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Jornalismo Especializado: Plano de aula 16

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Plano	de	Aula:	Revisão	de	conteúdo
JORNALISMO	ESPECIALIZADO	-	CCA0242
Título
Revisão	de	conteúdo
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
16
Tema
Revisão
Objetivos
Ao	final	da	aula	o	aluno	será	capaz	de:
Gerais
ü		Revisar	e	organizar	os	conhecimentos	construídos	ao
longo	do	curso
Específicos
ü		Consolidar	conhecimentos	relativos	às	especificidades	do
jornalismo	especializado
	
Estrutura	do	Conteúdo
INTRODUÇÃO
ü		Ao	longo	do	curso,	verificamos	que	a	indústria	da	comunicação	vive
atualmente	um	processo	de	segmentação	marcado	pela	globalização	da
economia	e	pela	emergência	de	novas	tecnologias.	Nesse	contexto,	a
segmentação	é,	principalmente,	uma	estratégia	mercadológica,	que	procura
contemplar	a	diferenciação	de	gostos	dos	consumidores	e	favorece	o
surgimento	de	públicos	diferenciados.	Além	disso,	existe	uma	demanda	por
produção	personalizada,	que	colabora	para	demarcar	identidades,
reforçando	a	noção	de	pertencimento	a	um	determinado	grupo.
ü		O	jornalismo	especializado	possibilita	a	abordagem	de	temas	específicos,
com	tratamento	e	linguagem	diferenciados	em	publicações	ou	programas
destinados	a	públicos	com	interesses	particulares.	O	jornalismo	especializado
pode	explorar	temas	ignorados	pela	mídia	generalista,	constituindo-se	uma
oportunidade	de	diversificação	temática	e,	principalmente,	de
aprofundamento	da	informação.
ü		Vimos	ainda	que	o	jornalismo	especializado	pode	ser	aquele	que	aborda
um	tema	específico	(nas	editorias	dos	jornais,	por	exemplo)	assim	como	o
que	realiza	produção	jornalística	para	um	público	específico	sobre
determinado	tema	(veículos	especializados).
ü		O	jornalismo	especializado	também	deve	se	fundamentar	nos	princípios
jornalísticos	básicos	de	seleção	e	tratamento	da	informação	?	atualidade,
ineditismo,	relevância	do	assunto	para	o	seu	público	?	e	linguagem	direta,
clara	e	objetiva.	Os	procedimentos	de	pauta,	apuração,	redação	e	edição
também	não	se	diferenciam	daqueles	do	jornalismo	em	geral.	Mas	existem
especificidades	na	cobertura	de	áreas	determinadas	do	conhecimento.
ü		Tais	especificidades	devem-se	à	distinção	entre	notícia	e	informação
jornalística:
·									A	notícia	é	o	fato	novo	e	relevante	e	pressupõe	apresentação
sintética,	breve,	e	fragmentária.
·									A	informação	jornalística	é	o	relato	ampliado,	contextualizado	e
interpretativo.	Em	síntese,	o	aprofundamento	do	tema	através	da
reportagem.
ü		Por	essa	razão,	a	informação	jornalística	é	considerada	pelo	jornalista
Nilson	Lage	o	espaço	privilegiado	da	reportagem	especializada	(2008,	p.113),
porque,	no	jornalismo	especializado,	o	acontecimento	deixa	de	ser	o	principal
referente	da	produção	jornalística	para	dar	espaço	a	assuntos	desvinculados
da	ordem	do	inesperado	e	factual.
ü		Em	função	de	se	dirigir	a	públicos	diferenciados	e	específicos,	o	jornalismo
especializado	realiza	uma	comunicação	direcionada,	identificada	com	as
necessidades	particulares	desse	público.	A	especialidade	temática	do	veículo
representa	uma	forma	específica	de	ver	a	realidade	e	de	enunciação,	ou
seja,	resulta	em	um	discurso	próprio.
	
AS	EDITORIAS
ü		A	segmentação	da	informação	ocorre	também	nas	publicações
jornalísticas	generalistas	através	da	distribuição	do	conteúdo	por	seções
especializadas	?	as	editorias,	que	surgem	no	processo	de	profissionalização
e	modernização	do	jornalismo,	como	núcleos	de	produção	especializada	cujo
objetivo	é	otimizar	o	processo	de	produção	jornalística.	A	divisão	dos
assuntos	por	áreas	específicas,	em	páginas,	cadernos	ou	suplementos,	se
propõe	a	organizar	o	conteúdo	e	atender	às	necessidades	de	uma	fatia
especifica	do	público.
ü		O	trabalho	nas	editorias	demanda	conhecimento	mais	especializado,
incluindo	domínio	do	vocabulário	específico	da	área,	conhecimento	de	seus
fundamentos	teóricos,	histórico	e	personagens	principais.
	
ESPECIFICIDADES	DO	JORNALISMO	ESPECIALIZADO
ü		No	contexto	da	reconfiguração	das	relações	entre	mídia,	público	e
informação,	tendo	em	vista	a	segmentação,o	jornalismo	especializado	vem
atender	às	necessidades	de	leitores-espectadores	diferenciados	e
motivados	por	outros	interesses	que	não	o	meramente	noticioso.	Assim,	os
veículos	que	se	dirigem	a	esses	públicos	devem	se	pautar	por	outros
critérios	de	seleção	e	hierarquização	do	conteúdo.	O	jornalismo	especializado
se	esmera	na	contextualização,	no	aprofundamento	e	no	tratamento	técnico-
profissional	do	assunto.
ü		A	reportagem	é	o	gênero	jornalístico	que	aborda	um	assunto	de	forma
ampla,	completa	e	qualificada	possível.	Isso	pressupõe:
1-						apresentar	os	antecedentes	do	fato	e	inseri-lo	numa	realidade
maior	(contextualizar);
2-						esclarecer	suas	relações	essenciais	(articular);
3-						dimensionar	seu	alcance	(repercutir	seu	impacto,	suas	possíveis
conseqüências);
4-						promover	uma	reflexão	sobre	esse	contexto,	suas	relações	e
alcance	(analisar);
5-						extrair	desse	processo	uma	visão	precisa	e	coerente	do	fato,
atribuindo-lhe	um	sentido	(interpretar).
ü		Perseguindo	esses	objetivos,	o	jornalismo	especializado	consegue
oferecer	um	conteúdo	muito	mais	apurado	para	seu	público,	produzindo
informação	contextualizada	e	aprofundada.
ü		Artigos	de	opinião,	crônicas,	colunas,	ensaios,	críticas	e	resenhas
constituem	jornalismo	especializado	na	medida	em	que	expõem	a	opinião
fundamentada	de	jornalistas,	colaboradores	ou	especialistas	convidados.
Textos	opinativos	apresentam	pontos	de	vista,	análises	e	interpretações	de
pessoal	especializado,	com	conhecimento	aprofundado	do	tema,	vivência	do
assunto,	pesquisas	ou	reflexões	gabaritadas.	A	opinião	é	fundamental	no
jornalismo	especializado	e,	em	determinados	campos,	constitui	referência
para	o	público,	como	é	o	caso	da	crítica	de	artes	e	espetáculos	no	jornalismo
cultural.
ü		A	produção	especializada	requer	um	texto	também	mais	especializado.	O
texto	no	jornalismo	especializado	constitui	um	discurso	diferenciado,
resultante:
·									da	diversidade	e	do	aprofundamento	no	tratamento	do
assunto
·									da	identificação	estabelecida	com	o	público
·									da	liberdade	de	estilo
·									do	emprego	de	um	jargão	próprio	da	área.
ü		Como	método	por	excelência	do	jornalismo	especializado,	a	reportagem,
por	seu	caráter	investigativo	e	interpretativo,está	diretamente	relacionada	à
produção	de	um	texto	que	realiza	as	seguintes	tarefas:
1.	Aprofunda	o	conteúdo:	esclarece	o	contexto	dos	fatos,	busca	seus
antecedentes	e	projeta	sua	repercussão,	relaciona-o	a	outros	fatos,	aponta
nuances	e	contradições.	Em	função	disso,	proporciona	ao	leitor	uma
interpretação	didática	e	completa	e	capaz	de	corresponder	às	expectativas
particulares	de	seu	público,	atendendo	a	demandas	e	necessidades
específicas.	
2.	Faz	a	mediação	dos	saberes	especializados:	traduz	o	conhecimento
especializado	para	uma	linguagem	acessível.	Interesses	específicos	não
pressupõem	automaticamente	um	público	expert	no	tema,	de	modo	que
cabe	ao	jornalismo	fazer	a	mediação,	levando	em	conta	o	tipo	de	mídia,	o
público	envolvido	e	o	nível	de	especialização	do	veículo.	O	texto	especializado
deve	se	guiar	pelos	princípios	da	redação	jornalística	e	esclarecer	o	jargão
da	área.		
3.	Fala	mais	diretamente	e	intimamente	ao	público:	veículos	de	informação
em	geral	e	públicos	normalmente	mantêm	uma	relação	de	identidade	entre
si.	É	possível	então	dirigir-se	diretamente	a	ele,	a	partir	do	pressuposto	de
uma	afinidade	intrínseca	entre	o	veículo	e	seu	público,	que	os	leva	a	adotar
uma	linguagem	de	intimidade	e	cumplicidade.
4.	Presta	serviço	e	orientação:	produz	material	informativo	que	seja	útil	em
termos	práticos	no	dia	a	dia	de	seu	público.
ü		Uma	publicação	ou	programa	segmentado	deve	determinar	de	forma	muito
clara	qual	é	o	seu	leitor	ou	espectador,	uma	vez	que	produzirá	especialmente
para	ele.	Design	gráfico,	linha	editorial,	conteúdo,	estilo,	linguagem,	tudo
deve	atender	às	especificidades	do	público	visado.	Para	isso,	é	preciso
recorrera	pesquisas	para	identificar	seu	perfil	(poder	aquisitivo,	idade,	sexo,
formação,	etc),	mapear	suas	necessidades	e	diagnosticar	tendências	e
estilos.
ü		Para	produzir	conteúdo	especializado,	o	jornalista	dedicado	à	cobertura	de
áreas	específicas	deve	estar	qualificado	a	produzir	conteúdo	aprofundado,
analítico	e	interpretativo,	para	efetivamente	ir	além	da	superfície	na
produção	de	conteúdo	para	segmentos.	A	formação	para	atuação	em
jornalismo	especializado	pode	começar	na	própria	faculdade	de	jornalismo,
com	a	detecção	de	vocações	e	preferências	temáticas,	que	podem	ser
incentivadas	e	aperfeiçoadas	em	disciplinas	específicas	e	através	da
construção	de	repertório	via	leituras,	pesquisas	e	cursos	complementares.
Também	pode-se	investir	numa	formação	especializada	na	área	de	interesse
em	cursos	de	pós-graduação.
ü		O	jornalismo	especializado	não	se	limita	às	editorias	que	tradicionalmente
configuram	a	distribuição	do	conteúdo	jornalístico	(política,	economia,
cultura,	esportes,	ciência).	Esses	grandes	blocos	de	informação
especializada	já	não	são	suficientes	para	dar	conta	de	todos	os	fatos	de
interesse	do	público	atual	e	da	própria	fragmentação	da	sociedade.	O
jornalismo	contemporâneo	se	diversificou	para	atender	a	essas	novas
demandas.
ü		Assim	surgiram	as	editorias	de	educação,	saúde,	veículos,	turismo,	moda,
decoração,	informática,	gastronomia,	negócios	e	finanças,	que	em	geral	não
são	publicadas	diariamente,	pois	constituem	seções,	cadernos	ou
suplementos	publicados	em	dias	específicos,	em	geral	uma	vez	por	semana.
Mais	recentemente,	podemos	incluir	o	jornalismo	ambiental	e	o	voltado	para
as	novidades	no	campo	da	tecnologia,	especialmente	de	informática.
ü		O	mercado	editorial	de	revistas	especializadas	é	o	que	mais	cresceu	com	a
tendência	à	segmentação,	em	função	das	características	próprias	do
formato	dessa	mídia,	que	fala	diretamente	a	seu	leitor.	O	público	da	revista	é
mais	restrito	que	o	de	jornais	e	TVs.	Com	sua	capacidade	de	permitir	a
reafirmação	de	identidades,	a	revista	é	um	veículo	que	pode	refletir	bem	as
tendências	da	sociedade	ao	traduzir	em	títulos	dirigidos	a	grupos	cada	vez
mais	restritos	as	forças	sociais	em	atuação	na	contemporaneidade.
ü		A	internet	e	a	convergência	de	mídias	representaram	uma	transformação
radical	no	processo	da	comunicação.	O	computador	e	outras	ferramentas	de
comunicação	digital	possibilitam	o	direcionamento	de	mensagens	para	um
segmento	bem	específico	do	público,	e	não	mais	para	a	massa	do	público,
como	na	mídia	convencional.	Além	de	acelerar	o	processo	de	segmentação,
as	mídias	digitais	e	suas	ferramentas	para	a	divulgação	de	conteúdo,	como
blogs,	vlogs,	podcasts	possibilitaram	o	surgimento	do	que	vem	sendo
chamado	de	jornalismo	cidadão,	em	que	qualquer	pessoa	pode	produzir
conteúdo	jornalístico.
ü		Isso	representa	uma	mudança	sensível	nos	critérios	de	noticiabilidade.
Assuntos	que	interessam	a	públicos	restritos	têm	seu	espaço	na	internet,
abrindo	um	campo	para	a	exploração	e	divulgação	de	temas	que	não
encontram	lugar	ou	são	desprezados	ou	ignorados	pela	mídia	convencional.
A	internet	é	um	espaço	extremamente	favorável	à	segmentação,
diversificação	e	à	abordagem	diferenciada	demandas	pela	sociedade	atual.
Aplicação	Prática	Teórica

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