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Aspectos Sociais, Políticos
e Legais da Educação
2 
Aspectos Sociais, Políticos e Legais da Educação
O SISTEMA EDUCACIONAL NO BRASIL
INTRODUÇÃO 
A disciplina de Aspectos Sociais, Políticos e Legais da Educação 
enfoca a estrutura, a organização e o funcionamento da Educação 
Brasileira, a partir do contexto da gestão social e de seus aspectos sócio-
políticos, históricos e legais; analisa as políticas educacionais em seus 
diversos níveis e o planejamento neste contexto. 
Assim, ao desenvolver o conteúdo da disciplina temos a 
preocupação de lhe fornecer conceitos e fundamentos para que seja capaz 
de: 
Planejar, elaborar, desenvolver e avaliar, projetos e programas educativos, e 
políticas educacionais. 
Ter visão de negócios, identificando oportunidades e empreendendo 
projetos, ligados, principalmente à área da educação. Portanto a 
disciplina aborda duas grandes áreas: as Políticas Educacionais e o 
Planejamento. 
As Políticas Educacionais serão analisadas e discutidas como 
elementos fundamentais que têm grandes impactos na organização e 
na educação de um modo geral e na escola, de um modo particular. 
E o Planejamento será tratado como ferramenta de gestão 
para o desenvolvimento da instituição escolar. 
3 
Na primeira unidade, tratamos do SISTEMA EDUCACIONAL NO 
BRASIL fazendo uma revisão das principais legislações educacionais que 
traduzem uma política educacional no Brasil. Assim, iremos abordar os 
seguintes tópicos: 
1.1 A Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional; 
1.2 O Estatuto da Criança e do Adolescente; 
1.3 As Diretrizes, os Parâmetros e os Referenciais Curriculares 
Nacionais. 
Esperamos que ao final da unidade você capaz de 
 Contextualizar as políticas educacionais ao longo das últimas
décadas, com o objetivo de repensar a prática político-pedagógica
dos educadores/gestores de forma crítica e fundamentada.
 Perceber, nas demandas e variáveis que interferem no processo do
planejamento educacional, a estrutura das políticas públicas
brasileiras e sua relação com o planejamento na escola.
 Identificar os fatores condicionantes do sistema de ensino em sua
relação com as práticas organizativas, pedagógicas e curriculares
da escola.
1. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA
EDUCAÇÃO NACIONAL. 
Se eu lhe perguntar: o que significa “política” para você? 
Provavelmente o levarei a pensar nas campanhas eleitorais, partidos, 
propagandas, poluição visual às vésperas de eleição... Ou, nos políticos 
profissionais, na maioria das vezes, de maus políticos. 
Será que política é isso mesmo? 
Ou melhor, será que política é só isso? 
4 
Pensemos na origem da palavra, política é uma palavra de origem 
grega, politikós, que exprime a condição de participação da pessoa que é 
livre nas decisões sobre os rumos da cidade, a pólis. 
Com o decorrer do tempo, política passou a designar um campo dedicado 
ao estudo da esfera de atividades humanas articulada às coisas do Estado. 
Neste sentido, refere-se, hoje, principalmente ao conjunto de atividades, 
que, de alguma maneira são atribuídas ao Estado, ou que dele emanam. 
Podemos então dizer que, política pública, refere-se à participação do 
povo nas decisões da cidade, do território. Historicamente essa participação 
assumiu contornos distintos, no tempo e no lugar, podendo ter acontecido de 
forma direta ou indireta (por representação). De todo modo, um agente 
sempre foi fundamental no acontecimento da política pública: o Estado. 
Portanto, as políticas públicas são diretrizes, princípios norteadores de 
ação do poder público; são as regras e procedimentos para as relações entre 
poder público e a sociedade; as mediações entre atores da sociedade e do 
Estado e são explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos 
(leis, programas, linhas de financiamentos) que orientam ações que 
normalmente envolvem aplicações de recursos públicos. 
De uma maneira geral, podemos dizer que política pública é tudo aquilo 
que um governo faz ou deixa de fazer, bem como os impactos de sua ação ou 
omissão. Assim, se um governo não faz nada em relação a alguma coisa 
emergente isso também é uma política pública, pois envolveu uma decisão. 
Neste sentido, também dizemos que uma política pública se refere às 
prioridades definidas pelo Estado. 
O que distingue política pública da política, de um modo geral, é que 
esta também é praticada pela sociedade civil, e não apenas pelo governo. 
Isso quer dizer que política pública é condição exclusiva do governo, no que 
se refere a toda a sua extensão (formulação, deliberação, implementação e 
5 
monitoramento). Entende-se por políticas públicas educacionais aquelas que 
regulam e orientam os sistemas de ensino, instituindo a educação escolar. 
Com base em uma análise histórica sobre o papel social destinado a 
educação em diferentes períodos de nossa história, é possível evidenciar 
algumas das principais tensões e contradições que marcaram a organização 
do sistema educacional brasileiro, bem como, as continuidades, 
descontinuidades, adaptações e rupturas que caracterizaram as políticas 
educacionais de diferentes períodos. 
Com maior ou menor ênfase e marcadas pela ideologia de sua época, 
todas as Constituições brasileiras dedicaram tratamento ao tema da 
educação. Assim, ao longo da história da educação brasileira, as políticas 
educacionais estiveram intimamente relacionadas ao contexto social, político 
e econômico de cada época, procurando adequar o sistema de ensino à 
estrutura social vigente ou em emergência. 
Na Constituição de 1988, a Educação passa a representar uma das 
estratégias destinadas a realizar a “justiça social.” Assim, o Estado procura 
instrumentos de aproximação e de incorporação das massas populares 
mostrando a “intenção” de diminuir as desigualdades e de assistir à 
população mais carente. 
É nesta linha que a Constituição de 88 incorpora as políticas 
educacionais, de forma geral, caracterizando-se pelo sentido de 
democratização da Educação, voltando-se para ampliação do acesso a 
educação básica, configurando as políticas de “educação para todos”. 
É reconhecidamente, no meio acadêmico e jurídico, que nossa 
Constituição atual, é uma das mais avançadas do mundo em matéria de 
consagração e proteção dos direitos sociais, dente eles, o direito à educação. 
Além do estabelecimento de regras minuciosas, a grande inovação 
trazida pela Constituição de 88 em relação ao direito à educação, decorre de 
6 
seu caráter democrático, especialmente pela preocupação em prever 
instrumentos para sua efetividade. 
Na Constituição atual a Educação é tratada no 
CAPÍTULO III - DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO 
Seção I - DA EDUCAÇÃO 
O artigo 205, determina que: 
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida 
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho.” 
Diferentemente dos outros direitos sociais, o direito à educação está 
diretamente vinculado à obrigatoriedade escolar, assim, a inclusão do direito 
à educação entre os direitos sociais apresenta, ao mesmo tempo, como uma 
conquista e uma concessão, um direito e uma obrigação. 
Desta forma, a Constituição trata a educação: 
Como direito  A educação é direito de todos e o acesso ao ensino
obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
Como dever  A educação é dever do Estado e da família.
 Compete aos Estados e aos Municípios, em regime
de colaboração e com assistência da União:
recensear a população em idade escolarpara o
ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele
não tiveram acesso; fazer-lhes a chamada pública;
zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência
à escola.
 É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula
dos menores, a partir de seis anos de idade, no
ensino fundamental.
Como gratuidade  O ensino público em estabelecimentos oficiais é
gratuito, em todos os seus níveis.
 A oferta gratuita do ensino fundamental deve ser
7 
também assegurada para todos os que a ela não 
tiveram acesso na idade própria e o ensino médio 
gratuito deve ser progressivamente universalizado. 
Como obrigatoriedade  O ensino fundamental, com duração de nove anos,
além de gratuito nos estabelecimentos oficiais, é
obrigatório, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria.
 Esta obrigatoriedade deve ser progressivamente
estendida à educação infantil e ao ensino médio.
Como responsabilidade  O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder
Público, ou sua oferta irregular, importa
responsabilidade da autoridade competente.
 Comprovada a negligência da autoridade competente
para garantir o oferecimento do ensino obrigatório,
poderá ela ser imputada por crime de
responsabilidade.
Você se lembra o que significa dizer que “O acesso ao ensino 
obrigatório e gratuito é direito público subjetivo”? 
O direito à educação parte do reconhecimento de que o saber 
sistemático é mais do que uma importante herança cultural, o cidadão torna-
se capaz de se apossar de padrões cognitivos e formativos pelos quais tem 
maiores possibilidades de participar dos destinos de sua sociedade e 
colaborar na sua transformação. 
Hoje, o problema mais grave não é mais o de fundamentar os direitos 
do homem, e sim o de protegê-los, garanti-los, pois, os direitos sociais são 
mais difíceis de proteger do que os direitos de liberdade, por exemplo. 
A declaração e a garantia de um direito tornam-se imprescindíveis em 
uma sociedade com forte tradição elitista e que tradicionalmente reserva 
apenas às camadas privilegiadas o acesso a este bem social. 
8 
Desse modo, a educação como direito e sua efetivação em práticas 
sociais se convertem em instrumento de redução das desigualdades e das 
discriminações e possibilitam uma aproximação pacífica entre os povos de 
todo o mundo. 
Você se lembra, pela nossa Constituição, em relação à educação, o que 
compete à União, aos Estados e Distrito Federal e aos Municípios? 
A LDB atual, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n. 9.394/96) 
é promulgada em 1996, em atendimento aos preceitos constitucionais após 
um longo processo de tramitação que se iniciou em 1988. 
Como uma lei que estabelece as diretrizes para a organização da 
educação nacional, tanto para as instituições públicas quantos para as 
privadas, traçou, dentre outras coisas, os princípios educativos, especificou 
os níveis e modalidades de ensino, regulou e regulamentou a estrutura e o 
funcionamento do sistema de ensino nacional. 
A partir da LDB de 96, a Educação Infantil, até então tida como pré-escola, 
algo que vinha antes da escola, passou a fazer parte do sistema educacional. 
Assim, o atendimento da criança pequena, deixa de ter um caráter 
eminentemente social e passa a ser educacional. Daí a dupla função da 
Educação Infantil: o educar e o cuidar. 
9 
A figura de “modalidades de ensino” é a primeira vez que surge em 
nossa Lei de Diretrizes, elas correspondem às formas de educação que 
podem realizar-se nos diferentes níveis da educação escolar. Foram criadas 
para atender às especificidades da oferta da educação, quer em relação à 
população, ou à localização de tal população. 
Portanto, as modalidades perpassam pelos níveis e no esquema abaixo 
você pode verificar algumas delas e sua relação com os níveis e etapas. 
Muitos dos artigos, parágrafos e incisos da LDB, foram responsáveis 
por mudanças estruturais importantes na educação brasileira e trouxeram 
inovações significativas. 
Pela primeira vez uma lei educacional deixa a União com um forte 
papel de mero coordenador, o que abre margem para a iniciativa autônoma 
dos Estados, Municípios e escolas. 
10 
Outro elemento importante trazido pela LDB foi caracterizar a 
Educação como dever da família e do Estado. Com ela o conceito de 
participação da família na Educação se tornou mais elástico e mais efetivo. 
A LDB avança significativamente ao introduzir a autonomia e 
flexibilização dos sistemas de ensino, a introdução dos sistemas de 
avaliação, a municipalização do ensino, além de abrir espaço para a 
educação a distância e, principalmente a educação especial. 
Desta forma a Lei de Diretrizes e Bases da Educação figura como um 
importante instrumento de concretização dos direitos educacionais. Junto 
com as demais leis protetoras dos direitos sociais, contemplou-se no âmbito 
educacional, uma preocupação de formar um indivíduo mais crítico, 
participativo, questionador e cidadão. 
1.2 O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
O ECA, Estatuto da Criança e dos Adolescente, Lei n. 8.069/90, traz 
uma nova visão para a criança e o adolescente, rompendo com o 
conservadorismo da época, presente no “Código de Menores” até então em 
11 
vigor, no qual a criança e o adolescente eram objetos de direito, diferente de 
hoje, que são pessoas sujeitos de direitos e deveres. 
Você sabe quem são as crianças e adolescentes definidos pelo ECA? 
Assim, o ECA veio regulamentar e garantir a imposição à família, à 
sociedade e ao Estado que assegurarem os direitos da criança e do 
adolescente, bem como disciplinar os mecanismos para efetivação e garantia 
desses interesses inerentes ao menor. 
Portanto, o objetivo maior do Estatuto da Criança e do Adolescente é 
proteger a criança e o adolescente de toda e qualquer forma de abuso, bem 
como garantir que todos os direitos estabelecidos na Constituição Federal 
lhes sejam assistidos. Além de disciplinar os mecanismos os quais devem ser 
utilizados para que a família, a sociedade e o Estado garantam todos os 
direitos inerentes ao menor. 
O ECA se refere à família natural e família extensa. 
Você sabe qual é o entendimento que ele dá a cada uma delas? 
Constituem direitos fundamentais da criança e do adolescente todos 
aqueles inerentes à pessoa humana dos quais podemos destacar o direito à 
vida, saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, a 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à 
convivência familiar e comunitária. 
O ECA também coloca a criança e o adolescente a salvo de toda 
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e 
opressão. Dessa forma, verifica-se que, através da prática daqueles direitos, 
é possível assegurar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e 
social da criança e do adolescente. 
A partir da Constituição de 1988 e do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, as crianças e adolescentes brasileiros, sem distinção de raça, 
12 
classe social, ou qualquer forma de discriminação, passaram de objetos a 
serem sujeitos de direitos, considerados em sua peculiar condição de 
pessoas em desenvolvimento e a quem se deve assegurar prioridade 
absoluta na formulação de políticas públicas e destinação privilegiada de 
recursos nas dotações orçamentárias das diversas instâncias político-
administrativas do País. 
Você sabe o que é o Conselho Tutelar? 
O ECA institui um sistema participativo de formulação, controle e 
fiscalização das políticas públicas entre Estado e sociedade civil - os 
conselhos. Dentre eles está o Conselho Tutelar que é o órgão responsável 
em fiscalizar se os direitos previstos no Estatutoda Criança e do 
Adolescente estão sendo cumpridos. 
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não 
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos 
direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei. (ECA) 
Órgão permanente - uma vez criado não pode ser extinto; 
Autônomo - autônomo em suas decisões, não recebe interferência de fora; 
Não jurisdicional - não julga, não faz parte do judiciário, não aplica 
medidas judiciais. 
Cada cidade deve ter obrigatoriamente pelo menos um Conselho 
Tutelar, sustentado pelo governo municipal ou seja, é a prefeitura que deve 
pagar o aluguel, telefone, inclusive o salário dos Conselheiros, etc. 
Em cada Conselho trabalham cinco Conselheiros, escolhidos pela 
comunidade para um mandato de 3 anos. Os Conselheiros são os 
principais responsáveis para fazer valer esses direitos e dar os 
encaminhamentos necessários para a solução dos problemas referentes 
à infância e adolescência. 
13 
Podem ser encaminhados para o Conselho Tutelar casos de 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão 
que tenham como vítimas crianças ou adolescentes. Ao receber denúncia 
de que alguma criança ou adolescentes está tendo seu direto violado, o 
Conselho Tutelar passa a acompanhar o caso para definir a melhor forma 
de resolver o problema. 
Por exemplo, se os pais de uma criança ou adolescente não 
encontram vagas para seus filhos na escola, ou ainda, se a criança ou 
adolescente estiver precisando de algum tratamento de saúde e não for 
atendido, o Conselho Tutelar pode ser procurado. Nesses casos, o Conselho 
tem o poder de requisitar que os serviços públicos atendam a essas 
necessidades. Requisitar, aqui, não é mera solicitação, mas é a 
determinação para que o serviço público execute o atendimento. Casos as 
requisições não sejam cumpridas, o Conselho Tutelar encaminhará o caso ao 
Ministério Público para que sejam tomadas as providências jurídicas. 
As principais funções do Conselho Tutelar são: 
 receber a comunicação dos casos de suspeita ou confirmação de
maus tratos e determinar as medidas de proteção necessárias;
 determinar matricula e frequência obrigatória em estabelecimento
oficial de ensino fundamental, garantido assim que crianças e
adolescentes tenham acesso à escola;
 requisitar certidões de nascimento e óbito de crianças ou
adolescentes, quando necessário;
 atender e aconselhar pais ou responsáveis, aplicando medidas de
encaminhamento a: programas de promoção à família, tratamento
psicológico ou psiquiátrico, tratamento de dependência química;
 orientar pais ou responsáveis para que cumpram a obrigação de
matricularem seus filhos no ensino fundamental, acompanhando sua
frequência e aproveitamento escolar;
 requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço
social, previdência, trabalho e segurança;
14 
 encaminhar ao Ministério Público as infrações contra os direitos de
crianças e adolescentes.
Não são atribuições do Conselho Tutelar: 
 busca e apreensão de Crianças, Adolescentes ou pertences dos
mesmos - quem faz isso é o oficial de Justiça, por ordem judicial;
 autorização para viajar ou para desfilar - quem faz é Comissário da
Infância e Juventude;
 não dá autorização de guarda - quem faz isso é o juiz, através de um
advogado que entrará com uma petição para a regularização da
guarda ou modificação da mesma.
Thelma, uma professora do 4º. Ano percebeu que um aluno seu estava 
com muitas marcas no corpo (vermelhidão, hematomas, ferimentos) o 
que a levou a desconfiar de agressão. Com muito cuidado fez com que 
o aluno lhe contasse que apanhava com frequência do pai adotivo.
O que deve fazer a professora com base no Estatuto da Criança e do 
Adolescente? 
O ECA também tem um capítulo reservado à Educação: 
Capítulo IV - Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer. 
Estabelece que o direito à educação deve proporcionar o pleno 
desenvolvimento da criança e do adolescente, preparando-os para o 
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. 
Determina ainda que: 
• É dever do estado garantir ensino fundamental obrigatório e gratuito;
• É dever do estado oferecer creche e pré-escola até os 6 anos de idade;
• Os pais tem obrigação de manter os filhos na rede regular de ensino;
• A escola tem obrigação de comunicar o conselho tutelar sobre: maus
tratos, evasão escolar, elevados índices de repetência.
15 
1.3 AS DIRETRIZES, OS PARÂMETROS E OS REFERENCIAIS 
CURRICULARES NACIONAIS. 
Você sabe o que é um sistema? 
E o que pode ser um sistema na área de educação? 
A LDB estabelece que: 
Art. 9º A União incumbir-se-á de: 
[...] 
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino 
fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos 
mínimos, de modo a assegurar formação básica comum. 
Assim, o Conselho Nacional de Educação fixou as Diretrizes 
Curriculares Nacionais como normas obrigatórias para a Educação Básica 
que orientam o planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino. 
Não são fórmulas prontas, já que o contexto sócio-político-cultural que 
envolve cada escola ou sistema educacional exige inovadoras formas de 
saber, fazer e ser. 
Uma das prioridades das DCN é conferir maior autonomia aos sistemas 
educacionais na definição dos currículos. Para isso, explicitam as competências e 
habilidade que devem ser desenvolvidas por meio do Projeto Político-Pedagógico, 
capaz de adaptar-se à dinâmica das demandas sociais, incentivando as 
instituições a montar seu currículo, recortando, dentro das áreas de 
conhecimento, os conteúdos que lhe convêm para a formação daquelas 
competências que estão explicitadas nas diretrizes curriculares. Dessa forma, a 
escola deve trabalhar esse conteúdo nos contextos que lhe parecerem 
necessários, considerando o tipo de pessoas que atende, a região em que está 
16 
inserida e outros aspectos locais relevantes reafirmando o princípio 
da flexibilidade garantido pela LDB. Esse princípio estaria assegurado por 
diretrizes amplas, que indicam competências a serem desenvolvidas pelos 
educandos, em linhas gerais, mas de caráter obrigatório. 
Desse modo, as diretrizes buscam se apresentar mais como uma 
orientação, um impulso inicial e rumo geral para as decisões curriculares a serem 
tomadas democrática e coletivamente pelas escolas ou sistemas educacionais. 
Dessa forma, as Diretrizes Curriculares, deslocam o foco do ensino 
para a aprendizagem e não pretendem configurar um currículo único segundo 
a concepção tradicional. 
Podemos então afirmar que as Diretrizes Curriculares Nacionais são 
um conjunto de definições doutrinárias sobre princípios, fundamentos e 
procedimentos na Educação Básica que orientam as escolas na organização, 
articulação, desenvolvimento e avaliação de suas propostas pedagógicas. 
Portanto, as diretrizes cumprem que seu papel de subsidiar a elaboração das 
propostas pedagógicas das secretarias, do planejamento curricular dos 
sistemas de ensino e do projeto político pedagógico de cada estabelecimento 
escolar, conforme preconiza a legislação. 
Dessa forma, a partir de 1996 (com a promulgação da LDB), foram 
estabelecidas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica e 
todas as suas etapas e modalidades e também para os cursos Superiores. 
As diretrizes curriculares nacionais são elaboradas por meio de um processo 
que inclui a análise das propostas constantes nos pareceres elaborados pelo 
Conselho Nacional de Educação - CNE e submetidos à consulta da 
comunidadeeducacional, para que, após esse procedimento, sejam 
formalizadas em termos de resoluções, de caráter mandatório para todos os 
sistemas de ensino do território nacional. 
17 
A consulta feita à comunidade educacional, normalmente é através 
da constituição de uma comissão de especialistas que elabora uma 
proposta ao MEC. 
Portanto sempre que nos referimos às Diretrizes Curriculares, estamos 
falando de dois documentos importantes: o Parecer do CNE e a Resolução. 
Abaixo você tem a relação das principais Diretrizes da Educação básica: 
Educação Básica 
Parecer CNE/CEB nº 7/2010, aprovado em 7 de abril de 2010 
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. 
Resolução CNE/CEB nº 4, de 13 de julho de 2010 
Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica 
Educação Infantil 
Parecer CEB nº 22, de 17 de dezembro de 1998 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. 
Resolução CNE/CEB nº 5, de 17 de dezembro de 2009 
Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. 
Ensino Fundamental 
Parecer CNE/CEB nº 4, de 29 de janeiro de 1998 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. 
Parecer CNE/CEB nº 11/2010, aprovado em 7 de julho de 2010 - Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. 
Resolução CNE/CEB nº 7, de 14 de dezembro de 2010 - Fixa Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. 
Educação de Jovens e Adultos 
Parecer CNE/CEB nº 11/2000, aprovado em 10 de maio de 2000 
Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de 
Jovens e Adultos. 
Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000 
Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de 
Jovens e Adultos. 
18 
Educação Especial 
Parecer CNE/CEB nº 17/2001, aprovado em 3 de julho de 2001 
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 
Resolução CNE/CEB nº 2/2001, de 11 de setembro de 2001 
Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 
Pensando nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, 
veja se você consegue relacionar quais são seus aspectos principais que 
uma escola deve se preocupar na sua organização pedagógica, 
administrativa e curricular. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, constituem em um 
referencial de qualidade para a educação no Ensino Fundamental, 
configurando como uma proposta flexível para a elaboração dos currículos 
nas escolas. São referenciais, a partir dos quais o sistema educacional do 
País se organize, a fim de garantir que, respeitadas as diversidades culturais, 
regionais, étnicas, religiosas e políticas, a educação possa atuar no processo 
de construção da cidadania. 
Assim, os PCN foram elaborados para difundir os princípios da 
reforma curricular e orientar os professores na busca de novas abordagens e 
metodologias. Eles traçam um novo perfil para o currículo, apoiado em 
competências básicas para a inserção dos jovens na vida adulta; orientam os 
professores quanto ao significado do conhecimento escolar quando 
contextualizado e quanto à interdisciplinaridade, incentivando o raciocínio e a 
capacidade de aprender. 
Apoiados fortemente no conceito de cidadania, os PCN buscam criar 
condições para que as crianças e jovens tenham acesso ao saber socialmente 
elaborado e reconhecido como necessário ao exercício da cidadania. 
Elaborado em uma perspectiva construtivista de aprendizagem, 
consideram que o conhecimento surge e se enraíza através da ação e da 
interação dos professores e/ou alunos com os objetos a serem apreendidos 
pela consciência. 
19 
Os PCN estão organizados como mostra a relação a seguir, basta 
você clicar sobre o título Ensino Fundamental que você terá acesso ao 
documento, na íntegra, a partir do site do MEC: 
Ensino Fundamental – 1.ª a 4.ª série 
Têm como objetivo estabelecer uma referência curricular e apoiar a revisão e/ou 
elaboração da proposta curricular dos estados ou das escolas integrantes dos 
sistemas de ensino. 
Os PCN de 1.ª a 4.ª série estão divididos em 10 volumes: 
Volume 1 — Introdução aos PCN 
Volume 2 — Língua Portuguesa 
Volume 3 — Matemática 
Volume 4 — Ciências Naturais 
Volume 5.1 — História e Geografia 
Volume 5.2 — História e Geografia 
Volume 6 — Arte 
Volume 7 — Educação Física 
Volume 8.1 — Temas Transversais — Apresentação 
Volume 8.2 — Temas Transversais — Ética 
Volume 9.1 — Meio Ambiente 
Volume 9.2 — Saúde 
Volume 10.1 — Pluralidade Cultural 
Volume 10.2 — Orientação Sexual 
Ensino Fundamental — 5.ª a 8.ª série 
Estabelecem, para os sistemas de ensino, uma base nacional comum nos currículos 
e servem de eixo norteador na revisão ou elaboração da proposta curricular das 
escolas. 
Volume 1 — Introdução aos PCN 
Volume 2 — Língua Portuguesa 
Volume 3 — Matemática 
Volume 4 — Ciências Naturais 
Volume 5 — Geografia 
Volume 6 — História 
Volume 7 — Arte 
Volume 8 — Educação Física 
Volume 9 — Língua Estrangeira 
Volume 10.1 — Temas Transversais — Apresentação 
Volume 10.2 — Temas Transversais — Ética 
Volume 10.3 — Temas Transversais — Pluralidade Cultural 
Volume 10.4 — Temas Transversais — Meio Ambiente 
Volume 10.5 — Temas Transversais — Saúde 
Volume 10.6 — Temas Transversais — Orientação Sexual 
Volume 10.7 — Temas Transversais — Trabalho e Consumo 
Volume 10.8 — Temas Transversais — Bibliografia 
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Ao consultar o material você vai verificar que, além de conter uma 
exposição sobre seus fundamentos, contém os diferentes elementos 
curriculares tais como: 
 Caracterização das Áreas,
 Objetivos,
 Organização dos Conteúdos,
 Critérios de Avaliação e
 Orientações Didáticas,
efetivando uma proposta articuladora dos propósitos mais gerais de 
formação do cidadão crítico e participativo com sua operacionalização no 
processo de aprendizagem. 
Apesar de apresentar uma estrutura curricular completa, os PCN são 
abertos e flexíveis, uma vez que por sua natureza, exigem adaptações para a 
construção do currículo de uma Secretaria ou mesmo de uma escola. 
Também pela sua natureza, não se impõem como uma diretriz obrigatória: o 
que se pretende é que ocorram adaptações através de uma troca dialógica 
entre eles e as práticas já existentes, desde as definições dos objetivos até 
as orientações didáticas para a manutenção de um todo coerente. 
Os Referenciais Curriculares Nacionais é o conjunto de reflexões de 
cunho educacional sobre objetivos, conteúdos e orientações didáticas para 
os educadores; desenvolvidos para aproximar a prática escolar às 
orientações expressas nas Diretrizes Curriculares Nacionais. 
Portanto, tais documentos correspondem à subsídios adicionais, que 
oferecem informações e indicações para a elaboração de propostas curriculares. 
21 
Foram elaborados para áreas que necessitem de informações 
adicionais, além dos documentos normativos. 
• Educação Infantil,
• Educação Indígena
• Educação Profissional.
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 
Os três volumes dessa publicação podem contribuir para o 
planejamento, desenvolvimento e avaliação de práticas educativas, além da 
construção de propostas pedagógicas que respondam às necessidades das 
crianças e de seus familiares. 
Para acessar, copie o link: 
Introdução - 
http://www.educacional.com.br/abresite.asp?IdPublicacao=128868 
Apresenta uma reflexão sobre creches e pré-escolas no Brasil, 
situando e fundamentando concepções de criança, de educação, de 
instituição e do profissional, que foram utilizadas para definir os objetivos 
gerais da educaçãoinfantil. 
Formação pessoal e social - 
 http://www.educacional.com.br/abresite.asp?IdPublicacao=128877 
 Trata da Formação Pessoal e Social contendo o eixo de trabalho que 
favorece, prioritariamente, os processos de construção da identidade e 
autonomia das crianças. 
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Conhecimento de Mundo - 
http://www.educacional.com.br/abresite.asp?IdPublicacao=128880 
Aborda o Conhecimento de Mundo contendo seis documentos 
referentes aos eixos de trabalho orientados para a construção das diferentes 
linguagens pelas crianças e para as relações que estabelecem com os 
objetos de conhecimento: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral 
e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática. 
Você é capaz de dizer o que difere as Diretrizes Curriculares dos 
Parâmetros Curriculares e dos Referenciais Curriculares Nacionais? 
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SÍNTESE 
Você deve ter percebido pelo desenvolvimento do conteúdo da 
presente unidade que a Constituição Federal de 88 e a Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional impuseram profundas mudanças em nosso 
sistema educacional. 
Dentre as inúmeras mudanças trazidas pelas duas leis na área da 
educação, temos a constituição de um sistema nacional de educação, do 
qual participam as três instâncias: federal, estadual e municipal. 
Assim, para se garantir uma unidade para este sistema, o Ministério da 
Educação cria as Diretrizes, os Parâmetros e os Referenciais Curriculares 
Nacionais, como instrumentos de orientação da organização das escolas e 
dos sistemas educacionais e de orientações didáticas metodológicas para o 
desenvolvimento da prática educativa pelos professores. 
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BIBLIOGRAFIA 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível 
em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. 
Acesso em: 22/02/11. 
BRASIL. Lei N°. 9.394/94, de 20/12/1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 22/02/11. 
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferrreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. 
Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003. 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Nacionais. Disponíveis 
em: 
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12992:diretrizes-
para-a-educacao-basica>Acesso em: 22/02/11. 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais. 
Disponíveis em: 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1264
0%3Aparametros-curriculares-nacionais1o-a-4o-series&catid=195%3Aseb-
educacao-basica&Itemid=859 Acesso em: 22/02/11.