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Atributos da Linguagem Jurídica Emerson Ike Coan Resumo

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Atributos da linguagem jurídica 
 
 
Emerson Ike Coan* 
 
 
dir-se-á que o discurso jurídico pode ser reconhecido como tal se comportar, de 
maneira recorrente, certo número de propriedades estruturais que o diferenciam ao 
mesmo tempo dos discursos cotidianos de qualquer natureza e dos discursos segundos 
que possuem outras propriedades específicas" (GREIMAS, Algirdas Julien. 
"Semiótica e Ciências Sociais", p. 76). 
 
1. Introdução. 
 
Este ensaio pretende versar sobre a linguagem jurídica a partir de uma análise inter-
relacional de seus traços característicos, quais sejam, discursivo especial ou 
profissional, técnico-científico, lógico, em nível culto, claro, preciso, conciso, 
harmônico e estético. 
 
 
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2. Características da linguagem jurídica. 
 
2.1 – Discurso especial ou profissional. 
 
Verifica-se inicialmente o seu caráter discursivo especial ou profissional. 
 
A linguagem jurídica é utilizada por determinadas pessoas em situações específicas 
devido à necessidade de, no exercício profissional, terem de conceituar fenômenos 
relacionados ao Direito, bem como de estabelecer as suas correspondentes noções, que 
em regra não têm o mesmo ou não encontram qualquer significado no uso corrente. 
 
Sobre isso, é bem de ver que 
 
"Se a sociedade fôsse perfeitamente homogênea, as palavras teriam sempre a mesma 
significação, mas, na aparente homogeneidade de uma nação existe completa 
heterogeneidade de grupos sociais, grupos profissionais, cientistas, religiosos, 
agricultores, industriais, comerciantes, militares, etc. Cada grupo dêstes, vivendo a sua 
vida de grupo especializado, toma o têrmo geral da língua e o acomoda à transmissão 
também especial da sua idéia própria, restringindo-lhe a significação (...) Os grupos 
profissionais criam a sua língua especial que consta, ou de têrmos gerais com 
significação própria e restrita para aquêle ofício, ou de têrmos criados pelo grupo e, 
naturalmente, desconhecidos da língua geral" (sic). 
 
2.2 – Técnico-científico. 
 
Tal ocorre em razão de seu aspecto técnico-científico, uma vez que o aproveitamento 
semântico (acepção) de uma palavra (lexia) para o campo teórico-prático do Direito 
revela um problema de vocabulário, pois a primeira dificuldade, que existe em 
qualquer ciência e precisa ser convenientemente enfrentada, é sem dúvida a da 
nomenclatura ou a da exatidão, devendo o termo técnico ser empregado, porque 
absolutamente indispensável não só para a compreensão rápida das idéias, pela 
economia de tempo, como também para a mais perfeita identificação dos fenômenos 
que se discutem. 
 
É de se observar, outrossim, que nenhum termo estará de todo dissociado de sua 
significação comum ou lexical (da língua, da linguagem natural ou do código 
abstrato), via de regra estabelecida a partir de sua etimologia, e que, quando se 
observar qualquer descontinuidade semântica ou quando se estabelecer (ou se optar 
por) um sentido mais específico, é a verificação contextual (por exemplo, a que se 
refere ao plano histórico-evolutivo, i.e., todo um trabalho conceitual que está por 
detrás de cada vocábulo utilizado) que identificará a forma mais precisa ou técnica (da 
fala, da linguagem artificial, do universo de discurso ou do código concreto). 
 
De fato: o Direito é uma ciência, aplicando-se-lhe a máxima onde quer que exista uma 
ciência, existe uma linguagem correspondente. E, por isso, detém vocabulário refinado 
e específico, com terminologia própria, sem, porém, se afastar totalmente dos sentidos 
originários anotados nos verbetes dos dicionários, pois com estes devem estar em 
harmonia no sentido de similaridade representativa das idéias entre emissor/receptor. 
Vale acrescentar: 
 
"A linguagem técnica caracteriza-se pelo inventário léxico típico das diversas 
comunidades menores compreendidas na comunidade extensa onde se desenvolve a 
linguagem comum. A terminologia científica busca, sofregamente, a aquisição de um 
inventário léxico definido, preciso, ou mais exatamente, usado num sentido unívoco 
em oposição à multivocidade e imprecisão conceitual que é característica do uso 
cotidiano e corrente do léxico." 
 
Associa-se, como se verá, à idéia de jargão profissional. 
 
2.3 – Lógico. 
 
Ademais, em sendo a linguagem expressão do pensamento, é de rigor atribuir-lhe um 
caráter não só informativo, mas também racionalmente ordenado, assim, como expõe 
Goffredo Telles Júnior, a Lógica é a ciência da argumentação (ou do produto do 
raciocínio), diretiva da operação de raciocinar e, para se compreender a linguagem 
jurídica em todo o seu universo discursivo, esse dado lógico-formal (mais detidamente 
dedutivo ou silogístico) é necessário, e tão-somente seu ponto de partida, no sentido de 
um instrumento para uma construção organizada ou sistemática de um discurso. 
 
Ora, ao se caracterizar por sua logicidade, a linguagem jurídica deve se desenvolver 
dialeticamente, como discussão, em todas as suas expressões normativas ou modelos 
(legislação, contrato, jurisprudência, costume e ensino-aprendizagem), assim como o 
Direito em sua necessária interdisciplinaridade interna e externa, sobremaneira em 
consideração ao componente ético que lhe serve de fundamento nas causas humanas, 
com vistas à exposição do pensamento o mais bem dirigido e fundamentado possível, 
de acordo com o que se mostrar, pela experiência e pela técnica, a decisão mais 
razoável. 
 
Não se pode olvidar que, embora um texto possa ser compreendido como um conjunto 
de significações possíveis que se estruturam e se estabilizam no sentido final que 
emerge da leitura do intérprete (com sua bagagem cultural, sua visão de mundo, seu 
ponto de vista e sua subjetividade; na sua trajetória semasiológica, i.e., de buscar os 
significados dos signos lingüísticos), os limites da interpretação estão fixados no 
momento em que se deva decidir racionalmente, ou seja, em que se deva conduzir uma 
exposição fundamentada cientificamente dos tópicos argumentativos visando à 
persuasão. 
 
Isso tudo se coaduna com a moderna Teoria da Argumentação Jurídica, assim se 
pronunciado Alaôr Caffé Alves: 
 
"Por isso, a Lógica Formal jamais poderá orientar a ação ética dos homens. Por 
conseqüência, ela não pode ser a lógica dominante nos assuntos humanos, devendo ser, 
a teoria da argumentação retórica, a única forma de justificar os valores e os atos 
morais dos homens. A argumentação retórica, ao contrário da Lógica Simbólica ou 
Matemática - caracterizada por ser universal e, por isso, impessoal, neutra e 
monológica - supõe sempre o embate (dialético) de opiniões ou o confronto das 
ideologias e consciências no interior de situações e circunstâncias históricas 
determinadas e particulares. A Teoria da Argumentação, portanto, é uma reflexão e 
uma formulação sistemática sobre a regularidade dos discursos concretos destinados à 
persuasão, pressupondo sempre a multiplicidade dos sujeitos envolvidos num processo 
essencialmente dialógico". E destaca: "Do mesmo modo que não existe uma 
objetividade pura, pois isso seria uma formalidade pura, não existe uma subjetividade 
pura, pois isso levaria à irracionalidade, ao arbítrio imprevisível. O problema todo é o 
controle dessa subjetividade pela objetividade. Esse é o ponto fundamental". 
 
E também se pode depreender que o discurso jurídico, visto na sua totalidade, ao 
privilegiar os aspectos comportamentais da relação comunicativa, tem por centro 
diretor da análise o princípio da interação, i.e., a pretensão de se ocupar do ato da fala 
como uma relação entre emissor e receptor mediada por signos lingüísticos em que se 
constate, por parte do primeiro, a construção de um texto com intuitode suscitar 
reações no segundo (que, na qualidade de interlocutor/cientista/técnico, conhece ‘as 
regras do jogo retórico/lingüístico’), para que diante de uma questão (implícito, pois, o 
elemento dubium) possa dar-lhe uma solução (decidir), e assim reciprocamente. 
 
Esse caráter dialógico do discurso jurídico é explicado por Tércio Sampaio Ferraz 
Júnior: 
 
"Tanto a teoria dogmática da aplicação do direito quanto à teoria da argumentação 
jurídica mostram um quadro em que a decisão aparece como um sistema de 
procedimentos regulados em que cada agente age de certo modo porque os demais 
agentes estão seguros de poder esperar dele um certo comportamento. Não se trata de 
regularidades lógico-formais, mas por assim dizer, ideológicas (...) não é só um 
discurso informativo sobre como a decisão deve ocorrer, mas um discurso persuasivo 
sobre como se faz para que a decisão seja acreditada pelos destinatários (...) se 
preocupa não propriamente com a verdade, mas com a verossimilhança." 
 
2.4 – Nível culto. 
 
Acrescente-se que para esse trabalho persuasivo/interpretativo será exigido o nível 
culto da linguagem (rebuscado; ritualizado, inclusive), devendo o seu operador 
demonstrar capacidade para se expressar com grau de formalidade adequado ao 
assunto e a seu interlocutor, pois não se valerá, como cediço, do mesmo modo 
discursivo para tratar de temas técnicos e de temas familiares, bem como não utilizará 
o mesmo padrão ou registro de linguagem para se dirigir a um amigo e para se 
comunicar com uma autoridade. Assim, a correção, na busca de se atender às normas 
gramaticais, sobremaneira no padrão escrito, é uma preocupação diuturna do operador 
do Direito no exercício de seus misteres. Tanto é assim que o Código de Processo 
Civil (Título V – Dos atos processuais, Capítulo I – Da forma dos atos processuais, 
Seção I – Dos atos em geral) determina no artigo 156 que "Em todos os atos e termos 
do processo é obrigatório o uso do vernáculo". 
 
2.5 – Clareza e precisão: implicação necessária para a consolidação do vocabulário 
jurídico. 
 
De outro turno, se a clareza corresponde ao uso semântico adequado das palavras a fim 
de evitar vagueza, ambigüidade ou obscuridade na mensagem, ela não poderá ser 
estudada sem que esteja correlacionada com o atributo precisão. 
 
O conhecimento dos significados dos termos exige que estes estejam sempre em seus 
devidos lugares (the right word on right place – "a palavra certa no lugar certo") e, se o 
vocabulário reserva-se ao uso do falante com a seleção e o emprego de palavras 
pertencentes ao léxico (correspondendo a um inventário fechado), o vocabulário 
jurídico reserva-se ao uso dos operadores do Direito no exercício de suas funções, com 
a seleção e o emprego de palavras pertencentes ao léxico, bem como de termos 
técnicos, correspondendo a um inventário fechado (o jargão profissional), necessário 
para sua eficiência. 
 
Cabe ao operador jurídico determinar e esclarecer o sentido e o alcance dos vocábulos, 
observando a característica técnico-científica de sua linguagem. Essa incumbência 
exigirá sempre uma avaliação contextual, pois, em que pese busque a ciência jurídica a 
univocidade em sua terminologia, não pode olvidar dos vocábulos e verbos equívocos 
ou plurissignificantes, quer em relação ao léxico, quer dentro do próprio repertório 
fechado do Direito e, por iguais razões, dos análogos, que possuem um núcleo comum 
ou equivalência de significação (campo semântico ou família ideológica), mas cada 
um dos termos com sua significação específica, enfim, com sua feição ou tonalidade 
própria. 
 
Exemplos desses tipos de vocábulos jurídicos são: "comoriência" (hipótese na qual se 
dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar, para 
fins de sucessão, quem precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos); 
"furto" (subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel – art. 155 do Código 
Penal); e "roubo" (subtrair, para si ou para outrem, coisa móvel alheia mediante grave 
ameaça ou violência, depois de reduzir a resistência da pessoa – artigo 157 do Código 
Penal). Esses são unívocos (monossêmicos) por força da constituição histórica do 
instituto ou de disposição legal. 
 
Já no caso dos termos "competência" (sentido comum: erudição, aptidão, preparo 
intelectual; sentido técnico: âmbito de atuação de um órgão público delimitado por 
lei); "invenção" (comum: produto da criação intelectual; técnico: ação de achar ou 
descobrir o que estava oculto, com a obrigação de restituir o invento, quando não saiba 
a quem pertence, à autoridade policial, ou ao próprio dono da coisa perdida, quando o 
descobre); e seqüestro (no direito penal: privar alguém de sua liberdade de locomoção; 
no direito processual civil: apreender judicialmente bem em litígio), são equívocos em 
relação à língua, assim como dentro da própria linguagem jurídica. 
 
Entretanto, em relação aos verbos: "propor" (ingressar em juízo por meio de ação – 
ex.: ação de despejo por infração contratual); "interpor" (ingressar em juízo por meio 
de recurso a ser julgado por um Tribunal – ex.: apelação, que é cabível para o reexame 
de uma sentença, dada, por sua vez, por um juiz de primeira instância); "impetrar" 
(ingressar em juízo por meio de remédio jurídico constitucional – ex.: habeas corpus, 
cabível em hipótese de ameaça ou efetiva privação de liberdade por ato arbitrário ou 
ilegal, praticado por autoridade pública); e "oferecer" (ingressar em juízo apresentando 
defesa – ex.: contestação – ato pelo qual o réu, no processo civil, expõe suas razões, 
refutando as alegações do autor, i.e., daquele que lhe propôs ação) são análogos, pois, 
embora possuam um núcleo de significação comum, qual seja, "ingressar em juízo", 
cada qual possui um sentido específico. 
 
Problemas esses atinentes à Semântica (ciência das significações e das leis que 
presidem às transformações dos sentidos) e destacados em virtude do caráter 
polissêmico das palavras, corrente não só no plano da língua, mas também, visto 
acima, no da linguagem jurídica. 
 
Além disso, o usuário jurídico deverá se ocupar de outros fenômenos ou fatos 
semânticos, tais como: homonímia (identidade sonora e/ou gráfica de duas palavras 
que não têm o mesmo sentido) - exemplos: "cessão" (ato de ceder); "sessão" (reunião) 
e "seção" (repartição); paronímia (semelhança sonora ou gráfica entre palavras ou 
expressões de sentidos diversos) - exemplos: "mandato" (contrato civil, cujo 
instrumento é a procuração) e "mandado" (forma substantivada do particípio passado 
do verbo "mandar", que, na acepção processual, designa ordem judicial); arcaísmos 
(pelo emprego de palavras ou expressões caídas em desuso, justificado por força do 
estilo jurídico: tradicional, conservador e formal) - exemplos: "acórdão" (decisão 
emanada por Tribunal – forma substantivada do presente do plural do verbo "acordar" 
na forma arcaica); e "defeso" (proibido); estrangeirismos (no sentido de utilização de 
palavras de outro idioma em sua forma original quando não há correspondente 
adequado na língua portuguesa, em especial, na atualidade, o anglicismo). 
 
Em artigo denominado "A importação de Modelos Jurídicos", o professor José Carlos 
Barbosa Moreira, ao expor sobre a evolução histórica do ordenamento jurídico 
brasileiro, fixa que "Na Segunda metade deste século, e de modo particular nas últimas 
décadas, é que a infiltração anglo-saxônica se expande e, em determinados setores, 
parece destinada a modificar de maneira mais abrangente a índole do ordenamento 
pátrio (...) Segundo facilmente se compreende, a importação assume proporções mais 
notáveis no terreno dos atos relacionados com a vida econômica e financeira, onde 
mais se faz sentir o peso norte-americano. Incorporam-se figuras jurídicas que, pelo 
menos de início, são designadasentre nós pelas próprias expressões inglesas de 
origem; nem sempre se encontra (ou sequer se procura) para cada qual locução 
correspondente em nosso idioma, ou então acham dificuldade em firmar-se na 
linguagem usual as locuções correspondentes propostas. Para ilustrar a afirmativa, aí 
estão, entre tantos outros, termos como leasing, factoring, franchising, hedging, joint 
venture, comercial paper, spread (...) Uma das mais pitorescas é a expressão green 
shoes, usada para designar o plus de ações a serem lançadas no mercado, além do 
limite normal". 
 
Os demais fatos semânticos: neologismos (transformação do material preexistente na 
própria língua pelos processos de derivação/composição ou por empréstimos - na 
forma original, bem como na forma de calcos - tradução - lingüísticos, a partir de 
regionalismos, gírias e línguas estrangeiras, incluindo o grego e o latim). Exemplos: 
ver nota 15 (supra) quanto à palavra "formidável"; o adjetivo "draconiano" 
(pertencente ou relativo a Drácon, legislador de Atenas - séc. VII a.C. -, famoso pela 
dureza cruel das leis a ele atribuídas) no sentido de excessivamente rigoroso ou 
cruelmente severo; sem contar a vernaculização dos citados estrangeirismos e 
latinismos. 
 
Os latinismos, a seu turno, são diversas reminiscências e palavras empregadas na 
forma latina. Cuida-se de formas e construções de origem latina que não se adaptaram 
ao gênio da língua portuguesa. No particular aspecto dos latinismos lexicais, 
distinguem-se dos vocábulos eruditos (ou arcaicos) por se manterem dentro da 
estrutura mórfica latina inteiramente, sempre, frise-se, sem qualquer sinal gráfico de 
uso da língua portuguesa (acentos, hífen), merecendo, assim como qualquer termo 
estrangeiro, destaque (aspas, itálico, negrito, sublinhado etc.); ex.: habitat, deficit, sic, 
ibidem, idem, habeas corpus, fac simile. Na língua escrita são usuais termos e frases 
feitas, como: a) indicações convencionais, em regra em abreviatura (ex.: v.g., verbi 
gratia; i.e., id est; etc., et cetera; op. cit., opus citatum; P.S., Post Scriptum); b) citações 
tradicionais (ex.: sui generis, sponte sua, lato sensu, stricto sensu). 
 
2.6 – Concisão. 
 
Outro atributo da linguagem jurídica, a concisão, ou objetividade, é a busca da forma 
breve, incisiva para o pensamento, prevalecendo sempre o essencial daquilo que se 
pretende expor de conformidade com o adágio latino non multa, sed multum, ou seja, 
"não muitas palavras, mas o muito significativo". Aliás, como se pode notar, o 
emprego de locuções e de máximas (brocardos, aforismos, provérbios) latinos 
exprimem, além do fato semântico latinismo, como visto, formas concisas que 
auxiliam no conhecimento e aplicação do Direito, sendo os brocardos, na expressão de 
Ronaldo Caldeira Xavier, "insubstituíveis, muitas vezes sequer traduzíveis, e que vale 
o estudo do latim por treino sem similar em busca do raciocínio breve, completo e 
lúcido." Outros exemplos de locuções latinas: ad judicia (procuração válida apenas 
para o juízo); data venia (com a devida licença para discordar); e mutatis mutandis 
(mudado o que deve ser mudado). Outros exemplos de brocardos jurídicos: pacta sunt 
servanda (os acordos devem ser cumpridos – ao fundamentar todas as normas 
tradicionais do Direito das Obrigações e Contratos); nullum crimen sine lege (não há 
crime algum sem lei – ao fixar princípio orientador de todo o Direito Penal: o da 
legalidade). 
 
Sob o aspecto da sintaxe, cumpre destacar o trabalho de Othon Moacyr Garcia, que 
para o campo da fraseologia e da estilística da frase é ímpar. Esse autor cuidou dos 
diversos tipos de frases, classificando-os conforme suas construções sintáticas 
coordenativas e subordinativas, e indica que aquilo que se mostra esteticamente 
apropriado para o fazer literário nem sempre o é para o fazer científico. Tudo isso 
enfatizando que para escrever corretamente é preciso, antes de tudo, organizar bem as 
idéias, para, assim, se exprimir de forma clara e concisa, com emprego natural das 
regras combinatórias. 
 
No que diz respeito ao período composto por coordenação, estatui os tipos: frase de 
arrastão (em que o parágrafo vai se arrastando pelo uso pouco variado de conectivos 
coordenativos "e, mas, aí, mas aí, então, mas então" – como a expressão infantil ou dos 
menos cultos); frase de ladainha (como variação da anterior, com o excesso do 
conectivo "e", com a ressalva de seu uso estilístico na Bíblia ou no discurso oral, como 
gradação); frase entrecortada, chamada de telegráfica, asmática, soluçante, pontilhada 
ou "picadinha" (veja-se o ex.: "O réu entrou na sala. Estava abatido. Sentou-se. 
Colocando as mãos na cabeça. Ela estava abaixada. Ele parecia desanimado. Ele previa 
o resultado adverso. Ele esperava a condenação."), todas impróprias ao discurso 
jurídico, que exige uma escrita mais rebuscada, com uso na medida certa dos períodos 
compostos. 
 
Quanto ao período composto por subordinação, são inviáveis à comunicação técnico-
científica do Direito: frase fragmentária, significa dizer aquela que se apresenta com 
rupturas na construção frásica, com incompletude sintática (ex.: "O povo carioca pode 
gabar-se dos seus quatrocentos anos de vida. Vida bem vivida. Tendo por prêmio a 
natureza e o clima ameno."); frase labiríntica ou centopeica, que, "embaraçada nos 
seus numerosos ‘pés’", não leva a lugar algum, uma vez que, ao alongar a expectativa 
(prótase) em demasia por uma série de membros que afastam o desfecho (apódose), 
faz com que o interlocutor se disperse em razão da prolixidade e dos circunlóquios, 
não se podendo identificar a idéia nuclear; e frase caótica ou fluxo de consciência, 
mais comum na feição de monólogo interior, pela qual um narrador faz com seu 
personagem descreva suas reações íntimas de forma livre e espontânea, numa 
composição frasal desorganizada, sem logicidade semântico-sintática. No que diz 
respeito a esses dois últimos, pela fácil identificação conceitual (e também pelo fato de 
não exigirem alongadas linhas, já que inaceitáveis na escrita jurídica), ficam 
dispensados os exemplos, podendo os interessados consultar as obras indicadas nas 
notas de rodapé e nas referências bibliográficas. 
 
2.7 – Harmonia. 
 
Já a harmonia corresponde àquilo que alguns autores tratam por "estrutura 
arquitetônica do texto". 
 
Para que tal atributo possa se firmar, porém, é necessária uma análise dos elementos 
extrínsecos e intrínsecos das frases (estrutura superficial e estrutura profunda, 
respectivamente), passando-se por uma verificação mais ao nível textual devido à 
necessidade de coesão, ou seja, nexo seqüencial de idéias entrelaçadas, e de coerência, 
vale dizer, uma seqüência de idéias que deve se dirigir a outras a elas pertinentes, com 
adequada relação sintático-semântica, para, assim, se identificar a unidade global da 
mensagem, que nesse discurso especial, por ser técnico-científico, tem por pressuposto 
uma logicidade formal (impessoal ou neutra), porém, retoricamente estipulada 
(incluindo, pois, aquilo que lhe seja ideologicamente subjacente), porquanto sempre 
em relação ao alter, enfim, ao outro lado do pólo comunicativo, com vistas a uma 
tomada de posição. 
 
Desse modo, o operador do Direito, como enunciador que é, deve tratar de um tema de 
sua área científica com a capacidade – sobretudo na modalidade redacional 
dissertativo-argumentativa – de empregar adequadamente vocábulos e segmentos na 
construção de um texto (enunciado) com o uso apropriado de verbos, pronomes, 
conjunções, locuções, elementos de ligação (aditivos, opositivos, afirmativos, 
exclusivos, enumerativos, explicativos ou conclusivos), entre outros dêiticos, para que 
seu interlocutor, como enunciatário que é, possa partilhar da mensagem com 
aproveitamento eficiente da significação dos termos no contexto situacional em que seencontra. 
 
Essa qualidade pode ser entendida como resultante da soma das outras propriedades e 
como desencadeante do próximo atributo a ser analisado. Em outras palavras, o 
operador do Direito procura, de forma rebuscada, dar uma impressão precisa dos 
fenômenos, dialogando com outras áreas do saber, inclusive (aqui residindo a 
intertextualidade ou, como já assinalado, interdisciplinaridade). E, a partir dessa 
pretensa imparcialidade, busca ser claro, preciso e conciso, ao produzir um texto 
agradável, pois manejado com polidez, residindo aí a sutileza do persuadere retórico 
(ao mesmo tempo encantatório e autoritário) do discurso jurídico e, em certa medida, o 
seu componente estético. 
 
2.8 – Estética. 
 
Por fim, a estética está associada à elegância jurídica. 
 
Vale lembrar as palavras de Miguel Reale, para quem: 
 
"Os juristas falam uma linguagem própria e devem ter orgulho de sua linguagem 
multimilenar, dignidade que bem poucas ciências podem invocar (...) antes exige os 
valores da beleza e da elegância" e devem "ter vaidade da linguagem jurídica, uma das 
primeiras a se revestir de forma científica, continuando a ter, desde as origens, o 
Direito Romano como fonte exemplar e ponto de referência." 
 
Ora, 
 
"Como toda a manifestação da Cultura, o direito carece também de meios materiais de 
expressão. Exemplos: a linguagem, o trajo, os símbolos, os edifícios. Como todos os 
meios de expressão material, também aqueles que o direito utiliza são, portanto, 
susceptíveis duma valoração estética. Mais: como todos os fenómenos que 
conhecemos, o direito pode ser também matéria de arte e entrar deste modo no 
domínio da Estética. Pode mesmo falar-se duma Estética do direito" (sic). 
 
Deve-se acrescentar a esses dados que, em sendo o Direito, por excelência, ciência da 
palavra, para o seu operador, verificado o trinômio da linguagem colocado pelo poeta 
latino Horácio, qual seja, recte, bene et pulchre (reta, boa e bonita), ela é o seu cartão 
de visita. 
 
Tal sucede, como enfatiza Regina Toledo Damião, pois a organização frasal (ou 
relações sintagmáticas – combinação sintática ao nível da fala dos elementos in 
praesentia, a partir da seleção e escolha de idéias mais condizentes à intenção 
comunicativa, provenientes de associações livres ou mnemônicas de idéias ao nível da 
língua para um determinado assunto – as relações paradigmáticas ou associativas dos 
elementos in absentia)deve partir da escolha lógica das palavras adequadas à proposta 
temática (recte – reta), deve estar sintaticamente correta (bene – boa) e deve ser 
revestida de recursos estilísticos que a tornam mais atraente e persuasiva (pulchre – 
bonita), v.g., emprego moderado da ordem inversa com caráter imperativo ("cumpra-se 
a lei"; "cite-se") ou como fórmulas estereotipadas (Meritíssimo Juiz; Egrégio 
Tribunal), uso da voz ativa ("O réu matou a vítima"), bem como critérios estilísticos 
pertinentes à expressividade do período simples e do período composto (por 
coordenação ou subordinação). Isso tudo sem falar na apresentação física do trabalho 
(petições, requerimentos, contratos, defesas, sentenças, recursos, acórdãos, 
monografias, teses acadêmicas etc.), devendo ser limpo, com espaçamento razoável 
entre assuntos e parágrafos etc. 
 
Busca, ademais, o operador do Direito, em sua prática de sentido, realizar o mais 
possível a justiça, como valor que constantemente persegue, sempre tendo em vista a 
pessoa como valor-fonte de todos os valores em sua dignidade existencial neste 
mundo, para assim assumir, por razões de origem e fim, feição verdadeiramente 
científica. 
 
Portanto, considerando esse imperativo ético, observa-se que a linguagem jurídica, 
tendo como atributo a estética, revela nítida vinculação do Direito com a Arte (vale 
recordar a expressão do jurisconsulto romano Ulpiano - em colaboração com o 
também jurisconsulto Celso, "o direito é arte do bom e do eqüitativo" - "jus est ars 
boni et aequi", isto é, como adverte Reynaldo Porchat, "a arte de discernir o bom e o 
justo"), no aspecto de expressão total da alma na permanente busca de se ver realizar a 
justiça, sendo que o dado estilístico - a elegantia juris - de suas composições textuais 
deve traduzir uma preocupação formal e, em mesmo nível, um cuidado material, de 
conteúdo e sentido, já que o profissional do Direito age dessa maneira não por mera 
vaidade ou egoísmo, mas para atender aos anseios mais altos da sociedade. 
 
 
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3. Conclusão. 
 
Dessarte, a linguagem jurídica é um meio comunicativo especial, técnico-científico e 
lógico, utilizado pelos operadores do Direito no exercício de suas funções, em nível 
culto, com clareza, precisão, concisão, harmonia e estética. 
 
 
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* Mestre em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Faculdade de Direito da 
Universidade de São Paulo. Assistente Jurídico de Desembargador no Tribunal de 
Justiça do Estado de São Paulo. Mediador e Conciliador Judicial pela Escola Paulista 
da Magistratura. Mestrando em Comunicação na Contemporaneidade na Faculdade 
“Cásper Líbero”, pela qual é Especialista em Teoria e Técnicas da Comunicação pela. 
Foi Professor de Linguagem Jurídica na Faculdade de Direito da Universidade 
Presbiteriana MackenzieDisponível em http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12364 
Acesso em: 18 mar. 2009.

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