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DIREITO REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS/SERVIDÃO

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DIREITO REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS
SERVIDÃO:
Conceito: a servidão é um direito real que poderá ser constituído por vontade das partes, ou por necessidade/utilidade que acarreta uma utilidade e um direito ao prédio dominante e um dever ao prédio serviente. Obrigatoriamente os prédios devem pertencer a donos diferentes. A constituição de uma servidão pode acontecer por atos entre vivos ou por testamento, devendo ser em qualquer caso devidamente registrada no registro de móveis. A servidão acompanha o bem, art. 1.378.
Usucapião da servidão: é a possibilidade de aquisição do direito de servidão por meio do preenchimento dos requisitos legais, previstos no art. 1.379 do CC. Exercício contínuo e pacifico de modo aparente pelo prazo de 10 anos conforme disposição cumulativa do art. 1.242; 
Usucapião ordinária: cumula-se também o justo título e a boa fé. A sentença será o título levado à registro. A sentença será o título levado à registro. Se por ventura não existir justo título o prazo para requerer usucapião da servidão será de 20 anos, art. 1.379. 
Exercício das servidões: 
O dono da servidão vai realizar as obras necessárias para a manutenção e conservação do seu direito e se por ventura existirem dos dominantes, essas dispensas serão rateadas, art. 1.380; 
Pode haver pactuação no sentido de que as obras devem ser realizadas pelo prédio serviente, art. 1381; se por ventura essa obrigação for do serviente ele pode exonerar-se do pagamento se ele abrir mão da propriedade de seu prédio total ou parcialmente em beneficio do dominante e se por ventura o dominante se recusa a receber a propriedade deverá pagar as obras, art. 1.382; 
O dono do prédio serviente não pode atrapalhar o exercício legítimo da servidão, art. 1.383; 
A servidão pode passar de um lugar para o outro por vontade do prédio serviente e a sua custa, se não diminuir as vantagens e benefícios do prédio dominante; também pode ser modificado o local pelo prédio dominante se houver, melhora na atividade e não prejudicar o prédio serviente, art. 1.384.
O exercício da servidão é restrito as necessidades do prédio dominante evitando-se agravar a situação e o dever do prédio dominante evitando-se agravar a situação e dever do prédio serviente, constituída para determinada finalidade a servidão não pode ser amparada para outro, quando se tratar de servidão de transito a de maior inclui a de menor ônus, e a menor exclui a mais onerosa. Se houver necessidade em razão da cultura, indústria fazendo com que o prédio dominante necessite aumentar o seu direito o dono do serviente é obrigado a aceitar, mas tem direito de ser indenizado, art. 1.385. 
As servidões são indivisíveis, e em caso divisão dos imóveis elas serão mantidas desde que continue havendo necessidade ou utilidade, art. 1.386. 
Extinção: 
Com exceção das desapropriações as servidões a partir do momento de seus registros apenas serão consideradas; em relação a terceiros, extintas com o devido cancelamento. Se por ventura o prédio dominante for objeto de hipoteca e a servidão estiver contida na hipoteca e cancelamento somente poderá ser feito com o consentimento do credor. Art. 1.387. 
O prédio serviente tem direito ao cancelamento da servidão, judicialmente ainda que o dominante não concordasse: 
Quando não houver renúncia;
Quando terminar a utilidade ou a comodidade da servidão; 
Quando o serviente resgatar a servidão.
Também pode ser extinta a servidão cabendo a prova ao dono do prédio serviente e por sua vontade, quando os dois prédios passarem a pertencer ao mesmo dono; quando terminada as obras que tiverem sido contratadas pelo não uso durante o prazo de 10 anos contínuos, art. 1.389.
USUFRUTO 1.390 aos 1.411	
Conceito: é um direito real, exercido sobre coisa alheia que permite ao usufrutuário o exercício dos poderes de uso e gozo. Será por prazo determinado e devidamente registrado. 
	Considerações gerais: poderá existir em relação a um ou mais bens (patrimônio), móveis ou imóveis, totalidade ou não dos frutos, art. 1.390. Sua aquisição pode dar-se por meio de usucapião (a sentença será levada a registro) e quando pactuado e recair sobre imóveis, deverá ser registrado, no cartório de registro de imóveis, art. 1.391. Abrange os acessórios do objeto, englobando todos os seus acrescidos. 
Se os objetos acessórios forem consumíveis quando da restituição deverão ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade; se isso não for possível pelo valor equivalente ao tempo da restituição; se existir no prédio florestas ou recursos naturais, minerais, deverá ser feita a limitação do exercício do usufruto; se o usufruto for constituído sobre a totalidade de bens ou quota parte o usufrutuário era direito a parte do tesouro achado e ao preço que por ventura o vizinho vem a pagar em razão da meação, em paredes, cercas, muros, etc. art. 1.392.
“Não se pode transferir o usufruto por alienação, mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso”, art. 1.393.
 	Direito do usufrutuário: exercer a posse, o uso, a administração e percepção dos frutos, art. 1.394.
 Quando se tratar de usufruto constituído em títulos de crédito o usufrutuário tem direito de perceber os frutos e de cobrar as dividas. Cobram-se as dívidas deve aplicar a importância recebida em títulos da mesma natureza, ou em títulos da dívida pública federal, com clausula de atualização monetária pelos índices oficiais, art. 1.395.
Com exceção do direito adquirido em relação a terceiros o usufrutuário adquiri os frutos naturais que estejam pendentes quando do inicio do usufruto, sem necessidade de pagar aos proprietários despesas de produção. Quando termina o usufruto, acontecerá à mesma coisa em relação ao proprietário, art. 1396. 
Quando se tratar de animais que façam parte do usufruto, as crias destes pertencem ao usufrutuário, deduzidas àquelas necessárias para inteirar as cabeças perdidas quando do inicio do usufruto, art. 1.397.
Os frutos civis vencidos na data inicial do usufruto pertencem ao proprietário e ao usufrutuário os vencidos quando terminar o usufruto, art. 1.398. 
O usufrutuário pode usufruir em pessoa ou mediante arrendamento, desde que não seja alterada a destinação econômica do bem sem autorização do proprietário, art. 1.399. 
Deveres do usufrutuário: 
Antes do início do exercício do usufruto será feito pelo usufrutuário em inventário, o qual contará a descrição do objeto que se recebem em usufruto (descrição detalhada contendo inclusive o estado de conservação; Se o proprietário entender necessário, pode requerer caução com intuito de resguardar-se em relação a manutenção, conservação e restituição dos objetos. Essa caução não poderá ser exigida da pessoa do doador que se reservar no direito e usufruto da coisa doada - art. 1400). 
Se o usufrutuário não quiser ou não puder prestar caução, ele perderá o direito de administração do usufruto. Se isso acontecer, o proprietário fará a administração, o qual, ficará obrigado mediante caução a repassar ao usufrutuário todo rendimento obtido; Poderá descontar do valor repassado o que teve de despesa, bem como o valor que poderá ser fixado como remuneração pela administração, art. 1.401.
As determinações que resultam do exercício natural do usufruto não serão indenizadas – art. 1.402. 
É de responsabilidade do usufrutuário as despesas normais de conservação e o pagamento dos encargos e tributos enquanto durar o usufruto – ar. 1.403. 
É de responsabilidade do proprietário os reparos extraordinários e aqueles que possuírem custo módico (despesas superiores a 2/3 do valor líquido do rendimento de um ano). Caberá ao usufrutuário a pagamento dos juros do capital utilizando para as obras necessárias de conservação ou que aumentem o rendimento da coisa usufruída. Se por ventura o dono não fizer as reparações a que estava obrigado, o usufrutuário poderá fazer e posteriormente cobrar, art. 1.404.
Se o usufruto for estabelecido em relação a um patrimônio ou ainda em parte desses, a responsabilidade pelo pagamento dosjuros das dívidas será do usufrutuário – art. 1.405. 
É dever do usufrutuário comunicar o proprietário de qualquer problema que enfrente em relação a posse do bem, bem como qualquer lesão – art. 1.406.
É responsabilidade do usufrutuário a pagamento das contribuições do seguro em relação ao objeto. Se o seguro for feito pelo usufrutuário, cabe ao proprietário o direito do seguro em relação ao segurador. Em qualquer caso o valor do seguro sub roga-se do direito do usufrutuário – art. 1.407. 
Se por acaso o objeto imóvel usufruído for destruído sem culpa do proprietário ele não será obrigado a reconstruí-lo e o usufruto será extinto se o proprietário reconstruir a custa; se a reconstrução for feita com a indenização do seguro será reestabelecido o usufruto – art. 1.408. 
 Também fica sub-rogado no usufruto, no lugar do bem, o valor, obtido em caso de desapropriação ou a importância do dano em caso de danificação ou perda do objeto – art. 1.409.

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