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PETIÇÃO CASO CONCRETO 7 - PRÁTICA SIMULADA

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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARAÇATUBA-SP 
 
 
 
MARIA, viúva e representante legítima do Sr. Marcos, brasileira, residente e domiciliada na Rua Bérgamo, nº 123, apt. 205, na cidade de Araçatuba –SP, inscrita no registro geral sob o correspondente número xxxxxx, e no cadastro nacional de pessoas físicas sob o nº xxxxx, vem, mui respeitosamente, através de seu advogado devidamente qualificado em procuração acostada aos autos, PROPOR, PELO RITO COMUM, AÇÃO INDENIZATÓRIA DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS, CUMULADO COM PENSÃO POR MORTE em face de ROBERTO, brasileiro, estado civil ignorado, residente e domiciliado na Rua Diamantes, nº 123, Recife – PE, inscrito no inscrito no registro geral sob o correspondente número xxxxxx, e no cadastro nacional de pessoas físicas sob o nº xxxxx, PELOS MOTIVOS QUE PASSA A EXPOR.
I. DAS PRELIMINARES 
I.II. DA GRATUÍDADE JUDICIÁRIA
Requer a autora nos termos do Art. 98 e seguintes do CPC, que lhe seja deferido o benefício da justiça gratuita, em vista de que a autora se trata de pessoa hipossuficiente não podendo arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem o prejuízo de seu próprio sustento.
“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da lei”
I. III. DA COMPETÊNCIA DE JUÍZO
É competente o presente foro para a propositura da ação em tela, tendo em vista as circunstâncias originárias da ação, o homicídio culposo já reconhecido por sentença judicial. A vista disso, e conforme expressão exposta no artigo 53 do nosso código de processo civil cabe ao autor a possibilidade de escolher propor a ação para reparação de dano tanto em seu domicílio quanto no local onde ocorrera o fato. Nesse sentido:
“Art. 53. É competente o foro: (...)
IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; 
V - De domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.”
II. DOS FATOS 
Ocorre que o Sr. Marcos, esposo da autora, fora atingido por um aparelho ar-condicionado manuseado de forma imprudente pelo réu, enquanto caminhava por uma calçada em Recife-PE. Logo a vítima fora encaminhada para um hospital particular, onde permaneceu internado por um dia, no entanto não resistiu aos ferimentos e veio a óbito. O laudo pericial apontou que a causa da morte foi traumatismo craniano, originado pela queda do aparelho.
Sucede-se que as despesas hospitalares e o transporte do corpo somaram o valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais), cumpre salientar que autora não teve filhos com a vítima, e que o falecido era a única responsabilidade pelo sustento familiar.
III. DO MÉRITO
III.I. DO DEVER DE INDENIZAR 
Excelência, no caso hora analisado há uma inequívoca responsabilidade do réu em indenizar a autora, visto que não há contraditório sobre a culpabilidade na sentença condenatória relacionada ao homicídio culposo do falecido marido da Autora. Atem-se ao fato de que o manuseio irregular de um aparelho ar-condicionado causou a morte do marido da autora, e devido ao acidente originaram -se dívidas hospitalares e com o transporte do corpo somando um total equivalente a R$ 6.000,000 (seis mil reais). Diante dos fatos, aplica-se os dispositivos legais contidos nos artigos 186, 927, §Ù e 938 do CC, no que se refere a responsabilidade civil na reparação do dano causado a outrem. Nesse sentido:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
“Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.”
Sabe-se que o fatídico caso resultou na morte da vítima, um senhor de 50 anos, sem filhos que era o único responsável pelos proventos de seu lar, o marido da autora desempenhava a função de pedreiro e fazia jus a remuneração de um salário mínimo. Logo, a sua morte causou prejuízos emocionais e financeiros na vida de Autora, que se enxerga devedora de uma quantia de R$ 6.000,00 e desamparada ao momento que perde o seu companheiro e também o único meio de sustento de seu lar. 
III.II. DA PENSÃO POR MORTE
Urge trazer a demanda que o episódio fora objeto de análise em ação penal, e que o julgador deu parecer favorável a Autora quando reconheceu a responsabilidade culposa do Réu no ocorrido, dito isso, sabe-se da condenação do réu quanto ao homicídio da vítima. Felizmente o nosso Código Civil prevê expressamente a reparação do dano nos casos de homicídio. Veja -se:
“Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.”
Deste modo, nota-se que é passível de indenização a fim de que mitigue as despesas da Autora, que a mesma não é capaz de saldar. Não requer tão somente as reparações de cunho material, no entanto um valor referente as dificuldades que a Autora irá enfrentar na sua vida para manter-se sem o auxílio de seu companheiro. Dito isto, requer-se, por ocasião de todos os danos sofridos e vindouros, a concessão de pensão de caráter alimentício a viúva por período proporcional a duração de vida que a vítima teria, qual seja 74 anos de idade como média de vida no Brasil, segundo dados do IBGE, em prestação de valor equivalente a um salário mínimo ou, como Vossa Excelência julgar, mostre-se adequado a Autora para manter-se uma vida digna.
IV. DO PEDIDOS
Deste modo, juntamente com a efetiva condenação do réu, desde logo, a Autora requer: 
Deferimento da gratuidade de justiça
O ressarcimento das despesas sofridas no valor de R$ 6.000,00 nos termos do art. 948 do CC devidamente corrigidos com juros e correção monetária, acrescidos com o estabelecimento de obrigação de indeniza-las pelas perdas e danos materiais suportados.
A concessão de pensão alimentícia em valor equivalente a um salário mínimo ou conforme o magistrado julgar adequado, desde que não seja abaixo do valor estipulado para que não haja mais danos a Autora.
Protestar em provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitido.
Deixar expresso a não possibilidade para a audiência de mediação e conciliação.
Condenação ao pagamento dos honorários advocatícios em 20% sobre o valor da causa (art. 85 do CPC), bem como nas custas processuais a serem fixadas.
V. DO VALOR DA CAUSA
Dar-se-á o valor da causa em R$ 6.000,00 (seis mil reais).
Nesses termos em que se pede e espera deferimento.
Fortaleza – CE, 02 de outubro de 2018
ADVOGADO 
OAB/ XX.XXX-X

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