matriz de polissacarídeos extracelulares e glicoproteínas salivares. Definição PLACA BACTERIANA • AGREGAÇÕES BACTERIANAS FORTEMENTE ADERIDAS AOS DENTES E OUTRAS SUPERFÍCIES ORAIS. •Produz uma variedade de irritantes: ácidos, endotoxinas e antígenos. PLACA BACTERIANA PLACA BACTERIANA Hipótese da placa específica (Loesche, 1979) -A propensão dos sítios inflamados de sofrer destruição tecidual contínua foi indentificada, porque nem toda gengivite evolui para uma periodontite. - Periodontite é causada por patógenos especificos. Hipótese da placa inespecífica(Theilade, 1986) -Indivíduos com forma grave de doença periodontal são suspeitos de possuir baixa resistência aos depósitos bacterianos como um todo. - Ao executarem de forma inadequada os cuidados de higiene oral. (Löe et al., 1965; Theilade et al., 1966; Pontoriero et al., 1994) Evidências científicas 7 dias – todos apresentavam inflamação gengival Após profilaxia e retorno da HO – todos apresentaram saúde gengival Gengivite experimental (Löe et al., 1965; Theilade et al., 1966; Pontoriero et al., 1994) Evidências científicas Biofilme Fator etiológico das doenças gengivais Bactérias Gram-negativas anaeróbias estritas proteolíticas Bactérias Gram-positivas facultativas sacarolíticas e acidogênicas Formação do biofilme • A adesão depende de uma série de interações envolvendo a superfície a ser colonizada, a microbiota e o meio ambiente Como se forma o biofilme? Superfície dental (Mergenhagen & Rosan, 1985) Dente ou superfícies duras Formação do biofilme Marshall (1992), Marsh & Bradshaw (1995) Película adquirida – glicoproteínas salivares e anticorpos Formação do biofilme Marshall (1992), Marsh & Bradshaw (1995) Adesão bacteriana – polímeros extracelulares e fímbrias Formação do biofilme Marshall (1992), Marsh & Bradshaw (1995) Crescimento celular ativo – presença de nutrientes Formação do biofilme Marshall (1992), Marsh & Bradshaw (1995) Aumento da massa bacteriana – difusão difícil e condição de anaerobiose Formação do biofilme Marshall (1992), Marsh & Bradshaw (1995) Tipos de colonização bacteriana Colonização primária Facultativas / gram-positivas Fonte de energia: carboidratos Utilizam oxigênio Gêneros Principais: Streptococcus ssp. Actinomyces sp Formação do biofilme Transição do meio / G+ G- Mudanças no meio ambiente Aumento da massa Bactérias sem mecanismos de adesão Interações bacterianas Tipos de colonização bacteriana Formação do biofilme Colonização secundária Dependem de colonização prévia Anaeróbicas Assacarilíticas Fonte de energia: aminoácidos P. Gingivalis Prevotella intermedia POTENCIAL PERIODONTOGÊNICO Tipos de colonização bacteriana Formação do biofilme DENTE Cocos Gram+ anaeróbios facultativos Bastonetes Gram+ Gram- Colonização Bacteriana Lang et al., 2005 Formação do biofilme Biofilme Estágios de formação do biofilme Estágio reversível Aderência inicial bacteriana. Gibbons & van Houte, 1980 Estágio irreversível A partir da multiplicação, sucessão e interação entre microrganismos. DENTE Fase 10 h Fase 2 Fase 3 Fase 4 Formação da matriz intermicrobiana (mutana) e na produção de reservas de energia (dextrana e frutana). Estrutura do biofilme Estrutura do biofilme supragengival • Primeiro material a se aderir à película • Nutrição vem dos produtos da dieta dissolvidos na saliva • A matriz intermicrobiana representa 25% do volume e 3 fontes podem contribuir com esta matriz: os microrganismos, a saliva e o exsudato gengival • Na placa supra, onde predominam gram positivos, é comum encontrar levanas e glicanas que são produzidas a partir da sacarose da dieta cocos, células epiteliais e PMNs. • Fonte nutricional provém dos tecidos periodontais e do sangue • Se assemelha à placa supra, embora os microrganismos sejam diferentes • Camada superficial menos densa e leucócitos regularmente interpostos entre o biofilme e a camada epitelial do sulco gengival Estrutura do biofilme subgengival • Produção de enzimas hidrolíticas • Presença da cutícula – material eletrodenso que confere maior aderência do biofilme Estrutura do biofilme Características dos biofilmes • Exopolissacarídeos • Diferentes pHs no mesmo biofilme • Produção de enzimas: • beta lactamase • catalases, • superóxido desmutase elastase • celulases. • Associações específicas entre espécies bacterianas Característica do biofilme Haffajee & Socransky, 2005 Benefícios do Biofilme para as bactérias: - Preteção contra bactérias invasoras - Proteção contra agentes tóxicos do meio externo - Proteção contra o sistema de defesa do hospedeiro - Troca de informações genéticas e nutrientes Característica do biofilme Organismos que crescem em biofilmes são mais resistentes aos antibióticos do que a mesma espécie crescendo em um estado não aderido. Esta resistência pode ser 1000 a 1500 vezes maior do que as células em estado livre. Biofilme x Antibióticos Característica do biofilme Actinomyces species Streptococcus sp. S. Gordonii S. intermedius S. Mitis S.Oralis S.sanguis V. Parvula A. odontolyticus E. Corrodens C. Gingivalis C. Sputigena C. Ochracea A. actino. a Socranky et al., 1998 P. Intermedia P. Nigrescens P. Micros F. nuc. Vicentti F. nuc. Nucleatum F. Nuc polymorphum F. periodonticum C. rectusC. gracilis C. constellatus E. nodatum C. showae P. Gingivalis T. Forsythia T. denticola Composição do biofilme Saúde Gengivite Periodontite Composição do biofilme periodontal Saúde Supragengival Subgengival Predomínio de Actinomyces Redução de Actinomyces Aumento do grupo Laranja Santamaria M Composição do biofilme Saúde Periodontite Supragengival Subgengival Predomínio de Actinomyces Aumento de m.o. do grupo vermelho Composição do biofilme periodontal Composição do biofilme Fatores de virulência - ARG-1 produzida por Pg protease que destroi componetes do tc conjuntivo e epitelial - Leucotoxina produzida por Aa destroi células brancas responsável pela defesa do hospederio - LPS potente mediador pro-inflamatório, vasodilatador, quimitático para Plasmócitos e Linfócitos e estimula a liberação de citocinas pró-inflamatória. - Invasão de tecidos Pg invade células epiteliais e comprometem o sistema de adesão celular quebra da barreira física promovida pelo epitélio. Também funcionam como reservatório bacteriano recorrência da doença e fuga do sistema de defesa do hospedeiro. Ação bacteriana Mecanismos de Patogenicidade do Biofilme • Conter patógenos periodontais virulentos; Griffen et al. 1999 • Influência do meio local; Hillman et al. 1987 • Susceptibilidade do hospedeiro; Hillman et al. 1987Ação do biofilme • Evadir mecanismos de defesa do hospedeiro; Mecanismos de defesa dos hospedeiro: - Fluxo de saliva - Deslocamento mecânico na mastigação e fonação - Anticorpos que impedem a adesão bacteriana - Anticorpos que facilitam a fagocitose das bactérias pelas células de defesa. - Fagocitose por cels brancas Mecanismos de Patogenicidade do Biofilme Ação do biofilme • Causar danos diretos aos tecidos do hospedeiro; Enzimas Amônia Indol Sulfeto de hidrogênio Ácido butírico Proteases: Colagenase e elastase Digestão de componentes teciduais • Evadir mecanismos de defesa do hospedeiro; Mecanismos de Patogenicidade do Biofilme Ação do biofilme • Induzir danos aos tecidos do hospedeiro (efeito indireto). LPS Citocinas pró- inflamatórias IL 1 TNFα PGE-2 Dano tecidual • Causar danos diretos aos tecidos do hospedeiro; • Evadir mecanismos de defesa do hospedeiro; Mecanismos de Patogenicidade do Biofilme Ação do biofilme Etiologia das doenças periodontais – Biofilme Dental Bolsas profundas: - Ambiente de anaerobiose - Habilidade de recrutar nutrientes do sague. Fatores que afetam a composição do Biofilme Microrganismos Ambiente Composição do biofilme • Influência da profundidade de sondagem na proporção de M.O. Sítios sadios em saudáveis PS < 4 em Periodontite PS 4-6 em Periodontite PS > 6 em Periodontite Socransky et al., 1991 Fatores que afetam a composição do Biofilme Composição do biofilme Fatores relacionados ao hospedeiro. Fatores que afetam a composição do Biofilme Composição do biofilme Aggregatibacter actinomycitecomitans Bastonete arredondado , sacarolítico Gram-negativo, não móvel Produtor de leucotoxina e LPS Potencial de modulação da resposta do hospedeiro Relacionado a formas agressivas de periodontite Porphyromonas gingivalis Bastonete arredondado , assacarolítico Gram-negativo Produtor de proteases que degradam imunoglobulinas Potencial de invasão de tecidos Relacionado à periodontite crônica e a formas agressivas generalizadas de periodontite Tanarella forsythia Bastonete fusiforme Gram- negativo e anaeróbio Relacionados a doença periodontal crônica Potencial participação em eventos cardiovasculares ao lado de Pg Treponema denticola Espiroquetas altamente móveis, anaeróbios Gram-negativos Potencial de invasão de tecidos vizinhos Presente em várias formas de periodontite Prevotella intermedia Coco achatado Gram-negativo anaeróbio Comensal no sulco gengival Frequentemente isolado de casos de gengivite e lesões purulentas Associado ao sangramento gengival em fases hormonais especiais em mulheres PAGE & SCHROEDER (1976) ACÚMULO DE PLACA – INFLAMAÇÃO 24HS – ALTERAÇÕES NO PLEXO MICROVASCULAR DILATAÇÃO DE ARTERÍOLAS CAPILARES > DA PERMEABILIDADE MICROVASCULAR ANTICORPOS, VOLUME DO EXSUDATO X GRAU DE INFLAMAÇÃO 7 DIAS APÓS O ACÚMULO DE PLACA MAIOR PERMEABILIDADE LINFÓCITOS E NEUTRÓFILOS PREDOMINANDO DEGENERAÇÃO DE FIBROBLASTOS - DESTRUIÇÃO DE COLÁGENO DETECTÁVEL DURANTE O EXAME CLÍNICO AUMENTO DE TAMANHO E INFLAMAÇÃO DO E.J. INÍCIO DA FORMAÇÃO DE CRISTAS EPITELIAIS NO E.J. DURAÇÃO INDETERMINADA/SUSCETIBILIDADE DOS INDIVÍDUOS INTENSIFICAÇÃO DO ESTADO INFLAMATÓRIO MAIOR EXSUDAÇÃO E MIGRAÇÃO DE LEUCÓCITOS MAIOR EDEMA DOMINADA POR PLASMÓCITOS E LINFÓCITOS PERDA DE COLÁGENO PROLIFERAÇÃO DO EPITÉLIO DENTOGENGIVAL PROLONGAMENTO DAS CRISTAS EPITELIAIS EM DIREÇÃO AO CONJUNTIVO EPITÉLIO DE BOLSA NÃO ADERIDO APROFUNDAMENTO DA BOLSA PERIODONTAL NICHO ECOLÓGICO DE ANAEROBIOSE PROPAGAÇÃO LATERAL E APICAL DO INFILTRADO PERDA DE OSSO ALVEOLAR DANOS ÀS FIBRAS MIGRAÇÃO APICAL DE E.J. PREDOMÍNIO DE PLASMÓCITOS R e a ç ã o i n fl a m a tó ri a R e a ç ã o i n fl a m a tó ri a CÁLCULO DENTAL “O cálculo dental representa a placa bacteriana mineralizada; sua presença torna a remoção adequada da placa impossível” “O cálculo não exerce influência mecânica direta sobre os tecidos gengivais; porém facilita o acúmulo bacteriano” Cálculo supragengival Coloração branco-amarelada ou amarelo-acastanhada, ou mesmo de cor marrom Próximo à saída das glândulas salivares Dureza moderada Cálculo dental Cálculo subgengival • Detectado pela sensibilidade táctil por meio da sondagem; • Massa dura de tecido calcificado de cor marrom ou preta, com superfície rugosa; Cálculo dental Amplifica o efeito da placa bacteriana por manter os depósitos bacterianos em íntimo contato com as superfícies dos tecidos, influenciando a ecologia bacteriana e a resposta tecidual O cálculo está sempre coberto por uma camada viável de placa bacteriana não mineralizada. Friskopp & Hammarström, 1980 Queiroz LA Cálculo dental