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Universidade Estácio de Sá Hugo Reis e Rafael Tavares Resumo de conhecimentos técnicos Rio de Janeiro, 2018 2 1. Introdução O estudo de conhecimentos técnicos de uma aeronave deve ser de tamanha importância na formação do profissional no meio aeronáutico, é uma área muito ampla e de grande necessidade de conhecimento para a atuação no dia a dia. Tendo o objetivo desse trabalho fazer com que o leitor venha a ser introduzido à ideia de alguns tópicos de conhecimentos técnicos. 2. Aeronaves 2.1. Definição É um dispositivo que é usado ou se tem a intenção de ser usado para voar, carregando passageiros ou coisas. 2.2. Tipos Aeróstato é uma aeronave mais leve que o ar, que se sustenta no ar pelo invólucro contendo gás ou ar quente. Aeródinos são aeronaves cuja uma reação aerodinâmica é criada para que exista sustentação no ar. 3 3. Estrutura do avião 3.1. Componentes principais São as partes da estrutura de um avião e são elas: fuselagem, asas, superfície de controle (leme, profundor e aileron), empenagem, grupo moto-propulsor e trem de pouso. 3.2. Asas e classificações É um aerofólio anexado em cada lado da fuselagem e são as principais superfícies de sustentação de um avião em voo. São classificadas quanto a localização, fixação, número e forma. Localização 4 Fixação Número Forma 3.3. Fuselagem e suas variações É a parte central do avião onde se acomoda a tripulação, passageiros e carga, onde está localizado os sistemas do avião e faz a conexão estrutural das asas, cauda, etc. Estrutura tubular é normalmente construída com barras e tubos de aço soldados uns aos outros, planejados para suportar a carga aplicada na estrutura. 5 Estrutura monocoque é uma estrutura aerodinâmica formada pelo revestimento de chapa metálica que são suportados pelas cavernas. Estrutura semi-monocoque é uma estrutura assim como a monocoque, construída com cavernas, revestimento com a adição de longarinas longitudinais, que reforçam o revestimento. 6 3.4. Empenagem Também conhecida como a seção da cauda, é composta pelo estabilizador horizontal e profundor com função de levantar ou abaixar a cauda e o estabilizador vertical e leme com a função de guinar para esquerda ou direita. 3.5. Flaps Estão localizados na parte da asa mais próxima da fuselagem do avião e ao lado do aileron, os flaps são abaixados para aumentar a curvatura da asa, ajudando a produzir maior sustentação, fazendo possível com que se decole ou aterrisse com menor velocidade. 7 4. Controles de voo Uma aeronave consiste em sistema de controle primário e secundário que movimentam os mecanismos da aeronave, os primários são aileron, profundor e leme, já os secundários são flaps, compensadores e spoilers. Os primários são acionados através do manche (ailerons e profundor) e pedais (leme). 4.1. Manche Funciona através de comandos dados pelas mãos, no “volante” ou “bastão” para cabrar, picar ou rolar uma aeronave. 4.2. Pedais Os pedais são responsáveis pela movimentação do leme, que controla o eixo vertical do avião e esse movimento é chamado de guinada, isto é, movimentar o nariz do avião para direita ou esquerda. 8 5. Trem de pouso O trem de pouso é o dispositivo de principal apoio de um avião no solo, ajuda no amortecimento do impacto do pouso, a frear e controlar a direção do taxiamento, mas também reduz significantemente o desempenho enquanto o trem de pouso está estendido em altas velocidades, por criar arrasto parasita. Podem ser classificados quanto o lugar onde o avião opera, a mobilidade e a localização na aeronave. Lugar onde opera: Avião terrestre Hidroavião Avião anfíbio Mobilidade: Fixo Retrátil Escamoteável 9 Localização: Convencional Triciclo 5.1. Amortecedores Existem os amortecedores hidráulicos e os hidropneumáticos, o hidráulico tem uma haste que se movimenta para dentro de um cilindro que contém um liquido oleoso, esse liquido ajuda fazendo o amortecimento do pouso e uma mola externa suporta o avião. Os amortecedores hidropneumáticos são compostos de ar ou gás e um fluido dentro do cilindro que quando comprimidos geram uma pressão suficiente para suportar o impacto e o peso do avião na hora do pouso, o que faz com que a mola não seja necessitada nesse tipo de sistema evitando o salto causado pela força de reação da mola na aeronave. Funcionamento do amortecedor hidropneumático: 10 5.2. Freios Os freios têm a principal função de frear e parar o avião, mas além disso, são usados para curvas e manobras durante o taxiamento e também ajudam a segurar a aeronave durante o cheque dos motores. Na maioria das aeronaves somente as rodas do trem principal são equipadas com os freios, principalmente o freio a disco e a tambor. O freio a tambor é um freio usado em aviões mais antigos, o nome vem de como ele é construído, um tambor que gira em conjunto com a roda, esse tambor é freado quando o fluido hidráulico é direcionado para o cilindro e a pressão do cilindro afasta as sapatas que são seguradas por uma mola, esse afastamento faz com que cada sapata vá de encontro com o tambor. O freio a disco é um freio onde um disco gira em conjunto com a roda, é freado quando o fluido hidráulico faz as pastilhas apliquem uma pressão no disco, causando uma resistência contra o disco fazendo com que a frenagem aconteça. O acionamento dos freios pode ocorrer de três maneiras, podendo ser ativados de modo hidráulico que funciona através de um fluido, pneumático que utiliza o ar comprimido e o mecânico que se utiliza de hastes, cabos, hastes, alavancas, etc. 11 6. Motores São maquinas que produzem, a partir de um certo tipo de energia, energia mecânica, motores elétricos transformam energia elétrica em energia mecânica e motores térmicos transformam energia térmica em energia mecânica, esses por sua vez são classificados em motores de combustão interna e externa. Motores aeronáuticos exigem alto grau de qualidade em termos de durabilidade, economia, potência e leveza. Leveza é a razão entre peso e potência de um motor. Quanto menor o número da razão, melhor ele será em termos aeronáuticos. A eficiência térmica de motores de combustão interna é de aproximadamente 25% a 30%, ou seja, motores de combustão interna não são muito eficientes quando comparados com um motor elétrico, que gera níveis de eficiência a cima de 90%. 6.1. Motores a pistão São utilizados na maioria dos aviões de pequeno porte, pois é de baixo custo de manutenção. Motores a pistão utilizam a energia de expansão dos gases, gerada pela queima do combustível no interior do cilindro, deslocando o embolo para baixo egerando movimento através da biela e da arvore de manivela. Motores a pistão são divididos em 2 tipos: motores 2 tempos e 4 tempos. Vamos falar com mais ênfase nos motores 4 tempos, como próprio nome já diz, nos motores 4 tempos temos 4 tempos e seis fases de trabalho. Que ao serem executadas completam um ciclo. Esses tipos de motores precisam dar 720 graus na arvore de manivelas para completar um ciclo. Primeiro tempo admissão: Nesse tempo o pistão aspira a mistura ar combustível para dentro do cilindro através do movimento descendente. A válvula de admissão permanece aberta e a de admissão fechada. A primeira fase também é chamada de admissão. Segundo tempo compressão: Nesse tempo a válvula de admissão se fecha e a mistura ar combustível é comprimida dentro do cilindro através do movimento ascendente do pistão. A segunda fase também e chamada de compressão. 12 Terceiro tempo motor: Antes do terceiro tempo ocorre a 3 fase chamada de ignição, e o momento em que a vela produz a centelha, dando início a 4 fase, a combustão. O terceiro tempo é deslocamento do pistão do ponto morto superior para o ponto morto inferior através da expansão dos gases queimados, essa expansão é a 5 fase, chamada de expansão. O motor gera por si só impulso suficiente para girar a hélice e se manter girando ate a próxima combustão. Quarto tempo escape Nesse tempo os gases são expulsos do cilindro através do movimento do pistão do ponto morto inferior para o superior, a válvula de admissão permanece fechada e a válvula de escape se abre. Nesse tempo ocorre a 6 fase chamada de escapamento. Componentes que compõe um motor: Cilindro, corpo do cilindro, cabeça do cilindro ou cabeçote, câmara de combustão, pistão, anéis de segmento, biela, eixo de manivelas, mancais, válvulas, sistemas de comando de válvulas, carter, berço do motor. Motores multicilíndricos : Cilindros opostos horizontais (também conhecidos como motores boxes), cilindros em linha, cilindros radiais. 6.2. Cilindrada É o volume deslocado pelo pistão ao percorrer o curso. 13 Taxa ou razão de combustão É o cociente entre o volume da câmara de combustão. Todo o volume admitido pelo pistão e comprimido no espaço da câmara de combustão. Mistura ar combustível Para que um motor de combustão interna funcione com eficiência, deve se ter um a mistura ar combustível correta, nem muito podre nem muito rica. A mistura rica faz o motor trabalhar com maior potência, porem com baixa eficiência já que consumira muito combustível. A mistura pobre faz o motor superaquecer. Muitas vezes os pilotos efetuam um procedimento para limpeza das velas, ele empobrecem a mistura para que haja um aquecimento maior nas velas e se soltar a canonização. Mistura mais pobre que 25:1 não queimam por fata de combustível. Misturas mais ricas que 5.55:1 não queima por falta de ar. O primeiro número da representação de mistura indica a quantidade de ar. ‘’:’’ indica o sinal da razão. E o segundo número indica a quantidade de gasolina. 14 Fases operacionais do motor Marcha lenta, decolagem, subida, cruzeiro, aceleração e parada. 6.3. Sistema de alimentação Sistema de indução: conjunto que aquece filtra e admite o ar Sistema de superalimentação: sistema que permite que aeronaves voem em altitudes mais altas pois aumenta a pressão do ar admitido. Sistema de formação de mistura: é o sistema que efetua a mistura correta, nas devidas proporções de ar e combustível. A formação da mistura pode ser feita através do carburador que e um sistema totalmente mecânico, onde a gasolina é aspirada através de um sistema de ventures e giclês ou pode ser feita por um sistema de injeção eletrônica. A alimentação de combustível pode ser feita através de gravidade, onde os tanques ficam localizados a cima do nível do motor ou pode ser feito através de bombas elétrica, quando o tanque fica abaixo do nível do motor. Geralmente são usadas 2 bombas. 15 O sistema de combustível também e composto por uma válvula seletora e corte. Essa válvula permite que o piloto corte o suprimento de combustível ou alterne a utilização dos tanques. 6.4. Sistema de lubrificação O óleo tem a função de diminuir o atrito entre as peças metálicas do motor, o sistema de lubrificação na sua grande maioria e feita por pressão com o auxílio de uma bomba de óleo, e por salpique. Outra função do óleo e ajudar no resfriamento do motor. Viscosidade do óleo e a resistência que o óleo oferece ao escoamento. O frio excessivo aumenta a viscosidade do óleo e o calor diminui a viscosidade do mesmo. Ponto de congelamento e a temperatura de que o óleo para de escoar, um bom óleo tem baixo ponto de congelamento. Já o ponto de fulgor é o contrário, temperatura que o óleo inflama instantaneamente. Além do óleo ter um baixo ponto de congelamento, alto ponto de fulgor, ele precisa ter uma boa fluidez para poder circular pelas galerias de lubrificação do motor. 6.5. Sistema de arrefecimento O arrefecimento dos motores aeronáuticos é feito pelo ar, o desenho das aletas ao redor dos cilindros facilita a troca de calor. 6.6. Sistema de ignição Composto por magneto, bobina, distribuidor e platinado, juntos tem a função de gerar centelha nas velas para inicia a combustão nos cilindros. Todos esses componentes ficam embutidos no que chamamos de magneto, geralmente os aviões possuem 2 magnetos, onde o direito e responsável pela geração de centelha nas velas superiores e o da esquerda responsável pela geração de centelha nas velas inferiores. 16 O platinado recebe as rotações do motor através de um eixo que possui um ressalto, quando esse ressalto passa ele abre o circuito interrompendo a alimentação no primário do magneto (bobina) gerando uma brusca variação de tensão fazendo gerar uma alta tensão no secundário. O distribuidor é responsável por distribuir essa tensão para as velas no momento certo da queima. 7. Referências https://www.faa.gov/regulations_policies/handbooks_manuals/aviation/ http://www2.anac.gov.br http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/SISTEMA-HIDRAULICO-E-TREM-DE- POUSO.pdf http://www.engbrasil.eng.br/revista/v212010/artigos/artigo4v212010.pdf https://www.grc.nasa.gov/WWW/k-12/airplane/flap.html M. Home, Jorge. Aeronaves e Motores: Conhecimentos técnicos. 30 Edição. Editora ASA, 2010.