Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ATENDENDO AS NECESSIDADES DE ELIMINAÇÃO URINÁRIA Profa. Dra. Ivanise Gomes de Souza Bittencourt Universidade Federal de Alagoas –UFAL/ESENFAR 1 Objetivos da Aprendizagem: Identificar as variáveis que influenciam as eliminações urinárias; Conhecer as medidas para promover a eliminação urinária do cliente; Descrever as finalidades do cateterismo vesical; Realizar técnicas assépticas para promover as necessidades de eliminação urinária do cliente. 2 Necessidades do Indivíduo/Paciente Como avaliar as questões relacionadas a esta necessidade? Quais fatores determinam as alterações deste sistema? Como a enfermagem atua na promoção do bem-estar, prevenção de complicações e recuperação deste individuo com esta função comprometida? Em quais contextos de cuidado depara-se com a necessidade de cateterismo? 3 Excreção Urinária Depende do funcionamento de 4 órgãos: rins, ureteres, bexiga e uretra. A uretra está em continuidade direta com o meio externo (vulnerável). Em um indivíduo hígido (sadio), o aparelho urinário é estéril, com exceção dos centímetros distais da uretra, tanto da masculina quanto da feminina, que apresentam uma flora uretral composta por bactérias patogênicas e não patogênicas. 4 SISTEMA URINÁRIO FEMININO MASCULINO 5 Excreção Urinária – Sistema Urinário Os ureteres transportam a urina dos rins até a bexiga, até que ocorra o estímulo da micção. Excretam impurezas e produtos do metabolismo (excretas) - para manter balanceadas as substâncias e a água do corpo. A urina é composta de aproximadamente 95% de água. Os principais excretas da urina humana são: a ureia, o cloreto de sódio e o ácido úrico. Adultos eliminam cerca de (1,5 a 3 litros) de urina por dia 6 Excreção Urinária – Sistema Urinário A quantidade de urina depende: Quantidade de fluidos e alimentos que a pessoa consome; Quanto líquido é perdido através de suor e da respiração. Certos medicamentos também podem interferir na quantidade de urina eliminada: Ex.Furosemida(diurético). 7 Excreção Urinária – Sistema Urinário Se o sistema urinário está íntegro, a bexiga pode comportar até 500ml (2 copos) de urina confortavelmente por 2 a 5 horas. Aproximadamente 1 ml de urina, a cada minuto, escoa através dos ureteres em direção à bexiga. A uretra masculina tem um comprimento médio de 18 a 20 cm, e o epitélio que a reveste varia de acordo com o segmento considerado. Já a uretra feminina tem um comprimento aproximado de 3,5 a 4,0 centímetros. 8 URETRA MASCULINA E FEMININA 18 a 20 cm 3,5 a 4 cm 9 Condições Patológicas Interferem na micção: As doenças renais agudas - reduzem o volume urinário; As renais crônicas - aumento de volume da urina pouco concentrada. Doenças febris - concentração aumenta. O cateterismo vesical de demora, praticado com o cateter de Foley, tem como principais indicações: 1 - Drenagem vesical por obstrução crônica; 2 - Disfunção vesical (bexiga neurogênica- doença SNC ou nervos controlam a micção); 3 - Drenagem vesical após cirurgias urológicas e pélvicas; 4 - Medida de diurese em pacientes graves; 5 - Assegurar a higiene perineal e o conforto de pacientes incontinentes de urina e comatosos. 10 Intervenções Cirúrgicas Reduzem o débito urinário visando aumentar o volume circulatório; As intervenções cirúrgicas em estruturas da pelve e baixo-ventre podem comprometer a micção; Os anestésicos e analgésicos reduzem o ritmo de filtração urinária e diminuem o débito urinário; Os traumatismos locais podem levar a obstrução do fluxo urinário, exigindo às vezes a introdução de um cateter de demora; 11 Problemas mais frequentes da excreção urinária Retenção Urinária: ausência de diurese por várias horas, assim como a distensão da bexiga. Causas: hipertrofia da próstata; gravidez avançada; estenose da uretra consecutivo ao parto, à cirurgias ou à realização de intervenções diagnósticas; ansiedade emocional; tensão muscular, dentre outros. Infecção do Trato Urinário (ITU): pode atingir o trato urinário baixo. Queixas: disúria (dificuldade/dor), polaciúria (micção frequente), urgência miccional e, às vezes, dor na região supra-púbica. 12 13 Problemas mais frequentes da excreção urinária Pielonefrite aguda: Acometimento do trato urinário alto com ou sem dor no flanco e febre, associado aos sintomas de infecção baixa. Causas: higiene precária do períneo; manuseio impróprio de instrumentos diagnósticos; cateter uretral obstruído ou dobrado. Incontinência Urinária: deficiência ou incompetência do esfíncter e perda da capacidade para controlar a micção. Causas: partos múltiplos, cirurgia dos órgãos da pelve, extirpação da próstata, ação de sedativos e analgésicos, lesões da medula, dentre outros. 14 15 ALGUNS TERMOS: 16 Problemas mais frequentes da excreção urinária Ureterostomia: intervenção cirúrgica destinada a criar um orifício artificial na parede abdominal para drenagem da urina: Pacientes cuja bexiga foi ressecada cirurgicamente por tumor, anomalia congênita ou lesão medular. É o tratamento escolhido para incontinência crônica. O enfermo passa a usar continuamente um coletor de urina, pois não há esfíncter para controlar o fluxo urinário. Cuidados com estoma, obstruções e alterações hidroeletrolíticos. 17 Intervenções de Enfermagem Coleta de Urina: Assepsia dos genitais; Colher em frasco estéril; colher o jato médio; tampar o frasco; encaminhar ao laboratório devidamente identificado, ou manter em geladeira. Nome: Leito: Prontuário: Nome do exame- Ex- Sumário de urina 18 Intervenções de Enfermagem Urina de 24 horas: Orientar o enfermo; desprezar a primeira urina do dia; começar a coleta a partir daí (marcando o horário) até 24 horas após; Usar um recipiente estéril; colocar identificação no leito: COLETA DE URINA 24 HORAS; em alguns casos é necessário usar SVD p/ coleta e refrigeração da urina; identificar e encaminhar ao laboratório. 19 20 21 Cateterização • As vias excretoras urinárias, como estruturas ocas, são passíveis de serem atingidas pela introdução de instrumentos de variados tipos e com finalidade diversa (exploração, dilatação, drenagem da urina, introdução de medicamentos na bexiga). • Tipos de Cateteres: Há 3 tipos de cateteres: os coletores externos, os de alívio e os de demora. • Cateterização: Introdução de um cateter através da uretra até a bexiga. 22 COLETORES EXTERNOS 23 Bolsa Coletora: aplicado sobre a pele, não é inserido dentro da bexiga; circunda o meato urinário; 24 25 Cateterização - Finalidade: Aliviar distensões da bexiga quando o enfermo não consegue urinar; Avaliar com precisão o equilíbrio de líquidos; Evitar que a bexiga se distenda durante procedimentos cirúrgicos; Medir o residual de urina deixado na bexiga após a eliminação; Obter amostra de urina estéril; Instilar medicação no interior da bexiga. 26 Cateterização - Simples: • Praticado habitualmente com a sonda uretral (cateter de Nélaton) e tem como principais indicações, as seguintes: • 1 - Alívio para uma retenção urinária aguda; • 2 - Determinação do resíduo urinário; • 3 - Obtenção de uma amostra de urina para exame laboratorial; • 4 - Instilação intravesical de medicamentos; • 5 - Exploração da uretra. 27 Cateterização - Demora: • Trata-se, inegavelmente, de um problema diferente do cateterismo simples, pois apresenta complicações sérias: como a infecção hospitalar, uma significativa morbidade, sepses e morte. • De todas as infecções hospitalares, 40% estão localizadas notrato urinário, sendo que 60% destas infecções estão relacionadas com o cateter de demora. 28 Cateterização • Cateteres de alívio: é uma sonda de PVC, colocada na bexiga até que a urina seja temporariamente drenada ou que tenha sido obtido um volume suficiente para constituir uma amostra de urina; • Cateteres de demora: Também chamado de sonda de demora, porque é colocado no interior da bexiga e mantido ali durante um período de tempo. O tipo mais comum de cateter de demora é a sonda Foley. 29 Cateterismo vesical feminino e masculino 30 Cateterização vesical KIT CATETERISMO 31 Cateterismo Vesical 32 Cuidados e complicações durante o cateterismo vesical • Estes cuidados envolvem os seguintes pontos: 1 - Antissepsia rigorosa da genitália externa, utilizando um iodóforo. 2 - Utilização de luvas esterelizadas pelo instrumentador. 3 - Cateteres estéreis e de calibre adequado. 4 - Boa lubrificação da uretra. 5 - Manipulação cuidadosa. 33 Complicações durante o cateterismo vesical - instrumentação • 1 - Traumatismo uretral e dor. • 2 - Falso trajeto. • O traumatismo uretral e conseqüentemente a manifestação dolorosa são causados pelo atrito do cateter mal lubrificado contra a mucosa uretral. Também as manobras intempestivas são causas de traumatismo uretral, inclusive de falso trajeto que habitualmente é acompanhado de uma uretrorragia, por vezes, bastante intensa. 34 IRRIGAÇÃO VESICAL 35 Bibliografia • Timby, B.K. Conceitos e Habilidades Fundamentais no Atendimento de Enfermagem. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. • Nogueira MS, Marvulo MML. Cateterismo Uretral: algumas complicações decorrentes desta prática. Nursing 2001 maio; 36:17-19. • Tipple AFV, Pereira MS, Hayashida M, Moriya TM, Souza ACS. O ensino do controle de infecção: um ensaio teórico-prático. Rev. Latino-am Enfermagem 2003 março; 11(2): 245-50. • Mangini C, Manrique AE. Infecção do Trato Urinário Hospitalar Foco em Prevenção. Prática Hospitalar 2000 novembro;(12):40-43. 36
Compartilhar