Buscar

impacto ambiental engenharia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
ESCOLA POLITÉCNICA – CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS NAS OBRAS 
DE CONSTRUÇÃO DO BAIRRO ILHA PURA - VILA DOS ATLETAS 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
Mariana Barreira Campos Rios 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2014 
 
 
 
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
ESCOLA POLITÉCNICA – CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
ESTUDO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS NAS OBRAS 
DE CONSTRUÇÃO DO BAIRRO ILHA PURA - VILA DOS ATLETAS 
2016 
 
 
 
Mariana Barreira Campos Rios 
 
 
 
 
Projeto de Graduação apresentado ao curso de 
Engenharia Civil da Escola Politécnica, 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como 
parte dos requisitos necessários à obtenção do 
Título de Engenheiro. 
 
 
 
Orientador: Jorge dos Santos 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Agosto de 2014
 
 
iii
ESTUDO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS NAS OBRAS DE CONSTRUÇÃO 
DO BAIRRO ILHA PURA - VILA DOS ATLETAS 2016 
 
 
Mariana Barreira Campos Rios 
 
 
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE 
ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO 
RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A 
OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL. 
 
Examinada por: 
 
 
 
__________________________________________ 
Prof. Jorge dos Santos, D.Sc., Orientador 
 
 
 
__________________________________________ 
Prof. Ana Catarina Evangelista, D.Sc. 
 
 
 
__________________________________________ 
Prof. Isabeth da Silva Mello, M. Sc. 
 
 
 
__________________________________________ 
Prof. Wilson Wanderley da Silva, Arq. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv
 
RIO DE JANEIRO – RJ, BRASIL 
AGOSTO 2014 
 
 
 
 
 
 
 
Rios, Mariana Barreira Campos 
 Estudo de Aspectos e Impactos Ambientais nas Obras 
de Construção do Bairro Ilha Pura - Vila dos Atletas 2016./ 
Mariana Barreira Campos Rios – Rio de Janeiro: 
POLI/UFRJ, 2014./ Mariana Barreira Campos Rios. – Rio de 
Janeiro: UFRJ/ESCOLA POLITÉCNICA, 2014. 
 XIV, 102 p.: il.; 29,7 cm. 
 Orientador: Jorge dos Santos 
 Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ 
Curso de Engenharia Civil, 2014. 
 Referências Bibliográficas: p. 96-101 
1. Introdução, 2. Impactos Ambientais, 3. Impactos 
Ambientais na Construção Civil, 4. Aprovações de 
Construções - Legislação Ambiental, 5. Boas Práticas, 6. 
Estudo de Caso, 7. Considerações Finais. I. Santos, Jorge. 
II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola 
Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. Título. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedicado aos meus pais, aos meus irmãos e meus avós, 
Que sempre acreditaram em mim e 
me deram forças para superar todas as dificuldades. 
Muito obrigada pela educação, amor e compreensão. 
Comemoramos juntos essa vitória. 
 
 
vi
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço aos meus pais, Luis Augusto e Lélia, por todo investimento em minha 
educação, pelo suporte emocional doado da mais bela maneira, pelos diversos conselhos 
e orientações fornecidos, pela motivação em momentos difíceis e pela alegria 
compartilhada em todos os dias de vitória. Ainda, acima de tudo, agradeço todo amor e 
entrega durante toda minha vida e dos meus irmãos. 
 
Aos meus irmãos, Thaís e Victor, pelo companheirismo de uma vida inteira, por 
acreditarem em mim e me darem forças para manter a engenharia em nossa família. 
Agradeço todo amor, carinho, união e cumplicidade que sempre tivemos. 
 
Aos meus cunhados Angelo e Marina, pela amizade e por tantas conversas confortantes 
durante todos esses anos e em especial ao Angelo, por, junto à minha irmã Thais, ter me 
dado os maiores presentes da minha vida: meus sobrinhos Pedro e Gabriel. Certamente 
são o maior motivo da minha alegria! 
 
Ao meu namorado Pedro, por toda compreensão em momentos de ausência, pela 
lealdade e pelo amor sempre demonstrado da maneira mais pura e verdadeira. 
 
Às minhas avós, Carmen e Minda, pelas palavras doces e sábias que sempre me fizeram 
refletir e me deram forças para obter o título de Engenheira. 
 
À todos os meus familiares, em especial meus Dindos de coração, Célia e Luis Eduardo e 
minha prima e melhor amiga Natália, pela preocupação, pelo apoio, por cada palavra de 
motivação e confiança durante todo curso de Engenharia. 
 
Aos amigos de graduação, pelas boas risadas, pelo companheirismo, por tantas noites 
mal dormidas fazendo trabalhos intermináveis e por diversas histórias inesquecíveis. Em 
especial agradeço a amizade de Luísa Gontijo, Fernanda Couto, Anália Torres e Eduarda 
Bacellar, que estiveram comigo em grande parte dessa trajetória e que levarei para a vida 
toda. 
 
À todos os meus amigos que vivenciaram comigo essa grande etapa em minha vida, me 
ajudando a superar desafios e vibrando comigo em minhas conquistas. Muito obrigada. 
 
 
vii
Resumo da Monografia apresentada à POLI/UFRJ como parte dos requisitos necessários 
para a obtenção do grau de Engenheira Civil. 
 
ESTUDO DE ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS NAS OBRAS DE CONSTRUÇÃO 
DO BAIRRO ILHA PURA - VILA DOS ATLETAS 2016 
 
Mariana Barreira Campos Rios 
 
AGOSTO/2014 
 
Orientador: Jorge dos Santos 
 
Curso: Engenharia Civil 
 
O presente trabalho apresenta uma revisão bibliográfica sobre aspectos e impactos 
ambientais, principalmente no setor da construção civil. Atualmente, vem sendo cada vez 
maior a preocupação com a sustentabilidade em todas as etapas do ciclo de vida de um 
empreendimento, desde sua concepção, projeto, construção, manutenção, até sua 
demolição, considerando sempre as três dimensões da sustentabilidade: econômica, 
social e ambiental. Portanto, desenvolveu-se um estudo para identificação dos aspectos 
ambientais das obras de construção da 1ª Fase do Bairro Planejado Ilha Pura, de acordo 
com as atividades e processos do ciclo imobiliário.Os principais aspectos abordados 
foram relacionados com os respectivos impactos ambientais associados. A identificação 
prévia e o estudo destes impactos possibilitam a empresa desenvolver planos de ações e 
soluções inovadoras voltados a uma melhor atuação no que diz respeito às questões 
ambientais, possibilitando, assim, que os impactos negativos sejam reduzidos ou até 
mesmo mitigados. As iniciativas aplicadas no empreendimento contemplam a implantação 
de usinas de concreto no canteiro de obras, redução e reuso de resíduos, redução do 
impacto na utilização de recursos hídricos e energéticos, diminuição da emissão de gases 
de efeito estufa (GEE), além do recrutamento e capacitação da mão de obra do entorno. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Aspecto Ambiental; Impacto Ambiental; Práticas 
Sustentáveis; Construção Sustentável. 
 
 
 
viii
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the 
requirements for the degree of Engineer. 
 
A STUDY OF THE ENVIRONMENTAL ASPECTS AND IMPACTS AT THE 
CONSTRUCTION OF THE PLANNED DISTRICT ILHA PURA - ATHLETES VILLAGE 
2016 
 
Mariana Barreira Campos Rios 
 
AUGUST/2014 
 
Advisor: Jorge dos Santos 
 
Course: Civil Engineering 
 
This work presents a bibliographic review of environmental aspects and impacts, 
especially in the civil construction sector. Currently, the concerning about sustainabilityis 
increasing in all stages of the building life cycle, since its conception, through design, 
construction, maintenance, until its demolition, considering the three dimensions of 
sustainability: economical, social and environmental. Hence, a study was performed to 
identify the environmental aspects of the planned district Ilha Pura on its first phase of 
construction, according to the activities and processes of the real estate cycle. The main 
environmental aspects discussed were related to their associated environmental impacts. 
The previous identification and study of these impacts enable the company to develop 
action plans and innovative solutions looking for better performances in environmental 
issues and assuring the reduction or even the mitigation of negative impacts. The 
initiatives applied in the project contemplate the implementation of Concrete Plants on site, 
waste reduction and reuse, reduction on the use of water and energy resources, reduction 
in emissions of greenhouse gases (GHGs), beyond the development of programs for 
vocational skills training and employability among the communities surrounding. 
 
KEY-WORDS: Environmental Aspect; Environmental Impact; Sustainable Practices; 
Sustainable Construction. 
 
 
 
ix
Sumário 
 
ÍNDICE DE TABELAS............................................................................................xii 
 
ÍNDICE DE FIGURA.............................................................................................. xiii 
 
ÍNDICE DE FIGURAS........................................................................................... xiv 
 
 
1. Introdução ....................................................................................................... 15 
1.1. Importância do Tema ................................................................................... 15 
1.2. Objetivo ....................................................................................................... 16 
1.3. Justificativa .................................................................................................. 17 
1.4. Metodologia ................................................................................................. 18 
1.5. Estrutura da Monografia .............................................................................. 18 
2. Impactos Ambientais....................................................................................... 20 
2.1. Contextualização: Aspectos e Impactos Ambientais ................................... 20 
2.1.1. Seleção de uma atividade, produto ou serviço ......................................... 22 
2.1.2. Identificação de Aspectos Ambientais ...................................................... 22 
2.1.3. Identificação de Impactos Ambientais ...................................................... 23 
2.1.4. Identificação de Impactos Ambientais ...................................................... 24 
2.1.5. Classificação de Impactos Ambientais ..................................................... 24 
2.1.6. Priorização de Aspectos e Impactos Ambientais ..................................... 27 
2.2. Os Impactos Ambientais na Visão da Legislação ........................................ 27 
2.3. Ocorrências de Impactos Ambientais Motivados por Acidentes .................. 29 
2.3.1. Aspectos Gerais das Ocorrências ............................................................ 29 
2.3.2. Acidentes de Transporte .......................................................................... 32 
2.3.2.1. Acidentes de Transporte em Terra ....................................................... 32 
2.3.2.2. Acidentes de Transporte no Mar ........................................................... 33 
2.3.2.3. Acidentes de Transporte Aéreo ............................................................ 34 
2.3.3. Megacidades - Acidentes Urbanos........................................................... 34 
3. Impactos Ambientais na Construção Civil ....................................................... 37 
3.1. Princípios da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV).......................................... 38 
3.1.1. Definição de Objetivo e Escopo ............................................................... 39 
3.1.2. Análise de Inventário ................................................................................ 40 
3.1.3. Avaliação de Impactos ............................................................................. 40 
3.1.4. Interpretação de Resultados .................................................................... 40 
3.1.5. ACV na Construção Civil .......................................................................... 41 
 
 
x
3.2. Construção e o Meio Ambiente ................................................................... 43 
3.3. Geração de Impactos ao longo do Ciclo Produtivo ...................................... 43 
3.3.1. Concepção, Planejamento e Projeto ........................................................ 46 
3.3.2. Construção e Implantação ....................................................................... 47 
3.3.3. Uso e Ocupação ...................................................................................... 50 
3.3.4. Demolição ................................................................................................ 50 
3.4. Conceitos e Definições do Guia de Sustentabilidade na Construção .......... 51 
3.4.1. Aspectos Ambientais - Macrotemas Sustentáveis ................................... 52 
4. Aprovações de Construções - Legislação Ambiental ...................................... 55 
4.1. Licenciamento Ambiental ............................................................................ 55 
4.1.1. Política Nacional de Resíduos Sólidos ..................................................... 57 
4.1.2. Licenciamento Ambiental no Estado do Rio de Janeiro ........................... 57 
4.2. Tipos de Licenças Ambientais ..................................................................... 58 
4.2.1. Licença Prévia - LP .................................................................................. 59 
4.2.2. Licença de Instalação - LI ........................................................................ 59 
4.2.3. Licença Prévia e de Instalação - LPI ........................................................ 60 
4.2.4. Licença de Operação - LO ....................................................................... 60 
4.2.5. Licença de Instalação e Operação - LIO ................................................. 61 
4.2.6. Licença de Operação e Recuperação - LOR ........................................... 61 
4.2.7. Licença Ambiental Simplificada - LAS ...................................................... 61 
4.2.8. Licença Ambiental de Recuperação - LAR ............................................... 61 
4.2.9. EIA/RIMA ................................................................................................. 61 
4.3. A Obtenção das Licenças Ambientais ......................................................... 62 
5. Boas Práticas na Construção Civil .................................................................. 66 
5.1. Sistemas de Gestão Ambiental ................................................................... 66 
5.1.1. NBR ISO 14001/2004 "Sistemas de Gestão Ambiental - Especificação e 
Diretrizes para uso" ............................................................................................... 67 
5.1.1.1. Política Ambiental ................................................................................. 68 
5.1.1.2. Planejamento ........................................................................................ 69 
5.1.1.3. Implementação e Operação .................................................................. 69 
5.1.1.4. Verificação e Ação Corretiva .................................................................70 
5.1.1.5. Análise Crítica pela Administração ....................................................... 70 
5.2. Sistema de Redução de Impactos Ambientais ............................................ 71 
5.3. Práticas Recomendadas ............................................................................. 73 
5.3.1. Infraestrutura do Canteiro de Obras ......................................................... 73 
 
 
xi
5.3.2. Seleção de Recursos e Materiais ............................................................. 75 
5.3.3. Gestão de Resíduos Sólidos .................................................................... 76 
5.3.4. Incômodos e Poluição .............................................................................. 78 
5.4. Matriz Aspecto x Impacto ............................................................................ 79 
6. Estudo de Caso .............................................................................................. 80 
6.1. Aspectos Gerais .......................................................................................... 80 
6.2. O Bairro Ilha Pura ........................................................................................ 80 
6.3. Aspectos e Impactos Ambientais das Obras de Construção ....................... 83 
6.4. Monitoramento dos Impactos ...................................................................... 88 
6.4.1. Gestão de Resíduos Sólidos .................................................................... 89 
6.4.1.1. Beneficiamento de Resíduos ................................................................ 90 
6.4.2. Recursos Hídricos .................................................................................... 91 
6.4.2.1. Usina e Recicladora de Concreto ......................................................... 91 
6.4.3. Consumo de Energia Elétrica ................................................................... 93 
6.4.4. Emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) .............................................. 93 
6.4.5. Cadeia de Suprimentos ............................................................................ 93 
6.4.5.1. Capacitação de Mão de Obra ............................................................... 93 
6.4.6. Educação Ambiental ................................................................................ 94 
7. Considerações Finais ..................................................................................... 95 
 
 
 
 
xii
ÍNDICE DE TABELAS 
 
Tabela 1: Ferramenta para análise e priorização de ações práticas (fonte: Guia da 
Sustentabilidade na Construção, 2008). ................................................................................. 54 
Tabela 2: Classe do Empreendimento dentro do SLAM (fonte: Manual do Licenciamento 
Ambiental) .................................................................................................................................. 63 
Tabela 3: Aspectos e Impactos Ambientais - Incorporação e Administrativo Financeiro 
(fonte: Autor, 2014) ................................................................................................................... 84 
Tabela 4: Aspectos e Impactos Ambientais - Construção (fonte: Autor, 2014) ................... 85 
Tabela 5: Aspectos e Impactos Ambientais - Construção (fonte: Autor, 2014) ................... 86 
Tabela 6: Aspectos e Impactos Ambientais - Engenharia (fonte: Autor, 2014) ................... 87 
 
 
 
 
 
 
 
 
xiii
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
Figura 1: Impacto Ambiental (Simonetti, 2010) ................................................................ 21 
Figura 2: Exemplo de Agentes de Poluição e Eventos (fonte: Moura apud Heuser, 2007)23 
Figura 3: Exemplos de Impactos Ambientais (fonte: Moura apud Heuser, 2007) ............. 23 
Figura 4: Representação Esquemática do estudo dos Aspectos e Impactos ambientais 
(fonte: ARAÚJO, 2009) .................................................................................................... 28 
Figura 5: Esquema de Fases do Ciclo de Vida dos principais produtos da Construção Civil 
(fonte: Soares, 2002) ....................................................................................................... 38 
Figura 6: Representação Esquemática da ACV (fonte: SOARES et al. Contrução e Meio 
Ambiente) ........................................................................................................................ 39 
Figura 7: Fases da ACV (Fonte: Chehebe, 1998). ........................................................... 41 
Figura 8: Diferentes Fases de um Empreendimento e a Ocorrência de Perda de Materiais 
(fonte: SOUZA et al., 1998) .............................................................................................. 46 
Figura 9: Características das Fases de um Empreendimento Comercial Tradicional (fonte: 
Ceotto, 2006 apud Guia da Sustentabilidade na Construção, 2008) ................................ 51 
Figura 10: Tipo de Licença a ser requerida (fonte: Manual do Licenciamento Ambiental) 59 
Figura 11: Modelo de Sistema de Gestão Ambiental (fonte: ABNT ISO 14001, 2004) ..... 71 
Figura 12: Matriz de Correlação "A x I" (fonte: ARAÚJO, 2009) ....................................... 79 
Figura 13: Localização do Bairro Ilha Pura (fonte: Relatório Ilha Pura, 2012) .................. 81 
Figura 14: Lotes e Tipologias das Edificações - 1ª Fase Ilha Pura (fonte: Relatório Ilha 
Pura, 2012) ...................................................................................................................... 81 
Figura 15: Temas para Desenvolvimento de Projetos (fonte: Relatório Ilha Pura, 2012) .. 82 
Figura 16: Previsão de Geraçao de Resíduos Sólidos da Vila dos Atletas (fonte: Relatório 
Ilha Pura, 2012) ............................................................................................................... 90 
Figura 17: Recicladora de Concreto (fonte: Arquivos Ilha Pura, 2014) ............................. 92 
 
 
 
xiv
ÍNDICE DE QUADROS 
 
Quadro 1: Exemplo de Aspectos e Impactos Ambientais (Moura apud Heuser, 2007)..... 22 
Quadro 2:Caracterização dos aspectos/impactos em virtude da situação operacional 
(fonte: Seiffert apud Heuser, 2007) .................................................................................. 26 
Quadro 3: Classificação do Impacto Ambiental (fonte: HEUSER, 2007) .......................... 26 
Quadro 4: Fases e Etapas do Empreendimento (fonte:Do Nascimento, Edna Almeida) .. 45 
Quadro 5: Impactos Ambientais na fase de construção (fonte: Cardoso, 2006) ............... 49 
Quadro 6: Principais Documentos Exigidos no Licenciamento Ambiental (fonte: Manual do 
Licenciamento Ambiental) ................................................................................................ 63 
Quadro 7: Exigências Ambientais - FEEMA (fonte: Manual do Licenciamento Ambiental) 65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15
1. Introdução 
 
1.1. Importância do Tema 
 
 Muitas mudanças vêm ocorrendo no ambiente de negócios. As exigências da 
sociedade, de órgãos ambientais e do governo fazem com que as empresas se 
preocupem não apenas com seu resultado econômico, mas também devam incluir 
considerações de caráter social e político em suas tomada de decisões 
(TACHIZAWA,2005). As empresas não são mais vistas como instituições econômicas 
preocupadas apenas com o que e quanto produzir. Hoje, são vistas como instituição 
sociopolíticas onde as preocupações com os direitos dos consumidores, a proteção 
ambiental e a qualidade dos produtos são relevantes e afetam o ambiente de negócios. 
No âmbito da construção civil, desde a antiguidade nota-se que ela sempre existiu 
para atender às necessidades básicas do ser humano, inicialmente sem preocupação 
com as técnicas adotadas eseus impactos ao meio ambiente, visando apenas proteção e 
atingir seus objetivos de forma imediata (CORRÊA, 2009). Atualmente este cenário não é 
mais o mesmo; É verdade que a construção civil vivenciou décadas de dificuldades e 
baixo crescimento, resultado da conjuntura econômica adversa e da falta de incentivo 
para suas atividades, porém atualmente encontra-se em um novo e importante ciclo de 
desenvolvimento, contribuindo para o crescimento da economia nacional. O setor de 
construção ocupa posição de destaque, sendo responsável por uma parcela bastante 
significativa no Produto Interno Bruto (PIB), além de gerar grande contingente de mão de 
obra direta (CONSTRUBUSINESS, 2003). Devido a tamanha influência da indústria da 
construção civil no desenvolvimento econômico e social do país, os impactos gerados por 
ela vem ganhando cada vez mais importância. Ao se tratar da participação do setor no 
quesito meio ambiente, no Brasil, a dificuldade de preservá-lo pode ser ainda agravada 
pelos grandes desafios que a indústria da construção deve enfrentar em termos de défict 
habitacional e infraestrutura para transporte, comunicação, abastecimento de água, 
energia, saneamento, atividades comerciais e industriais (DEGANI, 2003). 
Embora diversas indústrias tenham problemas semelhantes, a ineficiência em alguns 
processos produtivos e principalmente o seu tamanho fazem com que o setor da 
construção civil seja considerado um grande vilão para o meio ambiente. A construção 
 
 
 
16
civil é responsável por vários reflexos ao local onde se instala a obra, causados por suas 
atividades, direta ou indiretamente. 
A partir daí, surge a ideia das construções sustentáveis, que devem ser concebidas e 
planejadas a partir de várias premissas, dentre elas a escolha de materiais 
ambientalmente corretos, de origem certificadas e com baixa emissão de CO2; a menor 
geração de resíduos durante a fase de obra e o cumprimento das normas de desempenho 
(CÂMARA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Guia de Sustentabilidade na Construção. 
Belo Horizonte: FIEMG, 2008. 60p.). 
O impacto causado pelo processo da indústria da construção civil envolve consumo 
de recursos e cargas ambientais causadas principalmente pelo uso indiscriminado de 
energia, geração e disposição inadequada de entulhos. Estes últimos são característicos 
de um contexto cultural que insiste em desconhecer os impactos da sua disposição 
clandestina e os benefícios de uma gestão adequada. O gerenciamento de resíduos 
sólidos permite a minimização dos impactos causados, à montante, na exploração de 
matérias-primas como areia e cascalho e à jusante, evitando a poluição de solos e de 
lençóis freáticos, bem como danos à saúde e gastos públicos desnecessários 
(BLUMENSCHEIN, 2004). 
A identificação prévia de aspectos e avaliação dos impactos ambientais associados a 
determinado empreendimento permite que estudos sejam realizados para adotar medidas 
que atenuem tais impactos ou até mesmo elimine-os, reduzindo futuros danos ambientais 
e, consequentemente, os custos envolvidos na sua remediação ou correção. 
1.2. Objetivo 
O trabalho em questão tem como objetivo principal analisar os aspectos e 
impactos ambientais produzidos pelas obras de construção da 1ª Fase do Bairro Ilha 
Pura, no Rio de Janeiro, empreendimento destinado a acolher os Atletas dos Jogos 
Olímpicos de 2016, e consequentemente as boas práticas de controle implementadas, 
incorporando conceitos de eficiência no uso de recursos e mitigação dos impactos 
durante todas as fases da construção. 
As diretrizes utilizadas e apresentadas adiante orientam o planejamento e o 
desenvolvimento do produto visando consolidar um bairro que faz uso dos recursos 
naturais de forma eficiente, aliando conscientização dos usuários à tecnologia, conforto e 
 
 
 
17
bem estar em respeito ao meio ambiente, atendimento às necessidades dos usuários 
atuais e garantia do atendimento das necessidades dos usuários das próximas gerações. 
Para a identificação dos aspectos e avaliação dos impactos ambientais associados 
a determinado empreendimento deve-se procurar, inicialmente, selecionar todas as 
atividades, produtos e serviços relacionados à atividade produtiva, de modo a separar o 
maior número possível de impactos ambientais gerados, reais e potenciais, benéficos e 
adversos, decorrentes de cada aspecto identificado, considerando, sempre, se são 
significativos ou não (BACCI apud SANTOS e NETO, 2004). 
O conhecimento e a divulgação dos aspectos ambientais de um empreendimento 
atendem às expectativas de uma melhoria no desempenho ambiental (Aspectos 
Ambientais de Pedreira em Área Urbana - Artigo, 2006). Depois de realizar diversos 
estudos e, então, conhecendo-se, previamente, os problemas associados à implantação e 
operação do empreendimento, por meio de instrumentos de avaliação de impacto e 
planejamento ambientais, pode-se obter soluções para reduzir ou mitigar os impactos 
ambientais gerados nas obras de construção de determinado empreendimento. O 
presente trabalho analisará os aspectos ambientais presentes na implementação da 1ª 
fase do Bairro Planejado Ilha Pura, também designada Vila dos Atletas, assim como as 
medidas adotadas para redução dos impactos ambientais associados. 
1.3. Justificativa 
 
O bom desenvolvimento de uma empresa atualmente, dentre diversos fatores, 
também está relacionado aos bons resultados na economia e no setor de 
sustentabilidade, onde o crescimento é diretamente proporcional as ações de cuidado 
com o meio ambiente. Atualmente, o investimento em meio ambiente é cada vez mais 
indissociável da análise das viabilidades técnica e econômica, e as legislações e normas 
direcionam o mercado neste sentido. 
 O novo contexto econômico caracteriza-se por uma rígida postura dos clientes, 
voltada à expectativa de interagir com organizações que sejam éticas, com boa imagem 
institucional no mercado, e que atuem de forma ecologicamente responsável. 
(TACHIZAWA apud HEUSER, 2007). 
Diante da complexidade encontrada na discussão de sustentabilidade urbana, 
devido aos seus diversos enfoques e consequentemente pouco conhecimento a nível 
nacional, releva-se a importância de um estudo aprofundado sobre as maneiras de mitigar 
os impactos ambientais em obras de construção imobiliária de grande porte. 
 
 
 
18
1.4. Metodologia 
 
Para a realização desta pesquisa, foi adotada uma metodolgia baseada na coleta 
de dados relevantes ao tema do trabalho, incluindo buscas virtuais, para fundamentação 
teórica. 
 Foram realizada visitas e entrevistas, além de coletas de dados, com responsáveis 
pelo setor de sustentabilidade do empreendimento Vila dos Atletas. O empreendimento foi 
escolhido para realização de um estudo de caso para os assuntos abordados no presente 
trabalho. A identificação dos aspectos e impactos apresentados no estudo de caso foi 
realizada com base nos dados disponibilizados pelas empresas. Duas renomadas 
empresas do ramo da construção civil formam a então denominada Ilha Pura, planejada 
em uma área de 870 mil metros quadrados na Barra da Tijuca. A organização 
responsável pelas obras de construção do empreendimento incorporou os conceitos e as 
práticas alinhadas às diretrizes do desenvolvimento sustentável aos princípios 
empresariais, e, portanto, o novo espaço urbano está sendo desenvolvido com o objetivo 
de se tornar referência de bairro planejado ancorado nas premissas de sustentabilidade. 
As conclusões e observações analisadas no estudo de caso são válidas apenas 
para a empresa e o empreendimento em estudo, pois o sistema de gestão ambiental é 
único para cada organização e os impactos ambientais dependem do meio em que estão 
ocorrendo não perdendo de vista a diversidade e a função social do mesmo. 
1.5. Estrutura da Monografia 
 
O Capítulo 1 é dedicado à introdução do tema, seuobjetivo, justificativa e 
metodologia do trabalho a ser desenvolvido. 
O Capítulo 2 é destinado a apresentar a Contextualização do tema abordado, 
impactos ambientais. 
O Capítulo 3 tem como foco a construção civil, as características da indústria e a 
geração de impactos ambientais ao longo de todo o seu ciclo produtivo. 
O Capítulo 4 aborda os requisitos de legislação nos ambitos federal, estadual e 
municipal, com ênfase para o Rio de Janeiro, que sejam relacionados a aprovação de 
empreendimentos da construção civil. 
O Capítulo 5 descreve as boas práticas utilizadas na construção civil que reduzem 
a geração de aspectos ambientais nas obras e consequentemente mitiguem os impactos 
ambientais. 
 
 
 
19
Já o Capítulo 6 é destinado ao Estudo de Caso da obra da Vila dos Atletas, 1ª 
Fase do Bairro Planejado Ilha Pura. Caracteriza-se a obra em estudo e descrevem-se as 
medidas de controle implementadas para reduzir ou mitigar os impactos ambientais e os 
resultados obtidos. 
O Capítulo 7 é dedicado às considerações finais e sugestões para trabalhos 
futuros. 
 
 
 
 
20
2. Impactos Ambientais 
2.1. Contextualização: Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 É natural que os impactos ambientais tenham surgido a partir da evolução 
humana, desde que o homem começou a progredir em seu modo de vida, com o cultivo 
de alimentos e a criação de animais, aumentando gradativamente os impactos gerados na 
natureza, depois com a derrubada de árvores para construção de abrigo e obtenção de 
lenha, tornando cada vez mais visíveis as alterações no meio ambiente. As alterações na 
cadeia alimentar, mudanças climáticas e diminuição da biodiversidade foram 
possivelmente alguns dos primeiros impactos ocasionados pela ação do homem. A 
consequente criação das cidades e a crescente ampliação das áreas urbanas têm 
contribuído para o crescimento de impactos ambientais negativos. As alterações geradas 
ocorrem por inúmeras causas, muitas denominadas naturais e outras oriundas de 
intervenções antropológicas, consideradas não naturais (MUCELIN E BELLINI, 2008). 
 A NBR ISO 14001/2004 define como aspecto ambiental o “elemento das 
atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio 
ambiente”, cuja significância é dada pelo seu poder de gerar um impacto ambiental 
significativo, em intensidade ou frequência. 
 Já impacto ambiental pode ser definido como "qualquer modificação do meio 
ambiente, adversa ou benéfica que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais 
de uma organização". 
 Aspectos significativos são aqueles que têm ou podem ter impactos ambientais 
significativos. Para um melhor entendimento do conceito, deve-se apresentar ainda 
segundo a NBR ISO 14001/2004 a definição do meio ambiente como a "circunvizinhança 
em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, 
seres humanos e suas inter-relações". Como exemplo de aspectos ambientais em um 
produto ou processo, temos: consumo de matéria-prima e insumos de produção, consumo 
de água e energia, descarte de resíduos sólidos, embalagem utilizada, emissão de 
efluentes, etc. Depois de identificados os aspectos e impactos, serão propostos 
procedimentos de maneira a auxiliar no controle e na definição de responsabilidades. 
 Segundo Simonetti (2010), impacto ambiental é a variação de um parâmetro no 
ambiente, em função da ação humana. Ou seja, impacto ambiental é a diferença 
incremental de um parâmetro ambiental entre a situação sem e com o projeto de 
Engenharia. Esta situação é ilustrada na Figura 1. 
 
 
 
21
 
 
Figura 1: Impacto Ambiental (Simonetti, 2010) 
 
Já os aspectos ambientais são as causas controláveis pela organização, por 
exemplo, certos processos de produção ou produtos, enquanto os impactos ambientais 
são os efeitos no meio ambiente causados isoladamente ou não, por exemplo, na forma 
de poluição das águas ou existência de riscos. Os dois conceitos, aspectos e impactos 
ambientais, estão assim em uma relação de causa e efeito (DYLLICK, 2000). 
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para identificar os 
aspectos ambientais que possam por ela ser controlados e sobre os quais se presume 
que tenha influência, a fim de determinar aqueles que causem ou possam causar 
impactos significativos sobre o meio ambiente. É importante assegurar que os aspectos 
relacionados a esses impactos significativos sejam considerados na definição de seus 
objetivos ambientais e deve manter essas informações atualizadas (BARBIERI apud 
HEUSER, 2007). 
Para a determinação dos aspectos ambientais, leva-se em consideração todas as 
atividades e tarefas do processo produtivo, avaliando-se seus respectivos impactos 
ambientais. Segundo a NBR ISO 14004/96, "a identificação dos aspectos ambientais é 
um processo contínuo que determina o impacto (positivo ou negativo) passado, presente 
e potencial das atividades de uma organização sobre o meio ambiente. Este processo 
também inclui a identificação da potencial exposição legal, regulamentar e comercial que 
pode afetar a organização. Pode, também, incluir a identificação dos impactos sobre a 
saúde e segurança e a avaliação de risco ambiental”. 
 
 
 
22
No contexto deste requisito é importante compreender que a ABNT NBR ISO 
14004/96 explicitamente prescreve que o processo de avaliação para determinar a 
significância dos aspectos e impactos ambientais deve conter quatro etapas mínimas: 
 
1. Seleção de uma atividade, produto ou serviço 
2. Identificação de aspectos ambientais 
3. Identificação de impactos ambientais 
4. Avaliação da importância dos impactos 
 
No quadro 1 estão exemplificados possíveis aspectos e impactos oriundos de 
algumas atividades comuns na implantação de empreendimentos de engenharia. 
 
 
Quadro 1: Exemplo de Aspectos e Impactos Ambientais (Moura apud Heuser, 2007) 
 
2.1.1. Seleção de uma atividade, produto ou serviço 
 
 Segundo a NBR ISO 14004/96, "É recomendado que a atividade, produto ou 
serviço selecionado seja grande o suficiente para que o exame tenha significado e 
pequeno o suficiente para que seja adequadamente compreendido.” 
2.1.2. Identificação de Aspectos Ambientais 
 
 “Identificar o maior número possível de aspectos ambientais associados à 
atividade, produto ou serviço selecionado” (ABNT NBR ISO 14004/96, p. 11). 
 
 
 
 
23
 Segundo Moura apud Heuser (2007), um aspecto ambiental se caracteriza pela 
associação de um agente de poluição com um dado evento ou causa do aspecto 
ambiental (Figura 2). Dessa forma, Agente de Poluição + Evento = Aspecto Ambiental. 
 
 
Figura 2: Exemplo de Agentes de Poluição e Eventos (fonte: Moura apud Heuser, 2007) 
2.1.3. Identificação de Impactos Ambientais 
 
 Segundo a NBR ISO 14004/96, esta etapa consiste em identificar o maior número 
possível de impactos ambientais reais e potenciais, positivos e negativos, associados a 
cada aspecto identificado. 
 Segundo Moura apud Heuser (2007), um impacto ambiental pode ser 
caracterizado pela associação de um aspecto ambiental com um dado evento causador 
do impacto. Dessa forma, é obtida a designação do impacto ambiental (Figura 3). Aspecto 
Ambiental + Evento (de Impacto) = Impacto Ambiental. 
 
Figura 3: Exemplos de Impactos Ambientais (fonte: Moura apud Heuser, 2007) 
 
 
 
24
2.1.4. Identificação de Impactos Ambientais 
 
 Segundo a NBR ISO 14004/96, uma vez definidos os impactos ambientais, é 
necessário determinar sua importância ou significância. “A importância de cada impacto 
ambiental identificado pode variar de uma organização para outra. A quantificação pode 
auxiliar no julgamento." 
 A fim de categorizar os impactos e avaliar as ações prioritárias necessárias, é 
sugerida uma classificação para os impactos ambientais.2.1.5. Classificação de Impactos Ambientais 
 
 Maimon apud Cagnin (2000), entende que, a partir da detecção de todos os 
aspectos ambientais decorrentes das atividades produtivas, deve-se escolher os mais 
significativos. Esta escolha leva em consideração os impactos, riscos, severidade e 
frequência. 
 É de se ressaltar que, nessa avaliação, pode ser importante levantar outros 
agressores relevantes ao meio ambiente, na região onde a empresa sob exame está 
localizada, com o objetivo de verificar os efeitos cumulativos das atividades locais e a 
parcela que cabe à tal empresa, no impacto total. Esses dados podem levar a empresa a 
atuar mais pesadamente na área externa do que internamente, a fim de obter resultados 
mais adequados ao meio ambiente, inclusive a custos mais baixos. 
 
 A ISO 14004/1996 sugere que, ao se determinar a importância dos itens avaliados, 
observe-se pelo menos o seguinte: 
1. escala do impacto; 
2. severidade do impacto; 
3. probabilidade de ocorrência; 
4. duração do impacto. 
 
 A escala do impacto refere-se ao tamanho da área atingida pelo impacto, ou seja, 
seus limites em relação à organização. Outros termos similares encontrados nas 
literaturas pesquisadas são: abrangência, extensão e alcance. A abrangência é uma 
graduação ligada à extensão das consequências previstas e a duração de seus efeitos. 
 
 
 
 
 
25
Seus critérios são: 
 
a) Grau 1: atribuído para problemas que se restringem a uma área limitada dentro 
da empresa e têm seus efeitos eliminados, sem provocar sequelas, dentro de até 3 
meses; 
b) Grau 2: relaciona-se a problemas que não se limitam a uma única área dentro 
da empresa e que sem provocar sequelas permanentes requerem entre três a seis meses 
para terem seus efeitos eliminados; 
c) Grau 3: atribuído a problemas que extrapolam os limites da empresa, ou que 
causam sequelas permanentes ou, ainda, que requerem mais de seis meses para terem 
seus efeitos eliminados. (SEIFFERT apud HEUSER, 2007). 
 
Segundo Potrich et al., 2007, a gravidade do impacto causado ao meio ambiente é 
classificada de acordo com o respectivo grau de severidade, podendo ser baixo, médio ou 
alto. A severidade de um impacto considera a gravidade ou intensidade do impacto, avalia 
temas como: quantidade, concentração, toxicidade, volatilidade, quantidades consumidas 
nos casos de recursos naturais como água, lenha, energia, etc. (SANTOS e NETO, 2004). 
 
a) Severidade Baixa: Abrangência local. Impacto ambiental: potencial de 
magnitude desprezível. Degradação ambiental sem conseqüências para o negócio e para 
a imagem da empresa, totalmente reversível com ações de controle. 
b) Severidade Média: Abrangência regional. Impacto ambiental de média 
magnitude capaz de alterar a qualidade ambiental. Degradação ambiental com 
conseqüências para o negócio e à imagem da empresa, reversíveis com ações de 
controle (ações mitigadoras). 
c) Severidade Alta: Abrangência global. Impacto ambiental potencial de 
grande magnitude. Degradação ambiental com consequências financeiras e de imagem 
irreversíveis mesmo com ações de controle (ações mitigadoras). 
 
Também define-se com qual frequência o impacto ocorre para cada aspecto 
ambiental caracterizado, analisando-se as probabilidades ou as frequências de 
ocorrência. 
a) Frequência/Probabilidade Baixa: Também conhecida como frequência 
remota. Existência de procedimentos, controles e gerenciamentos adequados dos 
 
 
 
26
aspectos ambientais. Reduzido número de aspectos ambientais associados ao impacto 
em verificação de importância. 
b) Frequência/Probabilidade Média: Também conhecida como frequência 
provável. Ocorre mais de uma vez por mês. Existência de procedimentos, controles e 
gerenciamentos inadequados dos aspectos ambientais. Número médio de aspectos 
ambientais associados ao impacto em questão. 
c) Frequência/Probabilidade Alta: Ocorre diariamente. Inexistência de 
procedimentos, controles e gerenciamento dos aspectos ambientais. Elevado número de 
aspectos ambientais associados aos impactos em verificação de importância. 
 
 As condições de operação podem, também, serem consideradas quando se 
determina a significância dos aspectos/impactos. Seiffert apud Heuser (2007) caracteriza 
os aspectos/impactos em virtude da situação operacional conforme o Quadro 2. 
 
 
Quadro 2:Caracterização dos aspectos/impactos em virtude da situação operacional (fonte: Seiffert 
apud Heuser, 2007) 
 Por fim, a classificação do impacto ambiental é definida através do cruzamento 
dos critérios de análise severidade e frequência/probabilidade, conforme Quadro 3, 
fornecendo a categoria final no aspecto ambiental em análise. 
 
 
Quadro 3: Classificação do Impacto Ambiental (fonte: HEUSER, 2007) 
Frequência/Probabilidade ALTA MÉDIA BAIXA
ALTA Alta Significância Média Significância Média Significância
MÉDIA Média Significância Média Significância Média Significância
BAIXA Média Significância Baixa Significância Baixa Significância
 
 
 
27
2.1.6. Priorização de Aspectos e Impactos Ambientais 
 
 A priorização dos aspectos e impactos se faz necessária para que a organização 
possa concentrar seus recursos naqueles que apresentam maior risco ao meio ambiente. 
 A primeira filtragem se dá pelo atendimento a legislação, fazendo-se necessário 
cumprir todas as exigências. A segunda filtragem é realizada levando em consideração os 
critérios de probabilidade ou frequência e gravidade, normalmente definidas pela 
organização. Para cada aspecto significativo, a organização deve, como próxima etapa de 
implantação da ISO 14001, implementar um plano de ação. 
2.2. Os Impactos Ambientais na Visão da Legislação 
 
 Aglomerando o conhecimento necessário para a compreensão de impactos 
ambientais, a Resolução CONAMA nº001 (23 de janeiro de 1986) define: 
 
Art. 1. [...] considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, 
químicas e biológicas do meio ambiente, causadas por qualquer forma de matéria ou 
energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afetam: 
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas; 
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V - a qualidade dos recursos ambientais. 
As diretrizes que um estudo de impactos ambientais deve seguir são definidas 
pelo CONAMA e cabem a qualquer obra causadora de possível impacto ambiental 
(SIMONETTI, 2010): 
Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental o órgão 
estadual competente, ou o IBAMA ou, quando couber, o Município, fixará as diretrizes 
adicionais que, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área, 
forem julgadas necessárias, inclusive os prazos para conclusão e análise dos estudos. 
 
 
 
28
Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes 
atividades técnicas: 
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto completa descrição e análise 
dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a 
situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando: 
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima [...]; 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais [...]; 
c) o meio sócio-econômico[...]; 
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de 
identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis 
impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e 
adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e 
permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a 
distribuição dos ônus ebenefícios sociais. 
III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os 
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência 
de cada uma delas. 
lV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos 
positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados. 
 Considera-se, portanto, os impactos ambientais como sendo as conseqüências 
dos aspectos ambientais decorrentes das atividades desenvolvidas pelas empresas. As 
atividades de construção civil geram aspectos ambientais, que por sua vez provocam 
impactos ambientais, que atingem o meio ambiente (meios físico, biótico e antrópico) 
alterando suas propriedades naturais (Figura 4). 
 
 
Figura 4: Representação Esquemática do estudo dos Aspectos e Impactos ambientais (fonte: 
ARAÚJO, 2009) 
 
 
 
29
2.3. Ocorrências de Impactos Ambientais Motivados por Acidentes 
2.3.1. Aspectos Gerais das Ocorrências 
 
Foram grupados sob esse título diversos desastres provocados pelo homem, que 
afetaram e ainda afetam grandes áreas e complexos ecossistemas naturais. São 
impactos cuja reversão é hoje, em alguns casos, impossível ou que envolva custos 
elevadíssimos. Os grandes acidentes ambientais da história tiveram a importância de 
despertar a humanidade para a urgência e relevância da questão ambiental. Os primeiro 
relatos de acidentes ambientais foram os chamados Acidentes Radioativos. São 
denominados acidentes radioativos todas as ocorrências provocadas pelo homem que 
resultam em perdas de vida e/ou efeitos adversos sobre a saúde humana e os 
ecossistemas, quando decorrentes de radiações ionizantes e de substâncias radioativas. 
Os acidentes causados pela radioatividade trazem consigo dois grandes problemas que 
carecem ainda de soluções satisfatórias: a destinação definitiva dos rejeitos e a 
descontaminação das áreas afetadas. 
 Na década de 50, o primeiro marco foi o acidente ambiental da cidade de 
Minamata no sul do Japão. A indústria química Chisso se instalou às margens da baia de 
Minamata em 1939 e por diversos anos despejou catalisadores esgotados nessa área, 
liberando efluentes com alto teor de Mercúrio e sem o devido tratamento. Foram 
constatadas altas concentrações de mercúrio em peixes e moradores da região, que 
morreram devido a então conhecida "Doença de Minamata", cujos reflexos se estenderam 
por muitos anos. Segundo Michel Llory (2013), o desastre sanitário de Minamata fez entre 
30 e 40 mil mortos, se tornando o mais grave desastre sanitário devido à química e muito 
provavelmente o mais grave acidente de toda a indústria. 
Desastres similares foram observados em outros locais no Japão, como Mitsui, 
Niigata e Yokkaichi. Neste momento a humanidade desperta para a questão ambiental, se 
formam os primeiro movimentos ambientalistas, e na década de 70 ocorrem as primeiras 
iniciativas governamentais para proteção ambiental. Mais de 450 campanhas anti-
poluição foram lançadas no Japão até 1971. Vazamentos não previstos de materiais 
radioativos, erros de operação, falta de treinamento adequado e de experiência prévia por 
parte das equipes envolvidas nesses acidentes são apenas algumas causas identificadas 
para ocorrências desses primeiros desastres (CYRO EYER DO VALLE, 2009). 
 
 
 
 
30
Em 26 de abril de 1986, na atual República da Ucrânia, um dos quatro reatores da 
usina nuclear de Chernobyl explode devido a uma falha no resfriamento, causando 
intensa contaminação radioativa em toda região, com efeitos em diversos países vizinhos. 
O acidente de Chernobyl ocorreu por falta de comunicação e de coordenação entre 
operadores e não por falha nos sistemas de comando. Desconsiderando diversos 
procedimentos de segurança obrigatórios, os operadores resolveram testar por quanto 
tempo o reator poderir operar sem produzir potência. O reator não respondeu ao teste e 
fugiu inteiramente ao controle dos operadores (CYRO EYER DO VALLE, 2009). 
 Ocultado, inicialmente, pelas autoridades do país, o acidente só foi detectado a 
quilômetros de distância, na Suécia. As autoridades soviéticas informaram a ocorrência 
oficial de 31 mortes devido ao acidente e a necessidade de evacuação de mais de 100 mil 
habitantes das regiões vizinhas, apesar da evacuação, centenas de pessoas foram 
contaminadas o que ocasionou muitas outras mortes. O número de casos de câncer na 
tiróide em crianças desta região aumenta desde então. Ainda hoje, os níveis de radiação 
em Chernobyl são 10 vezes maiores que o suportado pelo organismo humano. 
No Brasil, um dos acidentes mais catastróficos foi o do acidente com o Césio-137, 
em Goiânia, causado pela atividade humana, ou ao contrário, pela sua não-atividade ou 
negligência . No dia 13 de Setembro de 1987, duas pessoas retiraram uma fonte de 
Césio-137 do prédio abandonado do Instituto Goiano de Radioterapia, na região central 
de Goiânia e, com o auxílio de várias ferramentas, conseguiram romper o invólucro de 
chumbo, expondo o material radioativo ao meio ambiente. A fonte era de cloreto de césio, 
um sal muito parecido com o potássio, podendo ser concentrado em animais e plantas 
(GRASSI E FERRARI, 2009). 
Pesquisadores alertavam para o fato de que a exposição a doses de radiação 
promoveria alterações genéticas a médio e longo prazo, muitas delas transmissíveis às 
gerações seguintes (BITTENCOURT, 2007). A segunda geração de crianças e 
adolescentes hoje busca espaço e inserção social e tenta – apesar do eterno medo de 
doenças causadas pela radiação, da perda de familiares dizimados pela contaminação, 
da discriminação e da marginalização a que foram legados pelo Estado (no claro 
descumprimento do compromisso firmado de assistência) – estabilizar suas vidas, 
trabalhar, se sustentar e constituir família. 
Também no Brasil, a partir de 1997, uma série de acidentes industriais ampliados 
foi observada no curso das atividades da Petrobrás, grande empresa estatal brasileira do 
setor de petróleo. De vazamentos de óleo a explosões em plataformas marítimas, esses 
 
 
 
31
episódios foram vistos, ao mesmo tempo, como acidentes de trabalho e catástrofes 
ambientais. 
No início da década de 50 foi elaborado o projeto original da refinaria do sistema 
Petrobrás, a REDUC (Refinaria Duque de Caxias), inaugurada então em setembro de 
1961. Nessa época, as técnicas de análise de confiabilidade e de risco não se 
encontravam desenvolvidas para aplicação em projetos desse tipo. Toda a concepção 
básica do projeto da refinaria foi desenvolvida, portanto, sem os estudos básicos 
necessários ao planejamento do controle/mitigação de acidentes. 
 Em 1987 foi assinado um termo de compromisso entre a Petrobrás e o Governo do 
Estado com 27 itens de controle ambiental. A assinatura do termo exprime bem a 
consciência que a própria empresa desenvolveu sobre o risco de suas atividades: dentre 
os 27 itens a serem submetidos ao controle ambiental foram listados: “redução dos gases 
nas tochas”, “redução de óxidos de enxofre”, “tratamento biológico de efluentes”, “redução 
da carga de óleo”, dentre muitos outros, estimados em mais de 85 milhões de dólares, 
mas o órgão de controle ambiental não fiscalizou de forma efetiva se esses investimentos 
contribuíram para reverter o quadro de risco assumido pela empresa. Não houve um 
balanço periódico entre empresa, sociedade e órgão de controle ambiental, do que foi 
efetivamente realizado, do que foi sendo gasto ou dos impactos e melhorias resultantes 
para o meio ambiente. Em 1992 foi realizado ainda um convênio com a COPPE/UFRJ 
para auxílio técnico de análises e prevenção de riscos e ainda para atuação em casos de 
acidentes. 
Apesar de demonstrar tamanha preocupação e interesse com os riscos de suas 
atividades, poucos anos depois, em janeiro de 2000 ocorreu o grande derramamento de 
1,3 milhões de litrosde óleo combustível na Baía de Guanabara. Um vazamento de óleo 
no duto PE-II, um dos nove dutos que interligam a REDUC ao terminal da Ilha d’Água foi 
causado devido ao rompimento do duto.Segundo a Petrobrás, o duto havia sido 
inspecionado em 1998, em razão de um acidente nele ocorrido em 1997. Manguezais 
foram atingidos, e a atividade pesqueira na Baía de Guanabara teve de ser interrompida. 
Ainda que a empresa não estivesse em dia com suas obrigações para com a regulação 
ambiental, não se cogitou fechá-la, já que REDUC representa alta fonte de recursos para 
o Estado. A solução encontrada foi a assinatura de um acordo de adequação de 
comportamento, em que a REDUC se comprometeu a adequar-se às leis ambientais 
vigentes (ACSELRAD e MELLO, 2002). 
A conscientização da sociedade para as questões ambientais tem sido 
despertadas pela ocorrência de grandes desastres ecológicos que deixaram marcas, 
 
 
 
32
muitas ainda visíveis e até permanentes em ecossistemas em todo o mundo. A cada 
desastre noticiado, tem correspondido lições e processos de aprendizado, que, quando 
absorvidos, podem evitar sua repetição no futuro. A importância do treinamento de 
operadores de uma instalação, a identificação mais rigorosa dos aspectos ambientais da 
organização e criação de algumas ferramentas como as análises de risco, estudo de 
impactos ambientais e planos de emergência são os maiores aprendizados obtidos 
dessas ocorrências catastróficas (CYRO EYER DO VALLE, 2009). 
2.3.2. Acidentes de Transporte 
 
 O transporte de pessoas e mercadorias é a causa de muitos acidentes cujos 
impactos ambientais se tornam relevantes muitas vezes em razão do tipo de carga 
transportada, do local de ocorrência e de circunstâncias que podem agravar as 
consequências desses acidentes. 
 O volume sempre crescente de mercadorias, muitas delas com características 
perigosas, e pessoas transportadas em terra, no mar e no ar é um fator que acarreta o 
aumento expressivo de acidentes que impactam o meio ambiente (CYRO EYER DO 
VALLE, 2009). 
2.3.2.1. Acidentes de Transporte em Terra 
 
 Os acidentes de transporte em terra são bastante frequentes e a gravidade de 
suas consequências depende dos materiais e produtos transportados. Ao se tratar de 
transporte rodoviário, a qualidade do traçado das estradas e o estado de conservação do 
leito, além das falhas humanas e da manutenção precárias de muitos veículos circulantes 
são as principais causas dos acidentes rodoviários. 
 Uma forma de impacto grave para as pessoas envolvidas em acidentes 
rodoviários, é quando este ocorre dentro de túneis, por exemplo. Há o risco de intoxicação 
devido ao bloqueamento de veículos em seu interior, liberando fumaça de combustíveis, 
inflamáveis e produtos tóxicos. Outra forma de impacto, e desta vez ao meio ambiente, se 
dá pelo derramamento de cargas tóxicas em rios e corpos d'água nas margens das 
estradas, principalmente quando o acidente ocorre em pontes e viadutos (CYRO EYER 
DO VALLE, 2009). 
 
 
 
33
 Acidentes ferroviários também podem causar desastres ambientais, principalmente 
devido às cargas transportadas, que muitas vezes incluem produtos químicos e materiais 
inflamáveis contaminando a área em que o acidente ocorreu. 
 Um acidente em terra, seja de origem ferroviária ou rodoviária requer rapidez na 
comunicação da ocorrência, para que as medidas de mitigação de seus efeitos sejam 
tomadas no mais curto prazo de tempo, possibilitando, assim, que a extensão do desastre 
e os impactos associados sejam controlados da melhor maneira possível. 
2.3.2.2. Acidentes de Transporte no Mar 
 
 Enquanto acidentes em terra impactam mais em seu ocorrência, os acidentes 
marítimos podem ter seus impactos propagados atingindo áreas bem mais vastas e de 
difícil delimitação preventiva. Com o advento da Revolução Industrial e as novas rotas 
comerciais dos grandes impérios coloniais, o uso da navegação foi ampliado. Minérios, 
carvão e produtos químicos começaram então a afetar o meio ambiente e volumes 
crescentes de cargas e produtos industrializados criaram as condições para a ocorrência 
de acidentes marítimos. Apesar disso, somente com a entrada de combustíveis líquidos, 
como o petróleo e seus derivados, que os acidentes marítimos assumiram maiores 
proporções. Os portos de regiões industriais tornaram-se focos de poluição das águas e 
por consequência, de todo o litoral. 
 Embora a ocorrência de acidentes esteja sempre associada ao derramamento de 
petróleo no mar, deve-se considerar acidente ambiental qualquer acidente marítimo, na 
medida em que as cargas transportadas sempre terão impacto sob a qualidade das águas 
e a fauna local. Criar normas, regras e leis que possibilitem minimizar as probabilidades 
de ocorrência de acidentes, conscientizar, educar e treinar para a segurança todas as 
partes envolvidas, exercer rigoroso controle de qualidade, bem como desenvolver e 
aplicar técnicas construtivas que tornem as embarcações mais seguras e confiáveis são 
algumas das soluções propostas para reduzir a ocorrência de falhas e acidentes 
ambientais de transporte marítimo (CYRO EYER DO VALLE, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
34
2.3.2.3. Acidentes de Transporte Aéreo 
 
 Os acidentes aéreos, apesar dos danos irreparáveis causados pela perda de vidas 
humanas, normalmente não são avaliados pelo seu impacto ambiental, mas os efeitos 
provocados pela queda de uma aeronave em área ocupada pode ser bastante relevante 
no quesito meio ambiente. Além dos destroços do próprio avião, muitas vezes o 
transporte de bagagem pessoal ou de pequenas encomendas podem dar origem a 
incidentes que conduzem a acidentes com graves impactos no meio ambiente. O desastre 
é ainda maior quando o acidente ocorre em aviões de carga, por nesses casos o 
transporte de materiais explosivos e produtos químicos são permitidos, o que ocasionaria 
danos muito maiores ao ambiente (CYRO EYER DO VALLE, 2009). 
2.3.3. Megacidades - Acidentes Urbanos 
 
Em Junho de 1996 dois eventos internacionais chamaram atenção dos que se 
preocupam com o meio ambiente. Em Istambul, na Turquia, a Conferência Mundial das 
Cidades, a Habitat 2, organizada pelas Nações Unidas reuniu milhares de especialistas 
em busca de soluções para o assustador crescimento das populações citadinas e a 
consequente degradação do meio ambiente em todo o planeta. Alguns dias depois, no 
Rio de Janeiro, especialistas elaboravam as primeiras normas da ISO 14000, com as 
quais se pretende sistematizar as ações das empresas em prol da conservação do meio 
ambiente (CYRO EYER DO VALLE, 2009). 
No Habitat 2 as conclusões foram sombrias, constatando o descontrole do 
crescimento urbano principalmente nos países em desenvolvimento, com todas 
consequências sociais, políticas, econômicas e ambientais que isso acarreta. Jã no Rio 
de Janeiro, comemorava-se resultados palpáveis de um esforço racional e objetivo 
originado em 1992 durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, a Rio 92. 
Segundo Cyro Eyer do Valle, foram obtidas algumas constatações interessantes 
sobre os resultados dos eventos. Do lado da produção, à montante, a poluição tendia a 
ser controlada na própria fonte geradora. Ecoeficiência, prevenção da poluição e 
tecnologias limpas são expressões que se incorporam ao vocabulário dos responsáveis 
pela produção de bens e serviços, reduzindo, na origem, a pressão exercida pelas 
atividades econômicas sobre o meio ambiente. 
 
 
 
35
Por outro lado, à jusante da cadeia de produção, mal se consegue reduzir a 
pressão exercida por volumes crescentes de resíduos e os locais utilizados para sua 
disposição. Constituindo-se, portanto, de um grande foco de degradação ambiental, as 
megacidades contribuem para modificação do clima em suas microrregiões e provocam 
alterações profundas em suaszonas de influências. Grandes áreas urbanizadas, 
especialmente cidades de grande porte, com cenário de crescimento descontrolado e 
serviços públicos saturados e deficitários levam a predisposição à ocorrências de 
acidentes que podem atingir proporções de difícil controle, resultando em grandes 
impactos ambientais. 
 Alguns Impactos Ambientais causados por estas cidades em crescimento 
costumam fugir do controle de seus administradores e transformam-se em problemas de 
difícil reversão, como por exemplo: 
 
1. Desmatamento das áreas ocupadas; 
2. Contaminação dos corpos d'água por esgotos sanitários e industriais; 
3. Contaminação do ar por emissão veicular e por emissões industriais; 
4. Contaminação do solo por aterro de resíduos sólidos mal dispostos; 
5. Alterações na temperatura ambiente motivadas pelo acúmulo de calor 
absorvido por estruturas prediais e áreas pavimentadas, formando as "Ilhas de 
Calor"; 
6. Poluição sonora 
 
A contaminação de solos em áreas urbanizadas tem sido motivo de diversos 
acidentes dos quais resultaram perdas de vida e grandes prejuízos materiais. Tragédia 
desse tipo ocorreu em Niterói, RJ, em 2010, quando todo um bairro, construído sobre um 
lixão abandonado numa área de encosta na periferia da cidade, deslizou morro abaixo, 
causando centenas de mortes. Como o lixo doméstico de populações de baixa renda 
costuma conter grande parte de matéria orgânica, a formação de gás é mais intensa em 
lixões de periferia, resultando maior risco de incêndio e explosões (CYRO EYER DO 
VALLE, 2009). 
Ainda segundo Cyro Eyer do Valle, outro tipo de acidente ambiental que tem 
acontecido em números crescentes são as inundações em grandes centros urbanos. 
Além da eventual influência das mudanças climáticas, as inundações podem ter grande 
participação do homem, que dificulta o escoamento das águas devido a tamanha 
impermeabilização do solo urbano. As pavimentações e eliminação de áreas verdes 
 
 
 
36
impedem a absorção das águas pluviais diretamente pelo solo, aumentando assim o 
volume a ser escoado pela superfície. Outros fatores que contribuem para o acúmulo da 
água nos solos são as alterações nos cursos d'água e obstrução das redes de águas 
pluviais pelo lixo mal disposto. Como consequência desses fatos temos as conhecidas 
enchentes, que propagam doenças, o desabamentos de imóveis e diversas perdas de 
patrimônios. 
Os acidentes urbanos, devido à extensão dos impactos que podem causar, 
requerem uma análise cuidadosa de suas causas para que sejam desenvolvidas soluções 
que incorporem a prontidão da população e o treinamento de todas as entidades 
participantes. A articulação de todos os organismos e setores da sociedade responsáveis 
pela conscientização da população para os riscos de acidentes, incluindo-se a mídia, 
escolas, centros comunitários, corpo de bombeiros, polícia civil e todos capazes de fazer 
frente a uma ocorrência acidental, é de extrema importância para prevenção de acidentes 
urbanos. A educação ambiental da população é outra solução preventiva para os 
acidentes, já que esta seria capaz de identificar e notificar situações de risco, incluindo-se 
conhecimentos sobre materiais perigosos e práticas inadequadas, como fumar em áreas 
perigosas, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37
3. Impactos Ambientais na Construção Civil 
 
 A Cadeia Produtiva da Construção Civil engloba a indústria da construção, 
indústria de materiais, serviços, comércio de materiais de construção, outros 
fornecedores, máquinas e equipamentos para construção. Dentro do setor industrial, a 
cadeia produtiva da construção civil representa 8% das emissões do Brasil, valor 
estimado gerado pelos fornecedores de materiais utilizados na construção, tais como na 
produção de cimento e de aço, no transporte, e, por último, na extração madeireira 
(MCKINSEY apud CAMPOS, 2012). 
 A avaliação e necessária minimização do impacto sobre o meio ambiente 
causados por todos os tipos de ações está adquirindo cada vez maior importância, face a 
evidente limitação dos recursos disponíveis, da importância de preservar o ambiente 
natural e da necessidade de se ter um desenvolvimento sustentável. Diante desde 
importância, o setor da construção civil tem como estimativa futura a responsabilidade de 
reduzir para 1% as emissões totais de GEE até 2030 junto à área de edificações. O setor 
de cimento é o que tem perspectivas de maior crescimento de emissões de tais gases até 
2030, e o de edificações é o que apresenta potencial limitado de abatimento dos mesmos. 
(MCKINSEY apud CAMPOS, 2012). 
 A indústria da construção civil exerce impacto significativo sobre a economia de 
uma nação e, portanto, pequenas alterações nas diversas fases do processo construtivo 
podem promover mudanças importantes na eficiência ambiental, além da redução dos 
gastos operacionais de uma obra. Nesse mercado de competitividade crescente e 
submetido a instrumentos de comando de controle, pautado por legislação e normas e de 
melhoria contínua, a escolha de materiais de construção representa um importante campo 
da engenharia ambientalmente responsável. Existem hoje várias ferramentas que podem 
auxiliar as empresas a alcançarem seus objetivos em relação ao meio ambiente: auditoria 
ambiental, avaliação do ciclo de vida, estudos de impactos ambientais, sistemas de 
gestão ambiental, relatórios ambientais, gerenciamento de riscos ambientais, etc. Alguns 
são específicos, outros podem ser aplicados em qualquer empresa, como os sistemas de 
gestão ambiental (BARBIERI apud HEUSER, 2007). 
Nesse contexto, a avaliação do ciclo de vida (ACV) se destaca, atualmente, como 
ferramenta de excelencia para análise e escolha de alternativas, sob uma perspectiva 
puramente ambiental. O seu principio consiste em analisar repercussões ambientais de 
um produto ou atividade, a partir de um inventário de entradas e saídas (matérias-primas 
e energia, produto, subproduto e resíduos) do sistema considerado. As fronteiras de 
 
 
 
38
análise devem considerar todas as etapas do ciclo de vida do empreendimento, desde a 
extração de matérias-primas, transporte, fabricação, até o uso e descarte de resíduos, 
conforme ilustrado na Figura 5. Esse procedimento permite uma avaliação científica da 
situação , além de facilitar a localização de eventuais mudanças associadas às diferentes 
etapas do ciclo que resultem em melhorias no seu perfil ambiental. (SOARES et al. 
Construção e Meio Ambiente). 
 
Figura 5: Esquema de Fases do Ciclo de Vida dos principais produtos da Construção Civil (fonte: 
Soares, 2002) 
3.1. Princípios da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) 
 
 Todo produto, de alguma forma, causa no meio ambiente um impacto que pode 
ocorrer tanto durante a extração das matérias-primas utilizadas no processo de fabricação 
quanto no próprio processo produtivo; ou na sua distribuição; ou, ainda, no seu uso; ou, 
também, na sua disposição final (CAMPOS, 2012). 
 A ACV surgiu da necessidade de se estabelecer uma metodologia que facilitasse a 
análise e os impactos ambientais entre as atividades de uma empresa, incluindo seus 
produtos e processos. A partir dessa metodologia pode-se verificar que a prevenção à 
poluição se torna mais racional, econômica e efetiva do que uma ação na direção dos 
efeitos gerados. Um dos objetivos da ACV é estabelecer uma sistemática confiável e que 
 
 
 
39
possa ser reproduzida a fim de possibilitar a decisão entre várias atividades, aquela que 
terá menor impacto ambiental (HINZ et al., 2006). 
 A ACV consiste na análise e na comparação dos impactos ambientais causados 
por diferentes sistemas que apresentam funções similares. Sob a ótica ambiental, ela 
estabelece inventários completos do fluxo de matérias e energia para cada sistema e 
permite a comparaçãodesses balanços entre si, sob a forma de impactos ambientais 
(Figura 6) (SOARES et al. Construção e Meio Ambiente). 
 
 
Figura 6: Representação Esquemática da ACV (fonte: SOARES et al. Contrução e Meio Ambiente) 
 
 A metodologia para avaliação do ciclo de vida sugerida pela norma ISO 14004 
inclui quatro fases: definição de objetivo e escopo, análise de inventário, avaliação de 
impactos e interpretação de resultados. 
3.1.1. Definição de Objetivo e Escopo 
 
 A primeira etapa de uma ACV consiste em delimitar o objetivo do estudo e as 
fronteiras do sistema. No caso da indústria da construção civil, o conhecimento das 
diversas etapas do ciclo de vida da construção podem auxiliar na delimitação do sistema. 
Podem ser citados os processos de transformação de energia e materiais: a produção de 
matérias-primas; a fase construtiva propriamente dita, incluindo desde o transporte de 
material até o acabamento final da estrutura; a fase de uso, delimitando os domínios 
públicos ou privados; e as fases de inutilização, renovação ou demolição, decorrentes de 
inadequações ao uso ou de limitações impostas pelo tempo de vida útil da construção 
(EUROPEAN COMMISSION, 1997, apud SOARES et al. Construção e Meio Ambiente). 
 
 
 
40
 A dependência dos resultados com as hipóteses de partida faz com que esta fase 
adquira uma notável importância (CARDIM et al., 1997). 
3.1.2. Análise de Inventário 
 
 A segunda etapa da ACV consiste no estabelecimento do inventário, ferramenta 
indispensável para a avaliação quantitativa dos impactos ambientais. O inventário deve 
ser previamente estabelecido para assegurar que o fluxo de entrada de matéria encontre 
uma saída quantificada como unidade funcional, rejeito e subprodutos. A descrição desse 
fluxo permite colocar em evidência certos fatores de alterações ambientais, como por 
exemplo o consumo de recursos naturais, a geração de resíduos e outras emissões 
(SOARES et al. Construção e Meio Ambiente). 
3.1.3. Avaliação de Impactos 
 
 Após a identificação do inventário, surge a avaliação dos impactos ambientais, 
procedimentos que visa agregar os fatores de impacto em categorias de impacto, de 
modo a permitir um estudo comparativo das diferentes opções apresentadas. 
 O impacto ambiental da construção civil e de seus respectivos processos 
construtivos pode ser inicialmente avaliado com base na análise de inventários. Esses 
apresentam uma visão detalhada dos fluxos de entrada e saídas de materiais, energia e 
outras substâncias geradas ou utilizadas durante os processos de concepção, utilização e 
até mesmo demolição da obra. As informações contidas no inventário são associadas a 
diferentes categorias de impacto, buscando-se o entendimento das consequências 
ambientais e econômicas envolvidas no processo A próxima etapa de elaboração de uma 
ACV consiste na definição de uma base de comparação, constituída pelos critérios 
citados anteriormente, formando um modelo para agregá-los convenientemente (SOARES 
et al. Construção e Meio Ambiente). 
3.1.4. Interpretação de Resultados 
 
 Por fim, se faz necessário estudos de sensibilidade e de incerteza de dados. A 
confiabilidade do resultado depende dos valores atribuídos aos parâmetros. A análise de 
 
 
 
41
sensibilidade estuda a influência das variações dos dados de entrada, que podem 
promover alterações no resultado (SOARES et al. Construção e Meio Ambiente). 
 Nesta etapa, que como a anterior está pouco normalizada, analisam-se os 
resultados, conclusões são estabelecidas, e determinam-se, como aspecto fundamental, 
as possíveis melhoras no sistema considerado. Isto tem especial relevância no caso de 
analisar atividades, processos ou materiais específicos para otimiza-los. Ainda que no 
caso seja o objetivo uma comparação entre alternativas (CARDIM et al., 1997). 
 As quatro fases da ACV são resumidas e caracterizadas na Figura 7. 
 
Figura 7: Fases da ACV (Fonte: Chehebe, 1998). 
 
3.1.5. ACV na Construção Civil 
 
 Ortiz et al (2009) afirmam que a ACV vem sendo utilizada na construção civil 
desde 1990, tornando-se, desde então, um importante instrumento para a avaliação de 
edifícios, e várias ferramentas de ACV foram desenvolvidas a partir daquela época. Na 
indústria da construção existem duas aplicações para a ACV − uma focada nos materiais 
de construção e suas combinações e outra focada em todo o processo da construção. 
 Na edificação, a ACV é um processo de quantificação de análise de uma unidade 
funcional. A aplicação da ACV para a edificação tem, portanto, como objetivos, avaliar 
aspectos culturais de consumo tanto na fase de construção quanto na fase de utilização; 
 
 
 
42
promover alternativas de melhor desempenho e desenvolver tecnologias para utilização 
de energias renováveis, ao passo que a ACV para materiais tem sido aplicada para 
analisar, comparar e promover produtos e contribuir positivamente para melhorar as 
decisões ambientais sobre um determinado produto (CAMPOS, 2012). 
 Devido a sua ampla possibilidade de aplicação, a elaboração de um estudo de 
ACV permite aos pesquisadores: 
1. Desenvolver uma sistemática avaliação das consequências ambientais 
associadas com um dado produto; 
2. Analisar os balanços (ganhos/perdas) ambientais associados com um ou 
mais produtos/processos específicos de modo a que os visados (estado, 
comunidade, etc.) aceitem uma ação planejada; 
3. Quantificar as descargas ambientais para o ar, água, e solo relativamente a 
cada estágio do ciclo de vida e/ou processos que mais contribuem; 
4. Assistir na identificação de significantes trocas de impactos ambientais 
entre estágios de ciclo de vida e o meio ambiental; 
5. Avaliar os efeitos humanos e ecológicos do consumo de materiais e 
descargas ambientais para a comunidade local, região e o mundo; 
6. Comparar os impactos ecológicos e na saúde humana entre dois ou mais 
produtos/processos rivais ou identificar os impactes de um produto ou 
processo específico; 
7. Identificar impactos em uma ou mais áreas ambientais específicas de 
interesse (DA LUZ, 2010). 
 
 Entretanto, é necessário ressaltar que o desenvolvimento de estudos de ACV em 
edificações requer algumas alterações devido às diferenças apresentadas com relação ao 
ciclo de vida de produtos industriais, que envolvem, normalmente, um curto espaço de 
tempo. Obras de engenharia, no entanto, são, em geral, caracterizadas por uma vida útil 
que se estende por alguns anos. A complexidade da análise de edificações consiste não 
somente na adaptação da análise para este contexto temporal e estrutural, mas também 
na estruturação das informações coletadas em parte, de forma que possam ser utilizadas 
para várias ou somente uma única fase do ciclo de vida da edificação. O mesmo princípio 
utilizado na escolha de um material pode ser utilizado na concepção de uma edificação 
composta por vários materiais (CAMPOS, 2012). 
 
 
 
43
3.2. Construção e o Meio Ambiente 
 
 A relação entre a atividade construtora e o meio ambiente se analisa com 
frequência através dos efeitos negativos sobre o mesmo, como consumo de recursos e 
energia, contaminação, alteração do ecossistema, geração de resíduos, etc. A 
construção, sem nenhuma consciência do tipo ambiental tem contribuído 
significativamente para esta imagem negativa, que inclusive tem levado a população 
muitas vezes a se opor a construção de novas infraestruturas. 
 Como resultado da construção, como qualquer outra atividade humana, pode-se 
chegar a um entorno inabitável ou a extinção de outras espécimes vivas. Por isso, ainda 
que a atividade humana seja necessária e parte do meio ambiente, é preciso definir 
limites aceitáveis para ela. A Declaração do Rio (ONU 1992) estabelece, em conjunto com 
os demais princípios, a necessidade de um compromisso entre a atividade

Continue navegando