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Manobras Miofasciais Professora: Paula Soares Disciplina: Recursos Terapêuticos Manuais I Conceito de Fáscia “Estrutura que envolve, sustenta, divide, reveste, dá coesão e integra, em sua totalidade, cada detalhe da estrutura e da função do tecido mole em todo o corpo. Representa uma entidade única, desde o interior da caixa craniana até a região plantar em ambos os pés.” Fáscia – O que é ? • A fáscia é um tecido conjuntivo de sustentação, invólucro de órgãos e músculos. • Os invólucros musculares encontram-se internamente ligados, em continuidade, de maneira a formar um verdadeiro esqueleto fibroso apoiado sobre o esqueleto ósseo. • Rodeia todos os órgãos em forma tridimensional e desta maneira permite mantê-los em uma correta posição e funcionamento. A fáscia é composta principalmente de: Elastina – proteína que permite obter suficiente elasticidade em lugares específicos como os tendões, a pele e as artérias. Colágeno – proteína que assegura a fáscia, força e proteção para estiramentos excessivos. Função do Tecido Conjuntivo • Proteção do Sistema Vascular e Nervoso subjacente, além da proteção muscular (oferece limite e direção na contração); • A fáscia separa os órgãos, mas não de forma caótica. Separam estruturas de mesma função. Permitem ainda a contração coordenada dos músculos, influenciando outros grupos à distância; Propriedades da Fáscia É extremamente rica em terminações nervosas; Auxilia na economia da circulação, especialmente para os sistemas venoso e linfático; São comparadas a envelopes, pois recobrem toda a superfície de uma estrutura, dando-lhe forma e sustentação e assegurando sua função. Fáscia - Patologia • Alterações na fáscia e no seu deslizamento podem provocar dificuldade na circulação, provocando acúmulo de líquido; • Muitos problemas dolorosos são decorrentes de tensões anormais que a fáscia suporta. • Duas afecções que podem estar presentes: os encurtamentos e as retrações • Na presença de trauma, processos inflamatórios, má postura, desequilíbrio muscular, entre outros, a fáscia se tensiona (densifica), levando a aderências e imobilidade. •Dores musculares crônicas e bloqueios articulares são quadros comuns em decorrência destas tensões anormais da fáscia que podem ser locais ou globais, quando interferem na postura. •Manifestam-se como: Dor; Edema; Limitação dos micromovimentos. Regiões mais atingidas: Cervical; Lombar; Dorsal Inferior. Patologia Mecânica mais frequente: Artrose e degeneração da cartilagem; Retração muscular; Encurtamento muscular. Tratamento Miofascial Liberação Miofascial Pompagens Tratamento Miofascial Pompagens: •Técnica de terapia manual que atua sobre o tecido conjuntivo e, portanto, sobre as fáscias musculares; •Foi desenvolvida pelo osteopata americano Cathie e resgatada mais tarde pelo osteopata francês Marcel Bienfait; •É coadjuvante no tratamento e prevenção de encurtamentos e retrações musculares, desvios posturais e doenças articulares; •Tem efeito altamente relaxante. • Consiste em tensionar (no sentido de uma tração muito sutil) de maneira lenta e progressiva o segmento corporal a ser tratado, mantendo a tensão por alguns segundos, para em seguida relaxá-la progressivamente. Objetivos •Restabelecer a elasticidade e comprimento ideal das fáscias; •Dar mais liberdade para os músculos nelas contidos; •Estimular a circulação; •Aumentar o espaço articular e nutrir suas cartilagens. Técnica de pompagens A técnica da pompagem é realizada em 3 (três) tempos: I. Primeiro tempo: É um tensionamento do segmento. É muito importante entender que a palavra tensão não quer dizer tração. O terapeuta alonga lenta, regular e progressivamente. Vai até o limite da elasticidade fisiológica. Isto é dosado pela sensibilidade. •Quando a tensão ultrapassa a elasticidade do tecido, ela apenas provoca reações de defesa, isto deve ser evitado. •O primeiro tensionamento é leve, pouco a pouco, à medida que a fáscia se solta e o paciente fica mais confiante, o alongamento se amplifica. II. Segundo tempo: É o de “manutenção da tensão”. O tempo principal da pompage é este, de manutenção da tensão. III. Terceiro tempo: “Retorno da tensão” É durante esse período que se rompem as barreiras, os bloqueios de movimento, as estases. Indicações Contraturas musculares não agudas; Estase liquída; Encurtamentos e tensões musculares; Dores musculares não agudas; Disfunções miofascias em geral. Contra-indicações Feridas abertas; Infecções; Hematomas; Deficiência circulatória aguda; Tratamento anticoagulante; Hipersensibilidade da pele; Diabetes descontrolada; Osteoporose; Fraturas em fase inicial; Estiramento muscular e ligamentar; Rupturas ligamentares e fasciais. METODOLOGIA Estudo descritivo, quantitativo e transversal; Amostra: 27 indivíduos sendo 16 homens (idade: 23 ± 4,77) e 11 mulheres (idade: 21 ± 3,49). A coleta de dados foi realizada no laboratório de cineantropometria do Centro Universitário Católica de Quixadá – Unicatólica. PROCEDIMENTOS Avaliação da Flexibilidade: Indivíduo em decúbito dorsal; Foi colocado na perna direita e depois na esquerda, acima do maléolo, um goniometro da marca Sanny. Após isso foi pedido que ele fizesse uma flexão de quadril mantendo o joelho em extensão. Na fase final do movimento o aparelho indicava o valor obtido em graus. LIBERAÇÃO MIOFASCIAL Foi realizada antes e após análise da flexibilidade; Indivíduo em decúbito ventral, iniciou-se a liberação com a utilização de um rolo de espuma nos gastrocnêmicos, isquiotibiais, tensor da fáscia lata e glúteo máximo; Logo após, indivíduo em decúbito dorsal e finalizou-se a liberação no quadríceps e adutores; A liberação teve duração de 1 minuto e meio em cada grupo muscular. RESULTADOS CONCLUSÃO A liberação miofascial se mostrou efetiva na melhora da flexibilidade tanto em homens quanto em mulheres. Espera-se que esse estudo contribua para temática, no entanto, essa ainda há, controvérsias acerca desse tema, com isso, se faz oportuno outros estudos analisando o efeito da liberação miofascial com rolo de espuma na flexibilidade de membros inferiores, para legitimação da eficiência do método. Amostra 12 atletas do sexo masculino, idades entre 15 e 17 anos, integrantes de uma equipe de futsal da categoria sub-17; Teste de sentar e alcançar para avaliar a flexibilidade dos isquiotibiais. Protocolo da ALM Os músculos piriformes, isquiotibiais, banda Iliotibial, quadríceps, adutores e gastrocnêmicos foram utilizados de forma bilateral para a realização da ALM. 30 segundos de trabalho por 15 segundos de recuperação, com volume total de aproximadamente 10 minutos. Apenas uma vez em cada membro. Começaram com o rolo de espuma na parte mais distal do músculo. A pressão utilizada foi a do o peso corporal do atleta para estimular o músculo correspondente. RESULTADOS Referências BIENFAIT, Marcel. Fáscias e pompages: estudo e tratamento do esqueleto fibroso. São Paulo: Summus, 1999. ISBN:85-323-0671-3. DIXON, Marian Wolfe. Massagemmiofascial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
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