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ESTUDO 1ª PROVA DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

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ESTUDO 1ª PROVA DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
PERGUNTAS 
1. Explique a Harmonia de Interesses e como ela se relaciona com a Cooperação Internacional. 
2. Qual é a discussão principal do texto do Jervis? Quais seus argumentos e conclusão 
3. Como a Cooperação se relaciona com a Interdependência complexa? Desenvolva 
4. Quais as intenções da Liga das Nações e por que ela fracassou? Discorra sobre o assunto 
envolvendo o conteúdo da carta de Atenas e das Cartas entre Einstein e Freud e do cap. 4 do 
Nye. 
5. Quanto às formas de cooperação – bi/tri e multilateral – discorra sobre suas diferenças e como 
elas se relacionam com a ONU e outros organismos internacionais. 
RESPOSTAS 
1. A Harmonia de interesses consistia na doutrina de que o interesse individual e o coletivos 
naturalmente se coincidiam. Ou seja, ao visar seu interesse próprio, o indivíduo visa o da 
comunidades, e promovendo o interesse da comunidade, promove o seu próprio interesse. A escola 
do Laissez-faire que popularizou essa doutrina, que serviu de base sólida à moralidade. 
A ideia da Harmonia de Interesses foi adotada também no âmbito internacional; as nações servem à 
humanidade ao servirem a si próprias. A Harmonia de interesses foi adotada a partir do liberalismo 
econômico, assim, os casos de protecionismo eram considerados exceção e justificáveis apenas por 
questões de defesa nacional. 
Essa doutrina tomou forma de um pressuposto no qual todas as nações possuem um interesse 
idêntico na paz, e aquela que a perturbasse seria irracional e imoral. Esse pressuposto mascara a 
questão do status quo, ou seja, algumas nações desejam manter o status quo sem terem que lutar por 
ele, e outras querem lutar para mudar seus status quo. 
No âmbito econômico, essa doutrina fez presumir-se que o bem da minoria devesse ser sacrificado 
em prol do da maioria, sendo aplicado igualmente no âmbito internacional. Assim, acreditava-se 
que todo o conflito internacional seria desnecessário e ilusório, que bastava descobrir o bem 
comum. Essa doutrina obteve grande sucesso no século XIX por causa da economia em contínua 
expansão. 
Essa teoria pregava a cooperação, uma vez que acreditava que todas as nações possuíam um 
interesse comum, entretanto, ela foi considerada utópica, pois a harmonia de interesses não é 
natural, é forçada, e muitas vezes acontece através do uso da força. Ademais, podemos perceber que 
não há cooperação apenas para a paz, mas em conflitos também. 
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
A cooperação internacional é o engajamento entre agentes internacionais motivado por objetivos e 
interesses multifacetados para benefício dos envolvidos. Ou seja, o elemento central para a 
cooperação é a motivação. 
Os realistas defendem que a os Estados agem naturalmente, e que a cooperação internacional 
acontece pelo interesse próprio deles, pois o sistema é anárquico, e os Estados agem em prol da 
balança de poder e de seu status quo. 
Já para os liberais, os armamentos só geram mais instabilidade, e para reverter esse quadro deve-se 
ter expectativas de cumprimento de acordos. Ademais, afirmar que o custo político e econômico de 
uma intervenção é muito alto, e por isso reconhecem a necessidade de agir em conjunto. Esses 
teóricos aplicam o jogo de soma positiva, pois acreditam em ganhos mútuos – mesmo que o outro 
ganhe mais, é melhor ganhar alguma coisa do que não ganhar nada. 
Assim, a Cooperação Internacional, atualmente, não é pautada apenas pela moral. Mas pelos 
interesses dos Estados e dos demais atores, levando em consideração os custos e ganhos relativos ou 
absolutos. 
2. A discussão principal do texto é o papel da instituições para a cooperação sobre as visões 
neoliberal e realista. O autor argumenta que as escolas discordam sobre a quantidade de conflito que 
é desnecessária ou dispensável no mundo político. Para os neoliberais, na falta de instituições, a 
política acontece muito mais de acordo com o dilema do prisioneiro ou como falha de mercado, e 
que os Estados renunciam os arranjos benéficos mutualmente por medo de traição. 
Ademais, acreditam que as mudanças nas preferências sobre as estratégias usualmente são 
suficientes para produzirem benefícios mútuos, e que muitas dessas mudanças podem vir de 
melhores informações e redução dos custos de transação. Afirmam, ainda, que as instituições 
podem desempenhar um papel importante nessas mudanças. Essa corrente acredita que o 
estabelecimento de instituições pode aumentar a cooperação. 
Os neoliberais concordam que a cooperação é mais provável ou pode ser feita se grandes transações 
forem dividido em uma série de outras menores, se a transparência puder ser aumentada, se ambos 
os ganhos de traição e os custos de ser enganado forem relativamente baixos, se a cooperação 
mútua é ou pode ser mais vantajosa do que traição mútua, e se cada lado emprega estratégias de 
reciprocidade e acredita que as interações irão continuar por um longo período de tempo. Esses 
vêem o conflito como mais desnecessário e dispensável do que os realistas. 
Essa corrente acredita que as High Politics dividem responsabilidades com os outros, por causa do 
sentimento moral, e que a cooperação serve para diminuir a anarquia do sistema, e para mitigar e 
combater o conflito, uma vez que a tendência desse diminui por causa da expectativa da relação 
entre os Estados criada pelos regimes internacionais e pela interdependência. A interdependência, 
por sua vez, é gerada pela complexidade do sistema. Desse modo, para os neoliberais, o conflito se 
tornou uma exceção, uma vez que acreditam que a ação coordenada possibilita a diminuição da 
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
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chance de conflito. Para eles, o importante é que haja benefícios mútuos, que ambos estejam 
alcançando seus interesses, não importando as proporções dos ganhos de cada um. 
Já para os realistas, a política mundial é uma continuação, ou uma luta incessante, pela 
sobrevivência, vantagem e domínio, sendo ela caracterizada pela barganha constante. Para essa 
corrente, as instituições são produtos dos interesses e constrangimentos impostos pelo sistema que 
influenciam o modo como os estados podem cooperar, e assim, os estados irão estabelecer 
instituições apenas e se buscam objetivos os quais as instituições possam ajudá-los a alcançar. Os 
realistas normalmente argumentam que as instituições são efeitos e são estabelecidas apenas quando 
os tomadores de decisão acreditam que elas existem para benefícios mútuos e que podem ganhar. 
Elas são ferramentas de estado importantes, mas mantém o reflexo dos interesses de estado. 
Para essa corrente, quem cuida das High politics é o Estado, o qual pode utilizar as organizações 
como instrumentos. Para eles, o poder de um Estado influencia diretamente dentro das instituições, 
uma vez que os Estados pode usar as OI’s como mecanismos de legitimação de suas ações. Mas 
paraeles, as OI’s são mais úteis quando se trata de Low politics. O que interfere na cooperação são 
as relações políticas e de conflito. Eles ignoram a ação coordenada e não acreditam em interesse 
comum. Acreditam que a complexidade do sistema gera desconfiança 
O autor divide esta última corrente em realismo ofensivo e defensivo. Os primeiro, acreditam que 
poucas das situações importantes da política internacional assemelham-se ao dilema do prisioneiro, 
e veem menos perspectivas para o aumento da cooperação, pois consideram que informações 
adicionais não geram mudanças de redução de conflito e em preferencia estratégica. E ainda, que a 
alteração dos incentivos dos estados beneficiaria apenas um lado. Os ofensivos acreditam que a 
natureza convincente do ambiente internacional e o choque de preferências dos estados sobre os 
resultados colocam limites afiados na medida em que o conflito pode ser reduzido em políticas 
alternativas viáveis. 
Já os realistas defensivos, vêem o dilema do prisioneiro capturando dinâmicas importantes na 
política internacional, especialmente no que se trata da operação do dilema de segurança. Afirmam 
que o estados estão preocupados em estabelecer status quo, e que são guiados pelo medo, e pelo 
desejo de alcançar ganhos. Os defensivos vêem conflitos como indispensáveis apenas quando a 
segurança e outros interesses criam diferenças irreconciliáveis. Quanto as mudanças necessárias 
para a cooperação, acreditam que elas dependem da situação; quando o dilema de segurança é o 
problema, as partes podem buscar mudanças em preferências sobre estratégias, sob a forma de 
implementar o padrão político de cooperação sob a anarquia, mas quando se trata da ameaça do 
status quo de um estado, aumentar a cooperação está longe do alcance. Para esse, a regra é a 
necessidade do conflito, a cooperação só ocorre quando o ônus do conflito é maior que o bônus. 
realistas defensivos e liberais vêem formas semelhantes de se reduzir o conflito. Ambos abraçam o 
aparente paradoxo de que os atores podem ser bem aconselhados a reduzir a sua própria capacidade 
de tirar vantagem dos outros, agora e no futuro. Ambos concordam que a cooperação é mais 
provável ou pode ser feita se grandes transações forem dividido em uma série de outras menores, se 
a transparência pode ser aumentada, se ambos os ganhos de traição e os custos de ser enganado 
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
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forem relativamente baixos, se cooperação mútua é ou pode ser mais vantajosa do que traição 
mútua, e se cada lado emprega estratégias de reciprocidade e acredita que as interações irão 
continuar por um longo período de tempo. 
Quando os atores têm previsão limitada, as instituições podem ser autônomas, não só no sentido de 
ajudar os atores a limitar os efeitos perniciosos da anarquia, mas afetando profundamente as 
preferências dos atores sobre os resultados. Elas podem, então, moldar o que os atores procuram e 
querem, geralmente de formas que não foram contemplados no início. 
Quanto as instituições, o autor define três tipos de instituições, alianças e acordos comerciais, 
instrumentos inovativos e mudanças em preferências nos resultados. E elas podem ser técnicas ou 
políticas. Quanto ao primeiro tipo de instituições, alianças e acordos comerciais, tanto os liberais 
quanto os realistas concordam que elas servem aos interesses dos Estados. Quanto a instituição de 
instrumentos inovativos, para os realistas, esses instrumentos só durariam enquanto fosse o 
interesse, e fosse vantajosa, caso contrário, iria desfazer a medida unilateralmente. Já no caso das 
mudanças em preferências de resultado, essas instituições funcionariam pelo desejo de retribuição 
de cooperação, principalmente no que se trata de questões militares. 
3. A complexidade do sistema gera a interdependência complexa, ou seja, os atores de um sistema 
afetam-se mutualmente. A interdependência aproxima os estados da cooperação, ao mesmo tempo 
que a cooperação em si torna o sistema mais complexo, garantido diversidade na agenda de 
cooperação. Assim, a interdependência complexa e a cooperação se relacionam diretamente. 
Com a percepção de que a ação de um estado pode afetar a todos os outros, mesmo que com 
diferentes níveis de intensidade, os Estados passaram a criar regimes – princípios, normas, regras e 
procedimentos de tomada de decisões ao redor dos quais as expectativas dos atores convergem em 
uma dada área-tema. O aumento da importância de outros temas que não fossem apenas 
relacionados a defesa e o surgimento de novo atores além do Estado forma aspectos que 
intensificaram a interdependência. 
No âmbito do regimes, as instituições foram criadas para alinhar os interesses e mitigar conflitos, 
uma vez que na interdependência complexa a cooperação gera ganhos, mesmo que assimétricos, e 
num conflito todas as partes perdem. Os custos da interdependência são a sensibilidade e a 
vulnerabilidade. Nesse sistema interdependente, em que todos os países cooperam em algum dos 
temas da agenda, todos os Estados são sensíveis, de modo que mudanças que acontecem em um 
país afetam os demais. Entretanto, o que varia é a vulnerabilidade, que é a intensidade em que os 
Estados são afetados. Ser menos vulnerável significa ter maior poder de barganha no cenário 
internacional. 
Mesmo no mundo da interdependência, no qual os Estados são estimulados a cooperarem, as lutas 
pelo poder continuam, e as diferentes formas de poder são usadas ao mesmo tempo. E tanto a 
distribuição dos ganhos relativos e dos absolutos são levadas em consideração, pois mesmo que os 
países obtenham ganhos conjuntos, poderá haver conflito em relação aos ganhos assimétricos. 
Essa assimetria refere-se as situações de dependência desequilibrada, sendo que ser menos 
dependente pode ser uma forma de poder. A assimetria está no centro da política da 
interdependência e varia de acordo com os diferentes temas da agenda. Os estados querem 
manipular a interdependência em setores em que são fortes e evitam ser manipulados em setores em 
que são relativamente fracos. 
As instituições internacionais geralmente estabelecem as regras para a negociação do equilíbrio nas 
relações interdependentes, para tentar diminuir as assimetrias de poder. Mas muitas vezes elas 
acabam por beneficiar os países mais fracos, mantendo alguns dos conflitos em que os estados mais 
pobres são relativamente mais bem dotados de poder de barganha separados da mesa militar, 
dominada pelo estados mais fortes. 
A interdependência, ao mesmo tempo que foi criada pela cooperação, cria um palco favorável para 
que essa continue acontecendo e que se intensifique, não excluido as disputas de poder, 
proporcionadas pelos ganhos assimétricos, que por sua vez são causados pela vulnerabilidade. Essas 
disputas de poder são separadas em vários temas, o que possibilita que diferentes estados tenham 
mais poder em diferentes temas, devido ao seu poder de barganha em cada uma das pautas. Com 
isso, os países considerados mais fracos no âmbito militar e econômico não são excluídos das 
negociações por possuírem vantagens em outros temas. 
4. A 1ª G.M. causou uma enorme perturbação social e ondas de choque e repulsa ante a mortandade 
absurda. A culpa da guerra foi amplamente atribuída à política de equilíbrio de poder, e um 
agravante foi a diplomacia secreta, que estimulava a desconfiança entre os atores. Assim, Wilson, 
que considerava as políticas de equilíbriode poder imorais, defendeu a criação de instituições e leis 
para regular a força. Assim, ele criou 14 pontos, que posteriormente resultou na Liga das Nações. 
Seu objetivo principal era criar uma associação geral das nações sob condições específicas para 
sustentar garantias mútuas de independência política e integridade territorial para todos os estados. 
Ademais, visava acabar com a diplomacia secreta, uma vez que uma instituição acarretaria em 
aumento da transparência e consequentemente da confiança. 
A segurança era o tema principal a ser discutido dentro da instituição, e por isso, Wilson afirmava 
que a segurança precisava ser uma responsabilidade coletiva, de modo que os países não agressivos 
formariam uma coalizão contra os agressores. A segurança coletiva foi criada pare ser mundial e 
universal, sem partes neutras ou independentes. Entretanto, a ambiguidade era que todos os 
membros precisavam concordar em aplicar a segurança coletiva, e assim, possuíam poder de veto. 
A Liga não significou o fim do sistema anárquico, mas foi um esforço para fazer os Estados a 
disciplinarem coletivamente o os membros desgovernados do sistema internacional. a existência de 
um órgão multilateral gera mais transparência entre os estados, o que ajuda a segurança coletiva, 
devido a expectativa de cooperação entre os membros. Outro aspecto que contribuiu para a criação 
da Liga foi a opinião pública, que repudiava a ideia de uma nova guerra. 

A Liga da nações ajudou a dirimir a diplomacia secreta por meio das institutos técnicas de 
cooperação internacional. A cooperação técnica internacional constitui, de fato, um instrumento 
privilegiado de promoção do desenvolvimento nacional uma vez que enseja a transferência de 
conhecimentos e técnicas, em caráter não comercial, de outros países e de organismos inter- 
nacionais. Por outro lado, promove também o adensamento de suas relações - políticas, econômicas 
e comerciais - com os parceiros da cooperação. 
O maior exemplo de cooperação técnica da Liga foi o Instituto Internacional para a Cooperação 
Intelectual, esse, promovia trocas de correspondências entre intelectuais de renome a respeito 
destinados a servir aos interesses comuns à Liga das Nações e à vida intelectual. Como exemplo, 
temo a Carta entre Einstein e Freud, na qual o primeiro perguntava se havia alguma forma de livrar 
a humanidade da ameaça de guerra, questionando como a vontade da minoria se sobrepunha a da 
maioria gerando extremismos. Freud por sua vez, afirmou que as guerras somente seriam evitadas 
com certeza, se a humanidade se unisse para estabelecer uma autoridade central a que seria 
conferido o direito de arbitrar todos os conflitos de interesses. E que nisto estariam envolvidos 
claramente dois requisitos distintos: criar uma instância suprema e dotá-la do necessário poder. Uma 
sem a outra seria inútil. A Liga das Nações é destinada a ser uma instância dessa espécie, mas a 
segunda condição não foi preenchida: a Liga das Nações não possui poder próprio, e só pode 
adquiri-lo se os membros da nova união, os diferentes estados, se dispuserem a cedê-lo. Entretanto, 
afirma que a Liga foi uma tentativa corajosa. Afirma também que a humanidade tem passado por 
um processo de evolução cultural, que valoriza a capacidade intelectual em detrimento dos impulsos 
agressivos dos instintos. Ademais, afirma que tudo o que estimula o crescimento da civilização 
trabalha contra a guerra. 
Outro exemplo de cooperação técnica foram as Carta de Atenas, a qual foi criada pelo membros da 
Liga, trazendo para a pauta as principais preocupações encaradas naquele período: os aspectos 
legais, os técnico-construtivos e os princípios norteadores da ação de conservação. O documento 
alega a necessidade de concepção e fortalecimento de organizações nacionais e internacionais, de 
modo operativo e consultivo, voltadas à preservação e restauro do patrimônio. A segunda carta, teve 
como principais aspectos debatido a necessidade de planejamento regional e infra-urbano, a 
implantação do zoneamento, através da separação de usos em zonas distintas, de modo a evitar o 
conflito de usos incompatíveis, a submissão da propriedade privada do solo urbano aos interesses 
coletivos, a verticalização dos edifícios situados em amplas áreas verdes, a industrialização dos 
componentes e a padronização das construções. 
Como sabe-se, a Liga fracassou em seu objetivo principal que era evitar a guerra. Pois não 
conseguiu acabar de vez com a diplomacia secreta, e os aparatos coercitivos não funcionavam bem, 
principalmente os que envolviam o uso da força, por causa de seus custos, e da alianças estratégicas 
dos Estados. Ademais, o tratado de Versalhes foi duro demais, despertando o nacionalismo alemão, 
mas não foi capaz de conter o revanchismo. Outro aspecto que contribuiu foi a falta de 
apaziguamento, instrumento diplomático que permite ganhos modestos aos adversários ao invés de 
intimidá-los.
5. A cooperação pode acontecer entre todos os agentes internacionais – Estados, OI’s, ONG’s, 
empresas e indivíduos, e para que aconteçam é necessário o interesse mútuo, recursos disponíveis e 
uma relação entre os envolvidos.
A cooperação bi e trilateral possuem seu marco no tratado de Vestfália, mas existem desde as polis 
gregas, são os tipos tradicionais de cooperação. Têm como características 1 ou 2 estados remetentes 
e/ou 1 ou 2 estados recebedores de cooperação. Esse modelo é baseado na posição hegemônica, 
pois normalmente os estados remetentes são àqueles com mais poder de barganha naquele 
determinado tema; ou seja, se dentro da cooperação os níveis de vulnerabilidade foram muito 
díspares, são criadas posições hegemônicas.
Para administrarem essa cooperação, os agentes criam um órgão misto. Esse órgão é intermediário 
entre os envolvidos, e sua estrutura conta com nacionais dos países envolvidos para que se 
administre o projeto. É o órgão misto que irá gerenciar os recursos, fará os estudo, contratar 
especialistas, e providenciar o que mais for necessário para a cooperação se materializar.
Entretanto, esses órgão muitas vezes favorecem a posição hegemônica, uma vez que é o país 
ofertante quem controla o processo de cooperação.
Já a cooperação multilateral é favorecida pelos Organismos Internacionais, mas também acontecem 
por arranjos ad hoc. A cooperação sob esses arranjos são pontuais, não necessariamente possui uma 
padronização, e geram uma aproximação bilateral entre os membros. Jé as Organizações são 
oficiais, possuem sede, a cooperação é mandatária, ou seja, faz os estados agirem em conjunto pois 
existem mecanismos de controle; os mecanismos são padronizados, além de possuírem uma 
estrutura vitalícia e criarem e administrarem os acordos de cooperação.
A cooperação multilateral é preferida pelos Estados pois as instituições se responsabilizam pelas 
falhas ocorridas no processo de cooperação, e além disso, eles podem usar a expertise das 
organizações. 
Ainda, em essência, a cooperação multilateral diminui a possibilidade de posicionamento 
hegemônico das partes, descentralizam o processo decisório, podem conseguir recursos adicionais 
que podem partir da própria instituição ou de algum estado e há terceirização da administração, o 
que gera neutralidade. Ademais, as OI’s permitem maior possibilidade de participação do processo 
de cooperação para os países receptores, os estados com menor voz podem usar as instituições para 
aumentarem sua representatividade.

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