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Brasília-DF. 
PrincíPios Fundamentais de energia, 
Planejamento e Processos de 
gestão energética Baseada 
na iso 50.001:2011
Elaboração
Luiz Carlos Fonte Nova de Assumpção
Silvia Barreira Zambuzi
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL.......................................................................... 11
CAPÍTULO 1
FONTES RENOVÁVEIS .............................................................................................................. 12
CAPÍTULO 2
FONTES NÃO RENOVÁVEIS ..................................................................................................... 17
CAPÍTULO 3
COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS E MUDANÇAS CLIMÁTICAS ................................................................. 21
UNIDADE II
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES ..................................................................... 26
CAPÍTULO 1
PRIMEIRAS FONTES DE ENERGIA E AS ENERGIAS DO FUTURO .................................................. 29
CAPÍTULO 2
MATRIZ ENERGÉTICA E A INFLUÊNCIA DA LOCALIZAÇÃO ......................................................... 41
CAPÍTULO 3
RESERVAS, PRODUÇÃO E CONSUMO ..................................................................................... 51
CAPÍTULO 4
SITUAÇÃO NO BRASIL ............................................................................................................. 56
UNIDADE III
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO ............................................................... 62
CAPÍTULO 1
AS NORMAS ABNT NBR ISO 9001, ABNT NBR ISO 14001 E BS 8800 (OHSAS 18001) E SUAS 
INTERFACES ........................................................................................................................... 68
UNIDADE IV
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA 
USO ............................................................................................................................................ 98
CAPÍTULO 1
ABNT NBR ISO 50001– REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO ....................................... 100
CAPÍTULO 2
OUTRAS RESOLUÇÕES QUE VISAM A ECONOM IA DE ENERGIA ............................................. 121
PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 132
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 134
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
O mundo moderno não funciona sem energia! Parece uma afirmação muito forte, 
que mostra a dependência de nossa espécie em algo que não se consegue controlar 
totalmente e que, por outro lado, nos prejudica demasiadamente. Porém, a verdade é 
que a energia é um dos elementos fundamentais para o funcionamento do mundo atual; 
basta observar nosso dia a dia. Nosso sistema de informações é baseado totalmente 
em uso de energia elétrica, nossa casa está totalmente conectada à rede elétrica (e à 
internet). Não conseguimos ficar sem nossos smartphones por muito tempo! Nossa 
dependência pela energia elétrica é grande e não há perspectivas de volata no tempo, 
de não se usar energia para nossos fins.
Aí mora um grande problema: as fontes energéticas! Existem formas diversas de se 
conseguir energia, algumas delas são mais prejudiciais ao meio ambiente, outras mais 
sustentáveis. Os impactos ambientais mais notados, discutidos e preocupantes são as 
mudanças climáticas globais, este fenômeno que já está em curso e que pode mudar 
completamente o rumo de nossas vidas. Tudo devido, grande parte, à produção de 
energia. Fontes não renováveis, como carvão e petróleo, ao serem queimados para a 
geração de vapor para acionar turbinas, emitem gás carbônico, conhecido gás de efeito 
estufa, que segura calor na atmosfera, aquecendo-a e trazendo mudanças no clima geral. 
Entender o processo de cada uma das fontes energéticas é o primeiro passo para escolher 
qual tipo de matriz a ser adotada. Temos que tomar como base sua disponibilidade, 
tendo em vista a demanda da sociedade atual e da sociedade futura, sem deixar de lado 
a questão dos impactos ambientais (e/ou sociais) causados por cada uma. Porém, vale 
o registro que não existe uma fonte ideal, todas possuem algum tipo de impacto ao 
meio ambiente, desde a hidrelétrica, que submerge milhares de quilômetrosde áreas 
geralmente florestadas à energia nuclear, que apesar de ocupar uma área superficial 
pequena, tem em seus resíduos, as substâncias menos desejadas de se estocar, pois os 
decaimentos radioativos de suas células de combustível podem levar alguns milhares 
de anos.
Dessa forma, normas e leis específicas voltadas ao planejamento energético surgem 
para contribuir com a mitigação dos impactos causados pela geração de energia, bem 
como fomentar a melhoria do desemprenho energético em indústrias e empresas. A 
ISO 50.001/2011 surgiu, em um primeiro momento, com o foco na indústria e seu 
desempenho energético, mas, posteriormente, ela extrapolou o universo industrial, 
fazendo com que a norma possa ser aplicada em todas as empresas independentemente 
9
do tamanho ou da atividade. Essa norma surge para permitir que as organizações 
estabeleçam os sistemas e processos necessários para melhorar de forma contínua o 
seu desempenho energético.
Objetivos
 » Promover o conhecimento das principais fontes da matriz energética 
mundial, sendo elas obtidas de fontes renováveis ou não renováveis, e a 
relação entre matriz energética, tempo e localização.
 » Analisar as reservas, os produtos e os consumos do Brasil e do mundo.
 » Compreender os conceitos básicos relacionados aos Sistemas de Gestão, 
com foco na Gestão Energética.
 » Compreender a Resolução ABNT NBR ISO 50001 para Sistemas de 
Gestão da Energia.
11
UNIDADE I
PRINCIPAIS 
FONTES DA MATRIZ 
ENERGÉTICA 
MUNDIAL
Matrizes energéticas são as diferentes fontes de energia disponíveis para o 
desenvolvimento das atividades sociais. Seja na indústria, na produção de energia 
elétrica ou nos transportes, é necessário ter uma fonte de energia que possibilite o 
funcionamento das máquinas e a realização dos trabalhos. Sendo uma das grandes 
preocupações da humanidade, as discussões sobre as matrizes energéticas ocupam 
grande espaço na mídia e nos centros de pesquisas tecnológicas, no qual o grande 
desafio consiste em descobrir fontes de energia renováveis, baratas e “limpas”.
Todos os países calculam periodicamente quantos recursos possuem de energia, 
quanto gastam e em quais usos. Esse conjunto é a matriz de energia e, no Brasil, ele 
é acompanhado e consolidado num relatório anual do Ministério de Minas e Energia, 
chamado de Balanço Energético Nacional. Para ser eficiente, o balanço é um estudo 
detalhado que registra os recursos de energia primários (petróleo, xisto, carvão mineral, 
lenha, cana-de-açúcar, mamona, urânio e água), os secundários (óleos cru e diesel, 
gasolina, bagaço de cana, álcool, biodiesel, carvão vegetal e eletricidade), as formas 
de uso (mecânica, nuclear etc.) e os setores de consumo, como transporte, indústria, 
comércio e residências. 
Manter a oferta de energia em crescimento na matriz e mudá-la, quando preciso, é um 
desafio permanente de cada nação. Além de ser necessário dispor de cada recurso, é 
preciso disponibilizá-lo de acordo com sua forma preferencial de uso e fazê-lo chegar 
aos locais de consumo a um preço viável. O gás natural, por exemplo, é mais eficiente 
do que a eletricidade para gerar calor e aquecer a água do banho em países de inverno 
rigoroso, mas é necessário canalizá-lo até os imóveis. 
Principais matrizes energéticas
 » As matrizes energéticas são classificadas em: renováveis e não renováveis. 
À parte, aparece a energia nuclear, que ainda gera um grande debate na 
comunidade científica quanto à sua classificação. 
12
CAPÍTULO 1
Fontes renováveis
Definição: “É aquela originária de fontes naturais que possuem a capacidade de 
regeneração (renovação), ou seja, não se esgotam.” (CARROCCI, 2011).
As fontes de energia renováveis são aquelas que podem ser aproveitadas ao longo do 
tempo sem a possibilidade de esgotamento dessa mesma fonte. São provenientes de 
ciclos naturais que se regeneram de uma forma cíclica em uma escala de tempo reduzida 
(PACHECO, 2006).
É importante diversificar as fontes renováveis de energia. Quando há uma 
dependência de uma única fonte, como a hidrelétrica no Brasil, você fica 
sujeito a secas e outros problemas que podem surgir. Por isso, a importância 
de ter diversas fontes para, quando uma não estiver plena, a outra poder 
compensá-la sem afetar a população, nem o planeta. (Duncan, R., Maio de 
2013, Web site UOL).
Existem vários tipos de energia renováveis e, cada vez mais, o desenvolvimento de 
tecnologias e inovações favorecem as novas formas de produção de energia que tem, 
como fonte, os fenômenos e recursos naturais.
Essas novas fontes de energia surgem como alternativa para contribuir com a diminuição 
do aquecimento da Terra e, principalmente, para tentar alcançar cada vez mais uma 
independência em relação ao petróleo. 
O Brasil possui a matriz energética mais renovável do mundo industrializado com 44,1% 
de sua produção proveniente de fontes como recursos hídricos, biomassa e etanol, além 
das energias eólica e solar. As usinas hidrelétricas são responsáveis pela geração de 
mais de 88% da eletricidade do país. Vale lembrar que a matriz energética mundial é 
composta por 13,5% de fontes renováveis, no caso de países industrializados, caindo 
para 6% entre as nações em desenvolvimento.
Entre as fontes renováveis de energia, estão:
 » Energia eólica – é a energia produzida pelo vento; funciona mediante 
o processo de transformação da energia cinética das massas de ar em 
energia mecânica ou elétrica. Apesar de ser uma energia limpa, ela 
13
PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL │ UNIDADE I
apresenta certas limitações, sendo possível somente em regiões em que 
venta boa parte do ano. Além disso, tem um custo relativamente alto, 
quando comparada a outras fontes de energia. Os países que mais utilizam 
esta fonte são: Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Índia.
 » Energia solar – sem causar danos ao ambiente, a energia solar pode ser 
convertida diretamente em energia elétrica por meio de painéis solares e 
células fotovoltaicas. Os custos para a construção destes painéis e o baixo 
rendimento fazem com que esta fonte, embora promissora, seja pouco 
utilizada no cenário atual.
 » Energia hídrica – consiste na produção de energia por meio do 
movimento da massa de água de rios ou lagos; é usada, sobretudo, na 
produção de energia em hidrelétricas, as quais, no Brasil, abastecem 
88,8% do consumo de eletricidade. Um aspecto negativo desta fonte é o 
impacto ambiental e/ou social, já que necessita de mudanças nos cursos 
dos rios para o correto aproveitamento do potencial hidráulico. Com isso, 
áreas de mata nativa acabam sendo impactadas e famílias que viviam há 
anos num mesmo local são remanejadas para outros locais, que muitas 
vezes não atendem às suas necessidades de vida.
 » Biomassa – pode-se chamar de biomassa a energia renovável 
proveniente de qualquer material orgânico. Restos de madeira, de cana 
de açúcar, óleo vegetal, biocombustíveis, estrume do gado, resíduos 
florestas, lixo urbano são exemplos de biomassa. A biomassa é uma 
energia limpa, podendo ser utilizada na geração de energia elétrica por 
meio do bagaço da cana. O etanol e o biodiesel são biocombustíveis que 
apresentam, respectivamente, muitas vantagens em relação à gasolina e 
ao diesel comum. Uma delas é a redução de gases poluentes lançados à 
atmosfera.
 » Biodiesel – combustível biodegradável derivado de reações químicas de 
óleos vegetais ou de gorduras animais com o etanol, tornando-se menos 
poluente que os óleos de origem não renováveis (como o petróleo). Há 
dezenas de espécies vegetais no Brasil das quais se podem produzir o 
biodiesel, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, 
pinhão manso e soja, dentre outras.
 » Maremotriz – o fenômeno das marés, resultado das forças gravitacionais 
exercidas pelo Sol e pelaLua, possui um ciclo previsível de maré alta e baixa 
(SILVA, 2012). Condições específicas de determinadas regiões litorâneas, 
14
UNIDADE I │ PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL
como a forma da costa, seu leito marinho, bem como a existência de baías 
e estuários podem provocar grandes variações de nível entre as marés, 
além de elevadas correntes, que podem ser aproveitadas para a geração 
de energia elétrica (TAVARES, 2005). Entretanto é uma tecnologia que 
exige uma grande e cara estrutura, além de condições específicas que no 
Brasil não são viáveis em termos de eficiência energética. 
 » Geotérmica – é o aproveitamento do calor da terra presente nos 
fluídos existentes em grande profundidade, especialmente em bacias 
sedimentares ou áreas de rochas cristalinas, para geração de energia e 
calor. Assim como a energia solar, pode ser utilizada para aquecimento de 
casas, piscinas etc. Atualmente, há o desenvolvimento de tecnologias que 
aproveitam a energia geotérmica contida nos aquíferos — hidrogeologia 
energética— ou em formações geológicas superficiais (MARTINS 
CARVALHO; CARVALHO, 2004). 
O que temos observado, ao longo dos últimos anos, é um investimento cada vez maior 
da participação das fontes renováveis de energia na matriz energética dos países. 
Entretanto, se olharmos a produção mundial de energia, sua contribuição é ainda 
muita reduzida. Os países industrializados, maiores consumidores de energia, possuem 
na base da sua matriz energética fontes não renováveis. Esses recursos são finitos e, 
em longo prazo, a tendência é que os custos de produção aumentem. Sendo assim, 
fontes alternativas às fontes tradicionais ou novos métodos de produção são mais do 
que necessários para o atendimento da demanda crescente por energia.
No Brasil, por exemplo, a presença de fontes renováveis na matriz energética é 
significativa, principalmente a energia hidroelétrica e a energia obtida a partir de 
biomassa. O Governo brasileiro tem buscado ampliar essa participação, por meio 
de negociações internacionais com o intuito de reduzir os impactos futuros ao meio 
ambiente.
O desenvolvimento de novas fontes renováveis não se limita ao atendimento a 
compromissos ou obrigações ambientais, também visa ao desenvolvimento de 
tecnologias no país, reduzindo, assim, uma possível dependência de tecnologias de 
ponta para a produção de energia. Além disso, as novas fontes renováveis têm sido 
utilizadas como forma de reduzir as diferenças regionais no que diz respeito ao acesso à 
energia. Apesar de seus elevados custos, se comparados com os das fontes tradicionais, 
as novas fontes renováveis podem se tornar competitivas em comunidades isoladas.
As novas fontes renováveis de energia – biomassa, eólica, solar, de marés, pequenas 
centrais hidroelétricas (PCHs) – têm se constituído em alternativas às fontes tradicionais. 
15
PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL │ UNIDADE I
Além de serem classificadas como opções ambientalmente corretas, permitem – em 
vários casos– a geração distribuída de energia. Assim, as geradoras que utilizam essas 
fontes alternativas costumam se localizar próximas aos centros de consumo, para 
atender às demandas de localidades isoladas.
A história mostra que há sempre uma energia de referência ou dominante que orienta 
as trajetórias do setor energético, podendo ter reflexos significativos na economia como 
um todo. Qualquer perturbação no mercado da energia dominante impacta os mercados 
de outras fontes de energia, o que poderia ser traduzido, à primeira vista, como um 
elevado grau de substituição entre elas. No entanto, se o peso relativo da energia 
dominante é muito grande, uma pequena perturbação pode afetar consideravelmente o 
preço de outras fontes de energia.
A posição de dominante tem sido ocupada por diferentes fontes de energia ao longo 
do tempo. Na verdade, o desenvolvimento tecnológico e as mudanças estruturais da 
economia fazem com que as energias dominantes passem por um ciclo. No período 
pré-industrial, a biomassa, notadamente a lenha e o carvão vegetal, eram praticamente 
as únicas fontes utilizadas pela humanidade. Com a revolução industrial, o carvão 
mineral passou a exercer papel preponderante na economia. Mais tarde, no final do 
século XIX, os derivados de petróleo começaram a substituir o carvão mineral. 
O petróleo se tornou a fonte de energia dominante no século passado, principalmente 
com o “boom” da indústria automobilística, que passa a exercer uma função central no 
desenvolvimento e na modernização das economias. 
Em um contexto de consumo acelerado e de oferta limitada de recursos, as perspectivas, 
no início da década de 1970, eram de declínio acentuado das reservas mundiais de 
petróleo, o que acabou por provocar duas grandes crises de fornecimento de petróleo 
nessa década. Em 1973, o preço do petróleo salta de US$ 3 para US$ 12 por barril e, em 
1979, atingiu US$ 32 (em valores correntes da época). Os países adotaram estratégias 
diferenciadas para superar as crises. As principais medidas podem ser assim resumidas:
 » Substituição do petróleo por outras fontes, notadamente a energia nuclear 
nos países industrializados e, no caso do Brasil, a energia hidráulica e o 
álcool.
 » “Desmaterialização” das economias, de forma a reduzir o seu conteúdo 
material (e energético), o que fez com que o setor de serviços assumisse a 
posição de vetor de crescimento nas economias mais adiantadas.
 » Mudança de hábitos e comportamento dos consumidores.
16
UNIDADE I │ PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL
 » Transferência de indústrias intensivas em energia para regiões com 
abundância de fontes energéticas, sobretudo em economias menos 
desenvolvidas.
 » Progresso técnico do lado da demanda, com a melhoria da eficiência 
energética dos equipamentos e aparelhos.
 » Inovação tecnológica do lado da oferta de energia, o que permitiu, no 
caso do petróleo, por exemplo, aumentar as reservas, com a possibilidade 
de exploração e produção em mar (offshore) e em águas profundas.
As inovações no setor de petróleo têm tido grande influência no sentido de alongar 
a permanência de sua posição dominante no mercado, mas isso não quer dizer que 
ele continuará a ocupar essa posição eternamente. Especialistas da Aspo (Association 
for the Study of Peak Oil and Gas) alertam que as descobertas vêm declinando há 
bastante tempo. A última grande descoberta no Oriente Médio ocorreu nos anos de 
1970. Grandes empresas vêm revisando as estimativas de suas reservas e há um grande 
questionamento sobre a contabilização das reservas na Arábia Saudita.
Urge, portanto, a necessidade de se encontrar, em médio e longo prazo, um substituto 
(ou alguns substitutos) para a energia dominante atual. A substituição do petróleo 
por outro energético não é algo tão simples, dado que o petróleo é uma fonte bastante 
flexível, com conteúdo energético elevado, podendo ser transportado sem dificuldades 
e produzir combustíveis diversos para múltiplas aplicações. As energias renováveis 
nem sempre oferecem essas facilidades, de modo que não conseguirão substituir o 
petróleo em sua plenitude no atual estágio do desenvolvimento tecnológico. Mas, se o 
petróleo pode ser substituído paulatinamente por diversas fontes renováveis, isso deve 
ser interpretado como uma vantagem, pois minimiza os riscos de abastecimento e os 
impactos perversos de choques de oferta da energia dominante sobre a economia como 
um todo.
17
CAPÍTULO 2
Fontes não renováveis
Definição: “As fontes de energia não renováveis são aquelas que se encontram 
na natureza em quantidades limitadas e se extinguem com a sua utilização. Uma 
vez esgotadas, as reservas não podem ser regeneradas.” (WEB SITE AGENEAL, 
2013).
No mundo atual, o crescimento econômico é intensivo em energia. Desde o adventoda 
Revolução Industrial até a década de 1970, os combustíveis fósseis dominaram a matriz 
energética mundial, descontada a participação marginal das hidroelétricas e da energia 
nuclear. 
De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (AIE), essas fontes 
respondem por 87% de toda a energia usada no mundo (MESQUITA, 2015). Isso ocorre 
principalmente devido à grande eficiência energética dessas fontes não renováveis.
A principal fonte de energia e a mais utilizada no mundo é o petróleo. Além de não ser 
renovável, é considerado um dos principais responsáveis pelo efeito estufa na atmosfera 
e um motivador de conflitos entre países em todo o mundo, especialmente entre os que 
possuem estoques do recurso – como o Oriente Médio e a Venezuela – e os países que 
dependem muito dessa fonte – como os Estados Unidos (PORTAL ENERGIA, 2015).
Mundialmente, as discussões sobre as questões energéticas, aprofundadas pela escassez 
cada vez maior de petróleo, além das mudanças climáticas – que são atribuídas por 
muitos pela queima de combustíveis fósseis – tem enfatizado o desenvolvimento técnico 
e econômico das fontes renováveis de energia. 
Esta enorme dependência de fontes não renováveis de energia tem acarretado, 
além da preocupação permanente com o esgotamento destas fontes, a emissão 
de grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, que em 
1996 foi da ordem de 23 bilhões de toneladas (...), aproximadamente o dobro 
da quantidade emitida em 1965 (a taxa média de crescimento desta emissão 
verificada na década de 1990 foi de 0,5% ao ano). Como consequência, o teor 
de dióxido de carbono na atmosfera tem aumentado progressivamente (...), 
levando muitos especialistas a acreditarem que o aumento da temperatura 
média da biosfera terrestre, que vem sendo observado há algumas décadas, seja 
devido a um “Efeito Estufa” provocado por este acréscimo de CO2 e de outros 
18
UNIDADE I │ PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL
gases na atmosfera (...).” (SILVA, E. P. et al. Recursos energéticos, meio ambiente 
e desenvolvimento. Web site MultiCiência – Unicamp)
No mundo atual, o crescimento econômico é intensivo em energia. Desde o advento da 
Revolução Industrial até a década de 70, os combustíveis fósseis dominaram a matriz 
energética mundial, descontada a participação marginal das hidroelétricas e da energia 
nuclear. 
Panorama internacional
Ainda hoje, mesmo com todos os esforços de mitigação do peso dos recursos energéticos 
não renováveis no consumo global, os três principais combustíveis (petróleo, gás e 
carvão) são responsáveis por 80% da demanda mundial de energia. Além disso, há 
grande concentração geográfica desses recursos (especialmente as reservas de petróleo), 
geralmente em regiões distantes dos maiores consumidores. Assim, é possível dizer que 
assegurar um suprimento seguro de energia a preços estáveis e moderados tem sido 
uma das prioridades da agenda internacional.
O Brasil e os recursos energéticos não renováveis
A matriz energética brasileira é composta por 55,9% de fontes não renováveis, o 
percentual mais baixo entre as grandes economias mundiais. O país é, desde 2006, 
autossuficiente no que tange à produção de petróleo. O Brasil possui uma das maiores 
empresas do mundo no setor e líder mundial em tecnologia de extração “offshore” em 
águas profundas. Em período recente, a atuação da Petrobras resultou em uma das 
maiores descobertas de reservas, a camada Pré-Sal.
No plano bilateral, o Brasil tem mantido relevante diálogo sobre o tema de energia 
com Argentina, China, EUA e União Europeia. O país acompanha, ainda que não seja 
membro, as atividades da Agência Internacional de Energia (AIE) e da Organização dos 
Países Exportadores de Petróleo (OPEP) à luz de sua importância no cenário mundial. 
Além disso, participa das discussões do Fórum Internacional de Energia (FIE).
No contexto regional, cabe destacar a importância da integração energética na 
América do Sul. O país tem atuação expressiva em organismos como a Organização 
Latino-Americana e Caribenha de Energia (OLACDE), a União de Nações 
Sul-Americanas (UNASUL) e o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), em 
seu Subgrupo de Trabalho com enfoque em energia (SGT-9). Os objetivos são a 
integração energética para o aproveitamento integral e sustentável dos recursos 
da região e o desenvolvimento de uma infraestrutura para a interconexão regional 
19
PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL │ UNIDADE I
de acordo com os três pilares de desenvolvimento sustentável: econômico, social e 
ambiental.
No que concerne aos organismos internacionais, o Brasil tem presença em variados 
foros, bem como nas cúpulas BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), América do 
Sul-África (ASA), Índia-Brasil-África do Sul (IBAS), América Latina e Caribe (CALC) e 
Brasil-Caribe (CARICOM).
Petróleo 
O petróleo ganha força como matriz energética mundial no século XIX, quando 
substitui o carvão mineral, por sua capacidade de iluminação (querosene em lampiões). 
As quatro fases econômicas da atividade petrolífera são: extração, transporte, refino e 
distribuição. As refinarias de petróleo sempre se localizam próximo aos grandes centros 
industriais, que são os maiores consumidores de derivados de petróleo, com o objetivo 
de reduzir os gastos com o transporte. Vale lembrar que depois de refinado, o petróleo 
aumenta de volume, exigindo maior capacidade de transporte e, consequentemente, 
maiores recursos.
A criação de empresas estatais de petróleo, a partir dos anos 1930, consistiu em estratégia 
de enfrentamento ao cartel das “sete irmãs”, associação de empresas petrolíferas que 
visava controlar o setor. Com isso, os países buscavam garantir a autonomia nacional 
no que se refere à produção e distribuição de tão importante recurso energético. 
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é uma associação formada 
por doze países (Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, 
Indonésia, Argélia, Nigéria, Líbia, Gabão e Venezuela) que se uniram para tentar 
ampliar sua participação percentual nos lucros gerados pelo setor petrolífero. 
A primeira crise mundial do petróleo ocorreu em 1973 e teve caráter político com 
significativo aumento dos preços tornando refém todos os países dependentes dessa 
forma de energia.
Apesar de toda tecnologia disponível no campo da produção energética, a sociedade 
ainda é completamente dependente dos combustíveis fósseis. Os derivados do petróleo, 
principalmente a gasolina e o óleo diesel, representam 35% de toda a fonte de energia 
utilizada no mundo. Os derivados do petróleo apresentam dois grandes problemas em 
sua utilização em larga escala: são fontes de energia não renováveis e a dependência 
destes elementos pode gerar uma crise energética. Além disso, é apontado como um 
vilão ambiental, já que a sua combustão libera uma quantidade muito grande de CO2 à 
atmosfera, intensificando o efeito estufa.
20
UNIDADE I │ PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL
Carvão mineral 
Apesar de ser conhecido há muito tempo, o carvão mineral assumiu importância mundial 
a partir do século XVIII, com a Revolução Industrial e foi a principal fonte energética 
até a chegada do petróleo, destacando-se os transportes (navegação e ferrovia a vapor) e 
a termoeletricidade (usinas termoelétricas). Apesar disso, continua sendo importante, 
com 28% do consumo primário mundial. 
Aproximadamente 5,6% do carvão produzido é consumido no setor siderúrgico, mas 
ainda sim cresce, pois é barato para produção de energia, porém o custo de transporte 
é muito caro.
É a segunda fonte mais utilizada no planeta e apresenta as mesmas deficiências do 
petróleo: é uma fonte de energia não renovável e também libera grande quantidade 
de CO2 à atmosfera. Além disso,a atividade de extração deste mineral é, por muitas 
vezes, realizada em ambientes insalubres e de alta periculosidade para os operários, 
registrando alto índice de acidentes.
Gás natural 
Dentre os combustíveis fósseis, é a opção mais barata e “limpa”. Representa 21% 
da matriz energética mundial e 10% da brasileira. Seus principais problemas estão 
relacionados ao transporte, que pode ser feito por gasodutos ou por caminhões 
(rodovias), o que apresenta um risco de acidente elevado. Existe um desinteresse da 
indústria petrolífera em tornar o gás uma forma alternativa viável para os países já que 
sua exploração está vinculada a essa indústria. Pode ser utilizado tanto na fabricação de 
energia elétrica quanto na indústria, porém, principalmente no Brasil, é mais utilizado 
no setor de transportes.
Energia nuclear 
Há divergências na sua classificação como renovável ou não renovável, mas, ainda 
assim, a energia nuclear é posta em questão também como uma grande alternativa aos 
combustíveis fósseis. Ela é obtida por processos químicos nucleares, como a fusão ou 
fissão nuclear. Mesmo sendo considerada uma energia limpa, ela apresenta diversos 
riscos como acidentes nucleares (como o acontecido em 1986, em Chernobyl, atual 
Ucrânia) e em relação ao armazenamento do lixo atômico. A energia nuclear é produzida 
no Brasil pelas usinas Angra I e Angra II, que correspondem a 3% do consumo de 
eletricidade. No mundo, esta fonte corresponde a 17% de toda eletricidade gerada. Na 
França, 77% da energia do país provêm de fontes nucleares. 
21
CAPÍTULO 3
Combustíveis fósseis e mudanças 
climáticas
Apesar de o assunto mudanças climáticas ser assunto relativamente novo na mídia, 
alertas sobre o aquecimento gradativo da temperatura média da atmosfera do planeta 
vêm sendo dados desde os anos 1980 (GOLDEMBERG, 2011). Não há como negar a 
influência antrópica (humana) na intensificação do que chamamos de efeito estufa, com 
lançamentos aproximados de 35,7 gigatoneladas (6,5 x 1012 t) de CO2 no ano de 2014 
(ESTADO DE SÃO PAULO, 2015), atingindo a marca de 400 ppm (partes por milhão) 
em setembro de 2015 (NOAA, 2015). Resultado disso: dos 134 anos de acompanhamento 
do clima, os dez anos mais quentes foram na década de 2000 (NASA, 2016).
O efeito estufa
O efeito estufa é a maneira natural de manter a Terra aquecida (figura 1), inicia-se 
com os raios solares que saem do Sol e atingem a superfície da Terra. A energia 
desses raios aquece a superfície e retornam em forma de calor para a atmosfera, 
os Gases de Efeito Estufa que existem naturalmente (e os que emitimos) 
armazenam este calor mantendo a Terra sempre aquecida. 
Para exemplificar, pense como um cobertor, ela em si não aquece a Terra (assim como 
o cobertor), porém absorve e retém o calor emitido pela Terra (assim como o cobertor).
Figura 1. Efeito Estufa.
Fonte: Adaptado de Santomauro (2015).
22
UNIDADE I │ PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL
A temperatura média da Terra é, hoje, em torno de 15º C; porém, se não houvesse 
o Efeito Estufa, esta temperatura poderia ser -18º C (BAIRD; CANN, 2011)! Uma 
diferença de 33º C relacionada à existência dos Gases de Efeito Estufa.
Vemos que muito CO2 é lançado na atmosfera pelas atividades industriais, 
produção de energia elétrica, produção de cimento, transporte e desmatamento.
Mas será que todo CO2 lançado vai parar na atmosfera? 
Um fato é bastante interessante de ser notado: a curva de emissão e concentração de 
CO2 na atmosfera da Terra, apesar de continuamente aumentar, tem um formato de 
dentes de um serrote, como mostrado na figura 2. Isso ocorre porque os continentes 
acima da linha do Equador possuem territórios muito maior que no Hemisfério Sul, 
e quando chega o outono/verão no Hemisfério Norte, as plantas retiram o CO2 para 
realizarem a fotossíntese e a concentração deste gás diminui, quando chega o inverno 
algumas plantas morrem e as atividades fotossintéticas diminuem bastante, fazendo a 
concentração de CO2 aumentar.
Figura 2. Concentrações anuais de CO2, de 2012 a 2016. A linha pontilhada em vermelho mostra os valores de 
CO2 medidos mensalmente no vulcão Mauna Loa, enquanto em preto encontra-se plotado os valores médios. 
Fonte: NOAA (2016).
O oceano também tem um papel importante na captação de CO2 atmosférico. Em 
condições normais, tanto as florestas como o oceano são capazes de armazenar CO2 
lançados na atmosfera. Porém, há um limite, pois eles mesmos também lançam CO2 
23
PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL │ UNIDADE I
(decomposição de plantas e animais), esse saldo é 0,9 Gt (Gigatoneladas) para as 
florestas e 2,2 Gt para os oceanos. Nos oceanos, esse CO2 absorvido transforma-se em 
conchas e nas florestas é absorvido pelo solo.
Mudanças climáticas globais
Apesar de o meio ambiente ter seus meios de absorver o CO2 emitido, é necessário 
entender que estes processos são lentos e possuem um limite máximo, como visto 
anteriormente. O marco principal para os aumentos das emissões atmosféricas foi a 
Revolução Industrial, com a utilização de maquinário a vapor para a produção de bens 
em larga escala. Na figura 3, observa-se que a linha vermelha é o total de emissões de 
CO2 (em Gt), e a linha começa a inclinar-se após o ano de 1850. A linha verde é o total 
acumulado desde o ano 1000; ela se manteve estável até o ano 1850, sofrendo uma 
grande inclinação no fim do século XX.
Figura 3. Emissões de CO2 versus Níveis de CO2 atmosféricos. 
Fonte: IPCC (2011).
Esta elevação na concentração de CO2 no fim do século XX é preocupante pois faz 
com que a camada de Gases do Efeito Estufa fique mais densa (engrosse) e absorva 
mais calor. Absorvendo mais calor, a atmosfera torna-se mais quente e isso reflete nas 
temperaturas e sistemas climáticos terrestres.
24
UNIDADE I │ PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL
Porém, não é só o CO2 que faz parte dos Gases de Efeito Estufa. Comenta-se mais 
dele devido as altas taxas de emissão desde a Revolução Industrial, pois a queima de 
combustíveis fósseis lança na atmosfera CO2, porém, outros gases têm que ser levados 
em consideração: Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), Clorofluorcarbonos (CFCs), 
hexafluoreto de enxofre (SF6), Hidrofluorcarbonos (HFCs), Perfluorcarbonos (PFCs), 
Trifluoreto de Nitrogênio (NF3). 
Apesar de terem emissões atmosféricas menores que o CO2, os gases citados 
anteriormente possuem uma capacidade maior de reter calor na atmosfera, o que os 
torna importantes na composição dos Gases de Efeito Estufa– além disso, suas emissões 
também aumentaram em comparação com dados antes de 1750 (começo da Revolução 
Industrial). Alguns gases possuem capacidade de aquecimento da atmosfera (CO2 eq) de 
até 22.800 vezes mais que o CO2! O SF6, por exemplo, e utilizado na indústria eletrônica.
A concentração do metano antes de 1750 era de aproximadamente 0,75 ppm (BAIRD; 
CANN, 2011) e duplicou em menos de 300 anos, para aproximadamente 1,8 ppm na 
década de 2010 (IPCC, 2014); o CH4 retém 25 vezes mais calor que o CO2. O óxido 
nitroso estava presente em uma concentração de 0,27 ppm (BAIRD; CANN, 2011) e 
subiu para 0,32 ppm (IPCC, 2014), um aumento de 15%, porém, o N2O retém 298 vezes 
mais calor na atmosfera que o CO2. 
Um documentário amador interessante, feito por um cientista, está disponível 
na página do Youtube, no canal do Pirula25. O documentário chama-se 
“Aquecimento Global – Último Round” e explica bem o porquê ocorre o 
aquecimento global, suas consequências e polêmicas envolvidas sobre o 
assunto. Merece ser assistido. 
Consequências das mudanças climáticas
As consequências do aquecimento global serão iguais para todos os países? Será 
que os países em desenvolvimento conseguirão ter os mesmos recursos que os 
países ricos para a mitigação e assistência deseus cidadãos?
No ano de 2006, foi lançado o filme “Uma verdade Inconveniente – Um Aviso 
Global” relacionando as altas emissões dos Estados Unidos com os meios de 
produção norte-americano e aquecimento global. Produzido pelo “quase” 
presidente americano Al-Gore. 
Entre as principais consequências das mudanças climáticas apontadas pelo Painel 
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), estão: 
25
PRINCIPAIS FONTES DA MATRIZ ENERGÉTICA MUNDIAL │ UNIDADE I
 » Derretimento áreas cobertas por gelo, como o Ártico, geleiras na América 
do Norte e do Sul, Alpes, Himalaia e África. 
 » Elevação do nível do mar pelo derretimento das áreas cobertas de gelo.
 » Maior incidência de eventos extremos, como secas, tornado e furacões, 
ondas de calor (ou frio) e chuvas intensas.
 » Eventos extremos com maiores intensidades.
 » Maiores regiões com secas, como leste da Amazônia, África Subsaariana 
e Sul do continente e América Central.
 » Regiões com precipitações maiores que o normal, como o Oeste da África.
 » Impactos econômicos para recuperação e mitigação dos efeitos da 
mudança climática. 
 » Impactos em atividades econômicas, como agricultura, pastoreio, pesca 
ou extrativismo.
 » Distribuição das chuvas e águas superficiais.
26
UNIDADE II
MATRIZ ENERGÉTICA 
NO TEMPO E AS 
DIVERSAS REGIÕES
Apesar da mudança dos componentes da matriz energética mundial ser indiscutível 
em longo prazo, existem diversos condicionantes (tecnológicos, políticos, culturais, 
econômicos, sociais, comerciais ou ambientais) que podem apressar ou retardar as 
mudanças consideradas inexoráveis. Neste particular, deve-se considerar o que se 
segue: 
 » A entrada em vigor de Normas e Diretrizes Internacionais (Protocolo de 
Kyoto e Diretiva para Obtenção de Eletricidade de Fontes Renováveis, 
do Parlamento Europeu) pode incentivar ainda mais o uso de energias 
renováveis e criam reservas de mercado para a bioenergia.
 » O apoio intenso, garantido e continuado aos programas de Pesquisa, 
Desenvolvimento e Inovação (PD&I) constituirá a pedra angular para 
acelerar a taxa de utilização de energias renováveis. Inovações têm o 
condão de viabilizar técnica e economicamente as fontes renováveis de 
energia, bem como permitir a exploração comercial, o ganho de escala e 
a redução de custos.
 » A cogeração de energia se constituirá em um diferencial importante para 
a viabilização econômica de fontes de bioenergia.
 » A expansão da área de agricultura energética não poderá ocorrer à custa 
da redução da oferta de alimentos, nem de impactos ambientais acima 
da razoabilidade, sob pena de forte reação contrária da sociedade, o que 
inviabilizaria o negócio bioenergia. Ao contrário, entende-se que haverá 
uma tríplice associação entre energia, alimento e indústria química.
 » O preço dos combustíveis fósseis é crucial para apressar a transição e, 
ironicamente, para estender o tempo de duração das reservas, tornando 
a transição menos turbulenta. Sob um quadro de preços moderados 
de combustíveis fósseis poucas fontes de energias renováveis são 
competitivas, como é o caso do etanol ou da energia eólica.
27
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
 » Os custos de obtenção de energia são fortemente ligados às condições 
locais e os que apresentarem menores custos serão explorados em primeiro 
lugar. Este fato gera diferenciais competitivos entre as diferentes regiões.
 » O aumento da participação das fontes de energia renovável na matriz 
energética, em especial nos países ricos, dependerá de apoio decisivo e 
continuado dos respectivos governos. O suporte é crucial, especialmente 
no início do processo de introdução na matriz, podendo ser reduzido 
conforme as metas forem atingidas e o processo consolidado. 
Na composição da futura matriz, a maioria dos estrategistas aponta para a consagração 
da energia solar como principal fonte primária de energia, que se desdobrará em 
repositórios intermediários, derivados da captação e transformação da radiação solar, 
seja por fotossíntese (biomassa) ou por processos industriais. A conjugação das duas 
vertentes, como é o caso das células de combustível, operacionaliza as formas de 
aproveitamento da energia solar.
Aceitas as premissas anteriormente relacionadas, qualquer cenário que venha a ser 
traçado para médio e longo prazos, revela as vantagens comparativas do Brasil para ser 
o paradigma do uso de energia renovável e o principal player do biotrade – como está 
sendo chamado esse mercado, consolidando os negócios internacionais envolvendo 
oferta de energia renovável.
Igualmente, o Brasil reúne condições para ser o principal receptor de recursos de 
investimento provenientes do mercado de carbono. Mercado este que hoje se encontra 
um tanto questionado, visto que as metas traçadas para os países “desenvolvidos” não 
estão sendo alcançadas e os investimentos em projetos países “em desenvolvimento” 
não estão sendo vistos como relevantes no processo de redução das emissões a nível 
mundial.
O sinergismo entre as vantagens comparativas naturais (solo, água, radiação solar e mão 
de obra) e as captações de capital proveniente de projetos vinculados aos Mecanismos 
de Desenvolvimento Limpo tornarão o país ainda mais atrativo para macro investidores 
ávidos por disputarem o market share do biotrade. Esses capitais comporão um portfólio 
de investimento direto na produção, porém, também auxiliarão na formação de uma 
logística adequada para o armazenamento e escoamento da produção (comunicações, 
tancagem, ferrovias e hidrovias e instalações portuárias).
Da mesma forma, as políticas públicas destinadas à geração de emprego e renda e a 
melhoria de sua distribuição, em especial no apoio à pequena propriedade familiar e nos 
assentamentos da Reforma Agrária, encontrarão na Agricultura de Energia uma forma 
28
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
de agregar valor à produção destes segmentos, ao mesmo tempo em que contribui para 
o esforço global de limpeza da atmosfera.
Nota-se a ausência de um importante fator de produção, na equação acima, que é o 
componente tecnológico. Investimentos serão necessários, principalmente nos países 
considerados “em desenvolvimento”. Empresas multinacionais já estão atuando nessa 
questão, levando centros de pesquisa para países como o Brasil, por exemplo.
Uma questão que já está sendo foco de estudos de empresas do setor de química e 
petroquímica é a substituição das suas matérias-primas, visto que estes setores 
competem com o setor de energia. O declínio na oferta de petróleo afetará o conjunto 
das cadeias produtivas que dele dependem. Ao contrário da energia, na qual uma cesta 
de fontes estará disponível, a matéria-prima sucedânea do petróleo para a indústria 
petroquímica será a biomassa. E a concretização desta previsão poderá ser antecipada 
ou retardada em função do investimento em PD&I.
Apesar do exposto, os cenários não são definitivos e muito menos autorrealizáveis. 
O poder regulatório e de intervenção do Governo pode alterar o quadro exposto, desde 
que este atue pró-ativamente e na direção correta. No caso do Brasil, é de fundamental 
importância que aspectos sociais e ambientais sejam considerados.
29
CAPÍTULO 1
Primeiras fontes de energia e as 
energias do futuro
“O Sol e a madeira forneceram energia ao homem durante longo tempo. Apenas 
há cerca de 5.000 anos atrás se começaram a usar outras fontes de energia.”
’
As necessidades energéticas do homem estão em constante evolução. Para 
satisfazer suas primeiras necessidades, que eram basicamente a alimentação, 
uma fonte de iluminação noturna e aquecimento, o homem apropriou-se do uso 
do fogo (...). A diversificação do trabalho, visando à otimização das tarefas e ao 
aumento do nível de conforto demandounovas formas de utilização de energia, 
que foram sendo descobertas e aprimoradas, por meio do desenvolvimento 
da matemática, da geometria e da engenharia, que proporcionaram a criação 
de dispositivos mecânicos complexos, empregados para o aproveitamento da 
energia (...). (FARIAS, L. M., SELLITTO, M. A. Uso da energia ao longo da história: 
evolução e perspectivas futuras, Revista Liberato, v. 12, no 17, pp. 1-106, 2011).
As matrizes energéticas e o nível de consumo foram se modificando com decorrer da 
história do homem e o desenvolvimento de tecnologia. 
Fazendo uma pequena comparação de diferentes épocas, podemos ter uma boa noção 
a respeito do uso, do consumo e das fontes mais utilizadas em diferentes períodos da 
história da humanidade. 
Pré-história
O corpo humano era a principal ferramenta. Os utensílios eram apenas acessórios do 
trabalho muscular e o consumo energético estava restrito à alimentação. As fontes 
energéticas do homem nesse momento se restringiam apenas aos alimentos para 
sustentar os corpos nas suas atividades diárias de caça, pesca e colheita. 
Civilizações 
Os ventos e a água já eram recursos energéticos, por meio da navegação à vela e dos 
moinhos de água. A tração animal já era existente mais continuava ineficiente, pois 
30
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
os animais costumavam ser presos pelo pescoço, causando o enforcamento do animal 
durante a atividade, reduzindo a eficiência. Apesar dessas novas fontes, a força muscular 
era ainda a principal. 
Revolução industrial
Esse período foi marcado pela chegada da indústria e o aumento da produção de 
mercadorias, possibilitado pela mecanização. O carvão mineral era a principal fonte 
energética que deu suporte a atividade industrial.
Esses diferentes períodos ilustram as diferentes fontes utilizadas em cada momento 
histórico. A utilização de diferentes fontes energéticas é necessária porque nem todos 
os lugares têm o mesmo tipo e a quantidade de recursos naturais necessários para a 
geração de energia.
As fontes de energia estão ligadas, também, ao tipo de economia: quanto mais 
industrializada ela for, maior será o uso de energia. O carvão mineral foi o a grande 
fonte de energia da Revolução Industrial e o petróleo foi a principal fonte do século XX 
e continua desempenhar esse papel, apesar de previsões indicarem um declínio num 
futuro próximo.
No entanto, descobertas recentes de novos campos de petróleo e gás nos levam a crer 
que esse cenário deve perdurar por mais algum tempo.
Energias do futuro
“A ONG ambiental WWF lançou (...) um estudo com novas perspectivas do futuro 
mundial em relação à produção de energia limpa. A publicação apresenta uma 
proposta de que até 2050, 95% da demanda energética seja proveniente de 
fontes renováveis.
O estudo foi feito pela consultoria Ecofys, especializada em energia, a pedido 
da WWF. A proposta não inclui somente uma nova realidade da produção, 
mas também estratégias que sejam capazes de reduzir até 15% do consumo 
energético, em relação ao ano de 2005.
A pesquisa garante que os combustíveis fósseis poderão ser praticamente 
abandonados nas próximas décadas. Hoje, eles fornecem 80% da energia global. 
A biomassa e a energia nuclear também podem ser deixadas de lado nos anos 
que se seguem.” (Website Ciclo Vivo, WWF projeta futuro com 95% da energia 
mundial vindo de fontes renováveis, 2011).
31
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
“A nation that can’t control its energy sources can’t control its future.” (Obama, 
B., The Audacity of Hope: Thoughts on Reclaiming the American Dream, Crown, 
2006)
Energia eólica
A energia eólica – produzida a partir da força dos ventos – é abundante, renovável, 
limpa e disponível em muitos lugares. Essa energia é gerada por meio de aerogeradores, 
nas quais a força do vento é captada por hélices ligadas a uma turbina que aciona um 
gerador elétrico. A quantidade de energia transferida é função da densidade do ar, da 
área coberta pela rotação das pás (hélices) e da velocidade do vento.
A avaliação técnica do potencial eólico exige um conhecimento detalhado do 
comportamento dos ventos. Os dados relativos a esse comportamento – que auxiliam 
na determinação do potencial eólico de uma região – são relativos à intensidade da 
velocidade e à direção do vento. Para obter esses dados, é necessário também analisar 
os fatores que influenciam o regime dos ventos na localidade do empreendimento. 
Entre eles pode-se citar o relevo, a rugosidade do solo e outros obstáculos distribuídos 
ao longo da região.
Segundo apresentado no website do Ministério do Meio Ambiente (MMA), para que 
a energia eólica seja considerada tecnicamente aproveitável, é necessário que sua 
densidade seja maior ou igual a 500 W/m2, a uma altura de 50 metros, o que requer 
uma velocidade mínima do vento de 7 a 8 m/s. Segundo a Organização Mundial de 
Meteorologia, o vento apresenta velocidade média igual ou superior a 7 m/s, a uma 
altura de 50 m, em apenas 13% da superfície terrestre. Essa proporção varia muito 
entre regiões e continentes, chegando a 32% na Europa Ocidental, onde a energia eólica 
é mais utilizada. É uma das fontes de energia de maior crescimento no mundo, a uma 
taxa média é de 27% nos últimos cinco anos.
A região Nordeste é a que apresenta as melhores condições do Brasil para o 
aproveitamento da energia eólica, não somente pelos regimes dos ventos, mas também 
pela possibilidade de complementaridade com a energia hidráulica. Esta característica 
foi comprovada ao se estudar os níveis médios de vazão dos rios que atendem algumas 
usinas da região Nordeste. Além do Nordeste, algumas regiões do Sul do país apresentam 
potencial eólico, por isso a grande maioria dos projetos já implantados no Brasil se 
encontra nessas duas regiões.
32
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
A figura 4 mostra o mapa do potencial eólico brasileiro, de acordo com o a velocidade 
média de ventos.
Figura 4. Potencial Eólico Brasileiro – regime de ventos nas regiões do país.
Legenda: Velocidade média do vento (m/s) 50m acima do nível da superfície:
Fonte: Filipe (2010).
33
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
Para entender o mapa acima: 
a legenda refere-se à velocidade média do vento e energia eólica média a uma altura de 
50m acima da superfície em 5 condições topográficas distintas:
 » zona costeira – áreas de praia, normalmente com larga faixa de areia, 
onde o vento incide predominantemente do sentido mar-terra;
 » campo aberto – áreas planas de pastagens, plantações e/ou vegetação 
baixa sem muitas árvores altas;
 » mata – áreas de vegetação nativa com arbustos e árvores altas mas de 
baixa densidade, tipo de terreno que causa mais obstruções ao fluxo de 
vento;
 » morro – áreas de relevo levemente ondulado, relativamente complexo, 
com pouca vegetação ou pasto; 
 » montanha – áreas de relevo complexo, com altas montanhas.
Ainda na legenda, a Classe 1 representa regiões de baixo potencial eólico, de pouco 
ou nenhum interesse para o aproveitamento da energia eólica. A classe 4 corresponde 
aos melhores locais para aproveitamento dos ventos no Brasil. As classes 2 e 3 podem 
ou não ser favoráveis, dependendo das condições topográficas. Por exemplo: um local 
de classe 3 na costa do Nordeste (zona costeira) pode apresentar velocidades médias 
anuais entre 6,5 e 8 m/s, enquanto que um local de classe 3 no interior do Maranhão 
(mata) apresentará apenas valores entre 4,5 e 6 m/s (FILIPE, 2010).
O país tem um grande potencial eólico ainda a ser explorado, inclusive em áreas de 
baixa densidade demográfica, diferentemente do que ocorre na Europa, por exemplo, 
onde os pequenosterritórios tornam limitadas as regiões propícias e pouco habitadas 
para a instalação das torres eólicas.
Em 2014, o Brasil foi o quarto colocado no ranking mundial de expansão de potência 
eólica, com 2.689 megawatts (MW), atrás apenas da China (23.149 megawatts), 
Alemanha (6.184 megawatts) e Estados Unidos (4.854 megawatts) (PORTAL BRASIL, 
2016). 
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2016), em 2014 a potência instalada 
na geração eólica no país expandiu 122,0%. 
34
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
A estimativa, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2024), é de que a 
capacidade instalada eólica do Brasil chegue a algo em torno de 24 mil MW. Desse total, 
21 mil MW deverão ser gerados na região Nordeste, o que vai representar 45% do total 
produzido na região.
Atualmente, o Brasil possui 379 Usinas instaladas, com uma Capacidade Instalada de 
9,51 GW.
Embora se insira dentro do contexto mundial de incentivo por tecnologias de geração 
elétrica menos agressivas ao meio ambiente, como qualquer outra tecnologia de 
geração de energia, a utilização dos ventos para a produção de energia elétrica também 
acarreta em alguns impactos negativos – como interferências eletromagnéticas, 
impacto visual, ruído, ou danos à fauna, por exemplo. Atualmente, essas ocorrências 
já podem ser minimizadas e até mesmo eliminadas por meio de planejamento 
adequado, treinamento e capacitação de técnicos, bem como emprego de inovações 
tecnológicas.
Energia solar
Quase todas as fontes de energia – hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseis 
e energia dos oceanos – são formas indiretas de energia solar. Além disso, a radiação 
solar pode ser utilizada diretamente como fonte de energia térmica, para aquecimento 
de fluidos e ambientes e para geração de potência mecânica ou elétrica. Pode ainda ser 
convertida diretamente em energia elétrica, por meio de efeitos sobre determinados 
materiais, entre os quais se destacam o termoelétrico e o fotovoltaico.
O aproveitamento da iluminação natural e do calor para aquecimento de ambientes, 
denominado aquecimento solar passivo, decorre da penetração ou absorção da 
radiação solar nas edificações, reduzindo-se, com isso, as necessidades de iluminação e 
aquecimento. Assim, um melhor aproveitamento da radiação solar pode ser feito com o 
auxílio de técnicas mais sofisticadas de arquitetura e construção.
O aproveitamento térmico para aquecimento de fluidos é feito com o uso de coletores ou 
concentradores solares. Os coletores solares são mais usados em aplicações residenciais 
e comerciais (hotéis, restaurantes, clubes, hospitais etc.) para o aquecimento de água 
(higiene pessoal e lavagem de utensílios e ambientes). Os concentradores solares 
35
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
destinam-se a aplicações que requerem temperaturas mais elevadas, como a secagem 
de grãos e a produção de vapor. Neste último caso, pode-se gerar energia mecânica 
com o auxílio de uma turbina a vapor, e, posteriormente, eletricidade por meio de um 
gerador.
A conversão direta da energia solar em energia elétrica ocorre pelos efeitos da radiação 
(calor e luz) sobre determinados materiais, particularmente os semicondutores. Entre 
esses, destacam-se os efeitos termoelétrico e fotovoltaico. O primeiro caracteriza-se 
pelo surgimento de uma diferença de potencial, provocada pela junção de dois metais, 
em condições específicas. No segundo, os fótons contidos na luz solar são convertidos 
em energia elétrica, por meio do uso de células solares.
A geração de eletricidade a partir da energia fotovoltaica do sol é uma tecnologia 
energética renovável muito recente. Seus custos são altos, quando comparados aos 
custos da eletricidade gerada a partir dos combustíveis convencionais. A União Europeia 
é atualmente responsável por um terço da produção e utilização anual de módulos 
fotovoltaicos a nível mundial, com aplicação principal em edifícios.
Entre os vários processos de aproveitamento da energia solar, os mais usados 
atualmente são o aquecimento de água e a geração fotovoltaica de energia 
elétrica. No Brasil, o primeiro é mais encontrado nas regiões Sul e Sudeste, 
devido a características climáticas, e o segundo, nas regiões Norte e Nordeste, 
em comunidades isoladas da rede de energia elétrica (ANEEL, Atlas da Energia 
Elétrica, 2ª Edição, 2005).
Sua utilização substitui os geradores a diesel, representando um ganho ambiental. 
Empresas vêm adotando pequenos sistemas de captação e conversão em energia 
solar em suas unidades. Um exemplo é a Petrobras, que desenvolveu um programa de 
instalação de unidades termossolares em refinarias, campos de produção e postos de 
serviços no Brasil.
A figura 5 indica o mapa da radiação solar no Brasil, onde podemos ver a incidência do 
sol sendo diferenciadas por cores.
36
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
Figura 5. Mapa da radiação solar no Brasil.
Fonte: MME (2007).
Como podemos ver no mapa, o nordeste brasileiro é a região de maior radiação solar 
do país, com média anual comparável às melhores regiões do mundo, com destaque 
para o Vale do São Francisco, Piauí, oeste da Bahia, além de Mato Grosso do Sul, leste 
de Goiás.
Em 2014 aconteceu o primeiro leilão em que foi contratada a energia proveniente de 
plantas voltaicas centralizadas, com a entrada em 2017 de 891 MW no Nordeste, Centro-
Oeste e Sudeste do país. O reflexo é observado numa expansão indicativa de solar de 
6.000 MW até 2024 também nessas regiões. Foram habilitados 331 projetos de plantas 
fotovoltaicas, totalizando 8,87 GW.
Energia hídrica
A energia hídrica é uma energia renovável que já é utilizada desde os tempos antigos. As 
civilizações antigas aproveitavam o relevo dos solos para utilizar a água na agricultura. 
37
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
Os romanos começaram a utilizar a água numa espécie de sistemas hidráulicos para a 
moagem dos cereais.
Para produzir a energia hidrelétrica é necessário integrar a vazão do rio, a quantidade 
de água disponível em determinado período de tempo e os desníveis do relevo, sejam 
eles naturais, como as quedas d’água, ou criados artificialmente.
Já a estrutura da usina é composta, basicamente, por barragem, sistema de captação e 
adução de água, casa de força e vertedouro, que funcionam em conjunto e de maneira 
integrada. A barragem tem por objetivo interromper o curso normal do rio e permitir 
a formação do reservatório. Além de “estocar” a água, esses reservatórios têm outras 
funções: permitem a formação do desnível necessário para a configuração da energia 
hidráulica, a captação da água em volume adequado e a regularização da vazão dos rios 
em períodos de chuva ou estiagem.
Algumas usinas hidroelétricas são chamadas “a fio d’água”, ou seja, próximas à superfície 
e utilizam turbinas que aproveitam a velocidade do rio para gerar energia. Essas usinas 
“fio d’água” reduzem as áreas de alagamento e não formam reservatórios para estocar 
a água. 
Os sistemas de captação e adução são formados por túneis, canais ou condutos metálicos 
que têm a função de levar a água até a casa de força. É nesta instalação que estão as 
turbinas, formadas por uma série de pás ligadas a um eixo conectado ao gerador. Durante 
o seu movimento giratório, as turbinas convertem a energia cinética (do movimento da 
água) em energia elétrica por meio dos geradores que produzirão a eletricidade. Depois 
de passar pela turbina, a água é restituída ao leito natural do rio pelo canal de fuga. 
Cada turbina é adaptada para funcionar em usinas com determinada faixa de altura de 
queda e vazão. 
Por último, há o vertedouro.Sua função é permitir a saída da água sempre que 
os níveis do reservatório ultrapassem os limites recomendados. Uma das razões 
para a sua abertura é o excesso de vazão ou de chuva. Outra é a existência de água 
em quantidade maior que a necessária para o armazenamento ou a geração de 
energia. Em períodos de chuva, o processo de abertura de vertedouros busca evitar 
enchentes na região de entorno da usina. (ANEEL, Atlas da Energia Elétrica, 2ª 
Edição, 2005).
38
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
Figura 6. Hidrelétrica de Itaipu, a maior do Brasil.
Fonte: Francisco (2016). Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/energia-hidreletrica.htm>. Acesso em: 
14/10/2016.
Para utilizar a força dos rios, um recurso natural abundante no Brasil, o Governo investiu 
nas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), possibilitando melhor atendimento 
às necessidades de carga de pequenos centros urbanos, regiões rurais e unidades 
industriais.
Hidrogênio combustível
O hidrogênio, como combustível e fonte de energia, ainda se encontra em fase de 
pesquisa em vários países do mundo, constituindo uma terceira geração de combustíveis 
cuja entrada em operação comercial é prevista para o pós-2030.
O hidrogênio apresenta algumas vantagens: traz benefícios ambientais (em sua 
combustão gera apenas vapor d’água como subproduto e não compostos de carbono 
que causam emissões de gases de efeito estufa); é um recurso ilimitado (que, combinado 
com o oxigênio, na forma de água, existe em grande quantidade). Porém, há algumas 
barreiras à expansão do uso do hidrogênio como combustível e fonte de energia: não 
se trata de um combustível primário (não é encontrado na natureza em estado puro, 
em quantidade significativa); há dificuldades em seu armazenamento para uso veicular 
(é um composto de baixíssima densidade, que ocupa muito volume, mas uma alternativa 
é o seu armazenamento na forma de hidretos, compostos instáveis que o liberam 
lentamente); sua produção a partir de recursos renováveis ainda não é economicamente 
competitiva; e as tecnologias para eliminação completa de carbono do ciclo produtivo 
ainda estão em desenvolvimento.
As principais rotas, hoje, existentes para a produção do hidrogênio são reforma do 
gás natural ou de etanol; gaseificação de carvão ou biomassa; eletrólise da água; rotas 
fermentativas; e processos combinados, como energia solar associada à eletrólise.
39
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
A produção de hidrogênio para uso industrial, que tem como um dos principais 
mercados a produção de amônia, intermediário de fertilizantes, é bem conhecida e feita 
por processo de reforma de gás natural, rico em metano.
A produção de hidrogênio via eletrólise também é usada no Brasil, diretamente ou 
como subproduto de outros processos eletrolíticos, como a produção de cloro e soda, 
mas seu custo é elevado em comparação ao processo de reforma, portanto preenche 
nichos de mercado.
Um processo em fase de desenvolvimento que eliminaria por completo os compostos 
de carbono do ciclo global é o processo combinado de eletrólise da água por meio de 
energia solar: heliotérmica, por espelhos concentradores de energia.
Uma vez vencida a etapa da síntese do hidrogênio, a geração de energia é feita a partir 
de células de combustível, que se baseiam no processo inverso ao de eletrólise da água, 
isto é, reage-se hidrogênio com o oxigênio do ar, gerando água e energia. O processo 
é antigo, datando de mais de 150 anos, mas tem sido objeto de muitas pesquisas e 
melhoramentos recentes. ( MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2013).
O Ministério de Minas e Energia (MME) possui um programa nacional de incentivo ao 
uso de hidrogênio como fonte de energia. 
Biomassa
Pode ser considerada biomassa todo recurso renovável que provêm de matéria orgânica 
– de origem vegetal ou animal – tendo por objetivo principal a produção de energia. 
A biomassa é uma forma indireta de aproveitamento da luz solar, pois ocorre a conversão 
da radiação solar em energia química por meio da fotossíntese, base dos processos 
biológicos de todos os seres vivos.
Uma das principais vantagens da biomassa é que seu aproveitamento pode ser feito 
diretamente, por meio da combustão em fornos, caldeiras etc. Para que seja aumentada 
a eficiência e sejam reduzidos os impactos socioambientais no processo de sua 
produção, porém estão sendo desenvolvidas e aperfeiçoadas tecnologias de conversão 
mais eficientes como a gaseificação e a pirólise, também sendo comum a cogeração em 
sistemas que utilizam a biomassa como fonte energética.
Atualmente, a biomassa vem sendo bastante utilizada na geração de eletricidade, 
principalmente em sistemas de cogeração e no fornecimento de energia elétrica para 
demandas isoladas da rede elétrica.
40
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
O Brasil, por possuir condições naturais e geográficas favoráveis à produção de biomassa, 
pode assumir posição de destaque no cenário mundial na produção e no uso como 
recurso energético. Por sua situação geográfica, o país recebe intensa radiação solar 
ao longo do ano, o que é a fonte de energia fundamental para a produção de biomassa, 
quer seja para alimentação ou para fins agroindustriais. Outro aspecto importante é que 
possuímos grande quantidade de terra agricultável, com boas características de solo e 
condições climáticas favoráveis. No entanto, é necessária a conjugação de esforços no 
sentido de que esta produção ou o seu incremento seja feito de maneira sustentável, 
tanto do ponto de vista ambiental quanto social.
Existem diversas rotas para a biomassa energética com extensa variedade de fontes, 
que vão desde os resíduos agrícolas, industriais e urbanos até as culturas plantadas 
exclusivamente para a obtenção de biomassa. As tecnologias para os processos de 
conversão são as mais diversas possíveis e incluem desde a simples combustão ou 
queima para a obtenção da energia térmica até processos físico-químicos e bioquímicos 
complexos para a obtenção de combustíveis líquidos e gasosos.
Além da biomassa de lenha e de resíduos da indústria da madeira, fazem parte do 
conjunto de fontes de biomassa os resíduos agrícolas e efluentes agroalimentares, os 
estrumes e a fração orgânica dos resíduos sólidos municipais, os resíduos domésticos e 
as lamas de esgotos. 
Outras tecnologias renováveis
Existem outras tecnologias energéticas renováveis, como as marés, as correntes, 
a energia das ondas, a tecnologia de rocha quente e seca ou a conversão da energia 
térmica oceânica, para as quais não existe atualmente qualquer mercado. É difícil 
apresentar estimativas em relação a essas fontes, mas algumas dessas tecnologias terão 
um potencial significativo. 
41
CAPÍTULO 2
Matriz energética e a influência da 
localização
O clima e a relação com as fontes 
energéticas
O potencial elétrico de uma região está indiscutivelmente ligado ao seu clima, que 
condiciona as condições ideais para que haja em abundância fontes de energia viáveis 
de serem consumidas. 
Por isso, é importante compreendermos quais são os climas das regiões brasileiras 
para, enfim, entender a relação deste clima com o potencial energético de cada região. 
Quando pensamos em matriz energética, é porque provavelmente as fontes principais 
de geração de energia – ou combustível – são as mais abundantes naquele determinado 
local ou país, o que diminui o custo de obtenção, de geração e de distribuição. 
Vamos ver um resumo das principais características de cada região do Brasil?
Clima da região norte
A localização geográfica da região Norte do Brasil, entre aproximadamente 5º N 
e 18º S (sendo grande parte do território localizado na zona equatorial) faz com 
que a incidência solar tenha semprevalores muito altos. As temperaturas tendem 
a sofrer pouca variação ao longo do ano, com exceção de Mato Grosso e Rondônia 
que podem sofrer com as friagens. As chuvas são dispersas ao longo do ano, com 
diferenças de precipitação entre as regiões ao Sul e ao Norte da Amazônia em cerca 
de seis meses.
A região encontra-se inserida na bacia Amazônica, que tem como característica 
principal a existência de uma área florestada de mais de 5 milhões de Km2, compondo 
uma das maiores biodiversidades do planeta. Sabe-se que a própria floresta ajuda 
na manutenção das chuvas locais como foi estudado pelo Dr. Enéas Salati (SALATI; 
MARQUES, 1984), cerca de 50% da chuva que cai na Amazônia é oriunda da própria 
floresta, da evapotranspiração (PETROBRAS MAGAZINE, 2011). 
42
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
Importante notar que na Região Amazônica ocorre o fenômeno dos Jatos de Baixos 
Níveis da América do Sul. Este fenômeno tem início com a entrada dos ventos alísios que 
transportam os ventos úmidos do Oceano Atlântico para dentro do continente e quando 
este encontra a cordilheira dos Andes são desviados para Sudeste. No verão ocorre 
também a intensificação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), trazendo 
nebulosidade e chuva para a região mais ao Sul e Oeste da Amazônia (MARENGO; 
NOBRE, 2009). A presença da Zona de Convergência Intertropical trás para a região 
uma grande nebulosidade.
No inverno, percebe-se a incidência das friagens, que são massas de ar frio e seco 
(frentes frias) vindos das latitudes mais altas Sul da América do Sul).
É importante lembrar que, por ter uma grande extensão territorial, nota-se uma 
grande diferença entre os períodos chuvosos na Amazônia. O início do período de 
chuvas na Amazônia ocorre no outono, ao sul, atingindo seu máximo durante o 
verão. Esta distribuição de máximos de chuvas desloca-se para o norte, atingindo o 
máximo no outono para a Amazônia central, desde oeste até a foz do Rio Amazonas 
(MARENGO; NOBRE, 2009). No inverno, ocorre o máximo de precipitação ao norte 
da Amazônia. 
Em relação às temperaturas, elas são bastante elevadas ao longo do ano inteiro, devido 
à alta incidência solar na região, localizada entre a linha do Equador e o Trópico de 
Capricórnio. 
São conhecidas, na região, as chamadas friagens, que são passagens de frentes frias 
mais fortes que atingem as cidades do Mato Grosso, Rondônia e Acre, quando ocorrem 
as maiores amplitudes térmicas. Belém é a capital do norte com menor amplitude 
térmica e maiores níveis de precipitação, decorrente da evaporação oriunda do Oceano 
Atlântico.
43
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
Figura 7. Precipitações acumuladas por trimestre. Legenda: As cores verdes demonstram as maiores precipitações 
(de 400 a 1.000 mm) e as cores amarelas/laranja demonstram as menores precipitações (de 50 a 300 mm).
Fonte: <http://clima1.cptec.inpe.br/monitoramentobrasil/pt>. Acesso em: 17/10/2016.
44
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
Clima da região nordeste
A região nordeste, apesar de se encontrar entre as latitudes 2º S e 18º S, não apresenta 
um clima equatorial como poderia ser esperado, mesmo tendo uma das maiores 
florestas equatoriais do mundo a Oeste e o Oceano Atlântico a Leste e Norte, o clima 
regional mostra-se diverso e com grandes diferenças interanuais nas precipitações. 
Entender o clima da região não é fácil, são inúmeros sistemas climáticos atuantes que 
podem modificar o clima da região. O relevo da região é composto por dois planaltos, 
do Borborema e da bacia do Rio Parnaíba, algumas regiões altas, como as Chapadas da 
Diamantina e Araripe, e algumas depressões, onde localizam-se os sertões (KAYANO; 
ANDREOLI, 2009). Nota-se regiões com altos valores de precipitação enquanto outras 
localidades podem ficar alguns anos sem chuva.
O que se observa são três diferentes tipos de clima na região que podem apresentar 
precipitações variando entre 300 e 2.000 mm anuais. O Clima Tropical em áreas dos 
estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí e Clima Litorâneo Úmido do litoral da 
Bahia ao Rio Grande do Norte – ambos apresentam as maiores precipitações e o Clima 
Tropical Semiárido (precipitações abaixo de 600 mm/ano) localizado em todo o sertão 
Nordestino (KAYANO; ANDREOLI, 2009). 
As chuvas no Semiárido não são apenas escassas, mas também irregulares, com períodos 
de chuvas torrenciais.
As temperaturas variam, em média, entre 20º e 28º C, tendo algumas diferenciações 
regionais, como nas áreas mais elevadas da Chapada Diamantina (média de altitude 
variando entre 800 e 1200 m, com picos mais altos – como o Pico do Barbado com 
2.033 metros) e Planalto do Borborema (altitude média de 200m e picos acima de 
1000m de altitude) podem ter temperaturas anuais abaixo de 20º C. No litoral leste, as 
temperaturas podem variar entre 24 e 26º C.
Clima da região centro-oeste
A região centro-oeste possui uma complexa diversidade climática, isso devido à grande 
distância latitudinal (variando entre 8º S e 25º S), grande variedade de relevos e 
vegetação (ALVES, 2009). Ao norte, a região faz contato com a Floreta Amazônica e 
possui o Pantanal como a maior área inundável do mundo. Ao sul, faz divisa com a 
região sudeste, onde as temperaturas costumam ser mais amenas. 
São conhecidos três tipos de clima para a região centro-oeste. O clima temperado 
úmido com verão quente e inverno seco (Cwa na classificação de Koppen) observadas 
nas áreas mais altas de Goiás e no sul do Mato Grosso do Sul; o clima tropical com 
45
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
inverno seco (Aw) observado em todos os estados e o clima de monção (Am) observado 
na parte norte do Mato Grosso.
Segundo Alves (2009), por se situar no subtrópico, o clima na região centro-oeste sofre 
influência de sistemas atmosféricos da região amazônica vindas do norte e sistemas 
extra-tropicais oriundas do Sul, como as frentes frias. A região sofre grande influência 
do sistema chamado Alta da Bolívia, que pode influenciar o clima com condições 
adversas, como secas, enchentes etc.
A figura 8 mostra a temperatura máxima (o C) do Brasil para as quatro estações do ano.
Figura 8. Climatologia de temperatura máxima (o C) do Brasil para as quatro estações do ano: verão (a); 
primavera (b); inverno (c) e outono (d); realizada durante o período de 1961 a 1990. 
Fonte: INMET. Adaptado de (QUADRO et al., s/d). Disponível em: <http://climanalise.cptec.inpe.br/~rclimanl/boletim/cliesp10a/
fig3_9.html>. Acesso em: 18/10/2016
46
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
Clima da região sudeste
Por ser a região mais populosa do Brasil, é muito importante conhecer o clima da região 
e como este afeta a disponibilidade de recursos energéticos. No caso, a região tem como 
fonte predominante de energia, por exemplo, os recursos hídricos. Mais um motivo 
para se preocupar com o clima, especialmente com o regime de chuvas que afeta a 
região. 
Para tentar entender o clima da região Sudeste do Brasil, temos que ter em mente 
as diferentes características ambientais que tornam essa região diferente das outras. 
Uma delas é a localização geográfica, uma vez que a maioria de suas terras localiza-se 
ao norte do Trópico de Capricórnio, fazendo com que a incidência solar seja bastante 
alta durante o ano todo e provocando muita evaporação, formação de áreas secas, 
principalmente no inverno. A região sofre ainda a chegada de sistemas frontais que 
perturbam a atmosfera e trazem chuvas intensas e baixas nas temperaras (NUNES; 
VICENTE; CANDIDO, 2009).
A topografia faz da região Sudeste um mosaico de tipos diferentes de climas, com 
montanhas e serras acima de 1.000 m de altitude,com picos podendo chegar próximo 
aos 3.000 m de altitude. A Serra do Mar segue na direção sudoeste-nordeste paralela 
ao litoral e ortogonal à passagem de sistemas polares e faz, muitas vezes, um papel 
importante nas precipitações litorâneas por meio do efeito orográfico, tornando 
as regiões do litoral paulista, por exemplo, uma das regiões brasileira com maior 
precipitação anual: 4.500 mm (AB´SABER, 2003). 
Seguindo a oeste, encontra-se ainda a Serra da Mantiqueira com picos acima de 
2.000 m de altitude e contendo alguns dos maiores picos brasileiros (Agulhas Negras, 
Prateleiras, Marins etc.). Tem-se ainda a Serra do Espinhaço (com a segunda maior 
montanha brasileira – o Pico da Bandeira) e Serra da Canastra, em Minas Gerais 
(NUNES; VICENTE; CANDIDO, 2009). As temperaturas variam muito nas regiões 
montanhosas, podendo chegar a temperaturas negativas no inverno.
Clima da região sul
Quase a totalidade do território da região Sul do Brasil localiza-se abaixo do trópico 
de Capricórnio, o que faz da região Sul do Brasil uma região subtropical. Uma das 
características dessas regiões é a diferença de radiação solar recebida durante o verão 
e o inverno, fazendo disso um dos motivos para a diferença de temperatura encontrada 
entre as duas estações. Porém, o relevo, as massas de ar atuantes e as correntes marinhas 
que atuam na região são responsáveis pelo clima que conhecemos na região.
47
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
As correntes marinhas quentes do Brasil que alcançam a costa da região Sul são 
responsáveis pela manutenção da temperatura mais amena com variação menor (do 
que a prevista caso não ocorresse) e das altas taxas de umidade. A topografia também 
possui um papel importante na determinação da temperatura, pois nos municípios com 
maior altitude, localizados nas serras gaúchas e catarinenses, são os únicos lugares que 
ocorrem precipitações em forma de neve (GRIMM, 2009).
Localização estratégica das fontes energéticas
Poucos países no mundo desfrutam de um sistema hídrico tão generoso quanto 
o nosso. Os livros escolares apontam que 55.455 quilômetros quadrados (do 
total de 8.514.876 quilômetros quadrados que compõem a área do território 
brasileiro) estão cobertos por água, distribuídos em rios, lagos e riachos. É a 
abundância de rios e quedas d’água que produz o enorme potencial de energia 
hidráulica. Hoje, estão em operação mais de 180 grandes usinas, responsáveis 
por quase 70% da produção nacional de energia elétrica. Isso também faz do 
país o segundo maior produtor de energia hidrelétrica no mundo, com 12% da 
geração mundial, perdendo apenas da China. (STEFANO, F. Website Abril – Viaje 
Aqui, Edição Especial de Energia/Junho de 2012).
Sabendo desse potencial hídrico brasileiro, que tem nas usinas hidrelétricas 
sua matriz energética, quais as principais áreas do país onde há esse potencial 
hídrico? Apesar de haver usinas hidrelétricas em diversas regiões do país, 
algumas se destacam e, nos últimos anos, as políticas de desenvolvimento do 
setor têm sido voltadas para uma região específica. Qual é essa região? E qual a 
principal usina hidrelétrica do país?
Os principais insumos energéticos usados pela indústria no mundo são o petróleo, o 
gás natural e o carvão. Esses insumos têm apresentado elevadas taxas de crescimento 
do consumo, devido, principalmente, ao desempenho das economias emergentes, 
lideradas pela China e pela Índia.
O crescimento acelerado da demanda– aliado à instabilidade política nas regiões 
produtoras de petróleo, gás natural e às pressões pela redução das emissões dos gases 
causadores do “efeito estufa” – traz preocupações sobre o equacionamento da oferta de 
energia e seu impacto nos preços.
Segurança de suprimento e meio ambiente transformaram a energia em tema crítico. 
Dez países concentram 85% das reservas mundiais de petróleo e boa parte desses países 
estão envolvidos em turbulências geopolíticas. A gasolina e o óleo diesel são responsáveis 
48
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
por quase toda a energia consumida no setor de transportes que, por sua vez, contribui 
com 25% das emissões dos gases de “efeito estufa” dos países industrializados.
“O que importa de verdade na política dos EUA para os exportadores de petróleo 
é o controle, mais do que o acesso ao petróleo.” (CHOMSKY, N., Outubro de 2012).
Quanto ao gás natural, 58% das reservas mundiais estão concentradas em apenas três 
países: Rússia, Catar e Irã. A tendência de “comoditização” do produto, embora contribua 
para diversificar as fontes de suprimento, faz com que os preços de petróleo e do gás 
tendam a se igualar. Dado que o petróleo ainda é a fonte economicamente dominante, 
isto significa que a volatilidade dos preços do petróleo tenderá a “contaminar” os preços 
do gás natural.
O carvão é responsável por 25% do consumo mundial de energia. Desta parcela, 
dois terços são usados para geração de eletricidade e quase todo o restante para uso 
industrial. As reservas mundiais de carvão são gigantescas, quase 3,5 vezes maior que 
as de petróleo e de gás natural. Cerca de dois terços destas reservas estão localizadas em 
apenas quatro países: Rússia, Estados Unidos, China e Índia.
A maior vulnerabilidade geopolítica está na área do petróleo. As principais alternativas 
de redução da dependência do petróleo são: substituição por biocombustíveis e redução 
do consumo veicular.
A insegurança energética, em âmbito mundial, deverá persistir ou até piorar, o 
que poderá elevar os preços do petróleo e do gás natural. Além disso, deverá haver 
maior pressão pública para medidas de mitigação dos problemas ambientais, tais 
como a contratação compulsória de energias alternativas e a mistura obrigatória de 
biocombustíveis aos energéticos tradicionais. Estas medidas deverão aumentar ainda 
mais os preços da energia.
A elevação dos preços dos insumos energéticos, ao mesmo tempo em que afeta 
diretamente os custos da indústria mundial, abre novas oportunidades para a indústria 
brasileira, como se destaca a seguir.
 » Ganhos de competitividade nos setores industriais que usam 
energia elétrica: os preços da eletricidade de base hídrica de um país 
estão mais associados aos preços de produção local que aos custos de 
oportunidade do mercado internacional. Como a geração de energia 
no Brasil é predominantemente hidroelétrica, os custos locais ficarão 
relativamente menores com o aumento do custo médio de geração de 
49
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
energia elétrica no mercado internacional. Esta vantagem não ocorre 
para os insumos industriais baseados no petróleo e no gás natural, pois o 
preço destes deverá acompanhar os valores internacionais.
 » Grande interesse de investidores internacionais em energia 
“limpa”: em especial nas áreas de etanol, de biodiesel e de bioeletricidade. 
Em curto prazo, isto representará mais oportunidades para as indústrias 
de equipamentos. Em médio prazo, deverá haver uma maior integração 
dos setores industrial e agrícola, com a criação de uma indústria de 
bioenergia de grande potencial econômico para o país. 
No mercado mundial, as tarifas de energia elétrica dos principais competidores 
industriais tendem a aumentar, pois há forte componente de gás natural e óleo na 
produção de eletricidade nesses países. No Brasil, a principal fonte produtora de energia 
elétrica é hidráulica, cuja tecnologia de construção é dominada há décadas. Com isso, 
era de se esperar que as tarifas de energia elétrica no país ficassem relativamente 
estáveis. Ao contrário dessa expectativa, as tarifas de energia para o setor industrial vêm 
crescendo acima dos índices de inflação, com impacto direto sobre a competitividade 
da indústria.
Este aumento de preços temtrês componentes principais: encargos setoriais, incidentes 
sobre o valor da tarifa, tarifas de transporte nas distribuidoras e custo de nova capacidade 
de geração.
A participação de energias renováveis na matriz energética brasileira é de 45%, enquanto 
a média mundial é de apenas 14%. A participação tende a crescer, se for mantido o 
papel de “âncora” da hidroeletricidade e se for consolidada a indústria de bioenergia no 
país. Esta situação ambiental favorável deveria garantir as condições para a expansão 
do parque gerador hidroelétrico sem maiores impedimentos.
O quadro atual é justamente o inverso, podendo ser descrito como de impasse e de 
enfrentamento. As dificuldades para licenciamento ambiental, por exemplo, levaram à 
virtual paralisação dos investimentos em produção de energia hidroelétrica. Em outras 
áreas, como o licenciamento de gasodutos, também foram observadas dificuldades e 
atrasos. Uma das consequências perversas desta situação é que vem sendo mais fácil 
obter licenças ambientais para usinas termoelétricas a óleo diesel, ou que utilizam outro 
combustível, que para usinas hidroelétricas.
Apesar das dificuldades conjunturais de abastecimento, especialmente restrições no 
suprimento de gás natural e atrasos no cronograma de construção de centrais geradoras, 
o Brasil está bem posicionado no setor energético, valendo destacar os seguintes pontos:
50
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
 » Participação de fontes renováveis: a participação de fontes 
renováveis na matriz energética brasileira é três vezes maior que a 
média mundial. Há possibilidade de manter as fontes tradicionais 
(hidroeletricidade) e ainda aumentar a participação de novas fontes 
renováveis como a cogeração, a biomassa e o biodiesel.
 » Integração dos setores energéticos: o primeiro exemplo é a 
transformação de usinas de açúcar e álcool em complexos de bioenergia, 
com produção integrada de açúcar, de álcool, de eletricidade, de créditos 
de carbono e (em alguns casos) de biodiesel. O segundo é a integração 
dos setores de infraestrutura e de produção de eletricidade e gás. A rede 
de transmissão e os reservatórios das usinas hidroelétricas podem ser 
usados como infraestrutura virtual de transporte e armazenamento de 
gás natural.
 » Segurança energética e integração regional: o Brasil encontra-se 
em situação quase ideal de segurança energética, com autossuficiência 
em petróleo, gás natural e produção de energia elétrica. Esta segurança 
pode, e deve, ser usada para promover a integração energética da região 
sul-americana, com base em novo modelo institucional e comercial que 
otimize os benefícios econômicos e permita, ao mesmo tempo, reduzir os 
riscos geopolíticos por meio da diversificação das parcerias.
A posição geográfica do País e a possibilidade de integração das redes de eletricidade e 
de gás permitem que o Brasil se transforme em um polo importante neste processo de 
integração.
A combinação destes fatores torna o país muito atraente para investimentos externos e 
possibilita o aumento da competitividade da indústria. Aproveitar estas oportunidades 
é tarefa complexa e traz desafios importantes nas áreas da política energética, 
desenvolvimento institucional e política ambiental.
51
CAPÍTULO 3
Reservas, produção e consumo
Pelo menos 1,2 bilhão de pessoas vivem sem energia no mundo e a cota das 
energias renováveis no consumo global aumentou em 20 anos, diz estudo feito 
pelo Banco Mundial e pela Agência Internacional da Energia (AIE). Segundo 
o relatório, houve “progressos lentos” dos anos 1990 aos dias atuais. (Agência 
Brasil, Publicação: 29/5/2013, web site Correio Braziliense).
“Despite much talk by world leaders and despite a boom in renewable energy 
over the last decade, the average unit of energy produced today is basically as 
dirty as it was 20 years ago.” (Maria Van der Hoeven, Diretora da IEA – International 
Energy Agency, Abril/2013)
Atualmente, há uma diversidade de fontes de energia classificadas em renováveis e não 
renováveis. Renováveis são aquelas que continuam disponíveis depois de utilizadas, 
isto é, que não se esgotam. Como exemplo, temos a energia solar, a biomassa, a energia 
eólica, a energia geotérmica, entre outras.
Quanto as não renováveis, estas são limitadas e demoram milhões de anos para se 
formar, isto é, esgotar-se-ão e não serão repostas (o petróleo, o gás natural, o carvão 
mineral e o urânio, por exemplo).
O carvão é uma complexa e variada mistura de componentes orgânicos sólidos, 
fossilizados ao longo de milhões de anos, como ocorre com todos os combustíveis 
fósseis. Sua qualidade, determinada pelo conteúdo de carbono, varia de acordo com o 
tipo e o estágio dos componentes orgânicos.
A turfa – de baixo conteúdo carbonífero – constitui um dos primeiros estágios do carvão, 
com teor de carbono na ordem de 45%; o linhito apresenta um índice que varia de 60% 
a 75%; o carvão betuminoso (hulha) – mais utilizado como combustível – contém de 
75% a 85% de carbono; e o mais puro dos carvões, o antracito, apresenta um conteúdo 
carbonífero superior a 90%.
Da mesma forma, os depósitos variam de camadas relativamente simples e próximas 
da superfície do solo – e, portanto, de fácil extração e baixo custo – a complexas e 
profundas camadas, de difícil extração e custos elevados.
52
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
O consumo de carvão cresceu 5,4% em 2011, e agora é responsável por 30,3% do 
consumo mundial de energia, a mais alta taxa atingida desde 1969. Podemos destacar 
o crescimento do consumo na China (9,7%) em detrimento da redução em países como 
Estados Unidos e Japão. A produção de carvão no mundo cresceu 6,1%, impulsionada 
pela China (8,8%) (BP Statistical Review of World Energy, 2012). 
No Brasil, as principais reservas de carvão mineral estão localizadas no sul do país, 
notadamente no Estado do Rio Grande do Sul, que detém mais de 90% das reservas 
nacionais. No final de 2002, as reservas nacionais de carvão giravam em torno de 12 
bilhões de toneladas, o que corresponde a mais de 50% das reservas sul-americanas e a 
1,2% das reservas mundiais.
O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos que tem origem na decomposição de 
matéria orgânica, causada pela ação de bactérias em meios com baixo teor de oxigênio. 
Ao longo de milhões de anos, esse material decomposto foi acumulado no fundo dos 
oceanos, mares e lagos, e – pressionada pelos movimentos da crosta terrestre (altas 
temperaturas e pressões) – transformou-se na substância oleosa denominada petróleo. 
Essa substância é encontrada em bacias sedimentares específicas, formadas por 
camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários.
Embora conhecido desde os primórdios da civilização humana, somente em meados 
do século XIX (Segunda Revolução Industrial) teve início a exploração de campos e a 
perfuração de poços de petróleo. A partir de então, a indústria petrolífera teve grande 
expansão, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.
O consumo mundial de petróleo cresceu 0,6 milhões b/d (barris por dia) ou 0,7%, 
alcançando 88 milhões b/d em 2011. Esse foi o maior crescimento apresentado dentre 
os combustíveis fósseis, também impulsionado pelo aumento do consumo na China 
(+ 505.000 b/d, ou seja, um aumento de 5,5%). 
A produção mundial de petróleo aumentou em 1,1 milhões b/d (1,3%), em 2011. Esse 
crescimento se deve principalmente à Arábia Saudita (+ 1,2 milhões b/d) e aos Estados 
Unidos (+ 285.000 b/d) (BP Statistical Review of World Energy, 2012).
Cerca de 2/3 das reservas provadas estão localizados no Oriente Médio, que responde 
por aproximadamente 6% do consumo mundial. Por outro lado, a América do Norte, 
que possui apenas 4,8% das reservas,é responsável por cerca de 30% do consumo 
mundial.
53
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
Combustível fóssil encontrado em estruturas geológicas sedimentares, o gás natural 
está associado ao petróleo e, portanto, é esgotável e não renovável. É utilizado nos 
transportes, na termeletricidade e na produção industrial.
O consumo de gás natural no mundo cresceu 2,2% em 2011, impulsionado principalmente 
pela América do Norte, China, Arábia Saudita e Japão. No entanto, na Europa observou-
se uma redução do consumo, principalmente pelos altos preços, por um inverno não 
tão rigoroso e pelo crescimento contínuo do uso de energias renováveis.
A produção mundial de gás natural aumentou em 3,1%, em 2011, devido, principalmente, 
ao crescimento observado nos Estados Unidos (+ 7,7%), maior produtor mundial. 
Qatar (+25,8%), Rússia (+3,1%) e Turcomenistão (+40,6%) também contribuíram para 
esse crescimento na produção. Líbia (-75,6%) e Reino Unido (-20,8%) influenciaram 
negativamente o crescimento mundial médio. (BP Statistical Review of World Energy, 
2012).
No Brasil, as reservas provadas são da ordem de 230 bilhões de m3, dos quais 48% estão 
localizados no Estado do Rio de Janeiro, 20% no Amazonas, 9,6% na Bahia e 8% no Rio 
Grande do Norte, onde se concentra a produção. 
A geração de energia hidrelétrica é realizada em barragens, dentro das quais se 
encontram geradores, cujas hélices são movidas pela água que escoa sob forte pressão. 
A eletricidade produzida pelos geradores é transmitida por cabos até os centros 
consumidores.
Ao contrário das demais fontes renováveis, a hidrelétrica representa uma parcela 
significativa da matriz energética mundial e possui tecnologias de aproveitamento 
devidamente consolidadas.
Segundo a edição 2007 do International Energy Outlook dos Estados Unidos, a geração 
hidroelétrica e outras fontes renováveis crescerão aproximadamente 56% nos próximos 
24 anos. A geração hidroelétrica atualmente é responsável por cerca 19% da oferta 
elétrica mundial, sendo a oferta de outras energias renováveis ainda diminuta. 
É claro, portanto, que a energia de origem hidroelétrica continuará a ser uma 
importante fonte renovável no futuro. Atualmente, a capacidade instalada é da ordem 
de 730 GW, dependendo da fonte e do critério utilizado para aferição, significando 
cerca de 2.700 TWh.
Em termos mundiais, a mesma fonte estima que 33% do potencial tecnicamente factível 
já foi explorado, havendo enormes discrepâncias. Enquanto a Europa e a América do 
54
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
Norte já desenvolveram quase todo o seu potencial, América do Sul, África e Ásia ainda 
apresentam um grande potencial a ser desenvolvido.
Baseado em estudo do World Energy Council, pode-se estimar que o potencial 
tecnicamente disponível para aproveitamento hidráulico no mundo, dito recurso 
total, utilizando um fator de capacidade média de 40%, corresponde à cerca de 
15.899 TWh/ano do valor teórico máximo de 40.700 TWh/ano para o mundo. 
Aproximadamente 65% desse recurso está concentrado em apenas 10 países, todos 
com potencial igual ou superior a 1.000 TWh/ano. Nesse ranking, o Brasil ocupa o 
terceiro posto, superado apenas por China e pelos Estados Unidos.
Mesmo esse potencial ainda deve ser considerado um valor teórico. De fato, a quantidade 
de energia hidráulica efetivamente disponível depende de outros fatores relevantes. 
Entre esses fatores, podemos citar a topografia, o regime de chuvas, a tecnologia e, 
também, o período de efetivo funcionamento da instalação, quando integrada a um 
sistema elétrico. Ao valor estimado, considerando esses fatores, convencionou-se 
chamar de potencial tecnicamente aproveitável.
A produção mundial de energia hidrelétrica cresceu 1,6% em 2011, o maior crescimento 
desde 2003. Isso se deve principalmente ao crescimento observado na América do Norte 
(+13,9%), em detrimento da redução observada na Europa e na China (BP Statistical 
Review of World Energy, 2012).
A energia nuclear é proveniente da fissão de átomos de urânio em um reator nuclear. 
Apesar da complexidade de uma usina nuclear, seu princípio de funcionamento é 
similar ao de uma termelétrica convencional, na qual o calor gerado pela queima de um 
combustível produz vapor que aciona uma turbina, acoplada a um gerador de corrente 
elétrica.
A produção de energia nuclear caiu 4,3% em 2011, a maior redução já observada, 
principalmente devido ao Japão (-44,3%) e a Alemanha (-23,2%).
Fontes de energia renováveis verificaram uma mistura de resultados em 
2011. A produção de biocombustíveis no mundo apresentou um crescimento 
de somente 0,7% (ou 10.000 b/doe, barris de óleo equivalente por dia 
), o mais fraco crescimento apresentado desde 2000. O crescimento nos Estados 
Unidos (+55.000 b/doe, ou 10,9%) apresentou uma redução em comparação com os 
últimos anos, devido à aproximação do ponto ótimo de mistura entre etanol e gasolina. 
Além disso, a redução na produção brasileira foi a maior apresentada até o momento 
(-50.000 b/doe), principalmente devido à fraca colheita de açúcar.
55
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
Por outro lado, energia renovável utilizada na geração de energia cresceu em torno 
de 17,7%, principalmente, devido ao crescimento robusto observado na energia eólica 
(+25,8%), principalmente nos Estados Unidos e Canadá.
A geração de energia solar cresceu ainda mais rapidamente em 2011 (+86,3%), porém 
ainda representa uma fatia pequena de contribuição na matriz energética mundial. 
Os recursos energéticos impulsionam a expansão do capital e integram o capital 
constante circulante, o que os tornam indispensáveis ao capitalismo. O petróleo 
tem sido o mais importante desses recursos, relevância que, ao lado da expansão no 
consumo e da localização das principais reservas e estruturas de escoamento em áreas 
politicamente instáveis, assim como da forte concorrência, exige ver esse recurso como 
ingrediente central da geoeconomia e da geopolítica do capitalismo contemporâneo.
56
CAPÍTULO 4
Situação no Brasil
A oferta interna de energia (total da energia demandada no país) cresceu 
1,3% em 2011 ante 2010, atingindo 272,4 milhões de toneladas equivalentes 
de petróleo (Mtep). Foi uma evolução menor do que a do PIB (soma de todas 
as riquezas produzidas no Brasil), que, conforme o IBGE, expandiu 2,7%. O 
menor crescimento da demanda de energia significa que a economia brasileira 
gastou menos energia para produzir a mesma quantidade de bens e serviços. 
A demanda de energia per capita ficou em 1,41 tep por habitante. (BALANÇO 
ENERGÉTICO NACIONAL 2012 – Ano Base 2011, Empresa de Pesquisa Energética 
– EPE, Ministério de Minas e Energia)
“Não há, não houve, e espero que não haja, no futuro, o desabastecimento”. 
(Edison Lobão, Ministro de Minas e Energia do Brasil, Web site BBC, 
Janeiro/2013)
Potencial hidrelétrico
O Brasil faz parte do grupo de países em que a produção de eletricidade é maciçamente 
proveniente de usinas hidrelétricas. Essas usinas correspondem a 75% da potência 
instalada no país e geraram, em 2005, 93% da energia elétrica requerida no Sistema 
Interligado Nacional – SIN.
Cumpre notar ainda que apenas cerca de 30% do potencial hidrelétrico nacional 
se encontra explorado, proporção bem menor do que a observada nos países 
industrializados.
Com respeito a avaliações nacionais do potencial hidroelétrico brasileiro, estima-se que 
esteja em torno de 261,4 GW, em 2015. 
Petróleo
Segundo a British Petroleum, as reservas provadas, que são aquelas de melhor estimativa 
possível com cerca de 90% de confiabilidade, até 2005 eram de 1,2 trilhões de barris no 
mundo. 
57
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
Os dados estatísticosda Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 
(ANP) apresentam as “reservas totais”, que consideram o somatório de reservas 
provadas, prováveis e possíveis, sinalizando o limite superior da disponibilidade de 
reservas de petróleo. Segundo dados de 2006, de um total aproximado de 16 bilhões de 
barris em 2005, 91,6 % das reservas totais nacionais de petróleo se localizavam no mar 
(campos “offshore”), e o restante se localizava em campos terrestres.
Três estados respondiam pela maior parcela de contribuição das reservas terrestres 
(onshore): Rio Grande do Norte (24,2%), Sergipe (26,3%) e Bahia (31,3%). Já as 
reservas brasileiras offshore situavam-se, basicamente, em estados da região sudeste: 
Rio de Janeiro (87,4%) e Espírito Santo (9,6%). A participação dos demais Estados era 
marginal.
Quanto à longevidade das reservas provadas de petróleo, o principal indicador é a razão 
R/P (reserva/produção), situado em torno de 19 anos, em 2005, segundo a ANP. Este 
número indica que, mantida a relação entre reservas provadas e o ritmo de produção, 
as reservas disponíveis sustentam a produção de petróleo algo em torno de um período 
de 19 anos, aproximadamente.
Ressalte-se que a razão R/P é dependente do ritmo de novas descobertas, da evolução 
dos métodos de recuperação do reservatório, da alteração dos preços da energia, 
como também do ritmo da demanda por derivados de petróleo. Este último depende, 
essencialmente, das condições de crescimento econômico e do perfil deste crescimento, 
isto é, sob que tecnologias e padrões de consumo se sustenta este crescimento. No que 
tange ao ritmo de descobertas, desde 1980, as reservas provadas nacionais têm crescido 
a um ritmo de 9,2% ao ano.
Pré-sal
O pré-sal é uma área de reservas petrolíferas encontrada sob uma profunda 
camada de rocha salina, que forma uma das várias camadas rochosas do subsolo 
marinho, numa extensão de cerca de 800 km entre os estados de Santa Catarina 
e Espírito Santo. A profundidade estimada da reserva é de 5 a 7 mil metros de 
profundidade, abaixo do nível do mar. 
Anunciado em 2007, o pré-sal é discutido desde a década de 1970, quando 
geólogos da Petrobrás já acreditavam nessa reserva, porém, ainda não possuíam 
tecnologias suficientes para pesquisas mais avançadas.
58
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
A reserva brasileira é uma das mais profundas encontradas no mundo e o maior 
campo petrolífero em regiões abaixo das camadas de rochas salinas. 
A descoberta do pré-sal mudou a perspectiva dos números de exploração e uso 
de petróleo no Brasil, uma vez que poderá levar ao aumento da participação 
de fontes não renováveis na matriz energética. Ao mesmo tempo, entretanto, 
o aumento do uso das fontes renováveis, especialmente a biomassa, eólica e 
solar, poderá contribuir para a neutralização dos impactos desse aumento de 
exploração do petróleo. 
Gás natural
Segundo dados da ANP (2006), aproximadamente 75% das reservas brasileiras de gás 
natural se localizavam em campos offshore e 25% em campos onshore. Em termos de 
reservas de gás natural onshore, destacam-se as reservas localizadas em Urucu (AM), 
em uma região de difícil acesso no interior da floresta Amazônica. 
Cerca de 80% das reservas totais de gás natural são associadas a jazidas de petróleo, o 
que mantém a sua produção subordinada às condições de extração desse produto. Este 
fato foi um fator limitante da expansão da produção de gás natural no Brasil, superado 
com o crescimento da produção de gás não associado. Houve crescimento das reservas 
de gás natural offshore no Brasil e o decréscimo de reservas terrestres no período da 
última década.
As perspectivas de maior oferta futura de gás natural no Brasil localizam-se no 
Espírito Santo, Bacia de Campos e, principalmente, Bacia de Santos. Existe ainda o 
desenvolvimento da produção de gás natural associado dos campos de Golfinho 
(gás natural associado; 2,7 milhões de m³/dia) e do Parque das Baleias (gás natural 
associado; 2,5 milhões de m³/dia).
A Petrobrás e seus parceiros deverão investir cerca de US$ 18 bilhões, nos próximos 10 
anos, em atividades de exploração e produção na Bacia de Santos. O Plano Diretor da 
Petrobrás prevê um acréscimo de cerca de 12 milhões de m³/dia no fornecimento de gás 
ao mercado do Sudeste, já a partir do segundo semestre de 2008. Até o final de 2010, 
esse volume elevou-se para, aproximadamente, 30 milhões de m³/dia, contribuindo 
significativamente para reduzir a dependência nacional do gás importado.
59
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
Carvão mineral
O carvão mineral é uma mistura de hidrocarbonetos que – de acordo com o Atlas da 
Energia Elétrica do Brasil (ANEEL, 2005) – é classificado de acordo com a sua qualidade 
em: turfa, de baixo conteúdo carbonífero, que constitui um dos primeiros estágios do 
carvão, com teor de carbono na ordem de 45%; linhito, que apresenta teor de carbono 
que varia de 60% a 75%; carvão betuminoso (hulha), mais utilizado como combustível, 
que contém entre 75% e 85% de carbono; e antrácito, o mais puro dos carvões, que 
apresenta um conteúdo carbonífero superior a 90%.
Apesar de ser um combustível potencialmente poluente, o carvão deve continuar 
desempenhando um importante papel como fonte de energia no cenário mundial, 
devido à disponibilidade de enormes reservas que estão geograficamente espalhadas no 
mundo e ao desenvolvimento de tecnologias limpas de carvão (clean coal technologies). 
Tal característica livra o abastecimento energético das limitações geopolíticas ou de 
questões de segurança. Além disso, o carvão está disponível em uma grande variedade 
de formas e pode ser facilmente estocado nas proximidades dos centros consumidores. 
Mais do que isso, não depende de condições climáticas podendo ser utilizado como 
backup para geração eólica e hidrelétrica. Ademais, o investimento para a extração do 
carvão é cerca de 5 vezes inferior ao investimento necessário à extração do gás natural e 
cerca de 4 vezes inferior ao investimento para extração do petróleo, sendo o transporte 
de carvão também vantajoso por não necessitar de dutos de alta pressão ou rotas 
dedicadas.
Biomassa
A oferta de energia elétrica a partir da biomassa se dá por meio de diversas vias 
tecnológicas. As principais tecnologias que constituem as inovações disponíveis para 
viabilizar a melhoria do aproveitamento dos recursos energéticos da biomassa na 
geração de energia elétrica pelo setor sucroalcooleiro são:
 » Ciclo a vapor com turbinas de contrapressão, empregado de forma 
integrada a processos produtivos por meio da cogeração.
 » Ciclo a vapor com turbinas de condensação e extração, que podem operar 
de forma integrada a processos produtivos por meio da cogeração ou 
isoladamente.
 » Ciclo combinado integrado à gaseificação da biomassa.
60
UNIDADE II │ MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES
Entre as possibilidades tecnológicas consideradas, o ciclo de cogeração a vapor com 
turbinas de contrapressão é o que apresenta maiores perspectivas de aplicação na 
expansão setorial.
Os ciclos com turbinas de contrapressão privilegiam a eficiência energética pela elevação 
da eficiência geral da caldeira de geração de vapor, dos níveis de pressão e de temperatura 
desse vapor, que passa a patamares de 80 a 100 kgf/cm², podendo atingir valores de 
até 150 a 180 kgf/cm², um longo prazo, na medida do desenvolvimento tecnológico 
nacional. Além dos ganhos de eficiência do processo produtivo e da caldeira, nesses 
ciclos, as turbinas a vapor podem apresentar melhores especificações fluido-mecânicas 
e termodinâmicas, com maior número de estágios e melhores desempenhos.
A segunda tecnologia em termos de potencialde penetração é a que adiciona um 
condensador ao sistema descrito, cuja função principal é permitir a expansão do vapor 
até pressões inferiores à atmosférica, elevando o aproveitamento da energia nele 
contida. 
No ciclo combinado integrado à gaseificação da biomassa, a eficiência é muito elevada. 
Por possuírem condensadores, apresentam, além disso, basicamente as mesmas 
vantagens e desvantagens do ciclo a vapor de condensação e extração. Essa tecnologia, 
contudo, ainda não está disponível comercialmente, ao menos nas escalas consideradas 
adequadas para integração às unidades de processamento da cana. Apesar disso e dos 
investimentos relativamente mais elevados que requer, essa tecnologia não deve ser 
descartada dentro de uma perspectiva de longo prazo.
Estima-se que a capacidade potencial de geração de energia elétrica excedente, depois de 
atendidas as necessidades de consumo próprio das instalações do setor sucroalcooleiro, 
possa atingir, em 2030, a capacidade de 6.830 MW.
Energia eólica
O potencial eólico brasileiro tem despertado o interesse de vários fabricantes e 
representantes dos principais países envolvidos com essa tecnologia, mas a grande 
questão é o custo. A despeito da queda do custo unitário de investimento em razão da 
evolução rápida na curva de aprendizagem, o baixo fator de capacidade dessas centrais 
ainda faz com que o custo médio de geração seja elevado.
61
MATRIZ ENERGÉTICA NO TEMPO E AS DIVERSAS REGIÕES │ UNIDADE II
Energia solar
Na área da energia solar, há os sistemas fotovoltaicos, isolados ou integrados à rede, e 
os sistemas heliotérmicos. Os sistemas fotovoltaicos isolados tiveram ampla penetração 
no Brasil por meio de vários programas, totalizando, em 2004, mais de 30 mil sistemas 
instalados. O direcionamento para esses nichos de mercado – comunidades e cargas 
isoladas – poderá ser reduzido em função do aumento dos incentivos e do aumento de 
escala da geração fotovoltaica e, consequentemente, a queda nos preços.
Já a energia solar fotovoltaica integrada à rede surge como uma grande promessa para 
a geração distribuída. Questões técnicas para seu emprego parecem equacionadas. Um 
dos aspectos importantes será normalizar questões essenciais da geração distribuída, 
nos aspectos de qualidade, segurança e proteção. Mas a maior dificuldade ainda reside 
no custo das células. 
62
UNIDADE III
CONCEITOS BÁSICOS: 
PROCESSOS, 
INDICADORES, GESTÃO
Conceitos básicos de processos
A excelência do desempenho e o sucesso no negócio requerem que todas as atividades 
inter-relacionadas da organização sejam compreendidas e gerenciadas segundo uma 
visão de processos. 
Onde há trabalho que tenha resultado, seja ele um produto ou serviço, há processo. 
Basicamente no processo, uma atividade ou um conjunto delas recebe uma entrada, 
processa, resultando então em um serviço ou produto – resultado objetivo para o 
cliente, ou consumidor –, ou ainda insumo para outro processo. As entradas e saídas 
dos processos podem ser bens tangíveis (materiais) e intangíveis (conhecimento e 
informação). Embora seja constituído por atividades previamente definida, um processo 
apresenta início e fim claramente determinados.
Gestão por processos
Para realizar esse trabalho, é importante o planejamento de todas as atividades: 
 » identificação dos processos chaves do negócio;
 » estabelecimento de objetivos e metas que devem ser cumpridas com a 
gestão por processos;
 » desenvolvimento de um plano de trabalho com objetivos, atividades, 
recursos necessários, fases do projeto, produtos e resultados de cada fase 
pretendida; prazos de entrega e equipe de trabalho;
 » prever análises críticas periódicas e revisões.
É fundamental que sejam conhecidos os clientes desses processos, seus requisitos e 
o que cada atividade adiciona de valor na busca de atendimentos a esses requisitos 
conhecidos e desenvolvidos.
63
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
Os processos podem ser identificados pelos modelos:
 » Fluxo de materiais.
 » Fluxo de trabalho.
 » Etapas em série.
 » Coordenação de atividades.
 » Mudanças de estados.
A essência dos processos é a integração entre atividades e utilização dos recursos 
visando resultados eficientes.
Os processos são constituídos por atividades integradas – que se utilizam de pessoas, 
procedimentos e tecnologias – para gerar resultados, produtos, serviços, informações 
e conhecimento.
Indicadores de desempenho organizacional
Os indicadores de desempenho são ferramentas básicas para o gerenciamento do sistema 
organizacional e as informações que esses indicadores fornecem são fundamentais para 
o processo de tomada de decisão. Podemos definir esses indicadores como 
um conjunto de pessoas, processos, métodos e ferramentas que, 
conjuntamente, geram, analisam, expõem, descrevem, avaliam 
e revisam dados e informações sobre as múltiplas dimensões do 
desemprenho nos níveis individual, grupal, operacional e geral da 
organização (RATTON, 1999).
A definição e utilização dos indicadores da organização pode ser bastante significativa 
para o sucesso da empresa, uma vez que podem ser usados como ferramentas da 
estratégia em diferentes níveis e departamentos organizacionais. 
Por isso, é importante que a organização utilize diversos indicadores para buscar 
informações, pois o uso de apenas um indicador não representa o contexto amplo 
necessário para fomentar tomadas de decisões. 
Todo sistema de medição de desempenho é formado por um conjunto de indicadores 
previamente estabelecidos que irão verificar o alcance ou não de determinados 
objetivos organizacionais. Essas medidas de desempenho devem nortear a estratégia 
da organização, para que todos os colaboradores compreendam o que é e quais são as 
ações dessas medidas para a obtenção de resultados.
64
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
Essas medições são fundamentais para compreender o que está acontecendo, se há 
necessidade de realizar mudanças, avaliar o impacto das mudanças, corrigir problemas 
e fixar prioridades. Sem essas medições, não há o conhecimento de tudo isso. 
Indicadores de eficiência energética
Os indicadores de eficiência energética poderão vir a contribuir na tomada de decisão 
dos governos e empresas em relação à fonte de energia que deseja incentivar ou utilizar 
e a escolha tecnológica. Além disso, poderá nortear na formulação de políticas públicas 
ambientalmente mais corretas, nas quais possam combinar e harmonizar preocupações 
econômicas e ambientais, promovendo o desenvolvimento sustentável.
A energia é um insumo ou produto, dependendo do uso final, de extrema importância 
para o desenvolvimento de qualquer sociedade. A partir das restrições econômicas e 
ambientais e a dificuldade de substituição do petróleo e dos combustíveis fósseis para 
gerar energia, consagrou a importância do estudo e aplicação da eficiência energética 
em todos os níveis de produção, consumo e distribuição desta.
Os critérios de escolha dos energéticos, para um determinado uso têm sido em função dos 
seguintes itens: tecnologia, preço, disponibilidade no local, segurança de fornecimento 
e minimização do investimento fixo nas instalações.
Os indicadores de eficiência energética podem ser calculados de diversas formas. 
Atualmente, têm sido propostos cerca de 600 indicadores, para a composição do 
programa “Odyssee” (On-line Data base on Yearly Assetment of Energy Efficiency) 
da União Europeia, mas o número de indicadores calculado por cada país depende de 
suas necessidades específicas de informações. O mais importante, ao estudar e aplicar 
os indicadores de eficiência energética, é definir o tipo de macro e micro indicadores 
que serão utilizados e esclarecer as definições dostermos. Tal esclarecimento deve ser 
estendido, também, para os outros termos, como conteúdo energético, efeitos estrutura, 
atividade, substituição e todos os outros itens criados, utilizados, para determinar o 
indicador de eficiência energética para um país, indústria ou setor, já que estes ainda 
não estão padronizados mundialmente.
Em relação ao desenvolvimento sustentável, os indicadores, em geral, mostram 
como a quantidade de energia foi aproveitada ou não, mas não revelam o valor da 
energia necessária para que os subprodutos e os resíduos gerados sejam corretamente 
destinados. Além disso, apresentam falhas no que diz respeito ao impacto causado 
pelas fontes de energia, uma vez que se preocupam somente com as emissões de CO2 
relacionadas (dentre outras emissões geradas) e não consideram os efeitos em longo 
prazo nos ecossistemas. 
65
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
Tais indicadores – para serem bem-sucedidos quanto à sua aplicabilidade como 
instrumento de política ambiental e tecnológica – necessitam que os dados utilizados 
sejam os mais verídicos possíveis, para que o resultado seja o mais próximo da realidade. 
Tipos de indicadores de eficiência energética 
Os indicadores de eficiência energética podem ser classificados em:
 » Termodinâmico. 
 » Físico-termodinâmico. 
 » Econômico-termodinâmico. 
 » Econômico. 
O primeiro grupo refere-se às análises segundo as leis da termodinâmica, da eficiência 
da transformação de uma forma de energia em outra (eficiência energética). O segundo 
avalia os insumos energéticos necessários para produzir um determinado bem ou serviço, 
nesse caso a energia que entra no sistema é mensurada em unidades termodinâmicas 
convencionais e a energia que sai do sistema, em unidades físicas, ou seja, o consumo 
específico de energia (energia que entra/tonelada de produto). O terceiro é um indicador 
híbrido no qual o produto do processo é mensurado a preços de mercado e a energia 
entra por unidades termodinâmicas convencionais. Já o quarto indicador mede as 
mudanças na eficiência energética, puramente, em valores monetários tanto da energia 
que entra, quanto da que sai do sistema. (ABREU, 2003).
Existem também os microindicadores que podem ser definidos como microeconômicos. 
Estes englobam, nessa área de eficiência energética, os seguintes itens:
 » Comportamento do consumidor em relação ao preço da energia e a 
utilização de aparelhos mais eficientes.
 » Determinação dos custos marginais da energia, dos custos de capacidade 
e dos custos de expansão para uma estrutura desagregada (custo 
incremental unitário).
 » As implicações das variáveis do modelo de equilíbrio geral, que 
determinam os preços.
 » Curvas de oferta e demanda para a energia.
 » Previsão de demanda de energia.
66
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
Os indicadores microeconômicos podem também utilizar-se das ferramentas de 
engenharia econômica, para medir o custo efetivo de investimentos de eficiência 
energética, como: o retorno do investimento, o custo de energia economizada (CEE), 
a taxa interna de retorno (TIR) e o custo do ciclo de vida (CCV) ou o custo de vida 
anual (CCVA). Esses métodos podem auxiliar o consumidor e as empresas a decidirem 
a tecnologia a ser adquirida e o melhor investimento.
Os resultados da análise dos indicadores de eficiência energética podem ser utilizados 
também para os seguintes fins: 
 » Direcionar as mudanças no consumo energético. 
 » Estabelecer políticas de eficiência energética. 
 » Estabelecer políticas ambientais. 
 » Orientar estabelecimento do preço da energia.
 » Propiciar mudança no comércio dos bens energo-intensivos ou no 
produto final. 
 » Indicar os impactos estruturais para melhorar a eficiência energética. 
 » Servir de instrumento para mensurar o sucesso da política de negociação 
das reduções das emissões de CO2.
Conceitos básicos de gestão
Grande parte da energia consumida no mundo é proveniente de combustíveis fósseis 
– óleo, carvão mineral e gás. Com os custos de energia cada vez maiores, questões 
relacionadas a um fornecimento seguro e frequentes alertas da comunidade científica 
quanto às mudanças climáticas, a eficiência energética deve estar no topo de qualquer 
agenda corporativa.
A gestão energética é, portanto, uma questão crítica para os negócios atuais. A gestão de 
energia efetiva pode ser atingida por meio da implementação de um Sistema de Gestão 
Energética com base na norma EN 16001 (ISO 50001), a nova norma de melhores 
práticas da indústria mundial.
Essa norma foi desenvolvida com o intuito de melhorar a eficiência energética das 
organizações, fornecer uma gestão sistêmica visando redução de custos e de emissões 
de Gases de Efeito Estufa – GEE e fornecer um sistema de gestão energética para todos 
os tipos e portes de organizações.
67
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
Os principais princípios desta Norma são: 
 » Utiliza terminologia consistente com as demais Normas de sistemas de 
gestão (ISO 14001, ISO 9001 e OHSAS 18001).
 » Combina requisitos e diretrizes.
 » Se ajusta aos sistemas de gestão da organização.
O Sistema de Gestão Energética tem como objetivo, então, estabelecer uma Política 
Energética dentro da organização. Como todo Sistema de Gestão, conta com o 
comprometimento de todas as esferas da organização, do nível de operação até o nível 
de direção da empresa.
A melhoria contínua é alcançada por meio da implantação do ciclo PDCA (Plan, Do, 
Check and Act), dividido nas seguintes etapas: 
 » Planejamento: revisão inicial dos consumos de energia e identificação 
dos aspectos energéticos; identificação de oportunidades de melhoria, 
recursos necessários; definição das etapas de monitoramento e medição.
 » Comunicação interna e externa.
 » Definição dos objetivos, metas e programas energéticos.
 » Conscientização “energética” dos funcionários – treinamento e 
competência.
 » Laboração do plano de monitoramento e análise energética.
68
CAPÍTULO 1
As Normas ABNT NBR ISO 9001, ABNT NBR 
ISO 14001 e BS 8800 (OHSAS 18001) e 
suas interfaces
A gestão de processos pode e deve ter seu início provocado por equipes 
formadas especificamente para esse fim ou por consultores independentes ou 
por empresas de consultoria, mas a partir do momento que os condutores do 
projeto consideram seu trabalho encerrado é a organização como um todo que 
assume a gestão. (ARAUJO, L. C. G., 2011)
O mundo está em constante mudança e tanto as organizações quanto as relações de 
trabalho precisam acompanhá-las. A quantidade e rapidez das informações, além das 
ações antrópicas intensas criou a necessidade de repensar as ações empresariais.
Atualmente, é importante dentro de uma organização ter uma visão mais holística do 
ambiente, analisando todos os fatores que vão além das paredes de uma empresa para 
se conseguir obter vantagens competitivas em relação ao mercado atuante.
Os sistemas de gestão tornaram-se um caminho eficiente para trabalhar com todas as 
variáveis que permeiam qualquer tipo de organização, que possibilitam o gerenciamento 
de todos os processos e atividades da empresa a partir de normas técnicas aplicáveis.
Ao atuar com um sistema integrado de Gestão da Qualidade (ISO 9001), Gestão 
Ambiental (ISO 14001) e Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional (OSHAS 18001), 
uma organização passa a conhecer e controlar grande parte das variáveis micro e macro 
ambientais que possui, além de ter condições de retroalimentar essas informações, 
tornando-se mais eficiente e competitiva do que seus concorrentes.
O controle e monitoramento das atividades e uma gestão voltada para a redução e 
economia do consumo de recursos materiais e naturais, que promove açõespara 
beneficiar a saúde ocupacional dos funcionários, gerando um ambiente mais produtivo 
e saudável, gera benefícios enormes para uma organização, como por exemplo:
 » melhoria da imagem da empresa junto ao mercado e aos clientes.
 » melhoria do desemprenho organizacional e aumento da produtividade.
 » redução dos custos operacionais e administrativos.
69
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
 » melhorias ambientais que beneficiam a todos.
 » vantagens em relação aos concorrentes, entre outras.
A necessidade das empresas demonstrarem esse compromisso, por meio de certificações 
de acordo com normas técnicas, atualmente é um processo irreversível para as 
organizações. A introdução das preocupações com a qualidade, que trata a ISO 9001 
com a introdução da norma ISO 14001 e a preocupação com a certificação ambiental 
trouxe a necessidade de se criar os Sistemas Integrados de Gestão. 
Mas esse sistema não seria completo sem a introdução das questões de preservação da 
saúde e segurança no trabalho (SST) dos trabalhadores e colaboradores envolvidos, 
vindo com a OHSAS 18001. Essa complementação passou a assegurar a qualidade total 
dos processos produtivos e competitividade das organizações (ALBUQUERQUE, 2016).
“Concluo destacando a importância do entendimento deste tripé (pessoas 
x processos x tecnologia). Sempre que tiramos um dos apoios de um tripé o 
que acontece? Pois é… o que está em cima não se sustenta.” (RUBENS LOPES 
CASTRO, 2008)
Por serem importantes para a organização e para os sistemas de gestão destas, 
vamos descrever as normas citadas anteriormente. Inicialmente, vamos descrever os 
processos que envolvem a criação e aplicação das ISO 9001 e 14001, além da OHSAS 
18001. Só assim é possível compreender a gênese dos processos de SGI para a criação e 
desenvolvimento da ISO 50001. 
O que é a ABNT?
A Associação Brasileira de Normas Técnicas é uma entidade sem fins lucrativos 
e de utilidade pública fundada em 1940. É o foro nacional de normalização 
do país e membro fundador da International Organization for Standardization 
(Organização Internacional de Normalização – Isso), da Comisión Panamericana 
de Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas – Copant) e da 
Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de Normalização – 
AMN). Desde a sua fundação, é também membro da International Electrotechnical 
Commission (Comissão Eletrotécnica Internacional – IEC). 
A ABNT é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (ABNT NBR), 
elaboradas por seus Comitês Brasileiros (ABNT/CB), Organismos de Normalização 
Setorial (ABNT/ONS) e Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE).
70
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
Além disso, atua na avaliação da conformidade e dispõe de programas para 
certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental. Esta atividade está 
fundamentada em guias e princípios técnicos internacionalmente aceitos e 
alicerçada em uma estrutura técnica e de auditores multidisciplinares, garantindo 
credibilidade, ética e reconhecimento dos serviços prestados.
Veja mais em: <http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-a-abnt>.
Norma ISO 9001: 2015
A principal referência em qualidade nas empresas é a ISO 9001, um conjunto de 
normas que visa orientar a implementação e manutenção de um Sistema de Gestão de 
Qualidade (SGQ).
Ela é de longe a estrutura de qualidade melhor estabelecida, sendo utilizada atualmente 
por mais de 750 mil organizações em 161 países, e define o padrão não só para sistemas 
de gestão da qualidade, mas também para sistemas de gestão em geral. Esta norma 
ajuda todos os tipos de organizações a obter sucesso por meio de uma melhora na 
satisfação dos seus clientes, da motivação dos colaboradores e da melhoria contínua.
Criada em 1987, a ISO 9001 sofreu pequenas alterações ao longo do tempo, visando 
apenas aclarar alguns pontos e tornar as normas mais compreensíveis para seus 
usuários (empresários, diretores, gerentes e técnicos). 
Em 2015, foi lançada uma atualização da norma, fortalecendo o papel da gestão de 
risco como elemento importante para trabalhar a melhoria continua. A ação corretiva 
corresponde a um risco não identificado, erroneamente qualificado ou mal gerido. A 
ação preventiva se antecipa ao risco.
Quais são os benefícios da aplicação dessa 
norma?
 » Avaliar o contexto geral da sua empresa ou indústria para definir quem é 
impactado por sua atividade e o que eles esperam de você. Isto permite a 
definição de objetivos e identifica novas oportunidades de negócios.
 » Colocar seu cliente em primeiro lugar, garantindo a satisfação de suas 
necessidades de forma consistente e superando as suas expectativas. 
Essa ação pode resultar em retorno de clientes, novos clientes e, 
consequentemente, aumentando a possibilidade de negócios para sua 
empresa.
71
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
 » Atender aos requisitos legais e regulamentares.
 » Trabalhar de maneira eficiente, visto que todos os seus processos estarão 
alinhados e entendidos por todos na empresa. Isso leva ao aumento de 
produtividade e eficiência, reduzindo assim os custos internos.
 » Expandir para novos mercados, uma vez que alguns setores e 
clientes exigem a ABNT NBR ISO 9001 antes de iniciar algum tipo de 
relacionamento comercial.
 » Identificar e tratar riscos associados à sua empresa.
A série ISO 9000 de Normas consiste de:
 » ISO 9000 – fundamentos e vocabulário: esta norma introduz o 
usuário aos conceitos de sistemas de gestão e especifica a terminologia 
usada.
 » ISO 9001 – requisitos: esta norma define os critérios que você terá que 
cumprir caso deseje operar de acordo com a norma e obter a certificação.
 » ISO 9004 – Diretrizes para melhoria de desempenho: baseada nos 
oito princípios de gestão da qualidade, estas diretrizes são desenvolvidas 
para serem usadas pela alta administração como uma estrutura para guiar 
as suas organizações em direção à melhoria de desempenho, ao levar em 
conta as necessidades de todas as partes interessadas, não somente dos 
clientes.
Esta Norma não inclui requisitos para outros sistemas de gestão, tais como aqueles 
específicos à gestão ambiental, gestão de segurança e saúde ocupacional, gestão 
financeira ou de risco. Entretanto, possibilita a organização e o alinhamento, ou a 
integração de seu sistema de gestão da qualidade com outros requisitos de sistemas 
de gestão relacionados. É possível a uma organização adaptar seus sistemas de gestão 
existentes para estabelecer um sistema de gestão da qualidade que cumpra com os 
requisitos desta Norma.
Objetivo e campo de aplicação
Esta norma especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade, quando uma 
organização:
72
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
a. Necessita demonstrar sua capacidade para fornecer de forma 
coerente produtos que atendam aos requisitos do cliente e requisitos 
regulamentares aplicáveis.
b. Pretende aumentar a satisfação do cliente por meio da efetiva aplicação 
do sistema, incluindo processos para melhoria contínua do sistema 
e a garantia da conformidade com requisitos do cliente e requisitos 
regulamentares aplicáveis.
Sistema de gestão da qualidade
Afinal, o que é gestão de qualidade?
Basicamente, a ABNT NBR ISO 9001 se baseia em 7 princípios de gestão de qualidade 
(ABNT, 2015):
1. Foco no cliente: atender as necessidades dos clientes é o alicerce da gestão 
de qualidade, pois contribui para o sucesso da própria organização. 
2. Liderança: é importante a organização ter um direcionamento unificado, 
com uma liderança que deve contribuir para que, além de cumprir os 
objetivos, transmita a gestão de qualidade paratodos de dentro da 
organização.
3. Comprometimento da equipe: esse comprometimento é importante para 
implementar a gestão e gerar mais valor aos seus clientes, a partir de 
equipes competentes, dedicadas e qualificadas.
4. Processo de abordagem: assegurar que pessoas, equipes e processos 
estejam familiarizados com as atividades da empresa e como elas se 
conectam acabará melhorando a eficiência da empresa.
5. Melhoria: deve ser contínua para que a organização consiga reagir às 
mudanças no seu ambiente interno e externo e continuar gerando valor 
aos seus clientes.
6. Decisão baseada em evidências: a possibilidade de obter os resultados 
esperados é maior se suas decisões forem baseadas na análise e na 
avaliação de dados.
73
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
7. Gestão de relacionamento: identificar os relacionamentos importantes 
com partes interessadas, como fornecedores, por exemplo, e estabelecer 
um plano para administrá-los levará ao sucesso contínuo da empresa.
Como implantar a norma em uma empresa ou 
organização?
Há muitas maneiras de uma empresa implementar um sistema de qualidade, mas 
há perguntas e ações que devem ser feitas antes de buscar a implementação que são 
fundamentais para identificar as características da empresa (ABNT, 2015):
 » Definir objetivos: por que implementar a norma?
 » Assegurar que a gestão esteja alinhada e que todos da empresa estejam 
apoiando a iniciativa de implementação.
 » Identificar os principais processos de sua empresa para atender seus 
objetivos e as necessidades dos clientes.
Requisitos gerais
A organização deve estabelecer, documentar, implementar e manter um sistema de 
gestão da qualidade e melhorar continuamente a sua eficácia de acordo com os requisitos 
desta norma.
Requisitos de documentação
A documentação do sistema de gestão da qualidade deve incluir:
a. Declarações documentadas da política da qualidade dos objetivos da 
qualidade.
b. Manual da qualidade.
c. Procedimentos documentados requeridos por esta norma.
d. Documentos necessários à organização para assegurar o planejamento, a 
operação e o controle eficazes de seus processos. 
e. Registros requeridos por esta Norma.
74
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
Manual da qualidade
A organização deve estabelecer e manter um manual da qualidade que inclua:
a. O escopo de sistema de gestão da qualidade, incluindo detalhes e 
justificativas para quaisquer exclusões.
b. Os procedimentos documentados estabelecidos para o sistema de gestão 
da qualidade, ou referência a eles.
c. A descrição da interação entre os processos do sistema de gestão da 
qualidade.
Controle de documentos
Os documentos requeridos pelo sistema de gestão da qualidade devem ser controlados. 
Os Registros são um tipo especial de documento e devem ser controlados de acordo 
com os requisitos apresentados na norma.
Controle de registros
Registros devem ser estabelecidos e mantidos para prover evidências da conformidade 
com requisitos e da operação eficaz do sistema de gestão da qualidade. Registros devem 
ser mantidos legíveis, prontamente identificáveis e recuperáveis. Um procedimento 
documentado deve ser estabelecido para definir os controles necessários para 
identificação, armazenamento, proteção, recuperação, tempo de retenção e descarte 
dos registros.
Adicionalmente, a ISO 9001 foi desenvolvida para ser compatível com outras normas 
e especificações de sistemas de gestão, tais como a ISO 14001 de Meio Ambiente e a 
OHSAS 18001 de Saúde Ocupacional. Elas podem ser integradas perfeitamente por 
meio de Gestão Integrada. Estas normas compartilham muitos princípios comuns, 
portanto, a escolha de um Sistema de Gestão Integrada pode agregar um excelente 
valor pelo investimento, além de benefícios da comunidade de usuários.
Criada em 1987, a ISO 9001 teve atualizações e adaptações nos anos de 1994, 2000 
(quando combinava as normas 9001, 9002 e 9003 em uma única norma), 2005, 2008 
(quando trouxe uma maior compatibilidade com a família da ISO 14000, e as alterações 
realizadas trouxeram maior compatibilidade com as suas traduções e um melhor 
entendimento e interpretação de seu texto). 
75
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
Em 2015, ocorreu sua mais recente atualização, com uma abordagem mais modernizada. 
Os requisitos e a ordem das cláusulas foram revisados, não afetando o conteúdo em si, 
mas sim algumas denominações e termos.
A revisão da estrutura da norma introduz o conceito de gestão de risco, sendo que a 
qualidade deve resultar da gestão adequada desses riscos. Em contrapartida, o risco 
pode gerar oportunidades e esse conceito de incerteza positiva também é contemplado 
na norma. A gestão de risco significa trabalhar no sentido da melhoria contínua. A ação 
corretiva corresponde a um risco não identificado, erroneamente qualificado ou mal 
gerido. A ação preventiva se antecipa ao risco (LEAD, 2015).
A norma, originalmente redigida para os setores de manufatura e indústria, obteve tanto 
sucesso que muitas organizações de outras áreas adotaram a norma. Por isso, a revisão 
de 2015 leva em consideração essas alterações, simplificando sua implementação em 
todas as organizações, incluindo a de serviços.
A revisão já não exige que as organizações certificadas mantenham um manual de 
qualidade atualizado. No entanto, elas precisam estar cientes que o requisito da 
documentação ainda é parte da norma.
A abordagem de processos e o PDCA (Plan-Do-Check-Act/Planejar-Executar-Controlar-
Agir) continuam sendo dois pilares essenciais.
Figura 9. PDCA – Ferramenta utilizada para fazer planejamento e melhoria de processos. 
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-dpaKFoNbl6k/TvIQvtvWm1I/AAAAAAAAAM4/fQqNm-yASaM/s1600/pdca2.png>. Acesso em: 
19/10/2016.
76
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
Essas mudanças não excluem os controles e terminologias utilizadas pelas organizações 
certificadas com a ISO 9001:2008, que terão validade até 2018. No período de 
manutenção, elas devem passar por nova auditoria de recertificação a fim de validar o 
certificado na versão 2015. 
Como obter a certificação da norma?
O processo de certificação não é obrigatório e é preciso avaliar se ele faz sentido para 
determinadas organizações. Muitas empresas se beneficiam pelos processos da norma, 
sem se certificar oficialmente. Apesar disso, a formalização muitas vezes é importante 
para as relações comerciais da organização com seus clientes.
Para realizar a certificação, é importante encontrar um órgão certificador credenciado 
e competente para realizar tal oficialização.
Norma ISO 14001:2015
A ISO14001 foi criada a partir da Conferência de Estocolmo em 1972, quando foi feito 
um apelo às indústrias para o desenvolvimento e adoção de sistemas de gestão que 
levassem em conta as questões ambientais. 
Ela é uma norma internacionalmente reconhecida, a qual define o que deve ser feito para 
estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. A norma é desenvolvida 
com objetivo de criar o equilíbrio entre a manutenção da rentabilidade e a redução do 
impacto ambiental; com o comprometimento de toda a organização. Com ela é possível 
que sejam atingidos ambos objetivos.
A ABNT NBR ISO 14001 pode adequar-se a todos os tipos e tamanhos da empresa. Ela 
exige que estas considerem todas as questões ambientais relativas às suas operações, 
como a poluição do ar, questões referentes à água e ao esgoto, a gestão de resíduos, a 
contaminação do solo, a mitigação e adaptação às alterações climáticas e a utilização e 
eficiência dos recursos.
Para muitas empresas, obter a certificação da ISO 14001 é uma demanda de mercado, 
uma vez que demonstra seu comprometimentocom práticas sustentáveis e padrões 
internacionais de gestão ambiental. Além disso, possibilita a integração com os demais 
sistemas de gestão já implementados pela empresa ou a serem implementados, como, 
por exemplo, a ISO 9001. 
77
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
É importante lembrar que, assim como todas as normas de sistemas da gestão, a ABNT 
NBR ISO 14001 inclui a necessidade de melhoria contínua dos sistemas de uma empresa 
e a abordagem de questões ambientais.
A norma reconhece que organizações podem estar preocupadas tanto com a sua 
lucratividade quanto com a gestão de impactos ambientais. Ela integra estes dois 
motivos e provê uma metodologia altamente amigável para conseguir um Sistema de 
Gestão Ambiental efetivo.
Na prática, o que a norma oferece é a gestão de uso e disposição de recursos. 
É reconhecida mundialmente como um meio de controlar custos, reduzir os riscos e 
melhorar o desempenho.
O que está na ISO 14001
 » Requisitos gerais.
 » Política ambiental.
 » Planejamento da implementação e operação.
 » Verificação e ação corretiva.
 » Análise crítica pela administração.
Isto significa que devem ser identificados os aspectos do negócio que impactam o meio 
ambiente e atendida à legislação ambiental relevante a cada situação. O próximo passo 
é preparar objetivos para melhoria e um programa de gestão para atingi-los, com 
análises críticas regulares para melhoria contínua. 
O sistema deve ser auditado periodicamente, após a empresa ter sido certificada, por 
intermédio de um órgão certificador.
Para quem ela é relevante?
Impactos ambientais estão se tornando um tema cada vez mais importante no 
mundo, com pressão para minimizar esse impacto principalmente de autoridades 
governamentais locais e nacionais, órgãos reguladores, associações comerciais, 
clientes, colaboradores e acionistas. As pressões sociais também aumentam em função 
da crescente gama de partes interessadas, tais como consumidores, organizações 
ambientais e não governamentais de minorias (ONGs), universidades e vizinhos.
78
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
Então, a ISO 14001 é relevante para todas as organizações, incluindo desde:
 » Sites únicos até grandes companhias multinacionais.
 » Companhias de alto risco até organizações de serviço de baixo risco.
 » Indústrias de manufatura, de processo e de serviço; incluindo governos 
locais.
 » Todos os setores da indústria incluindo setores públicos e privados.
 » Montadoras e seus fornecedores.
A série ISO14001:2015 substitui a versão anterior de 1996 e a de 2004, revisada e 
atualizada. 
Vale lembrar que as normas ISO devem passar, a cada cinco anos, por um processo 
de revisão, a fim de definir se norma deve ser mantida, aprimorada ou até cancelada. 
A norma ISO 14001 teve sua publicação inicial em 1996 e foi revisada em 2004, antes 
da última revisão de 2015. A nova versão tem um período de transição de 3 anos a 
partir de sua publicação. Após este período, os certificados emitidos com base na ISO 
14001:2004 não serão mais válidos.
Entre as principais mudanças estão:
 » A definição mais detalhada da alta direção, e modo a tornar o SGA mais 
estratégico e integrado com a tomada de decisões da organização. Assim, 
os gestores de meio ambiente, sustentabilidade e responsabilidade social 
podem ter maior interação com a alta direção.
 » Os termos “documento” e “registro” passam a se denominados 
“informação documentada.
 » Exigência de considerar os impactos ambientais que permeiam toda a 
cadeia de valor, bem como a consideração de questões relativas ao ciclo 
de vida.
 » A revisão atual introduz o termo “condição ambiental”, que é definido como 
“mudanças ambientais de longo prazo que podem afetar as atividades, os 
produtos e os serviços da organização, exigindo adaptações”. O principal 
objetivo dessa definição é fazer com que as organizações reflitam sobre os 
impactos do meio ambiente nas próprias empresas.
79
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
 » Um requisito específico para demonstrar os riscos e as oportunidades 
ambientais dentro da cadeia de suprimentos. 
 » Revisão vai exigir que a organização considere, de forma mais proativa, a 
comunicação externa relativa a questões ambientais e que demonstre um 
controle muito maior sobre como utiliza e gerencia os dados ambientais.
 » Anteriormente, havia um requisito de avaliação de conformidade, mas 
a atualização requer a demonstração exata de como a conformidade é 
avaliada e registrada.
 » Aumento do foco em melhorias contínuas com uma cláusula específica, 
alinhada com a política estabelecida pela alta direção, de modo que 
diminua a margem para interpretações equivocadas.
A nova versão especifica três compromissos que devem estar contemplados na política 
ambiental da organização: proteção ao meio ambiente, atendimento aos requisitos 
legais e fortalecimento do seu desempenho ambiental. Esses três compromissos são 
abordados em requisitos específicos ao longo de toda a norma, com a finalidade de que 
o SGA seja implementado e mantido de forma coerente.
Uma das principais mudanças é que a política ambiental da organização deverá conter 
um compromisso com a proteção ao meio ambiente, o que inclui a prevenção da 
poluição e outros importantes para cada tipo de organização. Isso surge uma vez que as 
organizações são influenciadas no que tange à qualidade do ar, disponibilidade de água 
e sua qualidade, mudanças climáticas etc., e, por isso, essa proteção ambiental está 
diretamente relacionada com a sua competitividade e produtividade. 
Um elemento importante inserido é o de contexto da organização (item 4). 
O entendimento sobre a organização e o contexto em que está inserida é importante 
para a definição de como deve ser o sistema de gestão. Neste processo, a organização 
deverá estabelecer fatores internos e externos relevantes para seu negócio, os quais 
podem afetar a habilidade de atingir resultados esperados do Sistema de Gestão.
Além disso, deverá identificar as partes interessadas (seja eles governo, clientes, 
fornecedores, empregados, ONGs etc.) e ver quais são relevantes à organização, 
compreendendo suas necessidades e expectativas, individualmente. Todo o 
processo de entendimento da organização e do seu contexto resultará em um 
conhecimento que será base para a definição do escopo do sistema de gestão, bem 
como orientar a implementação, a manutenção e o processo de melhoria contínua 
do Sistema de Gestão.
80
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
Exemplos de compromissos relacionados à proteção ao meio ambiente (FIESP, 
2015).
 » Prevenção da poluição: eliminação ou redução, passando por design 
e uso eficiente de recursos e materiais, reutilização, reciclagem, 
recuperação.
 » Proteção da biodiversidade, habitats e ecossistemas: por meio da 
conservação direta no local, compensações ou, indiretamente, por 
meio do processo de compra, como a compra de materiais de fontes 
sustentáveis.
 » Mitigação das mudanças climáticas: evitar ou reduzir emissões de 
gases de efeito estufa da organização.
O item 6, que se refere ao Planejamento, na nova estrutura exige que as organizações 
se planejem para agir sobre seus aspectos ambientais significativos, requisitos legais e 
outros requisitos e também oportunidades. 
Em relação aos aspectos ambientais, a organização deve considerar o ciclo de vida dos 
processos, ou seja, considerando desde a aquisição de matéria-prima, desenvolvimento, 
produção, distribuição, uso e destinação final. Dentre estes aspectos, a organização 
deverá determinar quais são significativos e propor formas de controle.
Exemplos de requisitos legais e outros requisitos.
Requisitos legaisrelacionados aos aspectos ambientais da organização:
 » Leis e regulações.
 » Condicionantes de licenças etc.
Requisitos de partes interessadas, os quais a organização deve ou escolhe adotar:
 » Acordos com órgãos públicos ou clientes.
 » Princípios voluntários ou códigos de conduta.
 » Rótulos ou compromissos ambientais voluntários etc.
No item 8 – Operação – são apresentados requisitos para planejamento e controle 
operacional dos processos importantes para atender aos requisitos do SGA. 
81
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
Há um novo item que trata da Avaliação do Desempenho – que agrega itens da versão 
anterior de 2004, como monitoramento, medição, auditoria interna e análise crítica. 
Na prática, não houve mudanças significativas entre a nova versão e a versão anterior 
da norma (FIESP, 2016).
Alguns itens serão descritos a seguir:
 » Requisitos do Sistema de Gestão Ambiental.
 » Requisitos gerais.
A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e continuamente 
melhorar um sistema da gestão ambiental em conformidade com os requisitos desta 
norma e determinar como ela irá atender a esses requisitos. A organização deve definir 
e documentar o escopo de seu sistema da gestão ambiental.
Política ambiental
Na versão de 2004, o item “e” foi separado sendo criado o item “f” para comunicar 
aos que trabalhem na organização assim como àqueles que atuem em seu nome, 
aumentando o universo da comunicação. Dessa forma, o item 5.2 surge com o seguinte 
texto: 
A alta administração deve definir a política ambiental da organização 
e assegurar que, dentro do escopo definido de seu sistema da gestão 
ambiental, a política:
a. seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas 
atividades, produtos e serviços,
b. inclua um comprometimento com a melhoria contínua e com a 
prevenção de poluição,
c. inclua um comprometimento em atender aos requisitos legais 
aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização que se 
relacionem a seus aspectos ambientais,
d. forneça uma estrutura para o estabelecimento e análise dos objetivos 
e metas ambientais,
e. seja documentada, implementada e mantida,
82
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
f. seja comunicada a todos que trabalhem na organização ou que atuem 
em seu nome, e
g. esteja disponível para o público.
Planejamento
No item inicial, referente aos Aspectos Ambientais, foi introduzida na nova versão a 
identificação dos aspectos ambientais dentro do escopo do sistema. Ainda neste item, 
onde anteriormente se mencionava que os aspectos sejam considerados na definição 
dos objetivos e metas, nesta versão a orientação é mais abrangente e diz que os aspectos 
ambientais significativos sejam considerados no estabelecimento, na implementação e 
na manutenção do sistema da gestão ambiental.
Objetivos
Anteriormente, o item integrado Objetivo, Metas e Programas compunha a norma. 
Na nova versão, ele foi desmembrado para: Objetivos ambientais e planejamento para 
alcança-los (item 5.2), Objetivos ambientais (6.2.1), Planejando ações para alcançar os 
objetivos ambientais (6.2.2),
Apoio – implementação e operação
O item 4.4, implementação e operação foi substituído pelo item Apoio (item 7).
O item Avaliação (4.5) foi alterado para Avaliação de Desempenho (item 9). 
Veja as alterações da ISO 14001:2015 aqui: <http://www.abnt.org.br/
publicacoes2/category/146-abnt-nbr-iso-14001?download=396:introducao-a-
abnt-nbr-isso-10014-2015>.
Outras normas da série 14000 que podem ser úteis (ABNT, 2015):
 » ISO 14004 oferece orientações desde a incorporação, implementação 
e manutenção até a melhoria do sistema de gestão ambiental, bem 
como a adaptação deste a outros sistemas de gestão.
 » ISO 14006 é destinada a empresas que implementaram um sistema 
de gestão ambiental em conformidade com a ABNT NBR ISO 14001, 
mas pode integrar a concepção ecológica a outros sistemas de gestão.
83
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
 » ISO 14064-1 estabelece os princípios e os requisitos em nível 
organizacional para a quantificação e comunicação das emissões e 
compensação de gases de efeito estufa (GEE). 
Norma BS 8800:2004 (OHSAS 18001:2007)
A BS 8800 é uma norma de origem inglesa voltada para a gestão da saúde e segurança 
ocupacional, passível de auditoria e certificação. É um guia de diretrizes bastante 
genéricas que se aplica tanto a indústrias complexas, de grande porte e altos riscos, 
como a organizações de pequeno porte e baixos riscos. Levou cerca de quinze meses 
para ser discutida e aprovada oficialmente, sendo estruturada pelo órgão Britânico de 
Normas Técnicas denominado British Standards, entrando em vigor no dia 15 de maio 
de 1996.
Em Julho de 2004, a BSI publicou uma nova versão desta norma de forma a ter a 
evolução de outros referenciais de sistemas de gestão, mas mantendo as mesmas 
características da versão de 1996.
No desenvolvimento da BS 8800, não havia modelos pré-estabelecidos para o Sistema 
de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho. Entretanto, o comitê britânico responsável 
pela elaboração da norma, a fim de obter consenso das partes envolvidas, desenvolveu 
duas abordagens para a utilização do guia: uma baseada no HSE Guidance – Successful 
Health and Safety Management – HS(G) 65 (já adotada amplamente no Reino Unido), 
e outra, baseada na ISO 14001 sobre Sistemas de Gestão Ambiental. A orientação 
apresentada em cada abordagem é essencialmente a mesma, sendo a única diferença 
significativa sua ordem de apresentação. Desenvolveremos a abordagem baseada na 
norma ISO 14001, por ser ela uma norma internacional.
A BS 8800 busca auxiliar a minimização dos riscos para os trabalhadores, melhorar o 
desempenho dos negócios e estabelecer uma imagem responsável perante o mercado.
Quais são as etapas para a implementação da BS 
8800?
Primeiramente, é importante o comprometimento da administração (superação de 
dificuldades, investimentos, tempo, recursos, treinamento e pessoal). É interessante 
designar um coordenador para se especializar e concentrar as atividades nessa 
implementação. 
84
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
É necessária também a realização de um plano de treinamento adequado e de uma 
Política de Segurança, que deve ser divulgada constantemente para os colaboradores a 
fim de introduzir a cultura da segurança na organização como um todo.
A criação de um Plano de Trabalho a fim de implantar as ações e requisitos da norma se 
faz necessário, a partir da formação de grupos de trabalho e de formação de auditores 
internos de segurança. A realização de auditorias internas, aliás, é necessária e, por 
isso, é importante que a documentação esteja regular assim como as atividades citadas 
na norma. 
Caso sejam detectadas não conformidades, é necessário implantar ações corretivas 
para posteriormente selecionar a entidade certificadora que fará uma auditoria externa 
e certificará a organização.
A implantação desta norma é importante para, além de minimizar os riscos para os 
colaboradores e melhorar os desempenhos nos negócios, criar uma imagem positiva e 
responsável da organização para com clientes e colaboradores.
A OHSAS (Occupational Health and Safety Assesment Series – Série de Avaliação 
da Segurança e Saúde do Trabalho) é um conjunto de diretrizes criadas e publicadas 
em resposta às necessidades das empresas internacionais que visavam padronizar e 
certificar suas empresas em nível global. Entrou em vigor em 1999, após estudos de 
um grupo de organismos certificadores e de entidades de normalização da Irlanda, 
Austrália, África do Sul, Espanha e Malásia. Ela foi desenvolvida para preencher uma 
lacunada ausência de uma norma internacional para saúde e segurança ocupacional. 
A versão atual dessa norma é a OHSAS 18001:2007, que foi adotada como uma Norma 
Britânica, tornando-se a BS OHSAS 18001:2007.
Essa norma prescreve um Sistema de Gestão de Saúde Ocupacional e Segurança 
compatível com a ISO 14001, apoiado nas mesmas ferramentas do ciclo PDCA 
(Plan-Do-Check-Act) de melhoria contínua. Esta compatibilidade permite a unificação 
de ambas as normas e a integração com as normas da série ISO 9000, formando uma 
poderosa ferramenta de gestão para a empresa.
Apesar de não ser uma norma ISO, a OHSAS 18001 obteve aceitação global. Nos 
últimos anos, houve um rápido aumento no uso da OHSAS 18001 e de suas versões, 
que foram adotadas por cerca de 40 países. Pesquisas recentes apontam que foram 
concedidas aproximadamente 90.000 certificações credenciadas em mais de 127 
países, e um desejo premente das empresas e partes interessadas em adotar uma 
norma internacional.
85
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
Esta norma visa auxiliar as empresas a controlar os riscos de acidentes no local de 
trabalho. É uma norma para sistemas de gestão da Segurança e da Saúde no Trabalho 
(SST). A certificação por essa norma garante o compromisso da empresa com a 
redução dos riscos ambientais e com a melhoria contínua de seu desempenho em saúde 
ocupacional e segurança de seus colaboradores.
A OHSAS 18001:2007 é mais compatível com a ISO 14001 e ISO 9001, incluindo 
conceitos modernos e comprovados de segurança e saúde ocupacional e trazendo uma 
melhor definição de seus termos e conceitos.
A norma OHSAS 18001:2007 especifica um modelo de Sistema de Gestão da Segurança 
e Saúde no Trabalho (SST) que pode ser aplicado a qualquer tipo de empresa, 
independentemente da sua dimensão.
Aspectos chaves da OHSAS
 » Identificação de Perigos para a organização.
 » Avaliação dos riscos.
 » Determinação, priorização e implementação de controles.
 » Monitoramento e análise da efetividade dos controles.
 » Melhoria contínua.
Figura 10. Principais aspectos da OHSAS.
Fonte: VEZZANI (2011). Disponível em: <http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/13179/material/
Normas%20BS%208800%20OHSAS%2018.001.ppt> Acesso em: 24/10/2016.
86
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
A especificação da Série de Avaliação de Segurança e Saúde Ocupacional (OHSAS) 
fornece os requisitos para um sistema de gestão de Segurança e Saúde Ocupacional 
(SSO), permitindo que uma organização controle seus riscos de SSO e melhore seu 
desempenho. Esta especificação não fixa critérios de desempenho específicos de SSO, 
como também não fornece especificações detalhadas para o projeto de um sistema de 
gestão.
Esta especificação da OHSAS se aplica a qualquer organização que procura:
a. Estabelecer um sistema de gestão de SSO para eliminar ou minimizar 
os riscos aos empregados e outras partes interessadas que possam estar 
expostas aos riscos de SSO associados a suas atividades.
b. Implementar, manter e melhorar continuamente um sistema de gestão 
de SSO.
c. Garantir a organização de sua conformidade com os requisitos da política 
de SSO estabelecida.
d. Demonstrar tal conformidades a terceiros.
e. Buscar a certificação/registro de seu sistema de gestão de SSO por uma 
organização externa.
f. Realizar uma autoavaliação e declaração de conformidade com esta 
especificação da OHSAS.
Todos os requisitos desta especificação da OHSAS foram planejados para serem 
incorporados a qualquer sistema de gestão de SSO. A extensão da aplicação irá depender 
de fatores como a política de SSO da organização, da natureza de suas atividades e dos 
riscos e complexidade de suas operações.
Esta especificação da OHSAS tem como propósito principal buscar a segurança e saúde 
ocupacional e não a produtos e serviços seguros.
Elementos do Sistema de Gestão da SSO
Um dos principais itens da OHSAS, o item 4, aborda a melhoria contínua dos elementos 
da gestão bem-sucedida da SSO, conforme a figura 11. 
87
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
Figura 11. Elementos da gestão bem-sucedida da SSO.
Fonte: <http://pt.slideshare.net/FelipeCrisstomo/ohsas-18002-diretrizes >. Acesso em: 19/10/2016.
Deve existir uma política de Segurança e Saúde Ocupacional, autorizada pela alta 
administração da organização, que estabeleça claramente os objetivos globais de 
segurança e saúde e o comprometimento para melhorar o desempenho da SSO.
A política deve:
a. ser apropriada à natureza e escala dos riscos de SSO da organização;
b. incluir o comprometimento com a melhoria contínua;
c. incluir o comprometimento com o atendimento, pelo menos, à legislação 
vigente de Segurança e Medicina do Trabalho aplicável, e a outros 
requisitos subscritos pela organização;
d. ser documentada, implementada e mantida;
e. ser comunicada a todos os funcionários, com o objetivo de que eles 
tenham conhecimento de suas obrigações individuais em relação a SSO;
f. esteja disponível para as partes interessadas;seja periodicamente 
analisada criticamente, para assegurar que ela permanece pertinente e 
apropriada à organização.
Objetivos
A organização deve estabelecer e manter documentado os objetivos de Segurança e 
Saúde Ocupacional, para cada função em nível relevante da organização. Estes devem 
ser quantificados sempre que praticável.
88
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
Durante o estabelecendo e a análise crítica dos objetivos, uma organização deve 
considerar a legislação e outros requisitos, seus perigos e riscos de SSO, suas opções 
tecnológicas, suas finanças, requisitos operacionais e de negócios, e a visão das partes 
interessadas. Os objetivos devem ser consistentes com a política de SSO, incluindo o 
comprometimento com a melhoria contínua.
Programa(s) de gestão de SSO
A organização deve estabelecer e manter (um) programa(s) de gestão de SSO para 
alcançar seus objetivos. Este deve incluir documentação com:
 » A designação das responsabilidades e autoridades para o alcance dos 
objetivos em funções e níveis relevantes da organização; 
 » Os meios e prazos pelo qual tais objetivos sejam alcançados.
O programa(s) de gestão de SSO deve(m) ser analisado(s) criticamente em intervalos 
regulares e planejados. Onde necessário, o(s) programa(s) de gestão de SSO deve(m) 
ser revisados para atender mudanças nas atividades, produtos, serviços, ou condições 
operacionais da organização.
Implementação e operação (item 4.4)
Outro item importante da OHSAS, sobre sua implementação e operação, é ilustrado a 
seguir:
Figura 12. Política de Segurança e Saúde Ocupacional.
Fonte: <http://pt.slideshare.net/FelipeCrisstomo/ohsas-18002-diretrizes>. Acesso em: 19/10/2016.
Os subitens contemplados estão descritos a seguir.
89
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
Estrutura e responsabilidade
As funções, responsabilidades e autoridades do pessoal que gerencia, desempenha e 
verifica atividades que têm efeito sobre os riscos de SSO das atividades, instalações 
e processos da organização devem ser definidas, documentadas e comunicadas, a 
fim de facilitar a gestão da Segurança e Saúde Ocupacional. Segundo a norma, a 
responsabilidade da SSO é da alta administração.
Treinamento, conscientização e competência
A competência deve ser definida em termos de educação apropriada, treinamento e/ou 
experiência.
Consulta e comunicação
A organização deve ter procedimentos para assegurar que as informações pertinentes de 
SSO são comunicadas para e a partir dos funcionários e de outras partes interessadas, 
sendo que essas comunicações devem ser documentadas e informadas aos interessados.Documentação
A organização deve estabelecer e manter informação, em um meio adequado como 
papel ou formulário eletrônico, que:
 » Descreva os elementos mais importantes do sistema de gestão e suas 
interações; 
 » Forneça orientação sobre a documentação relacionada.
Controle de documentos e dados
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para controlar todos os 
documentos e dados requeridos por esta especificação da OHSAS para assegurar que:
a. eles possam ser localizados;
b. eles sejam periodicamente analisados criticamente, revisados quando 
necessário e aprovados quando adequados, por pessoal autorizado;
c. versões atuais de documentos e dados relevantes estejam disponíveis em 
todos os locais onde sejam essenciais para o efetivo funcionamento do 
sistema de SSO;
90
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
d. documentos e dados obsoletos sejam prontamente removidos de todos os 
pontos de emissão e uso ou, de outra forma, garantidos contra o uso não 
intencional;
e. o arquivo de documentos e dados retidos por motivos legais ou de 
preservação do conhecimento adquirido ou ambos, sejam devidamente 
identificados.
Controle operacional
A organização deve identificar aquelas operações e atividades associadas aos riscos 
identificados, em que as medidas de controle necessitam ser aplicadas. A organização 
deve planejar tais atividades, inclusive manutenção, de forma a assegurar que sejam 
executadas sob condições específicas.
Preparação e atendimento a emergências
A organização deve estabelecer e manter planos e procedimentos para identificar o 
potencial e atender a incidentes e situações de emergência, bem como para prevenir e 
reduzir as possíveis doenças e lesões que possam estar associadas a eles. A organização 
deve testar periodicamente esses procedimentos.
Deve-se realizar verificação e ação corretiva, conforme determina o item 4.5, a partir 
dos procedimentos a seguir:
Monitoramento e medição do desempenho
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para periodicamente monitorar 
e medir o desempenho de SSO. Estes procedimentos devem fornecer: 
 » Medidas qualitativas e quantitativas apropriadas às necessidades da 
organização.
 » Monitoramento do grau de atendimento dos objetivos de SSO da 
organização.
 » Medidas proativas do desempenho que monitorem a conformidade 
com os programas de gestão de SSO, critérios operacionais, legislação 
aplicável e regulamentos aplicáveis.
91
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
 » Medidas reativas do desempenho para monitorar acidentes, doenças, 
incidentes (incluindo quase-acidentes) e outras evidências históricas de 
deficiências no desempenho de SSO.
 » Registro de dados e resultados do monitoramento e medição suficientes 
para facilitar a posterior análise das ações corretivas e preventivas.
Se for requerido equipamento para monitoramento e medição de desempenho, a 
organização deve estabelecer e manter procedimentos para a calibração e manutenção 
de tal equipamento. Registros das atividades de calibração e manutenção e os resultados 
devem ser mantidos.
Acidentes, incidentes, não conformidades e ações 
preventivas e corretivas
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para definir responsabilidade 
e autoridade para:
a. tratar e investigar acidentes, incidentes e não-conformidades;
b. tomar ações para mitigar quaisquer consequências originadas de 
acidentes, incidentes ou não conformidades;
c. iniciar e concluir a ações preventivas e corretivas;
d. confirmar a eficácia das ações preventivas e corretivas tomadas.
Estes procedimentos devem requerer que toda ação preventiva e corretiva proposta 
seja analisada criticamente durante o processo de avaliação de riscos antes de sua 
implementação.
Registros e gestão de registros
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para identificação, manutenção 
e disposição dos registros de SSO, bem como dos resultados de auditorias e análises 
críticas.
Os registros de SSO devem ser legíveis, identificáveis e rastreáveis as atividades 
envolvidas. Os registros de SSO devem ser arquivados e mantidos de maneira que 
possam ser rapidamente recuperados e sejam protegidos contra danos, deterioração ou 
perda. O tempo de retenção deve ser estabelecido e registrado.
92
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
Registros devem ser mantidos, de acordo com a necessidade do sistema e da organização, 
para demonstrar conformidade com esta especificação da OHSAS.
Auditoria
A organização deve estabelecer e manter um programa de auditorias e procedimentos 
para a execução de auditorias periódicas do sistema de gestão de SSO, a fim de 
determinar se o sistema de gestão de SSO:
a. Está conforme com as disposições planejadas para a gestão de SSO, 
incluindo os requisitos desta especificação da OHSAS.
b. Está sendo devidamente implementado e mantido.
c. É eficiente no atendimento à política e aos objetivos da organização.
Além disso, deve analisar criticamente os resultados das auditorias anteriores e fornecer 
informação sobre os resultados das auditorias para a administração.
Análise crítica pela administração
A alta administração da organização, em intervalos por ela pré-determinados, deve 
analisar criticamente o Sistema de Gestão da SSO, devendo abordar a eventual 
necessidade de alterações na política, nos objetivos e outros elementos do Sistema de 
Gestão da SSO, à luz dos resultados de auditorias do mencionado Sistema, da mudança 
das circunstâncias e do comprometimento com a melhoria contínua. Lembrando que 
essa análise deve ser documentada.
Sistemas de Gestão Integrada (SGI)
O Sistema de Gestão Integrada é um conjunto de processos, procedimentos e práticas 
que a organização escolhe implementar buscando o aumento da eficiência por meio 
da melhoria da qualidade, redução dos riscos ao meio ambiente e à saúde e segurança 
dos colaboradores envolvidos com a organização, além do uso eficiente dos recursos 
naturais. Essas ações têm uma aceitação por parte do público em geral, agregando valor 
à organização diante de seus clientes e colaboradores.
A adoção do SGI numa organização tem como objetivo, dessa forma, além da diminuição 
dos acidentes, impactos ambientais e redução dos custos, aumentar o valor dos 
produtos ou serviços oferecidos, o sucesso no segmento de mercado ocupado, por meio 
da melhoria contínua dos resultados operacionais, a satisfação dos funcionários com a 
93
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
organização e da própria sociedade com a contribuição social da empresa e o respeito 
ao meio ambiente (MORAES et al., 2013).
Essas preocupações normalmente são colocadas em segundo plano pelas organizações, 
em detrimento às questões econômicas. Entretanto, o cenário atual de competitividade 
e dinamismo faz com que seja necessário planejar o desenvolvimento destas 
organizações baseado nos princípios de saúde, segurança, qualidade e meio ambiente 
e, por isso, elas estão procurando inserir as temáticas no seu planejamento estratégico 
(MORAES et al., 2013). 
Essas demandas podem ter importância estratégica para a organização, criando 
preferências ou barreiras mercadológicas que fazem com que quem não está inserido e 
qualificado diante desses fatores, como saúde, segurança, qualidade e meio ambiente, 
tenha dificuldades de negociação ou venda, por exemplo.
O estabelecimento de um SGI para uma organização começa pelo comprometimento 
da alta direção em entender que este processo será benéfico, mas que, para isso, a 
organização terá trabalho e custos os quais, posteriormente, serão compensados com 
a melhoria contínua. A busca pela melhoria contínua é trilhada no estabelecimento 
de indicadorespara a qualidade, para o meio ambiente e para a saúde e segurança do 
trabalhador.
Atualmente, não há uma certificação específica para SGI e, por isso, as certificações 
citadas anteriormente, ISOs 9001, 14001 e OHSAS 18001 são os sistemas de gestão 
alicerces do SGI, trabalhando de forma integrada para a implantação na organização. 
Com a publicação das normas citadas, a adoção do SGI se tornou mais fácil, uma vez 
que essas normas foram feitas para serem usadas de forma conjunta.
Os Sistemas Integrados de Gestão (SIGs, ou Sistemas de Gestão Integrada), como são 
chamados, visam à integração dos processos de Qualidade com os de Gestão Ambiental 
e/ou de Segurança e Saúde no Trabalho, dependendo da atividade fim da organização. 
Isso gera também um ganho econômico, visto que a manutenção de 3 sistemas 
separados (qualidade, meio ambiente e SST) gera um custo muito maior do que um 
SIG, independente do tamanho da empresa. 
Além disso, não faz muito sentido ter procedimentos similares para os processos de 
planejamento, treinamento, controle de documentos e dados, aquisição, auditorias 
internas, análise crítica etc., tanto para qualidade, meio ambiente e/ou SST. Estabelecer 
metas de produtividade faz com que as organizações maximizem sua eficiência.
94
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
Quais são os principais benefícios do sistema de gestão integrado (MORAES et al., 
2013)?
 » Melhoria de qualidade e aumento da produtividade em produtos e 
serviços.
 » Otimização dos processos de trabalho e, consequentemente, a economia 
de tempo e custos.
 » Transparência dos processos internos e diminuição da burocracia interna 
com a gestão de documentos.
 » Fortalecimento da imagem da empresa ante os clientes e colaboradores e 
aumento na participação no mercado.
 » Melhoria do relacionamento com todas as partes interessadas (clientes, 
colaboradores, fornecedores, sociedade, meio ambiente e acionistas)
Diminuição de custos com prevenção de acidentes, uso eficiente de 
recursos naturais e gestão de qualidade.
 » Benefícios ambientais com a economia e uso eficiente dos recursos 
naturais.
 » Redução dos custos de seguros, com a prevenção de acidentes e melhorias 
em segurança do trabalho.
Há muitos outros benefícios secundários da adoção e implementação do SGI por parte 
das organizações. A melhoria do know-how no mercado em que está inserido e a 
agregação de valores ao que se é produzido, sem dúvida, são benefícios importantes para 
que a organização tenha nessa prática um ganho econômico, além de socioambiental e 
de qualidade. 
O controle sobre a utilização das matérias-primas e insumos, bem como a definição dos 
reais objetivos e metas, ajuda a otimizar os processos e trazer reduções significativas no 
desperdício, por exemplo, de resíduos sólidos, de água, efluentes, emissões atmosféricas, 
entre outros casos. A diminuição de custos com saúde, com a redução da frequência e 
gravidade de acidentes ocorridos é, além de importante para a integridade de todos os 
colaboradores, fundamental para a organização. 
Há a questão mercadológica que, para muitos, é essencial para a efetividade do SGI. 
Com a implementação, as possibilidades de aumento de relações comerciais com novos 
clientes, locais ou regionais, aumentam consideravelmente, além do valor agregado em 
95
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
produtos e serviços prestados. O marketing positivo é o reflexo da imagem de empresa 
comprometida com ideais que vão além do que se produz. 
Além desses, vale lembrar que, ao implementar um SIG, as empresas estarão atendendo 
também às Legislações Ambientais e às Normas Regulamentadoras de Segurança e 
Medicina do Trabalho vigentes. 
Auditorias de Sistemas de Gestão Integrada de 
Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente 
(SGI)
O propósito das Auditorias difere um pouco quando tratamos cada uma das normas no 
que se refere a quem pode e deve auditar, o ideal é que a equipe auditora seja formada 
por 1 auditor de Sistema e Gestão da Qualidade, 1 de Segurança e Saúde Ocupacional, 
e 1 de Sistema de Gestão Ambiental, e contínua e sistematicamente, monitorar a 
efetividade do sistema de Gerenciamento da Qualidade.
Isto inclui Auditorias que cobrem todos os elementos do sistema e todas as áreas 
funcionais, as quais devem, no mínimo, serem auditadas uma vez ao ano. Porém, a 
recomendação é que isto ocorra, pelo menos, duas vezes ao ano.
Quando o Sistema de Gestão Integrada da organização estiver maduro (o que leva de 2 a 
5 anos) projetos, produtos e processos poderão ser incluídos nos processos de Auditorias 
Internas Contínuas. A auditoria é uma forma compreensiva para prover feedback, 
pontual e valioso aos Gerentes em relação a todo o Sistema de Gestão Integrado.
Os resultados da auditoria podem ser usados como áreas alvos para ações de melhoria 
e subsequentemente, facilitar os planos de melhoria contínua.
As auditorias internas podem ser divididas em:
 » Sistema – auditando a efetividade do sistema de gerenciamento.
 » Processo – auditando processos (produção ou serviço, preenchimento de 
ordem, atendimento ao cliente etc.).
 » Produto – auditando produtos (ou serviços) contra especificações.
 » Projeto – auditando projetos quanto a sua inteira perfeição.
96
UNIDADE III │ CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO
As razões para a realização de auditorias incluem:
 » Verificação da conformidade do Sistema em relação aos requisitos das 
normas de referência.
 » Crescimento de reclamações oriundas de uma área específica.
 » O fato de estar especificada em contrato com clientes.
 » Verificação da eficácia das ações corretivas e preventivas implementadas.
Sobre ações corretivas e preventivas
O propósito de uma ação preventiva sistêmica e eficaz é de assegurar que a causa ou 
as causas de uma não conformidade potencial (falha e ou defeito de Sistema ou de 
produto/serviço), em relação ao SGQ, de um impacto ambiental negativo em relação 
ao SGA e de um acidente em relação ao SGSSO, está(ão) identificada(s), analisada(s) 
e resolvida(s) visando prevenir a ocorrência desse problema. O que se espera de 
um Sistema de Gestão Integrada é que, à medida que ele amadureça, o número de 
ações corretivas tenham uma tendência de queda, enquanto que o número de ações 
preventivas, terá uma tendência de crescimento.
A sucessão de ações corretivas e preventivas possibilita para a organização a identificação 
de tendências que podem encaminhar ao rastreamento de problemas, aspectos e perigos 
em desenvolvimento de processos ou em produtos.
Análise crítica pela direção
Tem como propósito avaliar, periodicamente, o status do Sistema de Gestão Integrada 
implementado, quanto a sua eficiência e eficácia.
A Análise Crítica pela Direção inclui foco nas Auditorias Internas e Auditorias Externas. 
Além disso, deve levar em consideração: 
 » O número e tipo de reclamações de clientes. 
 » Número de ações corretivas e preventivas. 
 » Não conformidades, aspectos/impactos e perigos/riscos causados pelos 
fornecedores, bem como a performance destes; provisão de recursos 
relativos a iniciativas em prol da Qualidade, Meio Ambiente e SSO.
97
CONCEITOS BÁSICOS: PROCESSOS, INDICADORES, GESTÃO │ UNIDADE III
 » Adequação e análise de planos, bem como dos objetivos traçados em 
relação às metas definidas (seu atingimento ou não); ações oriundas 
da última reunião de análise crítica e o desenvolvimento de ações para 
melhoria.
Concluindo, fica claro que a integração dos elementos auditoria, ações corretivas e 
preventivas e análise crítica pela alta direção compõem a base para a melhoria contínua 
de um SGI de qualquer que seja a organização.
No fundo, esta é a razão pela qual, a cada auditoria para manutençãode um Sistema de 
Gestão Integrada Certificado, estes elementos são verificados.
Por meio da auditoria destes quatro elementos, os auditores estarão avaliando se o 
Gerenciamento do Sistema de Gestão Integrada é efetivo e constantemente monitorado, 
avaliado e melhorado pela organização por meio de sua alta direção.
98
UNIDADE IV
ABNT NBR ISO 50001 – 
SISTEMAS DE GESTÃO DA 
ENERGIA – REQUISITOS 
COM ORIENTAÇÕES 
PARA USO
As mudanças climáticas foram um fator relevante para se pensar no uso mais racional 
da energia, adequando o uso ao meio ambiente. As variações do preço da produção de 
energia, a dependência internacional de petróleo, as questões ambientais relacionadas 
à energia, como as mudanças climáticas, as energias renováveis e não renováveis são 
muitos dos tópicos relacionados ao tema em todos os setores da sociedade. Este recurso 
precisa, portanto, ser bem administrado em todos os seus estágios, ou seja, na geração, 
transporte/transmissão, distribuição e consumo. A forma como irão tratá-lo é de 
importância crucial, determinante para a sobrevivência das organizações e a economia 
dos países (PINTO, 2014).
Por tudo isso, é possível afirmar que a eficiência energética pode ser um fator de 
reorientação da economia mundial. 
A melhoria da eficiência energética pode levar a uma redução de bilhões de dólares, 
somente na economia de combustível, confirmando não só a importância ambiental 
quanto econômica da questão. Por isso, a eficiência energética é vista como um grande 
paradigma para a resolução de questões como a harmonização da Economia, do Meio 
Ambiente aliado à segurança no abastecimento e qualidade no serviço (SOARES, 2015). 
Neste contexto, a isso, International Organization for Standardization, publicou em 2011 
a norma “ISO 50001 – Energy Management Systems – Requirements with guidance for 
use”, que no Brasil teve como tradução a “ABNT NBR ISO 50001 – Sistemas de Gestão 
da Energia – Requisitos com orientações para uso”, publicada em 7 de julho de 2011.
Os principais objetivos da criação da norma foram, além de permitir o estabelecimento 
de sistemas e processos para a melhoria do desempenho energético nas organizações, 
ser integrada a outros sistemas de gestão (por exemplo, a ISO 9001), além de ser 
aplicável a todos os tipos de organização.
99
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
A norma foi baseada em uma série de documentos internacionais. Até 2007, por 
exemplo, somente países como Dinamarca, Suécia, Irlanda e Estados Unidos tinham 
normas nacionais para gestão de energia. Nesse período, países como China e Holanda 
também desenvolviam normas próprias, além do Comitê Europeu para a Normalização 
(CEN) e o Comitê Europeu para a Normalização Eletrotécnica (Cenelec) que chegaram 
a formar um grupo de trabalho para desenvolver uma norma comum para a União 
Europeia. 
Espanha, Tailândia e Coreia do Sul terminaram suas normas em 2008, quanto Brasil e 
África do Sul começaram o processo de desenvolvimento de alguma norma (CUNHA, 
2010). 
100
CAPÍTULO 1
ABNT NBR ISO 50001– requisitos com 
orientações para uso
A ISO 50001 foi publicada em 2011, mas as discussões sobre o tema para a 
criação dela começaram muito antes disso. Veja um breve histórico do processo 
de criação da norma (CARVALHO, 2016): 
 » 2005: início das discussões sobre gestão da energia em diversos países.
 » 2006: engajamento da comunidade internacional nas discussões 
sobre o tema.
 » 2007: reunião da UNIDO – United Nations Industrial Development 
Organisation – determinando a necessidade de uma norma 
internacional.
 » 2008: primeira reunião em Washington DC – início ISO 50001 e 
elaboração WD (work draft).
 » 2009: reuniões no Rio de Janeiro e Londres – análise das sugestões e 
aprovação nível DIS (draft of international std).
 » 2010: reunião em Pequin, para a construção do texto final (final draft 
of international standard).
 » 2011: publicação ISO 50001 e ABNT NBR ISO 50001.
Histórico
Para compreender o conceito de gerenciamento de energia e de medidas para o uso 
eficiente deste recurso, é importante resgatarmos alguns passos relevantes na história 
em relação à exploração de energia.
Há mais de um século, quando a eletricidade começou a ser empregada, tanto para 
a iluminação quanto para o uso na indústria, as fontes de energia utilizadas eram 
abundantes e utilizadas sem muito cuidado. Era utilizado principalmente carvão 
vegetal, mas outras fontes surgiram, como combustíveis fósseis e o uso da água como 
potencial energético. Nesse período, no início do desenvolvimento tecnológico do setor 
101
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
e a popularização dele, não se preocupava com algum controle de uso, apenas com a 
expansão de sua exploração e fornecimento a toda a sociedade. 
As empresas que exploravam a energia estimularam fortemente o seu uso, como uma 
forma de expandir os negócios, seus clientes e, claro, seu lucro. Investia-se muito para 
obter retornos financeiros no período mais curto possível. 
Claro, a energia elétrica foi uma revolução! Permitiu um desenvolvimento como nunca 
visto, além de acelerar a produção industrial, aproximou mais as pessoas – pelos dos 
meios de transporte – ampliou infraestrutura e melhorou completamente a qualidade 
de vida da população. Mudou o comportamento de toda a sociedade mundial, 
especialmente nas ocidentais. 
Figura 13. A Revolução Industrial trouxe energia elétrica e muitas mudanças no mundo.
Fonte: <https://wattsupwiththat.files.wordpress.com/2016/08/smokestacks-of-industrial-revolution.jpg>. Acesso em: 19/10/2016.
Com isso, a vida se tornou mais fácil e ninguém mais abriria mão desse consumo 
energético intenso. O aumento da produção de energia, no entanto, não conseguiu 
crescer o suficiente para acompanhar o crescimento populacional e industrial por 
completo e o consumo seguro de energia ficou ameaçado. Um dos maiores problemas 
foi o aumento dos preços, que limitou o consumo a algumas pessoas. 
Segundo Cunha (2011), “em pouco mais de um século, o mundo viu a ascensão e a crise 
do nosso modelo elétrico, baseado em fontes energéticas não renováveis e, portanto, 
limitadas”. 
102
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
Desde muito tempo, portanto, somos ameaçados por crises de energia (como na 
Argentina e outros países da América e da África, por exemplo), por racionamentos 
(como em 2001 no Brasil). 
Agência Reuters – segunda-feira, 17 de agosto de 2009.
(Reportagem de Wendell Roelf )
Não haverá cortes de energia durante a Copa, diz África do Sul.
CIDADE DO CABO (Reuters) - O risco de blecautes durante a Copa do Mundo 
de 2010 está afastado porque a crise econômica mundial reduziu o consumo 
na África do Sul, disse a ministra da Energia do país, Dipuo Peters, nesta 
segunda-feira.
A economia mais forte do continente está racionando energia desde janeiro do 
ano passado, quando a rede elétrica do país quase entrou em colapso, forçando 
minas e fundições vitais para a economia a fechar as portas por dias.
Um programa para aumentar a capacidade de produção levará anos para ser 
finalizado e havia o temor de que a falta de energia pudesse afetar a Copa do 
Mundo, em junho e julho de 2010, quando são esperados 450 mil fãs e turistas.
Mas Peters disse, em resposta por escrito ao Parlamento: “A turbulência na 
economia mundial deu um alívio extra pelo fato de o consumo de eletricidade 
ter se reduzido na África do Sul em relação ao ano anterior”.
“O resultado é que temos margem de reserva suficiente para toda a Copa do 
Mundo de 2010,” disse ela,sem dar detalhes.
Peters acrescentou que várias medidas de precaução foram adotadas para 
garantir que o problema não afete a Copa do Mundo [...].
A empresa de energia da África do Sul, a Eskom, tem planos de investir 385 
bilhões de rands (47,15 bilhões de dólares) nos próximos cinco anos para elevar 
a capacidade do país.
Fonte: <http://br.reuters.com/article/idBRSPE57G0C520090817>. Acesso em: 19/10/2016.
Sem a combinação de planejamento, monitoramento de consumo e consciência de uso, 
a utilização de energia elétrica fica à mercê desses riscos. Por isso, as crises de energia, 
somado à preocupação ambiental e ao desenvolvimento sustentável, contribuíram 
103
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
para o desenvolvimento e aceleração da adoção de ações de gerenciamento de energia, 
especialmente para empresas e indústrias, no qual se enquadra essa norma ISO 50001. 
Somado a isso, os países ocidentais sempre basearam suas economias em combustíveis 
fósseis não renováveis e limitados, especialmente o petróleo. A disputa por petróleo 
movimenta disputas políticas e de conflitos em todo o mundo até hoje. 
Para se ter ideia, desde 1951, o mundo vinha sofrendo com a dependência do petróleo que 
pertencia – e ainda pertence – a um grupo restrito de países. Neste ano, foi registrada a 
primeira e expressiva crise relacionada ao combustível, com a nacionalização dos poços 
iranianos pertencentes A uma empresa privada. Muitas crises surgiram até o chamada 
Primeiro Grande Choque do Petróleo, em 1973. 
Somente após o evento é que ações práticas começassem a ser tomadas, no sentido de 
gerenciar energia e mobilizar empresas relacionadas ao setor, desmistificando o fato 
pensado anteriormente da energia ser inesgotável. A ideia de conservação da energia 
surgiu nesse período.
No Brasil
Nesse período, o Brasil foi diretamente afetado economicamente, sofrendo impactos da 
elevação no preço da energia e da dependência que sofria “na época da crise, 80% do 
óleo bruto consumido no Brasil era importado” (CUNHA, 2011).
Houve a criação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool) a fim de estimular 
uma mudança na matriz energética nacional a partir da produção de etanol vindo 
da cana-de-açúcar. O período marca também a construção da Usina Hidrelétrica de 
Itaipu, introduzindo de vez a energia hidrelétrica – hoje a nossa principal fonte da 
matriz de energia.
A indústria também se adaptava para diminuir os altos custos com energia. Segundo 
Cunha (2011), ainda na década de 1980, a General Motors do Brasil passou a monitorar 
os dados do consumo de energia elétrica em suas fábricas, ação inovadora no período. 
Mas as iniciativas eram pontuais, normalmente feitas por grandes empresas com 
grandes consumos de energia. 
Por parte do governo, ainda não havia iniciativas significativas até 1985, quando os 
ministérios de Minas e Energia e da Indústria e Comércio criaram o Programa Nacional 
de Conservação de Energia Elétrica (Procel), ampliado em 1991 para abranger todas 
as empresas do setor elétrico, que deveriam destinar 1% de sua receita em ações de 
conservação de energia. O programa objetiva promover a racionalização tanto da 
104
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
produção quanto do consumo de energia, para evitar desperdícios e reduzir custos 
com isso. 
Entre 1985 e 2007, por exemplo, foram economizados 28,5 milhões de MWh no país, o 
que seria equivalente ao consumo de 16,3 milhões de residências, no custo aproximado 
de R$ 19,9 bilhões (CUNHA, 2011).
Sem dúvida, o apagão sofrido em 2001, provocado por um déficit de geração de energia, 
foi um divisor de águas na gestão de energia. Tanto a consciência do consumidor 
quanto as ações de governo e empresas mudaram. Houve racionamento, com multas 
para quem consumisse mais do que a meta de redução de consumo e diversas ações 
de eficiência energética adotadas pela iniciativa privada especialmente contribuíram 
para o aumento da conscientização sobre o uso de energia, e o governo, por meio da 
ANEEL, passou a investir em resoluções e normas para contribuir com essa mudança 
no paradigma da energia.
Crises brasileiras de energia elétrica (CUNHA, 2010)
O setor elétrico brasileiro demorou cerca de 50 anos depois que começou a ser 
formado para ser regulamentado – as primeiras regras são da década de 1930 
–, mas até que ele fosse reestruturado, na última década, ele passou por muitos 
problemas e viu o país viver muitas crises de abastecimento de energia antes da 
mais famosa de 2001, quando houve o racionamento de energia e a população 
sofria o medo do apagão elétrico. 
Antes disso, as principais crises energéticas nacionais foram:
 » 1985: crise na região Sul, devido à estiagem de chuva (reservatórios 
com índices de armazenamento inferiores a 40%).
 » 1986: racionamento no 1o trimestre de 1986, na região sul. Duração 
de três meses e meta de redução inicial de 20% no consumo. Houve 
extensão do horário de verão por mais 30 dias.
 » 1986: região sudeste sofreu grande risco de um racionamento de 
energia elétrica, com implantação de horário de verão em todo 
território nacional (de 2 de novembro de 1985 a 28 de fevereiro de 
1986) e investimentos em termelétricas.
 » 1987: região nordeste, sul do Pará e norte de Goiás (hoje Estado do 
Tocantins) enfrentaram período de racionamento de energia devido ao 
baixo volume de água nos mananciais hídricos. Houve racionamento 
105
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
de março de 1987 a janeiro de 1988, com meta de redução inicial de 
15% no consumo de energia.
 » 2001: o racionamento foi provocado pelo déficit de geração de energia 
em comparação ao consumo, provocando um apagão em todo o país 
e a rediscussão sobre o setor elétrico, com reformulações a partir de 
então. 
No Brasil, o órgão federal do governo que regula e administra o setor de energia 
elétrica é a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.
Há diversos materiais de estudo, como balanços energéticos, mapas, notícias 
sobre leilões de energia, entre outros assuntos. Acesse e confira: <http://www.
aneel.gov.br/>.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT coordenou a redação da Norma. 
Fundada em 1940, é uma entidade privada, sem fins lucrativos, de utilidade pública, 
membro fundador da ISO, da Comissão Pan-americana de Normas Técnicas (COPANT), 
Associação de Normalização do MERCOSUL (AMN) e da Comissão Internacional de 
Eletrotécnica (IEC). A entidade é responsável pela gestão do processo de elaboração 
de todas as Normas Brasileiras (voluntárias e baseadas em consenso). (PINTO, 2014).
A ISO 50001 fornece uma base para as organizações implementarem um sistema 
eficaz de gestão de energia para atingir um melhor desempenho energético e comprar 
produtos e serviços que também sejam energeticamente eficientes.
Nesse sentido, é preciso entender o que vem a ser Eficiência Energética para a norma. 
Ela entende o termo como uma relação quantitativa entre um desempenho, serviço bem 
ou energia e um consumo de energia, ou seja, a relação de energia necessária e energia 
utilizada, ou a relação entre o resultado e a energia consumida. É na relação entre o 
que se produz e o que gastamos para produzir que a questão da eficiência energética 
aparece. 
A ISO 50001 também apresenta uma definição de Energia como eletricidade, 
combustíveis, vapor, calor, ar comprimido e outras formas análogas. Ressalta ainda 
que energia refere-se às suas diversas formas, incluindo renováveis, que podem ser 
compradas, armazenadas, processadas, utilizadas em equipamentos ou em um processo, 
ou recuperadas, além dacapacidade de um sistema de produzir atividade externa ou 
realizar trabalho.
106
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
Pode-se afirmar que “grande parte da eficiência energética conseguida nas organizações 
é obtida através da alteração dos processos de gestão da energia e não através da 
instalação de novas tecnologias” (SOARES, 2015).
Cabe salientar que não há modelos ou fórmulas para que as organizações se tornem 
mais eficientes energeticamente e nem para que um Sistema de Gestão de Energia se 
torne eficaz. Isso depende da eficácia e da dedicação de implantação do sistema por 
parte da organização.
O que diz a ISO 50001?
A ABNT NBR ISO 50001:2011 especifica os requisitos para que as organizações 
estabeleçam, implementem, mantenham e melhorem o sistema de gestão da energia, 
o que possibilita às organizações realizar uma abordagem sistemática a fim de atingir 
a melhoria contínua do desempenho e eficiência energéticos, além de conservação da 
energia.
A ISO auxilia também em questões burocráticas como documentações e relatórios, 
além da prática de projetos e aquisição de energia para desde equipamentos até o uso 
pessoal. Por isso, sua implementação acaba levando à redução de gastos com energia, 
mas também à diminuição de emissões de gases de efeito estufa, o que dá o caráter 
também ambiental à prática de economia de energia.
A ISO 50001 pode ser aplicada a todos os tipos e portes de organizações, 
independente das condições geográficas, culturais e sociais e independentemente 
dos tipos de energia utilizados.
Segundo a própria Norma, sua implementação, para ser bem-sucedida, dependerá 
do compromisso de todos os níveis e funções da organização, especialmente da alta 
direção. 
Basicamente, os requisitos gerais da ISO 50001 estabelecem (HUANG, 2011):
 » Compromisso com a melhoria contínua da eficiência energética.
 » Nomeação de uma pessoa qualificada para a gestão da energia.
 » Desenvolvimento de um plano de gestão da energia, uma vez que, se a 
gestão de energia não fizer parte da cultura organizacional da organização, 
as melhorias não conseguem ser implementadas.
107
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
 » Avaliação dos maiores usos de energia na organização para desenvolver 
uma linha de base do uso da energia e estabelecer metas para melhoria.
 » Seleção de indicadores de desempenho energético a fim de moldar o 
desenvolvimento e a implementação do plano de ação.
 » Treinamento de funcionários para melhorar o desempenho energético 
nas práticas do dia a dia.
Seguindo a NBR ISO 50001, vamos apresentar os requisitos gerais do sistema de gestão 
da energia, contida no item 4. Segundo o Item 4.1: 
“A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e melhorar um 
SGE (Sistema de Gestão de Energia), bem como definir o seu escopo”. No item c, está 
descrito que cabe à organização determinar como serão cumpridos os requisitos da ISO 
50001 “visando a melhoria contínua de desempenho energético e do SGE”.
O item 4.2 aborda a responsabilidade da direção da organização, afirmando no item 4.2.1 
que “a alta direção deve demonstrar seu comprometimento em apoiar o SGE e melhorar 
continuamente sua efetividade”. Para isso, determina que haja um representante e 
uma equipe de gestão de energia formada, bem como a comunicação organizacional da 
importância desse trabalho.
Outra questão importante abordada está no item c (4.2.1), que estabelece o 
“provisionamento de recursos para estabelecer, implementar, manter e melhorar o SGE 
e o desempenho energético resultante”, entendendo o termo recurso como humano, 
financeiro, tecnológico etc.
O item 4.3 aborda a Política Energética. Ela deve, segundo a ISO 50001, “declarar o 
comprometimento da organização para atingir a melhoria do desempenho energético”. 
Cabe à alta direção garantir que essa política seja apropriada à natureza e escala do 
uso e consumo de energia, incluindo o comprometimento em melhorias contínuas 
do desempenho energético, em fornecimento de estrutura para estabelecer e revisar 
objetivos e metas energéticas, apoio para aquisição de produtos energeticamente 
eficientes, assim como de serviços e projetos.
Além de documentada e comunicada em todos os níveis da organização, essa Política 
Energética deve ser revisada e atualizada sempre que necessário. 
O item 4.4 aborda o Planejamento energético da organização. Este deve estar de acordo 
com a política energética e “deve levar a atividades que melhorem continuamente 
o desempenho energético”, revendo as atividades que possam comprometer esse 
desempenho.
108
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
Na Norma, é representado, no anexo A.4.1, um diagrama conceitual para a compreensão 
desse processo, mas sem detalhes sobre uma organização específica; portanto, podem 
haver outros detalhes específicos da organização ou circunstâncias particulares.
Figura 14. Diagrama conceitual de processo de planejamento energético.
 
Entradas de 
Planejamento 
Revisão 
Energética 
Saídas de 
Planejamento 
Uso de energia 
Passado e presente 
- Variáveis relevantes 
que afetam o uso 
significativo de energia 
- Desempenho 
A. Analisar o uso e 
consumo de energia 
B. Identificar as 
áreas de uso 
significativo de 
energia e consumo 
C. Identificar 
oportunidades para 
melhorar de 
desempenho 
energético 
- Linha de Base Energética 
- IDE´s 
- Objetivos 
- Metas 
- Planos de Ação 
Fonte: NBR ISO 50001:2011.
O item aborda os Requisitos Legais (item 4.4.2) relacionados ao uso e consumo de 
energia e eficiência energética nas quais a organização deve identificar, implementar e 
revisar periodicamente. 
No anexo A.4.2 da Norma, esses requisitos são definidos como aqueles internacionais, 
nacionais, regionais e locais que são relacionados à energia, como leis, regulamentações 
de conservação de energia etc., que se aplicam ao escopo de um SGE.
Um dos itens mais importantes da ISO 50001 é o 4.4.3 sobre Revisão energética. Para 
realizá-la, a organização deve: 
a. Analisar uso e consumo de energia com base em medições e outros dados: 
 › identificar fontes de energia atuais; 
 › avaliar o uso e consumo de energia atual e passado.
b. Com base no uso e consumo de energia, identificar as áreas de uso 
significativo de energia: 
 › identificar instalações, equipamentos, sistemas, processos e pessoal 
trabalhando para a organização ou em seu nome que afetam 
significativamente o uso e consumo de energia; 
109
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
 › determinar o desempenho energético atual de instalações, equipamentos, 
sistemas e processos relacionados aos usos significativos de energia 
identificados; 
 › Estimar o uso e consumo de energia futuros.
c. Identificar, priorizar e registrar oportunidades de melhoria de 
desempenho energético (NBR ISO 50001:2011).
As oportunidades que são citadas podem estar relacionadas ao uso de energia renovável 
ou outras fontes alternativas de energia. 
A revisão energética deve ser sempre atualizada.
Segundo Pinto (2014), o termo revisão energética não é usual na língua portuguesa e 
talvez no Brasil as atividades que a descrevem (revisão) seriam mais apropriadas se 
chamadas de auditoria energética.
Outra questão importante abordada pela ISO 50001 é a identificação de Indicadores de 
Desempenho Energético (IDE) por parte da organização, que sejam apropriados para 
o monitoramento e medição desse desempenho energético. No Anexo A.4.5 da mesma 
norma, são citados como exemplos de IDE o consumo deenergia por tempo; consumo 
de energia por unidade de produção e modelos multivariáveis.
O item 4.4.6 aborda os objetivos, as metas e os planos de ação para gestão da energia. 
Segundo a norma, a organização deve “estabelecer, implementar e manter documentados 
os objetivos e metas energéticas nas funções, níveis, processos ou instalações relevantes 
da organização”. Quando estabelecer essas metas, deve considerar os requisitos legais, 
os usos de energia e as oportunidades de melhoria do desempenho, além da condição 
financeira, operacional, comercial e das opções tecnológicas. 
Os planos de ação devem incluir: atribuição de responsabilidade; meios e cronogramas 
de metas atingidas; declaração do método pelo qual uma melhoria de desempenho 
energético será verificada e a verificação dos resultados. 
No anexo A.4.6 da norma há, como exemplo, um plano de ação para atingir um aumento 
de conscientização de empregados e contratados para comportamentos em gestão da 
energia.
A Implementação e Operação do SGE deve ser pautado nas seguintes premissas:
 » Competência, treinamento e conscientização (item 4.5.2): A organização, 
segundo a Norma, deve identificar as necessidades de treinamento 
110
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
relacionadas ao controle dos usos significativos de energia e à operação do 
seu SGE, indicando a importância deste para a melhoria de desempenho 
energético. 
 » Comunicação (item 4.5.3): a organização deve sempre comunicar 
internamente sobre o desempenho energético, de forma adequada ao 
tamanho da organização, criando canais de comunicação para que os 
colaboradores possam fazer comentários ou sugestões. A comunicação 
externa é opcional, mas deve ser documentada essa decisão. 
 » Documentação (item 4.5.4): a organização deve estabelecer, implementar 
e manter informações em papel, meio eletrônico ou qualquer outro meio 
para descrever os elementos-chave do SGE e suas interações. O grau de 
documentação pode variar dependendo do tamanho da organização, da 
complexidade de seus processos e interações.
 » Controle operacional (item 4.5.5): a organização deve identificar e planejar 
as atividades de operação e manutenção que são relativas aos seus usos de 
energia e que sejam consistentes com a sua política energética, objetivos, 
metas e planos de ação, de forma a garantir que sejam executadas 
sob as condições estabelecidas para tal. É importante lembrar que no 
planejamento de situações de contingência, emergência ou potenciais 
desastres, uma organização pode decidir incluir desempenho energético 
na determinação de como reagirão a tais situações.
 » Projeto (item 4.5.6): “a organização deve considerar oportunidades de 
melhoria do desempenho energético e controle operacional no projeto 
de instalações, equipamentos, sistemas e processos, sejam novos, 
modificados ou renovados, que possam ter impacto significativo em seu 
desempenho energético” (NBR ISO 50001:2011). 
 » Aquisição de serviços de energia, produtos, equipamentos e energia 
(item 4.5.7): ao adquirir serviços, produtos e equipamentos que tenham 
ou possam ter impactos no uso de energia, a organização deve informar 
aos fornecedores que a aquisição é avaliada com base em desempenho 
energético. 
No anexo A.5.7, a norma ainda complementa que a aquisição é “uma oportunidade de 
melhorar desempenho energético através do uso de produtos e serviços mais eficientes. 
É também uma oportunidade de trabalhar com a cadeia de suprimento e influenciar 
seus comportamentos com energia”. 
111
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
Outra questão abordada na ISO 50001 é a verificação, a partir do monitoramento, da 
medição e da análise das características-chave de suas operações que determinam o 
desempenho energético, sempre em intervalos planejados. 
A medição pode abranger desde pequenos medidores de energia para pequenas 
organizações até sistemas completos de monitoramento e medição conectados a um 
aplicativo de software capaz de consolidar dados e disponibilizar análises automáticas. 
É decisão da organização determinar meios e métodos de medição, mas os resultados 
devem sempre ser registrados.
É recomendada também a auditoria interna do SGE em intervalos planejados para 
garantir que ele esteja em conformidade com as ações propostas e as metas estabelecidas.
As não conformidades devem ser tomadas por ações corretivas e preventivas de 
acordo com a magnitude dos problemas existentes ou potenciais e às consequências de 
desempenho energético encontradas. Deve-se também sempre realizar análise crítica 
por parte da direção.
Conforme pode ser visto a partir dos requisitos citados na norma, esta não estabelece 
requisitos absolutos e rígidos para o bom desempenho energético de uma organização, 
além daqueles estabelecidos pela política energética da própria organização e de sua 
obrigação de conformidade a requisitos legais aplicáveis ou outros requisitos. 
Dessa forma, duas organizações podem realizar operações semelhantes, mas com 
desempenhos energéticos distintos. 
A ISO 50001 se baseia em elementos comuns encontrados em todas as normas 
ISO de sistemas de gestão, assegurando elevado nível de compatibilidade com 
a ABNT NBR ISO 9001 (gestão da qualidade) e a ABNT NBR ISO 14001 (gestão 
ambiental).
Em seu Anexo A, a ISO 50001 apresenta alguns esclarecimentos sobre alguns termos e 
conceitos que são descritos ao longo do texto.
O conceito de desempenho energético é bastante explorado e inclui o uso, o consumo e 
a eficiência energética. A organização pode, com isso, escolher entre diversas atividades 
que estão relacionadas com esse desempenho, como por exemplo, redução de demandas 
de pico, utilização de excedente de energia ou de resíduo energético, além de poder 
melhorar seus sistemas, processos ou equipamentos.
A figura 15 é uma representação conceitual ilustrativa de desempenho energético, 
contida no Anexo A1 da ISO 50001.
112
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
Figura 15. Desempenho energético.
 
Desempenho 
Energético 
Outros 
Eficiência 
Energética 
Intensidade 
Energética 
Uso de 
Energia 
Consumo 
de Energia 
Fonte: Adaptado de NBR ISO 50001:2011.
Outro ponto abordado é a relação da direção da organização em relação à SGE e a 
equipe para atuar nesse trabalho. O tamanho da equipe deve ser determinado pela 
complexidade da organização, ou seja, nas pequenas, uma pessoa apenas pode ser o 
representante da direção, enquanto nas organizações maiores, recomenda-se uma 
equipe multifuncional para engajar diferentes partes da organização no planejamento 
e implementação do SGE.
Figura 16. Estrutura geral ISO 50001.
Política Energética 
Planejamento Energético 
Implementação e operação 
Verificação 
Análise crítica pela 
direção 
Auditoria Interna de 
SGE 
Não conformidade, 
ações corretivas e 
preventivas 
Avaliação de 
requisitos legais/ 
outros 
Monitoração, 
medição e análises 
Melhoria 
Contínua 
Fonte: Adaptado de NBR ISO 50001:2011.
113
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
A norma se baseia fortemente na melhoria contínua do chamado Plan-Do-Check-Act e 
incorpora a gestão da energia nas práticas organizacionais diárias.
Plan-Do-Check-Act 
O ciclo de Deming ou PDCA é a metodologia de base adotada para o Sistema de Gestão 
de Energia. Esta metodologia permite enquadrar e focalizar a Organização num ciclo de 
Melhoria Contínua do seu desempenho energético.
Figura 17. Melhoria contínua do desempenho energético da organização pela implementação da metodologia 
PDCA.Fonte: SOARES (2015).
 » Plan (planejar): executar a revisão energética e estabelecer linha de 
base, indicadores de desempenho energético (IDEs), objetivos, metas e 
planos de ação necessários visando resultado sem conformidade com as 
oportunidades de melhoria de desempenho energético e com a política 
energética da organização.
 » Do (fazer): implementar os planos de ação da gestão da energia.
 » Check (verificar): monitorar e medir os processos e as principais 
características das operações que determinam o desempenho energético 
em relação à política e objetivos energéticos.
 » Act (agir): tomar ações para melhorar continuamente o desempenho 
energético e o SGE.
114
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
Figura 18. Modelo do Sistema de Gestão da Energia ABNT NBR ISO 50001:2011.
Fonte: Huang (2011).
Correspondência entre ISO 50001:2011, ISO 
9001:2015 e ISO 14001:2015
O Anexo B da ISO 50001 faz um comparativo entre esta e as normas de gestão ISO 9001 
e ISO 14001.
Segundo Pinto (2014), ao analisar os requisitos da ISO 50001 e compará-las com as 
demais, é possível observar que esta é uma norma de gestão e técnica, como se fosse 
duas normas em uma, ou seja, uma de sistema de gestão de energia e outra de gestão 
de desempenho energético. 
Para compreender melhor, seria como se a ISO 9001 estabelecesse, além da gestão 
de qualidade, os requisitos para a melhoria do produto. As melhorias propostas pelo 
sistema de gestão podem, eventualmente, proporcionar melhorias no produto, mas não 
há requisitos específicos que exijam tais melhorias. 
Da mesma forma, se a ISO 14001 tivesse, além dos requisitos para gestão ambiental, 
outros para a melhoria ambiental e a redução dos impactos, como a diminuição de 
resíduos etc., efetivamente, o conjunto de práticas preconizadas pela norma objetiva 
minimizar impactos, mas não há requisitos para efetivamente realizar isso.
115
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
Ao contrário, a ISO 50001, além da abordagem no sistema de gestão de energia, se 
mostra preocupada com o desempenho energético. Assim, o SGE é um meio para se 
obter melhoria do DE continuamente. 
O termo “melhoria contínua” é aplicado nas normas ISO 9001 e ISO 14001 
referenciando-se ao sistema de gestão. “Nesta Norma, contudo, a melhoria contínua 
se refere não só ao sistema de gestão, mas também ao DE, e sendo assim este deve 
também apresentar melhoria a cada ciclo” (PINTO, 2014).
Como funciona o processo de certificação de 
Sistemas de Gestão da Energia baseado na ISO 
50001?
Primeiramente, assim como as demais certificações, é preciso ter interesse e disposição 
para a implementação da norma por parte de toda a organização, principalmente por 
parte das lideranças, que devem instrumentalizar e estimular as mudanças em todos os 
setores.
O processo se inicia com um órgão certificador, que pode realizar uma pré-auditoria 
para orientar como proceder para serem atendidas às demandas da auditoria oficial. 
A auditoria para a certificação é realizada avaliando a conformidade do sistema 
documentado com os requisitos da norma para um melhor entendimento da natureza 
da organização. 
As não conformidades observadas devem ser remediadas da forma mais pertinente. 
É fundamental que, durante a auditoria, toda a organização esteja envolvida com os 
procedimentos. Serão realizadas entrevistas e análises de registro, bem como serão 
observadas as práticas de trabalho.
Após a certificação, novas auditorias serão realizadas em períodos esporádicos até que, 
no terceiro ano, estas fiquem frequentes para o processo de recertificação.
Resultados esperados da aplicação da ISO 50001
Segundo Carvalho (2011), os principais resultados que são esperados da implementação 
dessa norma nas organizações são:
 » Gerenciar ativamente o uso de energia e reduzir a exposição aos seus 
custos crescentes.
 » Reduzir emissões sem um efeito negativo nas operações.
116
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
 » Melhorar continuamente a intensidade energética (uso da energia/
produto).
 » Arquivar documentos para uso interno e externo (créditos por emissões, 
por exemplo).
 » Usar o pessoal e recursos da empresa de maneira inteligente.
A norma apresenta um papel importante de contribuição na complementação do 
arcabouço de atividades de Eficiência Energética do país. Além da legislação e dos 
programas de governo, a norma completa o “conjunto de iniciativas que permitem uso 
eficiente da energia, ofertando do lado do consumidor uma ferramenta para gerir sua 
energia de forma sistêmica e obter melhoria do DE” (PINTO, 2014).
Como exemplos de legislação correlata, há a Lei no 10.295 (conhecida como a Lei da 
Eficiência Energética), o Decreto no 99.656, que dispõe sobre a criação da Comissão 
Interna de Conservação de Energia (CICE), o Plano Nacional de Eficiência Energética, 
além dos programas governamentais: Programa de Eficiência Energética – PEE, da 
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL; Programa Brasileiro de Etiquetagem 
– PBE, do Inmetro; Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica – Procel, 
executado pela Eletrobrás e o Programa Nacional da Racionalização do uso dos 
Derivados de Petróleo e do Gás Natural, executado pela Petrobras, são algumas das 
iniciativas para promover o uso eficiente de energia.
Embora a lei trate do assunto, ela não contempla, por exemplo, o treinamento para 
operar maquinários, o tempo de seu funcionamento, condições de manutenção etc. 
Da mesma forma, os programas públicos também não abordam como devem ser 
conduzidos para priorizar as necessidades mais urgentes, obter melhoria contínua e 
reter os ganhos, por exemplo (PIBTO, 2014). 
A norma desempenha melhor esse papel de aliado no uso correto da energia, auxiliando 
a gestão dos aspectos que tratam do bom desempenho energético de equipamentos, 
instalações, processos e plantas.
Por que uma norma para sistemas de gestão da 
energia?
Com o aumento dos custos de energia e as questões climáticas em destaque nos últimos 
anos, a eficiência energética tornou-se questão importante dentro de uma organização. 
Segundo Huang (2011), um relatório feito pelo Economist Intelligence Unit afirma que 
117
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
a eficiência energética é vital às empresas para que elas sejam vistas como organizações 
que:
 » Posicionam-se, assim como suas marcas, como fornecedoras de produtos 
verdes.
 » Cumprem requisitos de conformidade.
 » Aperfeiçoam a pegada ambiental de seus produtos e serviços.
 » Implantam controles mais fortes das normas ambientais sobre fornecedores.
É importante que as organizações compreendam que, ao desperdiçar energia, estão 
reduzindo lucratividade e causando poluição que poderia ser evitada. Além disso, 
os clientes estão, cada vez mais, pedindo por garantias de que a organização tenha 
uma postura responsável ambientalmente, sendo capazes de demonstrar a eficiência 
energética.
Atualmente, grande parte das organizações possui um conhecimento limitado para 
alcançar essas reduções, por isso, as orientações contidas na norma são necessárias.
Um levantamento realizado pela Carbon Trust indica que 50% dos consumidores são 
mais leais às marcas que possam mostrar ações efetivas de melhorias em seus impactos 
ambientais e 70% das pessoas querem que as empresas divulguem suas emissões de 
carbono.
BS EN 16001:2009 – a norma internacional de 
gestão da energia
A norma europeia de gestão de energia é a BS EN 16001:2009, que fornece os requisitos 
e orientações que visam auxiliar as organizaçõesna redução dos custos e de gases de 
efeito estufa por meio da implantação de um SGE. Assim como a ISO 50001, a norma 
especifica os requisitos de um SGE para permitir que organizações desenvolvam e 
implementem uma política energética, estabeleçam objetivos e programas que levam 
em consideração requisitos legais e informações pertinentes ao uso significativo de 
energia. 
Essa norma pode ser aplicada a todos os tipos ou portes de empresas e indústrias, 
podendo ser utilizada de forma independente ou integrada a qualquer outro sistema de 
gestão, assim como a ISO 50001.
118
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
A BS EN 16001:2009 reconhece que gestão energética abrange uma série de questões, 
inclusive aquelas com implicações tanto estratégicas quanto de concorrência. Apesar de 
não especificar critérios de desempenho na gestão de energia, ela provê uma estrutura 
para melhoria contínua da eficiência energética de uma organização, além de seu uso 
sustentável (HUANG, 2011). 
As principais diferenças entre a BS EN 16001 e a ABNT NBR ISO 50001 estão nos 
requisitos (HUANG, 2011):
 » Política energética: a norma brasileira é mais exigente pois requer 
compromissos com a compra de produtos e serviços, além de projetos 
com eficiência energética, enquanto a BS EM 16001 requer apenas que 
haja consideração do consumo de energia ao comprar equipamentos.
 » Caracterização da Energia: a BS EM 16001 fala apenas em eficiência 
energética, diferente da ISO 50001 que considera o termo desempenho 
energético (eficiência, uso e consumo de energia).
 » Documentos: não existem procedimentos obrigatórios na norma 
europeia, enquanto na brasileira deve haver controle de documentos.
 » Melhoria do desempenho energético: a ISO 50001:2011 afirma que as 
oportunidades de melhoria de desempenho devem ser consideradas no 
projeto, na modificação e renovação de instalações de equipamentos, 
sistemas e processos com uso de energia. A BS EN 16001:2009 considera 
o consumo de energia para o projeto, alteração ou restauração de todos 
os ativos, incluindo os edifícios.
 » Sistema de medição: a norma brasileira não prevê isso, enquanto a 
europeia requer que as organizações tenham um plano de medição.
Aplicação da norma
Há um número cada vez maior de empresas interessadas em adotar a certificação ISO 
50.001 no Brasil. Por ter como objetivo estabelecer sistemas e processos que melhorem 
o desempenho energético das empresas, incluindo eficiência, uso e consumo de energia, 
os principais impactos esperados pela adoção dessa norma por parte das organizações 
é aumentar a disponibilidade de energia, melhorar a produtividade e competividade 
das empresas, promover a redução das emissões de gases de efeito estufa, entre outros 
impactos positivos.
119
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
No mundo, há destaque para o primeiro edifício com certificação ISO 50001/2011, 
dada no mesmo ano de criação da norma, na sede corporativa da Schneider Electric, 
localizada em Rueil-Malmaison, França. Com a integração inteligente dos sistemas do 
edifício, a equipe de desenvolvimento de soluções conseguiu economias de energia de 
até 30%. O objetivo foi reduzir o consumo de energia em quatro vezes comparado à 
infraestrutura da sede anterior e atingir um consumo de 80 kWh/m²/ano (244 kWh/
m²/ano é o consumo médio de um edifício de escritórios na França) (Schneider Electric, 
2011).
No Brasil, algumas empresas buscaram a certificação ISO 50.001/2011, fato que tem 
crescido em diversos setores industriais, principalmente. 
Alguns exemplos de certificação de sucesso:
 » Metalplan: primeiro fabricante de compressores de ar do mundo a 
conquistar a certificação ISO 50001/2011, em 2012. Apesar da dificuldade 
de encontrar consultorias especializadas na norma, apenas um ano depois 
do lançamento dela, a empresa formou um comitê interno para estudar e 
implementar a norma. 
 Pequenas ações foram realizadas como a sistematização inteligente dos 
equipamentos, divulgação dos resultados obtidos e a substituição dos 
equipamentos obsoletos por outros mais modernos, de menor consumo. 
 Os ganhos de eficiência energética, obtidos com a implantação da nova 
norma, geraram uma redução média do consumo foi de 30%, o que 
conferiu à organização uma boa vantagem competitiva no mercado (SGS, 
2012).
 » FIAT: a primeira montadora a obter essa certificação no Brasil, em 2014. 
A planta de Betim, a maior da Fiat no mundo, atualmente utiliza 99% 
da energia elétrica oriunda de fontes renováveis (predominantemente 
hidráulica), incluindo os painéis solares fotovoltaicos instalados na 
fábrica, capazes de gerar 19,5 mil kW/ano. Em função das melhorias 
realizadas, a energia que deixou de ser consumida na fábrica de Betim 
(MG) seria suficiente para abastecer durante um ano uma cidade de 80 
mil habitantes (SGS, 2014).
 » Usina Barreiro da Vallourec Tubos do Brasil S.A: é a primeira 
siderúrgica no Brasil a obter essa certificação. Para obter a certificação, 
a Vallourec, por meio do seu Sistema Integrado de Gestão, começou a 
120
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
se preparar em 2011, ano de lançamento mundial da norma. A partir 
daí, os requisitos normativos começaram a ser implementados em todas 
as áreas e os procedimentos da empresa passaram por adequações (TN 
Petróleo, 2014).
E as empresas digitais?
Cada dia mais vemos empresas sendo criadas e desenvolvidas exclusivamente 
para a internet. E-commerce é a nova tendência, uma vez que é cada vez maior a 
quantidade de gente que faz compras só pela internet.
Mas você acha que essas empresas precisariam ser certificadas com as normas 
ISO?
Elas podem ser certificadas mas, apesar do seu crescimento, o comércio 
eletrônico ainda não atentou para a importância das certificações e dos ganhos 
agregados em excelência organizacional.
Ao implementar as diretrizes orientadas pelas ISO’s a empresa digital pode ter 
excelentes bases de organização, rapidez e satisfação no atendimento aos clientes, 
treinamentos e capacitações de colaboradores, engajamento de stakeholders, 
foco em resultados e redução de custos e desperdícios na organização. Uma boa 
ideia é a empresa começar com a ISO 9001, mas há outras, como por exemplo, 
a ISO 10008 que, embora não certificável, é a norma que orienta as transações 
de comércio eletrônico de negócio a consumidor, fornecendo orientações 
sobre como as organizações podem implantar o sistema B2C ECT (Business-to-
Consumer Eletronic Commerce Transactions).
A norma busca uma base para que os consumidores tenham a confiança 
aumentada no B2C ECT, aumentando a capacidade das organizações em 
satisfazer seus consumidores e auxiliando na redução das reclamações e disputas 
entre consumidores e organizações. Tem como princípio que todos os setores da 
organização trabalhem com foco no cliente.
121
CAPÍTULO 2
Outras resoluções que visam a 
economia de energia
Microgeração e minigeração distribuída ao 
sistema – a Resolução Normativa no 482, de 17 
de abril de 2012
A Resolução Normativa no 482/2012 criou o Sistema de Compensação de Energia 
Elétrica, para permitir que o próprio consumidor instale pequenos geradores (tais como 
painéis solares fotovoltaicos e microturbinas eólicas, entre outros) em sua unidade 
consumidora e troque energia com a distribuidora local com objetivo de reduzir o valor 
da sua fatura de energia elétrica.
É permitido o uso de qualquer fonte renovável, além da cogeração qualificada, 
denominando-se microgeração distribuída a central geradora com potência instalada 
até 75 quilowatts (KW) e minigeração distribuída aquelacom potência acima de 75 kW 
e menor ou igual a 5 MW (sendo 3 MW para a fonte hídrica).
Vantagens da geração de energia pelo 
consumidor com a aplicação da Resolução
Segundo o art. 7o, quando a quantidade de energia gerada em um mês for superior à 
energia que foi consumida naquele mesmo período, o consumidor ficará com créditos 
para serem utilizados para a diminuição de faturas dos meses seguintes. O prazo de 
validade dos créditos, que inicialmente era de 36 meses, passou para 60 meses, sendo 
que eles podem também ser usados para abater o consumo de unidades consumidoras 
do mesmo titular situadas em outro local, desde que na área de atendimento de uma 
mesma distribuidora. Esse tipo de utilização dos créditos foi denominado “autoconsumo 
remoto”.
A atualização e as alterações importantes da RN no 482/2012 foram oficializadas 
na Resolução Normativa no 687/2015, que também altera alguns procedimentos 
de distribuição dessa energia (Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica 
no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST).
122
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
Cabe salientar que, conforme o art.5o, caso seja necessário realizar ampliações ou reforços 
no sistema de distribuição em função da conexão de centrais geradoras participantes do 
sistema de compensação de energia elétrica, a distribuidora deve consultar o PRODIST.
Segundo a alteração de 2015 no mesmo art. 5o:
§1o Os custos de eventuais melhorias ou reforços no sistema de 
distribuição em função exclusivamente da conexão de microgeração 
distribuída não devem fazer parte do cálculo da participação financeira 
do consumidor, sendo integralmente arcados pela distribuidora, exceto 
para o caso de geração compartilhada. 
§2o Os custos de eventuais melhorias ou reforços no sistema de 
distribuição em função exclusivamente da conexão de minigeração 
distribuída devem fazer parte do cálculo da participação financeira do 
consumidor.
Geração distribuída
Há também a possibilidade de geração distribuída, ou seja, instalada em condomínios 
ou outros empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras, e a energia gerada 
pode ser repartida entre os condôminos em porcentagens definidas pelos próprios 
consumidores.
Geração compartilhada
A ANEEL ainda criou o termo geração compartilhada para que diversos interessados na 
instalação e uso de energia se unam em um consórcio ou em uma cooperativa, instalem 
uma micro ou minigeração distribuída e utilizem a energia gerada para redução das 
faturas dos consorciados ou cooperados.
Autoconsumo remoto
São unidades consumidoras de uma mesma Pessoa Jurídica ou Física que possua 
unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em local diferente 
das unidades consumidoras, dentro da mesma área de concessão ou permissão, nas 
quais a energia excedente será compensada.
Com relação aos procedimentos necessários para se conectar a micro ou minigeração 
distribuída à rede da distribuidora, a ANEEL estabeleceu regras que simplificam o 
123
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
processo, como criação de formulários para o consumidor realizar sua solicitação, e a 
diminuição do prazo para a conexão de microgeração (que inicialmente era de 84 dias) 
para 34 dias (AMBIENTE ENERGIA, 2015). 
Mas a RN deixa claro que compete à distribuidora a responsabilidade pela coleta das 
informações das unidades consumidoras participantes do sistema de compensação de 
energia elétrica, e o envio dos dados para registro junto à ANEEL (Art.13).
Em pesquisa realizada pela ANEEL (CASTRO, 2014) com consumidores que investiram 
na sua própria geração de energia entre 2012 – ano de criação da Resolução Normativa 
– até 2014, percebeu-se que:
 » Grande parte dessa energia instalada teve por finalidade o uso residencial 
(aproximadamente 65%).
 » A maioria dos investimentos foi em energia solar fotovoltaica.
 » A maior motivação para instalar esse tipo de energia foi contribuir para o 
desenvolvimento sustentável (45%).
 » Para 50%, as exigências técnicas da distribuidora foram facilmente 
atendidas, mas, para a outra metade, houve demora e muito esforço.
 » Para 74%, a atuação da distribuidora foi considerada excelente ou boa, 
sendo que a fatura de energia informa claramente os créditos acumulados 
com a geração distribuída.
Sem dúvidas, as tecnologias de geração individual de energia precisarão ser aperfeiçoadas 
ao longo do tempo, uma vez que a tendência é de que as iniciativas para esse tipo de 
geração sejam, a cada dia, maiores. Entretanto, grande parte dos consumidores que já 
fazem parte desse grupo aprova esse tipo de geração e teve suas expectativas alcançadas 
(CASTRO, 2014).
Segundo a ANEEL, a previsão é que até 2024 cerca de 1,2 milhão de unidades 
consumidoras passem a produzir sua própria energia, totalizando 4,5 GW de potência 
instalada. O fato é que, desde a publicação da Resolução Normativa no 482, em 2012, 
já foram instaladas milhares de centrais geradoras, com destaque para a fonte solar 
fotovoltaica, que chega a representar mais de 90% dessas instalações (AMBIENTE 
ENERGIA, 2015). 
124
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
Startup lança serviço de energia solar por 
assinatura
A startup curitibana Renova Green lançou um modelo de negócio 
para facilitar a vida de quem deseja produzir sua própria energia 
solar através da microgeração, mas ainda está com um pé atrás em 
relação aos altos custos da compra e instalação do sistema.
A empresa decidiu operacionalizar a geração de energia solar 
doméstica no Brasil, que gera em média uma economia de mais 
de R$ 40,00 por mês na conta de luz. Ao invés de vender e instalar 
os equipamentos, eles optaram pela comercialização do serviço 
e adotaram um sistema similar aos planos de TV por assinatura, 
no qual o equipamento fica na casa do cliente em comodato, 
com planos comerciais e residenciais a partir de R$ 19,90 (taxa de 
instalação: R$ 199,00).
Fonte: Ambiente Enegia (2016).
O exemplo alemão
Se há uma referência mundial em desenvolvimento de energias sustentáveis, esse local 
é a Alemanha. O país indica, a cada ano, um crescimento exponencial desse tipo de 
energia, ao mesmo tempo em que vê decrescer alternativas de geração com outros tipos 
de fontes não renováveis. 
De fato, o país evoluiu nos últimos anos muito rapidamente. Enquanto em 1991, 
aproximadamente 3,1% da matriz energética era composta por fontes renováveis, 
em 2009, esse valor já chegou a mais de 16%. Como um dos estímulos, tem-se a 
promulgação da Lei de Fontes Renováveis de Energia do ano de 2001 (“Erneuerbare 
Energien-Gesetz” ou EEG) (MIRANDA, 2012).
A lei alemã se refere às fontes renováveis como a energia hidrelétrica, incluindo a 
energia das ondas, marés, eólica, solar, geotérmica, biomassa (incluindo o biogás, gás 
de aterros sanitários e gás de tratamento de esgoto). 
Os produtores de energia oriundas de fontes renováveis, ou operadores de instalação, 
como denominados da EEG, recebem como contrapartida o pagamento de uma tarifa 
pela energia gerada que alimenta a rede. As diferentes fontes de energia têm custos de 
produção diferentes também, o que requer uma remuneração para o produtor específica 
para a sua geração, ou seja, a tarifa da energia eólica é diferente da solar, uma vez que 
seu custo é mais baixo, assim com todas as demais.
125
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
Cabe ressaltar a importância dessa medida, para não privilegiar apenas as fontes com 
a melhor relação custo-benefício, remunerando proporcionalmente fontesmais caras a 
fim de possibilitar seus investimentos e custos, além do amadurecimento da tecnologia, 
na expectativa de uma possível redução futura de custo de produção (MIRANDA, 2012).
A lei garante a aquisição da energia produzida por um período de vinte anos, o que 
permite aos interessados investirem avaliando a possibilidade de recuperação desse 
investimento e o lucro com tal operação. 
Esse pagamento para o produtor é realizado a partir de uma tarifa de alocação para 
destinatários finais dessa energia, proporcionalmente ao seu consumo. Segundo 
Miranda (2012), se pensarmos em uma tarifa de, cerca de 3,53 centavos por kWh 
consumido, esse valor representa pouco mais de 13% do valor total cobrado, ou 
seja, cerca de 36 centavos. Nas despesas médias de uma família alemã, esse valor 
representa 0,2%.
Se compararmos a lei alemã à Resolução Normativa no 482/2012, na norma brasileira, 
o processo de regularização do produtor de energia depende de estudos da distribuidora 
de energia para a integração das mini e microgeração, sendo que o produtor da energia 
deve arcar com os custos referentes às adequações do sistema de medição da energia 
produzida. 
O consumidor que produz a energia, no entanto, não é remunerado pela distribuidora, 
mas adere a um sistema no qual a energia ativa gerada por sua unidade consumidora 
compensa o consumo de energia elétrica ativa fornecido pela distribuidora, conforme 
vimos anteriormente.
Ao optar por esse sistema mais complexo de compensação ao invés da remuneração, 
entretanto, o modelo brasileiro desconsidera um dos principais motivadores da 
produção: o retorno financeiro da atividade (MIRANDA, 2012). 
A energia excedente produzida é lançada na rede de distribuição e a compensação 
proposta depende de um ciclo de faturamento em que o consumo seja maior do que 
a produção, em um período de tempo de 60 meses. Ou seja, não há, portanto, retorno 
garantido que incentive os consumidores a arcarem com o custo de implantação de um 
gerador próprio de energia vinda de fontes renováveis.
É importante lembrar que os próprios custos de implantação de qualquer sistema 
gerador de energia por meio de fontes sustentáveis é algo ainda caro, ainda mais no 
Brasil. Com o baixo estímulo financeiro, apenas uma parcela da população que possui 
poder aquisitivo mais alto consegue, por enquanto, investir no setor. 
126
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
A Resolução Normativa também não estimula o desenvolvimento de novas tecnologias, 
uma vez que compensa nos mesmos termos energias oriundas de fontes diversas, a 
norma incentiva o uso de fontes com menor relação custo-benefício (MIRANDA, 2012).
Rede de políticas de energias renováveis para o 
século 21 – REN21
O REN21 é uma rede global de políticas sobre Energias Renováveis que conecta diversos 
atores como:
 » Governos.
 » As organizações internacionais.
 » Associações da indústria.
 » Ciência e academia.
 » A sociedade civil.
A rede busca facilitação na troca de conhecimento, desenvolvimento de políticas e ações 
conjuntas para uma transição global rápida para as energias renováveis. A promoção 
dessas energias renováveis se dá tanto em países industrializados quanto nos países em 
desenvolvimento, a fim de auxiliar em questões que envolvem mudanças climáticas, 
segurança energética, desenvolvimento e redução da pobreza, por exemplo. 
A REN21 foi lançada em 2004, como resultado da Conferência Internacional sobre 
Energias Renováveis, realizada em Bonn, na Alemanha. Com um poder de liderança 
internacional, a rede fornece informações de alta qualidade, catalisa discussão e debate 
e apoia o desenvolvimento de redes temáticas. Para isso, a REN21 tem produzido uma 
série de relatórios internacionalmente reconhecidas em matéria de política de energia 
renovável, da indústria e desenvolvimento de mercado.
Desde 2005, a REN21 produz uma publicação anual, chamada The Renewables Global 
Status Report (GSR), que oferece uma visão abrangente do mercado de renovável, 
indústria, investimento e desenvolvimento de políticas em todo o mundo. Eles também 
realizam relatórios regionais, a partir de informações de mais de 700 colaboradores e 
pesquisadores em todo o mundo. 
Os relatórios desenvolvidos pela REN21 é atualmente o mais referenciado em todo o 
mundo no mercado de energia renovável, pela indústria, política e academia, servindo 
como ponto de entrada para os tomadores de decisões em governos, empresas e 
127
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
instituições financeiras, indicando o crescimento implacável de eletricidade, calor e as 
capacidades de produção de combustíveis para transportes a partir de fontes renováveis 
de energia. 
Acesse o site da REN21 e fique por dentro dos acontecimentos mundiais da rede 
colaborativa: <http://www.ren21.net/>. 
Eles possuem também um mapa interativo que indica as ações que estão sendo 
feitas em todo o mundo, além de dados sobre clima em diversos países: <http://
www.ren21.net/status-of-renewables/ren21-interactive-map/>.
Segundo relatório de 2015, o REN21 afirma que as metas de energias renováveis estão 
em vigor em aproximadamente 164 países, o que impulsionou o crescimento da energia 
solar, eólica e outras tecnologias, que atingiram uma capacidade de geração recorde em 
2014, com “cerca de 135 GW de nova capacidade renovável, aumentando a capacidade 
total instalada para 1.712 GW, mais 8,5% do que no ano anterior” (REN21, 2015).
O relatório também afirma que, embora a média mundial de consumo energético tenha 
aumentado 1,5%, as emissões de dióxido de carbono (CO2), em 2014, mantiveram-
se inalteráveis em relação aos valores de 2013. Isso denota, pela primeira vez, um 
crescimento econômico sem o aumento paralelo de emissões poluentes, motivado 
principalmente pelo aumento do uso de fontes renováveis de energia, com destaque 
para a China, país que tem investido nesse setor intensivamente. 
No Relatório da Situação Global das Energias Renováveis 2016, publicado em 2015, o 
REN21 revela que as renováveis de energia estão agora firmemente estabelecidas como 
competitivas e são as principais fontes de energia em vários países em todo o mundo, 
sendo o ano de 2015 recorde para as instalações de energia renováveis. Ou seja, ano a 
ano os dados se superam e o crescimento do setor tem se mostrado paulatino. Um dos 
principais fatores é a competitividade do setor que, em muitos países, já se comparam 
aos combustíveis fósseis em termos de investimento (HELIOTERMICA, 2016).
Nesse recente relatório, o REN21 indica que foram registrados 296 bilhões de dólares 
em investimentos em energia limpa, mais do que o dobro da quantidade de combustíveis 
fósseis (130 bilhões). As principais fontes investidas são a eólica e solar. 
128
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
Aproximadamente 19,2% do consumo final mundial de energia é de renováveis. 
O número de países que têm como meta os investimentos em energias renováveis 
também cresceu de 45 países, em 2005, para 173, em 2015.
A geração de empregos no setor também é destacada no relatório, com cerca de 8 
milhões de pessoas em todo o mundo trabalhando direta ou indiretamente no setor. 
Apesar desse crescimento da capacidade renovável de energia, ainda há milhões de 
pessoas no mundo (por volta de 15% da população mundial) sem acesso a eletricidade. 
Nesse sentido, a REN21 aponta que uma devida atenção deve ser dada para a importância 
que as fontes renováveis podem ter para reduzir as diferenças sociais, fornecendo 
serviços energéticos essenciais e produtivos em áreas rurais e isoladas (REN, 2015).
Conheça mais sobre o REN21 e o seu mais recente Relatórioneste vídeo: <https://
www.youtube.com/watch?v=lQK4RtoU5ts>.
Segundo REN21 (2014), muitos fatores têm sido responsáveis pelo crescimento 
das energias renováveis, incluindo o suporte para políticas de energia renovável e 
aumento da competitividade dessas fontes. Em muitos países, esse tipo de energia já 
é altamente competitivo com as fontes convencionais. Embora a Europa continuou a 
ser um mercado importante, além de um centro de inovação no setor, a atividade foi, 
ao longo dos anos, dirigindo-se a outras regiões do globo, sendo que em 2014, a China 
liderou o setor, com a maior capacidade de geração instalada, enquanto países como o 
Brasil, Índia e África do Sul relataram grande capacidade adicionada. Além disso, um 
número crescente de países em desenvolvimento ao longo da Ásia, África e América 
Latina tornaram-se fabricantes e instaladores importantes de tecnologias de energia 
renovável (REN21, 2014).
No início de 2015, pelo menos 164 países já tinham metas de energia renovável, 
enquanto que mais ou menos 1.345 países já tinham, no período, políticas de apoio à 
energia renovável em vigor, que se adaptam diante das constantes mudanças do setor. 
Segundo REN21 (2011), há diferentes tipos de políticas e ações para promover as 
energias renováveis, que podem ser agrupadas em cinco categorias principais:
1. A fixação dos objetivos: o governo local estabelece uma meta para algum 
nível futuro de energia renovável, podendo ser o objetivo o consumo 
ou investimento governamental. Fato é que há muitos objetivos que as 
cidades podem adotar. Muitas metas são para a redução das emissões 
129
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
futuras de CO2, para melhoria de eficiência energética, mudança nos 
padrões de demanda e investimentos ou compra de energias renováveis.
2. Regulação com base nas responsabilidades legais e jurisdição: na qual 
responsabilidades legais, por meio de leis nacionais ou estaduais, artigo 
ou decretos, por exemplo, estruturam o planejamento urbano, códigos de 
construção e urbanização, que estimulem o uso das fontes renováveis de 
energia. 
3. Operação de infraestrutura municipal: as políticas de infraestrutura em 
andamento são alteradas para incorporar as energias renováveis, por 
exemplo, por meio de compras ou investimentos de empresas de utilidade 
pública que podem ser controlados ou regulados pelo governo local. 
4. Ações voluntárias e do governo servindo como modelo: essas políticas 
e atividades vão além de responsabilidades legais e competência 
para aproveitar as várias funções possíveis de um governo local como 
facilitador de mercado, do promotor e do modelo.
5. Informação, promoção e sensibilização: as políticas das partes 
interessadas, públicas e/ou privadas, têm como objetivo de facilitar ou 
permitir apoio às energias renováveis, podendo incluir informação e 
meios de comunicação, campanhas, apoios a programas de educação e 
formação, entre outros.
Políticas para o uso de energias renováveis
O Relatório Global Status Report on Local Renewable Energy Policies, lançado por 
REN21 (2011), indica alguns modelos de política local de uso de energia renovável. 
Adelaide, Austrália (população 1,2 milhões)
Por volta dos anos 2000, a cidade investiu em um “Programa Verde”, tornando-se uma 
das seis cidades do país a participar de um programa nacional de “cidades solares”. 
O Plano de Desenvolvimento municipal promove edifícios verdes e tecnologias de 
energia renovável, incluindo metas para tornar todo o setor de transporte e o setor de 
edificações neutros em carbono até 2020. Há também metas de redução de emissões 
de gases de efeito estufa para as operações municipais, além de oferecer subsídios 
para sistemas solares fotovoltaicos com mais de 1 quilowatt (kW) e para iluminação 
em áreas comuns de prédios. No transporte, a cidade planeja operar os automóveis 
públicos carregados com 100% de energia solar.
130
UNIDADE IV │ ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
Barcelona, Espanha (com uma população de 1,6 
milhões)
A promulgação de uma lei municipal em 2000 que obriga a instalação de até 60%, 
em todos os novos edifícios comerciais e residenciais, de aquecedores solares. Essa 
lei provou ser popular e o modelo foi seguido por mais de 70 municípios em toda a 
Espanha. Dessa forma, o país promulgou um código de construção nacional exigindo 
um percentual de aquecimento solar de água nas novas construções de edifícios. 
O município também possui um plano de aperfeiçoamento de energia que visa a reduzir 
as emissões per capita de CO2, e aumentar o uso de energia renovável. 
Betim, Brasil (população de 440.000 habitantes)
Uma das primeiras “comunidades modelo” do Brasil no que tange o uso das energias 
renováveis, como parte de uma rede de seis cidades do país com tais objetivos (que 
inclui também Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, São Paulo e Volta Redonda). 
Betim estabeleceu uma série de políticas de promoção ao uso de biocombustíveis nos 
transportes, exigindo biocombustíveis em ônibus públicos e táxis, dando preferência 
aos veículos flex-fuel para compras frotas de veículos municipais.
A cidade também facilitou o uso de sistemas de aquecimento solar de água para 
projetos habitacionais de baixa renda. Com esses projetos, a cidade estabeleceu um 
“Centro de Referência em Energias Renováveis”, fornecendo informações e reunindo 
partes interessadas nos níveis locais, regionais e nacionais, realizando treinamentos 
e conduzindo a inclusão de outras comunidades locais no Brasil para compartilhar a 
experiência de Betim.
Kitakyushi, Japão (população 1,0 milhão)
Com uma longa história de políticas ambientais, a cidade foi selecionada como a número 
1 em ações ambientais do país entre 2006 e 2007, considerada como um “eco-modelo”. 
Em 2007, aprovou uma política de baixo carbono que apelou para uma redução de 
50% das emissões de gases de efeito estufa até 2050. A visão da cidade se concentra 
na estrutura urbana e no uso de energia sustentável no transporte, além do uso de 
subsídios para o desenvolvimento do uso doméstico de energia solar fotovoltaica.
Kunming, China (população 4,7 milhões)
A cidade aspira ser a “capital solar” da China, quando em 2008 aprovou o Conselho 
sobre o Desenvolvimento de Energias Renováveis, que estabeleceu uma zona de 
131
ABNT NBR ISO 50001 – SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA – REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO │ UNIDADE IV
desenvolvimento na cidade que solicita em novos edifícios, 70% de aquecedores solares 
de água. Outras metas incluem a instalação de muitos painéis solares e ações para 
promover esse tipo de energia por meio de empréstimos a juros baixos, isenções fiscais 
e um especial financiamento para incentivar o investimento privado. 
Tóquio, Japão (população de 13 milhões)
A cidade tem metas de redução de CO2 em 25% até 2025, estabelecidas em 2006 por 
um plano de ação de mudanças climáticas, incorporado posteriormente no Plano 
Ambiental de Tóquio em 2008. A cidade oferece subsídios às famílias que instalam 
energia solar fotovoltaica e aquecedores solares de água. As empresas são obrigadas 
a cumprir obrigações de redução de emissões. A cidade também determina que as 
instalações públicas e alguns outros devem comprar certificados verdes equivalentes 
a 5% do consumo de eletricidade e também compra de biodiesel para ônibus públicos.
132
Para (não) Finalizar
Artigo sobre eficiência energética
O texto a seguir chama-se “Brasil Econômico” e foi publicado pela Associação Sul 
Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Aquecimento e Ventilação (ASBRAV), em 
30 de setembro de 2010, no Portal HVAC-R equipamentos.
A eficiência energética chama a atenção de empresários, autoridades 
e profissionaisda área, apesar de não ser um tema novo, é de grande 
interesse público porque envolve e impacta todos os setores da sociedade. 
O grande desafio está em acelerar o processo de implementação de 
ações efetivas.
No 7o Congresso Brasileiro de Energia Eficiente, o executivo 
Alexandre Mancuso, da USAID (United States Agency – International 
Development), afirmou que “a demanda global por energia crescerá 45% 
até 2030 (destes, 87% nos países em desenvolvimento), requerendo 
US$ 26 trilhões em investimentos”.
Diante desse cenário, Mancuso avalia que as práticas que visam 
à eficiência energética ajudariam a reduzir investimentos em 
infraestrutura e a aliviar gastos públicos com energia, abrindo espaço 
para outras prioridades sociais, além de reduzir o impacto ambiental 
local e globalmente.
Esses dados nos levam à seguinte pergunta: no Brasil, é possível adotar 
práticas energeticamente eficientes com soluções viáveis à nossa 
realidade?
Para responder, vamos utilizar o setor de iluminação como exemplo. 
De toda a energia elétrica gasta no mundo, 19% é destinada à iluminação, 
mas 75% de toda a base instalada já está defasada e ineficiente.
No Brasil, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), 
há 15 milhões de pontos de iluminação pública. Destes, cerca de 30% 
ainda utilizam lâmpadas a vapor de mercúrio, os quais podem ser 
modernizados com lâmpadas a vapor de sódio ou mesmo sistemas com 
133
PARA (NÃO) FINALIZAR
LEDs, com vantagens de menor consumo de energia e melhor qualidade 
de iluminação.
Na prática, várias ações já estão sendo feitas. O governo federal adotou 
o Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente (ReLuz), que 
prevê investimentos de R$ 2 bilhões por parte da Eletrobrás, para 
tornar eficientes 5 milhões de pontos de iluminação pública e instalar 
mais 1 milhão no país em 2010.
O governo brasileiro também promove a discussão sobre o banimento 
gradual das lâmpadas incandescentes, para a adoção de soluções 
residenciais mais eficientes, acompanhando o movimento mundial.
A Philips apoia essas iniciativas. Participamos das discussões junto ao 
governo via a associação da indústria de iluminação, investimos em 
pesquisa e desenvolvimento e trabalhamos para trazer as melhores 
soluções em iluminação para o país.
Por tudo isso, podemos afirmar que iluminação energeticamente 
eficiente no Brasil é possível sim e acessível agora.
O comprometimento deve partir de todos os setores da sociedade, 
para que uma nova atitude frente a esse cenário seja adotada e, com 
ela, práticas que transformarão a maneira como planejaremos e 
construiremos o futuro do nosso país.
José Fernando Mendes é gerente de marketing e produtos da área de 
LEDs e do programa de eficiência energética da Philips.
Disponível em: <http://manutencao.net/blogs/gem/2010/10/06artigo-sobre-eficiencia-
energetica/>. Acesso em: 3 de junho de 2013.
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