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Aula 13

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Aula 13 — A crise do capitalismo financeiro no século XXI
A crise atual como uma crise financeira carente de regulação
Causas da Crise
as causas de ambas as crises é semelhante:
prévia fragilidade da regulação
rebaixamento da percepção de riscos
febre especulativa (inflação de ativos)
obs: através da ampliação da atuação dos bancos comerciais, que passaram a negociar títulos, administrar ativos e realizar operações no mercado de seguros, o que antes era de exclusividade dos bancos de investimento, aumentou-se o risco das operações financeiras na medida em que os depósitos alavancou as especulações.
Características financeiras centrais
grande peso e sofisticação (opacidade) das operações financeiras
elevada interligação com os vários segmentos do mercado em escala global
a riqueza financeira em dezembro de 2007 (US$ 229,7 trilhões) era mais de quatro vezes superior ao PIB mundial
elevadíssimo potencial de deflação de ativos:
de acordo com o Fundo Mundial das Bolsas de Valores, entre outubro de 2007 e outubro de 2008, a desvalorização da riqueza acionária soou US$ 29,5 trilhões
só nos EUA, Reino Unido e área do euro, as perdas com marcação de mercado sobre ativos financeiros por bancos poderiam atingir US$ 2,8 trilhões
Impactos sobre a economia real
seguramente terá impactos nos agregados reais, como produção, investimento, emprego, etc.
já é evidente que a economia mundial se encontra em desaceleração ou recessão (p. 57)
projeções de PIB do FMI:
mundo:
2006-2007: 5%
2009: 2,2%
economias avançadas:
2009: - 0,3%
economias em desenvolvimento:
2007: 8%
2009: 5,1%
projeções do comércio internacional do FMI:
2007: 7,2%
2009: 2,1%
Intervenção
o Fed disponibilizou US$ 2,25 trilhões (p. 59)
US$ 1,5 trilhão para garantir novas dívidas emitidas
US$ 500 bilhões para garantir depósitos nos fundos mútuos
US$ 250 bilhões para capitalizar os grandes bancos
o Fed ainda aumentou para US$ 900 bilhões seus acordos de troca de moedas com dez bancos centrais (Austrália, Canadá, Dinamarca, Inglaterra, Nova Zelândia, Japão, Noruega, Suécia, Suíça e Banco Central Europeu)
a UE (Alemanha, França, Holanda, Espanha, Áustria, Portugal, Reino Unido e Suécia) e a Noruega disponibilizaram US$ 2,75 trilhões para garantir as operações interbancárias
Itália e Polônia sinalizaram disponibilizar o quanto fosse necessário
dada a preferência pela liquidez, que se personifica sobretudo na demanda por títulos públicos americanos, o colapso teria sido total se os Bancos Centrais (BCs) não tivessem injetado trilhões de dólares para garantir a continuidade do circuito crédito-gasto-renda
“A conclusão que daí poderia advir é que o curso dos acontecimentos será, em consequência, mais dramático e doloroso que em 1929-1933. Felizmente, tal conclusão não se sustenta. É necessário assinalar, em primeiro lugar, que em face da eclosão da crise a intervenção dos governos foi ampla e imediata. O credo liberal e a panacéia dos mercados ‘eficientes’ ou ‘auto-regulados’ foram sumariamente abandonados e o Estado assumiu, com maior (Inglaterra) ou menor (Estados Unidos) grau de acerto, a responsabilidade pela defesa das instituições financeiras, pela provisão da liquidez, pela garantia integral dos depósitos, pela redução das taxas de juros básicas e pela tentativa de evitar o aprofundamento da contração de crédito.” (Mazzucchelli, A crise em perspectiva, p. 58-9)
a regulação tem de atuar fundamentalmente sobre o shadow financial system, formado por bancos de investimento, fundos de investimento, hedge funds e seguradoras, e a sua articulação com os bancos comerciais
“A crise atual representa, na verdade, uma derrota fragosos do liberalismo irrefletido que contaminou os espíritos nos últimos trinta anos. A fé cega na capacidade de regulação dos mercados é um dogma que acompanha o capitalismo desde o seu nascimento. Desde a Fábula das abelhas, de Mandeville (‘vícios privados, virtudes públicas’), até os modelos de expectativas racionais de última geração, o suposto é sempre o mesmo: os mercados possuem uma racionalidade imanente que garante o funcionamento ótimo da economia.” (op. cit., p. 66)
A crise atual como expressão de uma crise estrutural
O poder americano
Indústria e força militar
Comércio
Finanças
Indústria & Finanças
Há limite ou outra forma de operar a economia capitalista?
Indústria e força militar
grandes grupos americanos adquirem empresas europeias de alta tecnologia envolvidas no desenvolvimento de produtos utilizados pelas suas respectivas forças armadas inglesas
essas aquisições das empresas britânicas por empresas americanas eram sustentadas por um aumento do endividamento dos EUA
“Além disso, existe amiúde uma conexão direta com os interesses dos complexo militar-industrial e com contratos militares lucrativos — constituindo com frequência a motivação oculta por trás dos negócios relativos ao controle —, que acaba por ser vital para a manutenção da lucratividade das corporações capitalistas dominantes. Um exemplo característico veio à tona nos debates sobre a negociação secreta entre o governo britânico e a General Motors — que ganhou destaque em razão do escândalo político que se seguiu à sua revelação — referente à British Leyland (divisão de caminhões), bem como à Land Rover.” (Mészáros, A crise atual, p. 39)
risco das indústrias europeias se tornarem obsoletas
ameaça à soberania nacional
ameaça à autonomia tecnológica
enorme gasto do Estado americano com Defesa
encomendas ao setor privado nacional
investimento direto
tecnologia militar se distanciava da tecnologia civil
desestímulo à economia civil
inspetores de comércio americano obtêm autorização para acessar segredos industriais de grandes empresas europeias
Comércio
EUA vs Europa — Comunidade Econômica Europeia (CEE)
abandonodos acordos tarifários estipulados pelo GATT no âmbito do comércio
imposição aos produtos agrícolas europeus — ameaça de guerra tarifária
CEE capitulou
ameaça ao projeto do ônibus espacial europeus
CEE não capitulou
EUA vs Japão
o Senado americano votou de forma unânime medidas protecionistas mais duras
estas medidas medidas foram acompanhadas da adoção de algumas tarifas punitivas
EUA vs Mundo
vem crescendo o número de acordos bilaterais
 Finanças
o endividamento da economia americana é “negligenciado” como fonte de risco
na medida em que todos os agentes econômicos públicos e privados importantes possuem proporções significativas de ativos denominados em dólar, todos se comprometem com a defesa do seu valor
o risco de se carregar muitos ativos denominados em dólar põe em risco as contas nacionais
os Estados são impelidos a cobrir estes riscos para não comprometer fatalmente a produção, a geração de renda e o emprego
as economias nacionais dependem das tecnologias avançadas desenvolvidas e produzidas nos EUA para alavancar sua produção
mais uma vez, a Europa e o Japão se comprometem com o desempenho da economia americana, que depende de um câmbio minimamente competitivo
enquanto que os países latino-americanos possuem, em conjunto, uma dívida de US$ 350 bi, a dos EUA é contada na casa dos trilhões
“Os países europeus parceiros dessas práticas — não menos que o Japão — admitem que estão presos a um sistema de aguda dependência dos mercados norte-americanos e à concomitante ‘liquidez’ gerada pela dívida. Assim, eles se acham em posição muito precária quando se trata de delinear medidas efetivas para controlar o problema real da dívida. Na verdade, são sugados cada vez mais profundamente no sorvedouro dessas determinações contraditórias, por meio das quais ‘voluntariamente’ aumentam sua própria dependência com relação à escalada da dívida norte-americana, com todos os riscos para si próprios, enquanto ajudam a promovê-la e a financiá-la.” (Mészáros, op. cit., p. 37, grifos meus)
Indústria & Finanças
as aquisições e fusões das empresas produtivas (centralização de capital) gera um volume muito grande decapital que é posto em circulação no mercado financeiro
a partir da elevação dos juros nos EUA, em 1979, esses fluxos têm como destino principal os EUA
parte considerável do financiamento obtido pelas empresas americanas é obtido precisamente nas economias enfraquecidas pela atuação das empresas americanas — ex: mercado de capitais na City londrina, a maior da Europa, financia aquisição de empresas britânicas por empresas americanas
“Mas, por certo, a ironia mais pesada provém da circunstância peculiar de que tudo isso ocorre contra o pano de fundo do maciço endividamento norte-americano. O senador [norte-americano] McGovern, à época de sua campanha à presidência, assinalou que os Estados Unidos faziam a Guerra do Vietnã com cartão de crédito. Desde então, o capital dos Estados Unidos capacitou-se a perseguir alvos muito maiores em termos financeiros. Sua profunda penetração, não apenas no ‘Terceiro Mundo’, mas também no coração do ‘capitalismo avançado’ do Ocidente, por meio do implacável avanço de seu imperialismo de cartão de crédito, aponta para uma importante contradição, que não pode ser encoberta indefinidamente mesmo pelos mais servis ‘governos amigos’ (como o governo conservador de Thatcher, atualmente de plantão na Grã-Bretanha). O número crescente de protestos provenientes dos círculos capitalistas adversamente afetados o testemunha.” (Mészáros, op. cit., p. 39)
Há limite ou outra forma de operar a economia capitalista?
“Aqueles que se referem ao alegado declínio dos Estados Unidos como potência hegemônica, atribuindo a isso muito significado, parecem esquecer que tais possibilidades — isto é, as várias formas de impor astronômica insolvência dos Estados Unidos ao restante do mundo, desconsiderando suas inevitáveis implicações negativas para as outras sociedades capitalistas avançadas — estão disponíveis apenas para um único país, em virtude de seu poder hegemônico praticamente incontestado (e incontestável, exceto no caso de um grande terremoto socioeconômico) no seio do mundo capitalista. Um conjunto de regras de ‘boa administração doméstica’ é reservado para um único membro do clube do ‘capitalismo avançado’, e um conjunto bastante diferente é imposto a todos os outros, inclusive ao Japão e à Alemanha Ocidental. O que é isso, se não a evidência da persistente supremacia hegemônicas Estados Unidos?” (Mészáros, op. cit., p. 41)
a hegemonia norte-americana não só segue incontestada como permanece como importante fator determinante do desenvolvimento econômico mundial em futuro previsível
“No dia seguinte à segunda-feira negra [inflação de ativos de 1987] um grupo de poderosos banqueiros e economistas respeitados se reuniu na BBC TV para discutir a crise. Um deles afirmou que a causa do desastre era a dívida norte-americana e a incapacidade de se tentar resolvê-la. Mesmo assim, um dos banqueiros mais cínicos da City acertou na mosca ao retrucar que a única coisa mais desastrosa do que não tentar uma solução para a dívida norte-americana seria tentar resolvê-la.” (Mészáros, op. cit., p. 44, grifo meu)
obs: não é previsível a nova forma pela qual os EUA desvalorizarão a sua dívida e prosseguirão com o seu endividamento — o certo é que, enquanto possuírem um poderia tecnológico, militar, produtivo, financeiro e monetário tão avassalador como têm hoje, o farão.
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