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Traumas e fraturas Trauma é mais do que a fratura, onde o trauma de face mais relevante é o trauma de tecido mole, podendo trazer sequelas irreversíveis, bem como a impossibilidade de reconstrução. Os traumas poderão acometer tecidos moles (pele, músculo, vasos e nervos) e tecido duro. Sua consequência serão distúrbios funcionais, distúrbios no sistema estomatognáticos, psíquicos e sociais. Traumas trazem consigo, além de sequelas físicas, psíquicas. São denominadas as sequelas psíquicas os Transtornos Por Estresse Pós Trauma. O exame físico do trauma agrega a inspeção, palpação, ausculta e punção. Devemos realizar os exames intra-oral e extra-oral. No exame de inspeção: Tenta-se evidenciar a etiologia do trauma, o tempo, a presença de dor e a dormência. A evidenciação da má oclusão é uma suspeita de trauma de maxila, mandíbula ou dento- alveolar. Traumas na região orbitária é caracterizado pela visão dupla. Nervos sensitivos da face são os nervos infraorbitários e mentuais, podem causar dormência na face. Os traumas de face devem buscar os sinais e sintomas de lacerações, sangramentos, avulsão traumática, exposição do osso, crepitação e perdas funcionais. Os exames complementares para fins diagnósticos são os exames de imagem 2D (em duas incidências PA e Perfil) e tomografia computadorizada, que é o exame de eleição para traumas de face. Fraturas nasais As fraturas nasais podem acometer os ossos nasais, as cartilagens e o vômer. Traumas nasais de grande intensidade com direções intrasuperior, podem lesar a parede anterior ou a fossa anterior cerebralndevido a intima relação, podendo trazer complicações, tais como fistulas drenando para dentro do nariz. Devido a essa comunicação tem-se o risco de sinusite frontal, sinusite esfeinoidal e meningite. Classificações das fraturas nasais Fratura simples (unilaterais ou bilaterais) – envolvem os ossos do nariz sem envolvimento da cartilagem Fraturas cominutivas – em vários fragmentos Fraturas de septo – em livro aberto Fraturas com desvio lateral – com desvio para lateral Fraturas com afundamento – afundamento (conformidade da pirâmide nasal) Pode-se analisar as fraturas através de tomografias computadorizadas ou radiografias. Tratamentos para fraturas dos ossos nasais As fraturas dos ossos nasais podem ser conservadores clínicos ou tratamentos cirúrgicos. Os tratamentos conservadores clínicos lançam mão de manter o osso em posição para estabilização das fraturas. Os tratamentos cirúrgicos são subdivididos em cirúrgico aberto ou fechado. O tratamento cirúrgico aberto é quando se faz necessário uma incisão na região ou fechado que se nomeia por redução. As principais complicações cirúrgicas nos tratamentos dos ossos nasais são as infecções, hemorragias (epistaxe), perfuração do septo da cartilagem do nariz, fistulas vicóricas (comunicação com região anterior do cérebro), nariz em cela e consolidação do osso nasal em posição equivocada. Fraturas da maxila A maxila é um osso pneumático que participa de quase todo o arcabouço da face. Sua condição é importante devido ao suporte dento alveolar, qualquer fratura que ocorra na maxila poderá mobilizar os elementos dentários, evoluindo para má oclusão, sendo esse o primeiro paramento para diagnosticar fratura de maxila. Na parte frontal da maxila, possuímos os forames infraorbitários que emergem o nervo infraorbital que é responsável pela inervação sensitiva da face. Ele inerva a pálpebra inferior, a asa do nariz e o lábio inferior. A maxila e a mandíbula possuem pilares de forças que servem para propagar as forças incidentes na face. Na maxila, os pilares de força são os pilar canino, pilar zigomático e o pilar pterigoideo. Quando há fraturas em um desses pilares, eles deverão ser reestabelecidos, são as áreas de eleição para colocação das placas em tratamentos cirúrgicos. Classificação das fraturas da maxila Le fort I – Fratura horizontal (Tuberosidade, processo alveolar, cavidade nasal, tuberosidade do outro lado). Le fort II – Fratura piramidal (Tuberosidade, trajeto superior em direção a região anterior da orbita até a região frontonasal fazendo o mesmo percurso do outro lado) Le fort III – Deslocamento do segmento do terço médio (disjunção craniofacial) Fratura de lanelong – Fratura na sutura palatina da maxila (formação de diastema) Para investigação de fraturas maxilares e mandibulares devemos tomar as condutas de: - Examinar contato oclusal com um padrão diferente da mordida. - Realizar discretas manipulações nos ossos alveolares para verificar movimentações - Inspecionar em busca de lacerações e hematomas - Palpar os pilares para procurar pontos de fratura Complicações e sequelas A fratura pode evoluir com infecção, a região pode ter hemorragia, mal oclusão, encurtamento ou alargamento da face. Fratura de zigoma Primeiro indício de fratura de zigoma é diplopia. Classificação da fratura de zigoma Grupo I – há fratura mas não há deslocamento, tratamento conservador (repouso). Grupo II – fratura exclusiva do arco zigomático mas o osso zigomático está em posição, limitação a abertura pela dor. Grupo III – fratura com deslocamento (afundamento) mas não há rotação. Grupo IV – fratura com deslocamento e com rotação para medial, volume da orbita diminui, causando exoftalmia. Grupo V – fratura com deslocamento e com rotação para lateral, olho contraido enoftalmia. Grupo VI – fraturas cominutivas Observações clínicas Os pacientes com fratura do zigoma apresentarão trauma na região orbitária, sangramentos unilaterais pelo nariz, hiposfagma (derrame subconjuntival), hematomas e equimoses extensas. E quando a fratura é muito extensa os pacientes podem apresentar oftalmoplegia (limitação de movimentação do globo ocular). Principal parâmetro para determinar se o tratamento é cirúrgico é a avaliação da articulação que o zigoma faz com esfenoide. Complicações Retração da pálpebra, desordem nervosas (perca de sensibilidade), extrusão dos implantes, diplopia persistente. Fraturas de mandíbula Único osso móvel da face, observação clínica importante é o desalinhamento/tracionamento da mandíbula devido a inserção dos músculos. Os traumas de mandíbula podem ter etiologias traumáticas e patológicas (ameloblastoma). O tratamento de fraturas na mandíbula sempre são realizados de forma cirúrgica. Classificação de fratura da mandíbula Se dão de acordo com a posição anatômica, exemplo: fratura do condilo - fratura condilar; fratura da sínfise – fratura sinfisária (alargamento da mandíbula). Tratamento de eleição é cirúrgico aberto, devido aos tratamentos fechados causarem muitos danos ao periodonto.
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