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PETIÇÃO- CASO CONCRETO 4 - PRATICA SIMULADA

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PRATICA SIMULADA I
Prof.: CRISTIANE RODRIGUES DUTRA
 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
 Curso de Graduação em Direito
 Aluna: Thamyris da Silva Barros
 PRATICA SIMULADA I
 (CASO CONCRETO 4)
 Agosto
 2018
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVA FRIBURGO – RJ
JOAQUIM MARANHÃO, ANTÔNIO MARANHÃO E MARTA MARANHÃO, irmãos, brasileiros, estados civis ignorados, residentes e domiciliados em Nova Friburgo -RJ, inscritos respectivamente no registro geral sob os correspondentes números xxxxxxxx-x, xxxxxxx-x, xxxxxx-x, e no cadastro nacional de pessoa física números xxxxxxxxx-xx, xxxxxxxxx-xx, xxxxxxxxx-xx, por sua advogada Thamyris Barros, OAB/RJ xxxxxx, residente e domiciliada na Rua x, São João de Meriti- RJ, e-mail: xxx@xxx, vem mui respeitosamente a este juízo PROPOR EM LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO UNITÁRIO, PELO RITO COMUM, AÇÃO REAL ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO DE COMPRA E VENDA AGREGADO AO PEDIDO DE CANCELAMENTO DE REGISTRO DE ESCRITURA PÚBLICA DO IMÓVEL ATINGIDO, em face de MANUEL MARANHÃO e FLORINDA MARANHÃO, pais dos autores, brasileiros, casados, residentes e domiciliados em Nova Friburgo/RJ, identificados sob os respectivos números do registro geral de pessoas físicas xxxxxxxx-x, xxxxxxxx-x, pelos motivos que passa a expor.
I. DAS PRELIMINARES
I.II. DA GRATUÍDADE JUDICIÁRIA
Requer aos autores, nos termos do Art. 98 e seguintes do CPC, que lhes sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita em vista que não podem arcar com as custas processuais e com os honorários advocatícios sem prejuízo de seu sustento próprio e de suas famílias.
“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da lei”
I.II. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
 É competente o presente foro para a propositura da ação anulatória, haja vista que a discussão se trata da efetiva validade do negócio jurídico de compra e venda, e por esta razão resta-se nítido tratar-se de direito pessoal podendo a demanda ser postulada no domicilio dos réus conforme dicção do artigo 46, caput do CPC.
“Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.”
II. DOS FATOS
Verifica-se que os réus pais dos Autores com o objetivo de ajudar o neto que não possuía casa própria , venderam-lhe um de seus imóveis, um sítio situado na rua Bromélia, Nº138, centro, Petrópolis – RJ, por preço certo e ajustado em R$200,000.00 (duzentos mil reais), venda consagrada através de escritura de compra e venda lavrada no dia 20/09/2015, no cartório da cor do 4º Ofício Nova Friburgo e transcrita no registro de imóveis competente. O Negócio jurídico fora celebrado sem a expressa anuência dos demais filhos acerca do contrato de compra e venda o que suscita a seguir análise do mérito da questão.
III. DO MÉRITO
Excelência, o negócio jurídico do caso ora sob análise é passível de anulação pelo equívoco que ocorrera sobre a venda do imóvel sem o consentimento expresso dos demais descendentes nos termos do artigo 496 do código civil. Cabe salientar que os autores promoveram a ação para pleitear a validade do negócio jurídico dentro do prazo estimado, como o prevê artigo 179 do CC. Nesse contexto, urge trazer à demanda o entendimento jurisprudencial do nosso Tribunal de Justiça do Estado da Bahia TJ-BA cuja a transcrição segue abaixo
EMENTA
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO. VENDA DE BEM IMÓVEL DE ASCENDENTE PARA DESCENDENTE. INTERPOSIÇÃO DE TERCEIRO. SIMULAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE ANUÊNCIA DOS DEMAIS HERDEIROS. ART. 496 CC. APLICABILIDADE. INDISPONIBILIDADE DO BEM. POSSIBILIDADE. MANUTENÇÃO DA DECISÃO MONOCRÁTICA. RECURSO PROVIDO.
Uma das medidas de proteção da herança legítima é precisamente a necessidade de se colher a anuência dos demais herdeiros necessários para que se possa reputar válida a venda de um imóvel de ascendente a descendente, o que, não ocorrendo poderá gerar a anulabilidade do negócio jurídico. A venda de ascendente para descendente sem a anuência dos demais descendentes constitui espécie de ato anulável, impondo-se a possibilidade de o descendente-adquirente demonstrar a ausência de prejuízo para os demais descendentes decorrentes de tal alienação, razão pela qual, no caso dos autos, indispensável a dilação probatória, justificando-se tornar o bem imóvel indisponível para a comercialização enquanto se dirime a celeuma. (Classe: Agravo de Instrumento, Número do Processo: 0002841-31.2015.8.05.0000, Relator (a): Lisbete M. Teixeira Almeida Cézar Santos, Segunda Câmara Cível, Publicado em: 21/08/2015 )
“Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.”
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
Deste modo requer os autores, a declaração de anulação de contrato de compra e venda do imóvel em questão.
III.I DO CANCELAMENTO DE REGISTRO DA ESCRITURA
Conforme demonstrado no tópico anterior, uma vez julgada a nulidade do contrato de compra e venda firmado no caso em questão, deve ater-se em ato contínuo, acerca da carência de cancelamento do registro da escritura pública que se deu na data de 20 de setembro de 2015, em consonância ao que se dispõe o artigo 520, I, da LRP, devendo a propriedade do imóvel regressar aos antigos donos.
IV. DOS PEDIDOS 
Em vista do exposto, uma vez constatado a efetiva na anulabilidade do negócio jurídico celebrado, requer desde logo os autores:
Deferimento da tramitação.
Deferimento da gratuidade.
Designação da audiência de mediação com a intimação da parte para comparecer ficando ciente de que não havendo acordo iniciará o prazo para contestar na forma da lei.
Citação do réu para querendo integrar o polo passivo da ação sob pena de revelia ou confissão.
Seja julgado procedente o pedido para anular o negócio jurídico celebrado.
Seja expedido ofício ao Serviço Registral de Imóveis de Petrópolis- RJ.
Condenação do réu nas custas e honorários advocatícios.
Dar-se-á o valor da causa em R$ 200,000.00 (duzentos mil reais).
Nestes termos, pede e espera deferimento.
São João de Meriti - RJ, terça feira, 28 de agosto de 2018
Thamyris Barros
OAB/RJ xxxxxxxx

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