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INSTITUTO DE ENSINO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA pag 1 Turma: Data: Nome: Professora Leilane Morais Lopes Aula 1 – Biologia Celular Biologia Celular é a parte da biologia responsável pelo estudo das células. Essa estrutura é importante e fundamental para qualquer ser vivo. Sendo sua base primordial. A biologia celular só passou a se tornar ciência com o advento da miscroscópia. Pois as celulas tem tamanhos muito diminutos, tendo de algumas com µm de tamanho, o que as torna impossível de verficiar a olho nú. Mesmo as maiores celulas do nosso corpo, não são capazes de serem observadas a olho nú (Fig 1). Fig 1 – Representação esquemática dos níves de vizualização e dos seus respectivos tamanhos. Então para entender como se iniciou o estudo das celulas e depois dos tecidos (que são formados a apartir de celulas especificas que se comunicam entre si, e assim realizam uma função também especifica), precisamos entender como foi o surgimento do microscópio e das primeiras indagações sobre a vida. Muito antes de se utilizar, ou mesmo pensar em utilizar lentes que possuiam capacidade de aumento, para visualizar os seres vivos, os humanos já estavam se utilizando da ótica para observar o mundo. INSTITUTO DE ENSINO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA pag 2 Em 500 a.C., Confúcio, na China já utilizava pedras cortadas como instrumento óptico. Já em 1000 d.C., Monges árabes, utilizavam lentes, como “pedra da leitura”, “lupa primitiva” para aumentar a vizualização de letras. Em 1270 d.C., Marco Polo observou que chineses idosos utilizando “óculos” para leitura. No final Séc. XIII em Veneza essas lentes já eram utilizadas em armação. Aqui já existiam os óculos! Foram a invesão e posterior utilização dessas lentes, que levaram a invenção do microscópio. Nosso amigo de todos os dias de laboratório foi inventado tendo como base um telescopio, que é uma especie de binoculo, mas que com apenas uma ocular. Em 1595 Hans Janssen e Zacharias Janssen (fabricantes de óculos) inventaram o primeiro microscópio, ele era bem rudimentar, mas já possui 2 lentes acopladas que eram capazes de realizar aumento, podendo assim observar pequenos animais ou objetos. Em 1665, Robert Hooke, utilizando um desses microscopios e no alge de seus 30 anos, ao observar um pedaço de curtiça, contata que ele é formado por várias lacunas como se fossem burracos, e se inspirando nos quartos dos monjes católicos (que eram pequenos e praticamente vázios) cunha o termo “célula”, se referindo a esses quartos (fig 2). Fig 2 – Imagem observada por Hooke ao miscrospio. Corte de celulas vegetais presentes na cortiça. Mas é claro que depois dessa descoberta, outras se seguiriam! Em 1674, Leeuvenhoek observou com a ajuda de um microscópio, elaborado por ele, celulas livres. Brown, 1831, descobriu o núcleo e assim cunhou o Conceito de célula - “Massa de protoplasma limitada por uma membrana celular e possuindo um núcleo.” Schleiden, 1838, descobriu as estrutura dos tecidos vegetais e Schwann, 1839 as estrutura dos tecidos animais. Eles cunharam a Teoria Celular, que coloca que todos os seres vivos são constituidos por células. E não é que eles estavam certos!!! INSTITUTO DE ENSINO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA pag 3 Mas não foram descobertas todas as estruturas assim tão rapidamente, algumas estruturas só puderam ser visualizadas após muita evolução tecnologica nos microscópios. Em 1855, Virchow descobriu que as células podem surgir somente por divisão de uma célula pré-existente, sendo assim apenas uma celula pode dar origem a outras celulas. Eduard Strasburger, em 1880 fez os primeiros desenhos de células em divisão (célula ciliada de flor de Tradescantia, Fig 3). Flemming, em 1880 descreveu o mecanismo da mitose, como ela se dava, os seus passos, desde a celula mãe, até as celulas filhas. Observando as células em divisão, Waldeyer, em 1890, observa o material genético super condensado e cunha o termo “cromossomo” ao observar a divisão precisa dos cromossomos. Fig 3 – Desenho esquemático feito por Eduard Strasburger em 1880. Em 1898, Camillo Golgi, descobre a organela celulas, vocês conseguem adivinhar qual organela ele descobriu? Pode responder aqui -> Se você respondeu o Complexo de Golgi, você acertou!! Mas essa tava molesinha! Com todas essas descobertas, foi postulada a Teoria Celular Moderna (é de 1900, as é moderna pela ciência!) “Todas as células são as unidades morfológicas e fisiológicas de todos os organismos vivos. As propriedades de um dado organismo dependem daquelas de cada uma de suas células. As atividades essenciais que caracterizam a vida ocorrem no interior das células. As células originam-se somente de outras células, das quais herdam suas características. A menor unidade da vida é a célula.” Muito do que se sabe atualmente sobre as organelas celulares só foram descobertas após o desenvolvimento dos microscópios eletrônicos. Então agora vamos falar um pouco dos microscopios! Nossos amigos de todos os dias! INSTITUTO DE ENSINO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA pag 4 Eu adoro eles! Microscopia O Objetivo da microscopia é a obtenção de imagens ampliadas de um objeto, que nos permitam distinguir detalhes não revelados a olho nu. Para isso são utilizados os microscópios. A maioria das fotografias de células é tirada usando um microscópio e essas fotografias também podem ser chamadas de microfotografias. Os microscópios são instrumentos que nos possibilitam a partir da óptica observar estruturas diminutas. Existem dois fatores que devem ser considerados quando falamos de microscópios – Definição e Resolução. Ampliação é a medida de quanto maior um microscópio (ou conjunto de lentes dentro do microscópio) consegue mostrar um objeto. Por exemplo, os microscópios óticos normalmente usados nas escolas e faculdades ampliam cerca de 400 vezes o tamanho real. Então, algo que possua 1 mm de largura na vida real terá 400 mm de largura na imagem microscópica. A resolução de um microscópio ou lente é a menor distância na qual dois pontos podem estar separados e ainda ser distinguidos como objetos distintos. Quanto menor for este valor, maior o poder de resolução do microscópio e melhor a clareza e detalhe da imagem. Se duas células bacterianas estiverem muito próximas em uma lâmina, elas podem parecer um único ponto borrado num microscópio com baixo poder de resolução, mas podem parecer distintas num microscópio com alto poder de resolução. Se um miscrocópio possuir apenas um dos 2 atributos muito elevado, a imagem resultante será ruim. Se a ampliação for maior que a resolução, teremos uma imagem borrada, mas bem grande. Se a resolução for maior que a ampliação teremos uma boa imagem, mas bem pequena. Atualmente existem 3 tipos de microscópios. Os ópticos, os eletrônicos e o confocal. Microscópio Óptico Nos microcópios opticos temos também os esteroscópicos, também conhecidos como Lupas. Eles se baseiam na utilização da luz direta sobre um conjunto de lentes para obter na ocular, uma resolução observável. Sua resolução e amplitude é pequena, possuindo um aumento de até 2000 vezes. O microscópio funciona ao iluminar o objeto com luz visível ou ainda luz ultravioleta, ela se difraga devido ao comprimento de onda da luz (fig 4). INSTITUTO DE ENSINO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA pag 5 Fig 4 – Microscopio optico e suas partes. No microcopios eltrônicos temos uma maior resolução e amplitudo. Eles foram os responsáveis por conseguirmos observar as organelas celulares com maior definição, e até mesmo replicação de vírus. Microscopia Eletrônicade Varredura (MEV)(fig 5) Fig 5 – Esquema dos componentes de um microscópio eletronico. Fig 5 – Esquema dos componentes de um microscópio eletrônico. INSTITUTO DE ENSINO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA pag 6 O MEV surgiu comercialmente em 1965 e desde então tornou-se indispensável em muitos tipos de pesquisa. No MEV a imagem é formada através de um feixe de elétrons que é usado para varrer o espécime (amostra), o qual emite os elétrons secundários (interação de um feixe primário com a superfície de interesse). O feixe de elétrons é produzido em vácuo para evitar colisão com moléculas do ar. Para espécimes bem preparados (bons condutores) é vantajoso trabalhar-se com feixe primário de elétrons acelerados com 20 e 25 kV, pois ganha-se na resolução. Espécimes mais sensíveis podem precisar de elétrons menos energéticos (abaixo de 20 kV). Também é importante escolher adequadamente a distância de trabalho. Distâncias curtas favorecem melhor resolução, com certo sacrifício da profundidade de foco. O inverso, maiores distâncias de trabalho são necessárias para pequeno aumento, áreas e volumes grandes, garantindo boa profundidade de foco. A microscopia eletrônica de varredura de alta resolução (usando canhão de emissão de campo) fornece imagens de superfície e de estruturas abaixo da superfície. Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET)(fig 6) É importante para determinar tamanho e forma de estruturas cristalinas e amorfas; inorgânicas e biológicas. No caso de amostras cristalinas, também pode revelar a composição das partículas. A formação de imagem no MET é uma projeção bidimensional da amostra, podendo haver sobreposição das linhas e áreas de interesse. A imagem final pode ser de campo claro ou campo escuro. Cada modo de imagem fornece informações complementares sobre a amostra. No modo campo claro, uma abertura é acionada no plano focal inferior da lente objetiva que permite a passagem apenas dos feixes diretos, não difratados. As regiões correspondentes a estes feixes surgem escuras na imagem, enquanto que regiões com nenhuma amostra no caminho do feixe aparecem mais claras na imagem. Na imagem de campo escuro, o feixe direto é bloqueado pela abertura do plano focal inferior enquanto que um ou mais feixes difratados passam pela lente objetiva e aparecem claros na imagem. As regiões cujos feixes refratados não foram coletados vão aparecer escuras na imagem. Os feixes difratados têm forte interação com a amostra, fornecendo importantes informações, como defeitos na estrutura e tamanho de partículas. INSTITUTO DE ENSINO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA pag 7 Fig 6 – Esquema do funcionamento de um microscópio eletronico de varredura. A maioria dos MET utilizados no estudo de nanomateriais dispõe de tensão de aceleração de até 300 kV. Embora os MET utilizados em biologia, em geral, operam na faixa de 60 a 80 kV. Microscopio Confocal ou de influorescencia E por ultimos temos o confocal (Fig 7), ele necessita de um terceiro fator, o contraste. Nesse microscopio já é possivel observar as estruturas coloridas! Sim coloridas e até mesmo formar um plano em 3 dimensões do que é observado, sendo assim possível observar as interações entre as estruturas observadas. O microscópio confocal realiza análises mais refinadas de amostras de tecidos e células através de um sistema de laser, acoplado a um microscópio óptico invertido que permite, por exemplo, reconstruções tridimensionais de estruturas celulares. Este microscópio também é equipado com uma câmara incubadora de gás carbônico que permite a visualização de células vivas durante períodos extensos de tempo. INSTITUTO DE ENSINO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA pag 8 Fig 7 – Esquema do funcionamento do microscopio confocal de fluorescencia, observa-se os diferentes feixes de cores. O microscopio confocal de fluorescencia utiliza a fluorescência para a aquisição das imagens. A fluorescência é um tipo de luminescência (emissão de luz) em que um corpo absorve luz e após um curto intervalo de tempo re-emite essa luz. Dependendo da fonte de energia, a luminescência pode ser do tipo eletroluminescência, radioluminescência, quimioluminescência ou fotoluminescência, onde a última ocorre quando a fonte de energia são fótons. Esse é o princípio da microscopia de fluorescência, na qual compostos químicos chamados fluoróforos são usados para produzir a fluorescência do material em estudo. O uso dos fluoróforos em biologia, por exemplo, acontece quando se quer localizar uma área específica da amostra (como uma proteína, por exemplo) ou para responder a um estímulo específico. Com o microscópio confocal de fluorescencia é possivel observar, com o auxilio de tecnicas de histologia e marcação celular a presença de componentes celulares em tecidos e até mesmo observar a presença de vírus ou estruturas patogênicas no interior das células. A obtenção de cores ocorre pelos componentes marcados, que ao serem excitados pelo feixe de eletrons, libera uma coloração que é absorvida pelo computador acoplado ao microscopio. Para as marcações de cor, utiliza-se anticorpos marcados com substancias que liberam cor, no caso os fluorocromos, e também soluções químicas que são capazes de fazer a mesma coisa, tais como Azul Evans que possibilita uma coloração vermelha a amostra. No caso das hemacias essas possuem coloração própria mesmo, e por vezes, são o terror de quem faz histologia a nível de fluorescencia. Morfologia básica das células Agora que já aprendemos sobre as células e sobre os instrumentos que utilizamos para ver esse pequeno pedacinho de nós. Vamos agora observar as diferenças entre os dois principais tipos celulares, no caso as células vegetais e as células animais. Nas imagens a seguir (fig 8) iremos observar as diferentes formas celulares. INSTITUTO DE ENSINO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA pag 9 Fig 8 – Como pode ser observado, mesmo com diferentes formatos, e é claro desempenhando diferentes funções, as organelas, o código genético e a origem evolutiva dessas células é a mesma. Citoesqueleto A morfologia das celulas eucarioticas, está ligada ao citoesqueleto. Ele da sustentação e forma a célula. Nos seres procarioticos e nas celulas vegetais esse citoesqueleto não é necessário, já que essas possuem uma parede celular rígida de proteoglicanas e celulose respectivamente. Os fungos possuem também uma parede celular, mas essa é de quitina, similar ao exoesqueleto dos insetos (Fig 9). A B INSTITUTO DE ENSINO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA pag 10 Fig 9 – A – uma celula animal com suas organelas. B – celula vegetal, detalhe para a parede celular rígida composta por celulose. C – célula fúngica, também com sua parede celular rígida, composta por quitina. Como observado, as células possuem semelhanças quanto as organelas, no entanto uma das maiores diferenças encontra-se na parede celular. A parede celular rígida confere formato a celula. O citoesqueleto faz o mesmo, no entanto como uma estrutura interna. O citoesqueleto tem como principal função - auxiliar na divisão celular; - promover suporte mecânico a célula; - manutenção da estrutura interna e; - auxilia na movimentação celular, seja pela expansão dos pseudopodes (pés falsos utilizados para locomoção) ou com os flagelos e cílios locomotores e sensoriais. O citoesqueleto é formado por 3 componentes: - Filamentos de actina - Filamentos intermediários - Microtubulos Sendos os mais importantes os filamentos de actina e os microtubulos. E focaremos mais neles, No entanto falarei um pouquinho sobre o filamentointermediario. Começando pelos filamentos de actina, são as responsáveis por conferir a forma a celula, podem estar dispostas como feixes e redes. São estruturas moldaveis, estanto presente apenas quando necessário, podendo assim assumir várias formas e auxiliar na fixação da célula a um substrato, seja ele humano, como tecidos ou mesmo as placas de cultura celular. (Fig 10) Os filamentos intermediários possuem função de fornecer força mecânica a célula. No caso são os responsáveis pelas células conseguirem manter sua forma mesmo quando submetidas a uma pressão externa. (Fig 10) Microtubulos são responsáveis por manter a forma da célula e no transporte de vesículas e orientar os cromossomos durante a divisão celular. Eles são estruturas dinâmicas, capazes de modificar seu tamanho de acordo com as necessidades celulares. Sua principal função durante a divisão celular, é o remodelamento durante a separação das células filhas. Nesse momento ele se C INSTITUTO DE ENSINO JOSÉ RODRIGUES DA SILVA pag 11 organiza em centros, os chamados centrossomos, de onde se distribuem criando uma rede que irá guiar os novos cromossomos aos polos celulares, que ao final da divisão, serão as duas novas celulas. (Fig 10) Fig 10 – Imagem representativa da distribuição dos filamentos de actina, filamentos intermédiarios e os microtubulos em uma celula. Como podemos observar o citoesqueleto é importantíssimo para a morfologia celular, pois é ele que auxilia na manutenção da forma da celula, e sabemos que a forma da celula está relacionada a sua função. Então agora nos vemos na próxima aula! Continuando nossa caminhada no mundo microscópico das celulas, nossas unidades formadoras! 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