Buscar

Resenha de palestra

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

RESENHA DA PALESTRA SOBRE ESPAÇO URBANO, CONTROLE SANITÁRIO E 
TRÁFICO DE ESCRAVOS NO RECÔNCAVO DA GUANABARA (1758-1831)
1 CREDENCIAIS DO PALESTRANTE:
Prof. Ms. Cláudio de Paula Honorato é historiador, professor mestre e pesquisador.
2 CREDENCIAIS DA RESENHISTA
Ricardo Jorge Borges Guimarães é graduando do 3º período da Licenciatura em História, pelo EAD 
da Universidade Estácio de Sá (UNESA), campus Jacarepaguá, matricula: 201201853851.
3 RESUMO DA PALESTRA
A palestra Espaço urbano, controle sanitário e tráfico de escravos no Recôncavo da 
Guanabara (1758-1831), foi realizada em 12 de julho de 2013, na Universidade do Estado do Rio 
de Janeiro. E evento foi organizado pelo Projeto Discutindo a África na sala de aula, do 
Laboratório de Políticas Públicas (LPP/UERJ).
Coincidentemente, estou cursando nesse período a disciplina História dos Povos Indígenas e Afro-
Descendentes. Dessa maneira pude certificar de vários dos conhecimentos obtidos durante esse 
curso.
Apesar do tema principal da palestra vários pontos me despertaram interesse no contexto da mesma. 
Especificamente, na questão geográfica do Rio de Janeiro a época do Brasil colonial (séc. XVI e 
séc. XVII), como a geopolítica foi mudando ao longo do tempo até os dias de hoje.
Foi interessante notar que a região hoje conhecida como baixada fluminense, engloba uma área 
muito maior, abrangendo locais Campos de Goytacazes (que chegou a ser um porto de atracamento 
de navios negreiros), Petrópolis, entre outros.
Foi interessante saber através da palestra do Prof. Ms. Cláudio de Paula Honorato, que vários locais 
importantes da capital fluminense nesse período eram mar e que foram aterrados, como bairros de 
Bonsucesso, Gamboa e Saúde.
E exatamente no entorno dos atuais bairros da Saúde e Gamboa, ficava o bairro do Valongo1 - onde 
passou a ser o principal local de comercialização dos escravos novos2 no Rio de Janeiro. 
Anteriormente esse comércio era feito atual conhecido Largo da Carioca, mas como o entorno da 
região era uma área aristocrática, não tardou que pressões começassem a acontecer para que tal 
comercialização saísse dali.
Na palestra do Prof. Cláudio, pode-se presumir sobre o crescimento do comércio negreiro no Rio de 
Janeiro, ter a relação com a queda da ciclo da cana-de-açúcar e o crescimento da produção aurífera 
na região de Minas Gerais.
Essa nova fase há a mudança da capital do Brasil colônia de Salvador para o Rio de Janeiro. 
Digamos, esse era o cenário daquela época.
Foram vários os pontos perpassados pelo Prof. Cláudio, acerca desse período, tais como a Inglaterra 
já pressionando Portugal e depois o Brasil, com o objetivo do fim da escravidão, isto porque com a 
Revolução Industrial impulsionou grandes interesses ingleses no continente africano.
Também a presença das missões culturais na época da família real portuguesa no Brasil, foram 
lembradas pelo professor, sendo que ele mencionou nas entrelinhas sobre um ambicioso plano 
português com relação ao território do Brasil. Nesse ponto, lembrei dos meus estudos e pesquisas 
1 O Prof. Ms. Cláudio, foi bem contundente quanto a especificação do Valongo como bairro na época abordada por 
esse estudo, pois há historiadores que refutam tal afirmativa.
2 Escravos novos, é a denominação dos negros recém-chegados da África. Os ladinos eram os que aqui já se 
encontravam e os crioulos eram os nascidos no Brasil.
desse período da faculdade, de ler sobre um possível planejamento em Portugal de uma 
transferência para o Brasil, tendo o Marques de Pombal encomendado estudos a esse respeito.
Segundo o Prof. Cláudio, os pintores Debret e Rugendas, tinham como tarefa retratar a identidade 
de uma nova sociedade que estava sendo formada. Nas pinturas dos respectivos artistas, 
demonstradas durante a palestra o professor comentou sobre a influência do etnocentrismo, do 
cristianismo e do Iluminismo em ambos.
Indagado por um dos ouvintes sobre a preferência de captura de negros no continente africano de 
tribos rivais pelos mercadores como uma estratégia evitar algum motim por parte dos negros, o 
Prof. Cláudio se mostrou discordante dessa hipótese, baseada na árvore linguística de várias tribos 
ser muito parecida. De acordo com a opinião dele, somente num segundo momento é que passa a ter 
alguma possibilidade, quando da pressão pelo fim do escravidão pelos ingleses. Ainda assim, o 
professor destaca que o grande número de negros no Rio de Janeiro provocou algumas medidas por 
parte das autoridades locais, como o toque de recolher, o uso pelos negros de uma placa pendurada 
no pescoço (ironicamente o professor fez uma comparação ao crachá), a proibição de reuniões de 
negros (os pagodes, eram reuniões e não eram rodas de samba como hoje).
Algumas dessas medidas disciplinares foram consequência da Independência do Haiti e das revoltas 
na Bahia. De modo que havia uma necessidade de manter sob controle a enorme população negra 
que estava no Rio de Janeiro, que inclusive deixava a impressão a muitos visitantes de estarem na 
África. Nesse ponto o Prof. Cláudio, falou sobre de todo o labor ser feito pelos negros, enquanto 
muitas das vezes os portugueses estavam na sesta e/ou descansando.
O Prof. Cláudio contestou alguns números sobre o tráfico negreiro encontrados em algumas obras 
historiográficas, atribuindo um certo exagero a uma perspectiva marxista, mais preocupada com a 
classe dominada. Por exemplo, ele citou conversas com amigos que são especialistas em 
embarcações para se certificar acerca do transporte marítimo, daí sua conclusão sobre esse aspecto, 
levando em considerações as condições da época e como eram transportados os negros.
Também o Prof. Cláudio relacionou a respeito dos negros capturados para a escravidão, sob a ótica:
• da linhagem;
• de suas especialidades: ferreiros, administradores, etc...
• de serem homens, onde além de interessar mais aos mercadores de negros escravos, havia a 
questão da poligamia entre os reis das tribos africanas.
Sobre o negro de ganho, conforme mencionado no curso de Historia dos Povos Indígenas e Afro-
Descendentes, há apenas uma menção na palestra de que os negros alforriados logo compravam 
sapatos, pois os escravos tinham que andar descalços.
4 LER MAIS
<http://www.historia.uff.br/stricto/teses/Dissert-2008_HONORATO_Claudio_de_Paula-S.pdf>, 
acessado em 14/07/02013.
5 CRÍTICA DO RESENHISTA
Já havia observado outros eventos do Projeto Discutindo a África na sala de aula, do 
Laboratório de Políticas Públicas (LPP/UERJ), através da homepage do projeto na Internet: 
www.nesuerj.blogspot.com.br.
Com larga experiência, pesquisador e extremamente ciente do assunto abordado, o Prof. Ms. 
Cláudio de Paula Honorato, fez uma palestra bem enriquecedora. Bem contundente na historiografia 
dos fatos.
6 BIBLIOGRAFIA
<http://cafehistoria.ning.com/profile/claudiodepaulahonorato>, acessado em 14/07/2013

Outros materiais