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84
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
Curso de Pós-Graduação em Gestão Estratégica e Qualidade 
 
 
 
 
 
 
QUALIDADE DO AR NO MUNICÍPIO DE VOLTA 
REDONDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
por 
Aureliano Ferreira Saar 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2004 
 85
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES 
Curso de Pós-Graduação em Gestão Estratégica e Qualidade 
 
 
 
 
 
 
QUALIDADE DO AR NO MUNICÍPIO DE VOLTA 
REDONDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Universidade 
Cândido Mendes como pré-requisito 
parcial para a conclusão do Curso de Pós-
Graduação em Gestão Estratégica e 
Qualidade. 
Por Aureliano Ferreira Saar. 
(M.sc.) orientador André Gustavo 
Guimarães da Cunha. 
 
 
 
 
 86
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao Meu Deus,que me faz acreditar num 
mundo melhor! Aos meus pais em especial, 
pelo ato de amor! Aos meus irmãos, pela 
cumplicidade! A todos aqueles que de 
alguma maneira foram pontos e vírgula na 
realização deste trabalho. 
 87
RESUMO 
 
Esta monografia tem por objetivo evidenciar padrões de qualidade do ar e 
legislação aplicável no município de Volta Redonda. 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem do uso do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida. 
Podemos considerar poluente qualquer substância presente no ar que pela sua 
concentração possa torna-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao 
bem estar público, danoso aos materiais, à fauna, e à flora, ou prejudicial à segurança, 
ao uso e gozo da propriedade e as atividades normais. 
Por ações antropológicas, o ambiente vem sofrendo ameaças até mesmo 
invisíveis como a destruição que está sendo causada na camada de ozônio. 
Em função do desenvolvimento industrial e conseqüentemente do particulado 
gerado por diversas indústrias, o homem já está sofrendo danos em sua saúde em alguns 
casos irreversíveis e em outros reversíveis, porém incapacitantes. 
Precisamos fazer valer às leis que minimalizar os impactos negativos de 
poluentes atmosféricos. 
 
 
 88
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................... 06 
CONCEITUAÇÃO ................................................................................ 08 
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA – ASPECTOS GERAIS .................... 10 
PADRÕES DE QUALIDADE DO AR ................................................. 30 
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL .............................................................. 37 
QUALIDADE DO AR EM VOLTA REDONDA ............................... 76 
EQUIPAMENTOS DE CONTROLE DA POLUIÇÃO 
ATMOSFÉRICA ................................................................................... 79 
CONCLUSÃO ....................................................................................... 88 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 90 
 
 
 
 89
INTRODUÇÃO 
A terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Todas as coisas 
estão conectadas, como o sangue que nos une a todos. O homem não teceu a teia da 
vida; ele é meramente um de seus fios. O que quer que seja que ele faça à teia, ele está 
fazendo a si mesmo. 
- Pensamentos atribuídos ao Chefe Seattle 
(Joseph Campell, Transformações do Mito Através dos Tempos, 
Vol. 1, A Alma dos Anciões). 
Nada é mais revigorante do que respirar o ar puro numa manhã de primavera 
longe de qualquer cidade. E quase nada é mais desagradável do que caminhar em um 
manto de fumaça que envolve muitas de nossas cidades. É difícil imaginar que nós 
tiramos muito do brilho do vasto céu acima de nós. 
Mas nós fizemos isto sim. E as maneiras com as quais nós sujamos o céu 
impõem muitas ameaças à saúde humana, ao meio ambiente e à sobrevivência da 
biosfera. Às vezes, a ameaça é invisível, como a destruição que está sendo causada na 
camada de ozônio bem acima da atmosfera terrestre, ou a chuva ácida que cai na Terra, 
matando peixes, plantas e lagos inteiros. Outras vezes a ameaça é bastante perceptível, 
como a fumaça que envolve muitas cidades do mundo. Mas existe um ponto em comum 
em toda esta destruição mortal: ela pode ser melhorada ou mesmo terminada. Nossa 
vontade e cooperação coletivas são os requisitos básicos. 
A emissão de gases tóxicos e de material particulado na atmosfera tem crescido 
em quase todas as grandes aglomerações urbanas e industriais do mundo, afetando não 
só a qualidade local do ar, mas produzindo efeitos que se manifestam a grandes 
distâncias e a longo prazo. 
O ar, tal como a água e o solo, é um recurso indispensável para a vida na Terra. 
Através de ciclos naturais, os seus constituintes são consumidos e reciclados. A 
 90
atmosfera tem assim uma certa capacidade depuradora que, em condições naturais, 
garante a eliminação dos materiais nela descarregados pelos seres vivos. 
O desequilíbrio deste sistema natural “auto regulado” conduz a acumulação na 
atmosfera de substâncias nocivas à vida, fazendo nascer a necessidade de uma ação de 
prevenção ou de saneamento artificial que, conforme os casos, seja capaz de assegurar a 
manutenção da qualidade do ar. 
O presente trabalho tem por objetivo apresentar, de forma direta: 
x� Os principais aspectos relacionados à poluição atmosférica; 
x� A situação atual de nossa cidade - Volta Redonda; 
x� Os equipamentos de controle que estão sendo utilizados pela maior 
poluidora local – CSN. 
Servir de elemento de reflexão, em especial, para aqueles que ainda não 
acreditam na importância da luta por uma melhor qualidade de vida. 
 
 
 91
CONCEITUAÇÃO 
 
Poluente atmosférico é qualquer substância presente no ar que pela sua 
concentração possa torná-lo impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao 
bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna, e à flora, ou prejudicial à segurança, 
ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais. 
 
De acordo com a sua origem, os poluentes em forma de matéria podem ser 
classificados em: 
x� poluentes primários - emitidos já na forma de poluentes. 
x� poluentes secundários - que são formados na atmosfera por reações 
químicas ou mesmo fotoquímicas. 
 
Segundo o seu estado físico, podem apresentar sob várias formas sólidas, 
líquidas ou gasosas, das seguintes maneiras: 
x� Poeiras - São pequenas partículas sólidas, com diâmetro de 1 a mais de 
100 microns, originada de parcelas maiores, por processos mecânicos de desintegração, 
como lixamento, moagem, etc., ou poeiras naturais. 
Exemplos: Partículas de rochas, de metais, de cimento, etc. 
x� Fumos - São partículas sólidas com diâmetro inferiores a um mícron, 
formadas pela condensação de vapores de materiais sólidos, geralmente metais, e 
conseqüentemente solidificação. Normalmente este mecanismo é acompanhado de 
oxidação. Os fumos são inorgânicos. 
Exemplos: Fumos de óxidos de chumbo, de zinco, etc. 
x� Fumaça - São partículas, geralmente mas não obrigatoriamente, sólidas 
em suspensão no ar, e oriundas da combustão incompleta de materiais orgânicos. As 
fumaças industriais de importância são formadas por partículas com diâmetros 
inferiores a meio mícron. 
x� Neblina - A neblina é constituída de partículas líquidas de pequeníssimas 
dimensões, em suspensão no ar, originadas de um processo mecânico de subdivisão, 
como a nebulização. 
 92
x� Nevoeiro - São também partículas líquidas de pequeníssimas dimensões, 
em suspensão no ar, mas resultante da condensação de vapores. 
x� Vapores - É a forma gasosa de substâncias que se encontram sob a forma 
líquida ou sólida a 25°C de temperaturae a 1 atmosfera de pressão. 
x� Gases - São substâncias que se encontram em estado gasoso a 
temperatura de 25°C e sob 1 atmosfera de pressão. Os gases são fluídos sem forma 
própria e que possuem a tendência de ocupar qualquer espaço inteira e uniformemente. 
x� Aerossol - São substâncias sólidas ou líquidas de tamanho microscópico, 
em suspensão no meio gasoso, sob forma particulada. 
x� Névoa Fotoquímica - São produtos de reação foto químicas, geralmente 
combinados com um valor de água. As partículas são geralmente menores que 1,5 
micrômetros. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
GRALLA, PRESTON (1998) Como Funciona o Meio Ambiente, Ed. Quark Books, São 
Paulo. 
 93
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA - ASPECTOS GERAIS 
A maneira como o homem vem tratando o meio ambiente vem trazendo 
ameaças até mesmo invisíveis como a destruição que está sendo causada na camada de 
ozônio acima da atmosfera terrestre, as chuvas ácidas que caem na Terra, matando 
peixes e até lagos inteiros. 
Há também as ameaças vistas a olho nu, como a fumaça que envolve muitas 
cidades. 
A atmosfera terrestre é composta de vários gases e de vapor d'água, conforme 
tabela abaixo: 
Nitrogênio........................ 78% 
Oxigênio.......................... 21% 
Argônio...........................0,93 % 
Dióxido de Carbono......... 0,03 % 
Também há traços de outros gases como o Neônio, Metano, Hidrogênio, Hélio e 
Criptônio. 
A atmosfera fornece gases como o oxigênio e o dióxido de carbono que a vida 
animal e vegetal precisa para sobreviver. Este é o meio no qual o ciclo da água viaja. A 
atmosfera absorve o calor do sol, mantendo a Terra aquecida o suficiente para suportar a 
vida. Ela mantém afastados os perigosos raios ultravioletas para que as plantas e 
animais não sejam mortos pelos efeitos prejudiciais da radiação solar. 
A atmosfera é composta principalmente de duas camadas: 
- Camada inferior: troposfera que ocupa aproximadamente 10 km da atmosfera. 
Cerca de 70% do ar na atmosfera pode ser encontrado nesta camada. A maior parte da 
poluição permanece na troposfera. É aqui que a fumaça e a chuva ácida são formadas, e 
onde os gases estufa como o dióxido de carbono se acumulam. 
 94
- Camada superior: estratosfera, que atinge aproximadamente 105 km acima da 
Terra. Nós também desafiamos a morte na estratosfera: é nela que os gases congregados 
destroem a camada de ozônio. 
Quase todos os problemas relacionados com a atmosfera originam-se da maneira 
como nós usamos a energia. A chuva ácida é causada pela queima de combustível fóssil 
como o carvão e o petróleo e pelas estações de geração de eletricidade baseadas em 
queima de carvão, especialmente aquelas que usam combustíveis com alto teor de 
enxofre. A fumaça é criada principalmente pelos escapamentos dos automóveis e pelas 
queimas industriais de combustíveis fósseis. O efeito estufa e o conseqüente 
aquecimento global também tem suas origens na queima de combustíveis fósseis. 
A geração de energia não é única culpada. Por exemplo, a camada de ozônio 
está sendo destruída principalmente pelas químicas chamadas clorofluorcarbonos que 
vêm sendo utilizadas em produtos diversos como latas de spray e condicionadores de ar. 
E o efeito estufa piora com o desmatamento. 
 
1. Fumaça: o Curso da Civilização 
A névoa acinzentada, alaranjada ou amarelada que paira sobre nossas cidades, 
fazendo nossos olhos lacrimejarem, nossas narinas queimarem e nossas gargantas 
coçarem. Fumaça. Enquanto ela é mais óbvia nas cidades, a névoa pode ser encontrada 
em toda a parte da Terra. Ela já atingiu os mais remotos pontos do planeta: às vezes, a 
névoa pode ser vista até na Antártida. 
Fumaça é um termo genérico. Existem dois tipos de fumaça. A fumaça das 
fontes industriais como as fábricas que queimam carvão que carrega dentro dela 
pequenas partículas de poluição e gases, constitui um tipo de fumaça. Essa fumaça 
mistura-se com a neblina e cria a camada de ar poluído mais próxima da Terra. Os 
controles da poluição do ar nas últimas décadas tomou este tipo de fumaça menos 
comum. 
O tipo de fumaça com o qual todos nós estamos familiarizados - o tipo que 
permanece como uma neblina fina sobre as cidades no verão - é chamada de fumaça 
 95
fotoquímica (smog). Ela se forma quando vários tipos de poluição do ar das indústrias 
e dos automóveis se misturam. Quando isto ocorre na presença do calor e da luz solar 
ela causa reações químicas que criam as químicas tóxicas como o ozônio. Porque a 
fumaça fotoquímica é formada na presença do calor e da luz solar, ela é um problema 
principalmente durante o verão. Algumas cidades, porém, sofrem deste tipo de fumaça o 
ano inteiro porque são pequenas e ensolaradas o ano todo e estão localizadas em vales 
ou bacias que não permitem que os poluentes se dispersem. Los Angeles e a Cidade do 
México são dois exemplos típicos. A fumaça tornou-se tão séria na Cidade do México 
que às vezes as indústrias são forçadas a reduzir a produção e é solicitado aos motoristas 
que eles não dirijam. 
A fumaça é composta de um tipo de calda químico tóxico com alguns 
ingredientes muito perigosos. Uma garganta coçando é o menor dos problemas que a 
fumaça pode causar. O dióxido de enxofre ataca o sistema respiratório e pode ser 
especialmente prejudicial e até mesmo mortal para pessoas com doenças respiratórias e 
cardiovasculares. Os óxidos de nitrogênio irritam os pulmões e baixam a resistência a 
infecções respiratórias como a gripe. Compostos orgânicos voláteis irritam os pulmões e 
olhos e podem causar náuseas. O ozônio é o componente primário da fumaça e 
provavelmente o que causa problemas de saúde mais sérios. Ela ataca os sistemas 
cardiopulmonares, prejudica o funcionamento dos pulmões, podem causar câncer e 
pioram qualquer doença cardiovascular existente. 
A fumaça está tão presente que o índice de qualidade do ar (formalmente 
chamado de índice Padrão de Poluentes, ou PSI - Pollutantes Standard Index) é 
normalmente notificado como parte do boletim meteorológico diário nos Estados 
Unidos. Para chegar a um índice diário de uma área, é tirada uma média da 
concentração de vários poluentes perigosos como o dióxido de enxofre, monóxido da 
carbono, ozônio e partículas. Este índice varia entre 0 e 30 quando está "bom" e chega a 
mais de 300 quando está "prejudicial". 
Nos Estados Unidos o problema da fumaça está sendo atacado. Medidas anti-
poluição e padrões de qualidade do ar obrigatórios estão forçando as indústrias e a 
cidades a tomar medidas drásticas para reduzir a fumaça, e está valendo a pena. O 
transporte público, automóveis sem combustão de gás e limpadores que limpam o ar 
 96
poluído das chaminés das fábricas estão ajudando a refrear o problema. Cada um de nós 
pode ajudar, nós podemos desistir do nosso vício em carros e usar mais os transportes 
públicos, fazer rodízios de carros, andar de bicicleta ou caminhar em vez de dirigir. 
 
2. Efeito Estufa e Aquecimento Global 
A Terra está se tornando mais quente. Os cientistas afirmam que neste século a 
temperatura média já subiu quase 1 ° Fahrenheit, e até o ano 2050 pode estar 4° mais 
quente. 
Os cientistas ambientalistas atribuem este aquecimento ao efeito estufa. Isto 
ocorre quando gases “estufa” , como o dióxido de carbono e o metano, sobem para a 
atmosfera e impedem que o calor refletido da luz solar atinja a Terra. Este calor é então 
refletido de volta para a Terra, aquecendo o planeta. Sem estes gases, o calor seria 
irradiado para o espaço. Uma certa concentração de gases estufa é necessário para 
manter a Terra aquecida. Recentemente, porém, a concentração de gases estufa cresceu 
rapidamente devido às atividades humanas - possivelmente levandoao aquecimento 
global. O gás estufa primário, o dióxido de carbono, é criado pela queima de fósseis. E 
hoje há mais dióxido de carbono presente na atmosfera do que nunca houve, porque as 
plantas e as árvores, que normalmente absorvem o dióxido de carbono e liberam 
oxigênio, estão sendo cortadas. O ozônio, outro gás estufa, também é criado pela 
poluição. 
Se a Terra está, de fato, tornando-se mais quente, isto significa mais do que 
verões mais quentes. As calotas polares podem derreter, fazendo com que os mares 
subam e causem inundações nas cidades costeiras. Mais secas podem ocorrer e mais 
desertos podem ser criados, levando à fome em massa. A Terra não se aquecerá 
igualmente; os pólos se aquecerão mais do que o meio da Terra. Isto causará alterações 
climáticas drásticas, e os tipos de alimentos que podem crescer nas regiões cultiváveis 
hoje, mudarão. A agricultura sofrerá alterações no mundo inteiro. Devido às pragas 
agrícolas e ao crescimento de doenças e ao crescimento de doenças do clima mais 
quente, poderá haver mais prejuízos nas colheitas. Alguns cientistas acreditam que a 
mudança climática favorecerá as espécies de plantas mais comuns, matando as plantas 
 97
mais raras e, assim, teremos menos biodiversidade. Os padrões climáticos no mundo 
inteiro se alterarão, possivelmente levando a um clima mais extremo com furacões e 
maremotos ao longo das costas. 
 
A Crise do Ozônio: Um Buraco no Céu 
Toda primavera, um buraco imenso e invisível, três vezes o tamanho dos 
Estados Unidos, abre-se no céu acima da Antártida. Este buraco no céu permite que a 
perigosa radiação ultravioleta infiltre-se na Terra abaixo dele. O ozônio é destruído em 
outras partes acima da Terra, não somente na Antártida. Mas um conjunto peculiar de 
circunstâncias torna o problema mais severo na Antártida. Durante o inverno na 
Antártida, os clorofluorcarbonos (CFCs) e outras químicas que destroem o ozônio 
acumulam-se nos cristais de gelo da atmosfera de lá. Na primavera, quando o sol brilha 
e aquece a atmosfera, as químicas começam uma depauperação massiva do ozônio. 
Depois de dois a três meses, a massa de ar depauperada de ozônio move-se da Antártida 
para outras partes do mundo. Este buraco existe na camada de ozônio da atmosfera 
terrestre. Os CFCs criam um buraco quando eles se acumulam na estratosfera 15 a 45 
km acima da Terra, e destroem a camada que nos protege da radiação ultravioleta. É um 
fato bastante conhecido que os CFCs são os primeiros a serem responsabilizados pela 
destruição da camada de ozônio. Estes gases vêm dos sprays aerossóis, resfriadores para 
geladeiras e ar condicionado, e químicas usadas para produzir a espuma plástica. 
Dependendo de como ele é produzido, uma única xícara de poliestireno pode conter um 
bilhão de moléculas de CFCs. Porém, eles não são os únicos gases responsáveis pela 
destruição do ozônio. O clorofórmio metílico, usado em solventes e os óxidos nítricos, 
que saem da combustão dos automóveis, fertilizantes e outras fontes, também são 
responsáveis pela depauperação da camada de ozônio. As conseqüências da destruição 
da camada de ozônio para o meio ambiente e para a saúde não são imediatamente 
visíveis. Enquanto estas conseqüências não são tão dramáticas como a poluição do ar e 
da água, elas são severas. Quando uma quantidade maior de radiação ultravioleta atinge 
a Terra, ela causa câncer de pele. Estima-se que cada 1 % de ozônio destruído, há um 
aumento de cerca de 3% de câncer de pele. 
 98
Os humanos não são as únicas vítimas da depauperação de ozônio. As plantas 
também são prejudicadas pelos raios ultravioletas. O plâncton dos oceanos são mortos 
e, por eles formarem a base da cadeia alimentar dos oceanos, toda a vida nos oceanos 
pode ser afetada. 
 
3. A Chuva Ácida 
A precipitação ácida é talvez a mais incisiva forma de destruição ambiental. Ela 
causa estragos em lagos, florestas e na vida selvagem, assim como em estruturas 
construídas pelo homem. A chuva ácida torna os lagos ácidos, matando as populações 
de peixes e outras vidas aquáticas. Ela desfaz a base da cadeia alimentar fazendo com 
que as populações de pássaros decresçam - o suprimento de comida dos pássaros é 
destruído quando a chuva ácida mata os insetos, plantas e outras vidas selvagens 
aquáticas. Ela também infiltra metais tóxicos pesados no solo, lagos, riachos e 
fornecimentos públicos de água e estraga estátuas e prédios públicos. Ela pode até ser 
responsável por alguns problemas de saúde. 
O dióxido de enxofre e os óxidos nítricos são poluentes do ar. Quando eles se 
misturam à umidade na atmosfera para formar os ácidos, a chuva ácida acontece. 
Ventos fortes transportam o ácido, e a chuva ácida cai, tanto na forma de precipitação 
como na forma de partículas secas. A chuva ácida pode cair até 3750 km de distância da 
fonte original da poluição. As chaminés e os automóveis do centro industrial do meio-
oeste causam chuva ácida que prejudica o leste do Estados Unidos e o noroeste do 
Canadá. Grande parte da chuva ácida que cai na Escandinávia vem de origens européias 
do oeste, do Reino Unido em particular. 
As áreas que recebem a chuva ácida não são igualmente afetadas por ela. A 
capacidade de uma região de neutralizar os ácidos, determina o prejuízo em potencial. O 
solo alcalino neutraliza o ácido. Portanto, as áreas com solos altamente alcalinos são 
menos prejudicadas do que aquelas áreas onde o solo é neutro ou ácido. 
Algumas medidas provisórias foram testadas para resolver o problema. Um 
exemplo é a adição de cal nos lagos poluídos para tentar neutralizar o ácido contido 
neles. Porém, tais medidas não funcionaram. A solução real é cortar drasticamente os 
 99
poluentes que causam a chuva ácida. Isto significa reduzir drasticamente as emissões 
dos automóveis através da conservação, usar energias alternativas e usar mais os 
transportes coletivos. 
 
Doenças Causadas Pela Poluição Atmosférica 
Sem dúvida, a doença mais freqüente é a inflamação. Durante os episódios de 
poluição, quando a CETESB avisa que o ar está ruim, muitas pessoas sentem ardência 
nos olhos, nariz, garganta, traquéia e, por vezes, tossem. A inflamação nada mais é do 
que uma das formas com que os tecidos reagem perante irritantes químicos, físicos ou 
microrganismos. Nestas áreas do corpo haverá maior produção de lágrima ou muco e os 
tecidos ficam vermelhos. Trata-se de um incômodo maior ou menor, porém que depois 
de algumas horas cessa espontaneamente. 
Não há muito que fazer: um colírio para lavar o olho e uma pastilha para a 
garganta trazem alívio embora não sejam realmente necessários. Estas manifestações 
são as conjuntivites (conjuntiva do olho), rinites (nariz), faringites, traqueites, 
bronquites e alveolites (alvéolos pulmonares). Enquanto, agudas e passageiras, as 
inflamações não são alterações preocupantes, entretanto, se crônicas transformam-se em 
doenças que podem complicar, como veremos a seguir. 
Os Poluentes que causam inflamação são muitos, os mais importantes são : 
óxidos de nitrogênio, dióxido de enxofre, hidrocarbonetos, aldeídos, material 
particulado e oxidantes fotoquímicos (por exemplo, ozônio). 
Se os problemas de saúde parassem por aí, seria muito bom. Entretanto, as 
sucessivas reações inflamatórias acabam provocando infecções. Os tecidos aguda e, 
sobretudo, cronicamente inflamados perdem suas capacidades de defesa contra os 
microrganismos que estão presentes no próprio organismo e no ar que respiramos. O 
equilíbrio entre o organismo e estes agentes é mantido por meio de engenhosos sistemas 
de proteção que garantem a saúde, porém, quando minados por inflamações crônicas, os 
microrganismos instalam-se nos tecidos, proliferam e causamuma infecção. Assim, as 
faringites, rinites e bronquites, por exemplo, ficam inflamações infectadas. A mais 
temível das infecções é a pneumonia, quando as bactérias atacam os pulmões, que é 
 100
uma doença grave que necessita de socorro médico. Em crianças e idosos, as 
pneumonias podem levar a morte. 
A poluição atmosférica das cidades causa câncer ? Certamente, alguns poluentes 
são cancerígenos, principalmente os hidrocarbonetos policíclico aromáticos. A 
concentração desta substância ou de qualquer outro poluente no ar de São Paulo não é 
suficiente para causar câncer por si só. Contudo, junto com outros cancerígenos, o 
cigarro por exemplo, aumentam a incidência do câncer pulmonar que, geralmente, não 
tem cura. O problema da incidência de neoplasias (câncer) induzidas pela poluição 
atmosférica de São Paulo precisa ser vigiada porque, repetimos, existem vários 
poluentes cancerígenos. 
É preciso entender a ação do monóxido de carbono (CO), que muitas vezes é o 
responsável pela má qualidade do ar. Essencialmente, trata-se de uma substância que 
prejudica a oxigenação dos tecidos e, por isso, é classificado como um asfixiante 
sistêmico. A substância que carrega oxigênio aos tecidos é a hemoglobina que está 
dentro dos glóbulos vermelhos do sangue (também chamados de hemácias ou 
eritrócitos). Ao nível dos capilares pulmonares, a hemoglobina recebe oxigênio do ar 
que está nos alvéolos e, depois, continua pelos vasos sangüíneos para levar este 
elemento vital a todos os tecidos. Lá ele troca o oxigênio por dióxido de carbono que 
transporta até aos pulmões para liberá-lo no ar alveolar e carregar-se, novamente, com 
oxigênio. 
O perigo do CO reside no fato de que impede a oxigenação dos tecidos, que é 
um fenômeno biológico complexo e suas manifestações clínicas são complicadas. 
Todos os órgãos necessitam de oxigênio, principalmente o sistema nervoso central. 
Portanto, casos graves de intoxicação por CO, que jamais ocorrem ao ar livre mas 
apenas em ambientes fechados (garagens, túneis longos e mal ventilados), provocam 
confusão mental, inconsciência, parada das funções cerebrais e morte. No caso das 
poluições atmosféricas de São Paulo, a inalação crônica de CO não é perceptível. No 
entanto, sabese que pode agravar ateroscleroses, principalmente do coração, sobretudo 
em fumantes. 
 101
É importante saber que nas intoxicações agudas ou crônicas, se a vítima não 
mais respirar CO, após vários dias restabelece-se o ciclo normal da oxigenação celular. 
A absoluta maioria dos pacientes tem recuperação completa e sem seqüelas, se 
definitivamente afastados da poluição por CO. 
 
Como os Principais Poluentes Provocam Doenças 
Monóxido de Carbono 
O monóxido de carbono (CO) é um gás inodoro, incolor, insípido produzido por 
queima incompleta de combustíveis que contém átomos de carbono. Sua toxicidade foi 
uma das primeiras a ser intensamente investigada e, portanto, é muito bem conhecida. 
Essencialmente, trata-se de uma substância que prejudica a oxigenação dos 
tecidos e, por isso, é classificada como um asfixiante sistêmico. Vejamos este 
mecanismo: 
A substância que carrega oxigênio aos tecidos é a hemoglobina que está dentro 
dos glóbulos vermelhos do sangue (também chamados de hemácias ou eritrócitos). Ao 
nível dos capilares pulmonares, a hemoglobina recebe oxigênio (O2) do ar que está nos 
alvéolos e, depois, continua pelos vasos sangüíneos para levar este elemento vital a 
todos os tecidos. O O2 é entregue a cada setor do organismo conforme sua necessidade 
e a hemoglobina recebe o CO2 lá existente, e que é o produto resultante do metabolismo 
celular do qual os tecidos precisam se livrar. Repetindo: 
nos pulmões a hemoglobina troca CO2 por O2 
nos tecidos a troca é inversa: O2 por CO2 
A reação acima é possível porque a combinação desses gases com a 
hemoglobina formam compostos instáveis, facilmente liberando O2 ou CO2. Esse é um 
processo essencial à vida. Se parar, as células deixam de receber oxigênio e entram em 
anóxia, ocorre asfixia geral. 
 102
A periculosidade do CO resulta da estabilidade do complexo CO + hemoglobina 
(carboxihemoglobina), de modo que o mecanismo de troca fica prejudicado: a 
hemoglobina não se consegue livrar do CO, não pode trocá-lo por O2 e, 
conseqüentemente, oxigenar o organismo. É por isso que o CO é um asfixiante 
sistêmico. 
Se 20% a 30% da hemoglobina ficarem saturados com CO, aparecem os 
sintomas e sinais de hipóxia (falta de oxigenação do organismo); acima de 60% de 
saturação, ocorrem perda da consciência e morte. 
A hipóxia é um fenômeno biológico complexo e suas manifestações clínicas são 
complicadas. Todos os órgãos necessitam de O2, no entanto alguns em maior 
quantidade do que outros. Assim, o sistema nervoso central é o maior consumidor desse 
gás e é muito sensível à sua falta. Portanto, confusão mental, inconsciência e parada das 
funções cerebrais caracterizam as intoxicações graves pelo CO. Nos envenenamentos 
crônicos, há perturbações mentais, cardíacas, renais e hepáticas, principalmente. 
Entretanto, é importante saber que nas intoxicações agudas ou crônicas, se a vítima não 
mais respirar CO e, desse modo, a concentração de carboxihemoglobina se mantiver 
estável, a hemoglobina lentamente se livra desse gás tóxico, o sistema sangüíneo reage 
produzindo novos glóbulos vermelhos prontos para a troca vital de gases e, após vários 
dias, restabelece-se o ciclo normal da oxigenação celular. A absoluta maioria dos 
pacientes tem recuperação completa e sem seqüelas. 
Óxidos de Nitrogênio 
Dois NOx são importantes na poluição do ar: o monóxido de nitrogênio (NO) e 
o dióxido de nitrogênio (NO2). Esses poluentes são formados, principalmente, nas 
câmaras de combustão de motores de veículos onde, além do combustível, há ar que 
contém grandes quantidades de nitrogênio e oxigênio que, devido à altíssima 
temperatura existente, combinam formando os NOx. 
(Esclarecimento: a composição do ar normal é: 78% de nitrogênio, 21 % de 
oxigênio e 1 % de argônio. Existem outros elementos, porém em quantidades ínfimas). 
 103
O NO, se permanecesse puro, seria um gás praticamente inofensivo e não 
representaria perigos à saúde. Entretanto, ele se oxida facilmente para NO2 que é um 
gás invisível, de odor característico e muito irritante. A pessoa atingida sente 
imediatamente ardência nos olhos, no nariz e nas mucosas em geral. Como veremos há 
vários outros gases irritantes que causam os mesmos sintomas. 
O NO2 reage com todas as partes do corpo expostas ao ar, pele e mucosas, e 
provoca lesões celulares. Os epitélios (revestimentos celulares) que mais sofrem são 
aqueles das vias respiratórias, por serem mais sensíveis do que a pele ou os epitélios da 
boca e da faringe, e, portanto, ocorrem degenerações celulares e inflamações no sistema 
respiratório, desde o nariz até a profundidade dos alvéolos pulmonares. 
Em caso de intoxicação grave, instalam-se edema pulmonar, hemorragias 
alveolares e insuficiência respiratória, causando morte. Se a exposição for aguda, porém 
não fatal, ou houver inalação crônica de doses nocivas, teremos doenças respiratórias de 
vários tipos, dependendo da intensidade e duração da exposição. A mais branda será 
uma inflamação passageira das mucosas das vias respiratórias. Seguindo em ordem 
crescente de gravidade aparecerão: traqueites e bronquites crônicas, enfisema pulmonar 
(dilatação anormal dos alvéolos), espessamento da barreira alvéolo-capilar (dificuldades 
nas trocas gasosas que ocorrem nos pulmões: CO2 por O2) e broncopneumonias 
químicas ou infecciosas. 
As broncopneumonias químicas são inflamações dos pulmões e vias 
respiratórias causadas por substâncias químicas. (Inflamaçãonada mais é do que uma 
das muitas formas com que os tecidos reagem perante irritantes químicos ou físicos, ou 
a microorganismos. Certamente, você já teve uma reação inflamatória : por exemplo, 
nos olhos em conseqüência à poluição ou nos dedos ao sofrer uma queimadura.) Já as 
broncopneumonias infecciosas são causadas por microorganismos patogênicos. Durante 
a respiração, as bactérias que existem no ar normalmente penetram nos pulmões, no 
entanto, as defesas do sistema respiratório evitam que elas provoquem doenças. Porém, 
quando um agente irrita e inflama os tecidos, como no caso do NO2, estas defesas ficam 
prejudicadas, as capacidades bactericidas do sistema respiratório falham e rompe-se o 
equilíbrio entre as bactérias e o organismo. Desta forma, instalam-se as 
broncopneumonias infecciosas que têm de ser tratadas com antibióticos. 
 104
Assim, uma vez que houver um dano permanente ao sistema de defesa 
respiratória, o indivíduo estará sempre sujeito a infecções das vias respiratórias e dos 
pulmões. O NO2, tal como os gases irritantes em geral, é capaz de induzir alterações 
permanentes ao organismo, especialmente ao sistema respiratório. 
Dióxido de Enxofre 
No ar de São Paulo há, relativamente, pouco dióxido de enxofre (SO2). 
Felizmente ! Trata-se de um gás amarelado, com o odor característico do enxofre e 
terrivelmente irritante. Por quê ? O problema é que, em contato com superfícies úmidas, 
transforma-se em ácido sulfúrico. A reação é simples: 
SO2 + H2O => H2SO3 (ácido sulfuroso) 
para chegar a ácido sulfúrico só falta um átomo de oxigênio, que é facilmente 
obtida da atmosfera, pois nela não faltam substâncias oxidantes e, nem mesmo, oxigênio 
livre. A reação continua assim: 
HO2SO3 + O => H2S04 (ácido sulfúrico) 
A intoxicação aguda e fatal por SO2 simplesmente queima as vias respiratórias, 
desde a boca e o nariz até aos alvéolos. A destruição é marcada por inflamação, 
hemorragia e necrose dos tecidos. Esta situação dramática não ocorre, nem mesmo 
quando se queima o pior tipo de óleo diesel com os mais altos teores de enxofre, pois a 
quantidade de SO2 é pequena. 
As quantidades de SO2 lançados no ar, sobretudo pelos canos de escapamentos 
de ônibus e caminhões, provocam irritações discretas mas importantes ao longo prazo. 
Se o nível do gás for alto, como quando a CETESB decreta atenção, as pessoas sentem 
ardência nos olhos, nariz e garganta e, por vezes, tossem. (É evidente que na situação 
real há uma somatória de efeitos com outros gases mas, agora, por razões de clareza, 
ignoraremos esse fato.) Nas situações habituais do centro de São Paulo (!), em que o ar 
é apenas inadequado, não há sintomas, porém as quantidades ínfimas de SO2 liberadas 
pelos milhares de escapamentos vão minando as defesas respiratórias. 
Como? 
 105
A mucosa respiratória que atapeta o nariz, a traquéia e os brônquios, enfim a 
região chamada de vias aéreas superiores, é muito engenhosa. Possui uma camada 
celular com vários tipos de células, dos quais apenas dois interessam agora: as células 
mucosas e as células ciliadas. As primeiras secretam muco recobrindo com uma camada 
fina as vias aéreas superiores; as outras movimentam seus cílios de tal modo que a 
camada de muco é continuamente deslocado de dentro para fora, dos pulmões para à 
boca. O muco é pegajoso e próprio, portanto, para prender partículas de todo tipo que 
entram pelas vias aéreas durante a respiração. Graças ao trabalho das células ciliadas, as 
partículas ou mesmo bactérias coladas ao muco não chegam à intimidade dos pulmões 
mas são expulsas para a boca e imperceptivelmente deglutidas. Uma vez no estômago, o 
ácido clorídrico e o restante do tubo digestivo se encarregam delas. Este sistema de 
defesa é chamado de aparelho mucociliar. 
O gás SO2 é muito solúvel e ao chegar na mucosa respiratória, sabidamente 
úmida, encontra água. Assim transforma-se em ácido sulfuroso e/ou sulfúrico que, 
mesmo em quantidades muito pequenas, ao longo do tempo lesam o aparelho muco-
ciliar e, em conseqüência, uma das defesas importantes do pulmão. A doença que 
provoca é a tráqueo-bronquite crônica que, depois de certo tempo é irreversível, pois as 
defesas foram definitivamente comprometidas. Deste modo teremos uma afecção 
inflamatória crônica das vias aéreas superiores, cujo portador fica predisposto a 
freqüentes infecções respiratórias, por exemplo broncopneumonias, porque o ar que 
respiramos contém, na mais das vezes, bactérias e vírus. 
Hidrocarbonetos 
Os HCs constituem uma grande família de substâncias orgânicas compostas de 
hidrogênio e carbono. Os combustíveis fósseis, a gasolina e o óleo diesel, têm centenas 
de HCs alguns formados por longas cadeias de carbono. 
Na queima dos combustíveis fósseis a situação persiste: os gases de emissão da 
gasolina e do óleo diesel contêm muitos HCs distintos, entre eles uma família especial, 
a dos hidrocarbonetos policíclico aromáticos (HPAs). Dá-se o nome de aromáticos a 
todos os compostos orgânicos que têm núcleo benzênico (benzeno) na molécula. 
 106
Chama-se de cíclicos aqueles compostos que apresentam mais de um anel em sua 
estrutura, por exemplo o antraceno, que tem 3 anéis. 
HPAs são, pois, compostos orgânicos de carbono e hidrogênio que possuem 
mais de uma estrutura em anel e, pelo menos, um núcleo benzênico. 
Muitos HCs não têm efeitos sobre a saúde, a não ser em concentrações 
altíssimas que nunca ocorrem nas poluições atmosféricas. Entretanto, existem HCs que 
são perigosos por serem irritantes, por agirem sobre a medula óssea provocando anemia 
e leucopenia, isto é, diminuindo o número de glóbulos vermelhos e brancos, e, 
sobretudo, por provocarem câncer. Os mais ativos são os HPAs e suas potencialidades 
neoplásicas ou carcinogênicas - a capacidade de induzirem câncer - foram e são 
intensamente investigadas. 
Na indústria petroquímica existe o risco das leucemias (câncer do sangue) e, por 
isso, os níveis dos HCs perigosos são constantemente controlados. Nas poluições 
atmosféricas por automóveis, a correlação entre os níveis de HPAs, densidade de 
tráfego e incidência de câncer pulmonar foi demonstrada e, em conseqüência, foram 
desenvolvidos os catalisadores que reduzem a quantidade de HPAs emitida pela queima 
de gasolina e óleo diesel. No Brasil esses catalisadores já são utilizados. 
Aldeídos 
Aldeídos são compostos químicos resultantes da oxidação parcial dos álcoois. 
Assim, o álcool metanol ao perder um átomo de hidrogênio (a perda de hidrogênio 
aumenta a proporção de oxigênio e, por isso, fala-se em oxidação dos álcoois) dá 
origem ao aldeído fórmico e o etanol, ao acético: 
HO3C-OH (metanol) => HO3C=O (aldeído fórmico) 
HO3C-HO3C-OH (etanol) => HO3C-HO3C=O (aldeído acético) 
Na temperatura ambiente o aldeído fórmico (AF) é um gás incolor e de cheiro 
muito agressivo. O que se encontra como formol no comércio é a solução aquosa de AF. 
Na Medicina é usado como desinfetante de salas cirúrgicas ou outras, e pelos 
 107
anatomistas e patologistas para preservarem tecidos, órgãos ou cadáveres. O AF 
também é muito consumido na indústria da madeira, de plásticos e de vernizes. 
O aldeído acético (AA) é um líquido a 21° C , acima desta temperatura 
transforma-se em gás. É explosivo, incolor e de cheiro característico, desagradável 
quando em altas concentrações. É extensivamente utilizado na indústria química para a 
preparação de outros produtos como cloral, ácido tricloroacético, inseticidas, etc... 
No contexto da poluição do ar de São Paulo, os aldeídos interessam por causa do 
combustível álcool usado em automóveis. 
Os aldeídos emitidos pelos carros são o AF e o AA. O AF é componente dos 
gases de escapamento e é emitido em quantidadesmuito pequenas, tanto no caso da 
gasolina como no do álcool. O que polui o ar em quantidades maiores é o AA e isso só 
ocorre com o automóvel a álcool. Conforme já explicado, o etanol é parcialmente 
oxidado em AA que nas temperaturas do motor transforma-se em gás, e é emitido junto 
com todas as outras substâncias. Sua permanência na atmosfera é curta porque é 
extremamente reativo, transformando-se em outros compostos. Por essa razão é muito 
difícil obter altas concentrações de AA no ar, de forma estável e por longo tempo. 
Para efeitos biológicos, o AA é classificado como irritante e narcótico. Em altas 
doses e se injetado no organismo, este solvente também se mostra cancerígeno. 
Contudo, na prática, ninguém é injetado com AA e, conseqüentemente, seu potencial 
neoplásico é, até prova em contrário, apenas experimental. Sua neurotoxicidade é 
comprovada e altas concentrações na atmosfera, obtidas em laboratório, causam 
vertigens, convulsões, coma e morte a ratos. A autópsia evidencia graves lesões no 
sistema nervoso central dos animais. Concentrações menores irritam as mucosas dos 
olhos, do nariz e das vias respiratórias em geral, e provocam constrição dos brônquios, 
ou seja, uma crise asmática. 
É muito interessante que, no caso das bebidas alcoólicas, o organismo livrase de 
grande parte do álcool ingerido por meio de uma série de transformações químicas 
realizadas no fígado que terminam decompondo-no em água e dióxido de carbono, 
substâncias essas facilmente elimináveis pelos rins e pulmões. A reação é complicada e 
 108
nem nós interessa a não ser num aspecto: o seu primeiro passo é oxidar o álcool em 
aldeído, sendo álcool etílico em aldeído acético. Isto significa que, freqüentemente, uma 
certa quantidade de AA é fabricada pelo próprio organismo que, no caso dos alcoólatras 
ou os assim chamados "bebedores sociais", pode alcançar níveis indesejáveis, tendo 
efeitos sobre o psiquismo e as próprias células hepáticas. Assim, salvo algum acidente 
extraordinário, a maior quantidade de AA que atinge o organismo é fabricada por ele 
mesmo a partir do álcool etílico. Certamente, nenhuma poluição por gases de 
escapamento de carros a álcool se quer se aproxima dos níveis de AA fornecidos por 
uma dose dupla de cachaça ou de uísque ! 
Material Particulado 
As fábricas e todos os veículos a motor enchem a atmosfera com material 
particulado (MP). Os caminhões e ônibus a diesel lançam ao ar gases e MP; esse 
constitui a maior parte da massa da exaustão de seus motores. 80% da MP são fuligem, 
a fumaça negra que se vê saindo pelos canos de escapamento. A MP não é uma 
substância mas, sim, um complexo muito grande de elementos que se agregam em 
partículas. No caso da fuligem, a maior parte da partícula é constituída por carvão, que 
não causaria por si grandes danos ao organismo; contudo, acontece que há uma 
tendência das outras substâncias existentes no ar a se aderirem à partícula, e aí que 
começa o problema do sistema respiratório. 
Na atmosfera, em qualquer ar por mais limpo que seja, existe poeira. São 
partículas de diversos tamanhos: se muito grandes caiem logo ao solo pela força da 
gravidade, se menores flutuam no ar e podem ser inalados pelos seres vivos. No homem 
essas são retidas nas vias respiratórias superiores pelo aparelho mucociliar já descrito, 
porém, algumas partículas muito pequenas (menores do que 10 micra), penetram até a 
intimidade do pulmão e depositam-se nos alvéolos. 
O tecido pulmonar possui um sistema de defesas eficiente que remove a poeira 
que nele penetra. Células especializadas, os macrófagos, procuram fagocitar as 
partículas e o sistema linfático drena àquelas que escaparam dessas células a filtros 
apropriados, chamados de linfonodos. Enquanto que o aparelho mucociliar retira 
rapidamente do organismo as partículas que nele ficaram presas, os macrófagos e o 
 109
sistema linfático mantém por um tempo longo as sujeiras nos pulmões e tecidos 
adjacentes. 
A fuligem é composta de partículas suficientemente pequenas para penetrarem 
nos alvéolos pulmonares e carregam consigo todas as substâncias adsorvidas a elas. Este 
é o problema! No ar há poluentes de todos os tipos, irritantes, tóxicos e cancerígenos, 
cuja ação é facilitada pelo MP porque, além de levá-los ao tecido pulmonar, como 
explicamos acima, mantém-nos por longo tempo junto às células, permitindo que 
pequenas quantidades de tóxicos causem danos graças à sua prolongada permanência. 
Portanto, o MP é simplesmente o mais eficiente transportador de poluentes 
atmosféricos para a intimidade do organismo. 
Chumbo 
O Pb é um metal pesado que se adiciona à gasolina em forma de tetra-etila ou 
tetrametila de Pb, a fim de aumentar a octanagem desse combustível. Até há poucos 
anos, a cada litro de gasolina acrescentava-se em torno de 1g de Pb e os gases de 
escapamento liberavam praticamente toda essa quantidade de Pb no ar. Na década dos 
70, estimou-se nos USA em 200.000 toneladas o Pb emitido anualmente pelos carros. 
Mais recentemente, em 1982, verificou-se que na cidade do México caiam 2,3 toneladas 
de Pb sobre cada km2. Como se trata de um metal pesado, ao ser lançado na atmosfera 
pelo escapamento, uma pequena parte pode ser respirada por seres vivos, porém todo o 
resto precipita-se rapidamente ao solo. Aí, na terra, o Pb contamina águas, alimentos, 
pastagens, enfim tudo que existe. Desta forma, além de entrar no organismo por 
inalação, o Pb também penetra por ingestão de alimentos contaminados. Já se calculou 
que um cidadão de uma grande cidade, onde circulam automóveis a gasolina com Pb, 
ingere aproximadamente três vezes mais Pb do que um indivíduo de área rural, longe de 
tráfego intenso. 
A intoxicação pelo Pb é conhecida há longa data e a doença que provoca é 
chamada de saturnismo. Existem alguns historiadores que atribuem a decadência do 
Império Romano ao saturnismo, visto que o encanamento hidráulico, que apenas servia 
a elite, era de chumbo. Esse metal afeta principalmente o sangue, o sistema nervoso, os 
 110
rins e o aparelho gastrintestinal. No sangue causa anemia e uma degeneração das 
hemácias. No sistema nervoso verificam-se neurites nos adultos e encefalopatias nas 
crianças. Lesões dos túbulos proximais caracterizam o acometimento renal e, 
finalmente, a sintomatologia da intoxicação por Pb do aparelho digestivo é expressa por 
dores violentas em cólica. 
Os problemas renais, neurites e cólicas abdominais só aparecem com doses altas 
de Pb e, geralmente, são conseqüentes a acidentes ou intoxicações industriais. Portanto, 
afeta mais a população adulta. No caso das poluições de ar urbano, a quantidade de Pb 
jamais atinge níveis dramáticos, contudo, assim mesmo preocupa as autoridades 
sanitárias. Acontece que o Pb absorvido, seja pelos pulmões, seja por via digestiva, é 
cumulativo. Isto quer dizer que o organismo tem dificuldades em se livrar desse metal e 
há uma tendência de acumulá-lo nos dentes e nos ossos. Com o correr do tempo, mais e 
mais Pb é juntado no organismo e a sua taxa no sangue vai aumentando. 
Os níveis de Pb no sangue podem ser medidos e aceita-se como normal 25ug de 
Pb por dl de sangue, no entanto há indícios de que esse nível é alto demais e, muito 
provavelmente, haverá um consenso internacional para corrigi-lo. Acima de 25ug 
começam disfunções do sistema nervoso central que são bem evidentes quando a 
concentração de Pb atinge 40ug. Ao chegar a 60ug começam anemias, nefropatias, 
desordens gastrintestinais, além da encefalopatia. A observação de que a taxa de Pb 
estava aumentando no sangue de pessoas que trabalhavam no tráfego ou com motores 
de carros: policiais, mecânicos, manobristas e outras, assim como em crianças que 
viviampróximas a grandes rodovias, chegando a atingir níveis preocupantes, levou 
alguns países a tomarem medidas no sentido de diminuir o teor de Pb na gasolina e 
mesmo de eliminá-lo completamente, com substitutivos que elevassem a octanagem 
como, por exemplo, os álcoois. 
No Brasil a gasolina vendida nos postos não contém Pb porque o etanol o 
substitui (a gasolina vendida nos postos contém 22% de etanol), e está bem 
demonstrado que os níveis atmosféricos deste metal diminuíram na cidade de São Paulo 
nos últimos anos. Isto não quer dizer ausência absoluta de Pb no combustível, pois 
durante a produção, armazenamento e distribuição ocorre contaminação da gasolina 
pelo metal. Essa quantidade de chumbo por contaminação acidental não ameaça a saúde 
 111
da população, porém é um estorvo sério à utilização de catalisadores nos automóveis 
que se pretende implantar brevemente em nosso país. 
A luz solar causa uma série de reações entre as substâncias existentes na 
atmosfera que, muito apropriadamente, são chamadas de reações fotoquímicas. Os 
produtos que resultam dessas reações são milhares e são divididos em categorias. 
Aqueles compostos que são resultantes da ação da luz solar e de oxidações químicas 
foram denominados de oxidantes fotoquímicos (OFs). Os principais são: ozônio, 
aldeídos, cetonas e peróxidos. 
As reações foto-oxidantes são complexas e, geralmente, têm várias etapas. Antes 
de dar alguns exemplos, vejamos de modo simplificado: 
Substância A + Substância B + Luz Solar = Substância C 
A substância C é o OF e quase sempre é instável, de forma que gera novos OFs: 
Substância C + Substância D + Luz Solar => Substância E e assim por diante. 
O ozônio forma-se deste modo: 
NO2 + Luz Solar => NO + O 
O + O2 + Luz Solar => 3 (ozônio) 
O ozônio é considerado o oxidante fotoquímico mais importante e é muito 
irritante. 
Vejamos um famoso OF, o peroxiacetil nitrato (PAN): 
HCs + O2 + Luz Solar => separa o radical livre dos HCs Radical Livre + NO2 
=> nitratos de peroxila, entre eles o PAN. 
Os aldeídos também produzem oxidantes fotoquímicos: 
H2C=O (aldeído fórmico) + Luz Solar => H + HCO HCO + O + Luz Solar => 
CO + HO2 (hidroperóxido) 
 112
ou, outra reação: 
HO3C-H2C=O (aldeído acético) + Luz Solar => H + HO3C-HCO 
2 HO3C-HCO + O2 + Luz Solar => 2 H3C-CO + H2O2 (peróxido de 
hidrogênio) 
PAN, O3, aldeídos e outros oxidantes fotoquímicos formam o famoso "smog" 
fotoquímico, parte daquela nuvem marrom-avermelhada em dia quente de inverno 
paulistano que irrita os olhos e a garganta. ("smog" vem da contração das palavras 
inglesas "smoke", fumaça, e "fog", neblina, e expressa uma poluição atmosférica típica.) 
Sua ação tóxica deve-se, principalmente, à capacidade de oxidar proteínas, lipídios e 
outras substâncias químicas integrantes das células, lesando ou matando as mesmas, 
dependendo da concentração e do tempo de exposição. 
Assim, os oxidantes fotoquímicos agravam a ação irritante dos outros poluentes 
e intensificam as inflamações e infecções do sistema respiratório. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
GRALLA, PRESTON (1998) Como Funciona o Meio Ambiente, Ed. Quark Books, São 
Paulo. 
 
 113
PADRÕES DE QUALIDADE DO AR 
Os principais objetivos do monitoramento da qualidade do ar são: 
x� fornecer dados para ativar ações de emergência durante períodos de estagnação 
atmosférica quando os níveis de poluentes na atmosfera possam representar risco à 
saúde pública; 
x� avaliar a qualidade do ar à luz de limites estabelecidos para proteger a saúde e o 
bem estar das pessoas; 
x� acompanhar tendências e mudanças na qualidade do ar devidas a alterações nas 
emissões dos poluentes. 
Para atingir estes objetivos, toma-se necessária a fixação de padrões de 
qualidade do ar. 
Um padrão de qualidade do ar define legalmente um limite máximo para a 
concentração de um componente atmosférico que garanta a proteção da saúde e do bem 
estar das pessoas. Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos científicos 
dos efeitos produzidos por poluentes específicos e são fixados em níveis que possam 
propiciar uma margem de segurança adequada. 
Através da Portaria Normativa n° 348 de 14/03/90 o IBAMA estabeleceu os 
padrões nacionais de qualidade do ar, ampliando o número de parâmetros anteriormente 
regulamentados através da Portaria GM 0231 de 27/04/76. 
Os padrões estabelecidos através dessa portaria foram submetidos ao 
CONAMA em 28.06.90 e transformados na Resolução CONAMA n° 03/90. 
São estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar: os primários e os 
secundários. 
São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que, 
ultrapassados poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis 
 114
máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em 
metas de curto e médio prazo. 
São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes 
atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da 
população, assim como mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais e ao meio ambiente 
em geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes, 
constituindo-se em meta de longo prazo. 
O objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base para 
uma política de prevenção da degradação da qualidade do ar. Deve ser aplicado a áreas 
de preservação (por exemplo: parques nacionais, áreas de proteção ambiental, estâncias 
turísticas, etc.). Não se aplicam, pelo menos a curto prazo, a áreas de desenvolvimento, 
onde devem ser aplicados aos padrões primários. Como prevê a própria Resolução 
CONAMA n° 03/90, a aplicação diferenciada de padrões primários e secundários requer 
que o território nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido. A 
mesma resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classificação das 
áreas os padrões aplicáveis serão os primários. 
Os parâmetros regulamentados são os seguintes: partículas totais em suspensão, 
fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e 
dióxido de nitrogênio. Os padrões nacionais de qualidade do ar fixados na Resolução 
CONAMA n° 03 de 28106/90 são apresentados na Tabela 1. 
 115
Tabela 1 - Padrões Nacionais de Qualidade do Ar (Resolução CONAMA n° 
03 de 28/06/90). 
 
POLUENTE TEMPO DE 
AMOSTRAGEM 
PADRÃO 
PRIMÁRIO 
Pg/m3 
PADRÃO 
SECUNDÁRIO 
Pg/m3 
MÉTODOS DE 
MEDIÇÃO 
Partículas Totais 
em Suspensão 
24 horas (1) 
MGA (2) 
240 
80 
150 
60 
Amostrador de 
grandes volumes 
Dióxido de 
Enxofre 
24 horas 
MAA (3) 
365 
80 
100 
40 
Pararosanilina 
Monóxido de 
Carbono 
1 hora (1) 
8 horas 
40.000 
35 ppm 
10.000 
(9 ppm) 
40.000 
35 ppm 
10.000 
(9 ppm) 
Infravermelho não 
dispersivo 
Ozônio 1 hora (1) 160 160 Quimiluminescência
Fumaça 24 horas (1) 
MAA (3) 
150 
60 
100 
40 
Refletância 
Partículas 
Inaláveis 
24 horas (1) 
MAA (3) 
150 
50 
150 
50 
Separação 
Inercial/Filtração 
Dióxido de 
Nitrogênio 
1 hora (1) 
MAA (3) 
320 
100 
190 
100 
Quimiluminescência
 
(1) Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano. 
(2) Média geométrica anual. 
(3) Média aritmética anual. 
A mesma resolução estabelece ainda os critérios para episódios agudos de 
poluição do ar. Esses critérios são apresentados na Tabela 2. 
Tabela 2 - Critérios para Episódios Agudos de Poluição do Ar (Resolução 
CONAMA n° 03 de 28/06/90). 
 
 
 116
 
 
PARÂMETROS 
 
ATENÇÃO 
 
NÍVEIS ALERTA 
 
EMERGÊNCIADióxido de Enxofre 
(Pg/m3) – 24 h 
800 1.600 2.100 
Partículas Totais em 
Suspensão (PTS) 
(Pg/m3) – 24 h 
375 625 875 
SO2 X PTS 
(Pg/m3) (Pg/m3) – 24 h 
65.000 261.000 393.000 
Monóxido de Carbono 
(ppm) – 8 h 
15 30 40 
Ozônio 
(Pg/m3) – 1 h 
400 800 1.000 
Partículas Inaláveis 
(Pg/m3) – 24 h 
250 420 500 
Fumaça 
(Pg/m3) – 24 h 
250 420 500 
Dióxido de Nitrogênio 
(Pg/m3) – 1 h 
1.130 2.230 3.000 
 
 
Padrões Estaduais - Rio de Janeiro - NT 603 - Critérios e Padrões de Qualidade 
do Ar Ambiente 
I. Objetivo 
Estabelecer os critérios e padrões de qualidade do ar ambiente, como parte 
integrante do Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras. 
II. Critérios Gerais 
2.1 Para efeito do Controle de qualidade do ar ambiente no Estado do Rio de 
Janeiro serão adotados os seguintes parâmetros: 
2.1.1 Óxido de Enxofre (SO2). 
 117
2.1.2 Partículas em Suspensão. 
2.1.3 Monóxido de Carbono. 
2.1.4 Oxidantes Fotoquímicos. 
2.1.5 Partículas Sedimentáveis. 
2.2 Para cada parâmetro, esta norma fixa os valores limites a serem observados 
no ar ambiente em determinados períodos de tempo, e a serem medidos segundo 
Métodos FEEMA (MF) relacionados e aprovados pela CECA, aplicando-se a todo o 
Estado do Rio de Janeiro, obedecidas as disposições da DZ 601. 
2.2.1 Os valores medidos, para efeito desta norma deverão ser referidos à 
temperatura de 25° C e à pressão absoluta de 760mm de mercúrio. 
2.2.2 Freqüência de amostragem - os valores dos parâmetros a serem 
empregados na comparação com os padrões fixados nesta norma serão medidos com as 
seguintes freqüências mínimas: 
2.2.2.1 Uma amostra de 24 (vinte e quatro) horas a cada 6 (seis) dias, para: 
óxido de enxofre (SO2) e partículas em suspensão. 
2.2.2.2 Amostragem contínua para o monóxido de carbono e oxidantes 
fotoquímicos. 
2.2.2.3 Amostragem contínua de 30 (trinta) dias, cada mês, para partículas 
sedimentáveis. 
2.2.3 A FEEMA poderá adotar outros métodos de monitoração e análise, ou 
aprovar utilização de tais métodos por terceiros desde que forneçam respostas 
equivalentes aos métodos de referência especificados no que tange às características de 
confiabilidade, especificidade, precisão, exatidão, sensibilidade, tempo de resposta, 
desvio de zero, desvio de calibração e de outras características pertinentes. 
III - Padrões de Qualidade do Ar Ambiente 
 118
3.1 Óxido de Enxofre (SO2): 
3.1.1 Oitenta microgramas por metro cúbico (0,03ppm) - média aritmética 
anual. 
3.1.2 Trezentos e sessenta e cinco microgramas por metro cúbico (0,14ppm) - 
concentração máxima em amostra de vinte e quatro horas, a não ser exercida mais que 
uma vez por ano. 
3.1.3 Método de referência - MF 605 - Método da Pararrosanilina. 
3.2 Partículas em Suspensão: 
3.2.1 Oitenta microgramas por metro cúbico - média geométrica anual. 
3.2.2 Duzentos e quarenta microgramas por metro cúbico - concentração 
máxima em amostras de vinte e quatro horas, a não excedida mais do que uma vez por 
ano. 
3.2.3 Método de referência - MF 606 - Método do Amostrador de grandes 
Volumes (HIVOL). 
3.3 Monóxido de Carbono (CO): 
3.3.1 Dez miligramas por metro cúbico (9ppm) - concentração máxima em 
amostras de oito horas, a não ser excedida mais do que uma vez por ano. 3.3.2 Quarenta 
miligramas por metro cúbico (35ppm) - concentração máxima em amostras de uma 
hora, a não ser excedida mais do que uma vez por ano. 3.3.3 Método de referência - MF 
- Método de Espectrofotometria Não Dispersiva de Infravermelho. 
3.4 Oxidantes Fotoquímicos 
3.4.1 Cento e sessenta microgramas por metro cúbico (0,08ppm) concentração 
máxima em amostras de uma hora a não ser excedida mais do que uma vez por ano. 
3.4.2 Método de Referência - MF 608 - Método de Luminescência Química 
(corrigida para interferências devido a óxidos de nitrogênio e óxidos de enxofre). 
 119
3.5 Partículas Sedimentáveis: 
3.5.1 Um miligrama por centímetro quadrado por trinta dias (1 mg/cm2/30 dias) 
- em área industrial. 
3.5.2 Meio miligrama por centímetro quadrado por trinta dias (0,5 mg/cm2/30 
dias) - nas demais áreas, inclusive comerciais e residenciais. 
3.5.3 Método de referência - MF 609 - Método do Jarro de Deposição de Poeira. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AGENDA 21 (1999) - Recomendações do Grupo GT1 - Volta Redonda. 
MANUAL DE FABRICANTES - Equipamentos de Controle . 
 
 120
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
 
Da Política Nacional do Meio Ambiente 
 
Art. 2° - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, 
melhoria da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País condições 
ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção 
da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o 
meio ambiente como um patrimônio a ser necessariamente assegurado e protegido, 
tendo em vista o uso coletivo; 
II - racionalização do uso do solo, subsolo, da água e do ar; 
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; 
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 
VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
nacional e a proteção dos recursos ambientais; 
VII - recuperação de áreas degradadas; 
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio 
ambiente. 
Art. 3° - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
 121
I - meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de 
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas 
formas; 
II - degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características 
do meio ambiente; 
III - poluição: a degradação da qualidade resultante de atividades que direta ou 
indireta: 
a) prejudiquem a saúde e o bem-estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos. 
IV - poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, 
responsável, direta ou indiretamente, por atividades causadora de degradação ambiental; 
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e 
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera. 
 
Dos Objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente 
 
Art. 4° - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
I - a compatibilização de desenvolvimento econômico-social com a preservação 
da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; 
 122
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e 
ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de 
normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; 
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para 
o uso racional de recursos ambientais; 
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados 
e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade 
de preservação da qualidade ambientale do equilíbrio ecológico; 
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua 
utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para manutenção do 
equilíbrio ecológico propício à vida; 
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou 
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos 
ambientais com fins econômicos. 
Art. 5° - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formulados 
em normas e planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, 
do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a 
preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, observados 
os princípios estabelecidos no artigo 2° desta Lei. 
Parágrafo Único - As atividades empresariais públicas e privadas serão 
exercidas em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente. 
 
Do Sistema Nacional do Meio Ambiente 
Art. 6° - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Territórios e dos Municípios, bem como as Fundações instituídas pelo Poder Público, 
 123
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema 
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
I - Órgão Superior: o Conselho de Governo, com a função de assegurar o 
Presidente da República, na formulação da Política Nacional e nas diretrizes 
governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; 
 
II - Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - 
CONAMA, com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, 
diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e 
deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o 
meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; 
III - Órgão Central: o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da 
Amazônia Legal, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, 
como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o 
meio ambiente; 
IV - Órgão Executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, 
a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; 
V - Órgão Setoriais: os órgãos ou entidades integrantes da Administração 
Pública Federal Direta ou Indireta, bem como Fundações instituídas pelo Poder Público, 
cujas atividades estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental ou àquelas de 
disciplinamento do uso de recursos ambientais; 
VI - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela 
execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização das atividades capazes de 
provocar degradação ambiental; 
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo 
controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; 
 124
§1 ° - Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, 
elaborarão normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio 
ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. 
§2° - Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, 
também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior. 
§3° - Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo 
deverão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando 
solicitados por pessoa legitimamente interessada. 
§4° - De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a 
criar uma Fundação de apoio técnico e científico às atividades do Instituto Brasileiro do 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA. 
 
Do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
Art. 7° - Revogado pela Lei 8.028/90. 
Art. 8° - Incluir-se-ão entre as competências do CONAMA: 
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para 
licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos 
Estados e supervisionados pelo IBAMA; 
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das 
alternativas e das possíveis conseqüentes ambientais de projetos públicos ou privados, 
requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem como a entidades 
privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto 
ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa 
degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional; 
III - decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante 
depósito prévio sobre as multas e outras penalidades impostas pelo IBAMA; 
 125
IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na 
obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambiental (vetado); 
V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de 
benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a 
perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimento 
oficiais de crédito; 
VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões relativos ao controle e à 
manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos 
ambientais, principalmente os hídricos. 
Parágrafo Único: O Ministro do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas 
funções, o Presidente do CONAMA. 
 
Dos Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente 
Art. 9° - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
II - o zoneamento ambiental; 
III - a avaliação de impactos ambientais; 
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras; 
V - os incentivos à instalação de equipamento e a criação ou absorção de 
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; 
VI - a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as 
de relevante interesse ecológico, pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal; 
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
 126
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e instrumentos de defesa 
ambiental; 
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não-cumprimento das 
medidas necessárias à preservação ou correção de degradação ambiental; 
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado 
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis 
IBAMA; 
XI - a garantia da preservação de informações relativas ao Meio Ambiente, 
obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes; 
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou 
utilizadoras dos recursos ambientais. 
Art. 10° - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva 
ou potencialmente poluidores, bem como os capazes sob qualquer forma, de causar 
degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento por órgão estadual 
competente, integrante do SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais - IBAMA, em caráter supletivo; sem prejuízo de outras licenças 
exigíveis. 
§1° - Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão 
publicado no jornal oficial do Estado, bem como em um periódico regional ou local de 
grande circulação.§2° - Nos casos e prazos previstos em resolução do CONAMA, o licenciamento 
de que trata este artigo dependerá de homologação do IBAMA. 
§3° - O órgão estadual do meio ambiente e o IBAMA, este em caráter supletivo, 
poderão, se necessário e sem prejuízo das penalidades pecuniárias cabíveis, determinar 
a redução das atividades geradoras de poluição, para manter as emissões gasosas, os 
efluentes líquidos e os resíduos sólidos dentro das condições e limites estipulados no 
licenciamento concedido. 
 127
§4° - Caberá exclusivamente ao Poder Executivo Federal, ouvidos os Governos 
Estadual e Municipal interessados, o licenciamento previsto no "caput" deste artigo 
quando relativo a pólos petroquímicos, bem como a instalações nucleares e outras 
definidas em lei. 
Art.11 - Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para 
implantação, acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no artigo 
anterior, além das que forem oriundas do próprio CONAMA. 
§1° - A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões de 
qualidade ambiental serão exercidos pelo IBAMA, em caráter supletivo da atuação do 
órgão estadual e municipal competentes. 
§2° - Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de projetos de 
entidades, públicas ou privadas, objetivando à preservação ou à recuperação de recursos 
ambientais, afetados por processos de exploração predatórios ou poluidores. 
Art. 12 - As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais 
condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, 
na forma desta Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos 
pelo CONAMA. 
Parágrafo Único - As entidades e órgãos referidos no "caput" deste artigo 
deverão fazer constar dos projetos a realização de obras e aquisição de equipamentos 
destinados ao controle de degradação ambiental e à melhoria da qualidade do meio 
ambiente. 
Art. 13 - O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas para o meio 
ambiente, visando: 
I - ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e processos tecnológicos 
destinados a reduzir a degradação da qualidade ambiental; 
II - à fabricação de equipamento antipoluidores; 
 128
III - a outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos 
ambientais. 
Parágrafo Único - Os órgãos, entidades e programas do Poder Público, 
destinados ao incentivo das pesquisas científicas e tecnológicas, considerarão, entre as 
suas metas prioritárias, o apoio aos projetos em que visem a adquirir e desenvolver 
conhecimentos básicos e aplicáveis na área ambiental e ecológica. 
Art. 14° - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, 
estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou 
correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental 
sujeitará os transgressores: 
I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) 
e, no máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - OPTN'S, 
agravada em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada 
a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, 
Territórios ou pelos Municípios; 
II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder 
Público; 
III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em 
estabelecimentos oficiais de crédito; 
IV - à suspensão de sua atividade. 
§1° - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor 
obrigado, independentemente de exigência de culpa, a indenizar ou reparar os danos 
causados ao meio ambiente e a terceiros, efetuados por sua atividade. O Ministério 
Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade 
civil e criminal por danos causados ao meio ambiente. 
§3° - Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da 
perda, restrição ou suspensão será atribuído da autoridade administrativa ou financeira 
 129
que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento cumprindo a resolução do 
CONAMA. 
§4° - Nos casos de poluição provocada pelo derramamento ou lançamento de 
detritos ou óleos em águas brasileiras, por embarcações e terminais marítimos ou 
fluviais, prevalecerá o disposto na Lei n.° 5.357, de 17 de novembro de 1967. 
Art. 15 - O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou 
vegetal ou estiver tornado mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de 
reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 MVR. 
§1 ° - A pena é aumentada até o dobro se: 
I - resultar: 
a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente; 
b) lesão corporal grave; 
II - a poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte; 
III - o crime é praticado durante a noite, em Domingo ou feriado. 
§2 - Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixar de promover 
as medidas tendentes a impedir a prática das condutas acima descritas. 
Art. 16 - Revogado pela Lei 7.804/89 
Art. 17 - Fica instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA: 
I - Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, 
para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a consultoria 
técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e à indústria e comércio de 
equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou 
potencialmente poluidoras; 
 130
II - Cadastro Técnico de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras 
de Recursos Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se 
dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, produção, transporte e 
comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como 
produtos e subprodutos da fauna e flora. 
Art. 18 - São transformadas em reservas ou estações ecológicas, sob a 
responsabilidade do IBAMA, as florestas e as demais formas de vegetação natural de 
preservação permanente, relacionadas no artigo 2° da Lei n.° 4.771, de 15 de setembro 
de 1995 - Código Florestal, e os pousos das aves de arribação protegidas por convênios, 
acordos ou tratados assinados pelo Brasil com outras nações. 
Parágrafo Único - As pessoas físicas ou jurídicas que, de qualquer modo, 
degradem reservas ou estações ecológicas, bem como outras áreas declaradas como 
relevante interesse ecológico, estão sujeitas às penalidades previstas no artigo 14 desta 
Lei. 
Art. 19 - Ressalvando o disposto nas Leis n°s. 5.357, de 17 de novembro de 1 
967 e 7.661, de 16 de maio de 1988, a receita proveniente da aplicação desta lei será 
escolhida de acordo com o dispositivo no artigo 4°, da Lei , de 22 de fevereiro de 1989. 
Art. 20 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. 
Art. 21 - Revogam-se as disposições em contrário. 
Publicado no Diário Oficial de 02.09.1981. 
 
SEMADS 
A SEMADS (Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável), é a Secretaria Estadual que reúne os órgãos responsáveis pelo meio 
ambiente no estado. Ela é constituída, pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio 
Ambiente (FEEMA), pelo Instituto Estadual de Floresta (IEF), pela Superintendência 
Estadual de Rios e Lagoas (SERLA) e conta ainda com o Fundo Estadual de Controle 
Ambiental (FECAM) e com a Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA). 
 131
 
SEMADS 
 
 
 CECA FECAM 
 
 
FEEMA IEF SERLA 
 
 
 132