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CASO CONCRETO 3 - PETIÇÃO - PRATICA SIMULADA

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PRATICA SIMULADA I
Prof.: CRISTIANE RODRIGUES DUTRA
 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
 Curso de Graduação em Direito
 Aluna: Thamyris da Silva Barros
 PRATICA SIMULADA I
 (CASO CONCRETO 3)
 Agosto
 2018
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE V ITÓRIA -ES
GERSON, brasileiro, solteiro, médico, residente e domiciliado em Vitoria/ES, inscrito no registro geral sob o correspondente número xxxxxxx e no cadastro nacional de pessoas físicas xxxxxxxxx, por sua advogada Thamyris Barros, OAB/RJ xxxxxx, residente e domiciliada na Rua x, São João de Meriti- RJ, e-mail: xxx@xxx, vem mui respeitosamente a este juízo, PROPOR, PELO RITO COMUM, AÇÃO PAULIANA/REVOCATÓRIA PARA ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO GRATUITO, EM FACE DE BERNARDO, viúvo, residente em Salvador/BA, cujo cadastros nos registros gerais de pessoas físicas são ignorados, PELOS MOTIVOS QUE PASSA A EXPOR:
I. DAS PRELIMINARES
I.II. DA GRATUÍDADE JUDICIÁRIA
Requer aos autores, nos termos do Art. 98 e seguintes do CPC, que lhes sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita em vista que não podem arcar com as custas processuais e com os honorários advocatícios sem prejuízo de seu sustento próprio e de suas famílias.
“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da lei”
I.II. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
 É competente o presente foro para a propositura da ação anulatória, haja vista que a discussão se trata da efetiva validade do negócio jurídico de compra e venda, e por esta razão resta-se nítido tratar-se de ação revogatória de negócio jurídico gratuito, e no caso em questão, tem-se a cobrança de nota promissória, reconhecida como título executivo, nos temos do artigo 784, inciso I do CPC. 
“Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque (...)”
Dito isto, por tratar-se de obrigação ainda a ser satisfeita (como bem esclarece o artigo 53, inciso III, alínea d), do código de processo civil pátrio), é de competência deste foro o ajuizamento da presente ação, tendo em vista, repisa-se, ser este o lugar onde deva ser satisfeita, e por não conter outra estipulação senão pagar na circunscrição onde fora emitida. Nesse sentido:
“Art. 53. É competente o foro: (...)
III - do lugar: (...)
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; (CPC)”
II. DOS FATOS
Ocorre que o Autor, é legítimo credor quirografário do Réu, conforme se extrai da nota promissória emitida em favor do mesmo no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), vencida em 10 de outubro de 2016, acostada aos autos. Sucede-se que dias após o vencimento da dívida e o não pagamento da mesma, o Réu fizera uma doação dos seus dois imóveis, ambos localizados no Espírito Santo no valor de R$ 300.00,00 (trezentos mil reais), para sua filha, menor impúbere, residente em Macaé/RJ, com sua genitora. Estabeleceu-se cláusula de usufruto vitalício em favor do próprio executado, além da cláusula de incomunicabilidade e, conforme Certidão de Ônus Reais. Cumpre ressaltar que as dívidas do Réu já ultrapassam a soma de R$ 400,000.00 (quatrocentos mil reais), e o imóvel é doado para sua filha e encontra-se alugado para terceiros.
III. DO MÉRITO
Excelência, o negócio jurídico do caso ora sob análise, não deixa dúvidas sobre passividade de anulação, visto tratar-se de patente meio ilícito utilizado pelo devedor com o fito de resguardar os imóveis de uma possível execução judicial, proveniente, pois, das inúmeras dívidas que o Réu possui.
Tanto é que as doações se deram, de modo impudico, a crescente -se, logo após o vencimento da dívida contraída, tornando -se insolvente. Restando em nítida fraude contra os credores, sujeitando-se, assim, a anulação das transações, em consonância ao que dita o artigo 158 d o código civil pátrio. Nesse sentido:
 
 “Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, com os lesivos dos seus direitos. (CC)” 
Cumpre ressaltar que o negócio jurídico também está eivado do vício de nulidade, haja vista a flagrante simulação da doação ocorrida a menor impúbere, com o estabelecimento de cláusula de usufruto vitalício para o Réu, mantendo este, o domínio de fato sobre os bens, e que outro objetivo não seria tal cláusula, se não burlar a justiça e os direitos dos credores, em uma ação executiva judicial? Nesse senti do expõe o artigo 167 do código civil: 
“Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem”
Nesse contexto, urge trazer à demanda o entendimento jurisprudencial do nosso Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP - Apelação cuja a transcrição segue abaixo:
“Ementa
AÇÃO PAULIANA ANULAÇÃO DE ATO JURÍDICO DOAÇÃO FIADOR FILHOS - INTERESSE DE AGIR - FRAUDE À EXECUÇÃO - FRAUDE A CREDORES.
Há interesse de agir do credor em obter a anulação de doação feita por fiador insolvente a seus filhos embasada em fraude a credores, embora já declarada a fraude à execução, vez que esta apenas declara a ineficácia do ato em relação ao exequente, enquanto a outra de natureza constitutiva anula o ato jurídico fazendo coisa julgada com eficácia ?erga omnes?. Recurso provido.”
IV. DA DOUTRINA
Outrossim, merece ser trazido à baila o entendimento do ilustre doutrinador CARLOS ALBERTO GONÇALVES o qual menciona que: 
“Os atos de transmissão gratuitos de bens (doações) e as remissões de dívidas antecipadas (perdão), quando praticados levando o devedor à insolvência, ou já o sendo, não será necessária a prova do consilium fraudis, pois a lei o presumirá. Preferiu a lei os credores que procuram evitar um prejuízo, aos donatários, que visam assegurar o lucro, incluindo as remissões de dívidas, que assim como as doações e o perdão são liberalidades dos devedores.
Também se presumem fraudulentos o pagamento antecipado de dívida à credores quirografários, tendo por escopo colocar em situação de igualdade todos os credores, incidindo a regra do artigo 162 do Código Civil. Estando a dívida vencida, seu pagamento não poderá ser considerado fraude.
 Outra atitude presumidamente fraudulenta é a concessão de garantias de dívidas à outros credores (hipoteca, penhor e anticrese) pelo devedor já insolvente, colocando-os em posição mais vantajosa que os demais. Será retirada, neste caso, apenas a garantia, retornando estes devedores à condição de quirografários.
Deste modo, por todo exposto, requer o Autor, a anulação do negócio jurídico gratuito que o correra no caso aqui discutido, tendo em vista o claro objetivo de ferir o direito do credor”
Em vista do exposto, requer o Autor, a anulação do negócio jurídico gratuito que ocorrera no caso aqui discutido, tendo em vista o direito objetivo de ferir o direito do credor.
V. DA PENHORA E ALIENAÇÃO DOS BENS DO EXECUTADO 
Excelência, uma vez constatada a nítida fraude contra os direitos de legítimos credores empregada pelo Réu, e a vista de tal repugnância do ato, requer ao doutor magistrado que declare a anulação ou a penhora dos bens do mesmo, a fim de que, deste modo, seja devidamente paga a dívida contraída na quantia certa,ou ainda, caso assim julgue o nobre magistrado, o Autor, desde logo, declara que aceita receber as quantias relativas aos alugueis dos imóveis até que ocorra o efetivo pagamento total do débito, qual seja o montante de R$80,000,00 (oitenta mil reais), como é sabido, tais bens encontram-se alugados e rendendo frutos financeiros ao Réu. Nesse sentido os artigos 824, 825 e 831 do CPC: 
“Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens do executado, ressalvadas as execuções especiais.”
“Art. 825. A expropriação consiste em:
I - adjudicação
II - alienação;
III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.”
“Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.”
VI. DOS PEDIDOS
Em vista do exposto, uma vez constatado a efetiva na anulabilidade do negócio jurídico celebrado, requer desde logo os autores:
a) Deferimento da gratuidade.
b) Designação da audiência de mediação com a intimação da parte para comparecer ficando ciente de que não havendo acordo iniciará o prazo para contestar na forma da lei.
c) Citação do réu para querendo integrar o polo passivo da ação sob pena de revelia ou confissão.
d) Seja julgado procedente o pedido para anular o negócio jurídico celebrado.
e) Seja julgado procedente o recebimento das quantias relativas aos aluguéis até que ocorra o efetivo pagamento total do débito.
f) Condenação do réu nas custas e honorários advocatícios.
VII. VALOR DA CAUSA
Dar-se-á o valor da causa em R$ 200,000.00 (duzentos mil reais).
Nestes termos, pede e espera deferimento.
São João de Meriti - RJ, terça feira, 10 Setembro de 2018
Thamyris Barros
OAB/RJ xxxxxxxx

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