Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESPIROMETRIA PROFª. NATHÁLIA TOLEDO PIATTI naty_toledo@hotmail.com OBJETIVOS DA AULA • Aprender o conceito, indicações e especificações da Espirometria • Aprender como realizar o Teste espirométrico • Saber interpretar os resultados • Entender e classificar os distúrbios funcionais • Importância da espirometria em algumas doenças e situações. CONCEITO • LATIM: SPIRARE (Respirar) + Metrum (Medida) = Medida da respiração • Conhecida também por Prova de Função Pulmonar ou Prova Ventilatória - Avaliação dos fluxos expiratórios Manobra lenta ou forçada PARTICULARIDADES • Compreensão e colaboração do paciente • Equipamentos exatos • Técnicas padronizadas • Examinadores especialmente treinados • Valores obtidos comparados a valores previstos adequados para a população avaliada • Médicos pneumologistas laudam os exames (SBPT) INDICAÇÕES • Fumantes > 40 anos idade • Exposição ambiental (NR-7) • Investigação e perícia médica • Sinais e sintomas: – dispneia, sibilância, tosse, cianose, policitemia INDICAÇÕES • Monitoração de tratamento para: - Asma - DPOC - Infiltrações pulmonares difusas - Transplantes - Reabilitação pulmonar INDICAÇÕES • Anormalidades extrapulmonares: – Cifoescoliose – Pectus excavatum – Doenças neuromusculares – Obesidade – Insuficiência cardíaca • Avaliação do risco cirúrgico • Avaliação de desempenho físico de atletas • Estudos epidemiológicos CONFIABILIDADE E QUALIDADE • Calibração diária e repetida quando necessário • Protocolo seguindo os consensos oficiais • Técnicos treinados e reavaliados periodicamente • Exames interpretados por pneumologistas com experiência PARÂMETROS BÁSICOS • Capacidade pulmonar total (CPT) • Capacidade vital forçada (CVF) • Volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1) • Pico de Fluxo Expiratório (PFE) • Fluxo Expiratório Forçado entre 25% e 75% (FEF25-75%) TESTE ESPIROMÉTRICO • INSTRUÇÕES PRÉVIAS AO EXAME: - Adiar no caso de infecção respiratória nas últimas 3 semanas - Suspender broncodilatadores de ação curta 4h, e prolongada 12h antes dos testes - Não beber café e chá nas últimas 6h antes do teste TESTE ESPIROMÉTRICO - Cigarro proibido por pelo menos 2 horas antes - Álcool não deve ser ingerido nas últimas 4 horas - Refeições volumosas evitadas 1 hora antes - Repouso de 5 a 10 minutos antes do teste TESTE ESPIROMÉTRICO • COMO É FEITO? - Altura e peso - Aparelho: ESPIRÔMETRO – registra a quantidade e a velocidade do ar respirado. *Portátil ou de bolso TESTE ESPIROMÉTRICO - Um profissional orienta previamente sobre as etapas que serão feitas durante o teste. - Sentado - Respirar através de um bucal conectado ao espirômetro. - Uma presilha de borracha tapará o nariz enquanto o paciente respira pela boca. TESTE ESPIROMÉTRICO • PEDIR AO PACIENTE PARA: 1) Respirar tranquilamente por algum tempo 2) Encher o peito de ar completamente 3) Assoprar com o máximo de força e rapidez possível sem parar, de forma prolongada e logo após realizar inspiração máxima novamente ( repetir 3 vezes) 4) Uso do broncodilator (repetir teste após 15-20’) CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO TESTE - A manobra da CVF foi realizada adequadamente, com no mínimo três curvas aceitáveis e duas reprodutíveis. - Um platô deve ser observado no último segundo na curva volume-tempo. CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO TESTE - Duração da Expiração: 6 – 10seg - Os valores obtidos são selecionados conforme o maior VEF1 e a maior CVF - Os dois maiores valores do VEF1 e da CVF devem diferir menos de 150 ml CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO TESTE - O traçado deve estar livre de oscilações abruptas como as causadas por tosse ou falta de esforço máximo e uniforme. CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO DO TESTE INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS • Principais variáveis observadas na espirometria: – CAPACIDADE VITAL FORÇADA (CVF): • Reduzida nos Distúrbios restritivos • Também pode estar reduzida em Distúrbios obstrutivos Ex: enfisema, por redução da retração elástica pulmonar INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS – VOLUME EXPIRATÓRIO FORÇADO NO PRIMEIRO SEGUNDO (VEF1): Reduzido em doenças obstrutivas das vias aéreas. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS – FLUXO EXPIRATÓRIO FORÇADO ENTRE 25% E 75% (FEF25-75%) • Vias aéreas de médio e pequeno calibre • Variável mais precoce em fumantes assintomáticos. • A relação FEF25-75%/CVF%: preditor de declínio funcional. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS – PICO DO FLUXO EXPIRATÓRIO (PFE): • Esforço e colaboração do paciente na realização do teste • Pode estar diminuído em obstruções severas • Está bastante reduzido em obstruções altas • Monitorização de pacientes asmáticos e suas respostas ao tratamento INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS – RELAÇÃO VEF1/ CVF%: • Diminuída nas doenças obstrutivas • Próximo ao normal ou aumentado nas doenças restritivas. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS – CURVA FLUXO-VOLUME: Observar o formato e PFE • Obstrução - concavidade para o eixo do volume • Restrição - curva normal, porém em miniatura INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS - CURVA VOLUME X TEMPO • Tempo de expiração foi adequado • Platô ao final da curva – fim da manobra DISTÚRBIOS FUNCIONAIS E SUA QUANTIFICAÇÃO – DISTÚRBIO VENTILATÓRIO OBSTRUTIVO (DVO) • Redução do VEF1 (<80%) e da relação VEF1/CVF DISTÚRBIOS FUNCIONAIS E SUA QUANTIFICAÇÃO DISTÚRBIOS FUNCIONAIS E SUA QUANTIFICAÇÃO • Resposta ao broncodilatador – asma e DPOC Variação do VEF1, antes e após 10 minutos do uso de BD DPOC – resposta a longo prazo DISTÚRBIOS FUNCIONAIS E SUA QUANTIFICAÇÃO – DISTÚRBIO VENTILATÓRIO RESTRITIVO (DVR) • Redução da CPT • Na prática - redução da CVF • Relação VEF1/CVF normal ou aumentada • Se a CVF normalizar após o BD, não é DVR DISTÚRBIOS FUNCIONAIS E SUA QUANTIFICAÇÃO - DOENÇAS RESTRITIVAS • Pulmonares: Fibrose pulmonar, congestão circulatória, atelectasia e pós-op. de cir. de ressecção • Extrapulmonares: Doenças neuromusculares, cifoescoliose, limitação da mobilidade diafragmática, DP e PNTX). DISTÚRBIOS FUNCIONAIS E SUA QUANTIFICAÇÃO – DISTÚRBIO VENTILATÓRIO MISTO (DVM) • CVF reduzida: obstrutivo ou restritivo? - Avaliar CPT • Diferença entre VEF1 e CVF ≤ 12% = DVM • Diferença entre 12 e 25% = DVO • Diferença acima de 25% = DVO com redução da CVF (PEREIRA, 2002) DISTÚRBIOS FUNCIONAIS E SUA QUANTIFICAÇÃO • Prática: dados clínicos e radiológicos, e a morfologia da curva. • Doenças: Sarcoidose, bronquiectasias, tuberculose, pneumonites alérgicas e DPOC + ICC. • Predominância: valor mais alterado, seja VEF1 ou CVF. Adaptado do Consenso Brasileiro de Espirometria, 1996. IMPORTÂNCIA DA ESPIROMETRIAEM ALGUMAS DOENÇAS E SITUAÇÕES - DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA – DPOC • VEF1 : prognóstico • Índice BODE - preditor de mortalidade: B – IMC ou “body mass index” O – obstrução - VEF1 D – grau de dispneia E – exercício - TC6 Celli e cols, 2004. IMPORTÂNCIA DA ESPIROMETRIA EM ALGUMAS DOENÇAS E SITUAÇÕES - TABAGISTAS • Fumantes ou ex-fumantes >45 anos, ou sintomáticos devem ser considerados para a espirometria. • Grupo de risco • Exame de triagem de doenças obstrutivas • A doença se detectada tardiamente aumenta a morbidade e mortalidade substancialmente IMPORTÂNCIA DA ESPIROMETRIA EM ALGUMAS DOENÇAS E SITUAÇÕES - ASMA • Diagnóstico • VEF1 se elevar 10% ou mais do valor previsto após BD, em geral mais do que 0,3 l. • Avaliação inicial e após estabilização dos sintomas – nível de função pulmonar • PFE IMPORTÂNCIA DA ESPIROMETRIA EM ALGUMAS DOENÇAS E SITUAÇÕES - QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA • Potencial de toxicidade pulmonar • Avaliação funcional pulmonar antes, durante e após a intervenção. - CIRURGIAS TORÁCICAS • Transplante pulmonar, cirurgia de ressecção pulmonar, cirurgia redutora de volume pulmonar, uso de stents e outros dispositivos nas vias aéreas. IMPORTÂNCIA DA ESPIROMETRIA EM ALGUMAS DOENÇAS E SITUAÇÕES - SAÚDE DO TRABALHADOR • Avaliação da função pulmonar • Exposição a produtos aerodispersíveis • Antes do ingresso e periodicamente, durante o período de exposição. • NR7 - Ministério do Trabalho: “Torna-se compulsória a realização de avaliação clínica, radiológica e espirométrica em trabalhadores expostos, com intervalo máximo de dois anos.” IMPORTÂNCIA DA ESPIROMETRIA EM ALGUMAS DOENÇAS E SITUAÇÕES - DOENÇAS INFILTRATIVAS DIFUSAS • Fibrose pulmonar idiopática - Estabilização da CVF - assegura melhor prognóstico, com vários anos a mais de sobrevida. • Sarcoidose - Melhor prognóstico - CVF reflete a extensão da doença e a resposta ao tratamento. REVISÃO DOS TÓPICOS ABORDADOS • Conceito e Particularidades • Indicações • Parâmetros básicos • Controle de qualidade e confiabilidade dos exames • Teste espirométrico • Critérios de aceitação do teste • Interpretação dos resultados • Distúrbios funcionais e sua quantificação • Importância da espirometria em algumas doenças e situações REFERÊNCIAS • PEREIRA C.A.C e cols. Valores de referência para espirometria em uma amostra da população brasileira adulta. J Pneumol 1992; 18:10-22. • PEREIRA C.A.C, NEDER JA. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT): Diretrizes para Testes de Função Pulmonar. J Pneumol. 2002; 28(3):S1-S238. • MILLER M.R, et al. ATS/ERS task force: Standardisation of lung function testing: General considerations for lung function testing. Eur Respir J. 2005;26:153-61 • Silva, L.C.C. Espirometria na prática médica. Revista AMRIGS. Porto Alegre, 2005; 49(3):183-194. • PEREIRA C.A.C, Sato T, Rodrigues SC. Novos valores de referência para espirometria forçada em brasileiros adultos de raça branca. J Bras Pneumol. 2007;33(4):397-406.
Compartilhar